Capoeira na UMES é mais cultura, esporte e lazer pra você

 

No final da tarde de sábado (30) a Capoeira na UMES realizou a roda comemorativa do 1º de Maio – Dia do Trabalho na sede central da UMES, com a presença do Mestre Bambú, Instrutores Royal, Pit Bull, do grupo geração capoeira, e Professor Kauê, do grupo Atabaque.

 

 

Para o coordenador do projeto, professor-instrutor Pavio, “a capoeira representa nossa identidade nacional e também a luta de libertação do povo brasileiro. Na guerra do Paraguai a capoeira defendeu a nossa pátria assim como participou na resolução de milhares de pequenos conflitos quando os negros ainda não tinham apoio do Estado”, explicou.

 

 

“Hoje, mais que nunca, o povo brasileiro necessita da força da capoeira para derrotar os seus inimigos. Por isso a capoeira na UMES vai as ruas por novas eleições junto com os estudantes porque nem Dilma, nem Temer e muito menos Cunha ou Renan representam o povo”.

 

 

 

Quer praticar capoeira com a UMES? Participe de uma roda:

 

 

Segundas e quartas: 19h30 às 21h e 21h às 22h30 (Prof. Instrutor Royal)

 

Terças e quintas: 15h30 às 17h, 19h30 às 21h e 21h às 22h30 (Prof. Instrutor Pavio)

 

Sextas: 19h às 21h (integração das turmas, aula de instrumentação, maculelê e samba de roda)

 

 

Não perca as aulas de acrobacia para os alunos da capoeira: todas as terças e quintas das 18h às 19:30h

 

 

Contato: (11) 3289-7475 – capoeira@umes.org.br

Onde: Rua Rui Barbosa, 323, Bela Vista

 

 

Tropa de Choque da PM invade ETEC sem mandato judicial

 

A Tropa de Choque da Polícia Militar invadiu o prédio do Centro Paula Souza, na manhã de segunda (2), em mais uma tentativa truculenta de barrar a manifestação dos estudantes contrários ao roubo e falta de merenda nas escolas. Mesmo sem mandado judicial, apresentado por um oficial de Justiça, a PM tentou perpetrar a reintegração de posse afirmando que a medida foi autorizada pela justiça de São Paulo, que por sua vez, exigiu a saída da PM e deu 72 horas para a Secretaria de Segurança Pública explicar sua manobra ilegal.

 

A invasão policial se deu por volta das 10h50 da manhã, quando o pelotão do choque entrou pelo portão de trás surpreendendo os estudantes. Ao chegarem ao hall da escola, que é a sede das escolas técnicas do Estado, eles formaram uma barreira de frente para os estudantes, que sob intenso clima de tensão, passaram a cantar diversas palavras de ordem denunciando o escândalo da merenda e os abusos da PM de Alckmin.

 

Ao todo foram mobilizados mais de 40 policiais para conter a manifestação dos estudantes. “Essa é a politica do governo Geraldo Alckmin. Corta merenda, quando não a rouba, e fecha nossas salas e escolas para cortar mais da educação. Mas se os estudantes questionam o que ele está fazendo com a educação aí o governador envia a tropa de choque com seus cassetetes e bombas na tentativa de calar a juventude”, afirmou um dos estudantes presentes que preferiu não se identificar.

 

Justiça

 

Em resposta a ação da PM o juiz Luis Manuel Pires, responsável pela saída da PM do prédio, disse que “não houve mandado judicial para o cumprimento da ordem” e por isso determinou que o secretário da Segurança Pública, Alexandre de Moraes, “esclareça, no prazo de 72 horas, se foi o responsável por 'adiantar' o cumprimento da ordem judicial com a determinação de ingresso da Polícia Militar no imóvel sem mandado judicial”.

 

O juiz esclareceu em sua decisão que “sem mandado judicial, não há possibilidade de cumprimento de decisão alguma. Sem mandado judicial, qualquer ato de execução forçada caracteriza arbítrio, violência ao Estado Democrático, rompimento com a Constituição Vigente e os seus fundamentos”.

 

A PM deixou o prédio da ETEC durante o final da noite de segunda.

 

UFRJ: Light corta a luz de unidades

 

 

A concessionária Light cortou o fornecimento de três unidades da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) desde a segunda-feira, dia 18, devido uma dívida de R$ 15 milhões.

 

A Escola de Música e o Observatório do Valongo, ambos no centro da cidade, e o prédio da Editora da UFRJ, no campus da Praia Vermelha, na Urca, passaram os últimos dias em completo apagão, e de portas fechadas. Aulas e atividades de pesquisas foram suspensas, e funcionários receberam dispensa do serviço.

 

A crise gerada pelo governo federal, que atinge a educação e diversos outros setores no país é diretamente relacionada a esse episódio. De acordo com a reitoria, diversos fatores levaram a universidade a atrasar os pagamentos, como o contingenciamento no orçamento de 2014 e os cortes nos recursos de custeio e investimentos no ano de 2015.

 

“Destacamos que a universidade depende de recursos federais. No ano passado, encerramos nosso exercício financeiro com déficit de R$125 milhões, decorrentes de fortes contingenciamentos nos orçamentos de 2014 e 2015. Em vista desse cenário, temos nos empenhado para honrar compromissos, de forma a garantir o funcionamento adequado da universidade”, declarou a UFRJ, em nota.

