Professores da rede municipal de SP aprovam greve por reajuste salarial

 

Os profissionais de educação da rede municipal de ensino (docentes, gestores e quadro de apoio) aprovaram na sexta (4) a realização de greve em defesa do reajuste de 20,26% da categoria e contra o seu parcelamento nesse ano de 2016. “Em 2014 e 2015, a prefeitura nos deu reajuste, mas parcelou. Na época não tivemos opção, só nos restou aceitar. Do contrário, era ficar sem reajuste e em greve por tempo indeterminado. Mas, agora, com a inflação em alta, não podemos esperar quatro anos para ter reajuste”, afirmou Claudio Fonseca, presidente do Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo (Sinpeem), durante assembleia em frente à prefeitura.

 

Em nota a entidade afirma que exige que se cumpra a lei. “Com data-base em maio, os profissionais de educação têm como centro da pauta de reivindicações o cumprimento da lei, com a aplicação do reajuste de 3,74% em maio; a antecipação, também em maio, dos índices de 5,39%, 5% e 4,76%, previstos em lei para ser aplicados em novembro de 2016, maio de 2017 e maio de 2018, respectivamente; e valorização dos pisos dos docentes, gestores e Quadro de Apoio”.

 

“Além das reivindicações relativas à remuneração, integram a nossa pauta de reivindicações condições de trabalho e organização das escolas, redução do número de alunos por sala de aula, segurança nas escolas, não ao Sampaprev, valorização do Quadro de Apoio, isonomia entre ativos e aposentados, fim das terceirizações”.

 

Durante a realização da assembleia Claudio Fonseca e os outros diretores do Sinpeem foram recebidos por representantes das Secretarias Municipais de Educação, de Gestão e de Governo, onde discutiram as pautas da entidade e anunciaram a greve para o dia 9.

 

 

Após cortar merenda governo de SP corta impressoras das escolas

Manifestação dos estudantes da E. E. Souza Pena contra o fechamento de escolas em outubro de 2015 (Foto: MARIANA TOPFSTEDT/FOTOARENA/FOLHAPRESS)

 

Na última sexta (4) os professores da rede estadual foram surpreendidos com mais um corte do governo de São Paulo contra a educação. Após cortar a merenda dos alunos, o governador cortou também as impressoras utilizadas pelos professores para dar aula.

 

As escolas foram noticiadas por um aviso eletrônico orientando a direção a não utilizar os equipamentos a partir do dia 4, o que poderia ser punido com multa. O recolhimento dos equipamentos teve início hoje.

 

Estas impressoras estão nas escolas há cinco anos por meio de um contrato que prevê o fornecimento dos equipamentos e insumos por uma empresa terceirizada. Até agora o governo não se pronunciou sobre a reposição dos equipamentos.

 

A falta de estrutura é grave nas escolas de São Paulo, e com a retirada desses equipamentos a situação tende a piorar. Na Escola Estadual Evandro Cavalcanti Lins e Silva, na zona sul, é normal que os professores utilizem até hoje o mimeógrafo. “Antes era porque não havia toner. Agora porque não teremos mais duas impressoras”, relata uma professora que não quis se identificar a reportagem da Folha de S. Paulo.

 

Os mimeógrafos eram equipamentos utilizados para copiar e deixaram de ser utilizados há mais de 20 anos 

 

Com a decisão do governo Alckmin sobrará na escola uma impressora antiga, comprada pela própria escola e que não dá conta nem mesmo da demanda da secretaria do colégio. Agora, as 5.300 escolas do Estado (com mais de 4 milhões de estudantes) terão que se virar com apenas 1.800 impressoras.

 

Com isso algumas escolas já estão cancelando e alterando atividades em decorrência da falta dos equipamentos, como na E. E. Padre Antônio Vieira, na zona norte. “Somos cobrados para dar aulas diversificadas, mas não temos como trazer material complementar”, explicou uma das professoras. Outras duas relataram que foi necessário imprimir os conteúdos em casa. “São cerca de 400 alunos. Vou gastar pelo menos R$ 80. Não dá”.

 

A professora do ensino fundamental da escola Paulo Setúbal, na zona norte, disse que o corte vai trazer prejuízos pedagógicos. “Nessa idade eles são muito visuais. Os exercícios têm figuras, precisa ligar uma letra à outra, circular um número”. A secretaria também será afetada e não consegue imprimir os documentos dos alunos. “Não conseguimos imprimir. Vou simplesmente sentar e cruzar os braços, porque assim não dá para fazer nada”, afirma uma funcionária.

