Ocupação da escola Roger Jules diz que governo não vai fechar nenhuma escola

Estudantes da escola preparam cartazes da ocupação

 

“O governo não irá fechar nenhuma escola, vamos à luta o tempo que for para derrotar os inimigos da educação. Vamos barrar esse retrocesso”, disse o estudante e diretor da União Municipal dos Estudantes Secundaristas (UMES), Jonathan Oliveira, presente na ocupação da Escola Estadual Roger Jules de Carvalho Manges, no Itaim Paulista, extremo Leste da capital.

 

A ação foi organizada por uma comissão de 16 estudantes da escola que decidiram ocupa-la contra o fechamento do ensino noturno, e contra o fechamento de escolas proposto pela reorganização do governador Geraldo Alckmin. “Começamos com muitas manifestações nas ruas e nas escolas, e agora com as ocupações vamos derrubar essa medida contra a educação, por que juntos somos a maioria e unidos nunca seremos vencidos” disse Jonathan. “Ocupamos as escolas pra mostrar a força da juventude, que não vai aceitar o fechamento de escolas”.

 

Maria Ivaneide, mãe da aluna Jeniffer, que tem participado desde a segunda-feira das atividades de ocupação na escola, explicou que está junto com os estudantes e com a população lutando pelo direito a educação. “É um direito nosso e vamos lutar juntos pelos nossos direitos. Pagamos nossos impostos e temos o direito de reivindicar”. Ao comentar a transferência de sua filha para outra escola, ela disse que o governo não está respeitando a distância mínima de 1,5 quilômetros da casa do estudante para sua escola. “Eles dizem que há 1,5 quilômetros de distância de uma escola para outra, mais não mediram da casa do aluno para nova escola”. “Por isso e temos lutar até o fim”, afirmou a mãe se negando a ser enganada.

 

 

 

 

Justiça de SP agenda nova reunião entre governo e estudantes para tratar das ocupações

 

A justiça de São Paulo agendou para a próxima quinta (19), uma nova reunião entre representantes do governo Geraldo Alckmin e os estudantes responsáveis pelas ocupações das escolas Fernão Dias (zona oeste) e Salvador Allende (zona leste). A decisão se deu como resposta ao pedido do governo que recorreu a decisão da 5ª Vara de Fazenda Pública de suspender a reintegração de posse dessas escolas.

 

Na ocasião o juiz Luis Felipe Ferrari Bedendi, da 5ª Vara da Fazenda Pública, disse em sua decisão que “as ocupações – realizadas majoritariamente pelos estudantes das próprias escolas – revestem-se de caráter eminentemente protestante. Visa-se, pois, não à inversão da posse, a merecer proteção nesta via da ação possessória, mas sim à oitiva de uma pauta reivindicatória que busca maior participação da comunidade no processo decisório da gestão escolar”.

 

Estudantes já ocupam mais de 30 escolas em São Paulo

 

Nesta segunda-feira (16), mais de 32 escolas estão ocupadas no estado de São Paulo como protesto contra a reestruturação do ensino, prometida para 2016, pelo governador Geraldo Alckmin .

 

Há uma semana, alunos passaram a ocupar escolas. Durante o final de semana o movimento foi crescendo e os estudantes foram tomando outras escolas.

 

Batucada, saraus, teatro, cinema, oficinas, debates e participação ativa na tomada de decisões. O final de semana foi de programação cultural intensa e reflexão nas escolas estaduais ocupadas por estudantes no estado.

 

Para tentar acabar com as ocupações o governo estadual entrou com o corte do fornecimento de água, cerco e repressão policial, mas a resistência segue firme. Cerca de 300 estudantes da E.E. Roger Jules de Carvalho Manges decidiram ocupar a escola contra a reorganização e contra o fechamento do ensino noturno, nesta segunda-feira. O estudante e diretor da União Municipal dos Estudantes Secundaristas (UMES), Jonathan Oliveira, que está na ocupação da escola, no Itaim Paulista, extremo Leste da capital, afirmou que os estudantes não irão sair até que o governador desista da reorganização.

 

“O governo não irá fechar nenhuma escola vamos à luta o tempo que for para derrotar os inimigos da educação. Vamos barrar esse retrocesso”, disse.

