2ª Mostra Mosfilm de cinema terá início esta semana

 

Entre os dias 3 e 9 de dezembro de 2015 serão apresentados 11 filmes inéditos no Brasil, representativos de diversos períodos do cinema soviético e pós-soviético. A mostra é resultado da parceria entre o Centro Popular de Cultura da UMES, o Mosfilm, maior estúdio de cinema da Rússia, e a Cinemateca Brasileira.

 

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Local: Cinemateca Brasileira
Largo Senador Raul Cardoso, 207 – Vila Clementino
(11) 3512-6111 – Entrada franca

 

PROGRAMAÇÃO

03/12 QUINTA-FEIRA
 
20h30 – ABERTURA – O CAMINHO PARA BERLIM
Ano: 2015 – Direção: Serguei Popov – Argumento Original: Emmanuil Kazakevich, Konstantin Simonov – Música: Roman Dormidoshin – Colorido, 83 min. – Condenado por covardia ao fuzilamento, tenente russo tem várias oportunidades de escapar, enquanto cruza a estepe escoltado por soldado cazaque até o posto de comando. Baseado em escritos de Konstantin Simonov e Emmanuil Kazakevich, o filme foi lançado por ocasião do 70º. aniversário da vitória do Exército Vermelho sobre o fascismo.
 
04/12 SEXTA-FEIRA
 
19h30 – A FILHA AMERICANA
Ano: 1995 – Direção: Karen Shakhnazarov – Roteiro: Aleksandr Borodyansky – Música: Anatoli Kroll – Colorido, 94 min. – Abandonado pela mulher que decide viver com americano rico no país do Tio Sam, músico russo vai ao seu encontro, dez anos mais tarde, visando restabelecer os laços com a filha pré-adolescente.
 
05/12 SÁBADO
 
17h30 – AVENTURAS EXTRAORDINÁRIAS DE MR. WEST NO PAÍS DOS BOLCHEVIQUES
Ano: 1924 – Direção: Lev Kuleshov – Roteiro: Vsevolod Pudovkin – Silencioso, P&B, 94 min. – Mestre de Eisenstein e Pudovkin, Kulechov, desde o início dos anos 20, explorava a técnica de justaposição das imagens para exprimir conceitos e emoções, valorizando a montagem como o ápice da criação cinematográfica.
19h30 – TRATORISTAS

Ano: 1939 – Direção: Ivan Pyryev – Roteiro: Yevigeni Pomeschkov – Música: Daniil Pokrass, Dmitri Pokrass – P&B, 83 min. – De volta da guerra no Extremo Oriente, piloto de tanque se apaixona pela líder de uma equipe de tratoristas. A canção-tema que acompanha os créditos desta comédia musical se tornou um marcante sucesso popular.

21h00 – LENIN EM 1918
Ano: 1939 – Direção: Mikhail Romm – Roteiro Aleksei Kapler – Música: Nikolai Kryukov – P&B, 106 min. – Nesta continuação do seu "Lenin em Outubro", Romm enfoca o atentado contra o líder bolchevique, voltando a conjugar personagens reais e fictícios numa trama que transporta o espectador ao centro dos acontecimentos.
 

06/12 DOMINGO
 
17h00 – A HISTÓRIA DE UM HOMEM DE VERDADE
Ano: 1948 – Direção: Aleksandr Stolper – Argumento Original: Marya Smirnova – Música: Nikolai Kryukov – P&B, 92 min. – Piloto caído atrás das linhas inimigas não se rende. Gravemente ferido, regressa às fileiras e, após um ano de trabalho para se adaptar às próteses nas duas pernas, volta a voar, completando 86 missões de combate. Os feitos de Alexey Maresyev foram também celebrados no romance de Boris Polevoi e na ópera de Prokofiev, em 1946 e 1948.

19h00 – O CAVALEIRO DA ESTRELA DE OURO
Ano: 1950 – Direção: Yuli Raizman – Argumento Original: Semion Babayevsky – Música: Tikhon Khrennikov – P&B, 112 min. – Veterano da 2ª. Guerra Mundial retorna à aldeia natal e se engaja na luta pela implantação de um plano para a reconstrução de toda a região. Arrojado e polêmico, o plano divide as opiniões. Baseado no romance homônimo de Semion Babayevsky.
 