 

Fonte: Hora do Povo

Mostra Permanente de Cinema Italiano estreia dia 2 no Cine-Teatro da UMES

 

O filmes serão exibidos todas às segundas, com entrada grátis, sempre às 19h. Cine-Teatro Denoy de Oliveira – Rua Rui Barbosa, 323, Bela Vista. Tel. 3289 7475

 

O Cine-Teatro Denoy de Oliveira, da UMES, inicia no dia 2 de maio a Mostra Permanente de Cinema Italiano, trazendo para o público, todas às segundas-feiras, com entrada gratuita, uma das mais importantes cinematografias do mundo.

 

O diretor Ettore Scole, falecido em janeiro deste ano, abre a Mostra com “O Baile”, que prossegue com retrospectiva de seus filmes até o dia 20 de junho. Na sequência, até a primeira semana de dezembro, a Mostra apresenta filmes de Vittorio de Sica, Bernardo Bertolucci, Roberto Rossellini, Francesco Rosi, Mario Monicelli, Pietro Germi, Lucino Visconti, Federico Fellini, Elio Petri, Giuliano Montaldo e Marco Bellocchio.

 

Entre os mais de 40 filmes realizados pelo grande diretor Ettore Scole, serão exibidos alguns títulos imperdíveis como, “Nós Que Nos Amávamos Tanto”, um retrato da sociedade italiana do pós-guerra, “Feios, Sujos e Malvados”, ganhador do prêmio de Melhor Realizador no Festival de Cannes, o seu grande clássico “Um Dia Muito Especial”, com Sophia Loren e Marcello Mastroianni, e “Que Estranho Chamar-se Fellini”.

 

 

Este filme, produção de 2013 com imagens de arquivo, em que presta homenagem ao amigo Federico Fellini, foi feito quando Scole já havia decidido encerrar sua carreira, desiludido com a ditadura que norteia a indústria cinematográfica com as baixas produções hollywoodianas impondo padrões de estética e de distribuição, que deixam às platéias sua presença pobre e massacrante.

 

Em 2011, em entrevista ao jornal Il Tempo, o cineasta afirmou que se despedia “sem se arrepender de nada”, e complementou, “a minha experiência no mundo da realização já não é o que costumava ser: descontraída e feliz. Hoje há lógicas da produção e distribuição com as quais não me identifico. Comecei a sentir-me obrigado a respeitar regras que não me permitiam sentir livre para criar”.

 

Felizmente para nós, a Mostra Permanente de Cinema Italiano está aí para furar esse bloqueio, como afirma em seu texto de divulgação: “Enquanto o governo insiste em não realizar uma política cultural que garanta aos brasileiros o acesso às melhores obras da produção cinematográfica mundial, inclusive a nossa, a UMES (União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo) vai fazendo o que pode para preencher a lacuna”.

 

Foto: Marcello Mastroianni e Sophia Loren em “Um Dia Muito Especial,

um dos filmes da Mostra, de Ettore Scola

 

Alckmin dá novo cargo a investigado em roubo na merenda

Apontado como receptor de propina, Fernando Padula, ex-chefe de gabinete da Secretaria de Educação, assume Arquivo do Estado

 

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), nomeou Fernando Padula como coordenador do Arquivo Público do Estado de São Paulo. Além de ser investigado por envolvimento no roubo da merenda, Padula foi o chefe de gabinete da Secretaria da Educação durante a guerra contra as ocupações em 2015.

 

O decreto de sua nomeação foi publicado dia 21 no Diário Oficial. Ele tomará posse na sexta-feira (29).

 

Padula deixou a chefia da Secretaria de Educação após ser citado na Operação Alba Branca como possível envolvido no escândalo da merenda. De acordo com as denúncias do Ministério Público de São Paulo, Padula está entre um dos possíveis agentes públicos responsáveis pela aprovação de diversos contratos superfaturados pela Coaf (cooperativa de agricultores) junto ao governo estadual e outras 21 prefeituras.

 

Estudantes durante manifestação próximo ao metrô Tatuapé dia 19

 

Nas investigações Padula foi citado pelo ex-chefe de gabinete da Casa Civil do governo estadual, Luiz Roberto dos Santos, conhecido como Moita, como “o nosso homem na secretaria” durante ligação telefônica onde tratava da aprovação de contratos de merenda. Padula assim como Moita, em conjunto com o presidente da ALESP, Fernando Capez (PSDB) e o atual secretário de Logística e Transporte de São Paulo, Duarte Nogueira Júnior, que foi ex-secretário de Agricultura, estão sob investigação.

 

Até agora foi apurado que entre 2014 e 2015 a cooperativa assinou pelo menos R$ 7 milhões em contratos, onde parte do valor era utilizado para o pagamento de propina a intermediários e agentes públicos que facilitavam a aprovação das licitações.

 

Foto: GloboNews/Reprodução

 

Falta merenda em sua escola? Só tem farelo e suco? Chega de roubo de merenda!

