Propina da merenda escolar em SP pode ter ido para campanha eleitoral

Retirado da edição impressa do jornal Agora

 

Um suposto esquema de superfaturamento na compra de merenda escolar e cobrança de propina pode ter sido usado para pagar dívidas de campanhas eleitorais, segundo investigação do Ministério Público.

 

A informação foi divulgada ontem no "Jornal Nacional", da Globo.

 

O esquema envolveria políticos e funcionários públicos ligados ao governo de Geraldo Alckmin (PSDB), além de cooperativas agrícolas paulistas.

 

Contratos de ao menos 22 municípios estão sob investigação, em negócios que movimentaram R$ 209,8 milhões em 2015, diz a investigação da Promotoria.

 

As investigações começaram em junho de 2015, quando o ex-presidente da Coaf (Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar) Cássio Izique Chebabi denunciou o esquema à Polícia Civil em Bebedouro (381 km de SP).

 

Fonte: Agora

 

Bloco UMES Caras Pintadas: Não vai ter superlotação!

 

Para ir esquentando o carnaval 2016 publicamos hoje o enredo do 23º desfile do Bloco UMES Caras Pintadas: “Do pesadelo a um novo dia”, que narra a luta dos estudantes contra a reorganização para fechar escolas e superlotar as salas.

 

 A folia acontecerá pelas ruas do Bixiga, e terá início às 16 horas na Praça Dom Orione, com caminhão de som, capoeira e muita alegria. E não se esqueça, para garantir o seu abada é preciso estar entre as primeiras 400 pessoas na concentração. Confirme já sua presença no Facebook!

 

 

DO PESADELO A UM NOVO DIA

(Helinho Guadalupe / Fernando Szegeri)

 

 

Tive um pesadelo em alemão

E o nome estranho do vilão

Vê só se não parece fraude:

Herman Cornelius Voorwald!

 

Foi cair na lábia do patrão

Que a tal reorganização

É só tocar que a gente aplaude

 

Luta, união e consciência

Construíram a resistência

E pudemos virar

 

Ocupação!

Sombrio pesadelo feito sonho

 

Vimos… Mais reflexão, cidadania

Superlotação só de poesia

Traçarem nova escrita

 

Vamos

Tramar manhã bem mais bonita

Queremos

Botar na lei nossa conquista

Cornelius,

Padula, Sorvete de Chuchu

E a polícia que só bate

A UMES manda tomar seu jeito!

Padula é mencionado em investigação contra esquema de corrupção na merenda de SP

(Foto: A2img/ Diogo Moreira/ Divulgação)

 

O ex-assessor da secretaria de Educação de São Paulo, Fernando Padula, conhecido por dirigir pessoalmente a violência policial contra os estudantes que se opunham ao fechamento das escolas e a superlotação da “reorganização”, foi citado por três investigados envolvidos no esquema de corrupção da merenda escolar de 22 municípios. Os investigados, em grampo telefônico, alegam que Padula orientava sua ação acerca dos aditamentos de contratos superfaturados para o fornecimento de merenda escolar.

 

Na interceptação telefônica da Operação Alba Branca, que investiga os contratos da Secretaria de Educação com a Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (Coaf), os membros da cooperativa tratam Padula como o “nosso homem”, e de acordo com a Polícia Civil ele é tratado com reverência pelos supostos ladrões de merenda.

 

Os grampos envolvem o lobista Marcel Ferreira Júlio, o vendedor da Coaf, César Bertholini, e um ex-assessor Secretaria da Casa Civil do governo de Geraldo Alckmin, Luiz Roberto dos Santos (Moita).

 

Padula foi o responsável pela implementação da “guerra as ocupações” anunciada em reunião no final de novembro de 2015, e amplamente divulgada devido a um áudio vazado pelos Jornalistas Livres. Ele pessoalmente esteve presente em algumas ações onde policiais e funcionários da secretaria invadiram e agrediram alunos nas ocupações, contrariando decisão judicial. Ele foi exonerado no dia 28 de janeiro, após ocupar o cardo desde 2007.

