APEOESP: até agora mais de 1043 classes foram fechadas pelo governo de SP

Bebel durante assembleia de professores em junho de 2015

 

O número de 1043 salas fechadas corresponde ao levantamento realizado por apenas 44 das das 93 subsedes da APEOESP

 

A APEOESP continua realizando levantamento junto a suas 93 subsedes sobre fechamento de classes, séries/anos e turnos, transferências compulsórias de estudantes, negativas de matrículas e outras ocorrências que, no entender do sindicato, configuram uma “reorganização disfarçada” das escolas estaduais.

 

Relembramos que o Governo Estadual está impedido pela justiça de realizar a reorganização da rede estadual de ensino e deve promover em 2016 debates sobre a educação pública com participação popular. Esta decisão atendeu ação impetrada pelo Ministério Público do Estado, em conjunto com a Defensoria Pública estadual, no contexto do movimento contra a reorganização realizado por professores, estudantes, pais, funcionários e movimentos sociais e que já havia levado o Governador a suspender o projeto em 04/12/2015.

 

Entendemos que as alterações que as Diretorias de Ensino vêm realizando visam “driblar” esta decisão judicial. Até o momento, como pode ser verificado na tabela anexa, já foi registrado o fechamento de pelo menos 1043 classes, em 44 regiões. Ainda não recebemos as informações de outras 54 regiões, o que indica que este número pode ser consideravelmente maior. Além disso, algumas regiões informaram o fechamento de turnos, sem quantificar o número de classes fechadas.

 

Também é preciso considerar que em 2015 contabilizamos o fechamento de 3.390 classes (levantamento parcial) que somadas às que já foram fechadas até o momento, dão a dimensão do enxugamento que o Governo vem fazendo, provocando, ao mesmo tempo, a superlotação das salas de aulas, como poderá ser constatado na semana que vem, com o início do ano letivo. Lembramos ainda que a Resolução SE nº 2/2016 oficializa esta superlotação, ao autorizar, “em casos excepcionais”, que as classes possam ter até 10% mais estudantes do que o previsto no “módulo” da Secretaria da Educação.

 

Fechamento de classes e superlotação de salas de aula não combinam com qualidade da educação, mas esta não parece ser a preocupação do Governo do Estado de São Paulo.

 

Fonte: Blog Palavra da Presidenta (blog da presidente da Apeoesp, Maria Izabel Azevedo Noronha) 

Capoeira da UMES: matricule-se já!

 

O grupo de capoeira da UMES foi formado em 2013 com o intuito de divulgar a capoeira nas escolas de São Paulo, afirmando a luta brasileira como uma tradição que está presente na raiz da cultura popular de nosso país, assim como o próprio samba. Dessa forma as aulas resgatam a história do povo brasileiro através da pratica dessa luta de libertação, afirmando a necessidade de seguir em frente com a batalha de Zumbi, Tiradentes e Getúlio Vargas para construir a liberdade nacional.

 

 

Confira nossos horários e não perca tempo:

 

  

Segundas e quartas: 19h30 às 21h (Prof. Instrutor Royal)

 

Terças e quintas: 15h30 às 17h e 19h30 às 21h (Prof. Instrutor Pavio)

                                            

Sextas: 19h às 21h (integração das turmas, aula de instrumentação, maculelê e samba de roda)

 

 

Não perca as aulas de acrobacia para os alunos da capoeira: todas as terças e quintas das 18h às 19:30h

 

 

Contato: (11) 3289-7475 – capoeira@umes.org.br

Onde: Rua Rui Barbosa, 323, Bela Vista

 

Capoeira: luta brasileira de libertação

Getúlio e mestre Bimba

 

No dia 26 de novembro de 2014, uma das manifestações culturais mais ricas do nosso país, a Roda de Capoeira foi reconhecida pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade.

 

Essa foi uma importante conquista não só para os capoeiristas que, em sua grande maioria, dedicam suas vidas para manter viva essa riqueza, resgatando a história dos mestres antigos e de suas tradições, mas principalmente uma conquista do povo brasileiro.

 

A luta pelo reconhecimento da Capoeira não é uma luta recente. Podemos dizer que nasceu junto com a luta pela libertação dos escravos, dificilmente podendo ser separadas na história. Após séculos de humilhação, sendo submetidos às situações subumanas, tudo para enriquecer aqueles que aqui vieram para nos sugar, saqueando as nossas riquezas, os negros lutaram, resistiram e se libertaram.

