Assista “O Caminho para Berlim” na 2ª Mostra Mosfilme (2015)

 

 

Cinemateca Brasileira exibe filmes russos inéditos no Brasil

 

 “O Caminho para Berlim”, de Serguei Popov (2015), será apresentado no dia 3 de dezembro, às 20 horas, com entrada franca, durante a abertura da 2ª Mostra Mosfilme de Cinema em São Paulo. No total serão apresentados 11 filmes entre os dias 3 e 9 de dezembro de 2015, todos inéditos no Brasil e representativos de diversos períodos do cinema soviético e pós-soviético. A mostra é resultado da parceria entre o Centro Popular de Cultura da UMES, o Mosfilm, maior estúdio de cinema da Rússia, e a Cinemateca Brasileira.

 

O CAMINHO PARA BERLIM

Ano: 2015 – Direção: Serguei Popov – Argumento Original: Emmanuil Kazakevich, Konstantin Simonov – Música: Roman Dormidoshin – Colorido, 83 min. – Condenado por covardia ao fuzilamento, tenente russo tem várias oportunidades de escapar, enquanto cruza a estepe escoltado por soldado cazaque até o posto de comando. Baseado em escritos de Konstantin Simonov e Emmanuil Kazakevich, o filme foi lançado por ocasião do 70º. aniversário da vitória do Exército Vermelho sobre o fascismo.

 

Confira a programação!

 

Local: Cinemateca Brasileira

Largo Senador Raul Cardoso, 207 – Vila Clementino

(11) 3512-6111 – Entrada franca

 

 

E. E. Fernão Dias é ocupada contra fechamento de escolas

Foto: Ícaro Bendas

 

“Se a educação é um direito, ocupar nossas escolas, nesse momento em que o governo quer fecha-las, é um dever”, afirmou o estudante Heudes Cássio Oliveira, do 3° G do ensino médio, um dos presentes na ocupação da Escola Estadual Fernão Dias Paes, que teve início nesta terça (10), às 7 horas. Por telefone o estudante denunciou que não é correto fechar escolas e salas para economizar gastos com a educação. “Se há salas disponíveis não há necessidade do Fernão estar hoje com suas salas cheias, com mais de 40 alunos”, disse o estudante ao contestar o argumento do governo para fechar escolas.

 

O estudante explicou que a ocupação se deu após diversas tentativas de conversa com a Secretaria de Educação, Diretoria de Ensino Regional Centro-Oeste, e a realização e participação em manifestações e também diversas paralisações das principais vias próximas à escola. “A ocupação busca dar voz aos estudantes” disse Heudes, explicando que nenhum diálogo foi feito com os estudantes. “Já estamos na há mais de 32 horas e mesmo assim ninguém [do poder público] veio conversar com a gente [sobre a reorganização]. Tornaram nossa reivindicação em um caso de polícia” disse o jovem. “A Diretoria de Ensino passou pela escola só para pedir o fim da ocupação, não quer dialogar com os estudantes sobre o fechamento de escolas ou nos explicar o que está acontecendo”.

 

Foto: Saboia News

 

“A UMES apoia a ocupação, e vamos estimular estes tipos de manifestação. Os estudantes estão nas ruas contra o fechamento das escolas, e estas ocupações vão se ampliar se o fechamento de escolas não for revertido. A nossa mobilização vai crescer cada vez mais, porque ninguém é favorável ao fechamento de escola. ‘Quem fecha escola abre prisão’”, afirmou Marcos Kauê, presidente da UMES. Que em apoio a ocupação, acampou na escola, junto com a diretoria da UMES, para manifestar sua solidariedade e apoio aos estudantes presentes na ocupação.

 

“Acampamos na frente da escola para manifestar nossa solidariedade. E ficamos do lado de fora porque a polícia não permitiu a nossa entrada. Não deixavam nem comida nem água entrar” denunciou Kauê. Para ele a ocupação é muito importante porque é um exemplo de como os estudantes e a população estão se sentindo em relação ao fechamento das escolas. “Desde o início avisamos ao secretário de educação que os estudantes, suas famílias e a população eram contra o fechamento de escolas e contra a reorganização. Ninguém está feliz com essa medida, e a prova são as centenas de manifestações nas escolas, nas ruas. E agora temos a ocupação da escola Fernão Dias, e da escola Diadema que fica em outro município, denunciando essa falta de diálogo”.

 

Foto: Ícaro Bendas

 

“No Fernão falta cadeira, professor e carteira. As portas estão quebradas, os banheiros abandonados com os vasos quebrados. Nossas salas estão superlotadas e nós, estudantes, só queremos melhorias e investimentos. Estamos lutando por nossa escola e por todas as outras, porque o estudante precisa de escola e tem o direito de escolher onde quer estudar” disse a estudantes Mariana Martins que estava do lado de fora da escola, na tarde de ontem, devido à proibição da polícia. Junto com Mariana estavam diversos estudantes, pais, professores e moradores do bairro. Enquanto prestavam solidariedade aos estudantes na ocupação, a manifestação do lado de foram estava com cartazes e faixas defendendo a ocupação. "Aqui eu vou, aqui eu vou ficar, da minha escola ninguém vai me tirar" e “não tem arrego, você tira a minha escola e eu tiro o seu sossego” cantavam do lado de fora todos os que prestavam solidariedade a ocupação.

