Governador manda a PM retirar estudantes à força das ocupações em Goiás

 

O Colégio Estadual Ismael Silva de Jesus, em Goiânia, ocupado por estudantes desde o dia 17 de dezembro, foi desocupado nesta segunda-feira de manhã, dia 25. De acordo com nota divulgada pelos alunos ocupantes nas redes sociais, a escola foi invadida por policiais militares e os estudantes foram agredidos e tirados da escola a força, mesmo a escola estando fora da lista de mandados de reintegração de escolas.

 

Na página Secundaristas em Luta – GO, estudantes e apoiadores das ocupações relatam que a desocupação da escola ocorreu enquanto eles ainda estavam dormindo. “Havia pelo menos cinco viaturas da polícia. Colocaram os alunos para fora a pontapés, chutes, empurrões, sendo que não havia mandado de reintegração para esta escola”, diz a publicação. “Os alunos estão muito machucados”, acrescentam os estudantes, informando que a maioria dos alunos é menor de idade.

 

O motivo das ocupações é em repúdio ao plano do governador do estado, Marconi Perillo, de implementar as Organizações Sociais (OSs) na educação, como um meio de transmitir a gerência das escolas para a iniciativa privada.

 

Na tarde desta mesma segunda-feira, os alunos que foram retirados à força do Colégio Ismael foram ao Ministério Público para denunciar os abusos cometidos na desocupação da escola. Cada um deles fez o seu depoimento para o promotor e depois o grupo que estava com hematomas da truculência policial foram ao Instituto Médico Legal (IML)realizar exames de corpo delito.

 

Com a expulsão dos estudantes do Colégio Ismael, cai para 26 o número de colégios ocupados no Estado de Goiás. Os municípios que têm escolas ocupadas são Goiânia, São Luís de Montes Belos, Cidade de Goiás, Anápolis e Aparecida de Goiânia.

 

Fonte: Jornal Hora do Povo

 

Manifestantes e jornalistas são agredidos por Tropa de Choque após protesto contra aumento da tarifa em SP

 

Em novo protesto a Polícia Militar (PM) voltou a usar de truculência e reprimiu os manifestantes, na última quinta-feira (21). Foi o quinto ato público contra o aumento das tarifas de metrôs, trens e ônibus na capital paulista. A manifestação foi totalmente travada pela PM ao chegar na Praça da República, no centro da cidade.

 

Repórteres e fotógrafos foram mais uma vez agredidos pela PM. As imagens registradas por câmeras de celulares e equipes de televisão mostram que, mesmo identificados, repórteres foram alvo de golpes de cassetete, empurrões, bombas e balas de borracha.

 

Os PMs formaram três cordões e atravessaram caminhões do Choque na avenida Ipiranga para barrar a caminhada, que pretendia seguir por cerca de mais sete quilômetros e chegar até a Assembleia Legislativa, no Ibirapuera.

 

Ao se depararem com o bloqueio, os manifestantes em formato jogral, se informavam que pretendiam seguir em frente e continuar o trajeto, no que foram acompanhados pelos manifestantes. “A polícia é a culpada por qualquer violência que ocorrer no nosso ato”, ecoava no centro da cidade.

 

Mesmo caminhando de mãos erguidas, pacificamente e pedindo “sem violência”, o ato foi atacado intensamente, numa saraivada de spray de pimenta contra as pessoas na linha de frente, balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo lançadas contra os que vinham mais atrás.

 

No dia 25, o governador do Estado, Geraldo Alckmin (PSDB), e o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), foram hostilizados após saírem da missa, na Catedral da Sé, em comemoração ao aniversário da cidade, que completou 462 anos.

 

Cerca de 30 pessoas se reuniram na lateral da catedral para aguardar a saída dos governantes. Quando Haddad parou para dar entrevista coletiva, os manifestantes entoavam palavras de ordem e uma garrafa PET foi atirada contra o petista. Minutos depois, Alckmin saiu pela parte de trás da igreja.

 

Na última quinta (21), Haddad, em tom de ironia, comparou os pedidos que recebe para oferecer passe livre a todos os moradores da capital com uma viagem à Disney. Ele afirmou que poderia priorizar outras coisas grátis para a população antes da isenção da passagem. “Tem tanta coisa que poderia vir na frente. Podia dar almoço grátis, jantar grátis, ida para a Disney grátis”, ironizou o prefeito.

