Manifestação condena reestruturação de Alckmin para fechar e desorganizar escolas

 

“Nós estudantes estaremos nas ruas mobilizando a juventude enquanto persistir essa proposta de Alckmin para fechar escolas, demitir professores e tirar os alunos a força de suas escolas”disse Marcos Kauê, presidente da UMES durante o ato realizado pelos estudantes em frente a Secretaria de Educação na manha desta sexta (9). “Essa reestruturação é para destruir nossas escolas. Só vamos descansar quando essa proposta for destruída”.

 

“Em 1995 o governo tucano tomou uma medida parecida que separou o fundamental do ensino médio em diversas de escolas. A medida levou a demissão de 20 mil professores, a transferência de milhares de alunos e o fechamento de muitas escolas. Hoje Alckmin quer separar todos os ciclos e isola-los. Isso vai tirar o ensino médio de milhares de escolas. Em outras, não haverá mais o fundamental I ou o II. Toda a rede será afetada. Pelo menos 150 escolas serão fechadas. Mas os estudantes não vão permitir esse crime contra a educação”, afirmou Kauê.

 

“O Alckmin vai ganhar uma passagem pra sair desse lugar. Não é de trem, nem de metrô ou avião, é algemado no camburão!”, cantavam mais de 2.000 estudantes na Avenida Paulista, caminhando sentido a Avenida Consolação, que integrava o trajeto da manifestação rumo a Praça da República, onde fica a sede da secretaria.

 

Confira a entrevista de Kauê aprofundando os problemas da “reestruturação”

 

A concentração teve início às 8 horas em frente ao MASP, e por volta das 9 horas, após reunidas dezenas de escolas da capital, a manifestação seguiu pela Avenida Paulista com destino a Secretaria da Educação. Por todo o trajeto os estudantes agitaram com muitas palavras de ordem denunciando os crimes do governador Geraldo Alckmin, que reforçou o policiamento e inclusive colocou a tropa de choque contra estudantes e professores (ver nota de esclarecimento).

 

Muitas palavras de ordem integravam o repertorio dos estudantes durante sua denúncia contra as medidas de sucateamento da educação por parte de Alckmin, como “Não, não, não! O fechamento não! Fechar a minha escola é coisa de ladrão”, porém também houveram palavras de ordem relacionando as propostas de Alckmin com os cortes de Dilma, como o “O que a Dilma e o Alckmin são? São inimigos da educação!”, ou “Não é mole não, a pátria educadora cortou da educação”. Com muitos cartazes e faixas os estudantes também agitaram palavras de ordem como “Sou estudante de coração, to defendendo a educação”, “Unificou, unificou! É estudante funcionário e professor”, ou “o professor, é meu colega, mexeu com ele o bicho pega”.

 

Durante a marcha muitas pessoas aplaudiam e incentivavam os estudantes, dizendo que cortar da educação é “inadmissível”. Ao chegarem em frente a secretaria, os estudantes se sentaram próximo a Avenida Ipiranga com a rua São João, e vaiaram o governador Geraldo Alckmin por alguns minutos. Logo em seguida os estudantes se dirigiram para a entrada da secretaria e deram início ao seu ato político.

 

“Não tem acordo com o governo, senhor Secretário Herman! Enquanto a reestruturação não for revogada a aula vai ser na rua”, disse Kauê ao abrir o ato. Na sequencia a estudantes Gabriela Mendes, da Escola Estadual Toufic Joulian, disse para o secretário “parar de fingir que não está vendo os estudantes. Dessa vez são os estudantes que estão na rua, porque vocês não ouviram nossos professores, mas agora é a vez dos estudantes, e essa cidade vai parar!”

 

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Caique Nakayama, presidente do grêmio da Escola Estadual Antônio Alcântara Machado, e diretor da UMES, disse que os estudantes de sua escola foram a manifestação dizer que “fechar escola, demitir professores e transferir alunos é coisa de governo fascista”. Para ele a força dos estudantes vai crescer e o “fascismo do governo vai cair, e isso começa hoje”. Já a estudantes da Escola Estadual Amador e Catharina, Natalia Prete, disse que sua “escola está se mobilizando contra a reestruturação”. “Esse governo não vai fechar escola porque não vamos deixar. Vocês são minoria e os estudantes são maioria. Não Somos bobos. Os estudantes estão organizados!”