 

Governo federal tem até junho para incluir quase 3 milhões de crianças na escola segundo PNE

 

De acordo com o Plano Nacional de Educação todas as crianças entre 4 e 17 anos de idade têm até junho deste ano para se matricular na escola, ou seja, o governo precisaria garantir a matricula de mais de 2 milhões de crianças. Porém tendo em vista os bilionários cortes na educação, será muito difícil conseguir o feito no prazo. Caso isso aconteça será o segundo ano consecutivo que o governo da Pátria Educadora não alcança as metas do Plano Nacional da Educação.

 

Em 2014 os dados do governo federal indicavam que cerca de 2.777.528 crianças estavam fora da escola, enquanto em 2005 a estatística era de 5.042.380, período onde 89,5% das crianças estavam matriculadas. A estatística cai ainda mais caso seja a analise foque apenas no ensino médio, onde 82,6% dos jovens entre 15 e 17 anos estão na escola.

 

Porém paralelo ao problema da inclusão está o da evasão, que cresce a cada dia mais com a crise econômica, já que entre as famílias menos abastadas é comum iniciar a vida profissional mais cedo. Hoje a evasão atinge 7,6% dos jovens brasileiros matriculados no ensino médio. Durante este ciclo a maior desistência ocorre no 1º ano do ensino médio.

 

De acordo com o ranking organizado com dados do Inep, Mec e Todos pela Educação pela revista Exame, os Estados mais afetado pelo problema no Brasil é o Pará, que lidera a lista com o maior percentual de evasão entre adolescentes. No 1° ano a taxa é de 18,8%, enquanto o 2º e 3º são 15,7% e 12,6%, respectivamente, uma média de 16,1%. Logo em seguida está Alagoas, com uma média de evasão igual a 13,9%. O melhor colocado é Pernambuco, com uma média de 3,2% de evasão.

 

Novo secretário de educação de SP diz que vai fechar escolas com base no diálogo

Estudantes da ocupação do E. E. Maria José, no Bixiga, após resistirem ao ataque da policia, dirigido pela Secretaria de Educação

 

Na última quinta (28) ocorreu a posse do novo secretário de educação de Geraldo Alckmin, José Renato Nalini, que afirmou estar comprometido em dialogar sobre a implementação da “reorganização” (projeto do governo de São Paulo para fechar escolas, acabar com períodos e superlotar ainda mais as salas de aula), medida repelida por centenas de ocupações nas escolas e diversas manifestações nas ruas da cidade.

 

Durante a solenidade Nalini respondeu, após ser questionado sobre a retomada do projeto para fechar escolas, conforme insiste a gestão Alckmin: “Um plano não surgiu do acaso, vou chamar as lideranças, responsáveis, pensadores, e verificar o que foi o motivo da revolta”. Embora o novo secretário tenha se esforçado para contornar a polêmica, ficou claro que foi escolhido para a ocupar a pasta com a responsabilidade de implementar os cortes na educação previstos pela “reorganização” do governo estadual.

 

Para o presidente da UMES, Marcos Kauê, se houvesse realmente compromisso do novo secretário com o diálogo ele se comprometeria em colocar um fim definitivo a reorganização. “As ocupações e todas as nossas manifestações deixaram claro que a sociedade é contra o fechamento de escolas, a transferência forçada de alunos e a superlotação. Não foi por acaso que a avaliação do governo Alckmin caiu 10% em novembro. Mas ao invés disso o governo aprova resoluções legalizando a superlotação, e segue fechando salas e impedindo matrículas como estão denunciando nossos professores. Quem quer dialogar não age dessa forma, quem quer dialogar ouve a população”.

 

Ainda nesse mês de janeiro o governo Alckmin aprovou uma resolução permitindo ampliar o número de alunos em sala em até 10%, medida que na prática é uma reorganização disfarçada. E não para por aí, a APEOESP tem relatado diversos casos de escolas estaduais onde as matrículas foram inviabilizadas pela Diretoria de Ensino responsável, como é o caso da E. E. Zulmira de Oliveira (Itapeva) e Raul Venturelli (Capão Bonito) em relação ao 6º ano do fundamental. Com isto as respectivas direções iniciaram uma transição para impor a reorganização nessas unidades.

 

Outro exemplo é o da E. E. Maria de Fátima Gomes Alves (Penápolis), que não abriu matrículas para alunos do primeiro ano do ensino médio do período noturno, embora exista demanda. A medida levará ao fim do noturno na escola assim que as últimas turmas se formarem.