 

Com crise econômica evasão é maior que matrículas no ensino superior

 

O número de universitários que abandonam seus cursos tem superado o total que conclui a graduação no país. Isso ocorreu por dois anos consecutivos e ficou mais forte em 2014, período com os últimos dados oficiais disponíveis.

 

Naquele ano, as instituições de ensino superior formaram 1 milhão de pessoas, enquanto 1,2 milhão de alunos trancou matrículas, provocando um "rombo" de 20% entre o número de trancamentos e o de formaturas.

 

O balanço inclui alunos de graduações presenciais e à distância (EAD), de instituições públicas e privadas.

 

Crise econômica, má qualidade de cursos universitários e também da formação na educação básica são fatores apontados por especialistas como causas do cenário.

 

De 2011 a 2014, o número de matriculados no ensino superior avançou 16%, chegando a 7,8 milhões. A quantidade de trancamentos no período, no entanto, saltou 60%, enquanto a de alunos diplomados variou só 1%.

 

Essa situação se agravou a partir de 2012. Foram 876 mil diplomados em cursos presenciais naquele ano e, em 2014, esse número passou para 837 mil –retração de 4%.

 

Os dados são das Sinopses Estatísticas dos Censos da Educação Superior, do MEC (Ministério da Educação).

 

Fonte: Folha de S. Paulo

 

Inadimplência no ensino superior cresce 16,5% em 2015, diz Serasa Experian

 

Ontem o governo anunciou que o PIB de 2015 se contraiu em – 3,8%, o pior resultado dos últimos anos. Somado a grave recessão mais de 9 milhões de brasileiros estão desempregados (IBGE) 

 

O total de alunos inadimplentes com instituições de ensino superior no Brasil cresceu 16,5% em 2015 sobre o ano anterior, informou nesta quarta-feira a Serasa Experian.

 

Em 2014, a inadimplência tinha crescido 9,9%.

 

Considerando apenas o segundo semestre sobre igual período de 2014, o crescimento foi de 10,6%, segundo o levantamento. No segunda metade de 2014, o índice havia crescido 19,7% ano a ano.

 

Segundo os economistas da Serasa Experian, o aumento da inadimplência com escolas de ensino superior foi causado pelo cenário econômico adverso, com inflação, juros e desemprego mais altos.

 

A consultoria especializada no mercado de educação Hoper avalia que houve uma queda de 25 por cento nas matrículas de primeiro semestre deste ano em instituições de ensino superior privadas ante o mesmo período do ano passado, diante da recessão e da redução do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) pelo governo federal.

 

Fonte: escrito por Aluísio Alves da Reuters

Grêmio do Astrogildo: escola está sem merenda desde o início das aulas

 

A UMES recebeu mais uma denuncia sobre a falta de merenda nas escolas de São Paulo. Desta vez a denuncia foi feita pelo grêmio da escola Astrogildo Arruda que afirmou que a cozinha não conta nem mesmo com cozinheiras e serventes para organizar a alimentação dos alunos.

 

“A cozinha está fechada desde o início das aulas desse ano”, disse o presidente do grêmio, Jeferson Fernando. Ele explica que o estudantes se mobilizaram para descobrir o porquê do problema, mas a diretoria disse apenas que não há funcionários. “A diretoria disse que o governo cortou o quadro de funcionários e agora não tem ninguém para distribuir a merenda”.

 

Para Jeferson a falta de merenda é um problema muito serio. Ele explicou que a escola fica em uma região afastada da zona leste, e que muitos alunos que estudam na escola são de baixa renda. “A merenda é essencial na escola. Muitos alunos se alimentam com a merenda, mas os mais pobres, que precisam muito da merenda e que se animam a vir pra escola por causa da merenda hoje eles não podem contar nem com isso”.

 

Já a aluna Luana M., do 3º ano do ensino médio, disse que a escola colocou as cozinheiras em outra função. Ao tratar da falta de merenda a estudante afirmou que a escola conta com duas cozinheiras. “Temos duas cozinheiras, mas é lógico que elas não estão trabalhando na cozinha”, comentou a estudante. Segundo ela desde o início das aulas a merenda foi distribuída apenas duas vezes, e o “prato” foi bolacha.

