Plenária da UMES: ocupar as ruas contra a superlotação das salas

 

“Foi uma grande vitória dos estudantes contra a proposta de fechar escolas. Revogamos a reorganização com a nossa luta, que realizou dezenas de manifestações e ocupou mais de 200 escolas. Agora a luta é ampliar a nossa mobilização e acabar com a superlotação de nossas salas”, afirmou Marcos Kauê, durante a plenária da UMES com lideranças secundaristas de toda a cidade, realizada para avaliar o resultado das ocupações e organizar a ação dos estudantes durante o próximo período.

 

A atividade foi realizada na última sexta (11) e reuniu mais de 40 jovens que acompanharam as ocupações contra o fechamento das escolas de São Paulo. Durante sua intervenção Kauê fez uma breve avaliação e convocou os estudantes presentes a aprofundar a luta em defesa da educação pública e de qualidade no estado. “As ocupações cumpriram o seu papel e revogaram o fechamento das escolas. Mas não será esse o caminho que ampliará o apoio da sociedade para derrotar de vez a superlotação de nossas salas e, assim, construir a educação pública que nossa cidade precisa. Para ampliar o apoio da sociedade na luta em defesa da educação pública de qualidade precisamos ir pra rua, levar a opinião dos estudantes a todos nas praças, nos metrôs, em toda a cidade. E esse será o caminho que vai nos permitir derrotar também a aprovação automática e todo o sucateamento da educação visto em São Paulo nos últimos 20 anos”.

 

“Os estudantes conquistaram uma das principais vitórias em defesa da educação dos últimos tempos. Foi a força dos estudantes que derrotou essa proposta para fechar 94 escolas e dividir mais de 700 em ciclos únicos, o que obrigaria milhares de alunos a se transferir compulsoriamente, e ainda pretendia acabar de vez com o ensino noturno [Educação de Jovens e Adultos (EJA)]. Foi a nossa luta que revogou esse decreto do Alckmin que autorizava a reorganização. E não parou por aí, junto com a revogação do decreto para fechar escolas obrigamos o secretário da educação [Herman Voorwald], e o seu chefe de gabinete [Fernando Padula], a pedir demissão”, disse o presidente da UMES. Kauê também ressaltou que o centro da campanha para o próximo período deve ser o combate à superlotação das salas, de forma a reduzir os alunos a no mínimo 40 por sala como exige a LDB (Lei de Diretrizes e Bases).

 

Após a fala de Kauê a plenária definiu ampliar as mobilizações contra a reorganização, que pode ser retomada ano que vem pelo governo Geraldo Alckmin, e dessa forma decidiram redigir um panfleto e um jornal para campanhas de panfletagem nas escolas, bem como em principais praças e pontos da cidade. Nesse sentido o vice-presidente da UMES, Tiago Cesar, defendeu a organização das comissões para redigir os materiais e as comissões responsáveis pela mobilização dentro das escolas.

 

 

Para o presidente do grêmio da E. E. Caetano de Campos da Consolação, Lucas Penteado (Kóka), é importante realizar atividades e ações para manter o apoio social favorável às reivindicações dos estudantes. “Esta é uma luta de todos por educação de qualidade”, lembrou Lucas. De acordo com o estudante entre as atividades poderiam ser realizadas manifestações nas escolas onde a direção incentivou a agressão contra os estudantes da ocupação. Para Islan Gonçalves, que também é estudante do Caetano, é importante manter diversas atividades para conscientizar os estudantes e assim soma-los a luta por educação pública de qualidade.

 

Já o grêmio da ETEC Getúlio Vargas, representado na plenária pelos estudantes Elizabeth, Luiza e Lucas, que é presidente do grêmio, levantaram que as panfletagens são instrumentos muito importantes para manter a população bem informada. Já Álvaro, estudante do Mazé (E. E. Maria José), escola onde Padula implementou pessoalmente a sua guerra contra as ocupações, afirmou que o avanço dessa luta pode levar a uma grande mudança na educação paulista, promovendo até mesmo uma “grande reforma do currículo da educação” no estado, de forma a melhorar a educação.

 

Por fim Keila Pereira afirmou que a luta contra a superlotação das salas de aula devem estar em sintonia com as reivindicações por melhores salários para os professores, por quadras poliesportivas, laboratórios, auditórios, e também por uma gestão democrática, por parte da direção, dentro das escolas. Para Thais Jorge, que também é membro da diretoria da UMES, a principal questão nesse momento é reverter todo o prestigio conquistado pelos estudantes, com a luta das ocupações e das manifestações contra a reorganização, para derrotar a superlotação e conquistar salas com no máximo 40 alunos.

