Cadê a merenda? CPI já!

 

Na tarde de ontem a diretoria da UMES realizou uma ampla reunião com lideranças de grêmios de toda a cidade para organizar sua campanha em defesa da CPI da Merenda no Estado de São Paulo. “Vamos mobilizar os grêmios da cidade exigindo essa CPI. Faremos diversas atividades durante a semana e organizaremos reuniões semanais para avaliar nossa mobilização. Vamos garantir que essa CPI saia do papel porque é inadmissível o roubo da nossa merenda. É inadmissível que nossas escolas estejam sem comida para os estudantes”, afirmou Marcos Kauê, presidente da UMES, ao fazer um balanço da reunião.

 

Para Kauê “o governo de São Paulo vem sucateando cada vez mais a escola pública. Sucateou através da aprovação automática, através da superlotação das salas de aula, desvalorizando os salários dos professores. E agora sucateia nossa educação roubando nossa merenda. Na ETEC Getúlio Vargas [uma das escolas mais importantes do Estado de São Paulo], que tem 3.600 alunos, onde a maioria deles fazem o ensino médio integrado com o técnico, eles não tem direito a merenda, só recebem apenas um suco e bolacha”, denunciou.

 

Até agora já foram realizadas diversas manifestações pedindo a CPI da merenda, que começou a ganhar corpo na semana passada quando a UMES realizou um ato na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (ALESP), em conjunto com os professores organizados pela APEOESP, pedindo a CPI. A principio a atividade teria início com a audiência pública realizada na ALESP e posteriormente sairia em passeata até o Parque Trianon, porém como os deputados da base governista conseguiram cancelar a audiência, o ato foi realizado em frente ao prédio da assembleia. Estavam presentes centenas de manifestantes entre estudantes e professores que contaram com a participação do deputado estadual Carlos Giannazi (PSOL).

 

Na ocasião os estudantes realizaram um jogral anunciando a todos os presentes o porque da mobilização estudantil. “Somos estudantes do município de São Paulo. Somos alunos da ETEC, da escola estadual, municipal. Viemos hoje pedir e garantir um direito que é nosso. A nossa educação esta cada vez mais sucateada. Até a nossa merenda eles estão roubando. Nós viemos hoje e voltaremos semana que vem. Enquanto essa CPI não for instalada não daremos sossego”. Ao fim do jogral os estudantes cantaram uma palavra de ordem exortando os deputados pela abertura da CPI: “Não tem arrego! Você tira a minha merenda e eu tiro o seu sossego!”.

 

Durante a atividade o presidente do grêmio da ETEC Getúlio Vargas denunciou que antes do escândalo da merenda sua escola contava refeições com pelo menos três itens, porém agora só é servido suco e bolacha no intervalo.

 

Operação Alba Branca investiga desvios na merenda

 

A Operação Alba Branca, do Ministério Público Estadual de São Paulo, investiga os desvios na compra de alimentos da rede paulista de ensino. Nos depoimentos colhidos durante a ação policial foram citados agentes públicos como o presidente da Assembléia Legislativa de São Paulo, Fernando Capez (PSDB), o ex-chefe de gabinete da Casa Civil do governo estadual, Luiz Roberto dos Santos, conhecido como Moita, e o atual secretário de Logística e Transporte, Duarte Nogueira Júnior, ex-secretário de Agricultura.

 

De acordo com o MP, a Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (Coaf) liderava um esquema de pagamento de propina para manter contratos com diversas prefeituras, com valores superiores a R$ 1 milhão, bem como contrato com o governo do estado. A empresa também é investigada por fraudar a modalidade de compra “chamada pública”, que pressupõe a aquisição de produtos de pequenos produtores agrícolas. De acordo com o Ministério Público a cooperativa adquiria mercadorias de grandes produtores e na central de abastecimento do estado.

