Mobilizar e avançar por uma escola melhor!

 

Depois de meses de manifestações, atos e mais de duzentas escolas ocupadas, os estudantes de São Paulo derrotaram Alckmin e o forçaram a recuar da proposta de reorganização. A proposta iria fechar 95 escolas, transferir alunos de centenas e superlotar ainda mais toda a rede.


A mobilização foi crescendo dia após dia e a denúncia alcançando cada vez mais gente. Ficou claro para a população que o fechamento de escolas é um crime, que quanto mais escolas forem fechadas mais prisões seriam abertas e que a única razão desse projeto era a de tirar o dinheiro da nossa educação. A população apoiou nossa luta e conseguimos isolar o Alckmin até ele revogar o decreto que instituiu a reorganização.


Nossa vitória ficou ainda maior quando veio acompanhada da queda do Secretário estadual de educação Herman Voorwald, que desde o início conduziu o projeto, e de seu chefe de gabinete Fernando Padula, que prometeu fazer uma guerra contras as ocupações e acompanhou pessoalmente a invasão da polícia a E.E. Maria José e a agressão policial ao presidente de UMES Marcos Kaue.


A revogação do decreto que criou a reorganização foi uma importante vitória, mas é necessário nos manter atentos e mobilizados para derrotar qualquer medida do governo contra a educação e qualquer tentativa de fechamento de escolas. Agora o desafio é aumentar nossa mobilização e nossa luta para enterrar de vez essa reorganização, pois, ao contrário do que diz o governador, nossas salas estão superlotadas e a luta só vai terminar com uma escola pública de qualidade.

 

“A cidade dos ventos” encerra 2ª Mostra Mosfilm nesta quarta

Cena de “A cidade dos ventos”

 

Hoje serão exibidos os últimos dois filmes da 2ª Mostra Mosfilm de cinema soviético e pós-soviético. A mostra teve início no dia 3 de dezembro, e até o final do dia apresentará ao público 11 filmes retratando a história do país entre os anos de 1924 e 2015.

 

A partir das 19 horas serão apresentados o inédito “A cidade dos ventos”, de Karen Shakhnazarov (2008), e logo em seguida, às 21 horas, será reprisado “O caminho para Berlim”, de Serguei Popov (2015), filme que abriu a mostra.

 

Parte dos filmes apresentados na programação da mostra serão disponibilizados em DVD, assim como foi feito com os filmes da 1ª Mostra Mosfilm, de 2014. Confira no site CPC-UMES Filmes todos os DVD’s disponíveis.

 

 

 

Local: Cinemateca Brasileira

Largo Senador Raul Cardoso, 207 – Vila Clementino

(11) 3512-6111 – Entrada franca

 

 

 

19h00 – A CIDADE DOS VENTOS

Ano: 2008 – Direção: Karen Shakhnazarov – Roteiro: Evgueny Nikishov, Sergey Rokotov – Música: Konstantin Shevelyov – Colorido, 105 min. – Na década de 1970, jovem universitário "dissidente" disputa com o amigo comunista o amor da doce Lyuda, enquanto o entusiasmo socialista na URSS vai sofrendo uma gradual, porém contínua, erosão.

 

21h00 – O CAMINHO PARA BERLIM

Ano: 2015 – Direção: Serguei Popov – Argumento Original: Emmanuil Kazakevich, Konstantin Simonov – Música: Roman Dormidoshin – Colorido, 83 min. – Condenado por covardia ao fuzilamento, tenente russo tem várias oportunidades de escapar, enquanto cruza a estepe escoltado por soldado cazaque até o posto de comando. Baseado em escritos de Konstantin Simonov e Emmanuil Kazakevich, o filme foi lançado por ocasião do 70º. aniversário da vitória do Exército Vermelho sobre o fascismo.

 

Escolas fechadas por Covas viram depósito e batalhões

 

Fechada em 1997 durante a reorganização escolar promovida pelo então governador Mario Covas, o colégio estadual Professora Sebastiana Minhoto, da Vila Formosa (zona leste), passou 18 anos abandonado, segundo moradores.

 

Neste ano terá uma função: depósito de documentos do Detran (Departamento Estadual de Trânsito).

 

Esse é um exemplo do que viraram escolas fechadas na reorganização da rede estadual realizada entre 1995 e 1998.

