Marcha da Consciência Negra reúne centenas de pessoas em São Paulo

 

Centenas de pessoas se mobilizaram na tarde da última sexta-feira, dia 20, para comemorar o feriado da Consciência Negra em São Paulo. O grupo se concentrou no início da tarde no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp) e por volta das 15h, seguiram até a Rua da Consolação. Os manifestantes portavam faixas como “todos juntos na luta contra o racismo”. Além da marcha, também foi realizado uma grande roda de capoeira para celebrar a cultura negra brasileira.

 

Na capital baiana, Salvador, cerca de cinco mil pessoas acompanhavam as atividades da 15ª Marcha da Liberdade em comemoração ao Dia da Consciência Negra na sexta-feira. A comemoração se iniciou às 10h, com a sétima edição da Lavagem da Estátua de Zumbi dos Palmares, localizada na Praça da Sé, no Centro Histórico da cidade.

 

No Rio Grande do Sul, cerca de 200 pessoas participaram da 10ª Edição da Marcha Estadual Zumbi dos Palmares. Antes de iniciar a marcha, o grupo se manteve em frente ao Mercado Público, no centro histórico de Porto Alegre. Em seguida, o movimento tomou a Avenida Borges de Medeiros e seguiu em direção ao Largo Zumbi dos Palmares, na Cidade Baixa, local historicamente conhecido como ponto de resistência dos negros no século 19. Para marcar a caminhada e intensificar a homenagem, o grupo utilizou batuques, um carro de som e cantaram músicas brasileira e africanas.

 

Fonte: Jornal Hora do Povo

Entrevista de kauê a Época sobre a reorganização

Marcos Kauê, presidente da União Municipal dos Estudantes Secundaristas (UMES) e estudante de curso técnico de Administração de Empresas, defende que a reestruturação das escolas de SP não será boa para a educação

 

ÉPOCA – Por que vocês são contra a reestruturação?

Marcos Kauê – O governo fez isso na hora errada e sem perguntar a opinião dos alunos. Ninguém nos procurou para saber o que queríamos. O país hoje vive uma crise. Essa não seria a hora de fazer a reestruturação. Há outras prioridades nas escolas. Não temos laboratórios para os alunos. Faltam bibliotecas.

 

ÉPOCA – Com o ciclo único pode ficar mais fácil fazer laboratório para ensino médio e parquinho para os alunos menores. Hoje com o ciclo misto, a direção tem de escolher entre um e outro porque não tem dinheiro para tudo. Você não acha que as chances de melhorar a infraestrutura aumentam?

Kauê – Isso é bobagem. Se fosse para fazer laboratório por que já não fizeram nas escolas que têm só ensino médio? Se não fizeram antes por que fariam com a reestruturação? Eles dizem que é para melhorar o ensino e a estrutura, mas tá na cara que é para economizar dinheiro.

 

ÉPOCA – Se for mesmo isso, é ruim o governo querer economizar nessas épocas de crise?

Kauê – É inaceitável que ele faça isso prejudicando a vida de estudantes dessa forma. Não aceitaremos isso. Hoje, 27% dos pais de alunos de escola privada estão inadimplentes. Essas crianças irão para onde. O governo está considerando isso?

 

ÉPOCA – Quais são as suas reivindicações para a desocupação do prédio?

Kauê – O secretário conhece a nossa reivindicação: queremos que a reestruturação seja cancelada.

 

ÉPOCA – Na Escola Estadual Diadema, a primeira a ser ocupada, os alunos saíram da escola pacificamente em troca do compromisso do secretário de analisar, uma a uma, a lista de reivindicações. Havia pedido de melhorias físicas na escola e manutenção de professores. Qual seria a lista de reivindicações no caso de vocês?

Kauê – Não temos lista alguma. Queremos o fim da reestruturação.

 

ÉPOCA – Então, vocês estão inflexíveis. E quanto aos alunos que não podem ter aula?

Kauê – Não somos inflexíveis. Nosso ponto é que não sairemos enquanto o governo não desistir. Fazemos isso por todos os alunos.

USP tem ato contra o fechamento de escolas da rede estadual

Foto: Leonardo Benassatto/Futura Press/Estadão Conteúdo

 

Cerca de 80 pessoas fizeram um ato na tarde desta terça-feira, 24, em frente à Faculdade de Veterinária da Universidade de São Paulo (USP), no câmpus Butantã, zona oeste da capital. Além do corte de gastos na USP, o grupo protestava contra o fechamento de escolas estaduais – era prevista a participação do governador Geraldo Alckmin (PSDB) em evento no local, mas ele não foi.