 

 

Há 48 anos assassinato do estudante Edson Luís mobilizava o país contra a ditadura

 

 

Devido os escândalos envolvendo a merenda no Estado de São Paulo a diretoria da UMES decidiu homenagear o estudante secundarista Edson Luís de 18 anos, que foi assassinado no dia 28 de março de 1968, pela ditadura, enquanto defendia melhores condições para o restaurante estudantil do Calabouço, no Rio de Janeiro

 

Há 48 anos, o estudante secundarista Edson Luís de Lima Souto foi morto pela Polícia Militar do Rio de Janeiro enquanto participava da manifestação contra o alto preço e a má qualidade da comida servida no restaurante estudantil do Calabouço, que funcionava no Instituto Cooperativo de Ensino, onde ele cursava o segundo grau.

 

A manifestação foi duramente reprimida pela polícia militar, que respondeu com tiros contra a resistência estudantil. Com a chegada de reforços policiais os estudantes que não conseguiram fugir se abrigarem no restaurante que foi invadido pela polícia que assassinou dois estudantes e deixou ao menos cinco feridos. Entre os mortos estavam Benedito Frazão Dutra, que morreu no hospital e Edson que morreu na hora após levar um tiro a queima-roupa no peito, de uma pistola calibre 45.

 

A manifestação do dia 28 de março de 68 se deu após diversas manifestações pela melhoria do refeitório, que passou para o controle da ditadura em 1967, quando perceberam que a escola havia se convertido em um centro de agitação em defesa da redemocratização e contra o acordo MEC-USAID, após as massivas manifestações em defesa de melhorias na merenda do instituto.

 

Após sua morte os estudantes, temendo que a PM sumisse com o corpo, impediram que Edson fosse conduzido para o Instituto Médico Legal (IML) e o carregaram em passeata diretamente para a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, onde foi velado. Mais de 50 mil pessoas compareceram ao enterro, gritando palavras denunciando a ditadura: “Mataram um estudante. Podia ser seu filho!”, “Bala mata fome?”, “Os velhos no poder, os jovens no caixão”.

 

Durante o período que se estendeu entre o Velório e a missa realizada na Igreja da Candelária, no dia 2 de abril, foram mobilizados protestos em todo o país: greve nacional dos estudantes, luto por 3 dias no Rio de Janeiro e paralisação de espetáculos teatrais. Em São Paulo estudantes de diversos cursos da USP e PUC também organizaram protestos contra o assassinato de Edson. A morte de Edson também estava entre um dos fatores que levou a organização da passeata dos Cem Mil, no dia 26 de junho de 1968, na cidade do Rio de Janeiro.

 

Ao longo do tempo Edson recebeu diversas homenagens, entre as quais a canção “Menino”, composta por Milton Nascimento e Ronaldo Bastos de 1976: “Quem cala sobre teu corpo/ Consente na tua morte/ …/ Quem grita vive contigo”.

 

Edson nasceu em Belém, no Pará, e concluiu o primeiro grau na Escola Estadual Augusto Meira na cidade de Belém. Posteriormente mudou-se para o Rio de Janeiro para concluir seus estudos.

 

Foto: Acervo da Biblioteca Nacional

 

Pátria Educadora deixa cerca de 2,9 milhões fora da escola

 

Levantamento divulgado terça (22) revela que há 8,1 milhões de estudantes cursando o ensino médio enquanto 1,6 milhão de adolescentes de 15 a 17 anos não têm atendimento escolar no Brasil

 

O Censo Escolar de 2015 foi anunciado na terça (22) e revela que há 1,6 milhão de jovens de 15 a 17 anos fora da escola. No total 8,1 milhões de alunos cursam o ensino médio em todo o país aponta o levantamento realizado anualmente pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

 

Ao tratar do péssimo resultado o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, disse que seu ministério vai visitar as famílias de todos os alunos que não estão nas salas “uma a uma”. “A dificuldade é como a gente convence o adolescente a voltar para a escola”, disse o ministro ignorando completamente que a educação teve cortes superiores a mais de R$ 11,4 bilhões em 2015.