 

Os negros foram trazidos da África e aqui criaram e construíram uma Nação. Mantiveram as suas crenças, as suas religiões, seus rituais, possibilitando a criação de um povo miscigenado, rico em sua cultura e forte. É dessa mistura, e dessa vontade de ser livre e independente que nasce a Capoeira. Estudiosos afirmam inclusive que a Capoeira foi muito utilizada como arma entre os negros do quilombo de Zumbi dos Palmares, onde os negros se utilizavam dos golpes, como rasteiras, chutes e acrobacias para o enfrentamento contra os escravocratas e seus capachos.

 

Mesmo após a abolição da escravidão, a Capoeira, por sua força, continuou a ser perseguida, inclusive passou a ser considerada crime no Código Penal, através do Decreto 847, de 11 de outubro de 1890. Dizia o texto:

 

"Art. 402. Fazer nas ruas e praças públicas exercício de agilidade e destreza corporal conhecida pela denominação Capoeiragem: andar em carreiras, com armas ou instrumentos capazes de produzir lesão corporal, provocando tumulto ou desordens, ameaçando pessoa certa ou incerta, ou incutindo temor de algum mal; Pena — de prisão celular por dois a seis meses. A penalidade é a do art. 96. Parágrafo único. É considerada circunstância agravante pertencer o capoeira a alguma banda ou malta. Aos chefes ou cabeças, se imporá a pena em dobro."

 

Foi apenas com Getúlio Vargas, a partir de 1937, que a Capoeira passa a ser reconhecida como esporte nacional. Neste ano, a academia de mestre Bimba, o criador da Capoeira Regional, obtém o alvará nº 111 de funcionamento. Em 1940, com o novo Código Penal, o uso da palavra "Capoeira" foi liberado e em 1941 o decreto 3.199, assinado pelo presidente Getúlio Vargas, estabelece as bases da organização dos desportos no Brasil, permitindo a criação do Departamento Nacional de Luta Brasileira, que foi o embrião da Confederação Brasileira de Capoeira. Este foi o primeiro reconhecimento desportivo oficial da modalidade.

 

Em 1953, Mestre Bimba e seus alunos realizaram uma apresentação na Bahia, a convite do então governador Juracy Magalhães, na presença do Presidente da República, Getúlio Vargas, que declarou: "A Capoeira é o único esporte verdadeiramente nacional".

 

A partir daí ela ganhou força nas academias, e cresceu. Mas não somente como esporte, como arte marcial. Desde cedo Bimba percebeu, principalmente através das músicas, que  Capoeira era mais, era cultura desenvolvida nas lutas do povo brasileiro pela sua libertação e construção da identidade nacional. Forjou-se nos embates dos escravos na época de Zumbi dos Palmares, do exército brasileiro na Guerra do Paraguai. Nas lides pela liberdade de religião,  pela afirmação do carnaval como festa popular, quando os capoeiras formavam a linha de frente dos blocos de samba e de frevo, durante os anos da proibição.

 

Porém, até hoje, não existiu nenhuma verdadeira política pública voltada para seu fortalecimento. Se ela se manteve até hoje foi graças à resistência dos mestres, que se desdobram e se sacrificam, sem o apoio do Estado, sem o suporte necessário, tendo que recorrer a um ou outro projeto localizado, insuficiente para fortalecer de fato a capoeira.

 

Já está mais do que na hora da Capoeira sair dos quilombos e estar onde ela mais precisa, onde ela mais pode contribuir para a nossa verdadeira libertação. Precisamos da Capoeira nas escolas públicas, onde os jovens estão.

 

A Capoeira foi sim reconhecida pela UNESCO, mas a realidade é que os jovens têm pouco acesso a essa nossa cultura nacional. Hoje vemos, principalmente entre os jovens, uma forte campanha para fortalecer o que há de pior da cultura enlatada, como funk ostentação e seus derivados, que nada tem a ver com o Brasil, com a nossa história e com a nossa luta. São produtos que tem o objetivo de gerar lucro para as grandes produtoras, alienar e marginalizar os jovens, mostrando, da maneira mais podre possível que o legal é andar de Ferrari ou voar de helicóptero com um Rolex no braço.