 

REINTEGRAÇÃO

 

O juiz Luis Felipe Ferrari Bedendi, da 5ª Vara da Fazenda Pública, suspendeu as ordens de reintegração de posse das escolas Fernão Dias e Salvador Allende. O governo do estado havia conseguido a reintegração de posse na Justiça. “As ocupações – realizadas majoritariamente pelos estudantes das próprias escolas – revestem-se de caráter eminentemente protestante. Visa-se, pois, não à inversão da posse, a merecer proteção nesta via da ação possessória, mas sim à oitiva de uma pauta reivindicatória que busca maior participação da comunidade no processo decisório da gestão escolar”, declarou o juiz em sua decisão.

 

VITÓRIAS

 

Por meio de uma ação liminar suspendeu o fechamento da Escola Estadual Braz Cubas, em Santos, no litoral paulista. A decisão ocorreu na segunda-feira (16), após a Defensoria Pública, o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (APEOESP) e a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) entrarem com uma ação contra o encerramento das aulas na unidade a partir de 2016.

 

O principal argumento da Defensoria e da OAB é que a gestão Geraldo Alckmin (PSDB) não pode fechar uma escola referência na educação de crianças e adolescentes com deficiência. Eles também dizem que a reorganização das escolas deve ser debatida com as pessoas diretamente interessadas, ou seja, os professores, alunos e pais.

Na decisão, o desembargador Pinheiro Franco disse que a escola deve continuar funcionando até que seja provada “a real necessidade do encerramento de suas atividades”.

 

Na última semana, o governo estadual recuou do fechamento de outra escola estadual. A unidade fica na zona rural de Piracicaba, interior de São Paulo, e foi a primeira das 94 escolas em todo o Estado que seriam fechadas no processo de reorganização, a ser retirada da lista.

 

O recuo aconteceu após pressão da comunidade rural, de mães de alunos e estudantes no Ministério Público e na Diretoria de Educação de Piracicaba. “Fomos atrás dos nossos direitos. Não podemos admitir a possibilidade de fechá-la e comprometer o direito do acesso à educação.

 

É a única escola nesta região”, afirmou uma das líderes do grupo de mães, Alexsandra da Silva Soveges.

 

Fonte: jornal Hora do Povo

 

CPC UMES apresenta 2ª. Mostra Mosfilm de Cinema

 

Entre os dias 3 e 9 de dezembro de 2015 serão apresentados 11 filmes inéditos no Brasil, representativos de diversos períodos do cinema soviético e pós-soviético. A mostra é resultado da parceria entre o Centro Popular de Cultura da UMES, o Mosfilm, maior estúdio de cinema da Rússia, e a Cinemateca Brasileira.



Local: Cinemateca Brasileira

Largo Senador Raul Cardoso, 207 – Vila Clementino

(11) 3512-6111 – Entrada franca

 

Confira a programação

 

 

Capoeira na UMES chega ao CEDO da Achiropita

 

A Capoeira na UMES firmou uma parceria com a Paróquia Nossa Senhora Achiropita, localizada no Bixiga, e deu início a um projeto que atende a todas as turmas do Centro Educacional Dom Orione (CEDO, núcleo das Obras Sociais Nossa Senhora Achiropita), que atende cerda de 450 crianças e adolescentes no contra turno escolar, todos com idade entre 6 e 18 anos.

 

As aulas serão ministradas todas as terças em dois horários, das 9h às 10h e das 10h às 11h, e as quintas-feiras, das 9h às 10h, 10h às 11h, 14h às 15h e 15h às 16h.

 

“A parceria busca apoiar a formação dos jovens contando a nossa história sob a perspectiva da capoeira, que é uma luta brasileira de libertação, neste momento de dificuldades vivido pelo Brasil, onde os cortes e o fechamento de escolas prejudicam principalmente nossa juventude”, explicou o professor-instrutor, Pavio (Fabiano Avelino). “Em nossas aulas resgatamos a luta de libertação do povo brasileiro para que os jovens percebam que a luta de Zumbi e Tiradentes não acabou”.

 

Quer praticar capoeira com a UMES? Venha participar de uma aula!

Quando: terças e quintas, das 14 às 15:30 horas, ou das 19:30 às 21 horas

Onde: Rua Rui Barbosa, 323, Bela Vista. Telefone (11) 3289-7475

 

 

Manifestações reduzem para 92 a lista de fechamento de escolas

Estudantes, pais e professores da escola Augusto Mélega durante reunião com a Diretoria Regional de Ensino de Piracicaba 

 

A lista de escolas que seriam fechadas pela proposta de reorganização do governo Alckmin caiu de 94 para 92, já que a justiça suspendeu, nesta segunda-feira (16), o fechamento da escola Braz Cubas, em Santos, e o governo do estado recuou e retirou da lista de fechamento a escola Augusto Mélega, em Piracicaba.