 

Na época, mais de 20 mil professores ficaram sem emprego e cerca de 150 escolas no Estado foram fechadas, segundo especialistas.

 

Nesta semana, o governador Geraldo Alckmin (PSDB), que foi vice de Covas, anunciou suspensão de sua reorganização, após protestos de estudantes. A previsão inicial era a de fechar 94 escolas.

 

A assessoria do governo do Estado diz que as medidas da década de 90 foram adotadas para universalizar o ensino e melhorar a educação e que a eficácia delas é comprovada, por exemplo, pelos resultados do Ideb, que avalia a qualidade da educação.

 

A reutilização dos prédios, segundo ela, foi baseada em "princípios da boa gestão dos recursos" e nas necessidades da população.

 

"É importante ressaltar que a reportagem desconsidera que no período mencionado foram construídas 1.284 escolas em todo o Estado, sendo 175 somente na capital."

 

Procurada, a secretária da Educação na gestão Covas, Rose Neubauer, não atendeu a reportagem.

 

 

Fonte: Jornal Agora, texto de Stephane Sena (fotos retiradas do site da Apeoesp)

 

Alckmin recua e revoga decreto da “reorganização” das escolas

 

Para Marcos Kauê da UMES, após a desocupação das escolas, será preciso construir uma força tarefa para acabar com a superlotação das salas de aula

 

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) oficializou a revogação do decreto que instituía o projeto de reorganização escolar no estado de São Paulo. A suspensão, publicada em decreto no Diário Oficial de sábado (05), foi realizada após mais de quatro meses de intensos protestos dos estudantes secundaristas paulistas que lutam contra o projeto de Alckmin, além da ocupação de mais de 200 escolas por cerca de um mês.

 

A “reorganização” de Alckmin fecharia ao menos 93 escolas, além de encerrar a maioria dos períodos noturnos, a Educação de Jovens e Adultos (EJA) e transferiria mais de 311 mil estudantes de 1.400 unidades. Mais de 1 milhão de alunos seriam afetados.

 

Na sexta-feira (04), Alckmin chamou uma coletiva de imprensa para anunciar a decisão do governo. Na entrevista, visivelmente encabulado, ele disse “ouvir e respeitar” a posição dos estudantes e que por isso, suspenderia a reorganização.

 

“Os alunos continuarão nas escolas em que já estudam e nós começaremos a aprofundar esse debate, o diálogo escola por escola, especialmente com estudantes e pais de alunos”, afirmou.

 

A decisão do tucano foi tomada após diversos posicionamentos judiciais, do Ministério Público e até mesmo do vice-governador, contrários à reorganização. Ainda na sexta-feira, pela manhã, a Justiça concedeu liminar que suspendia a reestruturação em Guarulhos. Na quinta-feira (3), o MP e a Defensoria Pública pediram a suspensão da reorganização em todo o estado.

 

A QUEDA

 

Outra vitória do movimento, construído pelos estudantes secundaristas, foi na sequência da revogação do plano de fechamento de escolas a saída do secretário da Educação que representava o projeto, Herman Cornelis Voorwald. Assim como a do seu chefe de gabinete, Fernando Paudula, aquele que, em reunião com dirigentes de ensino, disse que o Estado declararia “guerra” aos estudantes das ocupações.

 

O que caiu também foi a popularidade do governador, que teve a sua pior avaliação da história. Segundo pesquisa do Datafolha, 30% dos paulistas classificam o desempenho do governador como ruim ou péssimo; 40% avaliam como regular; e apenas 28% bom ou ótimo. Em relação à reorganização, 61% dos paulistanos disseram ser contrários ao projeto.

 

VITÓRIA

 

O presidente da União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo (UMES-SP), Marcos Kauê, considerou em entrevista ao HP que esse processo fortaleceu o movimento estudantil.

 

“Nós conquistamos uma vitória muito grande, muito importante, conseguimos, depois de uma batalha muito longa contra essa reorganização, no primeiro momento suspender, derrubando o decreto sobre o projeto. Conseguimos também derrubar o secretário que junto com o Fernando Padula, que era quem estava orquestrando toda a guerra contra os estudantes. Então, nós temos e precisamos entender essa vitória. Nossa alternativa agora é se manter mobilizado, se manter organizado através do movimento estudantil, para no próximo ano estarmos afiados e não darmos nenhum espaço para que o Alckmin leve adiante o projeto”, disse.