 

Ao fim da plenária os estudantes organizaram uma dinâmica de grupo, coordenada por Kauê, propondo a reflexão sobre o trabalho em equipe de forma a descontrair a reunião. As primeiras panfletagens serão organizadas ainda esta semana, e uma nova plenária foi convocada para a próxima sexta (18), de forma que sejam avaliadas as mobilizações da semana.

Kauê: agora a luta é para acabar com a superlotação de nossas salas

Kauê ao centro junto a estudantes da E. E. Maria José (Mazé) após ataque policial dirigido pelo proprio Fernando Padula (chefe de gabinete da Secrtaria de Educação)

 

Abaixo publicamos entrevista realizada com o presidente da UMES, Marcos Kauê, avaliando a vitória dos estudantes conquistada após dezenas de manifestações e mais de 200 escolas ocupadas, mobilização que levou o governador Geraldo Alckmin a revogar o decreto que instituía o fechamento de escolas. Na entrevista Kauê afirma que o recuo foi uma vitória muito importante, contrariando os que afirmam ser necessário manter as ocupações, mesmo após a revogação da reorganização pelo governo de São Paulo   

 

Como você avalia a revogação do decreto da reorganização escolar de Alckmin?

 

Kauê: Essa foi sem dúvida uma das maiores vitórias dos últimos anos contra os governos tucanos. Há mais de 20 anos eles estão no governo do Estado, e nunca se derrubou um secretário de educação como ocorreu semana passada. A participação dos estudantes foi fundamental, nós fomos os protagonistas das ocupações, mas essa luta não era apenas dos estudantes, foi uma luta de toda a comunidade escolar, de toda a sociedade. Os pais e os professores apoiaram muito, a comunidade ajudou, os movimentos sociais e o Ministério Público ajudaram e apoiaram muito os estudantes que ocuparam suas escolas contra o fechamento e a divisão em ciclos. Mas os estudantes, principalmente, viveram um momento diferente nessa luta, que foi conseguir entender e ver a força que o movimento unificado dos estudantes têm quando se somam em defesa da educação pública de qualidade. Ganhamos toda a sociedade para discutir os caminhos da nossa escola e da nossa educação.

 

Com a revogação da reorganização os estudantes venceram a batalha contra o fechamento das escolas. Quais os caminhos para conquistarmos uma educação pública de qualidade após essa vitória?

 

Kauê: Nosso movimento venceu a primeira batalha. E nossa palavra de ordem para vencer essa luta era "ocupar e resistir". Só que nesse momento vivemos um grande desafio e precisamos reunir forças para organizar um plano específico de metas para conquistar uma educação pública, gratuita e de qualidade. Então para isso vamos nos reorganizar, criar novas forças e uni-las para essas novas conquistas. É importante salientar que após essa vitória contra o governo a sociedade está mais consciente da necessidade de acabar com a superlotação das salas. Essa será uma das nossas principais bandeiras no próximo período.

 

 

Kauê durante manifestação do dia 6 de novembro na Avenida Paulista, pouco antes do início das ocupações

 

Muitos estão inseguros em deixar as ocupações acreditando que Alckmin vai tentar impor o fechamento das escolas novamente. Qual a alternativa nesse caso?

 

Kauê: É verdade, muitas pessoas estão inseguras. Mas não podemos ter esse tipo de insegurança nesse momento, agora é hora de seguir pressionando por educação de qualidade e comemorar. Os estudantes acabaram de ter uma vitória muito grande ao revogar a reorganização. Foi uma batalha longa, fizemos dezenas de manifestações, depois ocupamos mais de 200 escolas contra a reorganização. Ocupamos e resistimos até derrubar o decreto da reorganização. Derrubamos também o secretário de Educação [Herman Voorwald], que representava todo esse projeto para fechar escolas. E também caiu o chefe de gabinete do secretário, que era o Fernando Padula, o cara responsável por toda a guerra da polícia e do governo contra os estudantes. Foi uma vitória muito grande, e precisamos entender essa vitória.