 

“A principio seriam fechadas mais de 155 escolas. Depois a lista oficial caiu para 94, e agora está em 92. Estamos com mais de 30 ocupações pelo estado, em sua maioria na cidade de São Paulo. E isso até a manhã desta terça. Nós avisamos que era um crime fechar escolas e desorganizar os seus ciclos, obrigando centenas de milhares de estudantes a se transferir de escola. O resultado é esse: ocupações e estudantes na rua se manifestando contra essa medida”, disse Marcos Kauê, presidente da UMES.

 

A decisão que colocou fim ao fechamento da E. E. Braz Cubas, em Santos, se deu por parte da Câmara Especial do Tribunal de Justiça de São Paulo, que colocou fim a proposta de encerrar as atividades da escola, parte do plano de reorganização do governo estadual. De acordo com a decisão, a Defensoria Pública de São Paulo argumentou que a escola não pode ser fechada por se tratar de uma unidade escolar de referência na educação inclusiva de crianças e adolescentes com deficiência. A Secretaria de Educação do Estado de São Paulo não se pronunciou sobre a decisão.

 

Para Thiago Santos de Souza em conjunto com a coordenadora da Comissão da Criança e do Adolescente da OAB da cidade de Santos, Leticia Giribelo Gomes do Nascimento, a Braz Cubas é uma “escola tradicional e de referência, especialmente para a educação inclusiva com qualidade. O local passou por reforma para atender deficientes e cadeirantes, o que, por si só, torna inconveniente a imposição de seu fechamento pelo governo”.

 

Já a decisão de não fechar mais a escola E. E. Augusto Mélega, escola com cerca de 200 alunos, situada na área rural de Piracicaba, no bairro Campestre, partiu do recuo do governo em relação a mobilização dos estudantes. A decisão foi anunciada na manhã da última quinta (12), durante uma reunião com a Diretoria Regional de Ensino de Piracicaba, que contou com a presença de estudantes, professores, pais e a direção da escola.

 

Tanto os pais como os alunos acreditam que as manifestações contra o fechamento da escola deram resultados. (Foto: M. Germano/JP) “A comunidade questionou e disse que, por ser uma escola rural, que atende alunos do entorno e de fazendas próximas, os estudantes seriam afetados pela restruturação. Por isso decidimos mantê-la, atendendo os alunos da forma com é hoje, ou seja, estudantes dos anos finais do ensino fundamental (6º ao 9º ano) e do ensino médio”, explicou o dirigente regional de ensino, Fábio Negreiros.

 

“Nossos protestos e reuniões não foram em vão e conseguimos fazer com que a escola continue funcionando. A única coisa que lamentamos foi o anúncio da retirada do transporte gratuito aos estudantes que estudam no Augusto Mélega”, avaliou Osvaldo Airton Schiavolin, membro do Centro Comunitário do Campestre, e que estava presente na reunião.

 

Reintegrações suspensas

 

Na última sexta (13), o juiz Luis Felipe Ferrari Bedendi, da 5ª Vara da Fazenda Pública, suspendeu as ordens de reintegração de posse das escolas estaduais Fernão Dias (zona oeste), e Salvador Allende (zona leste). “As ocupações – realizadas majoritariamente pelos estudantes das próprias escolas – revestem-se de caráter eminentemente protestante. Visa-se, pois, não à inversão da posse, a merecer proteção nesta via da ação possessória, mas sim à oitiva de uma pauta reivindicatória que busca maior participação da comunidade no processo decisório da gestão escolar", declarou o juiz na sua decisão.

 

Ainda nesta segunda (16), o juiz da Vara da Fazenda Pública de Diadema suspendeu a reintegração de posse da Escola Estadual Diadema, localizada no centro de Diadema.

Estudantes ocupam o Saboia contra o fechamento de escolas

Assista ao vídeo da ocupação publicado no perfil do Facebook do Saboia News

 

“Nossa ocupação é por tempo indeterminado, ficaremos no Saboia até o dia que a Secretaria de Educação de Alckmin anunciar o fim da reorganização”, afirmou Pedro Vieira (17), presidente do grêmio da Escola Estadual Padre Miguel Saboia de Medeiros, na zona sul de São Paulo, durante entrevista à UMES. Com a ocupação, feita ao meio-dia, os estudantes reabriram as matrículas para 2016, contrariando a decisão do governo que fechou todas as matrículas da escola, medida que faria a escola fechar após o ano letivo de 2017.