 

No ato, a maioria dos alunos era da própria USP. Os manifestantes se queixaram da ausência de Alckmin. "Ele não tem coragem de conversar com os estudantes frente a frente", afirma Gabriela Ferro, de 21 anos, aluna de Geografia e do Diretório Central dos Estudantes.

 

"Estamos dando todo apoio às escolas ocupadas", acrescenta Gabriela. O movimento estudantil da USP tem ajudado com doações de alimentos e de aulas nos colégios tomados pelos manifestantes contrários à reforma da rede estadual.

 

Na faculdade, ocorria a cerimônia de posse de José Antônio Visintin, que assume a diretoria da Veterinária. Também chefe da segurança da USP, Visintin é alvo de críticas dos estudantes por reforçar a presença da Polícia Militar e proibir festas no câmpus.

 

Fonte: UOL Educação

Assista “A filha americana” na 2ª Mostra Mosfilme de Cinema em São Paulo

 

Cinemateca Brasileira exibe filmes russos inéditos no Brasil

 

 “A filha americana”, de Karen Shakhnazarov (1995), será apresentado no dia 4 de dezembro, às 19:30 horas, com entrada franca, durante o segundo dia da 2ª Mostra Mosfilme de Cinema em São Paulo. No total serão apresentados 11 filmes entre os dias 3 e 9 de dezembro de 2015, todos inéditos no Brasil e representativos de diversos períodos do cinema soviético e pós-soviético. A mostra é resultado da parceria entre o Centro Popular de Cultura da UMES, o Mosfilm, maior estúdio de cinema da Rússia, e a Cinemateca Brasileira.

 

A FILHA AMERICANA

Ano: 1995 – Direção: Karen Shakhnazarov – Roteiro: Aleksandr Borodyansky – Música: Anatoli Kroll – Colorido, 94 min. – Abandonado pela mulher que decide viver com americano rico no país do Tio Sam, músico russo vai ao seu encontro, dez anos mais tarde, visando restabelecer os laços com a filha pré-adolescente.

 

 

Confira a programação!

 

 

Local: Cinemateca Brasileira

Largo Senador Raul Cardoso, 207 – Vila Clementino

(11) 3512-6111 – Entrada franca

 

122 escolas ocupadas contra a reorganização!

Ocupação da E.E. Etelvina de Góes, no Paraisópolis 

 

Na tarde desta segunda (23) o número de escolas ocupadas chegou a 122. As ocupações tiveram início no dia 9 de novembro, como último recurso, após centenas de manifestações contra o fechamento das escolas e a divisão de alunos em ciclos (fundamental I, II e ensino médio), como prevê a reorganização do governo estadual.

 

“Essas 122 escolas ocupadas são muito representativas porque demonstram como os estudantes estão se organizando contra o fechamento de escolas e também contra a transferência forçada de estudantes devido a divisão em ciclos”, disse Tiago Cesar, vice-presidente da UMES. “As mudanças estão acontecendo, e as comunidades estão cada vez mais mobilizadas e apoiando as ocupações contra a reorganização”.

 

Com a ampliação das ocupações somada à decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo, que negou a reintegração de posse das escolas para o governo, a mobilização dos estudantes vai se fortalecer, afirma Tiago. “Vamos nos mobilizar ainda mais para que o governo do estado recue de sua proposta para fechar escolas. Não vai ter arrego, seguiremos na luta até derrubar essa proposta de reorganização que fecha escolas para economizar dinheiro com a educação”.