 

Para Kauê, “agora temos que intensificar a nossa luta. Fazer uma força tarefa, para garantir o fim da superlotação das salas de aula. Nenhuma sala com mais de 40 alunos, como defende a Lei de Diretrizes e Bases. É preciso juntar estudantes, professores, Ministério Público e comunidade para lutar contra o sucateamento da educação”.

 

DESOCUPAR

 

Após a revogação do fechamento das escolas, decretada neste sábado, os estudantes já começam a anunciar a desocupação. Em assembleia alunos da E. E. Gavião Peixoto (zona norte), a maior escola do Estado, com mais de três mil estudantes, votaram pela saída do prédio. “A juventude se uniu e o foco daquilo que nós queríamos, nós conseguimos” disse Jaqueline de Oliveira Celestino, de 18 anos, aluna do 3º ano do ensino médio. “Se no ano que vem decidirem que vai ter reorganização, decidiremos o que fazer. Mas para o ano que vem já revogou” disse a jovem.

 

Estudantes da E. E. Maria Petronila Limeira dos Milagres Monteiro (zona sul) afirmaram, por meio de rede social, que também desocuparão o prédio da escola. “A escola encerra sua ocupação vencendo apenas uma batalha, mas não a guerra por uma educação melhor”. “Estamos planejando desocupar na quarta ou quinta-feira. Vencemos uma parte [da batalha], mas ainda achamos que o governo pode voltar atrás. Vamos desocupar a escola, mas ocupar as ruas”, diz Gabriela Fonseca, de 17 anos, do 3.º ano do ensino médio.

 

Para comemorar a vitória dos estudantes, dezenas de artistas se apresentaram entre domingo (06) e segunda-feira (07), no evento “Virada da Ocupação”. Os artistas que já tinham se manifestado em solidariedade os estudantes das ocupações, contra o projeto de Alckmin e contra a violência policial utilizada contra os jovens secundaristas, realizaram shows e apresentações nas escolas ocupadas e na praça Horácio Sabino, na zona oeste da capital paulista. Criolo, Maria Gadú, Paulo Miklos, Tié, Pitty, Chico César, Edgar Scandurra, Yiago Iorc, Karina Buhr, Metá Meta entre outros, se apresentaram nas escolas ocupadas.

 

Fonte: Jornal Hora do Povo

 

2ª Mostra Mosfilm é sucesso de público

Público durante exibição de "O caminho para Berlim" (Foto: Pedro Prata)

 

Hoje a 2ª Mostra Mosfilm apresenta os filmes “Braço de Diamante”, de Leonid Gaidai (1968), e “A vida é maravilhosa”, de Grigory Chukhray (1979). A mostra, com entrada franca, teve inicio na quinta (3) na cinemateca, e já contou com a participação de mais de 1000 pessoas até este domingo. Ao todo mais de 300 pessoas participaram da abertura, 130 das sessões de sexta, mais de 400 no sábado e 220 no domingo. Veja a programação

 

Presidente da UMES, Marcos Kauê sauda a todos presente na mostra (Foto: Pedro Prata)

 

Na ocasião do lançamento do evento, o presidente do Centro Popular de Cultura da UMES (CPC –UMES), Gabriel Alves, abriu 2ª Mostra Mosfilm de Cinema e explicou o que motivou a parceria entre a UMES e o maior estúdio russo de cinema. “Existem filmes fundamentais para serem conhecidos pelo povo brasileiro, que por uma serie de motivos não chegam à população. Filmes com uma qualidade técnica enorme, qualidade de atores, roteiro e referencia em inovações no cinema que não chegam ao Brasil devido ao grande monopólio existente na área do áudio visual, e é exatamente por sua qualidade que não conseguem chegar. Por isso organizamos uma parceria entre o Mosfilm e o CPC UMES para realizar a segunda mostra, um trabalho que também envolve o lançamento de diversos filmes no Brasil, alguns em Blu-Ray”. Consulte a lista e adquira já o seu!