07/12 SEGUNDA-FEIRA
 
19h00 – BRAÇO DE DIAMANTE
Ano: 1968 – Direção: Leonid Gaidai – Roteiro: Leonid Gaidai – Música: Aleksandr Zatsepin – Colorido, 95 min. – As comédias de Gaidai venderam mais de 600 milhões de ingressos nas Repúblicas Soviéticas. Em uma pesquisa de 1995, “Braço de Diamante” foi eleita a “melhor comédia russa de todos os tempos”.

21h00 – A VIDA É MARAVILHOSA
Ano: 1979 – Direção: Grigory Chukhray – Argumento Original: Giovanni Fago – Música: Armando Travajoli – Colorido, 95 min. – Vinte anos depois de "A Balada do Soldado", Chukhray dirige esta coprodução soviético-italiana estrelada por Giancarlo Giannini, sobre um piloto que só queria levar uma vida tranquila, sem se envolver em política, num mundo conturbado.
 
08/12 TERÇA-FEIRA
 
19h30 – VASSA
Ano: 1983 – Direção: Gleb Panfilov – Argumento Original: Maksim Gorky – Música: Vadim Bibergan – Colorido, 127 min. – Escrita por Maksim Gorky em 1910 e rescrita em 1935, a peça "Vassa Zheleznova" foi a primeira incursão de Panfilov no universo do renomado escritor soviético. Em 1989, ele dirigiria "A Mãe", também com Irina Churikova no papel-título.

09/12 QUARTA-FEIRA
 
19h00 – A CIDADE DOS VENTOS
Ano: 2008 – Direção: Karen Shakhnazarov – Roteiro: Evgueny Nikishov, Sergey Rokotov – Música: Konstantin Shevelyov – Colorido, 105 min. – Na década de 1970, jovem universitário "dissidente" disputa com o amigo comunista o amor da doce Lyuda, enquanto o entusiasmo socialista na URSS vai sofrendo uma gradual, porém contínua, erosão.
21h00 – O CAMINHO PARA BERLIM
– Reprise

 

 

Governo de SP corta bônus de servidores como retaliação a ocupações

 

O governo de São Paulo anunciou o corte do bônus dos servidores de 174 escolas estaduais ocupadas por alunos. A medida deve prejudicar cerca de 15 mil funcionários que ficarão sem o beneficio em 2016. Os professores, através de seu sindicato (APEOESP) vão recorrer na Justiça.

 

O argumento para a represália contra os servidores públicos das escolas ocupadas é que nesses colégios não foi realizada a prova do Saresp, que mede o índice de qualidade das escolas. O governo Alckmin utiliza o exame para calcular o bônus pago a todos os funcionários públicos da escola.

 

“Não fomos nós que criamos esse problema, mas a própria secretaria”, criticou a presidente da Apeoesp, Maria Izabel Noronha (Bebel). “Não deveria ter a prova [Saresp] de modo nenhum. O ambiente está contaminado pela insegurança provocada por essa reorganização”, disse ela se referindo as ocupações contra o fechamento de escolas.

 

Até agora a Secretaria de Educação não informou qual será o procedimento nos casos onde os estudantes conseguiram boicotar a prova em protesto contra o reorganização para fechar escolas.

 

A juventude se preocupa e ocupa

Ocupação da E. E. Caetano de Campos Consolação

 

Abaixo publicamos o artigo da Doutora em Sociologia pela UNESP, Mirlene Simões Severo*, que discute as ocupações das escolas pela juventude em defesa de seus direitos

 

Um movimento que, para o governo estadual deveria passar como despercebido, ou isolado, tomou a atenção de toda a sociedade paulista em novembro. Até o momento do fechamento deste artigo, mais de 100 escolas no Estado de São Paulo estão ocupadas por uma geração fortemente marcada pela ausência pública de direitos e pela exclusão social como regra.

 

Geração que sabidamente a Profa. Regina Novaes (2014) alertou: não é a geração “nem, nem”, mas sim a geração “sem, sem”. Estamos falando da juventude de classe média baixa e baixa que vê sonhos e perspectivas de vida sendo construídos do lado de fora da escola. A escola pública não é mais o espaço de vivência, formação e objetivos futuros. Ou pelo menos, até novembro, não era.

 

Lembra-se que o ensino médio no Brasil se encontra com vários problemas, e São Paulo não está fora neste aspecto: é o período com maior evasão escolar, escolas desestimulantes, sem infraestrutura adequada aos jovens, com salas superlotadas e constante ausência de docentes. Associado a estes, outros problemas tomam forma na evasão e desistência do ensino médio: a gravidez precoce, a situação de pobreza que obriga o jovem procurar emprego, e as diversas situações de violência na família e na comunidade.