 

Um em cada quatro professores mantêm contratos temporários no Brasil

 

De acordo com o Censo Escolar de 2015 mais de 450 mil professores, entre os 1,8 milhão de profissionais da rede pública, mantém contratos precários no Brasil. Este é o caso do professor de Educação Física, Pedro Ferreira, que leciona no Estado de São Paulo. Atualmente Pedro está passando pelo período conhecido como “duzentena”, onde após três contratos temporários junto a rede estadual ele precisa ficar 200 dias afastado para assinar um novo contrato. “Tenho dois filhos, não posso ficar 200 dias sem trabalhar”, explica o professor ao completar que mora próximo a escola, e todo dia é questionado quando volta pelos alunos. “É muito triste!”

 

Ainda em São Paulo a professora de Ciências, Paula Fernandes, explica sua contratação como professora temporária. “Venho do norte de Minas e a situação trabalhista era parecida”, relata a professora alarmada com a duzentena que deve enfrentar ano que vem.  “Em fevereiro não recebi nada devido a quarentena, a gente fica com as mãos atadas. Moro de aluguel, tenho dois filhos e não tenho outro meio de vida”.

 

Para a presidente da APEOESP, Maria Izabel Noronha, esse modelo de contratação descontínua é prejudicial para os professores, alunos e toda a sociedade. “O professor vai fazer o quê? Ficar esperando? Provavelmente ele vai sair da profissão”. Para ela melhorar a qualidade do ensino impondo essas condições de trabalho aos professores é impossível. “Como falar em qualidade de ensino se você trata um professor dessa forma?”

 

Na rede de São Paulo os professores temporários têm contratos com duração de um ano, com direito a férias e 13º salário. No entanto para ser renovado o docente precisa ficar 40 dias afastado (quarentena), e após três contratos, ou duas quarentenas, o professor é submetido a duzentena: 200 dias (um ano letivo) sem contrato para que assim seja possível assinar a renovação pela quarta vez. Nesses casos, mesmo se o contrato temporário for assinado isso não garante o posto de trabalho. O professor com contrato fica no “banco” aguardando uma vaga.

 

Ficar sem contrato é uma situação bastante complicada para os professores, já que implica em ficar sem seu salário. “Meu período de afastamento acabou bem na época eleitoral, quando não se pode contratar ninguém. Então, fiquei um ano inteiro fora”, disse o professor de Biologia e Ciências, Carlos Guimarães, que recorreu a empréstimos e alguns bicos para sobreviver.

 

 

 

 

A pedagoga paranaense Denize Ferreira, que em 2013 concluiu um estudo sobre a situação dos professores temporários, relata que esse tipo de contratação torna o professor descartável. “O temporário é como um apêndice, que pode ser cortado a qualquer momento, sem ônus para o estado”, já que não implica o estado em nenhuma obrigação trabalhista.

 

“As condições de trabalho para o professor vêm sendo sucateadas, mas no caso do temporário são ainda piores. Todo fim de ano bate aquela incerteza, uma ansiedade por não saber se você vai dar continuidade ao trabalho. É uma situação humilhante”. Para ela esse tipo de contrato é uma forma de cortar recursos da educação, já que não possui nenhuma explicação pedagógica. “Os temporários recebem menos benefícios, são uma mão de obra mais barata. É uma perspectiva neoliberal e quem arca com o ônus é o professor”.

 

No Paraná os temporários representam 17% dos contratados da rede, e não recebem acréscimo salarial por titulação e não têm acesso à previdência especial. Em São Paulo alem da quarentena e duzentena a cada renovação de contato, os professores não têm acesso a plano de saúde como os demais servidores públicos.

 

Denise explicou que se o ano letivo já é iniciado com professores temporários responsáveis por diversas turmas, trata-se de uma alegação de função temporária fraudulenta. “Hoje, as escolas não funcionam sem os temporários. E se um contrato excepcional é renovado, significa que se trata de uma necessidade permanente, não excepcional”.

 

Em todo o Brasil se analisarmos apenas o Ensino Médio, que é responsabilidade das redes estaduais, a parcela de temporários sobe para 30%, chegando a ultrapassar os 40% em algumas disciplinas como Química e Física.