 

Gabriel Alves, presidente do CPC-UMES, durante abertura (Foto: Pedro Prata)

 

“O que falta para estes filmes chegarem aqui é oportunidade, é quebrar o bloqueio. Não é a falta de interesse da população brasileira ou dos amantes do cinema no Brasil. E a maior prova disso é esta sala cheia”, disse Gabriel. Na abertura havia mais de 300 pessoas enquanto a Cinemateca possui apenas 210 lugares, problema resolvido após a organização explicar a todos os que não conseguiram entrar que o filme seria reprisado na quarta (9), às 21 horas. Ainda durante a sua intervenção Gabriel agradeceu a Cinemateca e ao Ministério da Cultura, que possibilitaram a realização da mostra, bem como a Gazeta Russa e ao Jornal Hora do Povo que divulgaram o evento em suas publicações. Ele também agradeceu a presença de Marcus Vinicius, diretor artístico do CPC-UMES, ao Bira, presidente da CGTB, Sergio do Arbore, pela defesa da cultura e comunicação e Celso Gonçalves e Sergio Muniz, importantes realizadores do cinema brasileiro. Ele também agradeceu a presença de Natalia Chpatova e Ekaterina, responsáveis pelo coquetel.

 

Ekaterina a direita e Natalia (terceira da direita para a esquerda) junto a mulheres da comunidade russa

 

Após os agradecimentos Gabriel convidou Daniil Metelkin, da Gazeta Russa, Marcos Kauê, presidente da UMES e o Cônsul Geral da Rússia, Konstantin Kamenev, para uma breve saudação.

 

“Gostaria de agradecer os organizadores por trazerem os filmes russos ao Brasil. Espero que gostem dos filmes da mostra”, disse Daniil, desejando a todos um ótimo filme. Em seguida Kauê falou da importância da mostra e explicou rapidamente a todos o que estava ocorrendo nas ocupações das escolas. “A diretoria da UMES decidiu participar da abertura da 2ª Mostra, mesmo em meio a essa batalha contra a reorganização, onde o governo tem colocado policiais para bater em estudantes dentro das escolas, por considerar muito importante essa parceria com a Mosfilm”. Diversos estudantes, em conjunto com a diretoria da UMES foram direto das ocupações para a mostra, retornando para as escolas após a sessão.

 

Daniil Metelkin da Gazeta Russa com o microfone e Gabriel Alves ao fundo (Foto: Pedro Prata)

 

O cônsul russo por sua vez disse que a Mostra de cinema Mosfilm já se tornou uma grande tradição. “Prezados amigos, essa mostra já se tornou uma grande tradição com os filmes da Mosfilm”, disse Kamenev . “Esta 2ª Mostra Mosfilm é um veredito do interesse dos brasileiros pela cultura russa”, afirmou ao se referir a sala cheia. “Nesse sentido gostaria de destacar a sinergia entre os povos russos e brasileiros. Sinergia e simpatia mutua que existe devido ao profundo respeito entre os nossos povos. E o cinema é um condutor da amizade nesses tempos turbulentos na área internacional. Gostaria de agradecer a todos, especialmente aos organizadores do evento”, comentou desejando a todos uma boa sessão de cinema, depois de recordar que o filme “O caminho para Berlim”, de Serguei Popov (2015), foi um filme em comemoração do 70º aniversario da vitoria do povo soviético contra o nazi-fascismo.

 

Cônsul Geral da Rússia, Konstantin Kamenev (Foto: Pedro Prata)

 

Outro destaque foi a apresentação de “Aventuras extraordinárias de Mr. West no país dos bolcheviques”, de Lev Kuleshov (1924), às 17 horas do sábado, onde a pianista Dudah Lópes reproduziu as sessões do cinema mudo na Rússia, onde na ausência de diálogos e efeitos sonoros utilizava-se música ampliar o clima dramático ou cômico nas histórias.

 

Até agora foram apresentados sete dos onze filmes que compõem a mostra, todos inéditos no Brasil.

 

Comidas típicas servidas durante o coquetel organizado após a sessão de "O caminho para Berlim" (Foto: Pedro Prata)

 

(Foto: Pedro Prata)

 

Kauê e Daniil Metelkin durante coquetel (Foto: Pedro Prata)

 

(Foto: Pedro Prata)

 

Proposta para fechar escolas leva a renúncia de secretário de Educação

Show de Criolo na Virada Ocupação no Sumaré (Foto: @markbassker)

 

“A revogação da reorganização, e a saída do secretário de educação de São Paulo do cargo deixa claro que o fechamento das escolas é uma medida inaceitável para a população do nosso estado”, afirmou o presidente da UMES, Marcos Kauê. “Foi uma grande vitória dos estudantes, o governador precisou ir a público se desculpar e anunciar a revogação da medida, que foi comemorada neste final de semana por uma grande virada cultural com mais de 800 artistas se apresentando nas escolas ocupadas”.