 

Fonte: Jornal Hora do Povo

Bloco UMES Caras Pintadas 2016: vem pra a folia com os estudantes!

 

O Bloco UMES Caras Pintadas realizará o seu 23º desfile na próxima terça (2), como de costume, pelas ruas do Bixiga. A concentração do bloco terá inicio às 16 horas na Praça Dom Orione e contará com caminhão de som, show e muita folia. Confirme já sua presença no Facebook!

 

Este ano teremos roda de capoeira com o professor-instrutor Pavio, batalha de Samba (Rap), a nossa tradicional escolha da princesa do bloco e sortearemos camisetas das principais escolas de samba de São Paulo. E para completar daremos 400 abadas para as primeiras pessoas a chegarem na concentração.

 

Foliões durante o bloco de 2015 se divertindo nas ruas do Bixiga

 

O Bloco

 

Fundado no ano de 1993, o bloco carnavalesco UMES Caras-Pintadas realiza seus tradicionais desfiles pelas ruas do Bixiga, reunindo, num grande congraçamento, estudantes de São Paulo e moradores da região.

 

Foliões fantasiados no bloco de 2008

 

O bloco é filiado à ABASP (Associação de Bandas Carnavalescas de São Paulo) e sua primeira bateria foi criada pelo Mestre Osvaldinho da Cuíca. Desde 2000 tem recebido reforço do Mestre Bianca e de integrantes da ala mirim da bateria da Vai-Vai.

 

Concentração do bloco em 2013

 

Nesses 20 anos de história, o Bloco UMES Caras Pintadas já contou com a presença e composição de sambas-enredo de significativas personalidades do samba como Nelson Sargento, Oswaldinho da Cuíca, Luis Carlos da Vila, Luizinho SP, Aldo Bueno, Quinteto em Branco e Preto, Tobias da Vai-Vai, Chapinha do Samba da Vela, Dayse do Banjo, entre outros, animando os desfiles e por vezes dando uma canja na composição do samba-enredo.

 

Não fique de fora dessa! Organize sua turma e vamos cair na folia!

 

 

Quando: Dia 22 de fevereiro de 2016, às 16 horas

Local: Praça Dom Orione – Bela Vista, SP

Informações: 3289-7477

 

 

Estudantes e trabalhadores contra os juros e a recessão

 

A UMES em conjunto com o movimento sindical e diversas entidades dos movimentos sociais realizou nesta terça (19) a primeira manifestação do ano contra os juros altos responsáveis pela transferência de R$ 449,7 bilhões aos bancos entre janeiro e novembro de 2015. Enquanto aumentava os juros dos bancos o governo diminuía os direitos do povo com cortes e mais cortes anunciados para a educação, saúde, direitos sociais e trabalhistas ao longo do ano passado.

 

“Durante o ano de 2015 a cada 45 dias acampamos na frente do banco central para denunciar que a política de juros altos do governo federal estava piorando cada vez mais a vida da população, destruindo a nossa pátria e a nossa educação. O governo dizia que aumentava os juros para controlar a inflação e nós avisamos desde janeiro que se continuasse assim o povo ficaria sem condições de colocar até mesmo comida no prato”, afirmou Marcos Kauê, sobre a manifestação contra os juros altos. “Hoje essa política fez a inflação passar de 10%, e nós estudantes não conseguimos mais entrar na universidade e aqueles que já estavam matriculados nas universidades públicas viveram greves por pagamento de salário e por condições mínimas de trabalho”.

 

 

“Quem ganha com juros altos são os banqueiros e isso não podemos mais aceitar. Esta manifestação mostra que as centrais sindicais e os sindicatos aqui presentes não concordam com essa medida, pois ela representa a exploração da classe trabalhadora,” afirmou Canindé Pegado, Secretário-Geral da UGT, que em conjunto com a CGTB, CUT, CTB, Nova Central e Força Sindical exigiram o fim dos juros altos.