 

 

A nossa alternativa agora é permanecer mobilizados e organizados junto com os professores, com a comunidade e também conversando com o Ministério Público. Vamos seguir organizados nas ruas através do movimento estudantil pelo fim da superlotação das salas de aulas, que devem ter no máximo 40 alunos de acordo com a LDB [Lei de Diretrizes e Bases], pelo fim da aprovação automática e pela valorização de nossos professores que recebem muito mal. Será através destas pautas que vamos nos organizar para o próximo ano, um ano de debate eleitoral, e assim barrar qualquer tentativa do governo retomar a discussão sobre fechar salas e cortar da educação, porque a discussão precisa ser como construir novas escolas e melhorar a nossa educação.

 

Estudantes comemoram revogação durante "Virada Ocupação" (Foto: Fabio Tito/G1)

 

Qual a mensagem da UMES para os estudantes de São Paulo nesse momento?

 

Kauê: A mensagem da UMES para todos os estudantes é que essa vitória foi muito importante, e não podemos esquecê-la, porque essa vitória prova o quanto somos fortes. Conseguimos dobrar o governador e derrubar o secretário estadual de educação.

 

 

Essa batalha foi muito importante para avançar a nossa luta por uma educação pública, gratuita e de qualidade. Luta que vamos continuar dia após dia de maneiras e formas diferentes para manter de pé a nossa esperança de conquistar uma educação a altura da juventude brasileira. E isso só será possível com a luta conjunta de toda a sociedade para diminuir para 40 alunos o número de estudantes por sala, que será uma de nossas principais bandeiras para o próximo período.

 

Mobilizar e avançar por uma escola melhor!

 

Depois de meses de manifestações, atos e mais de duzentas escolas ocupadas, os estudantes de São Paulo derrotaram Alckmin e o forçaram a recuar da proposta de reorganização. A proposta iria fechar 95 escolas, transferir alunos de centenas e superlotar ainda mais toda a rede.


A mobilização foi crescendo dia após dia e a denúncia alcançando cada vez mais gente. Ficou claro para a população que o fechamento de escolas é um crime, que quanto mais escolas forem fechadas mais prisões seriam abertas e que a única razão desse projeto era a de tirar o dinheiro da nossa educação. A população apoiou nossa luta e conseguimos isolar o Alckmin até ele revogar o decreto que instituiu a reorganização.


Nossa vitória ficou ainda maior quando veio acompanhada da queda do Secretário estadual de educação Herman Voorwald, que desde o início conduziu o projeto, e de seu chefe de gabinete Fernando Padula, que prometeu fazer uma guerra contras as ocupações e acompanhou pessoalmente a invasão da polícia a E.E. Maria José e a agressão policial ao presidente de UMES Marcos Kaue.


A revogação do decreto que criou a reorganização foi uma importante vitória, mas é necessário nos manter atentos e mobilizados para derrotar qualquer medida do governo contra a educação e qualquer tentativa de fechamento de escolas. Agora o desafio é aumentar nossa mobilização e nossa luta para enterrar de vez essa reorganização, pois, ao contrário do que diz o governador, nossas salas estão superlotadas e a luta só vai terminar com uma escola pública de qualidade.

 

“A cidade dos ventos” encerra 2ª Mostra Mosfilm nesta quarta

Cena de “A cidade dos ventos”

 

Hoje serão exibidos os últimos dois filmes da 2ª Mostra Mosfilm de cinema soviético e pós-soviético. A mostra teve início no dia 3 de dezembro, e até o final do dia apresentará ao público 11 filmes retratando a história do país entre os anos de 1924 e 2015.

 

A partir das 19 horas serão apresentados o inédito “A cidade dos ventos”, de Karen Shakhnazarov (2008), e logo em seguida, às 21 horas, será reprisado “O caminho para Berlim”, de Serguei Popov (2015), filme que abriu a mostra.

 

Parte dos filmes apresentados na programação da mostra serão disponibilizados em DVD, assim como foi feito com os filmes da 1ª Mostra Mosfilm, de 2014. Confira no site CPC-UMES Filmes todos os DVD’s disponíveis.

 

 

 

Local: Cinemateca Brasileira

Largo Senador Raul Cardoso, 207 – Vila Clementino

(11) 3512-6111 – Entrada franca

 

 

 

19h00 – A CIDADE DOS VENTOS

Ano: 2008 – Direção: Karen Shakhnazarov – Roteiro: Evgueny Nikishov, Sergey Rokotov – Música: Konstantin Shevelyov – Colorido, 105 min. – Na década de 1970, jovem universitário "dissidente" disputa com o amigo comunista o amor da doce Lyuda, enquanto o entusiasmo socialista na URSS vai sofrendo uma gradual, porém contínua, erosão.