 

Por sua vez, Caio Guilherme, diretor da UMES pela região leste, que foi visitar a escola e apoiar o grêmio na luta para reestabelecer a merenda, lembrou que hoje o governo de São Paulo cortou a merenda escolar na maioria das cidades do Estado. Durante sua vizita a cozinha permaneceu fechada durante todo o intervalo. 

 

Sessão de cinema com debate

 

 

Nesta quinta a UMES realizou na escola a exibição do filme “Capitães da Areia”, de Cecília Amado (2011). A sessão de cinema faz parte do ciclo de debates da UMES nas escolas de São Paulo visando discutir a educação e os crescentes cortes contra os direitos da juventude, promovendo o resgate da cultura nacional. A maratona de atividades também conta com apresentações capoeira, palestras e muito mais.

 

 “Capitães da Areia”, de Cecília Amado (2011), retrata a vida de meninos de rua em Salvador com base na obra de Jorge Amado de mesmo nome, livro publicado em 1937. O filme da base para a discussão da maioridade pena, aprovada em 2015 pelo presidente da Câmara, eleito na chapa de Dilma para presidente.

 

Tribunal de Contas pede explicação a governo de SP sobre falta de merenda nas escolas

Professores e estudantes pedem CPI contra roubo da merenda em SP na ALESP (Foto: UNE)

 

Unidades estaduais oferecem bolacha no lugar de comida e Tribunal de Contas dá 15 dias ao governo de SP para explicar irregularidade

 

O Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP) exigiu explicações sobre a falta de merenda nas escolas do Estado e deu prazo de 15 dias para que o secretário da Educação, José Renato Nalini, preste esclarecimentos. Desde o retorno às aulas muitas escolas passaram a oferecer água e bolacha, ou mesmo restos de comida seca no lugar de comida.

 

No despacho publicado na quarta (2) no Diário Oficial do Estado, o conselheiro do TCE-SP, Antonio Roque Citadini, levanta algumas denuncias relatadas por pais e alunos indignados com a falta de comida nas escolas desde  a volta às aulas em 2016.

 

O TCE pediu a confirmação da Secretaria da Educação sobre a alteração do cardápio e cobrou justificativas, questionando se todas as cidades conveniadas foram atingidas. O TCE também exigiu a lista de cidades conveniadas, a situação de cada uma delas, e quer saber se há diferença no valor repassado aos municípios.

 

O despacho solicita ainda explicações sobre as operações de fornecimento da merenda escolar e quer saber quais as diferenças no procedimento quando o convênio é feito com a Secretaria. O documento também pede explicações sobre o valor recebido do repasse federal.

 

Escola alega ter salas superlotadas ao negar vaga para estudante em SP

Pedro Henrique (13) durante entrevista ao Bom Dia São Paulo

 

Após reportagem questionar secretaria, jovem conseguiu ser matriculado. Adolescente tentou vaga por diversas vezes em escola de Franco da Rocha

 

Um garoto de 13 anos enfrentou dificuldades para encontrar vaga em escola da rede pública de ensino em Franco da Rocha, na Grande São Paulo, informou o Bom Dia São Paulo desta segunda-feira (1). Após a reportagem questionar a Secretaria Estadual da Educação, o jovem foi matriculado.

 

Na sexta tentativa por uma vaga na Escola Estadual Isaura de Miranda Botto, Pedro Henrique do Carmo Pereira e sua mãe Valéria do Carmo ouviram do diretor que as salas estavam cheias. O diretor não sabia que a conversa era gravada.

 

“Até os professores queriam que eu abrisse mais uma sala porque os nonos anos estão superlotados, só que eu não tenho espaço físico. Se eu fosse a senhora procurava o conselho tutelar. Se for o caso procure o Ministério Público. Eles têm que arrumar uma vaga”, aconselhou.

 

Mãe e filho seguiram para a Escola Estadual Professora Jocimara Vieira da Silva. Na secretaria, uma mulher no balcão disse que não tinha vaga. “Está no sistema que a confirmação da vaga na Isaura de Miranda”, afirmou a funcionária, sem saber que era gravada.

 

Valéria levou o documento que a funcionária da escola Jocimara Vieira indicou que ela levasse até a escola Isaura de Miranda. O diretor voltou a afirmar que não havia vagas para nono ano e que a situação seria diferente caso se tratasse de um ano diferente.