 

Nos ajude a construir o mapa da fome do Alckmin

 

Entre nessa luta contra o roubo da merenda, envie sua denúncia e ajude a UMES a organizar o mapa da fome. Conte já a situação da sua escola por e-mail ou Facebook (UMES SP) para que todos saibam que os estudantes são contra mais essa forma de sucatear a educação. Mande suas fotos e vídeos. Ajude-nos a ampliar essa luta contra o escândalo da merenda. Vamos juntos acabar com mais essa sacanagem e mostrar a todos o mapa da fome de Alckmin!

 

 

Contato: (11) 3289-7477 – imprensa@umes.org.br

Caso preferir venha até a nossa sede mais próxima de você

 

Tiradentes ontem e hoje

 

Este texto de Ruy Mauro Marini, intitulado “Tiradentes ontem e hoje”, que temos a satisfação de publicar nesta edição do HP, é um dos melhores textos já escritos sobre o alferes de Minas e o início da revolução de libertação do Brasil. Ele foi elaborado em maio de 1968, durante o exílio de Marini no Chile. O artigo, traduzido por nós, é inédito no Brasil e foi publicado por El Día, Testimonios y Documentos, do México. A seriedade e a profundidade com que o autor descreve os acontecimentos do final do século XVIII no Brasil coloca a análise num patamar substancialmente mais elevado do que a maioria das outras feitas sobre o mesmo tema.

 

 Ao analisar as causas do movimento, Marini, um dos grandes personagens da intelectualidade brasileira, vai na essência dos fatos. Começa pela base econômica criada pelo ciclo do ouro. Destaca que a atividade mineradora gera, por suas características mais flexíveis e dinâmicas – se comparada à economia açucareira – um vigoroso mercado interno. Surge então, a partir da mineração, uma integração com outras estruturas produtivas do país até então isoladas. Todo esse processo propicia o surgimento, bem no coração do país, segundo o autor, de “um sentimento de nacionalidade” e da aspiração pela liberdade e a justiça.

 

 Marini demonstra, portanto, que é neste contexto de efervescência que nasce a Inconfidência Mineira. O autor destaca no artigo um aspecto central para o entendimento das causas mais profundas da Inconfidência: a destruição de fábricas e a proibição da existência de qualquer manufatura no Brasil, particularmente na área têxtil, decisão tomada em 1785, pela Coroa portuguesa. Ele mostra que na época da eclosão do movimento a mineração já estava em decadência e que, diante desse fato, a metrópole resolve intensificar a exploração, impondo assim uma forte restrição ao desenvolvimento das forças produtivas nascidas na colônia. Essa decisão contraria frontalmente os interesses da população e abre a crise revolucionária, que só terá seu desfecho trinta anos depois.

 

 Mesmo convivendo com algumas influências de setores que subestimam a Inconfidência Mineira e o papel cumprido por Tiradentes no movimento – muito comuns na época da elaboração do artigo, e até hoje – Marini destaca fatos que contestam essas visões. Num trecho de seu texto isso fica claro: “(…) esta data [da Inconfidência] simboliza um episódio decisivo no processo de formação da moderna nação brasileira”. E sobre o papel do alferes ele destaca: “(…) segundo os autos do processo e os testemunhos da época, a serenidade e a firmeza de Tiradentes na prisão e na morte, deixaram profunda impressão na mente do povo e lhe valeram o título de “mártir da Independência (…)”. E é também nesses mesmos autos, citados por Marini, que estão presentes diversos outros testemunhos de que o alferes, ao contrário do que apregoam alguns, não foi apenas um “agitador”, mas foi efetivamente o principal dirigente do movimento revolucionário. Esses documentos mostram que ele foi também o principal formulador do programa que propugnou a Independência, a República, a industrialização, a mudança da capital e o ensino universal. Os setores  mais ilustrados do levante, bem ou mal, seguiram sob sua direção.

 

 É verdade que a abolição não fazia parte dos objetivos dos inconfidentes. Mas, apesar de Marini não citar, a idéia era defendida por Tiradentes e por alguns outros inconfidentes. Ela só não foi colocada no programa porque não era consenso entre os participantes do movimento. Foi por isso que a bandeira abolicionista ficou para um outro momento. Por sua vasta experiência como dirigente político, Marini entende com facilidade que a vanguarda muitas vezes tem que concentrar esforços nos objetivos mais fundamentais para cada momento. Faz parte do papel de direção tomar essas decisões, muitas vezes difíceis, para que as coisas possam avançar. Foi exatamente o que Tiradentes fez. Ademais, apesar de realmente ter havido mais de um delator, foi a traição de Silvério dos Reis, a mais determinante para a derrota do movimento. E se o movimento abolicionista e republicano de meados do século XIX tenha querido dar um tom messiânico a todo o processo, pouca importância tem, perto do conjunto da análise de Marini.

 

 As articulações com os líderes da independência americana e da revolução francesa em busca de apoio, levadas a efeito pelos revolucionários, foram realizadas com a participação direta de Tiradentes e do estudante brasileiro em Coimbra, José Joaquim da Maia. Há provas documentais disso, muitas das quais já tivemos oportunidade de publicar no HP. Neles, fica muito claro que Tiradentes dirigiu praticamente todos os passos do movimento, desde seu início em 1785. Então, a decisão de matá-lo [Tiradentes], e não aos outros, por parte da Coroa, tem sim uma lógica colonialista clara. Não é por ele ser o “elo mais fraco” do movimento que assim ocorreu. Pelo contrário. É exatamente por ele ter cumprido o papel de direção do movimento. Ele foi morto e esquartejado por isso, porque era, para a Coroa, o mais perigoso dos dirigentes da revolução e não porque era o menos.