 

Os grandes monopólios culturais não têm o mínimo interesse em fortalecer a cultura nacional. A capoeira não ganha força e não está na escola pública porque não há nenhum enfrentamento a isso por parte do Estado, que permite que esses monopólios façam uma política de destruição de nossa identidade quando deixam de valorizar o que é nosso.

 

O negro construiu este país, criou a Capoeira, mas não tem acesso a ela, porque ela não está na escola pública e é jogada para escanteio, sem uma política para fortalecer esta que representa a luta de Zumbi, ou seja pela libertação e pela nossa identidade cultural. Temos que lutar para garantir que todos possam ter acesso a ela.

 

Texto escrito pelo professor-instrutor de capoeira da UMES, Fabiano Avelino (Pavio) 

Secretário da Educação diz que projeto para superlotar salas e fechar escolas é ideia sensata

Estudantes em manifestação contra a reorganização em novembro de 2015 na Av. Paulista

 

Nessa quinta (4) o secretário de Educação, José Renato Nalini, afirmou que a reorganização, pretendida pelo governo de São Paulo, que previa o fechamento de 93 escolas e a transferência forçada de centenas de milhares de alunos, superlotando ainda mais as salas de aula, é “uma ideia sensata”. O comentário foi feito durante a divulgação do desempenho da educação paulista.

 

No ato Ele ainda anunciou que o governo de São Pulo recorrerá a uma massiva campanha junto as redes sociais com o apoio de pessoas influentes na rede. “Nós vamos estabelecer um diálogo, estamos contratando jovens youtubers para que nos ajudem também a transmitir a ideia [da reorganização]”.

 

A reorganização consiste basicamente no fechamento de 93 escolas e na transformação de 754 outras unidades em de ciclo único. A medida resultaria em mais superlotação das salas e obrigaria centenas de milhares de alunos a sair de suas escolas devido a transferências forçadas. Como resposta os estudantes realizaram diversas manifestações, ocupando mais de 200 escolas contra a medida, ação que levou o governo do Estado a suspender o projeto, para discuti-lo novamente em 2016.

 

Nanili, faltando com a verdade, afirmou que o diálogo com os estudantes já começou. “O diálogo com os estudantes já começou e vai ser intensificado. Nós vamos recorrer principalmente àqueles que falam a linguagem dos jovens”. Em resposta a postura do novo secretário Marcos Kauê, presidente da UMES, disse que “nenhuma entidade, grêmio ou estudante foi consultado. A verdade é que o novo secretário, assim como o Herman, não deseja conversar com os estudantes. Ano passado a conversa da reorganização foi feita pela polícia, com muita truculência. E esse ano parece que o governo de São Paulo não vai agir diferente, mais uma vez vão tentar aprovar o fechamento de escolas a força e sem dialogar com os estudantes”.

 

Nalini durante atividade (Foto: Luiza Tenente/G1)

 

“Como dizia a música: se eles vierem quentes, nós estaremos fervendo. Por que já dissemos o que achamos da reorganização, e foi um grande não ao fechamento de escolas e a superlotação. E se essa proposta de fechar escola e superlotar as salas for levada adiante o resultado será novas ocupações”.

 

Por fim o secretário ameaçou iniciar uma campanha de eleições de grêmio por parte do governo, medida que contrária a lei federal do grêmio livre, sob o Nº 7.398, de novembro de 1985, que publicamos abaixo.

 

 

 

Lei Nº 7.398, de novembro de 1985

Dispõe sobre a organização de entidades estudantis do Esnino Fundamental e Médio e assegura aos estudantes o direito de se organizar em Grêmios: 

PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:

Art. 1º – Aos estudantes dos estabelecimentos de ensino de 1º e 2º graus fica assegurada a organização de Grêmios Estudantis como entidades autônomas representativas dos interesses dos estudantes secundaristas, com finalidades educacionais, culturais, cívicas, desportivas e sociais.
§ 1º – (Vetado.)
§ 2º – A organização, o funcionamento e as atividades dos Grêmios serão estabelecidas nos seus Estatutos, aprovados em Assembleia Geral do corpo discente de cada estabelecimento de ensino, convocada para este fim.
§ 3º – A aprovação dos Estatutos e a escolha dos dirigentes e dos representantes do Grêmio Estudantil serão realizadas pelo voto direto e secreto de cada estudante, observando-se, no que couber, as normas da legislação eleitoral.