 

 

 

Confira a lista de escolas ocupadas

 

 

1. E.E. 16 de Julho

2. E.E. 21 de Abril (Lins)

3. E.E. Alayde Maria Vicente Profa (Guarulhos)

4. E.E. Ana Rosa de Araújo Dona

5. E.E. Andronico de Mello Professor (Jd. Colombo)

6. E.E. Antonieta Grassi Malatrasi

7. E.E. Antônio Adib Chammas

8. E.E. Antonio de Mello Cotrim

9. E.E. Antonio Emilio de Souza Penna Professor (Tremembé)

10. E.E. Antônio Manoel Alves de Lima

11. E.E. Antonio Vieira

12. E.E. Antonio Vilela Junior

13. E.E. Arlindo Bittencourt

14. E.E. Astrogildo Arruda

15. E.E. Ayrton Busch

16. E.E. Azevedo Junior (Santos)

17. E.E. Barão de Jundiaí

18. E.E. Beathris Caixeiro Del Cistia

19. E.E. Brigadeiro Gavião Peixoto (Perus)

20. E.E. Caetano de Campos (Aclimação)

21. E.E. Caetano de Campos (Centro)

22. E.E. Capitão Amaral

23. E.E. Carlos Gomes

24. E.E. Castro Alves

25. E.E. Chlorita de Oliveira Penteado Martins

26. E.E. Cícero Antonio de Sá Ramalho (Itaquaquecetuba)

27. E.E. Ciridião Buarque

28. E.E. Cleobulo Amazonas Duarte (Santos)

29. E.E. Clybas Ferraz (Assis)

30. E.E. Cohab Inácio Monteiro III

31. E.E. Comendador Miguel Maluhy

32. E.E. Conselheiro Crispiniano (Guarulhos)

33. E.E. Coronel Antônio Paiva de Sampaio

34. E.E. Decio Ferraz Alvim

35. E.E. Délcio de Souza Cunha

36. E.E. Diadema

37. E.E. Dr. Américo Brasiliense

38. E.E. Ede Wilson Gonzaga

39. E.E. Elizete Oliveira Bertini (Embu das Artes)

40. E.E. Eloy de Miranda

41. E.E. Emiliano Augusto Cavalcanti

42. E.E. Emygdio de Barros Professor (Bonfiglioli)

43. E.E. Estela Borges Morato (Jardim Helena)

44. E.E. Etelvina de Góes Marcucci Professora

45. E.E. Eulália Silva

46. E.E. Fernando Azevedo

47. E.E. Fernão Dias Paes

48. E.E. Fidelino Figueiredo

49. E.E. Flávio José Osório Negrini

50. E.E. Francisca Peralta

51. E.E. Glicério (Campinas)

52. E.E. Godofredo Furtado

53. E.E. Helio del Cistia

54. E.E. Heloisa Assumpção

55. E.E. Homero Silva

56. E.E. Honório Monteiro

57. E.E. Humberto de Campos

58. E.E. Inah de Mello (Santo André)

59. E.E. Irene de Assis Saes (Santa Barbara d'oeste)

60. E.E. Jamil Gadia (Campinas)

61. E.E. Jesuíno de Arruda (São Carlos)

62. E.E. João Batista de Aquino (Agudos – SP)

63. E.E. João Carlos Gomes Cardim

64. E.E. João Doria

65. E.E. João Ernesto Faggin Doutor

66. E.E. Joao Galeao Carvalhal Senador

67. E.E. João Kopke

68. E.E. João XXIII

69. E.E. Joaquim Leme do Prado

70. E.E. José Alfredo de Almeida

71. E.E. José Augusto de Azevedo Antunes

72. E.E. José Lins do Rego

73. E.E. Josepha Pinto Chiavelli

74. E.E. Julio de Mesquita

75. E.E. Lauro Sanches (Sorocaba)

76. E.E. Rene Rodrigues de Moraes (Guarujá)

77. E.E. Major Miguel Naked Junior

78. E.E. Marajoara II (Santo André)

79. E.E. Maria Aparecido Damo Ferreira

80. E.E. Maria de Lurdes Stipp Steffen

81. E.E. Maria Elena Colonia

82. E.E. Maria Peccioli Giannasi

83. E.E. Maria Petronila (Santo Amaro)

84. E.E. Maria Regina Machado de Castro Guimaraes

85. E.E. Marilsa Garbosa Francisco

86. E.E. Mario Avezani

87. E.E. Mario Guilherme Notari

88. E.E. Martim Egidio Dami

89. E.E. Mary Moraes

90. E.E. Miss Brownie (Pompéia)

91. E.E. Moacyr de Campos

92. E.E. Nanci Cristina

93. E.E. Nelson Pizzotti Mendes (Santo André)

94. E.E. Neyde Apparecida Sollitto

95. E.E. Olindo Dartora (Caieras)

96. E.E. Oscavo de Paula e Silva

97. E.E. Padre Sabóia de Medeiros

98. E.E. Pedro Fonseca

99. E.E. Pequeno Cotolengo de Dom Orioni (Cotia)

100. E.E. Pio Telles

101. E.E. Plínio Negrão (Vila Cruzeiro)

102. E.E. Praça Tullio Espindola de Castro (Jaú)

103. E.E. Prefeito Mario Avesani

104. E.E. Rachid Jabur