 

 Mas, vamos parar por aqui essa nossa introdução e convidá-los, caros leitores, para que se deliciem com esse excelente texto de um intelectual mineiro, de Barbacena, que foi desbravador da teoria da dependência e que, junto com Darcy Ribeiro, ajudou a construir a UNB como modelo de universidade progressista e contestadora. Marini, como Tiradentes, foi também um personagem perseguido no Brasil por defender as idéias de independência nacional, da liberdade e do socialismo. Boa leitura!

 

 

 

 

  RUY MAURO MARINI*

 

 

A história dos povos é sempre uma mescla de fantasia e de realidade. O último 21 de abril (1968) marcou o 176º aniversário de morte de uma das figuras mais lendárias da história do Brasil, o Tiradentes. Porém, mais do que representa hoje para a imaginação popular, esta data simboliza um episódio decisivo no processo de formação da moderna nação brasileira.

 

 Com efeito, a conspiração concatenada em 1789 na capitania de Minas Gerais contra a Coroa de Portugal, que passou à história com o nome de “Inconfidência Mineira”, e da qual resultou a execução de Tiradentes, tem um duplo significado. Por um lado, encerra uma fase da conversão da América portuguesa em uma nova nação, fase que corresponde ao chamado “ciclo do ouro”. Por outro lado, se integra na série de lutas políticas que conduzirão, trinta e três anos depois, à supressão do jugo colonial português e à emergência do Brasil para a vida independente.

 

 O CICLO DO OURO

 

 O ciclo da mineração do ouro e diamantes por que passou o Brasil no século XVIII não interessa apenas à história deste país, nem sequer se refere exclusivamente às suas relações com a metrópole portuguesa. O ouro brasileiro, que por intermédio de Portugal, se espalhou pelo mercado europeu, desempenhará um papel relevante no desenvolvimento do capitalismo industrial no velho continente, particularmente na Inglaterra. Proporcionando a base necessária para uma expansão sustentada dos meios de pagamento, contribui para ampliar as relações de trabalho assalariado e, portanto, para a superação das antigas relações feudais de produção. Além disso, sendo responsável pela depreciação constante do valor da moeda, se traduz em baixas de salários e de rendimentos fixos, que aceleram a concentração do capital nas mãos dos grupos empresariais burgueses da cidade e do campo.

 

 Para o Brasil, o florescimento da economia mineira oitocentista tem outras implicações. Antes de mais nada, desenvolve na região central do Brasil uma zona de produção que vincula organicamente as duas áreas que a colonização havia criado nos séculos precedentes: a área da economia açucareira de exportação, já então em decadência, localizada no Nordeste e tendo como centro de gravitação os atuais estados da Bahia e Pernambuco; e a área ligada à Capitania de São Vicente, dedicada principalmente a atividades de subsistência e de criação de animais domésticos, que partia do Rio de Janeiro até o Sul, e tinha São Paulo como núcleo vital. A formação da capitania de Minas Gerais (1720), e o auge que ali atinge a exploração mineira, modifica sensivelmente essa situação; e se constitui num dos fatores que explicam porque, no momento da independência, a antiga colônia portuguesa não sofrerá um processo de fragmentação similar ao que ocorreu na América espanhola.

 

 Com efeito, partindo das montanhas de Minas, e remontando o território no sentido das encostas dos rios, de onde se extraía o ouro e os diamantes, o ciclo da mineração implicou no deslocamento da colonização para o interior, com tudo o que isso acarretava em matéria de criação de uma infra-estrutura de transportes, que ligará a região com os portos mais próximos. Compreende-se assim que a antiga capital brasileira, a cidade de São Salvador, na Bahia, deve ceder seu posto ao Rio de Janeiro, em situação muito melhor para cumprir essa função. Por outra parte, tratando-se de uma atividade altamente especializada, e que lutava inclusive com a escassez de mão de obra, a economia mineira das montanhas não podia prover sua subsistência, mas dispunha de poder de compra suficiente para absorver, e  ainda induzir sua criação em outras áreas; nasce assim um processo intensivo de intercâmbio, que cria as condições para o surgimento de um mercado interno nacional e se constitui, por isso mesmo, num elemento de importância fundamental para a formação da nacionalidade.

 

 A SOCIEDADE MINEIRA

 

 O desenvolvimento da mineração teve outras repercussões. Ao contrário do que se passou com o ciclo do açúcar, que, exigindo uma inversão inicial forte e um prazo relativamente longo de maturação que acabou conduzindo ao estabelecimento de uma aristocracia rural, de base rigidamente escravista, o ciclo do ouro vai levar a uma estrutura social muito mais aberta e urbanizada. De fato, o ouro, como os diamantes, era de aluvião, o que quer dizer que sua exploração não demandava uma tecnologia elaborada ou um capital mínimo de grande magnitude; não implicava sequer a valorização da terra, já que, sendo curta a vida de uma lavra, não era a propriedade do solo o que contava, mas sim a necessidade do direito de extração (e a Coroa Portuguesa, reservando-se o monopólio das riquezas minerais, contribuía para que assim fosse). O caráter instável e os riscos físicos que disso derivavam faziam, por outro lado, com que as famílias não acompanhassem seu chefe, e se fixassem nos centros urbanos.