 

Propina paga na fraude da merenda em SP ia de R$ 100 mil a R$ 1,3 milhão

Duarte Nogueira, secretário de Transporte de Alckmin, é um dos citados no escândalo

 

A Procuradoria Geral de Justiça de São Paulo instalou uma força tarefa para apurar a participação de políticos do PSDB e PMDB no esquema de fraude e propina da merenda escolar em São Paulo.

 

Entre os implicados estão o ex-chefe de gabinete do governador Geraldo Alckmin, Luiz Roberto dos Santos (conhecido como Moita), o presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), Fernando Capez, Duarte Nogueira Júnior, que é deputado, ex-secretário de Agricultura e atual secretário de Logística e Transportes. Além deles, os deputados federais Baleia Rossi (PMDB-SP) e Nelson Marquezelli (PTB-SP) também foram citados.

 

A promotoria suspeita que o dinheiro desviado era usado para o pagamento de dívidas de campanha eleitoral.

 

Após policiais terem encontrado indícios de que ao menos 22 prefeituras paulistas pagavam mais caro pela merenda servida em creches e escolas públicas, o ex-presidente da Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (Coaf), Cássio Chebabi, que fornecia parte dos alimentos, foi preso.

 

Em acordo de colaboração com a Justiça, Chebabi confirmou que pagava propina para conseguir os contratos, variando de 5% a 25% do valor das vendas. Segundo ele, uma comissão de 10% era paga a autoridades através de um intermediário chamado Marcel Ferreira Júlio, que está foragido. O valor da propina paga variava de R$ 100 mil a R$ 1,3 milhão.

 

O ex-chefe de gabinete da Casa Civil, exonerado após a denúncia, aparece em gravações obtidas através de escutas orientando a cooperativa a conseguir aumento em um contrato com a secretaria estadual de Educação.

 

Fonte: Jornal Hora do Povo

 

 

APEOESP: a luta contra a superlotação das classes significa mais qualidade de ensino

Bebel durante Grito pela Educação Pública de Qualidade em SP, na Av. Paulista em outubro

 

Abaixo publicamos o texto da presidente da APEOESP, Maria Izabel Azevedo Noronha (Bebel), tratando do problema da superlotação das salas na rede de ensino público de São Paulo

 

Embora alguns governantes e autoridades educacionais neguem, para justificar seu pouco empenho em realizar mais investimentos em educação, uma análise de estudos internacionais realizada pela pesquisadora Cristine Pinto, da Escola de Economia da Fundação Getúlio Vargas, de São Paulo (jornal O Estado de S. Paulo, 14/11/2015), demonstra que uma redução média de 30% no tamanho da turma aumenta a proficiência do aluno em 44%. Esses estudos foram aplicados em escolas estrangeiras com até 30 alunos por classe no ensino fundamental.

 

Ainda de acordo com a reportagem do jornal, a análise dos dados do IDESP (índice de Desenvolvimento Educacional do Estado de São Paulo) indicou que a aprendizagem dos estudantes que frequentam salas superlotadas no ensino médio da rede estadual de ensino é 22% menor que a média do estado, que já é baixa.

 

Problemas para o professor, problemas para os estudantes

 

Quem exerce a profissão docente sabe da enorme dificuldade em ministrar aulas para uma classe com excesso de alunos. Quem estuda em classe superlotada também sabe que é muito difícil estudar nessas condições, sobretudo nas nossas escolas públicas, a grande maioria com projetos arquitetônicos ultrapassados, espaços exíguos, problemas de manutenção, pouca luminosidade e ventilação e problemas acústicos que fazem com que professores e estudantes precisem se desdobrar para se fazerem entender.

 

Ora, a Educação pressupõe uma relação entre professor e aluno. Como qualquer um pode facilmente imaginar, quanto mais estudantes estiverem em uma mesma sala de aula, mais difícil será para o professor estabelecer essa boa relação professor-aluno.

 

Para melhorar sua aprendizagem, o estudante requer atenção, acompanhamento e, muitas vezes, auxílio individualizado de seus professores. Classes com 40, 45 e até 50 alunos ou mais, como vemos na rede estadual de ensino de São Paulo, inviabilizam completamente esse tipo de relação.

