Josué Guimarães visita o Mosfilm: o cinema da URSS na década de 50

Cena de "A Queda de Berlim", produzido pelo Mosfilm

 

Josué Guimarães é hoje um autor decisivo na história da literatura brasileira.

 

Surpreendentemente, sua obra ficcional, iniciada com o livro de contos “Os Ladrões” (1970), foi toda criada após o golpe de 1964, quando Josué enfrentou uma odiosa perseguição – durante um tempo, viveu na clandestinidade, até ser preso em 1969, em Santos; posteriormente, recorreu ao uso de pseudônimos para conseguir publicar alguma coisa na imprensa.

 

Em período de menos de 20 anos (ele faleceu em 1986), o escritor gaúcho escreveria “Depois do último trem”, “É tarde para saber”, “Os tambores silenciosos” – talvez a sua obra mais conhecida – “Dona Anja”, “Enquanto a noite não chega”, “Camilo Mortágua”, “Amor de Perdição”, os dois primeiros volumes de “A Ferro e Fogo” (ele não teve tempo para terminar o terceiro e último volume), uma série de livros para crianças (“A casa das quatro luas”, “Era uma vez um reino encantado”, “A onça que perdeu as pintas”, “Meu primeiro dragão”, “História do agricultor que fazia milagres”, “O avião que não sabia voar”, “A última bruxa”), mais dois livros de contos (“O cavalo cego” e “O gato no escuro”) e uma peça de teatro (“Um corpo estranho entre nós dois”).

 

 

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Antes de 1964, Josué foi, sobretudo, jornalista (desde 1939, quando mudou para o Rio de Janeiro) e político (em 1951, foi o vereador mais votado, pelo PTB, em Porto Alegre, e vice-presidente da Câmara; depois, foi chefe de gabinete de João Goulart na Secretaria de Justiça do Rio Grande do Sul, e, no governo Jango, de 1961 a 1964, foi diretor da Agência Nacional).

 

Pois foi este homem que, em 1952, realizou uma viagem à União Soviética e à China Popular. Desta viagem resultou o livro “As Muralhas de Jericó”, que jamais foi publicado em vida do autor.

 

Espantosamente, é seu primeiro livro, e já mostra todas as qualidades de estilo que se revelariam 18 anos depois, quando iniciou sua série de contos, romances e novelas.

 

O título é uma espécie de trocadilho ideológico: Josué, o personagem bíblico, sucessor de Moisés, fez ruir, ao som de trombetas, as muralhas da cidade de Jericó; já o moderno nacionalista Josué Guimarães pretendia, com seu livro, fazer ruir – nem que fosse um pouquinho – a cortina de ferro de desinformação, que o imperialismo levantara em torno da URSS e da China.

 

Não sei até que ponto é confiável a história, contada pela prefaciante da edição publicada pela L&PM, de que teria sido Getúlio Vargas, então presidente da República, quem aconselhou Josué Guimarães, em jantar no Palácio do Catete, a não publicar seu livro de viagem “para não perturbar a ordem estabelecida no país”.

 

Não parece o estilo de Getúlio, em geral muito cioso no respeito ao espaço alheio, e cuja atividade consistia, precisamente, em mudar “a ordem estabelecida no país” – o que fez até ao extremo do próprio sacrifício.

 

A prefaciante atribui essa suposta informação a familiares de Josué Guimarães.

 

Pode ser, mas, tanto esse prefácio, quando as notas acrescentadas ao livro pela mesma prefaciante, não inspiram muita confiança. De forma geral, ela demonstra todos os preconceitos anticomunistas que Josué Guimarães jamais demonstrou – e que, no texto, faz um tremendo esforço para combater, esperando que seus leitores os superem, e apontando o bloqueio da imprensa ocidental pelo imperialismo como responsável pelas deformações em relação à URSS e à China daquela época.

 

Em relação a esse problema da edição, ficaremos por aqui, acrescentando apenas que algumas notas revelam uma deplorável ignorância (por exemplo, não é verdade que a URSS tenha adotado uma “política de isolamento”, que Churchill descreveu com o termo “cortina de ferro” – pelo contrário, Churchill estava atribuindo aos soviéticos o resultado da política imperialista de bloqueio à URSS; e também não é verdade que a Komintern – a Terceira Internacional – tivesse por objetivo “estabelecer a sujeição total dos partidos comunistas de cada país”; se fosse assim, jamais haveria revolução na China).

 

Mas nada disso prejudica – ou nem isso é capaz de prejudicar – o valor literário e histórico de “As Muralhas de Jericó”.

 

Nesta página, o leitor poderá ler uma pequena amostra. É o relato que Josué faz de sua visita ao Mosfilm, um dos maiores estúdios russos da época (e, aliás, até hoje, como se pode constatar pelas duas Mostras Mosfilm de Cinema, realizadas no Brasil, em 2014 e 2015).