 

 As oportunidades de enriquecimento fácil que se configuravam nessa situação induziram um surto demográfico considerável, seja pelo deslocamento interno de população, seja por imigração desde o continente europeu. As estimativas indicam que a população da colônia havia crescido muito lentamente nos séculos XVI e XVII (de 100 mil habitantes em 1600 passará a um máximo de 300 mil em 1700), mas aumentou fortemente no século XVIII (cerca de 3 milhões 250 mil pessoas em 1800). Uma terça parte, pelo menos, estava constituída por negros escravos; a população de origem européia era de aproximadamente 30 mil pessoas em 1600, de pouco menos de 100 mil em 1700, e superior a 1 milhão no fim do século XVIII, havendo pois acelerado o seu aumento de maneira extraordinária.

 

Uma das características da corrente imigratória consistia em que já não se compunha fundamentalmente, como antes, de membros das classes ricas, que chegavam na colônia munidos de títulos ou de capital suficiente para prosperar, mas de elementos de extração social mais humilde – havendo contribuído fortemente neste sentido a desorganização das manufaturas portuguesas, acarretada pela penetração crescente dos produtos ingleses na metrópole. Por outro lado, os mesmos nativos pobres, os homens livres da sociedade açucareira do nordeste, que estavam se constituindo num problema social, pela falta de oportunidades de emprego, encontraram nas minas um lugar na estrutura de produção. Os escravos das minas, diferentemente do que ocorreu no nordeste, não se constituíam na maioria da população e – recordando um pouco o que se passou na Grécia antiga, quando da expansão comercial – chegavam às vezes a trabalhar por conta própria, entregando ao senhor parte do adquirido e acumulando os meios necessários para comprar sua libertação.

 

Nos marcos dessa estrutura social relativamente flexível, as atividades urbanas se dinamizaram. O comércio era intenso em Vila Rica, capital da província. Se desenvolvia também o artesanato, sobretudo a ourivesaria, assim como a forja e a fundição de ferro, com base na abundante matéria-prima local. Finalmente, se expandem as manufaturas têxteis, atividade tradicional e indispensável naqueles lugares distantes dos centros industriais europeus.

 

 METRÓPOLE VERSOS COLÔNIA

 

Na fase de expansão açucareira brasileira, Portugal desempenhava um papel decisivo, seja provendo a mão de obra e o capital necessário à implantação das unidades de produção, seja assegurando, em aliança com a Holanda, o transporte e a distribuição do produto nos mercados europeus. Depois de instalada a estrutura produtiva na colônia, esta se demonstrou capaz de prover uma boa parte de sua subsistência, mediante a diversificação da produção, ao mesmo tempo que seguia dependendo da metrópole para a venda de sua mercadoria. Vale dizer que existia uma complementariedade objetiva entre metrópole e colônia, feita ainda mais harmônica em virtude de que Lisboa não interferia nas atividades de produção, limitando-se a atuar na área da circulação.

 

 Diversa será a situação configurada quando há o desenvolvimento da mineração. Antes de mais nada, a especialização deste ramo de produção e o poder de compra que gera na colônia transforma essa em um mercado em expansão para os bens importados, sobretudo manufaturas que Portugal não estava em condições de prover. O papel que assume, pois a metrópole, valendo-se do monopólio colonial, será o de simples intermediário entre os centros manufatureiros – essencialmente Inglaterra – e o mercado brasileiro, com o que se caracterizará claramente como um parasita, cuja existência não faz mais do que encarecer o preço dos artigos de consumo.

 

 Por outro lado, mediante o sistema de concessões e as consequentes obrigações fiscais, a metrópole estará diretamente presente nas atividades de produção. Sua atitude é intolerante e voraz: reservando-se, inicialmente, um quinto da produção total, acaba por fixar uma quantidade determinada como mínimo a que deveria se somar ao referido quinto. Desta maneira, a porcentagem passava a representar um valor absoluto que tendeu a fixar-se no máximo previsto pelo erário português para a colônia na fase do auge da exploração aurífera.

 

 Contudo, esse auge durou pouco, pelo esgotamento das precárias reservas disponíveis, tanto de ouro como diamantes. Com a ganância de prolongar o ciclo, as expedições exploratórias se internalizaram terra adentro, rasgando a região em diferentes direções, conformando e consolidando a extensão territorial do Brasil atual. Isso não impediu que a exportação de ouro, que no seu ponto máximo (1750-1760) era em média de 2 milhões de libras, declinasse rapidamente, não alcançando, já em 1780, nem um milhão de libras; a exportação de diamantes seguiu a mesma tendência. A economia mineira entrará definitivamente em decadência e, até finais do século, não terá já maior importância na vida econômica da colônia.

 

 Assim não viu, o que não quis ver, Portugal. Frente à caída dos ingressos públicos provenientes das imposições sobre o ouro, reage, por um lado, tratando de liberar mão de obra para as atividades de mineração (no momento em que a redução dessas atividades produzia já um excedente da mão de obra existente); por outro lado, endurecendo as medidas administrativas, como se a queda da produção fosse mais um problema policial. Assim, em 1766, proíbe as atividades das oficinas de ourives e, em 1785, vai todavia mais longe, suprimindo as fábricas e manufaturas de todo tipo na colônia. Ao mesmo tempo, lança mão de um procedimento conhecido como “derrama”, que consistia na execução judicial e o confisco dos bens de quem não estivesse em condições de pagar os impostos em ouro.