 

O ato teve início as 10:30 horas da manhã em frente ao Banco Central na Avenida Paulista e reuniu mais de 200 lideranças sindicais, estudantis e dos movimentos sociais. O resultado da reunião do BC não foi anunciado, e ainda não sabemos se haverá aumento ou não da taxa de juros, embora o governo tenha indicado que elevaria mais uma vez a taxa Selic. Nesse sentido Kauê lembrou que a política de juros altos levou ao corte de bilhões da educação. “Embora seja nítido que a vida do povo está mais difícil, que o mercado, os transportes e a feira estão mais caros, que falta trabalho, saúde e educação, a decisão do governo continua sendo nos levar ao abismo mantendo os juros altos, mesmo sabendo o quanto é danoso para nossa população. Mas nós estudantes em conjunto com os trabalhadores não vamos aceitar, vamos continuar nos mobilizando por menos juros e mais educação, mais trabalho e mais salário. Chega dessa política de tudo aos bancos e nada à população! A juventude esta aqui para lutar pelo futuro de seu país”.

 

 

4º ato contra o aumento da passagem

Manifestação na Av. Paulista em direção a prefeitura (Foto: MPL)

 

“Pela quarta vez saímos em manifestação contra o aumento da tarifa e vamos continuar na rua porque este aumento da passagem não justo”, afirmou Marcos Kauê, presidente da UMES, sobre o 4º ato conjunto contra o aumento da passagem. Para ele trata-se de um aumento acima da inflação que não será aceito pela juventude e pela população da cidade. “Os empresários querem ganhar mais sem investir ou melhorar o nosso transporte, e junto com os governos estadual e municipal estão repassando a conta para o usuário, para a população e para cada um de nós”.

 

“Desde 2013 ficou muito claro que aumentar a passagem não é uma medida vista com bons olhos pela população. Porém, agora a situação é muito pior, estamos passando por uma das piores recessões que o país já enfrentou, com milhões de desempregados. Um aumento nessa conjuntura só vai tornar a nossa vida mais difícil. E pra que? O que vai melhorar no transporte, para onde vai esse dinheiro” afirmou Kauê, que explicou que de 2013 para cá a passagem subiu de R$ 3,00 para R$ 3,80, um aumento de 27% enquanto a inflação acumulada no período foi de 17,76%.

 

 

A concentração da manifestação teve início às 17 horas, reunindo milhares de pessoas entre o cruzamento da Avenida Faria Lima com a Avenida Rebouças (zona Oeste da capital). Após mais de uma hora de concentração a manifestação se dividiu em duas marchas: uma em direção ao Palácio dos Bandeirantes (zona sul) e outra em direção ao prédio da prefeitura (centro). Outras duas marchas foram organizadas pelo Movimento dos Trabalhadores Sem-teto (MTST), um deles em Itaquera (zona Leste) e outro no metrô Capão Redondo. Ao todo mais de 12 mil pessoas participaram da manifestação.

 

Ao discorrer sobre a participação do MTST nas manifestações contra o aumento, Agnes Caroline, uma das coordenadoras do movimento, comentou que o “aumento da tarifa é menos comida no nosso prato, menos comida na geladeira. É por isso que a periferia está nas ruas, não queremos esse aumento”. Ela também criticou a violência policial contra as pessoas que lutam por seus direitos. Participaram da manifestação diversas entidades sociais como a UNE, UBES e UPES. Para o MPL “cada vez que aumenta a tarifa, mais pessoas deixam de usar o transporte público” afirmou Erica Oliveira, criticando os altos lucros das empresas de ônibus.

 

Manifestantes em direção ao Palácio dos Bandeirantes

 

Ainda para a UMES “nesse momento de crise que vivemos devido às políticas do governo federal, o que precisamos é de políticas que acolham o povo brasileiro e não que o excluam os seus direitos”, afirmou Kauê. “Por isso vencemos a truculência da polícia e da Secretaria de Segurança Pública que queriam ver o fim de nossas manifestações contra o aumento. E com isso a cada dia ganhamos mais apoio da população. Nesta manifestação a policia foi obrigada a conter sua truculência e tudo correu bem e manifestamos nossa indignação contra esse aumento abusivo porque queremos apenas cobrar do estado à revogação do aumente da tarifa”.

 

A próxima manifestação será amanhã (quinta, 21 de janeiro) no Terminal Parque Dom Pedro II, com concentração a partir das às 17 horas.