 

C.L.

 

 

JOSUÉ GUIMARÃES*

 

Estamos na sala de projeções do único cinema em três dimensões de Moscou. É um cinema, como eles próprios dizem, em período experimental. O povo assiste aos filmes coloridos, depois, se quiser, poderá mandar as suas observações para os estúdios produtores.

 

É uma sala pequena, talvez para trezentos espectadores. O prédio é velho e adaptado, as cadeiras são numeradas como, aliás, em qualquer outro cinema da União Soviética. Não há perigo de superlotação e ninguém pode entrar após a projeção da película. A frase que mais se lê em qualquer lugar de Moscou é o clássico É PROIBIDO FUMAR, os cinemas não são exceção da regra, antes pelo contrário, não se pode fumar na sala de projeção nem sequer no saguão de entrada. Fumar mesmo só na rua, se o vício for maior que o medo ao frio.

 

A tela é de vidro e pequena, de acordo com o tamanho da sala, e apresenta raiaduras em diagonal, entre vidro fosco e brilhante. Receberíamos óculos de papelão, com papel celofane verde e encarnado? Não. Eles eliminaram o invento norte-americano dos óculos, por impraticável, criando um outro sistema que, se não estou enganado, se resume no uso de telas de vidro superpostas e dupla, ou tripla, projeção.

 

Há um ponto ideal para que nossos olhos encontrem a terceira dimensão, e se faz necessário manter a cabeça em determinada posição. E o que se vê assim é simplesmente assombroso. A tela se transforma, de repente, numa grande janela aberta. As cenas se desenrolam como se nós, os espectadores, estivéssemos debruçados num janelão, enxergando a profundidade de maneira impressionante. Bastará, entretanto, tirar a cabeça daquele ponto ideal para a imagem se tornar menos luminosa e sem profundidade. Esse é o defeito que está mobilizando os técnicos soviéticos de cinema, desejosos todos de encontrar uma solução que alivie o público da imobilidade completa a que está obrigado atualmente. Imobilidade extremamente cansativa.

 

Mas não resta dúvida que o passo dado pela técnica soviética, proporcionando a terceira dimensão, em cores, em sala comum de projeção, é dos mais avançados na história do cinema. Os objetos tomam volume e a perspectiva é real. As árvores, realmente, balouçam seus galhos, independente de qualquer outra cena de fundo que adquire o seu plano definido na paisagem. E quando alguma coisa avança em direção da máquina, da objetiva, essa alguma coisa se projeta fora da tela como se penetrasse na própria sala onde estamos. A isso tudo, devo acrescentar o perfeito colorido dos filmes soviéticos atuais, considerados como os de maior perfeição em todo o mundo, sem os exageros de cores que estamos acostumados a ver nos filmes tecnicolor, onde em geral o céu é azul carregado, os cavalos são vermelhos e as pessoas são bonecos cor-de-rosa, de cabelos azuis.

 

Afirmam os que se dizem entendedores de fotografias e de cores que o processo usado na Rússia é Agfa, levado da Alemanha, mas de uma coisa não podemos escapar: é reconhecer que o colorido dos filmes soviéticos é incomparavelmente superior a qualquer similar alemão, mesmo em se tratando de cores no ramo da fotografia. Há, nos dias atuais, no colorido do cinema russo, uma delicadeza maravilhosa de tons. Nuances onde mal sentimos a cor, e muitas vezes as suas paisagens apresentam céus de matizes diversos, desde o alaranjado discreto do crepúsculo ao céu azul-claro dos dias ensolarados. As pessoas em cena têm pele natural e são mais vivas, no entanto, do que quaisquer outras que tenhamos visto anteriormente. Uma prova está num dos poucos filmes coloridos da União Soviética que foi liberado para as plateias brasileiras: Flor de Pedra. Busquemos, pois, nas críticas dos nossos entendidos em cinema, a opinião sobre a técnica da cor dos estúdios de Moscou.

 

Stalin tem uma frase que foi reproduzida na entrada de um dos maiores estúdios da União Soviética, o Mosfilm: “O cinema, nas mãos do poder soviético, representa uma valiosíssima e inapreciável força”. Lenin tinha ido mais longe ao desejar prestigiar a cinematografia na Rússia, afirmando: “De todas as artes, a mais importante para nós é o cinema”.

 

Seria avançar muito querer afirmar que essa ou aquela manifestação de arte tenha recebido do governo da União Soviética especial proteção, ou merecido maior atenção. Todos nós sabemos que o balé corre pelo sangue dos russos e a dança faz parte de sua vida, quase dos seus hábitos. Hoje em dia o teatro é uma potência e o autor mais representado continua sendo Shakespeare, o que nos dá bem uma ideia do nível cultural das plateias.