 

“Somos a 22ª ocupação entre as 25 escolas ocupadas até a tarde desta segunda (16). O Saboia estava entre a lista de 155 escolas que seriam fechadas pelo governo do Estado, lista diminuída para 94 escolas após centenas de manifestações. Porém, embora retirada da lista, o governador Alckmin pretendia encerrar as matriculas, o que levaria a escola a fechar. Em entrevista realizada no dia 30 de outubro, Pedro afirmou que a decisão fecharia a escola em doses “homeopáticas”. “A partir do ano que vem não haverá mais matrículas para o primeiro ano do ensino médio [no Saboia]. Só fica na escola quem passar para o segundo ano, e depois quem passar para o terceiro. E isso até fechar a escola. Nós somos contra isso. Ainda estamos recebendo matrículas na escola, mesmo fazendo todo o processo a mão. Estamos guardando toda essa documentação em nossa escola para provar que tem demanda sim. Se for preciso à comunidade vai contratar professor e reabrir o período da tarde. Nem que seja só para os primeiros anos, para provar que nossa escola precisa continuar aberta”.

 

Por telefone, Pedro explicou que os estudantes estão controlando a entrada e saída da escola, e que os funcionários e professores estão apoiando a ocupação. “Os funcionários e professores estão apoiando nossa ocupação por acharem justa nossa reivindicação: nenhuma escola pode fechar! Porém eles decidiram não participar com medo de sofrerem algum tipo de perseguição, eles podem ser exonerados”, disse Pedro, “mas eles estão em manifestação de apoio do lado de fora da escola”. O estudante também explicou que as decisões dentro da escola são tomadas todas em assembleia, e que a ocupação está organizada em comissões de alimentação, imprensa, entrada e saída da escola, atividades, e muito mais.

 

Ao se referir sobre o movimento de ocupação que já levou 25 escolas a serem tomadas pelos estudantes no estado de São Paulo, ele disse que “todas essas ocupações representam um momento de luta, todas as escolas deveriam ser ocupadas. Precisamos demonstrar que somos contra a reorganização [fechar escolas e acabar com os ciclos das que ficarem abertas]”. Para ele “a medida do governo foi imposta sem nenhuma conversa ou dialogo com os estudantes e professores. O governo deveria recuar, deveria perceber que somos contra essa medida”, declarou Pedro acrescentando que os pais dos estudantes estão apoiando a mobilização dos alunos. “Nossos pais estão apoiando, todos os jovens menores de idade têm autorização dos país”.

 

Após a ocupação, a polícia foi enviada a escola, e orientou os estudantes a não bloquearem a entrada e saída de professores e funcionários, porém os funcionários se negaram a entrar para demonstrar sua solidariedade aos estudantes.

 

“A nossa ocupação está crescendo, muitos alunos ainda estão chegando”, disse Pedro, que conclamou a comunidade em torno do Saboia a apoiar a ocupação: “toda ajuda é bem vinda” disse o estudante ao se referir as manifestações e vigílias de apoia, ou aos mantimentos necessários para a permanência dos estudantes. “Temos comida, e já racionamos para durar mais. Agora precisamos ampliar as manifestações em frente a escola”.

 

Sobe para 25 o número de escolas ocupadas em SP

“Se a educação é um direito, ocupar nossas escolas é um dever”

 

Abaixo a lista de ocupações no Estado de São Paulo até a manhã desta segunda-feira (16):

 

1. E.E. Fernão Dias Paes (Pinheiros, zona oeste)

2. E.E. João Kopke (Luz, centro)

 3. E.E. Salvador Allende (Cohab José Bonifácio, zona leste)

4. E.E. Egídio Damy (Brasilândia, zona norte)

5. E.E. Castro Alves (Vila Mariza Mazzei, zona norte)

6. E.E. Sinhá Pantoja (Recanto Santo Antonio, zona sul)

7. E.E. Dona Ana Rosa (Vila Sônia, zona oeste)

8. E.E. Antônio Manuel Alves de Lima (Jardim São Luís, zona sul)

9. E.E. Sílvio Xavier Antunes (Piqueri, zona norte)

10. E.E. Oscavo Paulo (Bangu, Santo André)

11. E.E. Comendador Miguel Maluhy (Campo Limpo, zona sul)

12. E.E. Padre Saboia de Medeiros (Chácara Santo Antonio, zona sul)

13. E.E. Flávio José Osório Negrini (Jardim Olinda, zona sul)

14. E.E. Cohab Inácio Monteiro III (Cohab Inácio Monteiro, zona leste)

15. E.E. Mary Moraes (Portal do Morumbi, zona sul)

16. E.E. José Lins do Rego (Jd. Ângela, zona sul)

17. E.E E.E Professora Neyde Apparecida Sollitto (Jd. das Palmas, zona sul)

 

