APEOESP: a luta contra a superlotação das classes significa mais qualidade de ensino

Bebel durante Grito pela Educação Pública de Qualidade em SP, na Av. Paulista em outubro

 

Abaixo publicamos o texto da presidente da APEOESP, Maria Izabel Azevedo Noronha (Bebel), tratando do problema da superlotação das salas na rede de ensino público de São Paulo

 

Embora alguns governantes e autoridades educacionais neguem, para justificar seu pouco empenho em realizar mais investimentos em educação, uma análise de estudos internacionais realizada pela pesquisadora Cristine Pinto, da Escola de Economia da Fundação Getúlio Vargas, de São Paulo (jornal O Estado de S. Paulo, 14/11/2015), demonstra que uma redução média de 30% no tamanho da turma aumenta a proficiência do aluno em 44%. Esses estudos foram aplicados em escolas estrangeiras com até 30 alunos por classe no ensino fundamental.

 

Ainda de acordo com a reportagem do jornal, a análise dos dados do IDESP (índice de Desenvolvimento Educacional do Estado de São Paulo) indicou que a aprendizagem dos estudantes que frequentam salas superlotadas no ensino médio da rede estadual de ensino é 22% menor que a média do estado, que já é baixa.

 

Problemas para o professor, problemas para os estudantes

 

Quem exerce a profissão docente sabe da enorme dificuldade em ministrar aulas para uma classe com excesso de alunos. Quem estuda em classe superlotada também sabe que é muito difícil estudar nessas condições, sobretudo nas nossas escolas públicas, a grande maioria com projetos arquitetônicos ultrapassados, espaços exíguos, problemas de manutenção, pouca luminosidade e ventilação e problemas acústicos que fazem com que professores e estudantes precisem se desdobrar para se fazerem entender.

 

Ora, a Educação pressupõe uma relação entre professor e aluno. Como qualquer um pode facilmente imaginar, quanto mais estudantes estiverem em uma mesma sala de aula, mais difícil será para o professor estabelecer essa boa relação professor-aluno.

 

Para melhorar sua aprendizagem, o estudante requer atenção, acompanhamento e, muitas vezes, auxílio individualizado de seus professores. Classes com 40, 45 e até 50 alunos ou mais, como vemos na rede estadual de ensino de São Paulo, inviabilizam completamente esse tipo de relação.

 

Para o professor, o problema já começa na hora da chamada. O excessivo número de estudantes na sala faz com que um tempo precioso seja utilizado na verificação de presença. Depois, o burburinho, que não raro se transforma em verdadeira bagunça, dificulta totalmente a tarefa de ensinar. Obviamente, quanto mais estudantes na sala, maior a dificuldade do professor em manter algum controle sobre a turma.

 

O Governo de São Paulo não investe na qualidade do ensino

 

Por qualquer aspecto que se analise a questão, salas com grande número de alunos não beneficiam o processo ensino-aprendizagem. A razão pela qual o Governo do Estado de São Paulo mantém módulos tão elevados (30 alunos nos anos iniciais do ensino fundamental; 35 nos anos finais; e 40 no ensino médio) é econômica e não pedagógica. Ainda assim, esses limites não são respeitados e, em 2016, esses números poderão subir ainda mais, pois uma resolução da Secretaria Estadual da Educação oficializa a permissão para que sejam acrescentados mais 10% de estudantes em cada classe em “caráter excepcional”. Além disso, centenas de classes estão sendo fechadas, induzindo a superlotação das demais. Ou seja, o que é ruim vai piorar.

 

Educação requer condições adequadas

 

Não há na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional um limite máximo para o número de estudantes por classe. Existe atualmente em tramitação no Congresso Nacional o projeto de lei 597/2007, que prevê que o máximo de estudantes será de 25 por professor, nas turmas das séries iniciais do Ensino Fundamental, e de 35, em turmas das séries finais do ensino fundamental e ensino médio. Sua aprovação seria um avanço, mas não consideramos, ainda, o limite ideal. Em São Paulo, lutamos para que o número máximo de estudantes por classe seja de 25 em todos os níveis e etapas da educação básica, exceto a educação infantil, que deve possuir limites específicos.