 

Heudes explicou que no começo da ocupação os estudantes tinham total controle sobre a entrada e saída da escola, e deixaram livre o fluxo de estudantes, professores e demais pessoas. Porém após a chegada da polícia, na manhã de terça, com mais de 10 viaturas e até mesmo um ônibus, a entrada da escola foi bloqueada e todos foram proibidos de entrar. “Só era permitida a saída dos estudantes, que precisavam apresentar seus documentos”, comentou.

 

Foto: Saboia News

 

“A polícia fez um cerco à escola. Cercaram toda a escola com um cordão de policiais. Havia dezenas de policiais para acabar com a ocupação, eles impediam a entrada na escola, e proibiram que água ou comida fosse dada aos estudantes. Até a comunicação ficou difícil. Pelo menos duas pessoas foram presas e houve agressões”, disse Tiago Cesar, vice-presidente da UMES, que estava presente na escola e passou a noite por lá.

 

Com a reorganização o fundamental II (5° à 8° serie) do Fernão Dias será encerrado, no período da tarde, e a escola terá apenas ensino médio. Para Heudes a escola receberá centenas de estudantes do ensino médio da região, o que aumentará ainda mais a superlotação das salas da escola.

 

No município do ABC a Escola Estadual Diadema também foi ocupara contra o fim do ensino médio da escola. A ocupação teve início as 19 horas desta segunda, quando alunos de 12 salas acamparam no refeitório e pátio da unidade escolar. Os estudantes querem que o governo Alckmin recue de sua decisão de fechar o ensino médio e o período noturno da escola.

 

UMES 31 anos!

Manifestação da UMES contra o fechamento de escolas (Foto: Leonardo Varela)

 

Abaixo publicamos a homenagem de Tiago Cesar, vice-presidente da UMES, neste dia que a UMES completa 31 anos de luta em defesa da educação pública, gratuita e de qualidade para construir um Brasil independente e desenvolvido.

 

Hoje dia 11 de novembro a UMES-SP completa 31 anos de refundação. Como vice-presidente, estudante e militante da entidade, deixo a minha homenagem. Só tenho a dizer que a UMES, sem duvidas mudou a minha vida, o meu modo de pensar e agir. Me fez mais politizado, consciente e convicto dos ideais que sigo para minha vida. Posso dizer que nem tudo foi um mar de rosas, mas eu gosto e amo o que faço. Na UMES ganhei amizades, conhecimento, sabedoria e esperança, esperança de poder mudar e lutar por um país mais justo, mais igualitário, por uma educação de qualidade e por uma pátria livre e soberana.

 

Tenho orgulho de representar a UMES, de viver a UMES, de ser a UMES e claro, lutar pela UMES, porque ser jovem e não ser revolucionário é uma contradição genética! 31 anos não são 31 dias… foram 31 anos de lutas e glórias, e espero que venha muito mais, para assim sonharmos com dias melhores. Obrigado a todos que ajudam ou ajudaram a construir essa entidade que sem duvidas, é a maior entidade estudantil de base do Brasil. Obrigado a todos e Obrigado a União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo.

 

A UMES SOMOS NÓS, NOSSA FORÇA E NOSSA VOZ!

 

Confira a história da UMES

 

Ato contra o fechamento das escolas no Palácio dos Bandeirantes

Foto: APEOESP

 

Milhares de estudantes e professores marcharam nesta terça (10), do estádio do Morumbi até o Palácio dos Bandeirantes, na zona sul, contra o fechamento de escolas anunciado pelo governo do Estado há algumas semanas. “Se a escola for fechar, nós vamos ocupar”, cantavam os estudantes e os professores durante a manifestação.

 

A atividade teve início após duas escolas serem ocupadas pelos estudantes, a E. E. Fernão Dias, em São Paulo, ocupada na manhã de terça, e a E. E. Diadema, em Diadema, ocupada na segunda-feira.

 

Durante o ato a presidente da APEOESP, Maria Izabel Noronha (Bebel), afirmou que os professores seguem “em um movimento muito representativo que tende a continuar forte” disse Bebel, “não vamos aceitar o fechamento de nenhuma escola”. “Nós continuamos pedindo uma reunião com o secretário estadual da Educação (Herman Voorwald) para mostrar que é possível reduzir o número de alunos nas salas e aumentar a qualidade”. Ela também denunciou que a proposta não foi discutida com a sociedade, e o mesmo se repete com o Plano Estadual de Educação. Para ela o esforço do governo deve ser no sentido de reduzir o número de alunos por sala.

 

Manifestantes denunciam Cunha durante atividade (Foto APEOESP)

 

Para Kauê, presidente da UMES, durante sua intervenção na manifestação, o fechamento de escolas é um absurdo, e vem no sentido de aprofundar os cortes contra os direitos do povo. “Os estudantes são contra o fechamento de escolas, porque quem fecha uma escola abre uma prisão”. Para a liderança estudantil o momento exige um esforço dos governos para garantir o funcionamento das escolas. “Estamos enfrentando uma recessão no país. Ano que vem milhares de estudantes vão migrar das escolas privadas para as públicas. Desse jeito, se fechar escolas, quantos alunos vamos ter por sala? 50, 60, 70? É inaceitável… hoje com 40 alunos por sala, que é a realidade de muitas escolas de São Paulo, como a escola Fernão Dias, ocupada pelos estudantes, a aula fica muito difícil, é muita gente, e normalmente não cabe nem mesmo as cadeiras e mesas para todos os alunos”.