Interior

 

18. E.E Prefeito Mario Avesani (Santa Cruz das Palmeiras)

19. E.E. Coronel Antonio Paiva de Sampaio (Osasco)

20. E.E. Antônio Adib Chammas (Santo André)

21. E.E. Diadema, antigo Cefam (Diadema)

22. E.E. Délcio de Souza Cunha (Diadema)

23. E.E. Elizete Oliveira Bertin (Embu das Artes)

24. E.E. Valdomiro Silveira (Santo André)

25. E.E. Heloísa Assumpção (Osasco)

 

Ocupação da Escola Estadual Antônio Manuel Alves de Lima

Assista ao vídeo da entrevista no Facebook do Saboia News

 

A reorganização é uma proposta para quem não está na escola pública

 

A escola Antônio Manuel (Jardim São Luís, zona sul) foi a 10ª escola a ser ocupada em São Paulo, na manhã de sexta-feira (13). Até a noite de quinta, seis escolas estavam sob ocupação dos estudantes.

 

 

A noite de sexta-feira foi encerrada com 18 escolas ocupadas. Até a tarde desta segunda (16), 25 escolas estavam sob ocupação.

 

Abaixo transcrevemos trechos dos depoimentos dos estudantes da escola feitos a equipe do Saboia News, equipe jornalística composta por estudantes da escola Padre Miguel Saboia de Medeiros. Entre os entrevistados estavam dois estudantes da escola Antônio Manuel, que optaram por preservar sua identidade.

 

“Primeiro sentimos a indignação do governo empurrar goela abaixo, sem perguntar nada pra ninguém, sem falar nada pra gente, sem falar com a população, perguntar se você aceita, se não aceita. Sentimos primeiro a indignação, e ai fomos vendo o que estava acontecendo, como que os alunos iriam se movimentar nas outras escolas, como ia ser o processo desses alunos que seriam remanejados. E percebemos que a proposta não era pra nós. É outra proposta do governo que não é para o povo da periferia, é uma proposta para quem não está na escola pública”.

 

“Aí agente foi observando a ocupação em outras escolas, que era a última medida, já tínhamos feito ato de rua, estávamos na rua sempre, batendo na porta do palácio [dos Bandeirantes], e não dava certo. E vimos que a ocupação era a última medida. Aí agente se organizou, chamamos algumas reuniões, e estamos aqui”.

 

13 escolas ocupadas contra a reorganização

Manifestação de estudantes da ocupação da escola Fernão Dias

 

Explodiram o número de escolas ocupadas até noite desta sexta (13), onde ao menos 13 escolas foram ocupadas contra o projeto de reorganização do governo do Estado que pretende fechar 94 escolas bem como encerrar o ensino médio ou fundamental em centenas de unidades escolares, entre as remanescentes. “Ocupamos o que nosso!” afirmam, em vídeo publicado no Facebook, os estudantes da Escola Estadual Sílvio Xavier, em Pirituba. “Estamos lutando pelo direito de todos, para que os estudantes não precisem estudar em uma escola superlotada, ou distante de nossas casas”, explica o jovem estudante da escola durante a ocupação.

 

A ocupação foi o último recurso utilizado pelos estudantes contra o fechamento de suas escolas ou contra o fim de alguns dos ciclos (fundamental I, II ou ensino médio), como pretende a reorganização. Ainda no vídeo da escola Sílvio Xavier os estudantes explicam que precisam de apoio da população com os mantimentos (água e alimentos) e também alertam para a importância das vigílias e manifestações da população em apoio as ocupações, de forma a garantir a segurança e ampliar a mobilização. Durante o vídeo os estudantes seguravam cartazes pedindo “todo apoio aos estudantes de São Paulo”, e com a hashtag “#NÃOFECHEAMINHAESCOLA”.

 

Ajude com as vigílias e manifestações de solidariedade em favor das ocupações, ou com mantimentos. Consulte a lista de endereços e necessidades dos estudantes em cada escola!