 

É importante que se estabeleça este limite para corrigir a desproporção existente entre o trabalho do professor que ministra aulas nos anos iniciais do ensino fundamental e do que ministra aulas nas séries finais deste nível de ensino. Se, nos anos iniciais, o professor tem a regência de poucas turmas, pelos critérios atuais os professores que assumem as aulas dos anos finais do ensino fundamental chegam a trabalhar com até 700 estudantes de diversas classes. No caso de disciplinas como Física e Química, por exemplo, que têm menor número de aulas, pode-se chegar a até mil alunos para cada professor. Limitando-se em 25 o número de estudantes por classe em todos os níveis da educação básica criam-se condições para que esses professores fiquem menos sobrecarregados de trabalho, melhorando a qualidade do ensino.

 

Educação de qualidade não se faz com métodos gerenciais próprios de empresas privadas. Escolas formam pessoas, não produzem coisas. O estudante não é um elemento a mais; ele é a própria razão de existência da escola. Por isso, o processo ensino-aprendizagem tem que ser desenvolvido em condições adequadas e uma dessas condições é a limitação do número de estudantes por classe.

 

Lutar contra a superlotação das classes é uma das prioridades da APEOESP e por entidades de professores, funcionários, estudantes, trabalhadores e movimentos sociais que integram o Grito pela Educação Pública de Qualidade no Estado de São Paulo. Lutar por educação pública inclusiva e de qualidade é tarefa de toda a sociedade.

 

Fonte: APEOESP, Maria Izabel Azevedo Noronha

 

Incêndio destrói mais de 500 obras do acervo da Cinemateca Brasileira

 

 Um incêndio atingiu um galpão da Cinemateca Brasileira, na Vila Clementino, Zona Sul de São Paulo, na madrugada desta quarta-feira, dia 3, destruido cerca de 500 obras. De acordo com a coordenadora-geral da entidade, Olga Futema, todas as obras perdidas eram originais mas, quase que a totalidade, possum cópias em tecnologias mais modernas.

 

“O conteúdo foi preservado, o que se perdeu foram as matrizes”, afirmou Olga. Ainda de acordo com a coordenadora, a Cinemateca vai divulgar futuramente os nomes dos filmes que foram queimados e que possuíam cópia ou não.

 

O incêndio atingiu um dos quatro depósitos de armazenamento de filmes em suporte de nitrato de celulose, característico da produção cinematográfica anterior à década de 1950. Os bombeiros foram acionados às 5h30 e o combate ao fogo durou cerca de 30 minutos. A Cinemateca dispunha de estrutura criada especificamente para acomodar o acervo de filmes no suporte de nitrato, onde não tem rede elétrica para evitar riscos de curto-circuito e as paredes não são conectadas com o teto para evitar propagação do fogo. Segundo a instituição, a construção se mostrou eficiente, pois o fogo não atingiu nenhuma outra câmara do depósito.

 

Porém, o nitrato de celulose é um material que, pela sua composição físico-química, pode entrar em combustão espontânea, dependendo da temperatura no ambiente. As causas do incêndio ainda estão sendo apuradas pelo Corpo de Bombeiros.

 

A Cinemateca é vinculada ao Ministério da Cultura e vêm passando por uma crise que se arrasta há três anos, com um número insuficiente de funcionários na instituição, é preciso contar com a sorte para que esse amplo acervo de documentos não seja afetado novamente por um novo acidente.

 

Fonte: Jornal Hora do Povo 

 

Polícia: propina da merenda foi “verdadeira farra com o dinheiro público”

R$ 95 mil em propina apreendida pela polícia com funcionário da Coaf, em janeiro

 

Em janeiro, Polícia Civil prendeu com um dos funcionários da cooperativa Coaf, que fraudava contratos de merenda com Estado e prefeituras, R$ 95 mil em dinheiro vivo que seria entregue a lobista foragido.