 

Para a professora Solange Loureiro, que leciona matemática na Escola Estadual Ruy Rodriguez, em Campinas, “a previsão é que pelo menos 20 mil colegas professores sejam afetados com o fechamento das escolas. E ainda não temos nenhuma garantia que essa proposta possa melhorar a qualidade da educação. Se esse é o objetivo do governo, eles deveriam investir nas escolas, melhorar a infraestrutura e disponibilizar laboratórios”.

 

Para a APEOESP essa proposta levará a demissão de muitos professores, como foi visto em 1994, durante uma medida similar do então governador Mário Covas, e os remanescentes sofrerão com a redução de salário decorrente da redução de jornada. De acordo com a entidade serão fechadas mais que 94 escolas.

 

No próximo dia 14, durante a reunião de pais e mestres, estudantes e professores, apoiados pelas suas entidades, realizarão uma vigília na porta das 94 escolas que serão fechadas. A ideia é discutir com os pais e alertar que na verdade essa “reorganização” é para gastar menos dinheiro com a educação.

 

“O governo Alckmin diz que é uma medida para melhorar nossas escolas. Mas como fechar escolas vai reduzir a superlotação de salas? Se há tanta sala ociosa como eles dizem, porque a maioria das salas de nossas escolas têm mais de 40 alunos?”, disse Kauê.

 

Apenas este ano o governo do estado fechou mais de 3.390 salas, em sua maioria no período noturno.

 

A próxima atividade geral convocada pela APEOSP será realizada no MASP, na Avenida Paulista, no dia 27 de novembro, a partir das 14 horas.

 

Estudantes ocupam escola em Diadema contra fim do ensino médio e período noturno

 

Alunos de 12 salas do Ensino Médio da Escola Estadual Diadema, antigo Cefam, estão desde as 19h desta segunda-feira (09/11) acampados no refeitório e pátio da unidade escolar. A meta do grupo é fazer o governador Geraldo Alckmin (PSDB) recuar sobre a decisão de fechar o Ensino Médio e o período noturno da unidade escolar. Cerca de 20 alunos, além de pais, professores e representantes da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) passaram a noite na escola.

 

“A princípio, faríamos um acampamento apenas durante o período noturno de aulas, mas os alunos decidiram passar a noite e ficar aqui até que tenhamos uma resposta positiva do governo do Estado”, explicou a estudante Fernanda Freitas, 17 anos, estudante do 2º ano do Ensino Médio. Há barracas, colchonetes, comida e cartazes espalhados pela escola. Para não prejudicar os estudantes que trabalham ou fazem curso durante o dia, os jovens decidiram se revezar. “Cada um fica um período para não prejudicar ninguém”, comentou.

 

Na manhã desta terça-feira (10/11), mais de 50 alunos estavam no acampamento. Animados, os jovens gritavam palavras de ordem e não se deixavam abater pelas tentativas da direção da escola em retirá-los do local. Conforme os alunos, primeiro a diretora chamou os pais dos estudantes que passaram a noite na escola. “O objetivo dela era que os pais viessem buscar os alunos, mas estávamos preparados e fizemos um Termo de Responsabilidade que foi assinado por pais e alunos que passaram a noite aqui”, esclareceu Fernanda. A diretora também passou a noite na escola.

 

Como a tentativa de retirar os alunos, através dos pais dos jovens, não funcionou, a direção da escola chamou a polícia. “Na manhã desta terça, havia quatro viaturas aqui que estavam tentando impedir os alunos do noturno de entrar na escola, mas não nos deixamos intimidar. Somos alunos da escola e ninguém pode nos impedir de entrar”, afirmou Fernanda. Diante da argumentação dos jovens, os policiais permitiram a entrada dos alunos. Por volta das 10h30, apenas uma viatura permanecia no local.

 

PRESOS

 

Além da polícia, na manhã desta terça, conforme os alunos, a direção da escola estava prendendo os alunos do Ensino Fundamental 1 e 2 nas salas de aula, para que os mesmos não se juntassem à manifestação dos estudantes do Ensino Médio. “Estamos sendo reprimidos em sala de aula. Os professores não deixam ninguém sair”, afirmou um aluno da 8º ano. “Para os alunos não participarem, nem mesmo o intervalo foi permitido a eles. Os funcionários estão subindo a comida para as salas de aula”, relatou Fernanda.

 

Além dos estudantes, professores e representantes da Apeoesp estão acompanhando o acampamento. “O movimento está muito organizado, os alunos são conscientes do que estão fazendo e estamos aqui apenas para não deixá-los sozinhos. É nosso papel, enquanto entidade, acompanhá-los”, explicou o coordenador da Apeoesp de Diadema, José Reinaldo de Matos Lima.

 

Conforme Lima, a dirigente regional de ensino no município esteve na escola no período da manhã, mas não falou com os alunos, professores ou representantes da Apeoesp. “Ela apenas saiu dizendo que tomaria as medidas necessárias. Mas o que isso quer dizer, ainda não sabemos”, revelou.

 

REESTRUTURAÇÃO É ALVO DE CRÍTICAS

 

Anunciada em setembro pelo governo de Geraldo Alckmin, a “reestruturação” no ensino estadual visa a ampliação das escolas de ciclo único. A separação física dos alunos por ciclo escolar (primeiros anos do Ensino Fundamental, últimos do Ensino Fundamental e Ensino Médio) resultará no fechamento de 94 unidades em todo o Estado, incluindo seis no ABCD. Além disso, mais de 30 escolas da Região poderão perder o ensino noturno como consequência do novo modelo.