 

A revogação da reorganização do ensino (plano do governador que pretendia fechar 94 escolas, encerrar o ciclo de outras 700, transferir milhares de alunos a força e a demissão de professores para cortar mais recursos da educação) se concretizou cinco dias após uma reunião da Secretaria de Ensino (áudio da reunião), dirigida por Fernando Padula Novaes, chefe de gabinete da Secretaria, declarar “guerra” contra as ocupações em defesa das escolas. Na ocasião Padula disse que o decreto da “reorganização” sairia terça (01), e para isso afirmou a necessidade de uma estratégia para “isolar” e “desmoralizar” os estudantes com o apoio da PM contra as escolas em luta. “Estamos em guerra”, disse diversas vezes na gravação.

 

A “guerra” do governo estadual, desrespeitando a decisão do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP), começou já na segunda (30). Na terça (1) diversas escolas amanheceram cercadas por forte presença policial, a exemplo da Escola Estadual Maria José (Mazé), na Bela Vista, que foi invadida por policiais, invasão coordenada pelo próprio Padula em conjunto com outros membros da Secretaria de Ensino e da direção da escola, na tentativa de acabar com a ocupação. Na ocasião cinco PMs agrediram Kauê (veja o vídeo), que resistiu a violência policial e exigiu o mandado dos policiais para entrar na escola.

 

Após a invasão policial estudantes do Mazé mantiveram a ocupação, e na tarde do mesmo dia realizaram uma ampla manifestação com mais de 200 pessoas, com a participação de artistas como Sérgio Mamberti, conhecido pelo papel de Dr. Victor, no programa infantil Castelo Rá-Tim-Bum (veja o vídeo). Assim como na escola Maria José, os estudantes da escola Dep. João Doria, zona leste, também resistiram. Na zona sul, no Paraisópolis, as escolas estaduais Etelvina e Maria Zilda passaram pelo mesmo problema, assim como as ocupações da escola Prof. Eulália Silva, E. E. República do Suriname, E. E. Dona Prisciliana Duarte de Almeida, E.E. Salvador Allende e diversas outras enfrentaram o mesmo tipo de ação policial.

 

 

A resposta dos estudantes viralizou nas redes sociais. O vídeo da agressão ao presidente da UMES, por exemplo,  foi visualizado por mais de 1,3 milhão de pessoas. Pouco depois artistas como Criolo, Paulo Miklos, Pitty, Maria Gadú, Tié, Edgar Escandurra, Chico César e Tico Santa Cruz confirmaram sua presença na “Virada Ocupação”, realizada neste final de semana entre os dias 6 e 7, em diversas escolas ocupadas, com a presença de mais de 800 artistas.

 

 

Suspensão do fechamento de escolas

 

Após Alckmin anunciar a suspensão do fechamento das escolas o secretário da Educação do Estado de São Paulo, Herman Voorwald, renunciou ao cargo, e entregou sua carta de demissão ao governador. O pedido de demissão do secretário se deu 11 dias após Herman afirmar ter “vergonha” do ensino publico do qual era responsável. Irene Miura, secretária-adjunta de Herman e Padula também deixaram o cargo a disposição.

 

Durante seu anuncio Alckmin disse que os “alunos continuam nas escolas em que já estudam. Os debates serão feitos em 2016”, e reconheceu que o recuo se deu devido a luta dos estudantes, que conseguiram amplo apoio da sociedade. “Por isso, nós decidimos adiar a reorganização e rediscuti-la escola por escola com a comunidade, com estudantes e, em especial, com os pais dos alunos”.

 

“Quem é a favor de fechar escolas? A Promotoria e a Defensoria Pública entraram com ação para barrar plano de Alckmin, e até mesmo a ouvidoria da PM disse que os policiais estavam extrapolando com estudantes. Fechar escola é um crime, é isso que ficou claro para a sociedade nesta última semana”, comentou Kauê. Na quinta passada o Ministério Público e a Defensoria Pública de São Paulo entraram com uma ação civil pedindo que a reorganização fosse interrompida, pedindo que a Secretaria de Educação organizasse amplas discussões com a sociedade sobre as mudanças.