 

21h00 – O CAMINHO PARA BERLIM

Ano: 2015 – Direção: Serguei Popov – Argumento Original: Emmanuil Kazakevich, Konstantin Simonov – Música: Roman Dormidoshin – Colorido, 83 min. – Condenado por covardia ao fuzilamento, tenente russo tem várias oportunidades de escapar, enquanto cruza a estepe escoltado por soldado cazaque até o posto de comando. Baseado em escritos de Konstantin Simonov e Emmanuil Kazakevich, o filme foi lançado por ocasião do 70º. aniversário da vitória do Exército Vermelho sobre o fascismo.

 

Escolas fechadas por Covas viram depósito e batalhões

 

Fechada em 1997 durante a reorganização escolar promovida pelo então governador Mario Covas, o colégio estadual Professora Sebastiana Minhoto, da Vila Formosa (zona leste), passou 18 anos abandonado, segundo moradores.

 

Neste ano terá uma função: depósito de documentos do Detran (Departamento Estadual de Trânsito).

 

Esse é um exemplo do que viraram escolas fechadas na reorganização da rede estadual realizada entre 1995 e 1998.

 

Na época, mais de 20 mil professores ficaram sem emprego e cerca de 150 escolas no Estado foram fechadas, segundo especialistas.

 

Nesta semana, o governador Geraldo Alckmin (PSDB), que foi vice de Covas, anunciou suspensão de sua reorganização, após protestos de estudantes. A previsão inicial era a de fechar 94 escolas.

 

A assessoria do governo do Estado diz que as medidas da década de 90 foram adotadas para universalizar o ensino e melhorar a educação e que a eficácia delas é comprovada, por exemplo, pelos resultados do Ideb, que avalia a qualidade da educação.

 

A reutilização dos prédios, segundo ela, foi baseada em "princípios da boa gestão dos recursos" e nas necessidades da população.

 

"É importante ressaltar que a reportagem desconsidera que no período mencionado foram construídas 1.284 escolas em todo o Estado, sendo 175 somente na capital."

 

Procurada, a secretária da Educação na gestão Covas, Rose Neubauer, não atendeu a reportagem.

 

 

Fonte: Jornal Agora, texto de Stephane Sena (fotos retiradas do site da Apeoesp)

 

Alckmin recua e revoga decreto da “reorganização” das escolas

 

Para Marcos Kauê da UMES, após a desocupação das escolas, será preciso construir uma força tarefa para acabar com a superlotação das salas de aula

 

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) oficializou a revogação do decreto que instituía o projeto de reorganização escolar no estado de São Paulo. A suspensão, publicada em decreto no Diário Oficial de sábado (05), foi realizada após mais de quatro meses de intensos protestos dos estudantes secundaristas paulistas que lutam contra o projeto de Alckmin, além da ocupação de mais de 200 escolas por cerca de um mês.

 

A “reorganização” de Alckmin fecharia ao menos 93 escolas, além de encerrar a maioria dos períodos noturnos, a Educação de Jovens e Adultos (EJA) e transferiria mais de 311 mil estudantes de 1.400 unidades. Mais de 1 milhão de alunos seriam afetados.

 

Na sexta-feira (04), Alckmin chamou uma coletiva de imprensa para anunciar a decisão do governo. Na entrevista, visivelmente encabulado, ele disse “ouvir e respeitar” a posição dos estudantes e que por isso, suspenderia a reorganização.

 

“Os alunos continuarão nas escolas em que já estudam e nós começaremos a aprofundar esse debate, o diálogo escola por escola, especialmente com estudantes e pais de alunos”, afirmou.

 

A decisão do tucano foi tomada após diversos posicionamentos judiciais, do Ministério Público e até mesmo do vice-governador, contrários à reorganização. Ainda na sexta-feira, pela manhã, a Justiça concedeu liminar que suspendia a reestruturação em Guarulhos. Na quinta-feira (3), o MP e a Defensoria Pública pediram a suspensão da reorganização em todo o estado.

 

A QUEDA

 

Outra vitória do movimento, construído pelos estudantes secundaristas, foi na sequência da revogação do plano de fechamento de escolas a saída do secretário da Educação que representava o projeto, Herman Cornelis Voorwald. Assim como a do seu chefe de gabinete, Fernando Paudula, aquele que, em reunião com dirigentes de ensino, disse que o Estado declararia “guerra” aos estudantes das ocupações.