 

Vem pra a folia com os estudantes!

Não fique de fora dessa! Organize sua turma e vamos cair na folia!

 

 

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Pátria Educadora começa o ano cortando 65% do Pronatec

 

Segundo apontam os dados do orçamento de 2016, o governo Dilma Rousseff (PT) pretende cortar 65% do carro chefe de sua campanha pela reeleição: o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec).

 

A Pátria Educadora da presidente em nada avança a educação do país e nem ao menos esse programa ruim consegue manter, já que resume-se basicamente pela destinação de recursos a instituições de pouca ou quase nenhuma qualidade.

 

Em 2016, o governo ira gastar R$ 1,6 bilhão no Pronatec. No ano passado a cifra foi de R$ 4,7 bilhões, ante R$ 5,3 bilhões em 2014, quando Dilma participou de dezenas de formaturas de alunos em plena campanha para reeleição.

 

Fonte: Jornal Hora do Povo

Apeoesp: governo faz reorganização disfarçada

 

Em 2015 a mobilização dos professores, estudantes, pais e movimentos sociais impediu a concretização do plano do Governo Estadual de fechar 93 escolas e desmembrar outras 752 unidades escolares, causando transtornos às famílias, prejuízos aos professores e mais problemas para o desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem na rede estadual de ensino.

 

Como sempre, a motivação para a chamada “reorganização” da rede de ensino era financeira (corte de gastos e “enxugamento da máquina administrativa”) e não educacional, pois o então Secretário da Educação foi incapaz de demonstrar as bases pedagógicas para aquela medida.

 

Derrotado pelo movimento, sem apoio na opinião pública e derrotado também no judiciário, que o mandou suspender todo o processo e promover debates sobre a educação com participação popular em 2016, o Governo Estadual assegurou que manteria todos os estudantes em suas escolas atuais e que absorveria a demanda de novas matrículas na rede estadual de ensino.

 

Entretanto, têm chegado ao nosso conhecimento, neste início de ano, alguns sinais de que o Governo talvez esteja pretendendo burlar a decisão judicial, realizando uma “reorganização” disfarçada nas escolas estaduais. Chegam de algumas regiões informações sobre fechamento de turmas no ensino fundamental, induzindo as matrículas em escolas municipais localizadas nas proximidades e também no ensino médio, sobretudo no noturno.

 

Há casos como os das escolas estaduais Zulmira de Oliveira, em Itapeva, e Raul Venturelli, em Capão Bonito, na mesma região, às quais a Diretoria de Ensino determinou a inviabilização de matrículas para o 6º ano do ensino fundamental, sob a ameaça de que, se isto ocorrer, os prédios serão compartilhados com as redes municipais. Com receio de compartilhamento, os diretores destas escolas estão abrindo vagas para o ensino médio, iniciando uma transição para, na prática, impor a reorganização nessas unidades.

 

Outro exemplo é o da Escola Estadual Maria de Fátima Gomes Alves, na cidade de Clementina, pertencente à Diretoria de Ensino de Penápolis, que não abriu classe para primeiro ano de ensino médio noturno em 2016 e não está aceitando matrículas para formar essa turma, apesar de existir demanda.

 

Na Escola Estadual Professora Vera Athaíde Pereira, localizada na região da Diretoria de Ensino Sul 3, na capital, a direção recusa-se a abrir matriculas para Educação de Jovens e Adultos, embora tenha sido encaminhada pela APEOESP e pelos professores a demanda existente.

 

Na região de Piracicaba estão sendo fechadas quatro classes (sendo duas do 6º ano do Ensino Fundamental, uma do 7º ano do Ensino Fundamental e uma da 1ª série do Ensino Médio) na Escola Estadual Padre Fabiano José Moreira de Camargo, em Capivari, tendo os estudantes sido contatados para se transferirem compulsoriamente para uma nova unidade escolar localizada em bairro mais distante. Na Escola Estadual Professora Maria Januaria Vaz Tuccori, na mesma cidade, está sendo fechada uma classe do 1º ano e uma classe do 3º ano do Ensino Médio, sendo esses alunos obrigados a se matricular no período diurno, na nova unidade escolar a que já nos referimos (que sequer está totalmente finalizada) e que funcionará no noturno.