105. E.E. Raul Fonseca

106. E.E. República do Suriname

107. E.E. Reverendo Eliseu Narciso

108. E.E. Riolando Canno

109. E.E. Roger Jules de Carvalho Mange

110. E.E. Salvador Allende

111. E.E. Santinho Carnavale

112. E.E. Sapopemba

113. E.E. Shinquiguichi Agari

114. E.E. Silvia Ribeiro (Marília)

115. E.E. Silvio Xavier Antunes

116. E.E. Sinhá Pantoja

117. E.E. Stella Machado

118. E.E. Suely Machado Silva

119. E.E. Tancredo Neves

120. E.E. Tito Lima (São Bernardo)

121. E.E. Valdomiro Silveira

122. E.E. Wilma Flor

 

Consulte a lista de endereços e necessidades dos estudantes em cada escola!

 

Tribunal de Justiça de SP rejeita pedido de reintegração de posse em escolas ocupadas

Camila (UBES), Kauê (UMES) e Angela (UPES) durante audiência (Foto: Bruno Bou, Cuca da UNE)

 

A 7ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo negou o pedido de liminar da Fazenda Pública do Estado pela reintegração de posse das escolas ocupadas por estudantes na Capital. “Não há o que se reintegrar. A manifestação é um direito”, declarou na manhã desta segunda (23) o desembargador Eduardo Gouveia, em decisão unânime proferida pela turma julgadora composta também pelos desembargadores Coimbra Schmidt (relator) e Paulo Magalhães.

 

A audiência teve início às 11 horas no tribunal de Justiça de São Paulo, e durou cerca de 25 minutos.

 

Para os desembargadores é inadequado classificar de apropriação de posse a manifestação de estudantes que têm ocupado as escolas estaduais buscando maior discussão em relação a uma política pública do Estado que pretende fechar escolas. “Não há ânimo de ninguém se assenhorear dos bens públicos. Na verdade a questão está muito mal colocada. Não temos aqui um problema possessório, temos um problema de discussão de política pública. […] Não há por parte dos interessados na discussão nenhum sentido de se apropriar de um bem público” explicou o desembargador Paulo Magalhães, segundo a votar.

 

“Na verdade o que os move [os estudantes] não é o sentido de se apoderar do bem público, o que os move é a discussão de uma política pública extremamente legítima. Por isso que no meu juízo, o ajuizamento desse interdito proibitório [mecanismo processual de defesa da posse] é uma verdadeira irresponsabilidade do Estado. É uma conduta irresponsável. Claro que o ordenamento jurídico está aí, todo mundo pode propor as ações que entender dentro das funções do direito. Agora, de um Estado e dos agentes públicos se espera uma conduta ética para além da normalidade”, disse Magalhães.

 

Desembargadores analisam pedido de reintegração de posse do governo de SP (Foto: Bruno Bou, Cuca da UNE)

 

 

“Por isso é meu juízo que colocar as questões de um processo de discussão de política pública dentro de um processo possessório é reduzir uma questão completamente relevante a uma discussão que é vazia. Porque não há nada de conteúdo possessório a ser discutido dentro do processo. Essa que é a grande realidade”, afirmou Magalhães sobre o pedido de reintegração de posse do governo do Estado. “E chegou o momento do judiciário colocar essas questões nos seus devidos lugares. E não embarcar nessa retórica, que ainda que bem construída, do ponto de vista jurídico, revela uma carência, uma deficiência no processo de diálogo que é ínsito ao estado de direito”.

 

O relator Coimbra Schmidt, primeiro desembargador a votar, também manifestou sua preocupação com a paralisação das aulas nas unidades ocupadas, e sugeriu que tanto alunos quanto os representantes do Estado participem de mais uma tentativa de conciliação, desta vez mediada pelo Centro Judiciário de Solução de Conflitos (Cejusc).