 

O que caiu também foi a popularidade do governador, que teve a sua pior avaliação da história. Segundo pesquisa do Datafolha, 30% dos paulistas classificam o desempenho do governador como ruim ou péssimo; 40% avaliam como regular; e apenas 28% bom ou ótimo. Em relação à reorganização, 61% dos paulistanos disseram ser contrários ao projeto.

 

VITÓRIA

 

O presidente da União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo (UMES-SP), Marcos Kauê, considerou em entrevista ao HP que esse processo fortaleceu o movimento estudantil.

 

“Nós conquistamos uma vitória muito grande, muito importante, conseguimos, depois de uma batalha muito longa contra essa reorganização, no primeiro momento suspender, derrubando o decreto sobre o projeto. Conseguimos também derrubar o secretário que junto com o Fernando Padula, que era quem estava orquestrando toda a guerra contra os estudantes. Então, nós temos e precisamos entender essa vitória. Nossa alternativa agora é se manter mobilizado, se manter organizado através do movimento estudantil, para no próximo ano estarmos afiados e não darmos nenhum espaço para que o Alckmin leve adiante o projeto”, disse.

 

Para Kauê, “agora temos que intensificar a nossa luta. Fazer uma força tarefa, para garantir o fim da superlotação das salas de aula. Nenhuma sala com mais de 40 alunos, como defende a Lei de Diretrizes e Bases. É preciso juntar estudantes, professores, Ministério Público e comunidade para lutar contra o sucateamento da educação”.

 

DESOCUPAR

 

Após a revogação do fechamento das escolas, decretada neste sábado, os estudantes já começam a anunciar a desocupação. Em assembleia alunos da E. E. Gavião Peixoto (zona norte), a maior escola do Estado, com mais de três mil estudantes, votaram pela saída do prédio. “A juventude se uniu e o foco daquilo que nós queríamos, nós conseguimos” disse Jaqueline de Oliveira Celestino, de 18 anos, aluna do 3º ano do ensino médio. “Se no ano que vem decidirem que vai ter reorganização, decidiremos o que fazer. Mas para o ano que vem já revogou” disse a jovem.

 

Estudantes da E. E. Maria Petronila Limeira dos Milagres Monteiro (zona sul) afirmaram, por meio de rede social, que também desocuparão o prédio da escola. “A escola encerra sua ocupação vencendo apenas uma batalha, mas não a guerra por uma educação melhor”. “Estamos planejando desocupar na quarta ou quinta-feira. Vencemos uma parte [da batalha], mas ainda achamos que o governo pode voltar atrás. Vamos desocupar a escola, mas ocupar as ruas”, diz Gabriela Fonseca, de 17 anos, do 3.º ano do ensino médio.

 

Para comemorar a vitória dos estudantes, dezenas de artistas se apresentaram entre domingo (06) e segunda-feira (07), no evento “Virada da Ocupação”. Os artistas que já tinham se manifestado em solidariedade os estudantes das ocupações, contra o projeto de Alckmin e contra a violência policial utilizada contra os jovens secundaristas, realizaram shows e apresentações nas escolas ocupadas e na praça Horácio Sabino, na zona oeste da capital paulista. Criolo, Maria Gadú, Paulo Miklos, Tié, Pitty, Chico César, Edgar Scandurra, Yiago Iorc, Karina Buhr, Metá Meta entre outros, se apresentaram nas escolas ocupadas.

 

Fonte: Jornal Hora do Povo

 

2ª Mostra Mosfilm é sucesso de público

Público durante exibição de "O caminho para Berlim" (Foto: Pedro Prata)

 

Hoje a 2ª Mostra Mosfilm apresenta os filmes “Braço de Diamante”, de Leonid Gaidai (1968), e “A vida é maravilhosa”, de Grigory Chukhray (1979). A mostra, com entrada franca, teve inicio na quinta (3) na cinemateca, e já contou com a participação de mais de 1000 pessoas até este domingo. Ao todo mais de 300 pessoas participaram da abertura, 130 das sessões de sexta, mais de 400 no sábado e 220 no domingo. Veja a programação

 

Presidente da UMES, Marcos Kauê sauda a todos presente na mostra (Foto: Pedro Prata)

 