 

O presidente do grêmio da Escola Estadual Padre Saboia de Medeiros, Pedro Vieira, cuja reestruturação fará a escola fechar, disse que “os estudantes não vão aceitar que fechem o ensino médio de nossa escola”. Vicente, que também é estudantes do Saboia, alertou que “a luta não termina hoje. Nossa escola não vai fechar, e além disso vamos lutar para melhora-la ainda mais”.

 

Durante o ato Kauê convidou o sindicalista Carlos Pereira, da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil para dar o seu recado aos estudantes. Pereira disse que os “trabalhadores vieram dar seu apoio aos estudantes”. Para ele “se a juventude estuda, é para ter futuro. Estão tirando nossa escola e o nosso emprego. Estão tirando o nosso futuro”, afirmou ao se referir aos cortes de Dilma e a medida de Alckmin. “Estão dando o nosso dinheiro para os banqueiros, é por isso que estão cortando nossa escola e o nosso emprego” ressaltou.

 

Também estiveram presentes o diretor de cultura da União Brasileira dos Estudantes (UBES), Wesley Machado e o vice-presidente para a capital da União Paulista dos Estudantes Secundaristas (UPES), Daniel Cruz. Ambos denunciaram as manobras de Alckmin para cortar da educação e afirmaram o governador não terá sossego.

 

Repúdio a violência

 

“Repudiamos e somos contra a repressão desse governo. Quem bate em jovens defendendo seu direito a educação comete um crime absurdo, é coisa de governo fascista. Hoje eles prenderam estudantes e até mesmo um professor. Vamos sair daqui direto para a delegacia com nosso advogado, por que isso é inadmissível”, disse Kauê durante o ato na secretaria, se referindo aos ataques desnecessários da polícia de Alckmin contra estudantes ainda no início da manifestação.

 

A estudante da Escola Estadual Raul Fonseca, Gabriela, cujo professor foi preso, denunciou a barbaridade cometida pela policia enviada sob as ordens de Alckmin. “Nosso professor foi preso defendendo os estudantes. Se esse governo quer fazer terrorismo contra os estudantes que defende sua escola, o bicho vai pegar, porque não vamos sair das ruas”.

 

*Fotos: Leonardo Varela

 

Nota de repúdio e esclarecimento

 

A UMES repudia as prisões e ações truculentas da policia a serviço do governo de Geraldo Alckmin.

 

Nossa manifestação contra a reestruturação do governador estava ocorrendo de forma pacifica e respeitosa, ate que a tropa de choque foi enviada para reforçar o forte policiamento e a pancadaria começou. Um absurdo, comparável a medidas de governos fascistas. Esta violência é ainda mais absurda quando imposta contra jovens e professores que estão lutando pela defesa de suas escolas e por educação pública de qualidade.

 

Também gostaríamos de desmentir todo e qualquer tipo de noticia ou informação que busque indispor a UMES com as vítimas da violência policial perpetrada durante nossa manifestação. 

 

Kauê: contra a “reestruturação” de Alckmin, todos à Paulista

Amanhã a UMES realizará uma grande manifestação unificando os esforços e denuncias das últimas semanas, onde em dezenas de escolas estudantes realizaram manifestações contra a “reestruturação” de Alckmin, que fechará mais de mil escolas, resultando na demissão em massa de professores e a transferência de milhões de estudantes. A manifestação será na Avenida Paulista, às 8 horas no Vão Livre do MASP.

 

 

Nesse sentido publicamos a entrevista abaixo, com o presidente da UMES, Marcos Kauê, no  sentido de aprofundar o debate e contribuir com a discussão.

 

Kauê, o que mudará com a reforma educacional que o governo Alckmin está propondo para São Paulo?

 

O que vai mudar com essa “reestruturação” que o governo está propondo, bem, a primeira questão é que os estudante serão separados por ciclos específicos. Então no momento que você separa os alunos por ciclos, você impede qualquer tipo de integração entre jovens de diferentes idades. Essa é uma proposta que se diz pedagógica, mas é equivocada. Na escola aprendemos a viver em sociedade, porque é a melhor forma para se aprender, e agora isso não vai acontecer mais.