 

Para o professor, o problema já começa na hora da chamada. O excessivo número de estudantes na sala faz com que um tempo precioso seja utilizado na verificação de presença. Depois, o burburinho, que não raro se transforma em verdadeira bagunça, dificulta totalmente a tarefa de ensinar. Obviamente, quanto mais estudantes na sala, maior a dificuldade do professor em manter algum controle sobre a turma.

 

O Governo de São Paulo não investe na qualidade do ensino

 

Por qualquer aspecto que se analise a questão, salas com grande número de alunos não beneficiam o processo ensino-aprendizagem. A razão pela qual o Governo do Estado de São Paulo mantém módulos tão elevados (30 alunos nos anos iniciais do ensino fundamental; 35 nos anos finais; e 40 no ensino médio) é econômica e não pedagógica. Ainda assim, esses limites não são respeitados e, em 2016, esses números poderão subir ainda mais, pois uma resolução da Secretaria Estadual da Educação oficializa a permissão para que sejam acrescentados mais 10% de estudantes em cada classe em “caráter excepcional”. Além disso, centenas de classes estão sendo fechadas, induzindo a superlotação das demais. Ou seja, o que é ruim vai piorar.

 

Educação requer condições adequadas

 

Não há na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional um limite máximo para o número de estudantes por classe. Existe atualmente em tramitação no Congresso Nacional o projeto de lei 597/2007, que prevê que o máximo de estudantes será de 25 por professor, nas turmas das séries iniciais do Ensino Fundamental, e de 35, em turmas das séries finais do ensino fundamental e ensino médio. Sua aprovação seria um avanço, mas não consideramos, ainda, o limite ideal. Em São Paulo, lutamos para que o número máximo de estudantes por classe seja de 25 em todos os níveis e etapas da educação básica, exceto a educação infantil, que deve possuir limites específicos.

 

É importante que se estabeleça este limite para corrigir a desproporção existente entre o trabalho do professor que ministra aulas nos anos iniciais do ensino fundamental e do que ministra aulas nas séries finais deste nível de ensino. Se, nos anos iniciais, o professor tem a regência de poucas turmas, pelos critérios atuais os professores que assumem as aulas dos anos finais do ensino fundamental chegam a trabalhar com até 700 estudantes de diversas classes. No caso de disciplinas como Física e Química, por exemplo, que têm menor número de aulas, pode-se chegar a até mil alunos para cada professor. Limitando-se em 25 o número de estudantes por classe em todos os níveis da educação básica criam-se condições para que esses professores fiquem menos sobrecarregados de trabalho, melhorando a qualidade do ensino.

 

Educação de qualidade não se faz com métodos gerenciais próprios de empresas privadas. Escolas formam pessoas, não produzem coisas. O estudante não é um elemento a mais; ele é a própria razão de existência da escola. Por isso, o processo ensino-aprendizagem tem que ser desenvolvido em condições adequadas e uma dessas condições é a limitação do número de estudantes por classe.

 

Lutar contra a superlotação das classes é uma das prioridades da APEOESP e por entidades de professores, funcionários, estudantes, trabalhadores e movimentos sociais que integram o Grito pela Educação Pública de Qualidade no Estado de São Paulo. Lutar por educação pública inclusiva e de qualidade é tarefa de toda a sociedade.

 

Fonte: APEOESP, Maria Izabel Azevedo Noronha

 

Incêndio destrói mais de 500 obras do acervo da Cinemateca Brasileira

 

 Um incêndio atingiu um galpão da Cinemateca Brasileira, na Vila Clementino, Zona Sul de São Paulo, na madrugada desta quarta-feira, dia 3, destruido cerca de 500 obras. De acordo com a coordenadora-geral da entidade, Olga Futema, todas as obras perdidas eram originais mas, quase que a totalidade, possum cópias em tecnologias mais modernas.

 

“O conteúdo foi preservado, o que se perdeu foram as matrizes”, afirmou Olga. Ainda de acordo com a coordenadora, a Cinemateca vai divulgar futuramente os nomes dos filmes que foram queimados e que possuíam cópia ou não.

 

O incêndio atingiu um dos quatro depósitos de armazenamento de filmes em suporte de nitrato de celulose, característico da produção cinematográfica anterior à década de 1950. Os bombeiros foram acionados às 5h30 e o combate ao fogo durou cerca de 30 minutos. A Cinemateca dispunha de estrutura criada especificamente para acomodar o acervo de filmes no suporte de nitrato, onde não tem rede elétrica para evitar riscos de curto-circuito e as paredes não são conectadas com o teto para evitar propagação do fogo. Segundo a instituição, a construção se mostrou eficiente, pois o fogo não atingiu nenhuma outra câmara do depósito.