 

Assim, a despeito das frases de Lenin e dos reforços recebidos da parte de Stalin, não nos aventuramos a afirmar que o cinema tenha merecido atenção especial, quanto mais proteção, mas simplesmente dizer que a sétima arte, tão abandonada no Brasil, é hoje tida na Rússia não só como uma grande e poderosa indústria, capaz de canalizar rios de dinheiro para o povo soviético, como, e principalmente, um meio de levar beleza e bom gosto às multidões.

 

Não vemos um produtor de filmes na União Soviética lançando estórias de bandidos e mocinhos, de amores triangulares, de crimes, de enredos policiais. Não há o interesse de fazer o filme sensação, o grande golpe de bilheteria. Que foi Flor de Pedra – para citar apenas o mais conhecido – se não uma apoteose de arte, de cores, de bom gosto, enfim?

 

Mas passemos para a Mosfilm, um dos maiores estúdios de Moscou, situado, praticamente num arrabalde da Capital da Rússia dos nossos dias. Ele faz parte do grupo de cinco grandes estúdios soviéticos que estão dentro dos limites da cidade de Moscou e o valor dos seus estúdios atinge a casa dos cem milhões de rublos. Não há, é natural, magnatas do cinema, e tampouco veremos agentes de publicidade criando estórias de amores e de divórcios entre os principais artistas. O povo todo sabe que as artistas são casadas, em sua grande maioria, e têm filhos e são humanas como qualquer mocinha espectadora. Mesmo porque nem as próprias revistas de cinema — de kino — perdem tempo com futilidade e sensacionalismo. Os redatores especializados entram fundo na crítica do valor da obra apresentada, analisando os seus defeitos e salientando as suas vantagens como obra de arte. Desaparecendo a finalidade comercial como base da produção, os filmes e os produtores se libertam de uma série de injunções materiais, dando largas à imaginação e ao bom gosto.

 

A Mosfilm produz somente películas coloridas, não se dedicando a trabalhos em preto e branco. Atualmente realiza de doze a quinze filmes de longa metragem. Em geral, uma película requer quatro meses de trabalho. As despesas com cada obra variam de três a nove milhões de rublos. Os filmes mais conhecidos já produzidos pela Mosfilm são: A Queda de Berlim, Ivan, o Terrível, Flor de Pedra, A Batalha de Stalingrado, Lenin em Outubro, Cossacos de Kuban, Encontro sobre o Elba, Contos da Terra Siberiana, Homens Valentes e Véspera de Natal, de Gogol, que está sendo produzido em terceira dimensão.

 

Assistimos em Moscou, em dois dias consecutivos, A Queda de Berlim, considerada a melhor produção soviética, tendo custado a importância de nove milhões de rublos. Ora, valendo o rublo cinco cruzeiros, é fácil avaliar o custo dessa obra monumental que procura retratar – e o conseguiu brilhantemente – a odisseia dos soldados e do povo soviético na luta contra o nazismo. A estória se resume na vida de um jovem e modesto operário russo que obtém o “Prêmio Stalin” batendo todos os recordes de produção individual numa grande usina de aço. Por esse motivo é levado à presença do chefe do governo e participa de um almoço na companhia dos maiores homens da União Soviética. Nesse meio tempo, os alemães invadem a Rússia e dominam as cidades do oeste. O operário ingressa nas forças armadas e consegue um dia chegar até Berlim, quando participa da implantação da bandeira vermelha no alto do Reichstag. O filme reconstitui a conferência de Yalta entre Churchill, Roosevelt e Stalin e retrata os últimos dias de Hitler e Eva Braun nos subterrâneos anti-aéreos, atendo-se, na medida do possível, à verdade histórica, de acordo com documentos encontrados. É uma película forte e impressionante, e as cenas de batalha – quase todas reconstituídas – são de uma autenticidade admirável.

 

O sistema de salários na indústria de filmes na União Soviética também difere muito do que conhecemos. Um diretor, por exemplo, recebe de cinco a seis mil rublos mensais e, ao finalizar a sua obra, tem o direito a uma espécie de gratificação de setenta e cinco mil rublos. Os principais artistas recebem setenta e cinco por cento do salário do diretor – isto é – de três mil e quinhentos a quatro mil e quinhentos rublos mensais, e ainda a mesma percentagem sobre a gratificação final de setenta e cinco mil rublos, que vem a ser quarenta e cinco mil cruzeiros. Uma organização distribuidora financia os trabalhos prevendo todas as despesas, salários e gratificações e, após, lança o filme no mercado nacional, arrecadando as receitas e prestando contas ao Estado.

 

Encontramos o diretor Gregorie Alexandrov às voltas com cenas do seu novo filme Glória ao Povo, cuja artista principal é Vinogradova. Tem como operador o célebre Tissé, autor dos melhores trabalhos de câmera na União Soviética. O filme gira em torno da vida do grande compositor russo Glinka, transcorrendo a maioria das cenas na Itália, onde aquele músico obteve os seus maiores sucessos.