 

Os delegados da Operação Alba Branca afirmam que o esquema mantido pela Coaf (falsa cooperativa de produtores rurais) na venda de produtores para a merende escolar no governo do Estado, em São Paulo, e em prefeituras era “uma verdadeira farra com o dinheiro público”.

 

O termo consta do pedido de prisão de sete pessoas ligadas à Cooperativa Agrícola Familiar (Coaf), de Bebedouro, assinado pelos delegados da Polícia Civil Mario José Gonçalves, Paulo Roberto Montelli e João Vitor Silvério. O documento foi a base para deflagração da Alba Branca, no dia 19 de janeiro, que desmontou um esquema de corrupção e fraudes em contratos do governo do Estado e de 22 prefeituras. O esquema, segundo a polícia, se aproveitou da legislação federal, que estipula e prevê incentivos para compra de até 30% de produtos da merenda escolar de pequenos produtores rurais.

 

A representação dos delegados aponta que o esquema envolvia propinas, chamadas pelos investigados de “comissões”, que giraram entre 10% e 20% em contratos com governos de estado e prefeituras para fornecimento de produtos para merenda, como suco de laranja e arroz. A Coaf participava das chamadas públicas simulando disputa com outras cooperativas ligadas a ela, combinando preços, que eram superfaturados – um litro de suco de laranja, que para a entidade custava R$ 3,70, era vendido a R$ 6,80. Para garantir os contratos com o governo e prefeituras, era feito a certo de “comissões”.

 

“Tais valores, via de regra, são entregues em dinheiro ao representante do órgão público participante do esquema, no caso, alguém que funcionava como um ‘lobista’”, informa relatório da Alba Branca.

 

Apreensão de propina. Com base em horas de escutas telefônicas e nos depoimentos de pelos menos seis funcionários da Coaf, incluindo o presidente da entidade, Cássio Chebabi, foi possível detalhar como eram feitos as entregas de pacotes de dinheiro vivo, depósitos em contas e acertos em postos de combustível às margens de rodovias.

Num dos trechos do documento, a Polícia Civil aponta que foram identificados a “entrega de valores, sendo uma no valor de R$ 130 mil, uma segunda de R$ 80 mil e, uma terceira, que iria ser efetuada no valor de R$ 95 mil”.

 

Considerada pela Alba Branca “importante prova material da efetiva existência dessa organização criminosa”, a polícia apreendeu R$ 95,6 mil reais em notas de R$ 50 e R$ 100, no dia 9 de janeiro, na cidade de Taiuva – vizinha a Bebedouro, sede da Coaf.

 

Fonte: O Estado de S. Paulo, Ricardo Brandt e Fausto Venceslau

 

UMES realiza seu 23º desfile pelas ruas do Bixiga denunciando a superlotação

 

Ontem a UMES realizou o 23º Bloco UMES Caras Pintadas, mais uma vez levando alegria e muita diversão às ruas do Bixiga. O tema do bloco da UMES desse ano foi a vitoria dos estudantes contra a “reorganização” do governo de São Paulo, que pretendia fechar 93 escolas, transferir forçadamente centenas de milhares de alunos, superlotando ainda mais as salas.

 

 

A concentração teve início às 16 horas na Praça Dom Orione, com a distribuição de 400 abadas para os primeiros a chegarem no bloco. “O carnaval é uma festa muito importante, e a UMES cuida do bloco UMES Caras Pintadas, um bloco dedicado aos estudantes e a juventude de São Paulo, com muito carinho. Todo ano levamos muita folia aos estudantes e a população da cidade com um bloco aberto a população. E para fechar, sempre levamos alguma mensagem importante, esse ano o tema foi a nossa vitória contra a ‘reorganização’ do governo do Estado”, disse Marcos Kauê, presidente da UMES, ao abrir as festividades.