 

Porém, o nitrato de celulose é um material que, pela sua composição físico-química, pode entrar em combustão espontânea, dependendo da temperatura no ambiente. As causas do incêndio ainda estão sendo apuradas pelo Corpo de Bombeiros.

 

A Cinemateca é vinculada ao Ministério da Cultura e vêm passando por uma crise que se arrasta há três anos, com um número insuficiente de funcionários na instituição, é preciso contar com a sorte para que esse amplo acervo de documentos não seja afetado novamente por um novo acidente.

 

Fonte: Jornal Hora do Povo 

 

Polícia: propina da merenda foi “verdadeira farra com o dinheiro público”

R$ 95 mil em propina apreendida pela polícia com funcionário da Coaf, em janeiro

 

Em janeiro, Polícia Civil prendeu com um dos funcionários da cooperativa Coaf, que fraudava contratos de merenda com Estado e prefeituras, R$ 95 mil em dinheiro vivo que seria entregue a lobista foragido.

 

Os delegados da Operação Alba Branca afirmam que o esquema mantido pela Coaf (falsa cooperativa de produtores rurais) na venda de produtores para a merende escolar no governo do Estado, em São Paulo, e em prefeituras era “uma verdadeira farra com o dinheiro público”.

 

O termo consta do pedido de prisão de sete pessoas ligadas à Cooperativa Agrícola Familiar (Coaf), de Bebedouro, assinado pelos delegados da Polícia Civil Mario José Gonçalves, Paulo Roberto Montelli e João Vitor Silvério. O documento foi a base para deflagração da Alba Branca, no dia 19 de janeiro, que desmontou um esquema de corrupção e fraudes em contratos do governo do Estado e de 22 prefeituras. O esquema, segundo a polícia, se aproveitou da legislação federal, que estipula e prevê incentivos para compra de até 30% de produtos da merenda escolar de pequenos produtores rurais.

 

A representação dos delegados aponta que o esquema envolvia propinas, chamadas pelos investigados de “comissões”, que giraram entre 10% e 20% em contratos com governos de estado e prefeituras para fornecimento de produtos para merenda, como suco de laranja e arroz. A Coaf participava das chamadas públicas simulando disputa com outras cooperativas ligadas a ela, combinando preços, que eram superfaturados – um litro de suco de laranja, que para a entidade custava R$ 3,70, era vendido a R$ 6,80. Para garantir os contratos com o governo e prefeituras, era feito a certo de “comissões”.

 

“Tais valores, via de regra, são entregues em dinheiro ao representante do órgão público participante do esquema, no caso, alguém que funcionava como um ‘lobista’”, informa relatório da Alba Branca.

 

Apreensão de propina. Com base em horas de escutas telefônicas e nos depoimentos de pelos menos seis funcionários da Coaf, incluindo o presidente da entidade, Cássio Chebabi, foi possível detalhar como eram feitos as entregas de pacotes de dinheiro vivo, depósitos em contas e acertos em postos de combustível às margens de rodovias.

Num dos trechos do documento, a Polícia Civil aponta que foram identificados a “entrega de valores, sendo uma no valor de R$ 130 mil, uma segunda de R$ 80 mil e, uma terceira, que iria ser efetuada no valor de R$ 95 mil”.

 

Considerada pela Alba Branca “importante prova material da efetiva existência dessa organização criminosa”, a polícia apreendeu R$ 95,6 mil reais em notas de R$ 50 e R$ 100, no dia 9 de janeiro, na cidade de Taiuva – vizinha a Bebedouro, sede da Coaf.

 

Fonte: O Estado de S. Paulo, Ricardo Brandt e Fausto Venceslau

 

UMES realiza seu 23º desfile pelas ruas do Bixiga denunciando a superlotação

 

Ontem a UMES realizou o 23º Bloco UMES Caras Pintadas, mais uma vez levando alegria e muita diversão às ruas do Bixiga. O tema do bloco da UMES desse ano foi a vitoria dos estudantes contra a “reorganização” do governo de São Paulo, que pretendia fechar 93 escolas, transferir forçadamente centenas de milhares de alunos, superlotando ainda mais as salas.