 

A “reestruturação” motivou uma série de atos contrários à medida. A falta de consulta à comunidade acadêmica é uma das principais críticas, já que pais, alunos e professores serão comunicados oficialmente sobre as mudanças somente em encontro marcado para esTe sábado (14/11). A reunião acontecerá em 328 escolas do ABCD.

 

Fonte: ABCD Maior

 

Astrogildo Arruda realiza projeto “Café com Poesia 2015”

Elenco da peça “O Corvo”, composto por estudantes da escola Astrogildo Arruda

 

 

A Escola Estadual Prof. Astrogildo Arruda realizou na última semana de outubro o projeto “café com poesia”. Trata-se de um projeto de incentivo a leitura, ao teatro e as artes em geral, com o objetivo de resgatar grandes obras de artistas nacionais e internacionais.

 

A atividade foi organizada com apoio do grêmio da escola e envolveu estudantes da 5ª serie do fundamental ao 3° ano do médio. Para os membros do grêmio a realização do projeto foi muito importante já que a escola está sob ameaça de fechamento.

 

Para o presidente do grêmio, Bismarck Lucas, que também é diretor da UMES, o projeto é muito importante, embora no seu início tenha sido muito difícil. “Nunca curti a ideia de copiar as coisas, sempre gostei de ‘inventar’, e o nosso projeto foi baseado em atividades da escola Carlos Gomes. Mas depois que tudo começou, com a união de todos, o clima da escola ficou muito bom, tudo mudou, o ambiente escolar ficou fantástico. Tudo decorado e a vontade de cada um aumentando, foi simplesmente lindo”. Para ele o projeto deste ano foi muito importante já que estimulou os alunos a lutarem cada vez mais para manter a escola aberta.

 

O encerramento do evento ficou por conta do 3° A, que apresentou uma peça de teatro baseada nos autores Edgar Allan Poe e Álvares de Azevedo. Diego, ator principal e diretor da peça “O Corvo”, destacou as primeiras dificuldades para dar inicio ao projeto. Ele explicou que foi muito difícil adaptar contos em 3° pessoa para um dialogo. “O processo criativo foi muito difícil, pois pegar um conto 3ª pessoa e transforma-lo em um dialogo não foi fácil, também é meio puxado, pois nenhum de nos somos atores profissionais. Mas aos poucos fomos vendo a evolução e a união do elenco, vendo que tudo que fizemos não foi em vão. Por fim concluímos com uma apresentação maravilhosa graças a todos eles”.

 

 

2º Grito pela educação: nenhuma escola fechada!

Arte publicada pela APEOESP convocando o 2º Grito pela Educação

 

Amanhã, terça dia 10, estudantes e professores estarão juntos mais uma vez contra o fechamento das salas de aula e contra a sua superlotação.

 

Desde que o projeto de reestruturação do governo estadual foi anunciado, a UMES têm afirmado que “quem fecha uma escola abre uma prisão”, e por isso é inadmissível que mais salas sejam fechadas em meio a atual crise econômica, período no qual só aumenta a transferência de alunos da rede privada para a rede pública. Se isso se tornar realidade, com o fechamento de escolas, as salas remanescentes devem ficar ainda mais superlotadas.

 

Por isso convocamos todos os estudantes a participarem com a UMES da manifestação de amanhã!

 

Para nós o fechamento de escolas “é um ataque aos estudantes”. Já que “nossas salas estão superlotadas e os professores ganham uma miséria”, afirma Marcos kauê, presidente da entidade. “Uma reestruturação que fecha escolas não pode melhorar a qualidade da educação. Na verdade esse projeto possui o objetivo de cortar ainda mais os recursos gastos com educação. Fechar escola pública em plena crise econômica é uma loucura”, concluiu.

 

Para ele, principalmente em meio a crise, os governos devem trabalhar para manter mais salas em funcionamento. “O pessoal vai migrar o ano que vem para a escola pública, é óbvio. Ao final desse ano, graças a recessão econômica, teremos no país mais de 2 milhões de desempregados. Onde os filhos desses trabalhadores irão estudar?”

 

Entre 2003 e 2013 o número de alunos da rede privada cresceu 30%, mesmo período onde 300 mil alunos migraram do ensino público para a rede privada, afirma uma pesquisa da Seade. “A situação é crítica, a inadimplência nos colégios particulares aumentou 27,2% nos primeiros seis meses desse ano”, completa kauê.

 

2ª. Mostra Mosfilm de Cinema em SP (2015)

 

Cinemateca Brasileira exibe filmes russos inéditos no Brasil

Entre os dias 3 e 9 de dezembro de 2015 serão apresentados 11 filmes inéditos no Brasil, representativos de diversos períodos do cinema soviético e pós-soviético. A mostra é resultado da parceria entre o Centro Popular de Cultura da UMES, o Mosfilm, maior estúdio de cinema da Rússia, e a Cinemateca Brasileira.

Local: Cinemateca Brasileira
Largo Senador Raul Cardoso, 207 – Vila Clementino
(11) 3512-6111 – Entrada franca

PROGRAMAÇÃO

03/12 QUINTA-FEIRA
 
20h30 – ABERTURA – O CAMINHO PARA BERLIM
Ano: 2015 – Direção: Serguei Popov – Argumento Original: Emmanuil Kazakevich, Konstantin Simonov – Música: Roman Dormidoshin – Colorido, 83 min. – Condenado por covardia ao fuzilamento, tenente russo tem várias oportunidades de escapar, enquanto cruza a estepe escoltado por soldado cazaque até o posto de comando. Baseado em escritos de Konstantin Simonov e Emmanuil Kazakevich, o filme foi lançado por ocasião do 70º. aniversário da vitória do Exército Vermelho sobre o fascismo.
 