 

Mas a festa só começou após vizita da Corte do Carnaval, eleita pelo carnaval oficial de São Paulo, que contou com o Rei Momo e as duas princesas para dar as boas vindas ao bloco da UMES e desejar muita farra para os secundaristas durante o carnaval. Logo em seguida, por volta das 17:30 a Roda de Capoeira da UMES começou a sua apresentação, esquentando as festividades e resgatando a história do carnaval. Organizada pelo professor-instrutor Pavio e seus alunos, os capoeiristas lembraram como os capoeiras ajudaram na legalização do carnaval.

 

“Foi a capoeira que ajudou no desenvolvimento do carnaval, quando os capoeiras estavam na linha de frente dos blocos durante sua proibição”, disse Pavio afirmando que a capoeira e o carnaval andam juntos há muito tempo. “É por isso temos essa festa, por que os capoeiras garantiram a luta pelo carnaval, até mesmo nos confrontos contra a polícia que tentava reprimir as festividades carnavalescas”.

 

Depois da apresentação de capoeira foi a vez da bateria da "Caprichosos da Zona Sul" se apresentar. Com muita animação e entusiasmo, botando todos para sambar. Ao fim da apresentação foram eleitos a princesa e o príncipe da bateria, Carla Natacha e Lucas Penteado, que receberam um CD da escola.

 

 

Em seguida a banda "Foliões da Pauliceia" subiu no carro de som, e para iniciar tocou a música tema do carnaval da UMES 2016: “Do pesadelo a um novo dia”, que resgatou a luta e vitória dos estudantes contra a reorganização, mandando até recado para os abusos policiais contra a juventude: “E a polícia que só bate/ A UMES manda tomar seu jeito!”.

 

Mesmo o incidente no carro de som, que teve o seu gerador queimado, inviabilizando o desfile pelas ruas do Bixiga, não acabou com a festa. Rapidamente a diretoria e os funcionários da entidade conduziram a todos para a sede na Rua Rui Barbosa e lá ligaram o som dando continuidade a folia.

 

Ao fim foram sorteados dois pares de ingresso para o Carnaval Oficial de São Paulo.

 

Alunos de SP desfilam em bloco contra mudança na rede estadual

Foliões seguem o carro de som na Rua Treze de Maio

 

Publicamos abaixo matéria repercutida pelo UOL educação sobre o Bloco UMES Caras Pintadas 2016

 

Depois da Operação Lava Jato e o mosquito Aedes aegypti, outro tema do noticiário virou marchinha deste carnaval: a reorganização escolar da rede paulista. Na terça-feira, 2, dezenas de foliões desfilaram na Bela Vista, na região central, em um bloco organizado pela União Municipal dos Estudantes Secundaristas (Umes), que desfila há 23 anos.

 

Veja a cobertura do Estadão sobre o bloco da UMES

 

Batizada de "Do Pesadelo a um novo dia", a marchinha critica o projeto de reformar a rede de ensino, que previa o fechamento de 93 colégios estaduais, e as condições da educação pública. No auge da mobilização contra o projeto no fim do ano passado, os estudantes chegaram a tomar 196 escolas. "Construíram a resistência/E pudemos virar/Ocupação!", diz a música. A mudança da rede foi adiada pelo governo do Estado após a pressão dos alunos.

 

Veja todas as fotos!

 

A marchinha também ironizou a atuação da Polícia Militar, considerada violenta pelos alunos, durante as manifestações contra o projeto. Além de samba, a folia dos estudantes na região central teve rodas de capoeira e shows.

 

 

Fonte: uol Educação

 

Propina da merenda escolar em SP pode ter ido para campanha eleitoral

Retirado da edição impressa do jornal Agora

 

Um suposto esquema de superfaturamento na compra de merenda escolar e cobrança de propina pode ter sido usado para pagar dívidas de campanhas eleitorais, segundo investigação do Ministério Público.

 

A informação foi divulgada ontem no "Jornal Nacional", da Globo.

 

O esquema envolveria políticos e funcionários públicos ligados ao governo de Geraldo Alckmin (PSDB), além de cooperativas agrícolas paulistas.