 

De acordo com relatório da Unicef (2015), para universalizar o ensino médio no Brasil, perante as condições atuais que se encontra, seria necessário ainda três décadas (!!!). É o ensino que menor resguardos tem por parte do Estado, até porque, não é obrigatório.

 

Este descaso com a juventude brasileira gerou, relacionando todos os jovens no Brasil de 15 a 17 anos, apenas 60% estarem matriculados no ensino médio. Mais precisamente 1,7 milhão de adolescentes e jovens de 15 a 17 anos está fora da escola. E ainda, dos matriculados nesta mesma faixa etária, 35,2%, ou seja, de 3 milhões de adolescentes e jovens, estão no ensino fundamental, fora da seriação ideal para a idade (Unicef, 2015).

 

E as desigualdades entre os jovens persistem: mais de 75% dos 617 mil desempregados de 2014, são jovens de 15 a 24 anos (Pnad, 2014). Mas, poderia se pensar que o desemprego aumentou e que os jovens estão mais voltados para o ensino: ledo engano. A presença na escola estancou, como visto nos dados acima, e pior, teve redução, principalmente no ensino médio.

 

Este dado é importante destacar pois erroneamente o governo do estado de São Paulo apoia em sua tese da reestruturação da rede escolar a hipótese de que existem salas ociosas, e que de 1998 até 2015 houve uma redução de dois milhões de adolescentes e jovens nas escolas estaduais (SEE/SP, 2015).

 

Fora os dados descritos acima que identificam objetivamente problemas estruturais da Rede Estadual de Educação em São Paulo para a desistência e evasão escolar no ensino médio, e que somente por estes motivos já seriam pontos para uma outra reestruturação, a da inclusão, mesmo assim, ainda se apresentam outros dados para se contrapor a esta motivação do governo pelo fechamento de escolas.

 

De acordo com o Ministério da Educação (2014) 793 escolas da rede pública de São Paulo estão com capacidade acima da indicada, assim como prevê resolução de 2008 da Secretaria Estadual de Educação, ou seja, 15% das unidades estão com pelo menos um, dos três ciclos de ensino, com superlotação (mais de 30 alunos por sala no ensino fundamental e, 40 alunos no ensino médio). Diferente e acima do que ocorre com o restante do país em que 9,6% das escolas estão com superlotação.

 

Outro ponto a se destacar é que a Secretaria do Estado da Educação de São Paulo utiliza como referencial de seus argumentos que a população jovem reduziu no estado. Vive-se atualmente no Brasil o ‘bônus demográfico’ período posterior à ‘onda jovem’ em que a população de 15 a 24 anos (ONU, 2015) representa a maior parcela da população geral. Este momento teve seu pico em 2010, e desde 2011 começou a desacelerar (UNFPA, 2014). Mesmo assim, os jovens de 15 a 24 representam um pouco mais de um quarto da população total no Brasil. Portanto, os jovens existem na realidade e em números populacionais, o que ocorre é que eles estão absortos por uma realidade econômica e política cruel que os exclui tanto das escolas quanto do trabalho e da vida social.

 

Vê-se que, mais do que em outros tempos, dado os altos índices de jovens presentes na sociedade, o ensino médio deve ser pauta de destaque ao governo do estado, com o objetivo de preparar futuros adultos que responderão pelo desenvolvimento da sociedade. Por exemplo, o governo do estado de São Paulo poderia propor uma reestruturação que garanta o período integral dos jovens do ensino médio, preparando-os para a realidade de uma São Paulo para daqui vinte anos.

 

Para concluir, destaca-se que, diante do momento de crise econômica e recessão, apoiados por governos liberais que utilizam de medidas políticas para restringir direitos da população e dar concessões ao setor financeiro e à empresas estrangeiras, os jovens e as mulheres são os principais receptores de tais medidas. São estes grupos que mais concentram os reflexos de uma economia liberal e recessiva, pagando com ausência de escolas, empregos precários, falta de direitos sociais, violência, a conta de um modelo de subdesenvolvimento e exploração.

 

Ocupar e resistir! Salve os jovens de São Paulo!

 

* Doutora em Sociologia, Professora Universitária e membro da Sociedade Brasileira de Sociologia ( SBS).

 

Fim de matrículas coloca diversas escolas em risco de fechamento

Manifestação dos estudantes do Saboia contra o fim das matrículas na escola, em outubro

 

Além do fechamento de 93 escolas e de ao menos uma etapa de ensino em 754 unidades, a reorganização da rede estadual paulista deve fechar ainda mais colégios nos próximos anos. Em ao menos seis escolas da capital, que não constam da lista divulgada pela gestão Geraldo Alckmin (PSDB), a desativação acontecerá progressivamente – em 2016 não estão previstas matrículas nos anos iniciais em ao menos um dos ciclos.