 

Após a reportagem questionar a diretoria reginal de ensino, Pedro conseguiu uma vaga na escola Isaura de Miranda. O menino deveria comparecer às 10h desta terça-feira (1º) para a realização da matrícula.

 

O dirigente de ensino de Caieiras, Celso Nicoleti, disse considerar inadmissível que a mãe “tenha procurado tanto para conseguir a vaga”.

 

“O procedimento correto nesta situação é que a direção da escola encaminhe o estudante para uma escola mais distante, com direito a transporte escolar, até que haja vaga nesta escola”, explicou. Ele afirmou ainda que encaminharia um supervisor à escola Isaura de Miranda para acompanhar a situação das classes e os procedimentos adotados em relação ao caso do estudante Pedro Henrique.

 

Segundo o dirigente, quem estiver na mesma situação deve recorrer ao setor de atendimento da diretoria regional de ensino.

 

Reorganização

 

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, suspendeu em dezembro a reorganização escolar na rede estadual da educação. A reestruturação pretendia reorganizar as escolas em ciclos únicos e previa o fechamento de 93 unidades. Um dos argumentos era que o número de alunos era decrescente ao longo dos anos, em razão da queda da natalidade, e que isso faria algumas salas ficarem ociosas.

 

A decisão de adiar o processo ocorreu após protestos de estudantes pelo estado. Cerca de 200 escolas chegaram a ser ocupadas.

 

Fonte: G1

 

Ocupações em SP contra fechamento de escolas vira documentário

 

A luta dos alunos secundaristas contra a reorganização da rede estadual de ensino, em São Paulo, no segundo semestre de 2015, virou tema de documentário. O filme "Acabou a Paz” estreou no Youtube, no último dia 14 de fevereiro, às vésperas da volta às aulas.

 

A ideia dos produtores do documentário é manter viva a memória dessa luta do movimento estudantil, que teve repercussão em todo o país. Carlos Pronzato, cineasta e escritor argentino radicado no Brasil, Lucas Duarte, professor e videoativista, e Caio Finato, videodocumentarista, são os idealizadores.

 

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), pretendia separar as escolas por ciclos, o que levaria ao fechamento de ao menos 93 unidades, provocando a transferência de milhares de alunos.

 

Os estudantes, que não foram consultados, não aceitaram o plano, e ocuparam mais de 200 escolas em protesto. Após confrontos com os estudantes e repressão por parte da Polícia Militar, o governo Alckmin recuou e anunciou a suspensão da reorganização.

 

"Fica o exemplo. Os estudantes são a garantia de renovação na política. Seria bom se mantivéssemos o espírito estudantil a vida toda”, afirma Pronzato. Lucas Duarte lembra que a ocupação das escolas, em São Paulo, foi inspirada na "Revolta dos Pinguins”, uma série de mobilizações dos estudantes secundaristas chilenos, em 2006. "Eles mostraram pra gente que as pessoas têm que se importar com a molecada. Eles é que vão construir isso aqui daqui para frente”, afirma Caio Finato.

 

Fonte: APEOESP

 

Alunos protestam contra instalação de câmeras em banheiro de escola

 

Alunos do período noturno da Escola Estadual Antônio Vieira Campos, situada no bairro Conjunto Habitacional Julio de Mesquita Filho, em Sorocaba (SP) realizaram, na noite desta quarta-feira (2), um protesto contra a instalação de câmeras de segurança dentro dos banheiros femininos e masculinos.

 

O diretor da escola, Ivan Cordeiro de Miranda, admitiu ter instalado as câmeras. Entretanto avisou que elas não estão ligadas. "Fizemos testes durante quatro dias. Mas, elas não estão funcionando. A intenção era melhorar e as câmeras foram colocadas para inibir o vandalismo e evitar a transição de meninos no banheiro feminino e de meninas no masculino", completa.

 

Um dos estudantes do terceiro ano do ensino médio, que preferiu não se identificar,  diz que os jovens não foram informados sobre a instalação, ocorrida há pelo menos duas semanas.

 

"Funcionários avisaram os alunos sobre as câmeras e quando descobrimos, fomos verificar. Elas estão na parte superior da porta, do lado de dentro", destaca.