 

Alexandre Prushko – o hoje célebre diretor de Flor de Pedra – nos recebe com um grande sorriso e paralisa a filmagem de seu novo trabalho Sadko. Interessa-se em saber do êxito e da crítica de seu filme no Brasil e agradece os elogios que fazemos à sua obra, onde o colorido atinge toda a sua grandeza. E sobre Sadko – uma antiga lenda russa que já serviu de motivo para uma ópera – diz Alexandre Prushko:

 

– Considero este meu trabalho superior à Flor de Pedra, pois hoje disponho de maiores recursos técnicos.

 

Horas depois assistimos a quatro partes de Sadko, já concluídas e com som, e não tínhamos dúvidas da afirmativa de Prushko: o trabalho será superior a Flor de Pedra. Stolizrov, o principal ator, também trabalhou naquele filme anterior de Prushko, e é considerado hoje um dos maiores e mais queridos atores da União Soviética.

 

Outro diretor não menos famoso nos é apresentado na Mosfilm: Abraão Room. Ele dirigiu os filmes A Baía da Morte, Tribunal de Honra, O Fantasma que Não Volta, e agora dirige, de Sheridan, Escola de Intrigas, em que atuam todos os grandes atores do famoso Teatro de Arte da Rússia.

 

Quando esses filmes serão exibidos no Brasil? Não sabemos. Eles não contêm propaganda comunista, não defendem qualquer ideologia. São, na sua grande maioria, obras-de-arte. Enquanto isso, os nossos cinemas repetem velhas películas americanas, na falta de obras novas, e o nosso público bate palmas para sensacionais estórias de gangsters onde sempre o passivo de mortes é assustador.

 

Fonte: Hora do Povo

 

E. E. Rui Bloem: “sem grêmio a escola não muda”

 

Na tarde de ontem o presidente da UMES, Marcos Kauê, acompanhou a posse do grêmio da Escola Estadual Rui Bloem, próximo ao metrô Santa Cruz. Durante a atividade, que contou com a participação de centenas de alunos da escola, bem como de professores e direção, Kauê ressaltou a importância da organização e fortalecimento do grêmio para garantir e assegurar a educação pública.

 

“Há uma grande luta na sociedade, que por um lado exige educação pública de qualidade, com escolas estruturadas e com condições básicas para formar os jovens nos dias de hoje, enquanto por outro lado os governos cortam da educação, numa tentativa de sucatear ainda mais nossa a escola pública”, afirmou Kauê ao tratar da importância das eleições do grêmio à imprensa da UMES. Para ele o roubo da merenda, que implica cada dia mais diversos quadros da administração tucana em São Paulo, é mais uma prova do total descompromisso com a educação e com a juventude.

 

 

Já Carolina Martins de Oliveira (17), eleita presidente do grêmio e estudante do 3° ano do ensino médio, na turma F, as eleições foram muito importantes para a escola. “Antes não havia grêmio e sem grêmio a escola não muda”, comentou ao ressaltar projetos para melhorar as condições dos banheiros, bem como atividades culturais ligadas a apresentações de capoeira e realização de festas.

 

 

Ao discutir com Kauê sobre o papel do grêmio nas mobilizações contra o roubo da merenda Carolina disse que vai mobilizar e organizar os estudantes, promovendo debates e participando de protestos e atividades sobre o tema. “Vamos interagir com os estudantes e levar esse debate para a escola”, afirmou lembrando que a integração com os demais grêmios e escolas é muito importante, assim como o fortalecimento da relação entre o grêmio e a UMES.

 

Estudantes convocam manifestação contra o roubo da merenda no Largo do Socorro

 

Grêmios de diversas escolas da zona sul realizarão amanhã a segunda manifestação da região contra o roubo da merenda e o fechamento de salas de aula pela gestão do governo do Estado de São Paulo. Se sua escola ainda não se mobilizou, entre em contato conosco ou nos encontre às 8 horas da manhã no Largo do Socorro

 

A UMES convocou para amanhã (15) a segunda manifestação da região sul contra o escândalo da merenda e o fechamento de salas de aula perpetrado pela gestão Alckmin contra a escola pública. Sob a palavra de ordem "cadê minha merenda?" os estudantes da região vão sacudir a zona sul e exigir explicações para o governo. “Queremos saber onde está a nossa merenda! Por que aqui na zona sul muitos estudantes contam com a alimentação escolar e não vamos aceitar que pilantra nenhum roube a merenda dos estudantes”, afirmou o vice-presidente da UMES, Tiago Cesar, ao convocar a mobilização.