 

Comemoração

 

Os estudantes presentes na audiência festejaram a decisão e afirmaram que vão ampliar a mobilização contra o fechamento de escolas e a divisão em ciclos. Para o presidente da UMES, Marcos Kauê, a decisão foi muito importante e fortalece a luta contra o fechamento de escolas, como prevê a reorganização do governador Geraldo Alckmin. “Os estudantes se fortalecem com essa decisão, porque estamos apenas defendendo que é errado fechar escolas e transferir alunos sem diálogo, principalmente durante um período de crise econômica” disse o estudante. “Nossa luta é para garantir o direito a educação pública e de qualidade, e fechar escolas de forma alguma vai garantir mais qualidade para a educação. Ano que vem, por exemplo, vai aumentar o número de transferências do ensino privado para o público. É uma conta simples, aumenta o desemprego, que apenas esse ano já cresceu quase dois milhões, vai aumentar a transferência do ensino privado para o público. E a nossa defesa é para garantir a aula de muitos estudantes no próximo ano, em 2016”.

 

“Se a reorganização fosse feita para melhorar a educação, seria genial. Mas como ela é para economizar dinheiro, o governo vai fechar escolas, demitir pessoas e deixar os alunos sem aula”, afirmou o estudante Lucas Penteado (Kóka), presidente do grêmio da escola Caetano de Campos da Consolação. Lucas disse que as ocupações estão bem organizadas e deu o exemplo de sua escola. “As escolas não estão paradas: tem atividades culturais, tem aulas públicas. Temos todo um cronograma cultural. No Caetano, inclusive, passamos a ter uma organização e uma limpeza que não existia há muito tempo. A galera da comunidade está nos ajudando muito com doações”.

 

“A gente ocupa as escolas e dá uma aula de cidadania para discutir a escola que a gente quer. Acho que é uma questão muito importante a não reintegração também pela questão da violência da Polícia Militar, que era nossa principal preocupação”, disse Ângela Meyer, presidenta da UPES. “Nossa perspectiva agora é conseguir que a Secretaria de Educação dialogue com a gente”, concluiu.

Governo de SP propõe corte de R$ 2 bilhões no orçamento da Educação para 2016

Foto: Andris Bovo

 

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) pretende reduzir em R$ 2 bilhões o orçamento destinado para a Secretaria Estadual de Educação para o próximo ano. A verba destinada para á área em 2015 é nominalmente a mesma aprovada para este ano: R$ 28,4 bilhões. O problema é que o governador não aplicou a correção da inflação nos últimos 12 meses que pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Ampliado), que foi de 7,06%. A conclusão é que a Educação receberá menos dinheiro de Alckmin no ano que vem.

 

O corte de investimento no setor educacional ocorre em meio à reorganização na rede estadual de ensino, que resultará no fechamento de 93 escolas estaduais, além de cursos noturnos. A medida tem gerado uma série de manifestações em todo o Estado.

 

De acordo com o levantamento feito pela bancada do PT na Assembleia Legislativa, o orçamento deste ano para a Secretaria Estadual de Educação está previsto em R$ 30,4 bilhões (se for feita a correção pelo IPCA) e para 2016 em R$ 28,4 bilhões.

 

Entre os cortes no orçamento estadual, parte corresponde ao custeio de equipamentos públicos. Na peça orçamentária, denominado de “Outras Despesas Correntes”, estão previsto para este ano cerca de R$ 11,4 bilhões e para 2016 este valor reduz para R$ 9,8 bilhões. Outro corte é com “Pessoal e Encargos sociais”, resultando na redução de R$ 18,6 bilhões para R$ 18 bilhões.

 

Fonte: ABCD Maior

Suspensão é temporária nossa luta não!

 

Keila Pereira*

 

Foi no dia 28 de setembro que várias escolas do Estado de São Paulo começaram a receber notificações da reorganização e do fechamento de unidades escolares. E foi no mesmo dia que os estudantes secundaristas iniciaram grandes mobilizações contra essa reorganização. Desde então, não houve dia em que não estivéssemos em alguma plenária/ato/reunião/debate/audiência contra a medida imposta pelo governo. Os estudantes, e os movimentos sociais que os apoiam, não descansaram. Ainda assim, diante de um imenso autoritarismo já conhecido, Alckmin não recuou.