 

Como o governo vai fechar mais de mil escolas, isto vai levar a superlotação das salas de aula. Basta ver que as salas do ensino médio tem mais de 40 alunos por sala. E as diretrizes de base afirmam que este limite é de 40 alunos. Hoje o sistema educacional do governo do Estado é completamente inadequado para atender a demanda de nossa juventude. E os problemas só começam com a superlotação, porque nossas escolas estão caindo aos pedaços, não temos laboratórios, quadras esportivas. Nossos professores, quando temos professores em sala, são mal remunerados.

 

A nossa luta junto do Estado não é para fechar sala de aula, mas sim para reduzir o numero de alunos por sala de aula, porque só assim vamos aumentar a qualidade de nossas aulas. Porém o governo Alckmin afirma que existe uma demanda menor. Mas isso é mentira. E quem está em sala de aula sabe disso.

 

Essa medida também vai levar os estudantes a ficarem completamente abandonados dentro das salas de aula, porque esta é uma proposta de reduzir nossas escolas a uma estrutura mínima.

 

Que prejuízos serão impostos aos estudantes, professores e a população em geral?

 

Os prejuízos serão o fechamento de escolas, a demissão em massa de professores e salas de aulas completamente lotadas. S transferência de milhões de estudantes para outras escolas mais longe de suas casas e sem nenhuma ligação com sua formação escolar.

 

Teremos um aparelho a menos do Estado para atender a sociedade. Em muitas regiões de nossa cidade a escola é um instrumento de combate a vulnerabilidade social. E essas estruturas serão fechadas e reduzidas. Ou seja, perder ou reduzir esses espaços é um prejuízo muito grande.

 

Boa parte dos movimentos sociais não relaciona essa medida ao ajuste neoliberal de Dilma, que corta bilhões da educação, saúde e direitos trabalhistas, impondo uma dura crise econômica e social ao povo. Mas a UMES sim. Por que?

 

A UMES tem claro que os cortes impostos ao Brasil nestes últimos meses pela Dilma propiciam maiores condições para medidas como a “reestruturação” do Alckmin, que anuncia descaradamente que vai fechar escolas, demitir professores e transferir muitos alunos. É um caso parecido ao visto na proposta de redução da maioridade penal de Cunha.

 

Quando um governo corta bilhões da educação, saúde e diversos direitos sociais e trabalhistas, deixando a população de lado apenas para dar esses recursos aos banqueiros, essa decisão vai afetar diretamente o desenvolvimento do país. E nós sabemos que o investimento na educação é o que alavanca o desenvolvimento de um país. O investimento na educação, o investimento público. Então é simples, essas medidas do Alckmin para cortar da educação, fechando milhares de escolas e acabando com o ensino médio ou fundamental em muitas outras escolas, não são nada mais que a continuidade do ajuste neoliberal de Dilma imposto ao Brasil, porém restrito a São Paulo.

 

Por parte da Dilma já foram mais de R$10,4 bilhões cortados da educação, bilhões cortados da saúde, do Ministério das Cidades, foram dezenas de bilhões tirados dos direitos do povo. E isso é uma forma de cortar da população e fazer o povo pagar pela exigência de mega lucro dos banqueiros internacionais, enquanto o mundo está em crise. Só este ano será repassado pelo menos R$ 450 bilhões aos banqueiros. E o que o governo estadual está fazendo é muito parecido. Para eles educação não é investimento, educação é gasto. E gasto precisa ser reduzido, precisa ser cortado. Mas a educação não pode ser tratada como gasto. Então nós vamos denunciar esse crime. Porque de acordo com o nosso estatuto é nosso dever denunciar os traidores da pátria, os entreguistas, e principalmente zelar pela soberania nacional. E o que estamos achando nesse momento é que a Dilma está indo na contramão dos interesses do Brasil.

 

A reestruturação de Alckmin está mobilizando alunos, professores e até mesmo a direção das escolas. Como os cortes da Dilma se relacionam nesse contexto de mobilizações?

 

Em um primeiro momento a “reestruturação” de Alckmin mobiliza porque os estudantes, sua família, os professores, direção e funcionários da escola tem uma relação muito profunda com o ambiente escolar.

 

Na verdade o que existe é uma revolta muito grande com tudo o que está acontecendo no nosso país, e aí o Alckmin vem com uma medida que vai fechar escolas, demitir professores e transferir milhões de alunos. É como jogar fogo em um barril de pólvora.