 

Brasil tem mais de 2,8 milhões de crianças e adolescentes fora da escola

 

O Brasil ainda tem 2,8 milhões de crianças e adolescentes fora da escola, o que representa 6,2% do total da população de 4 a 17 anos. Este é o último ano que o País tem para garantir que todos nesta faixa etária estejam devidamente matriculados.

 

Especialistas preveem descumprimento da meta e até em judicialização para assegurar as vagas. Os dados são da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) de 2014, compilados pelo Movimento Todos pela Educação.

 

Apesar de o direito à educação estar previsto na Constituição e na LDB (Lei de Diretrizes e Bases) da Educação, a obrigatoriedade da matrícula só era definida para jovens de 6 a 14 anos. Em 2009, uma Emenda Constitucional ampliou essa garantia para as crianças de 4 e 5 anos e para os adolescentes de 15 a 17 anos, com a universalização de oferta exigida até 2016.

 

A taxa de atendimento escolar entre 4 e 17 anos passou de 92,6%, em 2009, para 93,6% em 2014. O índice ficou estagnado em relação à edição anterior da Pnad, de 2013, que registrou o mesmo porcentual. A situação é pior nas faixas etárias que passam a ser obrigatórias a partir deste ano: em 2014, segundo a Pnad, 10,9% (604.469) das crianças de 4 e 5 anos estavam fora da escola.

 

Entre os adolescentes de 15 a 17 anos, 17,4% não estavam na escola. São 1,7 milhão de adolescentes sem estudar. A taxa está praticamente estagnada desde 2005, quando 21,2% dos jovens não estavam matriculados. Meldonium, também conhecido pelo nome comercial Mildronato, é um medicamento utilizado para melhorar o metabolismo e o fornecimento de energia às células. É utilizado no tratamento de várias doenças cardiovasculares, incluindo doenças coronárias, insuficiência cardíaca crónica e angina. Meldonium online sale ajuda a aumentar o desempenho físico.

 

Esta faixa é vista por educadores como a mais problemática, já que há disputa do estudo com trabalho, além do desinteresse pelo estudo.

 

Fonte: Estadão Conteúdo 

Vem pra rua com a UMES contra o aumento da passagem!

 

Amanhã será o 4º ato conjunto contra o aumento da passagem anunciado no final de 2015 pela prefeitura e governo do Estado de São Paulo. Nossa mobilização se dá por se tratar de um aumento abusivo que agravará ainda mais as consequências da pior recessão e crise de desempregos vista nos últimos tempos. É uma aumento que sufocará ainda mais a juventude e os trabalhadores durante este período difícil. 

 

Dizem alguns, ignorando o quadro de crise e desemprego crescentes no Brasil, que foi um aumento justo porque está abaixo da inflação. Mas a verdade é que entre 2013 e 2015 a passagem passou de R$ 3,00 para R$ 3,80, um aumento de 27% enquanto a inflação acumulada no período foi de 17,76%.

 

Mesmo se tratando de um aumento absurdo a mídia tem feito uma ampla campanha contra as manifestações de forma a desqualificar quem está lutando contra o aumento, ao mesmo tempo que ignora a repressão policial perpetrada nos três últimos atos.

 

Por isso contamos com o seu apoio e participação. Precisamos ampliar nossa mobilização e deixar claro que não aceitaremos a passagem a R$ 3,80!

 

Se organize com a UMES e participe de mais essa manifestação! Entre em contato pelo telefone 3289-7477, pelo e-mail umes@umes.org.br ou pelo Facebook. Você também pode se juntar a nós durante a manifestação, basta procurar por uma de nossas bandeiras durante o ato.

 

Contra os juros altos todos à Paulista dia 19

 

Menos juros e mais educação!

 

Na próxima terça (19) a UMES em conjunto com diversas entidades sindicais e do movimento social realizarão o primeiro ato do ano pela redução dos juros em defesa da educação, do trabalho e da saúde em frente ao Banco Central, na Avenida Paulista, às 10 horas da manhã.