 

O Censo 2015 mostrou que 600 mil crianças entre 4 e 5 anos não têm atendimento escolar. Comparando com os dados do IBGE e as matrículas colhidas pelo Censo Escolar, ambas do ano passado, esse número representa 17,3% da população nesta faixa etária.

 

No Brasil, cerca de 2,9 milhões de crianças e jovens de 4 a 17 anos estão fora da escola, afirma o observatório do PNE.

 

Merenda “seca” de São Paulo desrespeita parâmetros nutricionais

 

Nutricionistas aponta que bolachas e sucos artificiais fornecidos em escolas estaduais, além de não suprirem necessidades diárias dos alunos, são de baixa qualidade

 

Desde o começo do ano letivo, os alunos da Escola Estadual João Dória, no Itaim Paulista, extremo da zona leste de São Paulo (SP), procuram a Diretoria para saber por que, de um ano para o outro, deixaram de receber refeições completas por apenas bolachas, suco artificial e, eventualmente, uma maçã; a chamada merenda seca.

 

Já Bruno (Nome fictício) deu sorte. Desde o dia 7 de março passou a frequentar a Escola Estadual Lívio Xavier, também no Itaim Paulista. Antes, ele estudava na João Dória, localizada no mesmo bairro, mas um pouco mais próximo de sua casa. “Aqui é bem melhor. Ontem teve macarrão com sardinha, macarrão ao molho”, conta o jovem de 12 anos, que cursa a 6ª série do Ensino Fundamental. “Lá dava aquela bolachinha seca. Era muito ruim”, detalha.“Para o noturno é pior ainda. Simplesmente não tem mais merenda. Muita gente vem do trabalho e não tem nada para comer”, conta uma aluna de 13 anos, que prefere não se identificar.

 

A justificativa para a falta de alimentos na João Dória é de o contrato com as merendeiras acabou. Ou seja, há alimentos, mas não quem os prepare aos alunos. A mesma situação é denunciada em outras escolas. Um dos principais canais de denúncia tem sido o perfil no Instagram e no Facebook chamado Diário da Merenda, criados em agosto de 2015.

 

E.E. José Maria Matosinho, em Campinas; E.E. Hernani Furini, em Guarulhos; EE Julia Rios Athayde, em Sorocaba; E.E Bertha Corrêa e Castro Rocha, em Poá; E.E. Prof. Fidelino de Figueiredo, no Centro da capital paulista; foram algumas das escolas estaduais denunciadas pela página.

 

Nutrição

 

O fornecimento das merendas é de responsabilidade dos estados e municípios, mas segue diretrizes nacionais porque parte dos recursos vem da União, por meio do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Nelas está explícito que o cardápio da alimentação escolar deve suprir, no mínimo, 20% das necessidades nutricionais diárias dos alunos beneficiados.

 

Sendo assim, um adolescente de 13 anos demanda, por dia, aproximadamente 2300 calorias. Três bolachas de água e sal têm, em média, 96 calorias e um copo de 200 ml de suco artificial, 22 calorias. Isso corresponde a 5% das necessidades diárias de um jovem, ou seja, bem abaixo do recomendado pelo FNDE.

 

Para a nutricionista Camila Leonel Mendes de Abreu, especialista em Adolescência pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), além de não entregar a quantidade mínima de nutrientes recomendada, aqueles que são fornecidos são de baixa qualidade, ou seja, ricos em açúcar.

 

Ela lembra que a ideia de fornecer a merenda para as crianças é nutri-las. “O ferro, por exemplo, ajuda na atenção, as proteínas ajudam no desenvolvimento. Ao mesmo tempo em que estão em fase de crescimento, estão em fase de aprendizagem e isso tem que ser levado em consideração. A combinação de ômega 3 e outras gorduras insaturadas são fundamentais para o desenvolvimento cerebral”, afirma. “Um bom prato de arroz com feijão com legumes, verduras e proteínas magras faz isso muito bem”, sugere.