 

Não vamos admitir que a Secretaria da Educação imponha a conta-gotas uma reorganização que foi derrotada pela mobilização das comunidades escolares. A sociedade rejeitou o fechamento das escolas e a separação dos estudantes em prédios distintos para os anos iniciais do ensino fundamental, anos finais do ensino fundamental e ensino médio. Também não vamos aceitar que se faça uma “municipalização branca” do ensino fundamental, fechando-se classes nas escolas estaduais.

 

A APEOESP encaminhou todos esses casos para a Secretaria da Educação e está solicitando providências para que sejam atendidos os direitos e necessidades das comunidades, bem como comunicará ao Ministério Público a existência dessas situações e, ainda, solicita aos professores, aos estudantes e aos pais que tenham conhecimento de casos semelhantes que procurem as subsedes da APEOESP nas regiões para denunciá-los. Endereços e telefones das subsedes podem ser encontrados em www.apeoesp.org.br.

 

Fonte: Maria Izabel Azevedo Noronha, APEOESP

Governo diz que não editou a MP 704 com intenção de desviar os recursos dos royalties da Educação e Saúde

 

O secretário do Tesouro, Otávio Ladeira, negou nesta segunda-feira que o governo tenha utilizado recursos de royalties do petróleo e do Banco Central (BC) para quitar as pedaladas fiscais do governo ao fim do ano passado.

 

“Não estão sendo utilizado recursos de royalties para o pagamento dos passivos do TCU. De todos os recursos utilizados para pagamento não foram utilizados nem recursos de royalties nem recursos do resultado positivo do BC repassados para o Tesouro”, afirmou Ladeira.

 

O Tesouro repassa aos bancos públicos os recursos para financiar programas do governo e então os bancos pagam as despesas. Mas o governo Dilma resolveu fazer diferente, o que resultou nas pedaladas.

 

O Tesouro repassou menos recursos do que o necessário aos bancos públicos que então usaram seus próprios recursos para bancar os programas. Depois, governo pagaria a dívida com os bancos, com juros. Porém, em 2015 o governo atrasou esses pagamentos e no Natal criou mecanismos para tirar dinheiro de outras áreas para pagar aos bancos.

 

Entre os mecanismos criados pelo governo está a Medida Provisória 704 (MP 704), publicada no Diário Oficial da União na véspera do Natal.

 

A MP 704 permite remanejar o superávit de fontes com finalidades específicas, autorizando o uso das fontes de recursos existentes no Tesouro, relativas ao superávit financeiro, para cobrir despesas correntes dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social da União. Isso quer dizer que o governo pode, por exemplo, utilizar os recursos em caixas oriundos dos royalties que não foram efetivamente gastos, e por isso ficaram no caixa, para pagar outras despesas que não sejam Saúde e Educação. Até então, só seria possível utilizar tais recursos financeiros exclusivamente para as despesas com Saúde e Educação.

 

Estima-se que o governo tenha usado R$ 31,4 bilhões dos royalties do petróleo (superávit financeiro) para pagar a divida com os bancos.

 

Mas, de acordo com o Tesouro foram pagos R$ 27,1 bilhões com recursos do superávit financeiro. Desse montante, R$ 21,1 bilhões vieram do “colchão da dívida”, composto por recursos de emissão de títulos e não dos royalties. Outros R$ 5,9 bilhões eram recursos do FGTS que estavam retidos no caixa do Tesouro e voltaram ao fundo. Também foram utilizados R$ 94 milhões da remuneração da conta única e R$ 54 milhões de loterias.

 

Outros R$ 43,8 bilhões pagos aos bancos públicos vieram de recursos do exercício de 2015, segundo o Tesouro, de diversas fontes. Foram R$ 11,5 bilhões, por exemplo, da remuneração dos recursos depositados na conta única ao longo do ano e outros R$ 30,6 de recursos ordinários, de tributos pagos por empresas e pessoas físicas. Mais R$ 1,2 bilhão eram de recursos devidos ao FGTS no exercício, mais R$ 180 milhões de operações oficiais de crédito.

 

Fonte: Jornal Hora do Povo