CPC-UMES lança loja virtual de filmes soviéticos

O Centro Popular de Cultura da UMES lançou nesta semana a loja virtual da CPC-UMES Filmes, que comercializará DVD’s de filmes russos inéditos no país, além de produções próprias.

A licença para comercialização dos DVD’s da chamada “Série Soviética” foi fruto de uma parceria com o Mosfilm, maior estúdio da Rússia e um dos maiores da Europa.

Serão 18 filmes, sendo a maioria inédita nos cinemas e televisão brasileira. Entre os já disponíveis estão: Lênin em Outubro (1937), Volga-Volga (1938), Tratoristas (1939) e Circus (1936).

 

Acesse a loja virtual do CPC-UMES Filmes:

 

www.cpcumesfilmes.org.br

 

Confira entrevista com Bernardo Torres e Susana Santos, do CPC-UMES Filmes.

 

CPC-UMES anuncia lançamento em DVD da série “Cinema Soviético”

entrevista publicada na Hora do Povo

A cinematografia soviética posterior aos anos 20, quase desconhecida no Brasil, finalmente chega ao país com o lançamento pelo CPC-UMES (Centro Popular de Cultura da União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo) da série em DVD "Cinema Soviético".

Após uma negociação de mais de um ano com o estúdio Mosfilm e a ida à Rússia dos representantes do Núcleo de Cinema do CPC-UMES, Bernardo Torres e Susana Lischinsky, o contrato de licenciamento para a distribuição em DVD no país foi fechado.

O Mosfilm existe há 90 anos e tem mais de 2.500 filmes em seu acervo. O contrato com o CPC-UMES para a distribuição de DVDs é o primeiro firmado pelo estúdio com uma instituição no Brasil.

 

HP –De onde veio a ideia do CPC da UMES de lançar em DVD uma série dedicada ao cinema soviético?

Bernardo –É uma ideia antiga, que foi reforçada pelas sessões que temos realizado aos sábados, já há dois anos, no Cine-Teatro Denoy de Oliveira. No Brasil, há um conhecimento mediano e possibilidades de acesso em DVD, ainda que com cópias precárias, à cinematografia soviética dos anos 20: Eisenstein, Pudovkin, Kuleshov, Vertov, etc. Mas há um desconhecimento quase completo sobre o que veio depois, particularmente sobre a produção dos anos 30, 40 e primeira metade da década de 50. Desconhecimento que alimenta o mito de que é uma produção de baixo teor artístico.

 

HP –E não é?

Bernardo –Claro que não. O problema é que do ponto de vista do sistema capitalista ela é mais corrosiva e mais difícil de ser assimilada. Primeiro por ser cinema falado, cujas possibilidades expressivas são superiores às do cinema mudo. Segundo porque o muito combatido e pouco conhecido realismo socialista, ao se libertar dos excessos expressionistas presentes na estética anterior, tornou-se mais capaz de lidar com a complexidade humana.

 

HP –Os filmes não são simplistas, dogmáticos?

Susana –Não, são profundos, comoventes, verdadeiros. E é preciso vê-los, pois não fica bem formar juízos a partir de preconceitos.

 

HP –Como vocês acharam esses filmes?

Susana –Inicialmente, garimpando. Depois abrindo uma longa negociação com o Mosfilm, que durou mais de um ano, com e-mail para lá e para cá, até que nos convidaram a dar uma chegada até Moscou. O Mosfilm é hoje o maior estúdio de cinema da Europa. Existe há 90 anos. Tem em seu acervo mais de 2.500 filmes, a maioria realizados nesse período em que, como dizem os sabidos, "se parou de fazer cinema na URSS". O estúdio está dirigido desde 1998 por Karen Shakhnazarov, um cineasta de obra sólida, criativa e coerente. Em 2012, "Tigre Branco", filme dirigido por ele, recebeu indicação para o Oscar de melhor filme estrangeiro.

 

HP –E o resultado das conversas em Moscou, foi dentro do previsto?

Bernardo –Foi até melhor. Fechamos um contrato para o licenciamento de 14 filmes que vamos lançar durante este ano. Licenciar é importante, porque nos garante o acesso à matriz original ou restaurada, em ambos os casos a uma matriz analógica. Tem muito DVD no mercado que é cópia da cópia. E o cara que faz essa lambança, copiar um arquivo que já está comprimido, vende assim para a loja, que por sua vez repassa ao público. Ele não está nem aí para a licença, que lhe daria a chance de oferecer um produto com melhor acabamento. Esta é a medida do respeito que tem pela arte, pelo público, pelos autores e produtores das obras – e também por si próprio.

 

HP –Que obras o Mosfilm licenciou para o CPC-UMES?