 

Em algumas escolas, os pais já foram comunicados da não abertura de vagas (no 1º ano do ensino fundamental 1, no 6.º ano do fundamental 2 ou no 1º ano do ensino médio). A previsão é de que não haverá matrículas nos anos seguintes, até o fechamento completo do ciclo. O fim gradativo da oferta de vagas pode levar à desativação de ao menos duas unidades.

 

Na Escola Estadual Jornalista Carlos Frederico Werneck Lacerda, em Pirituba, na zona norte, os pais já foram informados de que não haverá matrículas para o 6º ano do ensino fundamental 2 e para o 1º ano do ensino médio – a escola tem apenas os dois ciclos. "Vão esvaziá-la ano a ano até fechar. Eles estão impedindo a matrícula dos alunos e, para o próximo ano, vamos perder oito turmas", disse Reginaldo de Lima Filho, professor de História da unidade.

 

A atendente Aline da Silva Lima, de 27 anos, mora na mesma rua da escola e esperava que no próximo ano o filho Kauê, de 10 anos, pudesse estudar perto de casa no ensino fundamental 2. Hoje, ele está matriculado na Escola Estadual Geraldo Homero Ottoni, uma das que serão fechadas. "Não quiseram nem pegar o nome do meu filho e não me informaram qual escola procurar." Segundo ela, a secretaria do colégio informou que não fará matrícula para o 6º ano.

 

Andrea Arrivabene, de 35 anos, também foi surpreendida quando descobriu que seu filho, que está no 9º ano, foi transferido da Lacerda para outra escola. Ela esperava que Adriano, de 15, pudesse concluir o ensino médio na escola em que estuda há quatro anos. "Disseram que o ciclo vai continuar, mas sem o 1º ano."

 

Estudantes na ocupação do Saboia em atividade com lideranças secundaristas chilenas discutindo as ocupações em escolas chilenas nos anos de 2006 e 2010

 

Na Escola Estadual Saboia de Medeiros, na Chácara Santo Antônio, zona sul, os alunos afirmam que foram avisados de que não haverá mais matrículas no 1º ano do ensino médio a partir de 2016 – a unidade já é de ciclo único. "É fechamento velado. Vai ter menos alunos no 2º ano e no 3º. Aí, vão alegar demanda baixa e fechar a escola", disse a professora de Português Yasmin Elisabete, de 61 anos.

 

Ciclos

 

Em outras quatro escolas estaduais consultadas pelo Estado, pais e alunos relataram o mesmo informe de fechamento parcial. Na Escola Estadual Francisco Voccio, na Vila Santos, na zona norte, não haverá matrícula no 6º ano. O mesmo foi avisado nas escolas Carmosina Monteiro Vianna, no Jardim Brasil, na zona norte e Antonio Emílio Penna, na Vila Albertina, também na zona norte. Na Escola Martin Egydio Damy, na Brasilândia, na zona norte, o fechamento parcial foi anunciado para o ensino médio noturno.

 

Fonte: UOL Educação

Gazeta Russa promove 2º Mostra Mosfilm em parceria com CPC-UMES

‘Braço de diamante’ (1968) é um dos maiores clássicos do humor soviético, cujas falas viraram expressões populares no país. Foto:RIA Nóvosti

 

Filmes russo-soviéticos passeiam pela Cinemateca

 

Entre os destaques, mostra em São Paulo traz títulos de Karen Chakhnazarov, Serguêi Popov, Lev Kulechov, além de clássicos do humor como Leonid Gaidai e Ivan Piriev

 

São 11 filmes de dez diretores, cobrindo nove décadas de história, todos com entrada franca. A Cinemateca Brasileira abriga, de 3 a 9 de dezembro, a 2° Mostra de Cinema Mosfilm em SP, parceria da instituição com o Mosfilm e a CPC-Umes.

 

Criado em 1923, o Mosfilm é um estúdio cuja história se confunde com a do cinema russo. Na época do fim da URSS, tinha produzido mais de três mil filmes, e conseguiu superar a crise dos anos 1990 para chegar aos dias de hoje ativo e atuante.