 

Quanto a Dilma, ela cometeu um estelionato eleitoral. O povo votou nela e acreditou que ela faria o que prometeu. E agora todos estão indignados com a recessão, os cortes de direitos e toda essa corrupção na Petrobras. E mesmo ela se esforçando muito para sustentar o estelionato, mentira tem perna curta. E com aliados como o Cunha, Temer, Renan e até mesmo o Collor, não precisa ser muito ‘ligado’ para perceber que isso não pode durar muito.

 

A UMES tem organizado diversas manifestações contra a reforma de Alckmin. E no próximo dia 9 de outubro realizará uma manifestação contra o ajuste de Dilma e a ‘reestruturação” do governo de São Paulo. O que você espera dessa manifestação?

 

Acho que está manifestação vai cumprir alguns papeis. Em primeiro lugar esta manifestação vai mobilizar os estudantes contra o fechamento de nossas escolas. Mas acredito que vamos avançar ainda mais nessa construção, porque se o Alckmin está fechando escolas, a Dilma está destruindo não só a educação nacional, mas a saúde e dezenas de direitos sociais e trabalhistas conquistados com muita luta.

 

Então vamos nos reunir às 8 horas no MASP, e depois marchar até a Secretaria de Educação contra essa “estruturação” do Alckmin. Vamos declarar guerra a esse governo do Estado que fecha escolas. Porém vamos chamar a atenção da população e dos estudantes para o ajuste de Dilma, que é que realmente aperta o nosso pescoço. Estão todos convocados!

 

Meia-entrada para estudante é regulamentada para todo o país

 

“É uma grande vitoria para os estudantes, muito bem vinda nesse momento que a educação sofre um ataque profundo, tanto do governo federal, que cortou bilhões para fazer os banqueiros mais ricos, como do governo estadual, que há 20 anos fecha escolas, e agora quer acabar com nossa educação de vez”, disse Marcos Kauê, presidente da UMES.

 

Já fez a suas Carteira de Identificação Estudantil? 

 

 

Kauê explicou que a Lei Nacional de Meia-entrada, Projeto de Lei 188/2007, foi sancionada nesta terça (6), quase dois anos após sua aprovação pelo Senado Federal, no dia 4 de dezembro de 2013, cerca de dois anos após ser sancionada pelo governo federal.

 

A lei assegura o desconto de 50% em eventos culturais e esportivos para todos os estudantes do país, garantindo aos estudantes 40% do total dos ingressos oferecidos pelos eventos. Antes da regulamentação, em muitos municípios, os estudantes não tinham o beneficio. A partir de agora, as produtoras de eventos têm a obrigação de comunicar caso os ingressos para estudantes se esgotem, bem como precisam apresentar um relatório de vendas discriminando os ingressos comercializados para os estudantes.  

 

A partir de agora apenas os estudantes são responsáveis pela confecção de sua carteira de identificação, a Carteira de Identificação Estudantil, que será confeccionada pelas entidades estudantis. Em São Paulo, além da UMES, estão habilitadas a emitir o documento a UNE(União Nacional dos Estudantes), a ANPG (Associação Nacional de Pós-Graduandos), a UBES (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas) e os Centros Acadêmicos e Diretórios Centrais dos Estudantes.

 

Os estudantes de baixa renda, entre 15 e 29 anos, poderão adquirir a sua carteirinha estudantil após a apresentação da Identidade Jovem, emitida pela Secretaria Nacional da Juventude.

 

A meia-entrada é o maior beneficio dos estudantes, e foi cassada na década de 1980 pela ditadura, e reconquistada pela UMES em 1992, permitindo que estudantes retomassem o beneficio nos cinemas, teatros, shows, estádios, circos, e muito mais. Em 1993, com a conquista da meia-entrada, os estudantes conseguiram o meio-passe, que potencializou a principal conquista dos estudantes.

 

A nova lei revogou a Medida Provisória 2208/01, de 17 de agosto de 2001, que mais uma vez cassou o direito a meia-entrada ao desregulamentar a sua confecção pelas entidades, e conferindo a qualquer “documento”, como comprovantes de pagamento de mensalidade, “a qualificação da situação jurídica de estudante”. A medida basicamente extinguiu a meia-entrada ao ampliar as fraudes.