 

 A INCONFIDÊNCIA MINEIRA

 

 A última “derrama” anunciada por Portugal, em 1789, constitui precisamente na causa imediata da Inconfidência Mineira, movimento conspiratório no qual se mesclam ideais políticos e interesses pessoais ameaçados. Deficientemente planejado, carente de direção e falhas em sua organização, o movimento arrasta, sem dúvida, a personalidades representativas do meio cultural, político, militar e religioso da capitania, e – segundo alguns documentos sugerem – conta não somente com o apoio de comerciantes locais e do Rio de Janeiro, como também com amplas simpatias populares. Se explica assim que, alarmada pelo curso dos acontecimentos, a metrópole, ao mesmo tempo que aplastra no nascedouro a conspiração, suspende também a ordem da “derrama” e abandona definitivamente essa prática no futuro.

 

 Mesmo que não falte documentação sobre a Inconfidência, e existam inclusive bons estudos sobre a matéria, a fantasia histórica tem retocado consideravelmente sua imagem. De uma maneira geral, e talvez involuntariamente, tem se dado traços que aproximam o martírio de Tiradentes à Paixão de Cristo. Isto aparece na redução dos conjurados a 13, quando o processo judicial alcançou a 29 pessoas (das quais três morreram no curso do mesmo) e as condena, a onze; é visível também na eleição de Judas, o coronel português Joaquim Silvério dos Reis, apesar de que a história registra pelo menos dois nomes mais de denunciantes; se cristaliza enfim o retrato de Tiradentes, com sua túnica branca de condenado, com seus cabelos longos e as largas barbas de profeta bíblico.

 

 É, com efeito, na caracterização do alferes Joaquim José da Silva Xavier, apelidado de Tiradentes, que a lenda adquire toda a sua dimensão. O exame dos fatos tende a mostrar que esse humilde oficial – que tinha também a profissão de dentista (de onde vem o apelido de “Tiradentes”), – foi na conjura mais um enlace e um agitador, que um dirigente ou um organizador. Este é, porém, o papel que lhe é atribuído pela história.

 

 A atitude da Coroa portuguesa no processo judicial contribuiu, sem dúvida, para isso, já que lançou toda a sua força repressiva contra esse elo mais frágil da cadeia conspirativa: a todos os condenados indultou com o exílio, a ele o condenou “à morte natural para sempre”, na forca, ao esquartejamento, e a exibição pública de seus restos, para servir de lição. Também é verdade que, segundo os autos do processo e os testemunhos da época, a serenidade e a firmeza de Tiradentes na prisão e na morte, deixaram profunda impressão na mente do povo e lhe valeram o título de “mártir da Independência”. Qualquer que seja a verdade, Tiradentes se converteu, postumamente, na figura máxima e no símbolo das aspirações brasileiras à liberdade.

 

 O MITO E A REALIDADE

 

 Se passa muitas vezes ao largo o fato de que, em seu plano programático, os inconfidentes estiveram sob influência de alguns movimentos precedentes, já que postulavam a separação de Portugal e a instituição da república. A simpatia de seus elementos mais cultos pelo ideário dos revolucionários franceses não foi suficiente para levá-los a preconizar também a supressão do regime escravo. Por outro lado, a dupla meta que propunham – independência e república – só posteriormente foi aceita pela ideologia oficial brasileira, já que a independência conquistada em 1822 não conduziu a um regime republicano, senão a uma monarquia. A consigna republicana da Inconfidência teve que esperar, pois, até 1889, ou seja, um século, para ser reconhecida oficialmente.

 

 As características do movimento de 1789 explicam que tenha sido visto normalmente com desconfiança nas esferas governamentais, e que as correntes políticas de vanguarda o tenham sempre tomado como bandeira contra o status quo. Foi o que ocorreu em meados do século passado (XIX), no reinado de D. Pedro II, quando a monarquia tentou inutilmente opor-se ao movimento de opinião republicana, forte principalmente entre a juventude universitária, que buscou reavivar a memória de Tiradentes construindo-lhe um monumento no Rio de Janeiro. É o que se passa em nossos dias, quando o atual regime militar se irrita visivelmente sempre que as manifestações de homenagem a Tiradentes escapam do marco oficial, e se enfatiza o caráter libertador e anti-colonialista da Inconfidência Mineira.

 

 É por isso que, a quase dois séculos de sua morte, Tiradentes continua ameaçadoramente erguido frente às forças da exploração e da opressão. Na história, a fantasia pode ser, com efeito, mais real que os fatos mesmos, já que ao reivindicar seu passado, o povo o faz à medida das lutas presentes, projeta sobre ele suas esperanças e suas aspirações e o converte em ação. Mais do que conservar a história, se preocupa em faze-la, e é como a transforma em força viva de mudança e em parteira de um mundo melhor.