 

“Hoje o Mosfilm é uma enorme planta industrial, o que permite filmar uma parte significativa dos filmes russos em sua base”, explica o historiador do cinema Andrei Plákhov, 65, colunista do jornal "Kommersant" agraciado em 2014 com o Certificado de Honra da Presidência da Rússia.

 

“Sua  produção própria não é grande, mas a marca Mosfilm conserva a importância histórica, ligada ao período soviético, quando era o maior estúdio de produção da Europa”, completa.

 

A mostra passeia pelas décadas de história do estúdio, dos anos 1920 até hoje. O período pós-soviético está representado por duas realizações de Karen Chakhnazarov, 63, conhecido no Brasil por “Somos do Jazz” (1984) e “Cidade Zero” (1990), e que preside o Mosfilm desde 1998.

 

Entre títulos mais recentes está ‘O caminho para Berlim’ (2015). Foto: kinopoisk.ru

 

Dessa vez, o público que for à Cinemateca poderá travar contato com “A Filha Americana” (1995) e “A Cidade dos Ventos” (2008). Além disso, na abertura da mostra, será exibido o recentíssimo “O Caminho para Berlim”, de Serguêi Popov, baseado em escritos de Emmanuil Kazakevitch (1913-1962) e Konstantin Símonov (1915-1979), e lançado em 2015 para celebrar os 70 anos da vitória russa na Segunda Guerra Mundial.

 

“A programação consiste em filmes de diversos períodos; alguns deles se tornaram parte verdadeira da história do cinema, outros são menos significativos, e curiosos principalmente como fenômenos de sua época”, explica Plákhov.

 

Para ele, o destaque fica com “Aventuras Extraordinárias de Mr. West no País dos Bolcheviques” (1924), de Lev Kulechov (1899-1970), com roteiro de Vsevolod Pudóvkin (1893-1953) – que, mais tarde, se tornaria um dos mais influentes diretores do cinema russo.

 

Para crítico russo, maior destaque é filme de 1924 de Kulechov. Foto: kinopoisk.ru

 

Plakhov considera o filme de Kulechov “uma obra brilhante, pelo conteúdo e pela forma”. Ele também julga “curioso travar conhecimento com a tradição da comédia soviética, de 'Tratoristas' (1933), de Ivan Piriev (1901-1968), a 'Braço de Diamante' (1968), de Leonid Gaidai (1923-1993)”.

 

A pesquisadora brasileira Neide Jallageas destaca ainda Grigóri Tchukhrai (1921-2001), celebrizado pelo drama de amor e guerra “A Balada do Soldado” (1959), e representado na mostra por “A Vida é Maravilhosa” (1979), coprodução soviético-italiana estrelada por Giancarlo Giannini.

 

“É um filme, até hoje, pouco visto no mundo inteiro, espécie de raridade. Muito bom que seja mostrado aqui”, diz.

 

Editora chefe da Kinoruss Edições e Cultura, e autora de dois livros sobre o cinema de Andrêi Tarkóvski (1932-1986) que se encontram em processo de revisão, Jallageas considera “de grande valia conhecer, estudar, estabelecer parâmetros críticos sobre o que foi realizado na Rússia e na ex-União Soviética para compreender a nossa própria história e o período em que vivemos”.

 

Em sua opinião, Gleb Panfílov, 81, talvez seja o “cineasta mais idiossincrático” da mostra, embora esse aspecto não se veja plenamente refletido no filme que foi selecionado: “Vassa” (1983), baseado em peça de Maksim Górki (1868-1936).

 

Jallageas também enfatiza o “monstro sagrado” Mikhail Romm (1901-1971) que, “além de ter sido um grande diretor, foi um pedagogo de méritos reconhecidos por seus alunos dentre os quais se destacam Andrêi Tarkóvski, Tengiz Abuladze, Vassíli Chukchin e do já mencionado Grigóri Tchukhrai”.

 

De Romm, será exibido “Lênin em 1918” (1939), continuação de “Lênin em Outubro”, filme do cineasta recentemente lançado em DVD no Brasil pela CPC-Umes.

 

A entidade começou sua parceria com o Mosfilm no ano passado. Para celebrar os 90 anos do estúdio, realizou, na mesma Cinemateca Brasileira, uma mostra que, posteriormente, circulou por Porto Alegre, Belém do Pará e São Carlos (SP).

 

“Neste ano, não estamos repetindo nenhum filme de 2014, mas a característica da mostra é parecida: expressar diversos momentos do cinema soviético e pós-soviético, com linguagens diferentes”, afirma Gabriel Alves, presidente do CPC-Umes.