 

De acordo com a Guarda Civil Municipal, aproximadamente, 250 estudantes participaram da ação que foi pacífica.

 

Fonte: G1

 

UMES mobiliza estudantes contra juros altos do governo federal

Foto: Leonardo Varela

 

Para Kauê é hora da juventude ocupar as ruas contra a política de juros altos e a recessão

 

Estudantes e trabalhadores realizaram na manhã de ontem (1) um grande ato unitário contra os juros altos do governo Dilma que apenas em janeiro de 2016 transferiu R$ 56,2 bilhões via juros aos bancos e rentistas (principalmente estrangeiros), o equivalente a 11,25% do PIB no período. Em 2015 foram mais de R$ 501,7 bilhões (8,46% do Produto Interno Bruto – PIB), o que resultou em recessão, explosão das contas públicas, milhões de desempregados e cortes bilionários na educação, saúde, direitos trabalhistas.

 

Para o presidente da UMES, Marcos Kauê, “é preciso engrossar a nossa mobilização contra essa política. É um absurdo o governo transferir tanto dinheiro aos bancos enquanto o país está em recessão. Foram 502 bilhões em 2015, e isso custou muito para a juventude que é quem mais sofre com essa política. Só na educação foram 11 bilhões a menos em 2015. Enquanto isso o governo diz que corta da educação, da saúde e dos trabalhadores, do povo brasileiro, porque estamos em crise. Isso é mentira. Essa crise é uma mentira, para resolve-la basta parar de fazer cortes nos direitos do povo para dar aos bancos. Se o governo pegar esse dinheiro e investir em educação e saúde, se investir no crescimento do país, na nossa indústria, isso vai gerar emprego e vai fazer o país voltar a crescer”.

 

O vice-presidente da entidade, Tiago César, ressaltou que essa política de juros altos é um abuso. “O governo faz questão de destinar quase metade no PIB para o pagamento dos juros da dívida pública, dinheiro este que poderia vir para nossa saúde, para construir mais escolas e para, de fato, dar mais estruturas para a nossa educação. Dinheiro esse que poderia ser fundamental para a nação”. Ao fim de seu discurso cantou: “É ou não é, piada de salão. Tem dinheiro pro banqueiro, mas não tem pra educação”.

 

Já o dirigente sindical e presidente da CGTB (Central Geral dos Trabalhadores do Brasil), Ubiraci Oliveira (Bira), afirmou que ninguém aguenta mais os juros altos. “São 9 milhões de desempregados. São indústrias fechando, ou indo embora, aumentando o exército de desempregados. Enquanto isso, a dengue, a chikungunya e a zika continuam se espalhando pelo Brasil. Há precariedade na saúde e na educação. Por isso, estamos aqui lutando contra essa taxa de juros”. Em seu Facebook ele denunciou que o governo Dilma está fazendo como FHC, que entregou Vale e mais 121 estatais. “Dilma entregou portos e toda a infraestrutura do país para as multinacionais. Agora quer entregar o pré-sal para a Shell e a Chevron”.

 

Segundo o vice-presidente da Força Sindical, Miguel Torres, “hoje temos a taxa em 14,25%, sendo a maior do mundo. Há países que estão com taxa negativa para ter investimento na produção, e aqui no Brasil vai-se contra essa lógica”.

 

“Manter essa taxa surreal é dar continuidade a uma situação que só favorece os grandes bancos, que estão lucrando bilhões à custa do sofrimento da população. Este ato vem sendo construído unitariamente pelas centrais sindicais para combater, pressionar e exigir redução da taxa de juros e abandono, definitivo, dessa política de estagnação da nossa economia, só assim voltaremos a gerar empregos e melhorar a renda da população,” disse Josimar Andrade de Assis, Diretor de Relações Sindicais do Sindicato dos Comerciários de São Paulo e representante da UGT (União Geral dos Trabalhadores).

 

Enquanto isso o Bradesco divulgou um lucro de R$ 17,2 bilhões em 2015 e o Itaú lucrou no mesmo ano R$ 23,3 bilhões. O resultado constitui o maior lucro bancário da história, porem num momento em que o país vive uma grave recessão, onde os dados do Ministério do Trabalho e IBGE apontam que o país está com mais de 9 milhões de desempregados, destes 3 milhões perderam o emprego em 2015. Há estimativas que falam em 12 milhões de desempregados até o final do ano.