Na ocasião do lançamento do evento, o presidente do Centro Popular de Cultura da UMES (CPC –UMES), Gabriel Alves, abriu 2ª Mostra Mosfilm de Cinema e explicou o que motivou a parceria entre a UMES e o maior estúdio russo de cinema. “Existem filmes fundamentais para serem conhecidos pelo povo brasileiro, que por uma serie de motivos não chegam à população. Filmes com uma qualidade técnica enorme, qualidade de atores, roteiro e referencia em inovações no cinema que não chegam ao Brasil devido ao grande monopólio existente na área do áudio visual, e é exatamente por sua qualidade que não conseguem chegar. Por isso organizamos uma parceria entre o Mosfilm e o CPC UMES para realizar a segunda mostra, um trabalho que também envolve o lançamento de diversos filmes no Brasil, alguns em Blu-Ray”. Consulte a lista e adquira já o seu!

 

Gabriel Alves, presidente do CPC-UMES, durante abertura (Foto: Pedro Prata)

 

“O que falta para estes filmes chegarem aqui é oportunidade, é quebrar o bloqueio. Não é a falta de interesse da população brasileira ou dos amantes do cinema no Brasil. E a maior prova disso é esta sala cheia”, disse Gabriel. Na abertura havia mais de 300 pessoas enquanto a Cinemateca possui apenas 210 lugares, problema resolvido após a organização explicar a todos os que não conseguiram entrar que o filme seria reprisado na quarta (9), às 21 horas. Ainda durante a sua intervenção Gabriel agradeceu a Cinemateca e ao Ministério da Cultura, que possibilitaram a realização da mostra, bem como a Gazeta Russa e ao Jornal Hora do Povo que divulgaram o evento em suas publicações. Ele também agradeceu a presença de Marcus Vinicius, diretor artístico do CPC-UMES, ao Bira, presidente da CGTB, Sergio do Arbore, pela defesa da cultura e comunicação e Celso Gonçalves e Sergio Muniz, importantes realizadores do cinema brasileiro. Ele também agradeceu a presença de Natalia Chpatova e Ekaterina, responsáveis pelo coquetel.

 

Ekaterina a direita e Natalia (terceira da direita para a esquerda) junto a mulheres da comunidade russa

 

Após os agradecimentos Gabriel convidou Daniil Metelkin, da Gazeta Russa, Marcos Kauê, presidente da UMES e o Cônsul Geral da Rússia, Konstantin Kamenev, para uma breve saudação.

 

“Gostaria de agradecer os organizadores por trazerem os filmes russos ao Brasil. Espero que gostem dos filmes da mostra”, disse Daniil, desejando a todos um ótimo filme. Em seguida Kauê falou da importância da mostra e explicou rapidamente a todos o que estava ocorrendo nas ocupações das escolas. “A diretoria da UMES decidiu participar da abertura da 2ª Mostra, mesmo em meio a essa batalha contra a reorganização, onde o governo tem colocado policiais para bater em estudantes dentro das escolas, por considerar muito importante essa parceria com a Mosfilm”. Diversos estudantes, em conjunto com a diretoria da UMES foram direto das ocupações para a mostra, retornando para as escolas após a sessão.

 

Daniil Metelkin da Gazeta Russa com o microfone e Gabriel Alves ao fundo (Foto: Pedro Prata)

 

O cônsul russo por sua vez disse que a Mostra de cinema Mosfilm já se tornou uma grande tradição. “Prezados amigos, essa mostra já se tornou uma grande tradição com os filmes da Mosfilm”, disse Kamenev . “Esta 2ª Mostra Mosfilm é um veredito do interesse dos brasileiros pela cultura russa”, afirmou ao se referir a sala cheia. “Nesse sentido gostaria de destacar a sinergia entre os povos russos e brasileiros. Sinergia e simpatia mutua que existe devido ao profundo respeito entre os nossos povos. E o cinema é um condutor da amizade nesses tempos turbulentos na área internacional. Gostaria de agradecer a todos, especialmente aos organizadores do evento”, comentou desejando a todos uma boa sessão de cinema, depois de recordar que o filme “O caminho para Berlim”, de Serguei Popov (2015), foi um filme em comemoração do 70º aniversario da vitoria do povo soviético contra o nazi-fascismo.

 

Cônsul Geral da Rússia, Konstantin Kamenev (Foto: Pedro Prata)

 

Outro destaque foi a apresentação de “Aventuras extraordinárias de Mr. West no país dos bolcheviques”, de Lev Kuleshov (1924), às 17 horas do sábado, onde a pianista Dudah Lópes reproduziu as sessões do cinema mudo na Rússia, onde na ausência de diálogos e efeitos sonoros utilizava-se música ampliar o clima dramático ou cômico nas histórias.