 

*Publicado originalmente em El Día, Testimonios y Documentos, México, em 15 mayo de 1968

 

Fonte: Sérgio Cruz, Hora do Povo

 

Manifestação denuncia roubo da merenda no metrô Tatuapé

 

“Cadê minha merenda? Tucano seu safado! Estudo o dia inteiro e não roubo o meu Estado”, cantavam os estudantes no metrô Tatuapé, durante a manifestação realizada na manhã de terça (19), na zona leste, para denunciar o escândalo da merenda em São Paulo. Para o presidente da UMES, Marcos kauê, “o governo vem sucateando cada vez mais a escola pública. Sucateou através da aprovação automática, da superlotação das salas de aula e da desvalorização dos salários dos professores. Agora sucateia nossa educação roubando nossa merenda e isso não vamos aceitar! Vamos pra rua pedir justiça e exigir merenda e escola pública de qualidade”.

 

 

Para Kauê o programa de educação dos tucanos para o Estado de São Paulo é o corte continuo dos recursos da educação. “O plano de educação de Alckmin para São Paulo é o sucateamento da escola pública. Por isso tantas aulas vagas. Escolas sem laboratórios e quadras, com professores mal remunerados. Desafio a todos os alunos presentes a me dizer que durante a semana não tiveram ao menos uma aula vaga”.

 

 

A manifestação saiu da ETEC Parque Belém, com apoio do grêmio da ETEC Getúlio Vargas, com estudantes da ETEC Rocha Mendes e alunos da escola Oswaldo Catalano. Pela Avenida Celso Garcia os estudantes marcharam até a escola Catalano, onde realizaram um ato e de lá seguiram para o metrô Tatuapé, onde cantaram diversas palavras de ordem e conversaram com diversos passageiros. Ao exigir a instalação de uma Comissão de Inquérito Parlamentar, para punir os deputados e demais ladrões da merenda, os estudantes cantavam “ão, ão, ão, CPI pega ladrão”.

 

 

Durante o ato realizado em frente a escola Catalano os estudantes, de dentro da escola, demonstraram seu apoio e cantavam: “nós apoiamos!”

 

A diretora da UMES da região centro, Tais Alves, explicou que os alunos da escola Professor Loureiro Júnior foram impedidos de participar da manifestação. “A direção da escola aterrorizou os alunos para que eles não participem, alegando que não é obrigação do estado dar merenda pra criança, porém ignorando o escândalo de corrupção”, relatou. Para ela, esta tem sido a postura da direção de muitas escolas com relação a exigência dos estudantes por respeito e educação de qualidade. Algumas escolas chegam a ameaçar afirmando que vão intervir no grêmio.

 

 

Para Tais “a manifestação deixou ainda mais claro para a população de que a voz dos estudantes é maior do que qualquer política que corte dos nossos direitos. Quando cantamos palavras de ordem no metrô, a população nos apoiou e tomou ainda mais consciência”, comentou a estudante.

 

Para o presidente do grêmio da ETEC GV e diretor da UMES pelo centro, Lucas Chen, as manifestações dos estudantes estão crescendo e cada vez mais fica difícil para o governo esconder esse escândalo. “Os estudantes são contra esse governo que rouba merenda e corta da educação, e a população está com a gente”. Na semana passada, durante uma manifestação no Ipiranga, ele afirmou que os estudantes querem uma escola pública de qualidade. “Estamos aqui para exigir mais investimentos na educação. É inaceitável esse descaso com a escola pública que revela na verdade o tratamento destes políticos com a juventude. Descaso que levou ao roubo da nossa merenda para pagar propina. Um esquema que envolve o ex-chefe de gabinete da Secretaria de Educação de Alckmin [Fernando Padula] ou o atual presidente da Assembleia dos Deputados de São Paulo [Fernando Capez], que foi eleito na chapa de Alckmin”, denunciou.

 

 

A manifestação foi organizada pelos estudantes da ETEC Parque Belém em conjunto com a diretoria da UMES e demais escolas e ETECs. Bruno Fernandes, estudante do 2º ano do ensino médio e da imprensa do grêmio, denunciou que o roubo da merenda deixou em evidência diversos problemas que já existiam. “Em nossa escola a merenda é três barrinhas de cereal e três suquinhos, que recebemos para comer durante toda a semana”, disse, explicando que além de não alimentar a merenda seca distribuída na escola não rende para todos os dias.

 

Para Isabella Santos, do 2º ano do médio da ETEC Parque Belem, “o Estado não dá as condições necessárias para a juventude estudar e ainda corta da merenda e da nossa educação”. Já a estudantes Beatriz Dantas, do 3º ano do ensino médio, denunciou que além de não dar merenda o Estado terceiriza a cantina, que possui péssima qualidade e preços abusivos. Ela lembrou que a escola foi construída sob uma antiga instalação da antiga Febem, sem maiores adaptações para funcionar como uma escola.  

 

Operação Alba Branca

 

O escândalo da merenda veio a público através da Operação Alba Branca, dirigida pelo Ministério Público Estadual de São Paulo, que investiga os desvios na compra de alimentos da rede paulista de ensino. Nos depoimentos colhidos durante a ação policial foram citados agentes públicos como Fernando Capez (PSDB), o ex-chefe de gabinete da Casa Civil do governo estadual, Luiz Roberto dos Santos, conhecido como Moita, e o atual secretário de Logística e Transporte, Duarte Nogueira Júnior, ex-secretário de Agricultura.