 

A manifestação foi organizada pelos grêmios das escolas Maestro Callia, Beatriz Lopes, Prof. Dr. Laerte Ramos de Carvalho e José Vieira de Morais, na Cidade Dutra, em conjunto com a Nair Olegário Cajueiro, Prof. Eulália Silva, Eugenio Mariz de Oliveira Netto e José Lins do Rego, no Jardim Ângela. “Estamos convocando todos os estudantes da região sul para essa manifestação contra o roubo da merenda e o fechamento de nossas salas de aula aqui no Estado de São Paulo. Realizamos panfletagens em diversas escolas e muitos grêmios estão envolvidos mobilizando os estudantes de suas escolas e a comunidade”, comentou Tiago.

 

A manifestação terá início às 7 horas da manhã e partirá em marcha para o Largo do Socorro, onde devem se encontrar por volta das 8 horas para realizar um ato conjunto.

 

 

Na última sexta (8) a região sul havia realizado sua primeira manifestação contra o roubo da merenda no governo de São Paulo, quando centenas de estudantes das escolas Maestro Callia e Beatriz Lopes ocuparam as ruas da Cidade Dutra. Portando dezenas de cartazes e com uma faixa anunciando a “revolução estudantil”, os estudantes marcharam cantando palavras de ordem como “a escola ele fechou, a merenda ele roubou. Geraldo é só caô.” ou “suco de laranja com bolacha de água e sal. Roubaram a merenda da escola estadual”.

 

Para a estudante Mariana Garcia, que organizou a mobilização pela Escola Estadual Maestro Callia, “essa é uma luta pelos direitos dos estudantes e dos professores. Estamos na rua para denunciar a máfia da merenda e o fechamento das mais de 1500 salas”. A estudante explicou que a manifestação foi organizada de última hora e mesmo assim reuniu centenas de estudantes. “Por mais que o governo de São Paulo tenha uma politica de educação precária mostramos que temos força para enfrentar o sistema”. Para Laura Regina, que também organizou a manifestação pela escola Maestro Callia, “é de suma importância que os estudantes organizem estes tipos de manifestação. Foi uma movimentação bem grande na escola e conseguimos denunciar o roubo da merenda”.

 

 

Letícia Guedes, uma das organizadoras pela escola Beatriz Lopes, afirmou que “embora muitos alunos ficaram preocupados com possíveis faltas ou notas baixas devido a ausência, eles saíram pra rua durante a aula pra denunciar o escândalo da merenda e o abandono da escola pública”.

 

Tiago complementou que é muito importante organizar os grêmios. “Pessoas ligadas ao governo Alckmin roubaram nossa merenda. E junto dessas notícias só vemos cortes e mais cortes na educação. É por isso que precisamos nos organizar cada vez mais nas escolas para mobilizar os estudantes e denunciar mais esse crime que é o roubo da merenda”.

 

Luan Oliveira no megafone durante panfletagem em sua escola

 

Já Luan Oliveira, presidente do Grêmio da escola Nair Olegário Cajueiro, disse que participar da organização dessa manifestação foi uma experiência muito importante e diferente. “Os estudantes sabem pouco sobre o roubo da merenda”, alertou a liderança dizendo que embora falte preparo dos estudantes para resolver a crise, com o apoio da militância organizada, a exemplo da UMES, mobilizar os estudantes fica mais fácil. “É preciso mudar essa educação burocratizada que existe hoje”, disse o estudante queixando-se que a escola precisa preparar os estudantes para a vida.

 

Por fim Tiago lembrou que “o Jardim Ângela é uma região completamente esquecido pelo governo. É um bairro carente que realmente precisa da merenda e o roubo da comida dos estudantes vem no sentido de sucatear ainda mais a educação. É um crime, uma violência contra a juventude. Por isso amanhã vamos estar mais fortes, mais organizados aqui na zona sul para denunciar esse crime”.

 

Revalide sua Carteira da UMES/Bilhete Único do Estudante e pegue já o selo 2016 para garantir sua meia entrada

 

Após revalidar sua Carteira da UMES/Bilhete Único do Estudante, para utilizar a meia entrada basta se dirigir a uma  sede da UMES e retirar o Selo 2016

 

O Selo 2016 é distribuído pela UMES a todos os estudantes, usuários do passe estudantil, que revalidaram a Carteira da UMES/Bilhete Único do Estudante. Para retirar o selo basta ter pago a Acquistare Cialis (Tadalafil) a Prezzo Basso! através do boleto da SPTrans e se dirigir a uma sede da UMES onde o selo será colado no verso de sua carteira estudantil.

 

 

Para retirar o boleto basta acessar o site da UMES e seguir as orientações para renovar sua Carteira da UMES/Bilhete Único do Estudante.

 

 

Caso sua modalidade seja apenas a meia entrada, no caso de estudantes que não utilizam o passe estudantil, basta solicitar em nosso site a Carteira da UMES 2016 para ter acesso ao seu benefício.

 

Professores estaduais de São Paulo rejeitam aumento zero e preparam mobilização

 

Os professores da rede pública estadual de São Paulo decidiram entrar em estado de greve na última sexta-feira (8), após assembleia realizada no centro da capital paulista.