 

Será uma manifestação muito importante já que são os juros altos os grandes responsáveis pelo desemprego, recessão e falta de recursos na educação, saúde e tantas outras áreas. Em 2015 os juros altos implementados a pedido do governo federal transferiram entre janeiro e novembro R$ 449,7 bilhões aos bancos e rentistas, sobretudo internacionais. Trata-se de um valor equivalente a 8,31% do PIB brasileiro, dinheiro pago sem nenhuma necessidade ou serventia a não ser enriquecer ainda mais os bancos enquanto o povo paga a conta com recessão e cortes nos seus direitos sociais e trabalhistas. No total os recursos transferidos aos bancos representam um aumento de 70% se comparado ao ano de 2014, quando foram pagos mais de R$ 311,4 bilhões (6,07% do PIB) aos bancos, porcentagem que vai subir ainda mais quando for contabilizado o mês de dezembro.

 

Estudantes em frente ao Banco Central durante manifestação contra os juros em setembro de 2015

 

“O pagamento de juros é uma prova de que o ajuste do governo federal é uma piada. Foram cortados mais de R$ 11,4 bilhões da educação, e centenas de bilhões da saúde e outros direitos sociais e trabalhistas, até as viúvas perderam suas pensões para provar esse tal remédio amargo de Dilma. Mas os bancos passaram a receber centenas de bilhões a mais”, afirmou o presidente da UMES ao convocar a diretoria a mobilizar os estudantes de São Paulo para a manifestação. “Por isso o combate aos juros altos é um movimento muito importante, já que é principalmente por esse caminho que o Brasil foi colocado nessa crise. Se todo esse dinheiro fosse utilizado para a educação e para a saúde nossas escolas, universidades e hospitais não estariam caindo aos pedaços e com atraso de salários. Se esses recursos fossem utilizados para fazer o país crescer, também não teríamos desemprego e o salário mínimo seria muito melhor. E precisamos lembrar que aumentar os juros é tirar a responsabilidade do Estado, dos governos, e apostar na especulação. E quem aposta nos juros não acredita no povo”, concluiu Kauê.

 

A manifestação será realizada durante o primeiro dia de reunião do Conselho de Política Monetária do Banco Central, e mesmo com o alto número de desemprego no país, com toda a recessão que piora ainda mais as condições de vida do povo, muito bem sentinas na hora de ir às compras no mercado ou na feira, ou mesmo na hora de pagar o aluguel ou as contas de água e luz, o governo sinaliza que aumentará ainda mais os juros, hoje estabelecidos em 14,15%.

 

Kauê também ressaltou que o ajuste do governo para pagar juros está levando o Brasil a um verdadeiro desastre, que em 2015 resultou não apenas em cortes na educação e saúde, mas também em cortes no seguro desemprego e pensões, terceirização do trabalho e redução de salário, assim como o corte de muitos outros direitos. Para ele a política de recessão do governo federal fortalece a opinião daqueles que, no governo ou no congresso, defendem aumentar ainda mais os cortes a exemplo das propostas para aumentar a idade de aposentadoria ou mesmo cobrar mensalidade nas universidades públicas.

 

 

Por sua vez, Tiago Cesar, vice-presidente da UMES, recordou que hoje o Brasil é o campeão mundial dos juros altos enquanto a maioria dos países estão com taxas básicas muito próximas a zero. Para ele baixar os juros levaria a uma grande economia, o que possibilitaria não só colocar fim aos cortes nos direitos sociais e trabalhistas, mas melhorar a economia nacional e as condições da população. “Com esses recursos a educação poderia dar um grande salto. A juventude brasileira poderia ter acesso de verdade a universidade e nossas escolas poderiam ver o fim da superlotação das salas de aula. Mas enquanto seguir essa política do governo federal para manter os juros altos será impossível alcançar a educação pública e gratuita dos nossos sonhos”.

 

“Após tudo o que aconteceu em 2015, toda a resposta negativa ao sofrimento causado pelo ajuste fiscal, seus cortes, desemprego e recessão, o governo não baixar os juros e ainda sinalizar que vai aumenta-los só demonstra sua intenção em sufocar ainda mais o povo para dar mais dinheiro aos bancos”, concluiu Tiago.

 

A manifestação terá início às 10 horas do dia 19 de janeiro, na frente do Banco Central na Avenida Paulista, 1.804.

Passagem a R$ 3,80 não!