 

Para Janaína Maudonnet, da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, a merenda escolar ainda é vista como algo para “cobrir uma carência do aluno” e não como algo fundamental para seu desenvolvimento. “Eles têm direito à educação plena e se entende que isso inclui alimentação saudável e balanceada. Isso está nos tratados internacionais e é um direito humano e dos jovens”, afirma Janaína.

 

Segundo Volmer Áureo Pianca, representante do Sindicato de Especialistas de Educação do Magistério Oficial do Estado de São Paulo, os problemas são pontuais e estão relacionados à logística da distribuição dos alimentos que são armazenados todos em um único estoque e de lá são enviados para todo o estado. "Eu acho que cada escola deveria montar uma comissão com membros da comunidade e fazer suas compras”,  sugere.

 

À reportagem, em nota, a Secretaria Estadual de Educação rebateu. "Cabe destacar que a merenda é ofertada de forma descentralizada em 88% das cidades paulistas e nestes casos cabe aos municípios a adesão ao convênio com o Estado. Caso isto não ocorra, a Pasta assume inteiramente o serviço", informou, destacando que tem tomado a frente para solucionar eventuais problemas na oferta de merenda para alunos da rede estadual.

 

Alba Branca

 

Para a Secretaria, que reconheceu algumas dessas falhas na distribuição, os problemas são pontuais, em função do fim de convênios com prefeituras no interior ou de contratos de merendeiras terceirizadas.

 

No entanto, há suspeitas de que o problema esteja relacionado ao superfaturamento na compra de merendas, fato que foi denunciado pelo Ministério Público Estadual e a Polícia Civil na Operação Alba Branca, deflagrada em janeiro deste ano. A denúncia tem gerado diversas mobilizações de pais, professores e, principalmente, estudantes, que cobram respostas do governado Geraldo Alckmin (PSDB).

 

Um pedido para a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o esquema de fraudes também está em curso na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).Somente 24 dos 94 deputados assinaram o pedido. Para que seja aprovada são necessárias 32 assinaturas.

 

"O problema da merenda é sistêmico. Há um modelo de gestão da merenda que se centralizou e aí começou a questão dos contratos. A merenda perdeu em dois sentidos: ficou mais cara e perdeu a qualidade. Além do modelo, ficou claro que houve um desvio, e uma merenda que era para custar menos passou a custar mais por conta da propina, e de certa forma caiu a qualidade”, pontuou Maria Izabel Noronha, a Bebel, presidenta do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp).

 

Fonte: Gisele Brito e Camila Rodrigues da Silva do Brasil de Fato

 

Quem vai punir o ladrão de merenda

 

Um grupo de estudantes protestou contra desvios de verba para a merenda, contra o fechamento de escolas e reivindicou melhores condições de educação na manhã desta terça-feira (22), na região de Pinheiros, zona oeste de São Paulo, informou a Polícia Militar. A passeata terminou às 13h10 na Rua Cayowaá, de acordo com a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET).

 

Os manifestantes se concentraram na estação Butantã do Metrô por volta das 7h. Às 8h20 seguiram em passeata pela Avenida Vital Brasil, Ponte Eusébio Matoso e Avenida Brigadeiro Faria Lima, segundo a CET. A Avenida Faria Lima chegou a ficar temporariamente fechada no sentido Itaim Bibi.

 

 

 

Depois, os manifestantes seguiram pela Avenida Pedroso de Morais, pela Rua Teodoro Sampaio e pelas ruas Cristiano Viana e Heitor Penteado, até alcançarem a Cayowaá.

A Secretaria de Educação do Estado de São Paulo informou que os alunos protestam contra a "máfia da merenda".  A Secretaria informou ainda que a diretoria de ensino está à disposição para atender os estudantes e que todas as escolas tiveram aula normalmente nesta terça-feira.