 

‘Lênin em 1918’ (1939), do mestre Mikhail Romm Foto: ‘Lênin em 1918’ (1939), do mestre Mikhail Romm

 

Desde o ano passado, além de “Lênin em Outubro”, a entidade lançou no Brasil nove filmes do catálogo do Mosfilm – incluindo uma versão restaurada de “Solaris”, de Tarkóvski, em blu ray, em parceria com a Versátil, além de “A Mãe”, de Panfilov, e “Tratoristas”, que integra a programação da mostra deste ano. Outros filmes do evento que em breve devem aparecer em DVD são “Lênin em 1918” e “A Vida é Maravilhosa”.

 

PDF da materia impressa publicada na Gazeta Russa 

Fonte: Gazeta Russa

 

Ocupações crescem e governo de SP aumenta repressão

Retirado do Facebook do artista Vitor Teixeira

 

Em dois dias, número de ocupações passou de 129 para 191. Já o governo tucano aumenta a repressão

 

A mobilização dos estudantes secundaristas paulistas contra o fechamento das escolas cresceu 48% em apenas dois dias. De segunda-feira (23) para quarta-feira (25) o número de escolas ocupadas pelos estudantes saltou de 129 para 191 em todo estado de São Paulo. Enquanto isso, o governo do tucano Geraldo Alckmin ao invés de dialogar aumenta repressão.

 

Oito estudantes foram presos pela Polícia Militar, nesta terça-feira (24), enquanto realizavam a ocupação Escola Estadual Professor Antonio Firmino de Proença, na Mooca, zona leste de São Paulo contra a reorganização do governo do Estado que levará ao fechamento de 93 unidades de ensino, além do fim dos horários noturnos e mudanças em ao menos outras mil unidades.

 

Os estudantes da foram vítimas do abuso policial por volta das 5h30, quando uma zeladora percebeu a movimentação e chamou a PM que na tentativa de dispersar a manifestação dos alunos, prendeu oito.

 

Embora a ação dos estudantes na escola tenha sido realizada de forma pacífica, os jovens foram acusados de “depredação ao patrimônio público” pelos policiais que os levaram para o 8º Distrito Policial no Belenzinho. Porém, a pesar da truculência e violência da policia de São Paulo, os jovens foram liberados e a escola foi ocupada.

 

Este tipo de ação da polícia, comandada pelo governo do tucano, tem sido bastante comum. Durante este processo que já contabiliza 191 escolas ocupadas, muitos jovens, e até mesmo professores e país, foram vítimas da violência.

 

Em Marília, cidade do interior do Estado de São Paulo, houve confronto entre estudantes contrários à reorganização das escolas paulistas e policiais na Escola Estadual Sylvia Ribeiro de Carvalho. O confronto filmado por pessoas que estavam no local e as imagens mostram agressões feitas por policiais, uso gás de pimenta e a retirada de manifestantes a força da escola.

 

A E. E. Sylvia Ribeiro de Carvalho de ensino foi ocupada na última quinta-feira (19) e, desde então, segue sob o comando de cerca de 150 alunos. Segundo o estudante Gustavo Peinado, de 16 anos, um dos que ocupam o imóvel, o patrimônio público tem sido respeitado e a ocupação só terminará quando o governo estadual se dispuser a discutir a questão com os estudantes.

 

“Temos que definir quem fica responsável pela limpeza, segurança, preparo da alimentação e realização das atividades físicas. Nossa escola está ocupada, mas bem organizada. E vamos continuar até que o governo do Estado nos ouça”, informa Gustavo.

 

Os alunos da Escola Estadual Tito Lima, em São Bernardo, foram surpreendidos, nesta quarta-feira (25), pela Policia Militar. Segundo eles, a diretora da escola teria chamado a polícia para que todos os ocupantes fossem retirados do local.

 

Às 10h30 da manhã, a PM entrou no Tito Lima, pela segunda vez desde que os alunos iniciaram a ocupação. “Eles estavam armados, e faziam questão de colocar a mão na cintura para falar com a gente. Questionamos se eles tinham mandado, e nos responderam que não precisavam de mandado para entrar na escola”, destacou o professor Evandro Gea.

 

A postura adotada pelo governador frente a mobilização dos estudantes é intransigente. Geraldo Alckmin, disse, nesta terça-feira (24), que vai conversar com os desembargadores do Tribunal de Justiça (TJ) sobre o pedido de reintegração de posse das escolas estaduais ocupadas pelos alunos. A Justiça negou, por unanimidade, o pedido feito pelo governo estadual. “Não pode proibir os demais alunos que querem estudar de estudar. Nós vamos conversar com os desembargadores para poder tentar resolver”. Alckmin que se diz proposto a dialogar com a justiça, não enviou representantes para a audiência de conciliação, marcada para a última segunda-feira.