 

De acordo com o MP, a Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (Coaf) liderava um esquema de pagamento de propina para manter contratos com diversas prefeituras, com valores superiores a R$ 1 milhão, bem como contrato com o governo do estado. A empresa também é investigada por fraudar a modalidade de compra “chamada pública”, que pressupõe a aquisição de produtos de pequenos produtores agrícolas. De acordo com o Ministério Público a cooperativa adquiria mercadorias de grandes produtores e na central de abastecimento do estado.,

 

 

 

 

 

Prêmio Paulo Freire 2016

 

O Prêmio Paulo Freire de Qualidade de Ensino Municipal é entregue anualmente na Câmara Municipal de São Paulo, e este ano será a sua décima primeira edição. “É um prêmio que estimula e valoriza as iniciativas de estudantes e educadores das escolas, que mesmo com todas as dificuldades, levam adiante os ideais de Paulo Freire para construir uma educação emancipadora”, disse Tiago Cesar, vice-presidente da UMES, que compôs a mesa solene durante a premiação de 2015, assim como também integrou o Comissão Julgadora em nome da UMES.

 

 

 

Saiba como participar

 

 

As inscrições serão efetuadas mediante a entrega de CD, DVD ou pen drive, devidamente identificados, contendo:

 

a) Formulário de inscrição preenchido (para download do arquivo clique aqui);

 

Para maiores informações acesse o site da Câmara Municipal de São Paulo.

 

b) Anexos, a fim de ilustrar e enriquecer a avaliação da Comissão Julgadora. São permitidos como anexos: textos (até 10 páginas), filmes e/ou gravações de áudio (limitados a 10 minutos) e fotos (limitadas a 20), gravados em CD/DVD/pen drive. O material que exceder o disposto neste item não será encaminhado à avaliação da comissão.

 

Obs.: Não será aceito nenhum material impresso.

 

As inscrições poderão ser efetuadas até as 19h do dia 15 de julho de 2016 e deverão ser entregues à Equipe de Eventos da Câmara Municipal de São Paulo, no Viaduto Jacareí, 100 – 3º andar, sala 321, Bela Vista – São Paulo – CEP 01319-900. NÃO HAVERÁ PRORROGAÇÃO.

 

Serão aceitas inscrições por Correio, com aviso de recebimento para o endereço acima, até o último dia de prazo, mediante correspondência registrada.

 

 

 

 

Base de Alckmin na Assembleia trava investigações sobre a máfia da merenda

 

Mais uma vez a bancada de apoio ao governador Geraldo Alckmin (PSDB) impediu o prosseguimento das investigações da máfia da merenda na Assembleia Legislativa. Depois de três reuniões sem quórum, a Comissão de Educação e Cultura previa, nesta terça-feira (19), analisar os 16 requerimentos convocando os envolvidos na máfia, porém, o deputado estadual e líder do PSDB, Carlão Pignatari, pediu novo prazo para analisar todos os pedidos. Com isso, postergou por mais algumas semanas a discussão.

 

Além de evitar na Assembleia a apuração dos supostos desvios de verba nos contratos da merenda escolar, deputados governistas ainda foram agressivos com estudantes que acompanhavam a sessão. Alguns parlamentares chegaram a pedir que os jovens "calassem a boca".

 

Desde fevereiro, muitos deputados acusam que integrantes da Comissão de Educação ligados a Alckmin têm feito "manobras" para evitar que o tema seja discutido no plenário. "Os deputados governistas na Assembleia fazem de tudo para evitar a apuração. Desde o começo do ano estamos buscando cumprir o nosso papel de deputado e realizar a investigação", disse a deputada e integrante da Comissão de Educação, Marcia Lia.

 

Entre os 16 requerimentos, que ainda não foram discutidos pela Comissão, estão a convocação do secretário de Educação, José Renato Nalini; do ex-chefe de gabinete da Secretaria Estadual de Educação, Fernando Padula, além do acesso à documentos que envolvam a parceria entre o governo do Estado e a empresa responsável pela merenda escolar, a Coaf (Cooperativa Orgânica da Agrícola Familiar).

 

CPI

 

Além da tentativa de apurar a máfia da merenda na Comissão de Educação, os deputados de oposição, até agora não conseguiram as 32 assinaturas necessárias para instaurar a CPI da Merenda da Assembleia Legislativa.

 

Até o momento, 23 deputados assinaram o pedido de abertura da investigação.

 

Entenda a máfia

 

A Polícia Federal e o Ministério Público investigam o esquema de superfaturamento e pagamento de propina em contratos de fornecimento de merenda escolar no governo de Alckmin.

 

Uma das investigações é o possível desvio de 10% a 25% do valor das contratações. A Coaf, responsável por parte dos alimentos fornecidos às escolas, supostamente repassava valores a deputados federais, estaduais e funcionários do governo Alckmin.

 

A Justiça já determinou a quebra de sigilo bancário e fiscal do presidente da Assembleia Legislativa, o deputado Fernando Capez (PSDB), e de dois ex-assessores do governo de Geraldo Alckmin. "Está ficando insustentável para o presidente da Assembleia. O PSDB tenta em todas as frentes impedir a investigação. Nós vamos buscar em todos os meios possíveis a apuração do caso", avaliou o deputado Teonilio Barba.