 

Roubo da merenda

 

A Polícia Civil e o Ministério Público Estadual de São Paulo investigam um esquema de fraude na compra de alimentos para merenda de prefeituras e do governo do estado. O tamanho do desvio ainda não foi identificado, mas as suspeitas recaem sobre contratos feitos com creches e escolas públicas de ao menos 19 cidades nos últimos dois anos.

 

 

Segundo o promotor de Justiça Leonardo Romanelli, no centro do esquema está a Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (Coaf), que está baseada em Bebedouro. Contratos entre a cooperativa e órgãos públicos eram forjados e os preços dos alimentos, adulterados.

 

A estratégia veio à tona durante a “Operação Alba Branca” dia 19 de janeiro, quando seis pessoas, funcionários e dirigentes da Coaf, foram presas em Bebedouro investigadas por envolvimento na fraude.

 

O dinheiro da propina – que variava entre 5% e 25% do total do valor dos contratos – vinha do superfaturamento dos produtos. Os valores eram, boa parte das vezes, pagos em dinheiro. Uma das suspeitas do MP é que o dinheiro tenha sido usado para dívidas de campanha eleitoral.

 

Fonte: G1

Pressão popular obriga governo de Goiás desclassificar OSs

 

Todas as Organizações Sociais (OSs) que se candidataram para administrar 23 escolas públicas em Goiás foram desclassificadas, informou hoje (23) a Secretaria de Estado de Educação, Cultura e Esporte (Seduce). O edital será reformulado pela secretaria e haverá novo chamamento às entidades interessadas.

 

A transferência da administração de escolas a OSs, que são entidades filantrópicas, causa polêmica desde o ano passado. Estudantes e professores contrários ao modelo chegaram a ocupar 28 escolas e a sede da Seduce em protesto. O Ministério Público Federal, o Ministério Público de Goiás (MP-GO) e o Ministério Público de Contas do Estado detectaram uma série de irregularidades no edital e entraram com uma ação civil pública pedindo a suspensão do documento.

 

A desclassificação atingiu cinco concorrentes que haviam sido classificadas na primeira etapa de análise das propostas das entidades. De acordo com a secretária Raquel Teixeira, na segunda fase, nenhuma delas atingiu a pontuação exigida pelo governo "devido ao nível de rigor e exigência de qualidade". Segundo Raquel, nenhum das concorrentes mostrou clareza sobre qual seria o papel da entidade dentro da escola.

 

Na próxima segunda-feira (28), duas comissões especiais da secretaria vão preparar um novo chamamento, mantendo as diretrizes e reformulando e adequando o edital, inclusive inserindo a obrigatoriedade do pagamento do piso dos professores atualizado de 2016, segundo comunicado do órgão.

 

Fonte: Mariana Tokarnia da Agência Brasil

 

Intervenção do governo de SP no grêmio é crime

 

Na tarde de hoje, durante o segundo dia da Conferência Popular de Educação, foi realizado o debate sobre a intervenção do governo Alckmin nos grêmios do Estado. A atividade foi organizada pela Apeoesp com apoio da UMES e outras entidades

 

 

“Essa medida é criminosa e é na verdade uma forma de tentar limitar a ação do movimento estudantil devido a derrota do governo em 2015, que precisou recuar da sua proposta de reorganização escolar. É uma medida que vai contra o direto a livre associação da Constituição Federal e contra a Lei do Grêmio Livre”, disse Marcos Kauê sobre o suposto início das eleições de grêmio sob a intervenção do governo de São Paulo.

 

Kauê denuncia a criação de grêmios biônicos pelo governo de SP

 

Leia: O Grêmio Estudantil é dos estudantes Sr. Governador!

 

“O governador queria fechar 94 escolas e obrigar a transferência de mais de 300 mil alunos para unidades mais distantes de sua casa. O movimento estudantil organizado através dos grêmios e da UMES demonstrou que se tratava apenas de mais um corte na educação de São Paulo, por isso a proposta de fechar escolas. Assim ocupamos 200 escolas, realizamos dezenas de manifestações e derrotamos a proposta do governo com o apoio da sociedade e do Ministério Publico”, disse Kauê ressaltando que o grêmio livre foi fundamental para todo esse processo.