 

Segundo o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), participaram da assembleia cerca de 5 mil docentes de pelo menos 18 municípios.

 

A categoria denunciou a tentativa do governado Alckmin de dar zero de reajuste para os docentes este ano, que reivindicam reajuste salarial de 16,6%, referente à reposição da inflação desde junho de 2014.

 

Este ano, segundo o secretário de Educação, José Renato Nalini, os professores receberão apenas a bonificação por desempenho, que será dada aos docentes que lecionam em escolas que atingirem “metas positivas” no Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo (Idesp). A proposta é duramente criticada pela categoria, que, além do bônus, exige a reposição salarial.

 

Fonte: Hora do Povo

 

Investigado por fraude na merenda escolar queria implantar mesmo esquema em Brasília

 

Mensagens por WhatsApp capturadas pela Operação Alba Branca revelam que organização que fraudava licitações com venda superfaturada de suco de laranja planejava expandir negócios para a capital do País.

 

Mensagens por WhatsApp resgatadas pela Operação Alba Branca revelam que a organização que se infiltrou em pelo menos 22 prefeituras do interior de São Paulo para fraudar licitações da merenda escolar planejava expandir suas atividades e negócios para Brasília.

 

A Operação Alba Branca foi deflagrada em janeiro de 2016 e aponta para o presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, deputado Fernando Capez (PSDB). O tucano teria sido beneficiário de propinas para financiamento de sua campanha em 2014. Capez nega com veemência ligação com o grupo que fraudava licitações da merenda.

 

Alba Branca pegou uma organização que usava uma cooperativa, a Coaf, sediada em Bebedouro, no interior de São Paulo, para negociar suco de laranja com administrações municipais. O grupo mirava também em contratos da Secretaria da Educação do governo Alckmin (PSDB).

 

Uma mensagem capturada pelos investigadores foi enviada por Marquinhos Polícia para Cássio Chebabi, apontado como operador do esquema de compra superfaturada de suco de laranja e outros produtos de famílias agrícolas.

 

"Agora vamos encher Brasília de suco", escreveu Marquinhos Polícia pelo WhatsApp, no dia 7 de outubro de 2014, às 22h41. “Kk, você vai ser a rainha do suco’, emendou na mensagem a Chebabi.  “Vamos, uhuuuuu”, empolga-se.

 

O produto supostamente adquirido de famílias ligadas à cooperativa era vendido a preços superfaturados em um esquema de fraudes a licitações nas prefeituras.

 

Cássio Chebabi presidiu a cooperativa Coaf. Ele transitava com desenvoltura no Palácio Nove de Julho, sede da Assembleia Legislativa, frequentando gabinetes de diversos parlamentares, inclusive do PT e do PSDB.  Os investigadores da Alba Branca querem saber qual o papel de Marquinhos Polícia no grupo.

 

Fonte: Fausto Macedo e Julia Affonso do O Estado de S. Paulo

 

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PM de Alckmin reprime ato contra o roubo da merenda

 

Estudantes protestaram contra a Máfia da Merenda e a falta de comida nas escolas estaduais paulistas. Foram reprimidos com bombas e balas de borracha

 

Um grupo de estudantes que realizava uma manifestação no centro de São Paulo na tarde desta quarta-feira, dia 6, pedindo a formação de uma CPI para investigar a máfia da merenda, foi reprimido pela Polícia Militar, que fez uso de bombas de gás lacrimogêneo contra os estudantes.

 

Os manifestantes iniciaram a manifestação na praça da República, em frente ao prédio da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, e chegaram a bloquear um trecho da Avenida Ipiranga, depois continuaram pela Avenida São João até a Avenida Rio Branco. Os estudantes afirmam que a manifestação foi pacífica e que no momento mais cheio, havia cerca de cem pessoas no protesto.

 

Na Avenida Rio Branco, a tropa de choque da Polícia Militar encurralou os estudantes com uma barreira, e para interromper o curso da manifestação, arremessaram bombas de gás lacrimogêneo. Ainda segundo os alunos, uma menina desmaiou na confusão e algumas pessoas que participavam do ato ficaram feridas pelos estilhaços das bombas, além de alguns jovens que foram detidos e levados pelos policiais. Após o tumulto, os estudantes se separaram em pequenos grupos, para que não fossem seguidos pela PM, e se reencontraram na Avenida Paulista. O ato chegou a ocupar algumas vias antes que se encerasse na frente do Museu de Arte de São Paulo (MASP).

 

 

Os estudantes, inconformados com a forma que a educação pública vem sendo agredida na gestão do governador tucano, foram às ruas para pedir a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar as fraudes de licitações no fornecimento de merenda escolar para as crianças das escolas da rede estadual de 22 cidades do estado.