 

Contratos de ao menos 22 municípios estão sob investigação, em negócios que movimentaram R$ 209,8 milhões em 2015, diz a investigação da Promotoria.

 

As investigações começaram em junho de 2015, quando o ex-presidente da Coaf (Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar) Cássio Izique Chebabi denunciou o esquema à Polícia Civil em Bebedouro (381 km de SP).

 

Fonte: Agora

 

Bloco UMES Caras Pintadas: Não vai ter superlotação!

 

Para ir esquentando o carnaval 2016 publicamos hoje o enredo do 23º desfile do Bloco UMES Caras Pintadas: “Do pesadelo a um novo dia”, que narra a luta dos estudantes contra a reorganização para fechar escolas e superlotar as salas.

 

 A folia acontecerá pelas ruas do Bixiga, e terá início às 16 horas na Praça Dom Orione, com caminhão de som, capoeira e muita alegria. E não se esqueça, para garantir o seu abada é preciso estar entre as primeiras 400 pessoas na concentração. Confirme já sua presença no Facebook!

 

 

DO PESADELO A UM NOVO DIA

(Helinho Guadalupe / Fernando Szegeri)

 

 

Tive um pesadelo em alemão

E o nome estranho do vilão

Vê só se não parece fraude:

Herman Cornelius Voorwald!

 

Foi cair na lábia do patrão

Que a tal reorganização

É só tocar que a gente aplaude

 

Luta, união e consciência

Construíram a resistência

E pudemos virar

 

Ocupação!

Sombrio pesadelo feito sonho

 

Vimos… Mais reflexão, cidadania

Superlotação só de poesia

Traçarem nova escrita

 

Vamos

Tramar manhã bem mais bonita

Queremos

Botar na lei nossa conquista

Cornelius,

Padula, Sorvete de Chuchu

E a polícia que só bate

A UMES manda tomar seu jeito!

Padula é mencionado em investigação contra esquema de corrupção na merenda de SP

(Foto: A2img/ Diogo Moreira/ Divulgação)

 

O ex-assessor da secretaria de Educação de São Paulo, Fernando Padula, conhecido por dirigir pessoalmente a violência policial contra os estudantes que se opunham ao fechamento das escolas e a superlotação da “reorganização”, foi citado por três investigados envolvidos no esquema de corrupção da merenda escolar de 22 municípios. Os investigados, em grampo telefônico, alegam que Padula orientava sua ação acerca dos aditamentos de contratos superfaturados para o fornecimento de merenda escolar.

 

Na interceptação telefônica da Operação Alba Branca, que investiga os contratos da Secretaria de Educação com a Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (Coaf), os membros da cooperativa tratam Padula como o “nosso homem”, e de acordo com a Polícia Civil ele é tratado com reverência pelos supostos ladrões de merenda.

 

Os grampos envolvem o lobista Marcel Ferreira Júlio, o vendedor da Coaf, César Bertholini, e um ex-assessor Secretaria da Casa Civil do governo de Geraldo Alckmin, Luiz Roberto dos Santos (Moita).

 

Padula foi o responsável pela implementação da “guerra as ocupações” anunciada em reunião no final de novembro de 2015, e amplamente divulgada devido a um áudio vazado pelos Jornalistas Livres. Ele pessoalmente esteve presente em algumas ações onde policiais e funcionários da secretaria invadiram e agrediram alunos nas ocupações, contrariando decisão judicial. Ele foi exonerado no dia 28 de janeiro, após ocupar o cardo desde 2007.

 

Governo federal tem até junho para incluir quase 3 milhões de crianças na escola segundo PNE

 

De acordo com o Plano Nacional de Educação todas as crianças entre 4 e 17 anos de idade têm até junho deste ano para se matricular na escola, ou seja, o governo precisaria garantir a matricula de mais de 2 milhões de crianças. Porém tendo em vista os bilionários cortes na educação, será muito difícil conseguir o feito no prazo. Caso isso aconteça será o segundo ano consecutivo que o governo da Pátria Educadora não alcança as metas do Plano Nacional da Educação.