 

O decreto da suspensão da reorganização foi publicado no Diário Oficial neste sábado. (“Decreto nº 61.692, de 4 de dezembro de 2015: Revoga o Decreto nº 61.672, de 30 de novembro de 2015”.)

 

Fechar escola é crime

 

“O comum é ver governos anunciando a construção de novas escolas, anunciar o fechamento de escolas é inaceitável para a sociedade. E o resultado é que a popularidade de Alckmin caiu para 28%, quando nestes últimos 20 anos vimos algo como isso acontecendo”, perguntou Kauê.  Uma pesquisa do Datafolha apontou a queda de popularidade do governador de São Paulo, o pior resultado de sua gestão. Apenas 28% da população aprova o mandato de Alckmin, contra 38% na pesquisa anterior, ou 69% no melhor momento do governador.

 

2° batizado e troca de cordas da Capoeira na UMES

 

Na manhã deste domingo (6) a Capoeira na UMES realizou o seu segundo batizado e troca de cordas. Na ocasião o professor-instrutor Pavio e o professor Royal, do Grupo Geração Capoeira, comandaram a atividade, realizada na sede central da UMES, onde diversos alunos pegaram o seu primeiro cordão ou trocaram suas cordas.

 

A abertura do evento foi marcada pela execução do hino a negritude, “composto pelo eterno professor Eduardo”, anunciou Pavio. Participaram do batizado o mestre Bambu e o mestre Oró, o contra mestre Luciano, o mestrando Dentinho, professores Pardal, Jack, Kaue, entre outros. Também estavam presentes diversos membros da comunidade do Bixiga que assistiram ao batizado.

 

Durante a atividade houve uma apresentação de maculelê, e ao fim do batizado e troca de cordas o professor-instrutor Pavio parabenizou os estudantes secundaristas pela importante vitória na derrubada do decreto do governador Alckmin, medida para fechar de dezenas de escolas no estado.

 

A Capoeira na UMES é um projeto muito importante da UMES, pois resgata a história brasileira através desta luta de libertação.

 

 

Quer praticar capoeira com a UMES? Venha participar de uma roda!

Quando: terças e quintas, das 14 às 15:30 horas, ou das 19:30 às 21 horas

Contato: (11) 3289-7475 – capoeira@umes.org.br

Onde: Rua Rui Barbosa, 323, Bela Vista

 

 

 

 

Vitoria dos estudantes: reorganização suspensa!

Estudantes do Mazé em manifestação, nesta terça, nas ruas do Bixiga, após tentativa de invasão da polícia e membros da secretaria de Educação pra por fim a ocupação

 

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, suspendeu nesta sexta (4) o fechamento de escolas e a separação dos estudantes em ciclos, prevista na reorganização escolar. O anuncio foi feito nesta manhã, e detalhado em entrevista iniciada a partir das 13 horas.

 

A vitoria dos estudantes se deu após a ocupação de mais de 200 escolas no estado, e que nesta semana resistiram a múltiplas tentativas da Secretaria de Educação, que em conjunto com a polícia, invadiram escolas e agrediram estudantes buscando o fim das ocupações, plano divulgado no áudio vazado da reunião de integrantes da secretaria neste domingo.      

 

O recuo do governo se deu três dias após a publicação do decreto autorizando a transferência de professores para a implementação da reorganização escolar. Mesmo dia que o Data Folha registrou o menor índice de popularidade do governador, apenas 28% da população consideram o governo Alckmin ótimo ou bom (em pesquisa anterior era 38%).

 

 

 

Polícia invade Mazé e agride estudantes

 

Após decretar "guerra" aos estudantes das ocupações, governo do estado engana pais e manda agredir menores

 

Na manhã desta terça (1) a Escola Estadual Maria José, assim como muitas outras no estado, amanheceu cercada pela polícia militar (PM) e por supostos pais de alunos.  O cerco aconteceu dois dias após o governo do Estado anunciar operações de “guerra” contra as ocupações.

 

Segundo áudio vazado da reunião do chefe de gabinete da Secretario da Educação, Fernando Padula, com as direções de ensino a estratégia do governo é "desmoralizar" ocupações perante a sociedade e adotar "tática de guerrilha" contra as "invasões". "Nessas questões de manipular, tem uma estratégia, tem método. O que vocês precisam fazer é informar. Fazer a guerra da informação [para convencer a sociedade], porque é isso o que desmobiliza o pessoal [os estudantes]", disse o Padula.