 

Todos os estabelecimentos têm até 1º de dezembro para se adequar as novas regras.

 

900 estudantes repudiam “reestruturação” de Alckmin na Diretoria de Ensino Centro-Sul

 

A manhã desta terça (6) começou agitada, com a mobilização de centenas de escolas contra a reestruturação de Alckmin. Este foi o caso da Escola Estadual Raul Fonseca, no Ipiranga, onde os estudantes organizaram uma manifestação reunindo 900 pessoas, entre estudantes, professores e pais contra o fechamento de mais salas de aulas pelo governo do Estado. Para o professor Dimitri, que leciona na escola, “estas medidas do governo Alckmin são para cortar da educação, da mesma forma que vem fazendo o governo federal”, disse no ato de início da manifestação.

 

A concentração teve início às 7 horas, e após reunir cerca de 250 estudantes, partiu em direção a Diretoria de Ensino Centro-Sul. No caminho os estudantes realizaram atos em frente as escolas estaduais Antônio Alcântara Machado, Júlio Ribeiro e Professora Martha Figueira Netto da Silva.

 

Em frente a escola Alcântara Machado os estudantes denunciaram a medida de Alckmin que deve fechar ao menos 1000 escolas, demitir milhares de professores e obrigar milhões de estudantes a mudarem de escola. Os estudantes do Alcântara foram convidados a integrarem a manifestação, porém a diretoria da escola fechou os portões e impediu que qualquer estudante se somasse a manifestação. Pouco depois os membros do grêmio redigiram uma carta repudiando as medidas de Alckmin. “É inadmissível que escolas sejam fechadas, tal ato é uma agressão ao jovem, nós estudantes não vamos tolerar. Já não basta os cortes bilionários feitos na educação, já não basta Geraldo Alckmin promover um processo de sucateamento das escolas públicas desde o primeiro mandato”, afirma a carta publica pelo estudante Caique Nakayama, no seu perfil do Facebook.

 

Logo em seguida os estudantes seguiram para frente da Escola Estadual Júlio Ribeiro, onde foi realizado um novo ato que convidou os estudantes da escola a se somarem a luta contra as medidas dos governos estadual e federal. A direção da escola também proibiu os estudantes de se manifestarem contra o fechamento das escolas, porém mais de 100 alunos conseguiram se somar a manifestação. Depois foi a vez da Escola Estadual Professora Martha Figueira Netto da Silva, onde mais de 300 estudantes saíram de suas aulas indignados com a proposta de fechamento da escola, e seguiram em marcha até a Diretoria de Ensino Centro-Sul.

 

Ao chegarem na Diretoria de Ensino Centro-Sul uma comissão de estudantes, professores e pais foi recebida pela supervisora da Diretoria de Ensino após a realização de um ato político em denuncia das medidas do governo do Estado.

 

Durante a reunião Marcos Kauê, presidente da UMES, disse a representante da Diretoria de Ensino que diversas manifestações já haviam sido organizadas para repudiar a medida do governo. “Se o governo prioriza realmente a educação, porque está fechando escola, sala de aula e período ou realocando estudante? Hoje temos mais de 42 alunos em sala de aula. Se fechar mais escolas vamos superlotar ainda mais as salas. Gostaríamos que a Diretoria de Ensino e a Secretaria de Educação nos explicassem como vão melhorar a educação excluindo os estudantes de suas escolas, porque conversando com os estudantes e professores nós sabemos que essa não é a solução”. Kauê ainda denunciou na reunião que nada foi discutido com os professores e estudantes, “foi uma decisão de cima”.

 

Ao fim de sua fala ele disse que as manifestações estavam apenas começando e afirmou que os estudantes vão “continuar se organizando contra essa bagunça, porque essa medida não é ‘reestruturação’. Dia 9 de outubro estaremos na Paulista”.