 

Tropa de choque em frente a escola Fernão Dias

 

As escolas ocupadas até agora são o E.E. Fernão Dias (Pinheiros), E.E. Salvador Allende (Itaquera, zona leste), E.E. Profa. Heloisa Assumpção (Osasco), E.E. Castro Alves (Zona Norte), E.E. Ana Rosa (Vila Sônia), E.E. Antônio Manuel (Jd. São Luis), E.E. Godofredo Furtado (Pinheiros – a confirmar), E.E. Prof Pio Telles Peixoto (Vila Jaguara), E.E Silvio Xavier (Pirutuba), E.E. Comendador Miguel Maluhy (Campo Limpo), E.E. Elizete Oliveira Bertin (Embu das Artes), E.E. Diadema, antigo Cefam (Diadema), E.E. Valdomiro Silveira (Santo Andŕe), E.E. Prof. Oscavo Paulo e Silva (Santo André) e a E.E. Antônio Adib Chammas (Santo André).

 

Em vídeo publicado no Facebook os estudantes da E. E. Ana Rosa de Araújo também deixaram o seu recado. “Nessa sexta-feira 13 de novembro de 2015, nós ocupamos o Ana Rosa contra a reorganização do Estado em relação ao ensino médio e fundamental. Hoje, nós, mais de 200 alunos [presentes na ocupação] estamos nos organizando e colocando todos nossos esforços para unir essa causa, assim como na escola Fernão Dias foi feito”, afirma um dos estudantes no vídeo também publicado no Facebook.

 

“Vamos continuar aqui independente do tempo que for necessário. Agente vai fazer tudo que estiver ao nosso alcance, e até mais, porque não queremos abrir mão de perder as nossas experiências do ensino médio. Tem gente que está aqui desde a 5ª serie do ensino médio, tipo eu. E agente sabe tudo o que já viveu aqui, tudo o que fez parte da nossa vida.”

 

 

Por fim o estudante, que não se identifica, pede o apoio da população para a ocupação de sua escola. “Eu quero que todos que puderem dar suporte para essa escola, façam. Porque é a melhor coisa que você pode fazer. Você vai estar investindo no próprio futuro e educação do seu país”.  Após encerrarem sua mensagem os estudantes cantaram juntos a palavra de ordem “Ana Rosa, escola de luta!”

 

As ocupações tiveram início na segunda-feira, com a ocupação da escola Diadema, na cidade de mesmo nome. Na manhã de terça a escola Fernão Dias foi ocupada na capital. Após está ocupações, já na manhã de quinta o numero de escolas ocupadas subiu para seis. “Se a educação é um direito, ocupar nossas escolas, nesse momento em que o governo quer fecha-las, é um dever”, disse Heudes Cássio Oliveira, do 3° G do ensino médio do Fernão, durante entrevista à UMES. “A ocupação busca dar voz aos estudantes”.

 

Reintegração de posse

 

Na noite desta sexta-feira o juiz Luis Felipe Ferrari Bedendi, da 5ª Vara da Fazenda Pública, suspendeu as ordens de reintegração de posse contra as escolas Fernão Dias e Salvador Allende do governo do Estado de São Paulo, que havia conseguido mandato para a reintegração de posse na Justiça. “As ocupações, realizadas majoritariamente pelos estudantes das próprias escolas, revestem-se de caráter eminentemente protestante. Visa-se, pois, não à inversão da posse, a merecer proteção nesta via da ação possessória, mas sim à oitiva de uma pauta reivindicatória que busca maior participação da comunidade no processo decisório da gestão escolar”, declarou o juiz na sua decisão. “Com isso quero dizer que o cerne desta lide possessória não é a proteção da posse, mas uma questão de política pública, funcionando as ordens de reintegração como a proteção jurisdicional de uma decisão estatal que, em tese, haveria de melhor ser discutida com a população”.

 

Após a decisão que colocou fim a reintegração de posse, a Polícia Militar deixou de cercar a escola e os estudantes tomaram controle das portas do Fernão Dias.

 

Reorganização

 

O projeto de reorganização do governo Geraldo Alckmin foi anunciado no final de setembro, o que já motivou centenas de manifestações por todo o Estado, onde estudantes chegaram a paralisar suas aulas contra a medida. A principio a proposta previa o fechamento de no mínimo 155 escolas, após a pressão dos estudantes e professores Alckmin recuou, retirando de sua lista 61 escolas, em sua maioria as maiores e mais importantes escolas dentre as que pretendia fechar.