 

 

“É por isso que o governador quer intervir nos grêmios, porque ele sabe que foram os grêmios que organizaram as ocupações. Foram os grêmios que realizaram dezenas de manifestações pelo Estado. Foram os grêmios que derrotaram o projeto da reorganização. E se Alckmin acha que vai conseguir intervir nos grêmios para aprovar a reorganização ele não está pensando direito. Está subestimando os estudantes. O grêmio é livre e se fechar a gente ocupa”.

 

Até agora não tivemos noticias do início das eleições sob supervisão do governo de São Paulo, porém a pagina da Secretaria de Educação afirma que realizaria de forma unificada a eleição estudantil nas quase cinco mil escolas do Estado. O cronograma prevê inscrição de chapa durante os dias 16 e 17 de março e as eleições entre os dias 13 e 14 de abril. A intervenção eleitoral tem como proposta “reformular” os grêmios que segundo o governo não funcionam como deveriam. Provavelmente o funcionamento que eles esperam é que os estudantes concordem com propostas estúpidas como o fechamento de escolas e o sucateamento da educação para destruir a escola pública. Para tanto será formada uma comissão pró-grêmio dirigida por um professor escolhido pelo governo.

 

Mais da metade dos Estados não paga o piso aos professores

Enquanto o piso dos professores é de R$ 2.135,64 por mês a média salarial dos profissionais com ensino superior é de R$ 4.500,00 por mês

 

Mais da metade dos estados brasileiros não cumpre o salário estipulado na lei do piso dos professores, de acordo com levantamento divulgado pela CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação). São 14 os Estados que pagam aos professores menos do que os R$ 2.135,64 por mês.

 

"Isso é ruim, no ano passado, na mesma época, mais estados cumpriam a lei", diz a secretária-geral da confederação, Marta Vanelli. "Está em lei federal, mas é preciso muita luta no estado para que seja pago. O governo anuncia o reajuste e depois há embate nos estados e municípios. Todo ano é assim".

 

O piso salarial dos docentes é reajustado anualmente, seguindo a Lei 11.738/2008, a Lei do Piso, que vincula o aumento à variação ocorrida no valor anual mínimo por aluno definido no Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação). O piso é pago a profissionais em início de carreira, com formação de nível médio e carga horária de 40 horas semanais.

 

Lista

 

A tabela divulgada esta semana pela CNTE mostra que Alagoas, Goiás, Maranhão, Paraíba, Paraná, São Paulo, Tocantins e Rio Grande do Sul não cumprem o valor do piso apenas para os professores com formação de nível médio. Aqueles com formação superior recebem o valor atualizado.

 

Bahia, Ceará, Rio de Janeiro, Rondônia e Pernambuco não pagam o valor no vencimento, como estipula a lei, mas cumprem o valor na remuneração, ou seja, acrescentando gratificações e complementações. Espírito Santo não cumpre o valor estipulado para 2016 nem mesmo na remuneração.

 

Fonte: Agência Brasil

 

Crianças fazem fila em escola da zona norte para pegar merenda que não existia

 

A professora Flavia Bischain trabalha na Escola Estadual Martin Egídio Damy, que fica na região da Brasilândia, na zona norte de São Paulo. Ela relata que a escola está enfrentando algumas dificuldades, que falta merenda e que a situação é de “calamidade”. Segundo Flávia, na última sexta-feira (11), as crianças sentiram cheiro de comida na escola e acreditaram ser a merenda delas. No entanto, não foi isso que aconteceu e todos acabaram indo embora sem alimentação.

 

— Na minha escola, os alunos fizeram uma fila para pegar a merenda e aí, de repente, a tia [merendeira] teve que falar que não tinha merenda. Na verdade, elas tinham feito uma “vaquinha” para comprar o almoço delas [funcionárias da cozinha].