04/12 SEXTA-FEIRA
 
19h30 – A FILHA AMERICANA
Ano: 1995 – Direção: Karen Shakhnazarov – Roteiro: Aleksandr Borodyansky – Música: Anatoli Kroll – Colorido, 94 min. – Abandonado pela mulher que decide viver com americano rico no país do Tio Sam, músico russo vai ao seu encontro, dez anos mais tarde, visando restabelecer os laços com a filha pré-adolescente.
 
05/12 SÁBADO
 
17h30 – AVENTURAS EXTRAORDINÁRIAS DE MR. WEST NO PAÍS DOS BOLCHEVIQUES
Ano: 1924 – Direção: Lev Kuleshov – Roteiro: Vsevolod Pudovkin – Silencioso, P&B, 94 min. – Mestre de Eisenstein e Pudovkin, Kulechov, desde o início dos anos 20, explorava a técnica de justaposição das imagens para exprimir conceitos e emoções, valorizando a montagem como o ápice da criação cinematográfica.
19h30 – TRATORISTAS

Ano: 1939 – Direção: Ivan Pyryev – Roteiro: Yevigeni Pomeschkov – Música: Daniil Pokrass, Dmitri Pokrass – P&B, 83 min. – De volta da guerra no Extremo Oriente, piloto de tanque se apaixona pela líder de uma equipe de tratoristas. A canção-tema que acompanha os créditos desta comédia musical se tornou um marcante sucesso popular.

21h00 – LENIN EM 1918
Ano: 1939 – Direção: Mikhail Romm – Roteiro Aleksei Kapler – Música: Nikolai Kryukov – P&B, 106 min. – Nesta continuação do seu "Lenin em Outubro", Romm enfoca o atentado contra o líder bolchevique, voltando a conjugar personagens reais e fictícios numa trama que transporta o espectador ao centro dos acontecimentos.
 

06/12 DOMINGO
 
17h00 – A HISTÓRIA DE UM HOMEM DE VERDADE
Ano: 1948 – Direção: Aleksandr Stolper – Argumento Original: Marya Smirnova – Música: Nikolai Kryukov – P&B, 92 min. – Piloto caído atrás das linhas inimigas não se rende. Gravemente ferido, regressa às fileiras e, após um ano de trabalho para se adaptar às próteses nas duas pernas, volta a voar, completando 86 missões de combate. Os feitos de Alexey Maresyev foram também celebrados no romance de Boris Polevoi e na ópera de Prokofiev, em 1946 e 1948.

19h00 – O CAVALEIRO DA ESTRELA DE OURO
Ano: 1950 – Direção: Yuli Raizman – Argumento Original: Semion Babayevsky – Música: Tikhon Khrennikov – P&B, 112 min. – Veterano da 2ª. Guerra Mundial retorna à aldeia natal e se engaja na luta pela implantação de um plano para a reconstrução de toda a região. Arrojado e polêmico, o plano divide as opiniões. Baseado no romance homônimo de Semion Babayevsky.
 
07/12 SEGUNDA-FEIRA
 
19h00 – BRAÇO DE DIAMANTE
Ano: 1968 – Direção: Leonid Gaidai – Roteiro: Leonid Gaidai – Música: Aleksandr Zatsepin – Colorido, 95 min. – As comédias de Gaidai venderam mais de 600 milhões de ingressos nas Repúblicas Soviéticas. Em uma pesquisa de 1995, “Braço de Diamante” foi eleita a “melhor comédia russa de todos os tempos”.

21h00 – A VIDA É MARAVILHOSA
Ano: 1979 – Direção: Grigory Chukhray – Argumento Original: Giovanni Fago – Música: Armando Travajoli – Colorido, 95 min. – Vinte anos depois de "A Balada do Soldado", Chukhray dirige esta coprodução soviético-italiana estrelada por Giancarlo Giannini, sobre um piloto que só queria levar uma vida tranquila, sem se envolver em política, num mundo conturbado.
 
08/12 TERÇA-FEIRA
 
19h30 – VASSA
Ano: 1983 – Direção: Gleb Panfilov – Argumento Original: Maksim Gorky – Música: Vadim Bibergan – Colorido, 127 min. – Escrita por Maksim Gorky em 1910 e rescrita em 1935, a peça "Vassa Zheleznova" foi a primeira incursão de Panfilov no universo do renomado escritor soviético. Em 1989, ele dirigiria "A Mãe", também com Irina Churikova no papel-título.