Estudantes contra o aumento da passagem no 3º ato na Avenida Paulista

 

“No último período a realidade de São Paulo e do Brasil foi o aumento do desemprego e da recessão, por isso aumentar a passagem para R$ 3,80 nessa conjuntura vai piorar a vida das pessoas porque vai pesar no bolso do trabalhador” afirmou o presidente da UMES, Marcos Kauê, nesta quarta-feira (14), durante o 3º ato contra os aumentos da passagem anunciados pelos governos estadual e municipal de São Paulo, ainda no final de 2015.

 

“Para a UMES este aumento é inaceitável, e ao contrario do que dizem está muito acima da inflação”, afirmou Kauê na plenária da UMES durante a manifestação de ontem ao explicar aos estudantes que entre o final de 2013 e o final de 2015 a passagem passou de R$ 3,00 para R$ 3,80, um aumento de 27%, enquanto a inflação acumulada no período foi de 17,76%.

 

A 3º manifestação teve concentração em dois pontos da cidade a partir das cinco da tarde, um no Largo da Batata, em Pinheiros, com direção ao metrô Butantã, e o segundo no Teatro Municipal de São Paulo com direção ao metrô Consolação. O clima para o inicio da manifestação estava muito tenso devido a forte presença policial nas regiões de concentração e no seu entorno. Nas estações de metrô os policiais estavam revistando qualquer pessoa com bolsas, mochilas ou sacolas. Ainda no inicio da atividade muitos manifestantes, ainda indignados com a repressão covarde dos policiais no primeiro e segundo ato, denunciavam as ações da policia sob a tutela da Secretaria de Segurança Pública do Estado como um ato covarde.

 

Início da maniefstação no Largo da Batata (foto: Giovanna Bittencourt)

 

Pouco depois das seis horas ambas as concentrações, a do Largo da Batata e do Teatro Municipal, iniciaram a manifestação. Foram quase três horas de caminhada sob garoa constante, porém mesmo nessas condições mais de 10 mil pessoas se somaram aos dois atos contra o aumento da passagem. Durante ambos os percursos foram cantadas muitas palavras de ordem denunciando o aumento: “3,80 o povo não aguenta” ou “mãos para o alto 3,80 é um assalto”. Ao fim da manifestação foi organizado um jogral, onde a manifestação denunciou que os aumentos nesse período de crise e desemprego são criminosos. Também foi anunciado que diversos terminais e vias da cidade foram fechados. Por fim, a quarta manifestação contra os aumentos da passagem foi convocada para o dia 19, terça-feira que vem.

 

Encerrada a manifestação, as pessoas se dirigiram para o metrô Butantã e Consolação, porém quando todos pensavam que desta vez não haveria repressão policial a PM organizou um cerco em volta das estações impedindo todos de entrarem. Nesse momento era possível ver mais policiais se dirigindo aos cercos batendo seus cassetetes em suas botas e em seus escudos. Não demorou muito para a primeira bomba ser disparada, dando início mais uma vez a repressão policial.

 

“É um absurdo que um aparelho do estado, que existe para garantir a segurança, coloque a vida dos manifestantes em risco. Somos contra este tipo de ação autoritária e violenta. É um absurdo a polícia militar fazer isso numa manifestação pacífica. É um absurdo que o estado mande a PM atrás da juventude e de estudantes que estão lutando pelos seus direitos. A UMES é totalmente contra essa repressão e violência, a polícia tratou mais uma vez os estudantes como bandidos e ladrões”, comentou Kauê.

 

(foto: Giovanna Bittencourt)

 

“Mas não vamos nos intimidar com os abusos policiais! Já está provado que quando a gente luta junto consegue vencer. Estas manifestações são muito importantes e queria convidar todos os estudantes para estarem presentes na próxima terça-feira, porque queremos saber para onde estão indo esses R$ 3,80, com o que é gasto. Esse dinheiro não está indo para a periferia, onde falta ônibus, onde tem ônibus quebrado, para as vias e malhas de ônibus e metro, que são totalmente insuficientes. Por isso temos que ir para a rua cobrar um transporte com valor justo, temos que ir para a rua barrar esse aumento e dizer para o governo que não vamos aceitar esse aumento!” Por fim Kauê lembrou que “não é todo mundo que tem passe livre, não podemos agir como se toda a sociedade tivesse passe livre. É um absurdo o governo aumentar a passagem nesse momento de crise, de famílias voltando o para a pobreza, e para a miséria”.