 

A invasão por parte da PM ocorreu por volta das 9h da manhã e segundo os estudantes ocupados quem ajudou a abrir um dos dois portões pelos quais a polícia entrou escola foi o diretor Vladimir Frank, que agrediu a estudante Lilith Cristina (15), que está na delegacia prestando queixa. Assim que entrou, a PM agrediu estudantes, quebrou a caixa de som da escola e chutou cadeiras. Outro estudante, o Alan Ferreira de Almeida, também está na delegacia fazendo um boletim de ocorrência contra a PM.

 

Marcos Kauê, presidente da UMES, que estava na escola no momento da invasão, denunciou, “ninguém conhecia nenhum dos país responsáveis por arrombar o portão. E é muito estranho que, um dia antes dessa ação, a diretoria tenha ligado para os pais para convocá-los para fazer a matrícula de seus filhos. Eles arrombaram com marretadas. Que pais vem fazer matrícula com marretas? Arrombaram o portão com consentimento dos policiais, que entraram junto empurrando e batendo nos alunos, e jogando spray de pimenta em todos que resistiam”. (veja vídeo)

 

Além de agredir os estudantes, a PM anotou o nome dos alunos que estavam na escola.

 

Foto: Nelson Antoine/FramePhoto/Estadão Conteúdo

 

“Os policiais nem mesmo estavam com sua identificação [nome na farda], todos os alunos estão muito assustados. É dessa forma que Alckmin quer educar a juventude? Com base no medo e na cacetada contra alunos que estão lutando para impedir que escolas sejam fechadas, alunos que estão lutando para se formar na escola que escolheram?”, afirmou Kauê.

 

Ontem (30) ocorreu uma reunião com a comunidade do Bixiga, no O Centro Educacional Dom Orione (CEDO), da Igreja da Achiropita com representantes da diretoria regional de ensino. Ao saber da reunião os estudantes mandaram representantes das ocupações para informar os pais sobre o que estava ocorrendo.

 

Matheus Lopes da Silva (16), um dos estudantes que foi a reunião, afirmou “pedi na reunião para falar com os pais e explicar o que estava ocorrendo e porque estávamos nas ocupações. A representante da diretoria de ensino falou que se eu quisesse falar com os pais teria que gritar, pois ela não iria passar o microfone. Algum tempo após tentar o diálogo resolvemos deixar a reunião”.

 

Karina Gomes (16), estudante e representante de comunicação da ocupação, explicou sua indignação com a reunião e a com a ação da PM hoje, “divulgaram na reunião com pais que estávamos fazendo orgias e que a escola havia virado um ponto de drogas, enquanto estamos limpando a escola e fazendo oficinas e debates”.

 

Quando chegamos para a reportagem a PM já tinha se retirado da escola, e fomos entrevistar os pais, mas boa parte de quem estava lá se dizia membro da comunidade do Bexiga e não quis ser identificado, nem informar como foi a invasão da escola.

 

Uma das “mães” que forçou entrada da escola com barras de ferro e não quis ser identificada afirmava, “eu estava na reunião ontem, ele [Alckmin] não vai fechar escolas, isso é mentira, estou aqui para que os estudantes consigam finalizar o ano letivo e não percam chances de emprego”, esta senhora afirmou que os estudantes eram “um bando de vagabundos”.

 

Mãe (de blusa preta) no centro da foto discutindo com Silvia (loira de costas) da Diretoria de Ensino

 

Já outra mãe (foto acima) de uma estudante que está na ocupação, veio correndo do serviço ao saber da invasão da PM, e respondeu, “minha filha não é vagabunda, ela trabalha e estuda, e agora está lutando para a manutenção do seu direito. O governo do Estado quer que os estudantes voltem às aulas, mas como isso vai acontecer se não vai ter escolas para voltar?”.

 

A mãe Paula Pereira da Silva, que estava presente na escola no momento da invasão da PM, afirmou, “minha filha nem estuda aqui, vim porque falaram para mim que hoje aconteceria uma reunião com a direção da escola para fazer a matrícula das crianças e a minha filha precisa fazer a transferência”.

 

A representante da Diretoria de Ensino do Centro, que se apresentou apenas como Silvia, quando questionada sobre como a PM foi parar dentro da escola, informou que “eles [a polícia] entraram, foi tudo direitinho, só pra apoiar. Eles tentaram entrar por um portão e não conseguiram aí tentaram por outro e conseguiram”.