09/12 QUARTA-FEIRA
 
19h00 – A CIDADE DOS VENTOS
Ano: 2008 – Direção: Karen Shakhnazarov – Roteiro: Evgueny Nikishov, Sergey Rokotov – Música: Konstantin Shevelyov – Colorido, 105 min. – Na década de 1970, jovem universitário "dissidente" disputa com o amigo comunista o amor da doce Lyuda, enquanto o entusiasmo socialista na URSS vai sofrendo uma gradual, porém contínua, erosão.
21h00 – O CAMINHO PARA BERLIM
– Reprise
 

ENTREVISTA COM OS ORGANIZADORES DA MOSTRA

HP – CPC-UMES Filmes realizou uma mostra em novembro do ano passado na Cinemateca Brasileira. Tinha filmes russos de todas as décadas. Agora vão repetir a dose? Como vocês conseguem esses filmes?
Susana – Baixando da internet [risos]… Temos uma parceria com o Mosfilm, que é o maior estúdio de cinema da Rússia. Não é o único, mas é o maior e mais antigo. Eles nos licenciam filmes para distribuição em DVD e BLU-RAY no Brasil. Eles possuem mais de 2500 títulos representativos da cinematografia soviética, desde Eisenstein, na década de 20, até o período recente. O difícil é escolher. Estamos trazendo para essa mostra um filme lançado neste ano nas comemorações dos 70 anos da vitória sobre o fascismo, "O Caminho para Berlim", de Sergey Popov. Depois vamos lançar em DVD e BLU-RAY.
Bernardo – A mostra do ano passado funcionou muito bem. Foram exibidos 10 filmes, todos em formato DCP ou Beta Digital que possibilitam uma projeção profissional. Tivemos um público de mais de 1200 espectadores. Agora vamos exibir 11 e queremos dobrar o número de espectadores. A Cinemateca Brasileira é o local mais agradável que pode haver para se curtir um bom cinema, a entrada é franca e os filmes são ótimos.

HP – Qual o critério para a seleção?
Bernardo – Nesta mostra adotamos o mesmo critério da anterior. O máximo de variedade em relação aos gêneros e pelo menos um filme representativo de cada década. Começamos com Kuleshov, que foi o mestre de todos. Sua comédia "As Aventuras Extraordinárias de Mr. West no País dos Bolcheviques" é de 1924, ano de fundação do Mosfilm. O roteiro leva a assinatura do iniciante Vsevolod Pudovkin, que em seguida se tornaria diretor de diversos clássicos.
Susana – Tem um filme espetacular, que é de 1995, chamado "A Filha Americana". O filme é do Shakhnazarov, que hoje é presidente do estúdio. Não é como "Tigre Branco" e "Sonhos", filmes de narrativa complexa que ele também dirigiu. É muito simples, direto e aparentemente ingênuo. Mas em 1995, com Ieltsin no comando, Chubais privatizando tudo, Berezovsky pontificando no círculo de oligarcas que parasitavam o Kremlin, a Rússia estava arrasada e praticamente de joelhos para os EUA. Então você pensa: se ainda assim tem maluco com disposição para cruzar o oceano e filmar aquela história, os Estados Unidos ganharam uma batalha, mas não vão ganhar a guerra. Com muita leveza, o filme antecipa o rumo que as coisas começariam a tomar anos mais tarde em virtude de algo que Napoleão e Hitler também não levaram na devida conta: o sentimento nacional do povo.

HP – E os DVDs que vocês têm lançado, como vai a produção?
Bernardo – Temos 10 lançados e dois na fábrica. Vamos fechar o ano com 14 lançamentos. O "Solaris", clássico de Tarkovsky, foi produzido em BLU RAY, em parceria com a Versátil, atendendo a um convite deles, por sinal muito simpático, para nos associarmos no projeto. Os demais são exclusivamente do CPC-UMES Filmes. Temos priorizado as produções das décadas de 30, 40 e 50. Modestamente, queremos dissolver o mito de que não havia vida inteligente nem arte na produção daquele período, só propaganda banal e repetitiva, ocas idealizações do socialismo sem amparo nas contradições e conflitos da vida real. Se tivéssemos um canal a cabo, poderíamos sustentar uma bela programação só com a produção desse período. Até o momento, nossos lançamentos de maior impacto foram "Lenin em Outubro" (1937) e "O Fascismo de Todos os Dias" (1965), ambos de Mikhail Romm.
Susana – Já fizeram até cópia pirata do "Lenin em Outubro" para vender no marreteiro a R$ 5,00…

HP – Então é porque está vendendo muito [risos]…
Susana – Não espalha, senão eles vão querer piratear os outros [risos]… 
Deve ser um pirata politizado e caprichoso, porque as cópias são bem feitinhas. Esse preconceito ao qual o Bernardo se referiu é típico de quem não assistiu os filmes e não quer que ninguém os assista.
Bernardo – Em novembro está saindo "Lenin em 1918", que é a continuação do "Lenin em Outubro". A série terminou aí, porque o ator Boris Shchukin, que criou um Lenin primoroso em seus mínimos detalhes, faleceu em 1939. Nossos lançamentos podem ser encontrados no site www.cpcumesfilmes.org.br ou na 2001, Livraria Cultura, Livraria da Travessa, Arlequim e outras boas casas do ramo.

HP – Então nos encontramos na Cinemateca Brasileira, a abertura é no dia 3 de dezembro, quinta-feira, às  20h30, certo?
Susana – Certo. Mas vocês vão dar uma forcinha extra, não é? A outra entrevista que o HP conosco foi em fevereiro de 2014.

HP – Podem contar com isso.

Publicada na Hora do Povo, 04/11/2015

Estudantes em passeata afirmam que fechar escolas é crime

Estudantes durante ato realizado em frente a Secretaria de Educação

 

Centenas de estudantes ocuparam a Avenida Paulista na manha desta sexta (6) contra a “desestruturação” do governador Geraldo Alckmin. “O que estão fazendo contra nossa educação é um crime, um verdadeiro ataque aos estudantes e aos professores. Eles destruíram a educação pública, e agora nossas salas estão superlotadas e os professores com salários miseráveis. O que Alckmin quer é enterrar de vez a nossa educação com a sua tal reestruturação”, disse o presidente da UMES, Marcos Kauê..