 

Até agora foram apresentados sete dos onze filmes que compõem a mostra, todos inéditos no Brasil.

 

Comidas típicas servidas durante o coquetel organizado após a sessão de "O caminho para Berlim" (Foto: Pedro Prata)

 

(Foto: Pedro Prata)

 

Kauê e Daniil Metelkin durante coquetel (Foto: Pedro Prata)

 

(Foto: Pedro Prata)

 

Proposta para fechar escolas leva a renúncia de secretário de Educação

Show de Criolo na Virada Ocupação no Sumaré (Foto: @markbassker)

 

“A revogação da reorganização, e a saída do secretário de educação de São Paulo do cargo deixa claro que o fechamento das escolas é uma medida inaceitável para a população do nosso estado”, afirmou o presidente da UMES, Marcos Kauê. “Foi uma grande vitória dos estudantes, o governador precisou ir a público se desculpar e anunciar a revogação da medida, que foi comemorada neste final de semana por uma grande virada cultural com mais de 800 artistas se apresentando nas escolas ocupadas”.

 

A revogação da reorganização do ensino (plano do governador que pretendia fechar 94 escolas, encerrar o ciclo de outras 700, transferir milhares de alunos a força e a demissão de professores para cortar mais recursos da educação) se concretizou cinco dias após uma reunião da Secretaria de Ensino (áudio da reunião), dirigida por Fernando Padula Novaes, chefe de gabinete da Secretaria, declarar “guerra” contra as ocupações em defesa das escolas. Na ocasião Padula disse que o decreto da “reorganização” sairia terça (01), e para isso afirmou a necessidade de uma estratégia para “isolar” e “desmoralizar” os estudantes com o apoio da PM contra as escolas em luta. “Estamos em guerra”, disse diversas vezes na gravação.

 

A “guerra” do governo estadual, desrespeitando a decisão do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP), começou já na segunda (30). Na terça (1) diversas escolas amanheceram cercadas por forte presença policial, a exemplo da Escola Estadual Maria José (Mazé), na Bela Vista, que foi invadida por policiais, invasão coordenada pelo próprio Padula em conjunto com outros membros da Secretaria de Ensino e da direção da escola, na tentativa de acabar com a ocupação. Na ocasião cinco PMs agrediram Kauê (veja o vídeo), que resistiu a violência policial e exigiu o mandado dos policiais para entrar na escola.

 

Após a invasão policial estudantes do Mazé mantiveram a ocupação, e na tarde do mesmo dia realizaram uma ampla manifestação com mais de 200 pessoas, com a participação de artistas como Sérgio Mamberti, conhecido pelo papel de Dr. Victor, no programa infantil Castelo Rá-Tim-Bum (veja o vídeo). Assim como na escola Maria José, os estudantes da escola Dep. João Doria, zona leste, também resistiram. Na zona sul, no Paraisópolis, as escolas estaduais Etelvina e Maria Zilda passaram pelo mesmo problema, assim como as ocupações da escola Prof. Eulália Silva, E. E. República do Suriname, E. E. Dona Prisciliana Duarte de Almeida, E.E. Salvador Allende e diversas outras enfrentaram o mesmo tipo de ação policial.

 

 

A resposta dos estudantes viralizou nas redes sociais. O vídeo da agressão ao presidente da UMES, por exemplo,  foi visualizado por mais de 1,3 milhão de pessoas. Pouco depois artistas como Criolo, Paulo Miklos, Pitty, Maria Gadú, Tié, Edgar Escandurra, Chico César e Tico Santa Cruz confirmaram sua presença na “Virada Ocupação”, realizada neste final de semana entre os dias 6 e 7, em diversas escolas ocupadas, com a presença de mais de 800 artistas.

 

 

Suspensão do fechamento de escolas

 

Após Alckmin anunciar a suspensão do fechamento das escolas o secretário da Educação do Estado de São Paulo, Herman Voorwald, renunciou ao cargo, e entregou sua carta de demissão ao governador. O pedido de demissão do secretário se deu 11 dias após Herman afirmar ter “vergonha” do ensino publico do qual era responsável. Irene Miura, secretária-adjunta de Herman e Padula também deixaram o cargo a disposição.