 

 

A concentração teve início às 16 horas na Praça Dom Orione, com a distribuição de 400 abadas para os primeiros a chegarem no bloco. “O carnaval é uma festa muito importante, e a UMES cuida do bloco UMES Caras Pintadas, um bloco dedicado aos estudantes e a juventude de São Paulo, com muito carinho. Todo ano levamos muita folia aos estudantes e a população da cidade com um bloco aberto a população. E para fechar, sempre levamos alguma mensagem importante, esse ano o tema foi a nossa vitória contra a ‘reorganização’ do governo do Estado”, disse Marcos Kauê, presidente da UMES, ao abrir as festividades.

 

Mas a festa só começou após vizita da Corte do Carnaval, eleita pelo carnaval oficial de São Paulo, que contou com o Rei Momo e as duas princesas para dar as boas vindas ao bloco da UMES e desejar muita farra para os secundaristas durante o carnaval. Logo em seguida, por volta das 17:30 a Roda de Capoeira da UMES começou a sua apresentação, esquentando as festividades e resgatando a história do carnaval. Organizada pelo professor-instrutor Pavio e seus alunos, os capoeiristas lembraram como os capoeiras ajudaram na legalização do carnaval.

 

“Foi a capoeira que ajudou no desenvolvimento do carnaval, quando os capoeiras estavam na linha de frente dos blocos durante sua proibição”, disse Pavio afirmando que a capoeira e o carnaval andam juntos há muito tempo. “É por isso temos essa festa, por que os capoeiras garantiram a luta pelo carnaval, até mesmo nos confrontos contra a polícia que tentava reprimir as festividades carnavalescas”.

 

Depois da apresentação de capoeira foi a vez da bateria da "Caprichosos da Zona Sul" se apresentar. Com muita animação e entusiasmo, botando todos para sambar. Ao fim da apresentação foram eleitos a princesa e o príncipe da bateria, Carla Natacha e Lucas Penteado, que receberam um CD da escola.

 

 

Em seguida a banda "Foliões da Pauliceia" subiu no carro de som, e para iniciar tocou a música tema do carnaval da UMES 2016: “Do pesadelo a um novo dia”, que resgatou a luta e vitória dos estudantes contra a reorganização, mandando até recado para os abusos policiais contra a juventude: “E a polícia que só bate/ A UMES manda tomar seu jeito!”.

 

Mesmo o incidente no carro de som, que teve o seu gerador queimado, inviabilizando o desfile pelas ruas do Bixiga, não acabou com a festa. Rapidamente a diretoria e os funcionários da entidade conduziram a todos para a sede na Rua Rui Barbosa e lá ligaram o som dando continuidade a folia.

 

Ao fim foram sorteados dois pares de ingresso para o Carnaval Oficial de São Paulo.

 

Alunos de SP desfilam em bloco contra mudança na rede estadual

Foliões seguem o carro de som na Rua Treze de Maio

 

Publicamos abaixo matéria repercutida pelo UOL educação sobre o Bloco UMES Caras Pintadas 2016

 

Depois da Operação Lava Jato e o mosquito Aedes aegypti, outro tema do noticiário virou marchinha deste carnaval: a reorganização escolar da rede paulista. Na terça-feira, 2, dezenas de foliões desfilaram na Bela Vista, na região central, em um bloco organizado pela União Municipal dos Estudantes Secundaristas (Umes), que desfila há 23 anos.

 

Veja a cobertura do Estadão sobre o bloco da UMES

 

Batizada de "Do Pesadelo a um novo dia", a marchinha critica o projeto de reformar a rede de ensino, que previa o fechamento de 93 colégios estaduais, e as condições da educação pública. No auge da mobilização contra o projeto no fim do ano passado, os estudantes chegaram a tomar 196 escolas. "Construíram a resistência/E pudemos virar/Ocupação!", diz a música. A mudança da rede foi adiada pelo governo do Estado após a pressão dos alunos.

 

Veja todas as fotos!

 

A marchinha também ironizou a atuação da Polícia Militar, considerada violenta pelos alunos, durante as manifestações contra o projeto. Além de samba, a folia dos estudantes na região central teve rodas de capoeira e shows.

 

 

Fonte: uol Educação