 

No momento da entrevista, Valeria, também da Diretoria do Ensino, apesar do cutucão meio indiscreto de Silvia, não percebeu que estávamos gravando e disse, “cadê a vice a Adriana? Precisa pedir para ela ligar para os pais para retomar as aulas logo, os professores estão aqui”.

 

Antes de Silvia se retirar da escola teve uma discussão com Kauê, que afirmou, “vocês invadiram, sabiam que a escola estava ocupada e trouxeram a polícia. Quem vai decidir a hora de desocupar a escola são os estudantes, temos este direito”. A ocupação foi mantida e os estudantes estão chamando uma manifestação contra a reorganização e contra a violência às 18 horas de hoje. Confirme sua presença!

 

Governo de SP contraria Tribunal de Justiça e envia polícia para reintegrar posse de escolas

Assista ao vídeo da agressão policial contra o presidente da UMES na ocupação do Mazé (Foto: Nelson Antoine/FramePhoto/Estadão Conteúdo)

 

Dezenas de escolas ocupadas amanheceram cercadas por forte presença policial na manhã desta terça (1), contrariando a decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo que negou o pedido de reintegração do governo Alckmin. Este foi o caso do Mazé (E. E. Maria José), ao lado da sede da UMES aqui no Bixiga, e de dezenas de outras escolas de São Paulo.

 

O Mazé amanheceu com dezenas de policiais e viaturas, e por volta das 8 horas supostos pais de alunos armados com marretas arrombaram o portão da escola chamando os estudantes de “vagabundos” e “arruaceiros”. “Eles invadiram a escola, agrediram e empurram os menores de idade, e utilizaram spray de pimenta contra agente”, disse a estudante Elaine Nunes, que é uma das coordenadoras da ocupação.

 

Durante a ação policial conjunta com a direção da escola estava presente o presidente da UMES, Marcos Kauê, que foi agredido ao se opor a violência dos supostos pais e policiais, que ao entrarem na escola derrubaram uma mesa no chão, a agressão ocorreu quando Kauê foi levantar a mesa derrubada pelos policiais, como é possível ver no vídeo acima. “Ninguém conhecia nenhum dos pais responsáveis por arrombar o portão. E é muito estranho que um dia antes dessa ação, a diretoria tenha ligado para os pais para convoca-los para fazer a matrícula de seus filhos. Eles arrombaram com marretadas, que pais vem fazer matrícula com marretas? Arrombaram o portão com consentimento dos policiais, eles entraram juntos empurrando e batendo nos alunos, jogando spray de pimenta em todos que resistiam”, denunciou Kauê, poucos minutos depois de ser agredido pelos policiais.

 

Momentos antes da invasão policial a ocupação do Mazé

 

“Os policiais nem mesmo estavam com sua identificação, todos os alunos estão muito assustados. É dessa forma que Alckmin quer educar a juventude? Fechando escolas e utilizando a política do medo e da violência contra crianças e adolescentes que estão lutando para poder estudar? Que lutam para impedir que escolas sejam fechadas, alunos que estão lutando para se formar na escola que escolheram?”, indagou Kauê.

 

O mesmo estava acontecendo com a escola Dep. João Doria, zona leste, enquanto escrevíamos esta matéria, onde diversos policiais invadiram a escola. Na zona sul, no Paraisópolis, as escolas Etelvina e Maria Zilda passaram pelo mesmo problema. “A direção de ambas as escolas está há alguns dias ligando para os pais dos alunos, e contrataram carros de som para divulgar a suposta matrícula hoje. Porém quando os pais chegaram na escola e viram um monte de policiais, logo se voltaram contra a ação da diretoria e apoiaram a ocupação dos estudantes contra o fechamento das escolas e o fim dos ciclos”, disse Tiago Cesar, vice-presidente da UMES pela região sul. A ocupação da escola Prof. Eulália Silva também foi vítima de uma tentativa policial para por fim a ocupação.

 

Ainda na madrugada de terça, a E. E. República do Suriname também foi invadida ilegalmente pela polícia, que mais uma vez contrariou a decisão do Tribuna de Justiça. Neste caso a escola foi invadida com o apoio do marido da diretora da escola que agiu em conjunto com os policiais.

 

Vídeo mostra policiais e membros da direção da E. E. República do Suriname 

arrombando o portão da escola ocupada