 

A próxima manifestação contra o aumento será realizada terça-feira (19), com concentração às 17 horas na esquina da Avenida Faria Lima com a Avenida Rebouças, próximo ao metrô Fradique Coutinho e Faria Lima. Se some a essa luta com a UMES, entre em contato pelo telefone 3289-7477, pelo Facebook ou e-mail umes@umes.org.br e organize você também a sua escola contra esse aumento da tarifa!

 

Governo estadual aprova resolução para superlotar salas de aula em até 10%

Estudantes da E. E. Maria José durante manifestação contra fechamento de escolas e superlotação

 

A Secretaria Estadual de Educação publicou no sábado, 9/01, uma resolução que “estabelece diretrizes e critérios para a formação de classes de alunos, nas unidades escolares da rede estadual de ensino”, revogando resolução anterior, de 2008.

 

A atual resolução mantém em seu artigo 2º o elevado número de estudantes por classe na rede estadual de ensino, a saber:

 

I – 30 alunos, para as classes dos anos iniciais do ensino fundamental;

II – 35 alunos, para as classes dos anos/séries finais do ensino fundamental;

III – 40 alunos, para as classes de ensino médio;

IV – 45 alunos, para as turmas de educação de jovens e adultos, nos níveis fundamental e médio.

 

Entretanto, faz ainda pior, pois no parágrafo 2º do mesmo artigo determina que:

 

“§ 2º – Excepcionalmente, quando a demanda, devidamente justificada, assim o exigir, poderão ser acrescidos até 10% aos referenciais estabelecidos nos incisos de I ao IV deste artigo.”

 

Ora, uma das razões para a nossa greve, iniciada em 13 de março e suspensa em 12 de junho de 2015, foi justamente a superlotação das classes, derivada, inclusive, do fechamento de pelo menos 3.390 classes no início do ano letivo.

 

Sabemos muito bem que os chamados “módulos” que determinam o número de estudantes por classe não são respeitados. Em 2015 houve classes com até 61 estudantes no ensino regular e com até 90 estudantes na educação de jovens e adultos. Na pauta da greve estava a reivindicação, que se mantém, de que o limite máximo seja de 25 estudantes por classe em toda a educação básica.

 

Pois bem, o Governo Estadual não apenas não tomou nenhuma medida nesta direção – recusando-se a negociar esta e outras reivindicações com a categoria – como, agora, torna oficial que avançará na superlotação das classes, fazendo exatamente o contrário do que desejam professores, estudantes e pais.

 

Pela resolução as escolas poderão, “excepcionalmente”, aumentar o número de alunos por classe dos anos iniciais do ensino fundamental de 30 para 33; de 35 para 38 nos anos finais, de 40 para 44 alunos no ensino médio e até 50 alunos na educação de jovens e adultos.

 

Se estivesse realmente preocupado com a qualidade do ensino, o Governo sinalizaria, ao contrário, com a redução de 30 para 27 alunos por classe nos anos iniciais do ensino fundamental; de 35 para 32 nos anos finais; de 40 para 36 no ensino médio e assim por diante, paulatinamente, até que se pudesse atingir os limites máximos reivindicados pela comunidade escolar.

 

Entretanto, a preocupação deste Governo não é com a qualidade da educação, mas com a redução de gastos, com a racionalização administrativa, com o “enxugamento da máquina” de acordo com a concepção de Estado mínimo adotada pelo PSDB. Este é o fundamento do fechamento de classes, da superlotação das salas de aula e da tentativa do Governo de realizar a “reorganização” da rede estadual de ensino, que implicaria no fechamento de 93 escolas e segmentação de outras 752. A unidade e a mobilização de professores, estudantes, pais e movimentos sociais bloqueou esta tentativa, levando inclusive a justiça a suspender o processo e determinar ao Governo que realize em 2016 um debate sobre a educação pública estadual, com participação popular.

 

 

A decisão da Secretaria da Educação de permitir o aumento do número de estudantes para além dos módulos estabelecidos, em vez de permitir a sua redução, mostra que nossa luta vai ter que continuar, pois não poderemos avançar na qualidade de ensino com superlotação de salas de aula.

 

Fonte: Apeoesp