 

Alckmin disse ter recebido a decisão do TJ como um indicativo de que a conversa entre Secretaria de Educação, alunos e professores seja a melhor maneira de resolver a situação. “Nós  entendemos que a decisão foi: ‘olha, dialoguem’. É o que nós estamos fazendo”. Para o governador dialogar com os estudantes é mandar a polícia prender, coagir e bater.

 

As ocupações, que começaram no dia 9 deste mês, são a resposta dos estudantes à medida anunciada, em 23 de setembro, por Alckmin que fechará 93 escolas no início de 2016 e alterará outras 1400 unidades, onde encerrará os ciclos (fundamental I, II ou ensino médio).

 

A estimativa da Secretaria de Educação de São Paulo é que ao menos 311 mil alunos tenham de mudar de escola no ano que vem e mais de 1 milhão sejam afetados. Os estudantes denunciam que o fechamento das escolas imposto pelo governador vai acarretar uma maior superlotação nas salas de aula, demissão de pelo menos 25% dos professores e funcionários.

 

Fonte: Jornal Hora do Povo

Capoeira na UMES em defesa das ocupações nas escolas

Estudantes da escola Norberto Alves durante ocupação

 

A Capoeira na UMES vai dar inicio a uma serie de apresentações itinerantes nas escolas ocupadas em São Paulo com o objetivo de resgatar a capoeira e apoiar a luta das ocupações contra o fechamento das 94 unidades escolares, conforme propõe a “reorganização escolar” de Alckmin.

 

As primeiras apresentações serão realizadas amanhã na E. E. Prof. Norberto Alves Rodrigues, onde a capoeira na UMES realizará uma roda às 8:30 horas da manhã, e logo em seguida, na E. E. Professora Eulália Silva, que será organizada às 10:30 horas. A apresentação será aberta a toda a comunidade, e quem quiser participar da roda será bem vindo.

 

No sábado será a vez da escola Caetano de Campos da Aclimação, que realizará uma roda com os alunos e toda a comunidade às 16 horas.

 

Organize você também uma apresentação em sua escola! É só ligar ou nos enviar um e-mail: (11) 3289-7475 – capoeira@umes.org.br.

 

 

Quer praticar capoeira com a UMES? Venha participar de uma roda!

Quando: terças e quintas, das 14 às 15:30 horas, ou das 19:30 às 21 horas

Onde: Rua Rui Barbosa, 323, Bela Vista

 

 

Confira também o 2º batizado da Capoeira na UMES

 

2ª Mostra Mosfilme de Cinema apresenta o filme “Aventuras extraordinárias de Mr. West no país dos bolcheviques”

 

Cinemateca Brasileira exibe filmes russos inéditos no Brasil

 

“Aventuras extraordinárias de Mr. West no país dos bolcheviques”, de Lev Kuleshov (1924), será apresentado no dia 5 de dezembro, às 17:30 horas, com entrada franca, durante o terceiro dia da 2ª Mostra Mosfilme de Cinema em São Paulo. No total serão apresentados 11 filmes entre os dias 3 e 9 de dezembro de 2015, todos inéditos no Brasil e representativos de diversos períodos do cinema soviético e pós-soviético. A mostra é resultado da parceria entre o Centro Popular de Cultura da UMES, o Mosfilm, maior estúdio de cinema da Rússia, e a Cinemateca Brasileira.  

 

AVENTURAS EXTRAORDINÁRIAS DE MR. WEST NO PAÍS DOS BOLCHEVIQUES

Ano: 1924 – Direção: Lev Kuleshov – Roteiro: Vsevolod Pudovkin – Silencioso, P&B, 94 min. – Mestre de Eisenstein e Pudovkin, Kulechov, desde o início dos anos 20, explorava a técnica de justaposição das imagens para exprimir conceitos e emoções, valorizando a montagem como o ápice da criação cinematográfica.

 

Confira a programação!

 

 

Local: Cinemateca Brasileira

Largo Senador Raul Cardoso, 207 – Vila Clementino

(11) 3512-6111 – Entrada franca

Confirme sua presença no Facebook!