 

Para desespero do governante tucano, a luta se intensificou. Ao dia 9 de novembro recebemos a notícia de que duas escolas estavam ocupadas por secundaristas e a partir dali, centenas de estudantes foram incendiados pelo ocorrido e conseguiram fazer o mesmo. E agora, com uma realidade de mais de 70 escolas ocupadas, tentam nos abalar com uma notícia falsa. Tentam nos reduzir através de uma proposta que não se alinha ao que realmente queremos, que é o CANCELAMENTO DA REESTRUTURAÇÃO. Suspender não traz a solução que estamos buscando. Encaminhar propostas de reorganização não é o que queremos. Enquanto o governo do Geraldo Alckmin não perceber que não estamos aqui para aceitar migalhas, a luta continua, as ocupações aumentam e a resistência estudantil de expande! Venceremos!

 

*Keila é diretora de mulheres da UMES

 

Caetano de Campos da Consolação ocupado contra o fim do fundamental

 

Ocupar e reisistir ao fechamento das escolas e ao fim dos ciclos

 

“A ocupação do Caetano é muito importante porque é uma das principais escolas do centro, e muitos alunos serão prejudicados com a ‘reorganização’. Aqui a proposta do governo é fechar o ensino fundamental”, disse Marcos Kauê, presente na ocupação da Escola Estadual Caetano de Campos da Consolação.

 

A ocupação foi realizada às 6:20 horas da manhã, de forma pacífica e organizada. “A ocupação foi feita no período da manhã pelos estudantes da escola. Mas o grêmio já estava discutindo isso desde a semana passada, e nesta manhã os estudantes decidiram inicia-la. Foi à única saída que os estudantes encontraram para barrar o fim do ensino fundamental na escola, e para barrar o fechamento das escolas, já que depois de muitas manifestações o governo permaneceu irredutível sobre a reorganização”.

 

“Ocupar e resistir! É importante fazer essas ocupações, apoia-las. Toda a ocupação é valida e importante. É esse movimento que vai nos permitir colocar um fim ao fechamento de escolas e de ciclos como pretende o governo”, completou Kauê.

 

Já o presidente do grêmio da escola, Lucas Penteado (Kóka) explicou que a ocupação foi feita pelos estudantes da escola, que juntos estão organizando as atividades da ocupação. “Estamos mobilizados juntos, organizando as comissões de limpeza, alimentação e segurança. E permaneceremos com a escola ocupada até que seja revogado o fechamento das escolas e toda essa desorganização que quer tirar o nosso fundamental”.

 

Estudantes do Caetano durante assembleia no pátio da escola

 

 

Estudantes realizam 58 ocupações contra o fechamento de escolas

 

Quem fecha uma escola, abre uma prisão!

 

Na manhã desta quarta (18) o numero de ocupações em escolas subiu para 58. Para o presidente da UMES, Marcos Kauê, as ocupações são uma consequência da indignação da sociedade contra a medida do governo que visa fechar escolas. “As ocupações são a resposta à insistência do governo em não ouvir os estudantes e a sociedade. Eles decidiram manter sua proposta de reorganização da educação, que na verdade pretende desorganizar nossas escolas já que prevê fechar unidades escolares e ainda acabar com os ciclos [fundamental I, II ou ensino médio] de muitas outras, mesmo depois de centenas de manifestações”, disse a liderança secundarista.

 

“E isso é um crime. Fechar escola é um crime, e nós inclusive avisamos ao secretário que isso era um crime, e todo crime acompanha uma resposta de indignação. Os estudantes já estavam indignados com o fato de estudar em escolas lotadas, com baixa qualidade e sem estrutura. Mas fechar escola foi a gota d’água! Entre as escolas ocupadas, algumas estão na lista das que seriam fechadas, mas muitas foram ocupadas ou por ter algum ciclo encerrado, ou por receber alunos das escolas que seriam fechadas ou que teriam algum ciclo encerrado”.

 

“Estas ocupações são significativas e muito importantes que aconteçam cada vez mais para demonstrar que não se pode fazer uma reorganização da educação no Estado sem conversar com os estudantes, sem consultar os professores. Porque essa é a resposta, os estudantes não querem que suas escolas sejam divididas em ciclos, não temos a ilusão de que isso vai melhorar a educação ou a estrutura de nossas escolas”.

 

“Como estamos dizendo, “quem fecha uma escola, abre uma prisão”. E prisão nós não vamos aceitar, então vamos ocupar ainda mais escolas até que o seu fechamento seja revogado”.

 

 

Consulte a lista de endereços e necessidades dos estudantes em cada escola!