 

“Estamos aqui hoje pra dar um recado para os inimigos da educação. Estamos aqui para dizer ao Alckmin que os estudantes não vão aceitar o fechamento de escolas, não vamos aceitar essa medida para superlotar ainda mais as nossas salas de aula”, afirmou Kauê em frente ao MASP, enquanto os estudantes ocupavam a Avenida Paulista.

 

A manifestação teve início às 8 horas enquanto dezenas de estudantes chegavam com suas delegações vindas de escolas de todas as regiões da cidade de São Paulo. Por volta das 10 horas os estudantes ocuparam três faixas da Paulista e seguiram em direção a Avenida Consolação. Com muita animação eles cantavam diversas palavras de ordem contra o sucateamento da educação. “Pode querer, pode tentar, a minha escola ninguém vai fechar!”, cantavam os estudantes enquanto marchavam com destino a Praça da República, onde fica a sede da Secretaria da Educação.

 

Está é a terceira manifestação convocada pela UMES no MASP para denunciar a “desestruturação”. No total, estudantes e professores já organizaram centenas de atos e manifestações em escolas, delegacias de ensino, Assembleia Legislativa, Câmara dos vereadores, Palácio do Governo, ou na própria Secretaria.

 

Durante a manifestação Kauê também condenou a politica de cortes e recessão do governo federal, que só da educação cortou R$ 10,4 bilhões. Um dia antes, nesta quinta, Kauê sintetizou o significado da “reestruturação” de Alckmin durante a crise. “A política tucana é cruel com a juventude. Justamente por causa da crise é que o governador deveria trabalhar para manter mais salas de aula funcionando. O pessoal vai migrar o ano que vem para a escola pública, é obvio. Ao final desse ano, graças a recessão econômica causada pelo governo Dilma, teremos no país mais de 2 milhões de desempregados. Onde os filhos desses trabalhadores irão estudar?” Disse Kauê em entrevista publicada no jornal Hora do Povo. Na ocasião ele ressaltou que “A situação é crítica, a inadimplência nos colégios particulares aumentou 27,2% nos primeiros seis meses desse ano. Estimasse que, já em 2016, serão pelo menos 144 mil novos alunos no ensino fundamental e médio público, e o Alckmin fechando escola. As salas que hoje já tem 50 alunos vão ter quantos? 70?”

 

Para o vice-presidente da UMES, Tiago Cesar, os estudantes seguirão nas ruas enquanto a reestruturação não for derrotada e houver a certeza de que nenhuma escola, ciclo ou período serão fechados. “Estamos aqui para dizer que somos contra o fechamento de escolas, e seguiremos na rua enquanto essa medida não cair. É importante ocuparmos às ruas contra esse crime, porque quem fecha escola abre cadeia” denunciou o vice-presidente. Ele também denunciou os cortes de Dilma para dar mais recursos aos banqueiros.

 

Durante o percurso pela consolação dezenas de estudantes fizeram uso da palavra. Entre eles Bismarck Lucas, presidente do grêmio da escola Astrogildo Arruda, que esta na lista de escolas que serão fechadas. O estudante criticou a decisão “arbitraria” do governo que decidiu fechar a sua escola e tantas outras. “Como pode um pedagogo defender o fechamento de escolas”, criticou, ao citar os dirigentes das delegacias de ensino.

 

Já Rafael Carneiro, presidente do grêmio do Jose Bustamante, foi mais enfático. Disse que essa proposta de fechar escolas é coisa de “pilantra”. Lucas Penteado (Kóka), presidente do grêmio do Caetano de Campos da Consolação, também criticou a medida e afirmou que sua escola permanecerá mobilizada para impedir a saída dos estudantes do fundamental de sua escola. “Não vamos deixar que fechem escolas ou transfiram estudantes contra sua vontade”.

 

O diretor da UMES Jonathan Oliveira reafirmou que enquanto a reestruturação seguir como proposta os estudantes estarão nas ruas. “Nenhuma escola será fechada. Estamos fartos dessa situação. Queremos educação de qualidade, não salas mais superlotadas e professores sem condições de dar aula”. Ao fim Jonathan pediu uma vaia para Alckmin e seu secretário de educação. “Somos contra a desorganização de Alckmin e contra os cortes de Dilma” disse o diretor da UMES, Caio Guilherme. “Não vamos permitir essa insanidade, vamos ficar na rua até com toda essa sacanagem acabar”.

 

Ao chegarem na Secretaria da Educação, os estudantes realizaram um jogral devido a problemas com o carro de som, onde Kauê falava e os demais jovens repetiam. “Bom dia secretário Herman Voorwald, nós somos os estudantes de São Paulo e viemos em passeata desde a Paulista para dizer que somos contra a sua reestruturação”, disse Kauê em frente a Secretaria. “Gostaríamos de pedir para alguém da vir explicar para os estudantes que história é essa de fechar a nossa escola”.

 

Em seguida Kauê parabenizou os estudantes por mais essa grande manifestação. “Hoje é um dia muito importante. É mais um dia que viemos dizer que somos contra a desestruturação que vai fechar centenas de escolas. Aqui estão diversos estudantes das escolas que o Alckmin quer fechar. Estudantes da escola Francisco Voccio, Astrogildo Arruda que estão na lista. Mas nós não vamos deixar, porque o que queremos são escolas com salas de no máximo 25 alunos, escolas com laboratório de química. Queremos que a Secretária respeite os estudantes. Por isso em quanto for necessário vamos continuar em manifestação”.