 

Já Roberto Guido, professor e Secretário de Comunicações da Apeoesp, denunciou que mais de 1000 escolas seriam fechadas, levando a demissão massiva de funcionários e professores e a transferência de milhões de alunos. Ele relembrou que durante o ano de 1995 uma medida similar levou a demissão de 20 mil professores e ao fechamento de diversas escolas. “Nossa discussão não é no varejo, é no atacado. Dez escolas estão presentes neste ato e são contra a ‘reestruturação’! Isso é uma medida do governo para cortar da educação”, denunciou o professor. “A proposta e o entendimento da comunidade das escolas da região Centro-Sul é de que a Diretoria de Ensino precisa encaminhar que os estudantes, professores, pais e os moradores da região são contra a ‘reestruturaçã!’”, completou o professor Antônio Carlos, também da escola Martha Figueira, que já teve notificado o seu fechamento.

 

Para Gabriella, estudante do Raul Fonseca, que está na escola há 3 anos, “a decisão é uma absurdo”, disse a estudante durante a reunião. “O governo não pode fechar escola”. Já o estudante Rafael, da escola Martha Figueira, que também estava presente na reunião disse que o fechamento de sua escola era um crime. “Os estudantes não vão aceitar essa medida”.

 

Carta do presidente do grêmio da E. E. Alcântara Machado contra a reestruturação de Alckmin

Abaixo reproduzimos na integra a carta do grêmio da Escola Estadual Antônio Alcântara Machado, publicada no Facebook de Caique Nakayama*. O documento denuncia as manobras de Alckmin contra a educação.

 

A carta foi publicada nesta terça (6) após os estudantes da escola serem impedidos pela direção de manifestar sua opinião contraria a “reestruturação”

 

Por meio desta e em nome do Grêmio da Escola Estadual Antônio Alcântara Machado informo que nós repudiamos quaisquer ações impostas pelo governo, seja de nível estadual ou federal, contra o setor da educação. É inadmissível que escolas sejam fechadas, tal ato é uma agressão ao jovem, nós estudantes não iremos tolerar. Já não basta os cortes bilionários feitos na educação, já não basta Geraldo Alckmin promover um processo de sucateamento das escolas públicas desde o primeiro mandato (além dele, os governadores tucanos antecessores faziam o mesmo). A reestruturação é um crime! A reestruturação é um ataque ao direito do estudante na permanência da escola, como já diz no Art.3º da lei Nº 9.394, de 20 de Dezembro de 1996. Não manuseie os alunos da rede estadual como gado, senhor Governador, não nos trate dessa forma pois diremos NÃO para suas ações abusivas!

 

Estudantes do Estado de São Paulo, uni-vos!

*Caique Nakayama é presidente do grêmio da Escola Estadual Antônio Alcântara Machado e diretor da UMES 

 

Cinema no Bixiga apresenta o filme “Soy Cuba”

 

No próximo sábado (10) a mostra subversiva do Cinema no Bixiga apresenta o filme “Soy Cuba”, de Mikhail Kalatozov (1964). A sessão será iniciada às 17 horas no Cine-Teatro Denoy de Oliveira, na Rua Rui Barbosa, 323, na Bela Vista. A entrada é franca, participe!

 

SOY CUBA – Mikhail Kalatozov (1964), CUBA/UNIÃO SOVIÉTICA, 141 min.

 

Para maiores informações entre em contato pelo telefone (11) 3289-7475 ou pelo Facebook.

 

O Cine-Teatro Denoy de Oliveira fica na Rua Rui Barbosa 323, Bela Vista (Sede Central da UMES).

 

 

 

Confira abaixo a programação e participe!

 

 

(10/10) SOY CUBA – Mikhail Kalatozov (1964), CUBA/UNIÃO SOVIÉTICA, 141 min.

 

(17/10) KAMCHATKA – Marcelo Piñeyro (2002), ARGENTINA, 106 min.

 

(24/10) MACHUCA – Andrés Wood (2004), CHILE/ESPANHA, 116 min.

 

(31/10) 7 CAIXAS – Juan Carlos Maneglia e Tana Schembori (2012), PARAGUAI, 110 min.

 

(07/11) CLUBE DA LUA – Juan José Campanella (2004), ARGENTINA, 143 min.

 

 

Estudantes da escola Raul Fonseca vão às ruas contra o fim do ensino médio na escola

 

Na manhã desta quarta (6) os estudantes da Escola Estadual Raul Fonseca, no Ipiranga, realizarão sua primeira manifestação contra o processo de "reestruturação" de Alckmin, que na verdade fechará milhares de escolas, resultando em demissão de professores e transferência massiva de estudantes.