 

Além de pedir a abertura da CPI, os alunos também protestavam contra a proposta do governador Alckmin, de determinar como será feita a eleição dos grêmios estudantis.

 

Alunos e professores de diversas escolas no estado estão reclamando que diariamente falta comida para os estudantes. Na maioria das vezes, eles entregam bolachas de água e sal com um copo de suco e farelos de bolo, ao invés de arroz, feijão, carne e salada, que é a composição de uma refeição essencial para a nutrição e alimentação dos alunos.

 

 

Sendo assim, um adolescente de 13 anos que demanda aproximadamente 2300 calorias por dia, consome apenas 96 calorias que têm em média três bolachas de água e sal, mais 22 calorias de um copo de 200 ml de suco artificial. Isso corresponde a 5% das necessidades diárias de um jovem, ou seja, bem abaixo do recomendado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

 

Para a nutricionista Camila Leonel Mendes de Abreu, especialista em Adolescência pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), além de não entregar a quantidade mínima de nutrientes recomendada, aqueles que são fornecidos são de baixa qualidade, ou seja, ricos em açúcar.

 

 

O presidente da União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo (UMES), Marcos Kauê Ferreira, manifesta o descaso do governo com a educação. “Há mais de 20 anos este governo sempre encontra um jeito de renovar a forma de arrancar dinheiro da educação de São Paulo. Esse ano, a gente voltou as aulas e encontramos nossas escolas em uma situação que falta merenda no ambiente escolar. O governo estadual tem coragem de roubar a merenda dos próprios alunos. Ele negligencia tudo que é importante para a educação, inclusive a merenda. Isso é mais uma ação, de quem não investe em educação”. Segundo Kauê, “o governo odeia o diálogo. Ao invés de conversar para saber a opinião dos estudantes, o governo prefere a repressão, batendo, machucando, deixando de conscientizar todos que vivem essa realidade”.

 

OPERAÇÃO ALBA

 

Na semana passada, sete pessoas que foram presas na 2ª fase da Operação Alba, que investiga a máfia da merenda, foram ouvidas pela força-tarefa da Polícia Civil e Ministério Público. De acordo com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Ribeirão Preto, as fraudes nas contratações, feitas entre 2013 e 2015, já somam R$ 7 milhões. Um dos presos, o lobista Marcel Julio, filho do ex-deputado Leonel Julio, que presidiu a Assembleia Legislativa de São Paulo e foi cassado em 1976, para se livrar da prisão, fechou acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral de Justiça.

 

Numa conversa inicial, antes de selar as bases da colaboração, em reunião preliminar com procuradores do Ministério Público de São Paulo, Marcel apontou para o deputado Fernando Capez (PSDB), também para um assessor e um ex-assessor do tucano e detalhou um contrato da Secretaria da Educação do governo Alckmin em que teria ocorrido pagamento de propina. O lobista citou o valor de R$ 490 mil que teria sido repartido com aliados de Capez.

 

O tucano Fernando Capez, e o ex-chefe de gabinete da Casa Civil, na gestão do governo Alckmin, Luiz Roberto dos Santos, conhecido como ‘Moita’, estão entre sendo investigados pela Polícia Civil e pelo Ministério Público Estadual de São Paulo.

 

Fonte: Ernesto Andrade da Hora do Povo (Fotos: Rovena Rosa/Agência Brasil)

 

103 escolas da rede municipal de SP estão sem merenda

 

Alunos de escolas municipais de São Paulo foram liberados mais cedo das aulas ou tiveram apenas bolachas e suco como merenda na quarta-feira, 6. A empresa que fornecia alimentação para 103 unidades da região do Tremembé e Jaçanã, na zona norte da capital, rompeu o contrato com a Prefeitura na última semana, mas os pais e alunos só foram avisados na terça-feira (5).

 

Na Escola Maria Isabel Pacheco, na Vila Sabrina, os pais só ficaram sabendo que não haveria merenda quando foram deixar os filhos na aula. Um funcionário comunicou os pais quando foi abrir o portão e disse que, em vez de almoço e jantar, só haveria merenda seca, ou seja, bolachas e sucos.

 

Também foram informados que as crianças não levariam falta caso os pais preferissem que não ficassem na escola. Segundo o funcionário, que pediu para não ser identificado, a escola comprou a merenda seca com o dinheiro da Associação de Pais e Mestres da unidade.

 

Tatiane Servilha, de 27 anos, não quis deixar a filha Jasmine, de 5, na escola sem alimentação. "Ela almoçou agora ao meio-dia, não dá para ficar até as 18 horas só com algumas bolachinhas. Se tivessem avisado antes, eu poderia pelo menos ter mandado uma lancheira."

 

O almoxarife José Barbosa de Farias, de 46 anos, disse ter ficado com o "coração apertado" por deixar a filha de 4 anos na escola mesmo sem a merenda. "A gente sabe que é importante ela ficar na escola, mas dessa forma é muito preocupante. Vou até vir buscá-la mais cedo."