 

Ao fim kauê convidou a todos para a manifestação organizada em conjunto com a APEOESP no próximo dia 10, onde será realizado o 2° Grito pela Educação próximo ao Palácio dos Bandeirantes, em frente ao estádio do Morumbi.

 

Agravamento da crise amplia a necessidade da escola pública

Foto: Leonardo Varela

 

Em entrevista ao Hora do Povo, o presidente da União Municipal dos Estudantes Secundaristas (UMES), Marcos Kauê, condenou o fechamento de escolas, anunciado por Geraldo Alckmin (PSDB) e ressaltou que a tendência é de um aumento da procura de vagas nas escolas públicas já no inicio de 2016, devido à gravidade da crise que o país passa. Segundo ele, fechar escolas em tempos de crise “é no mínimo insanidade”. 

 

Hora do Povo – O governo Alckmin pretende fechar ao menos 94 escolas e afirma ainda que isto tem o objetivo de melhorar a qualidade da educação? Como a UMES enxerga esta proposta?

 

Marcos Kauê – Como um ataque aos estudantes. Os governos tucanos destruíram a educação pública. Nossas salas estão superlotadas, os professores ganham uma miséria, as escolas parecem presídios caindo aos pedaços. É um completo descaso.

 

Para afundar de vez a educação, Alckmin resolveu criar a tal reestruturação, ele diz isso, que é pra melhorar a qualidade, mas, na verdade seu objetivo é cortar ainda mais a verba gasta com educação. Fechar escola pública em plena crise econômica é uma insanidade.

 

A política tucana é cruel com a juventude. Justamente por causa da crise é que o governador deveria trabalhar para manter mais salas de aula funcionando. O pessoal vai migrar o ano que vem para a escola pública, é obvio. Ao final desse ano, graças a recessão econômica causada pelo governo Dilma, teremos no país mais de 2 milhões de desempregados. Onde os filhos desses trabalhadores irão estudar?

 

A situação é crítica, a inadimplência nos colégios particulares aumentou 27,2% nos primeiros seis meses desse ano. Estimasse que, já em 2016, serão pelo menos 144 mil novos alunos no ensino fundamental e médio público, e o Alckmin fechando escola. As salas que hoje já tem 50 alunos vão ter quantos? 70?

 

HP – Segundo eles, as escolas estão vazias e há ociosidade das vagas…

 

 Kauê – Claro que há certa ociosidade. Mas, ela está mais ligada à evasão escolar do que a ida dos estudantes para a escola privada, principalmente no ensino médio. E isso também é fruto da política do PSDB no estado. Hoje 15% dos jovens de 15 e 16 anos estão fora da escola, não estão sequer matriculados.

 

Além disso, a política da aprovação automática fez com que muitos desistissem de freqüentar as aulas. Eles dizem que não, mas demanda tem sim, mas o jovem não quer ir pra essa escola que não é nem um pouco atrativa, que não contempla de nenhuma forma as nossas expectativas. Se Alckmin quisesse fazer uma mudança séria na Educação, abriria diálogo com os estudantes.

 

HP – A própria Secretaria de Educação admite que a mudança atingirá 74 mil professores. Com o fechamento das 94 escolas e mudanças de períodos letivos em muitas outras, os professores estão com seus empregos garantidos?

 

Kauê – O secretário Herman [da Educação], já deu declarações em que afirma que os professores efetivos não serão demitidos. Entretanto, ele não se pronuncia sobre os professores temporários, da tal categoria O, que são quase 25% do total, e tem contratos de até dois anos.

 

Agora, se eles querem fechar as escolas, encerrar períodos noturnos e alterar outras turmas. Haverá realmente vaga para todos os outros professores?  Estou certo que não.

 

HP – Por que vocês, da UMES, afirmam que “Quem fecha uma escola, abre uma prisão?”

 

Kauê – Porque é esta a política deles. Não existe nenhum interesse em manter a juventude na escola. Em dar uma educação de qualidade para o conjunto dos jovens. Enquanto o número de escolas públicas no país caiu, o número de presídios construídos aumentou e muito, 250%, se não me engano.

 

Ao mesmo tempo em que, por um lado, as escolas estão fechando, por outro, o desemprego causado pela crise criada por Dilma atinge também a nós, jovens.

 

São os jovens os primeiros a serem impactados pelo desemprego. E uma parcela grande da juventude, caí no crime devido à falta de oportunidade.

 

Por isso, os estudantes parafrasearam o escritor Victor Hugo e dizem: “Quem fecha uma escola, abre uma prisão”.

 

 HP – E o que está sendo feito para barrar o fechamento das escolas?

 

 Kauê – As mobilizações estão acontecendo em todo o estado. Aqui na capital, são dezenas de escolas em mobilização. Estamos fazendo atos e protestos em conjunto com os professores e todos os que são contra esta desestruturação. No começo seriam transferidos de escola um milhão de estudantes e 155 escolas fechariam, em 2016. Com todas essas ações, os tucanos, recuaram e agora o que dizem é fechar ao menos 94 escolas e mudar 311 mil alunos de unidade. Essa é uma importante vitória do movimento.

 

Porém é só uma batalha. Esta guerra só será vencida quando nenhuma sala de aula for fechada e nenhum estudante transferido de escola. As mobilizações continuam.

 

Nesta sexta, dia 6, tem protesto unificado na Paulista.

 

Fonte: Jornal Hora do Povo