 

A medida consiste na divisão das escolas do estado nos ciclos fundamental I, II e ensino médio. Em 1995, ano no qual o então governador Mário Covas separou parte do fundamental I dos demais ciclos, mais de 20 mil professores foram demitidos. Desde então, as matrículas oferecidas pelo Estado foram reduzidas em 2 milhões e milhares de escolas foram fechadas.

 

"Saber que tem pessoas que nos apóiam é gratificante" disse Matheus Patrocínio, estudante do ensino médio da escola Raul Fonseca, e um dos organizadores da manifestação, ao avaliar a parceria dos estudantes da escola com a UMES.

 

A jovem liderança explicou que sua escola foi notificada semana passada durante uma reunião na Diretoria de Ensino da região, quando a direção da escola ficou sabendo que não haverá mas ensino médio na escola a partir de 2015. "Não nos conformamos com essa situação e vamos até o fim por aquilo que sabemos que é o melhor para nós mesmos" exclamou o jovem, que acompanhado de seus amigos da escola, Carolina Ossa, Vinicius Barbosa e Diogo Balieiro, foram à sede da UMES imprimir panfletos e fazer faixas para a manifestação. Também estava presente Thaís Jorge, estudante do Objetivo do Ipiranga que está apoiando a manifestação. A manifestação pode ser acompanhada pelo evento do Facebook.

 

Marcos Kauê, presidente da UMES, que ajudou os estudantes a produzirem o panfleto e as faixas que serão utilizadas durante a marcha da escola até a Diretoria de Ensino, disse que “neste momento o Governador Alckmin e o Secretário de Educação estão organizando uma ‘reestruturação’ educacional que fará os estudantes sofrerem ainda mais. A medida é uma continuação do que aconteceu em 1995, quando o governo do Estado deixou milhares de estudantes fora da escola e demitiu professores aos montes”.

 

“Essa política de desrespeitar a educação e o povo brasileiro também é perpetrada pela Presidente Dilma, que corta da educação, saúde, dos trabalhadores e das cidades, tirando do povo pra passar aos banqueiros. Por isso nesta sexta-feira os estudantes vão as ruas contra os tucanos e os neotucanos, que estão destruindo a educação e fazendo o povo pagar com os seus desgovernos”, disse Kauê, que convidou a todos os estudantes da escola Raul Fonseca para a manifestação do dia 9 de outubro. Os estudantes confirmaram sua presença e também disseram que vão mobilizar a escola para a atividade.

 

 

Comunidade da E. E. Saboia: estamos lutando contra um governo que abre cadeia e fecha escola

 

Hoje os estudantes da Escola Estadual Padre Saboia de Medeiros realizaram sua segunda manifestação contra o fechamento da escola. A medida faz parte da reforma proposta pelo governo Alckmin, e pode levar ao fechamento mais de 1000 escolas.

 

“Parece que o governo Alckmin e o governo federal de Dilma decidiram juntos atacar a educação. Ambos cortaram da educação e agora o Alckmin vêm com essa medida que vai fechar milhares de escolas. Isso é inaceitável, e a UMES vai mobilizar os estudantes da cidade contra esses crimes. Por isso estamos incentivando e fortalecendo essas manifestações, e dia 9 de outubro realizaremos uma marcha na Avenida Paulista contra essas políticas neoliberais” disse Marcos Kauê, presidente da UMES que compôs comando de organização da manifestação junto ao grêmio e estudantes.

 

Confira a última manifestação dos estudantes do Saboia

 

Para o presidente do grêmio, Pedro Vieira, a medida atende apenas os interesses do governo antipopular de Alckmin sem se preocupar com os estudantes. Ele disse que é um absurdo tirar a escola da juventude para transforma-la em um prédio administrativo da diretoria de ensino.

 

A manifestação teve início em frente ao Saboia e partiu em marcha até a Diretoria de Ensino Sul 1, em Santo Amaro. Ao todo participaram mais de 400 estudantes que contaram com professores, pais, e muitos membros da comunidade. Também estavam presentes representantes da Apeoesp, o deputado estadual Carlos Giannazi e diversos estudantes da Escola Estadual Santos Dias, que fica em Interlagos. “Estamos aqui ajudando os estudantes e professores do Saboia porque nossa escola também esta passando por essa ‘reestruturação’ que vai fechar o noturno e transferir o ensino médio para outras escolas. Pedimos a ajuda de todos para que colaborem com essas mobilizações. Não vamos desistir, vamos lutar até o fim e vamos vencer”, afirmou Ana Carolina, estudante da escola Santos Dias.