 

 

Capoeira na UMES realiza 2° batizado e troca de cordas

 

Na segunda semana de dezembro a Capoeira na UMES realizará o seu segundo batizado e troca de cordas. A atividade será realizada em nossa sede, na rua Rui Barbosa, 323, Bixiga, das 10 às 13 horas.

 

A Capoeira na UMES é um importante projeto da entidade, pois como afirma o nosso professor-instrutor, Pavio (Fabiano Avelino), trata-se de uma luta de libertação, consolidada pela vontade do povo brasileiro em desenvolver o Brasil e torna-lo um país livre do colonialismo e imperialismo. Por isso é uma satisfação realizar mais esse batizado em meio a luta contra o fechamento de escolas em São Paulo, pois acreditamos que a capoeira estimula e inspira os estudantes a lutarem cada vez mais por seu direito a educação pública, gratuita e de qualidade.

 

O batizado será realizado em parceria com o professor Royal, do Grupo Geração Capoeira.

 

 

Quer praticar capoeira com a UMES? Venha participar de uma roda!

Quando: terças e quintas, das 14 às 15:30 horas, ou das 19:30 às 21 horas

Contato: (11) 3289-7475 – capoeira@umes.org.br

Onde: Rua Rui Barbosa, 323, Bela Vista

 

 

 

O fundamento principal da Capoeira é a luta pela libertação do Brasil

 

“A capoeira nasce num momento em que os negros lutavam pela libertação. Utilizavam a Capoeira para se defender dos capitães do mato e para guerrear com as tropas que queriam invadir os Quilombos. Isso aconteceu principalmente no Quilombo dos Palmares, que foi o maior de todos os Quilombos, liderado por Zumbi, que morreu após muitas batalhas para tentar libertar o povo. E a Capoeira contínua a sua história, incorporando a luta de zumbi dos Palmares. Assim o fundamento principal da Capoeira é a luta de libertação, é a luta contra o opressor”, afirma Pavio na entrevista publicada em junho no site da UMES.

 

“Acho que não há forma diferente de explicar a importância da Capoeira se não for essa, que é resgatar a luta, a verdadeira luta da Capoeira que é a libertação do povo brasileiro. A Capoeira que ajudou os escravos, lá na época de Zumbi dos Palmares. Que ajudou o exército brasileiro na Guerra do Paraguai. E que ajudou também no desenvolvimento do samba quando os capoeiras foram linha de frente nos blocos de carnaval, durante sua proibição. Aliás, é por isso que temos carnaval aqui, por que os Capoeiras sustentaram a luta pelo carnaval, até mesmo nos confrontos contra a polícia que tentava reprimir as festividades carnavalescas”.

 

“A Capoeira está na raiz da cultura popular brasileira, junto com o samba e com outras tradições. Essa é a importância na UMES da Capoeira para os estudantes, da Capoeira nas escolas”.

 

 

“A importância do batizado, e não é só do batizado mas da Capoeira aqui na UMES é exatamente resgatar a historia da Capoeira sob o fundamento principal que é a luta pela libertação do povo”.

 

 

Confira também o poema “Mandingueiro de verdade” e como foi o nosso 1° batizado, realizado em junho

 

Ocupar até que nenhuma escola seja fechada!

 

Quem fecha uma escola, abre uma prisão

 

Nos últimos dias uma verdadeira onda de ocupações tomou o estado de SP, já são mais de 100 escolas ocupadas contra o projeto de desestruturação do governo Alckmin.

 

O plano do governador é bem simples, basta fechar o máximo de escolas, trocar os estudantes de outras, superlotar ainda mais as salas, demitir vários professores e assim se gasta menos dinheiro com a educação. Pelo seu projeto 95 escolas serão fechadas, centenas de outras terão seus alunos remanejados e o restante vai sofrer ainda mais com a superlotação ao receber os estudantes que ficarão sem sua escola.

 

Essa proposta só prejudica a juventude, que perde a oportunidade de estudar, de se formar e assim conseguir melhores condições de vida. O fechamento de tantas escolas públicas é ainda mais sério pela crise econômica que vive o país, onde o desemprego aumenta e o ensino público é ainda mais necessário para que esses jovens tenham seu direito à educação garantido.

 

Por isso, vamos ocupar cada dia mais escolas, batalhando por nosso direito e em defesa da educação. Queremos que o governador suspenda o fechamento de nossas escolas e comece um grande diálogo com estudantes, país, professores e toda a comunidade escolar sobre como melhorar a educação pública e garantir uma escola de qualidade. Até lá estaremos ocupados e lutando por nosso direito!

 

Não tem arrego!

 

Nenhuma escola será fechada!