 

Durante seu anuncio Alckmin disse que os “alunos continuam nas escolas em que já estudam. Os debates serão feitos em 2016”, e reconheceu que o recuo se deu devido a luta dos estudantes, que conseguiram amplo apoio da sociedade. “Por isso, nós decidimos adiar a reorganização e rediscuti-la escola por escola com a comunidade, com estudantes e, em especial, com os pais dos alunos”.

 

“Quem é a favor de fechar escolas? A Promotoria e a Defensoria Pública entraram com ação para barrar plano de Alckmin, e até mesmo a ouvidoria da PM disse que os policiais estavam extrapolando com estudantes. Fechar escola é um crime, é isso que ficou claro para a sociedade nesta última semana”, comentou Kauê. Na quinta passada o Ministério Público e a Defensoria Pública de São Paulo entraram com uma ação civil pedindo que a reorganização fosse interrompida, pedindo que a Secretaria de Educação organizasse amplas discussões com a sociedade sobre as mudanças.

 

O decreto da suspensão da reorganização foi publicado no Diário Oficial neste sábado. (“Decreto nº 61.692, de 4 de dezembro de 2015: Revoga o Decreto nº 61.672, de 30 de novembro de 2015”.)

 

Fechar escola é crime

 

“O comum é ver governos anunciando a construção de novas escolas, anunciar o fechamento de escolas é inaceitável para a sociedade. E o resultado é que a popularidade de Alckmin caiu para 28%, quando nestes últimos 20 anos vimos algo como isso acontecendo”, perguntou Kauê.  Uma pesquisa do Datafolha apontou a queda de popularidade do governador de São Paulo, o pior resultado de sua gestão. Apenas 28% da população aprova o mandato de Alckmin, contra 38% na pesquisa anterior, ou 69% no melhor momento do governador.

 

2° batizado e troca de cordas da Capoeira na UMES

 

Na manhã deste domingo (6) a Capoeira na UMES realizou o seu segundo batizado e troca de cordas. Na ocasião o professor-instrutor Pavio e o professor Royal, do Grupo Geração Capoeira, comandaram a atividade, realizada na sede central da UMES, onde diversos alunos pegaram o seu primeiro cordão ou trocaram suas cordas.

 

A abertura do evento foi marcada pela execução do hino a negritude, “composto pelo eterno professor Eduardo”, anunciou Pavio. Participaram do batizado o mestre Bambu e o mestre Oró, o contra mestre Luciano, o mestrando Dentinho, professores Pardal, Jack, Kaue, entre outros. Também estavam presentes diversos membros da comunidade do Bixiga que assistiram ao batizado.

 

Durante a atividade houve uma apresentação de maculelê, e ao fim do batizado e troca de cordas o professor-instrutor Pavio parabenizou os estudantes secundaristas pela importante vitória na derrubada do decreto do governador Alckmin, medida para fechar de dezenas de escolas no estado.

 

A Capoeira na UMES é um projeto muito importante da UMES, pois resgata a história brasileira através desta luta de libertação.

 

 

Quer praticar capoeira com a UMES? Venha participar de uma roda!

Quando: terças e quintas, das 14 às 15:30 horas, ou das 19:30 às 21 horas

Contato: (11) 3289-7475 – capoeira@umes.org.br

Onde: Rua Rui Barbosa, 323, Bela Vista

 

 

 

 

Vitoria dos estudantes: reorganização suspensa!

Estudantes do Mazé em manifestação, nesta terça, nas ruas do Bixiga, após tentativa de invasão da polícia e membros da secretaria de Educação pra por fim a ocupação

 

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, suspendeu nesta sexta (4) o fechamento de escolas e a separação dos estudantes em ciclos, prevista na reorganização escolar. O anuncio foi feito nesta manhã, e detalhado em entrevista iniciada a partir das 13 horas.

 

A vitoria dos estudantes se deu após a ocupação de mais de 200 escolas no estado, e que nesta semana resistiram a múltiplas tentativas da Secretaria de Educação, que em conjunto com a polícia, invadiram escolas e agrediram estudantes buscando o fim das ocupações, plano divulgado no áudio vazado da reunião de integrantes da secretaria neste domingo.      

 

O recuo do governo se deu três dias após a publicação do decreto autorizando a transferência de professores para a implementação da reorganização escolar. Mesmo dia que o Data Folha registrou o menor índice de popularidade do governador, apenas 28% da população consideram o governo Alckmin ótimo ou bom (em pesquisa anterior era 38%).