 

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Para a diretora do Saboia, Denise Elisei, que mesmo em férias participou de toda a manifestação, “a escola Padre Saboia não pode fechar por diversos motivos. Primeiro porque é uma escola de extrema importância no bairro, ela tem uma importância histórica, social e econômica. É uma escola que atende muitas comunidades do entorno. Hoje temos 800 alunos, e no último período temos melhorado os índices do IDESP (indicador de qualidade do ensino em São Paulo), temos colocado alunos em importantes universidades públicas e em algumas universidades privadas de relevância. Então é uma escola que têm sua importância”, disse a diretora indignada que ao fim afirmou que “estamos aqui lutando contra um estado que abre cadeia e fecha escola”.

 

 

Ana Carolina, da Escola Estadual Santos Dias, “estamos aqui ajudando os estudantes e professores do Saboia porque nossa escola também esta passando por essa ‘reestruturação’ que vai fechar o noturno e transferir o ensino médio para outras escolas. Pedimos a ajuda de todos, para que colaborem com essas mobilizações. Não vamos desistir, vamos lutar até o fim e vamos vencer”.

 

Reunião com a Diretoria de Ensino

 

Chegando a diretoria de ensino uma comissão composta por estudantes, membros do grêmio, pais, professores, direção da escola, representantes da UMES, Apeoesp e CSP-Conlutas foi recebida.

 

A reunião teve início com uma representante da Diretoria de Ensino afirmando que o fechamento da escola era uma proposta do governo do Estado. De acordo com a porta-voz, se a comunidade escolar realmente deseja que a escola siga em funcionamento, estes devem apresentar explicações e argumentos para que a escola não feche. “Com estes dados a diretoria irá avaliar”, afirmou.

 

Na reunião Kauê afirmou que a diretoria de ensino permaneceu calada quando foi questionada sobre os critérios e o porque do fechamento da escola. Para o dirigente da UMES quem fecha escola não defende a educação. “A diretoria de ensino deveria discutir como reduzir a superlotação das salas de aula, como melhorar a qualidade do ensino e como acabar com a evasão. O que o governo do Estado está fazendo segue dentro do projeto de Dilma, a tal da Pátria Educadora, que só corta e corta da educação”.

 

O representante da Apeoesp, Pedro Paulo, pediu o mapa das escolas que seriam fechadas, porém o seu pedido foi negado pela diretoria.

 

“É um absurdo o governo fechar a escola e nos transferir para salas superlotadas, em outras escolas que nada tem a ver com nossa formação” disse o presidente do grêmio, Pedro Vieira. Por sua vez, o estudante Vicente disse que a diretoria de ensino deveria ser menos burocrata. “Estes números são pessoas, são estudantes, não estamos falando de gado”.

 

Capoeira na UMES realiza roda no Roldão

 

A Capoeira na UMES realizou nesta quinta (1) uma apresentação de capoeira na Escola Estadual Professor Roldão Lopes de Barros. A atividade havia sido organizada pelo grêmio durante uma visita da diretoria da UMES a escola.

 

Para o professor-instrutor Pavio a apresentação foi muito boa. Havia mais de mais de 200 alunos assistindo a apresentação durante o intervalo, e ao final 26 estudantes da escola se inscreveram nas aulas da Capoeira da UMES.

 

Durante a semana o grêmio mobilizou a escola para a apresentação, passando em sala e convidando os estudantes. Nos próximos dias 13 e 14 a Capoeira na UMES retornará a escola para mais uma apresentação, semana na qual o grêmio realizará uma serie de palestras e oficinas como teatro, mostra de cinema, palestras e aulas de francês, alemão e espanhol.

 

E você, também deseja fazer aulas de capoeira na UMES? Entre em contato pelo telefone (11) 3289-7475, ou venha falar com a gente na Rua Rui Barbosa, 323, no subsolo. Nossas aulas ocorrem todas as terças e quintas, nos períodos da tarde e noite, entre as 14 e 15:30 horas ou 19:30 e 21 horas.