 

A professora diz que o caso “é muito grave” e que “tem sido constante”. Desvios de dinheiro da merenda estão sendo investigados pelo Ministério Público.

 

— Semana passada inteira teve só um dia da semana que eles comeram arroz, feijão, carne e salada. Nos outros dias foi arroz com sardinha ou bolacha de água e sal ou simplesmente nada. A situação é de fome nas escolas.

 

A professora, que faz parte do conselho nacional da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) pela oposição alternativa, diz que a situação também atingiu os professores.

 

— O nosso vale alimentação ainda é de R$ 8 por dia de trabalho, muito abaixo de qualquer outra categoria. Tem professores que dão aulas em várias escolas para completar o salário e simplesmente também tem que se virar para conseguir a sua alimentação.

 

Além da questão da merenda, a professora também denuncia a repressão que estudantes estão sofrendo quando tentam se organizar para tentar melhorias nas escolas.

 

No último dia 11 de março, por exemplo, alunos da Escola Estadual Professora Marilena Piumbato Chaparro foram agredidos pela Polícia Militar durante protesto. Flavia se posicionou em relação ao acontecido e esteve ao lado dos alunos denunciando os abusos.

 

— A polícia reprimiu [o ato] por uma hora com spray de pimenta, cassetete e tapa na cara. A gente recolheu alguns depoimentos das crianças que mostram que tudo isso foi uma ação absurda e abusiva.

 

A diretora da instituição, que chamou a polícia, foi afastada. Porém, Flávia diz que isso não é o suficiente e espera mais apoio e atenção à situação das escolas estaduais.

 

Em nota, a Secretaria Estadual de Educação informou que "não houve falta de merenda na Escola Estadual Martin Egídio Damy". Ainda segundo a pasta, "a unidade serve merenda regularmente aos estudantes".

 

Fonte: Giorgia Cavicchioli do R7

 

 

Os estudantes resistem: não aos governos que cortam da educação!

 

Abaixo publicamos a intervenção de Thais Alves* durante o debate de Movimento Estudantil realizado no Seminário de Grêmios da UMES

 

 

Fazer parte de um movimento estudantil vai além de dar-se o título de diretor da UMES, UPES, UBES, UNE, UEE, a entidade que for… Fazer parte de um movimento estudantil é honrar a luta de uma juventude que "impeachmou" um presidente que lhes tirava o direito, honrar uma luta que vem desde essa época até os dias de hoje, quando durante o leilão do pré-sal [Campo de Libra] a juventude foi ao Rio lutar contra uma política de privatização e se deparou com a recepção violenta da polícia.

 

Somos a juventude que barrou a proposta de "desorganização" e resistiu ao fascismo do Estado, inclusive, através de nossa cultura, pois foi com a capoeira que o Marcos Kauê resistiu a agressão policial durante a ocupação do Maria José.  E ainda há aqui alguém que tenha dúvidas que nossa história e cultura são de resistência?

 

Mesa de debate de Movimento Estudantil. Da esquerda para a direita: Lucas Chen (diretor da UMES), Maria Sufaneide (diretora da Apeoesp), Gabriel Alves (ex-presidente da UMES e presidente do CPC-UMES), Caio Guilherme (diretor da UMES), Kauê (presidente da UMES) e Gabriel Sauceda (diretor da UMES)

 

E volto a dizer, tanto ao Sr. Governador, quanto a D. Dilma, nós não vamos mais aceitar ser tratados como números, não vamos mais fazer parte do teu gado. Porque o seu spray de pimenta pode machucar os nossos olhos, mas a tua política fascista não vai mais calar a nossa voz! A tua violência na mídia pode assustar as mães, mas não vai nos fazer desistir. Os estudantes de São Paulo resistiram e continuaram resistindo, agora, quem vai cair com a nossa força são vocês.

 

E vamos à luta, porque como já dizia o Rappa: "paz sem voz, não é paz, é medo" e nós não temos medo da política de vocês!

 

* Thais Alves é diretora da UMES pela região centro