 

Em 2014 os dados do governo federal indicavam que cerca de 2.777.528 crianças estavam fora da escola, enquanto em 2005 a estatística era de 5.042.380, período onde 89,5% das crianças estavam matriculadas. A estatística cai ainda mais caso seja a analise foque apenas no ensino médio, onde 82,6% dos jovens entre 15 e 17 anos estão na escola.

 

Porém paralelo ao problema da inclusão está o da evasão, que cresce a cada dia mais com a crise econômica, já que entre as famílias menos abastadas é comum iniciar a vida profissional mais cedo. Hoje a evasão atinge 7,6% dos jovens brasileiros matriculados no ensino médio. Durante este ciclo a maior desistência ocorre no 1º ano do ensino médio.

 

De acordo com o ranking organizado com dados do Inep, Mec e Todos pela Educação pela revista Exame, os Estados mais afetado pelo problema no Brasil é o Pará, que lidera a lista com o maior percentual de evasão entre adolescentes. No 1° ano a taxa é de 18,8%, enquanto o 2º e 3º são 15,7% e 12,6%, respectivamente, uma média de 16,1%. Logo em seguida está Alagoas, com uma média de evasão igual a 13,9%. O melhor colocado é Pernambuco, com uma média de 3,2% de evasão.

 

Novo secretário de educação de SP diz que vai fechar escolas com base no diálogo

Estudantes da ocupação do E. E. Maria José, no Bixiga, após resistirem ao ataque da policia, dirigido pela Secretaria de Educação

 

Na última quinta (28) ocorreu a posse do novo secretário de educação de Geraldo Alckmin, José Renato Nalini, que afirmou estar comprometido em dialogar sobre a implementação da “reorganização” (projeto do governo de São Paulo para fechar escolas, acabar com períodos e superlotar ainda mais as salas de aula), medida repelida por centenas de ocupações nas escolas e diversas manifestações nas ruas da cidade.

 

Durante a solenidade Nalini respondeu, após ser questionado sobre a retomada do projeto para fechar escolas, conforme insiste a gestão Alckmin: “Um plano não surgiu do acaso, vou chamar as lideranças, responsáveis, pensadores, e verificar o que foi o motivo da revolta”. Embora o novo secretário tenha se esforçado para contornar a polêmica, ficou claro que foi escolhido para a ocupar a pasta com a responsabilidade de implementar os cortes na educação previstos pela “reorganização” do governo estadual.

 

Para o presidente da UMES, Marcos Kauê, se houvesse realmente compromisso do novo secretário com o diálogo ele se comprometeria em colocar um fim definitivo a reorganização. “As ocupações e todas as nossas manifestações deixaram claro que a sociedade é contra o fechamento de escolas, a transferência forçada de alunos e a superlotação. Não foi por acaso que a avaliação do governo Alckmin caiu 10% em novembro. Mas ao invés disso o governo aprova resoluções legalizando a superlotação, e segue fechando salas e impedindo matrículas como estão denunciando nossos professores. Quem quer dialogar não age dessa forma, quem quer dialogar ouve a população”.

 

Ainda nesse mês de janeiro o governo Alckmin aprovou uma resolução permitindo ampliar o número de alunos em sala em até 10%, medida que na prática é uma reorganização disfarçada. E não para por aí, a APEOESP tem relatado diversos casos de escolas estaduais onde as matrículas foram inviabilizadas pela Diretoria de Ensino responsável, como é o caso da E. E. Zulmira de Oliveira (Itapeva) e Raul Venturelli (Capão Bonito) em relação ao 6º ano do fundamental. Com isto as respectivas direções iniciaram uma transição para impor a reorganização nessas unidades.

 

Outro exemplo é o da E. E. Maria de Fátima Gomes Alves (Penápolis), que não abriu matrículas para alunos do primeiro ano do ensino médio do período noturno, embora exista demanda. A medida levará ao fim do noturno na escola assim que as últimas turmas se formarem.