 

Na Escola José Joaquim da Silva, que tem aulas em período integral, os funcionários também usaram o dinheiro da associação de pais e eles mesmos cozinharam o almoço para os alunos. "Como vamos deixar as crianças só com bolacha e suco das 8 às 16 horas? Fizemos um macarrão com salsicha para eles", contou uma funcionária, que também pediu para não ser identificada.

 

Contrato

 

De acordo com a Prefeitura, a empresa Prol Alimentação comunicou na sexta-feira passada que iria romper o contrato. "Sem apresentar as certidões de quitação de impostos, a empresa ficou impossibilitada de receber as faturas emitidas contra a Secretaria Municipal de Educação", disse em nota o Município. A reportagem não localizou nenhum representante da empresa para comentar.

 

A Prefeitura informou ainda que a empresa será multada em 20% do valor do contrato pelo descumprimento de suas obrigações contratuais. Também informou que o abastecimento de merenda nessas unidades será normalizado apenas na próxima segunda-feira, quando passa a valer a contratação emergencial de uma nova empresa para fornecer gêneros alimentícios para as 103 escolas da região.

 

A administração disse que nesta quinta e sexta-feira as aulas acontecerão normalmente nessas unidades, sem informar como e se será feito o fornecimento de merenda para os alunos dos colégios afetados.

 

A reportagem questionou qual era a orientação para as unidades para que conseguissem fornecer merenda, mas a Prefeitura não respondeu.

 

Na Escola Célia Regina Consolin, no Parque Novo Mundo, as aulas foram suspensas ontem de manhã por tempo indeterminado. Na Maria Isabel Pacheco, os pais também foram informados que a falta de merenda seguiria até amanhã e que, portanto, os alunos não receberiam falta caso não comparecessem às aulas.

 

"A gente tem de trabalhar, mas não dá para deixar as crianças na escola sem saber se vão ter o que comer. Vou faltar no trabalho hoje porque ele comeu muito pouco no almoço, mas amanhã vou dar um lanche reforçado para ele ficar", contou Camila Silva, mãe de um aluno de 5 anos.

 

Fonte: UOL Educação

 

Professores rechaçam proposta de Alckmin de trocar bônus por reajuste

 

'Não vamos aceitar isso. O bônus não é para todos. Os professores não podem ficar mais um ano sem reajuste salarial', defendeu a presidenta da Apeoesp.

 

A presidenta do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), Maria Izabel Azevedo Noronha, a Bebel, afirmou hoje (1º) que a categoria não vai aceitar mais um ano sem reajuste, mesmo que o governo volte atrás e pague o bônus para os docentes, como anunciado pela Secretaria Estadual da Educação. “Não vamos aceitar isso. O bônus não é para todos. Os professores não podem ficar mais um ano sem reajuste salarial”, disse Bebel, lembrando que no ano passado os docentes também não tiveram reajuste.

 

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) pretendia usar o dinheiro do bônus para conceder um reajuste linear de 2,5% para toda a categoria do magistério paulista, medida que os professores também não aceitam. “Nós vamos para o enfrentamento. Não adianta dizer que não tem dinheiro, porque o governo concedeu renúncia fiscal de R$ 14 bilhões em 2014. E está mantendo essa ação, podendo chegar a R$ 60 bilhões. Nós não vamos pagar essa conta”, afirmou Bebel.

 

Segundo Bebel, a renúncia fiscal acaba por provocar redução na arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), o que impacta no Fundo para o Desenvolvimento do Ensino Básico (Fundeb), que financia a educação paulista.

 

A secretaria alega que realizou uma consulta pública em seu site nesta semana, que contou com a participação de 44 mil servidores do magistério.

 

Segundo a pasta, 93% disseram preferir obônus ao reajuste. No ano passado, R$ 1 bilhão foi concedido como bônus a 232 mil servidores da educação paulista. Neste ano, porém, o montante deve ser de R$ 450 mil.

 

“Mas esse valor não é repartido igualmente. Os cargos de alto escalão da secretaria e as diretorias de ensino ficam com 40% do valor, tendo muito menos trabalhadores que o corpo docente. Foi isso que ocorreu em 2015”, protestou Bebel.

 

Denunciando a limitação da consulta feita pela secretaria, que perguntava se os professores preferiam 2,5% de reajuste ou bônus, a Apeoesp realizará enquete própria, em seu portal na internet, questionando os professores se preferem receber o bônus ou um reajuste salarial que reponha a inflação desde julho de 2014.

 

Na próxima sexta-feira (8), os professores vão realizar assembleia na Avenida Paulista para definir os rumos da campanha salarial deste ano. Com a situação atual, Bebel não descarta uma paralisação. Em 2015, os docentes ficaram 93 dias em greve, a maior já registrada no país.

 

Fonte: APEOESP