Susana –Se declinarmos todas, você não vai precisar nos entrevistar das outras vezes [risos]. E necessitamos muito deste apoio em cada lançamento. Em março vamos lançar os dois primeiros da série: o épico "Lenin em Outubro" (Mikhail Romm, 1937) e a comédia musical "Volga,Volga" (Grigory Aleksandrov, 1938). Além de outras obras desses diretores, há o filme de estreia de Chukhray, conhecido no Brasil pelo clássico "A Balada do Soldado" (1959). Obtivemos também o último trabalho do lendário Vselvolod Pudovkin, realizado em 1953, filmes de Ivan Pyriev, Mikhail Chiaureli, Yuri Ozerov e a versão de 1989 de "A Mãe" (Gleb Panfilov).

 

HP –E esses DVDs vão custar quanto?

Bernardo – Nos lançamentos vamos vender o DVD simples a R$ 21,00 – no pacote há um duplo e um triplo, cujo preço estamos estudando.

 

HP –Não está caro?

Bernardo –Está. Mas, por incrível que pareça, o custo mais alto que temos em toda a cadeia (pesquisa, licença, legendas, artes e textos externos/internos, autoração, fábrica) é a taxa da Ancine (Agência Nacional de Cinema). Ela nos cobra pelo direito de comercializar em DVD um clássico soviético inédito no Brasil o mesmo que a Disney/Buena Vista paga pelo "Homem de Ferro". É absurdo, porque a Ancine cobra por título e não pela quantidade de cópias produzidas, o que equivale a criar uma reserva de mercado para os blockbusters.

 

HP –Não há exceção para produtos culturais?

Susana –Cultura, Ancine, fala sério… [risos]

 

HP –Nem para a produção dos BRICS?

Susana –Só para o Mercosul, e com visível má vontade. Eles fecham o mercado para cinematografias poderosas como as da Rússia, Índia e China. Em compensação o filme brasileiro nem sente o cheiro daqueles mercados gigantes. A Ancine sempre agiu como uma operadora da Alca, se deixando comandar pelas majors americanas, mesmo quando a política externa brasileira caminhava noutra direção.

 

HP –E vocês não vão solicitar nenhum licenciamento ao Mosfilm sobre a produção da década de 20 e a produção mais recente?

Bernardo –A produção mais recente está nos nossos planos. A mais antiga vai entrar se as cópias aqui não melhorarem. O fato é que até agora só a UMES tem contrato de licenciamento para distribuir em DVD no Brasil a produção do Mosfilm.

3º JESP: veja as partidas emocionantes de futsal na regional Leste da cidade

A segunda-feira (17) começou fervendo com o Futsal na regional Leste do 3º Jogos Estudantis da Cidade de São Paulo. Primeiro, as meninas com a bola no pé deram um show na ETEC de Esportes e a EE Dom Miguel Kruse conquistou a fase regional depois de passar pelo Mario Reys e pela República do Suriname. Na partida que definiu a escola campeã, as atletas do Dom Miguel balançaram a rede 3 vezes contra 1 gol das adversárias, da República do Suriname.

 

 

O Futsal masculino começou com o Barro Branco batendo a escola Recanto Verde do Sol por 6 a 3. O segundo foi uma super partida, com o Mario Reys goleando o Caetano Mielle em 8 a 2!

Na disputa pelo terceiro e quarto lugar, o Recanto Verde do Sol levou a melhor contra o Miele, nos disputados 5 a 4.

Mas com muita emoção, o Barro Branco derrotou o Mario Reys e conquistou o título de campeão regional e representante da Leste nas grandes finais. Igualmente disputado, o jogo ficou em 5 a 4.  

 

Veja abaixo a tabela com os resultados do dia: 

 

 

 

Confira como foi a regional Oeste do 3º JESP

O dia ferveu no Piritubão nesta terça-feira (18), nas primeiras partidas regionais Oeste do 3º Jogos Estudantis da Cidade de São Paulo.

Tudo começou com belíssimas partidas do Handebol feminino. A EE Gavião Peixoto balançou a rede 6 vezes contra o João Solimeo, que não deixou por menos e fez 4 gols.

Disputado mesmo foi o segundo jogo, entre a ETEC Jaraguá e a EE Zuleika de Barros. As meninas do Zuleika levaram por 8 a 7.

Emoção mesmo foi a disputa pela final municipal. Gavião Peixoto fez nada mais, nada menos que 12 gols encima do Zuleika, e agora representará a região nas grandes finais.

Mas a boa maré da escola não para por aí: na modalidade de Futsal as meninas do Gavião também vieram preparadíssimas e conquistaram a etapa municipal também, passando pela ETEC Basilides de Godói (por 5 a 3) e pela EE Ubaldo Costa Leite (3 a 2).

No voleibol, Solimeo levou a primeira por 2 a 0 contra o Basilides, mas na final perdeu para o Padre Manuel da Nóbrega, que estava com a bola toda e já havia ganho por 3 sets a 0 do Gomide. Padre Manuel levou por 2 a 0 do Solimeo e está na final regional. Parabéns às campeãs!

 

Veja a tabela de resultados da regional oeste abaixo: 

 

 

Acompanhe as primeiras partidas do 3º Jogos Estudantis da Cidade de São Paulo

E a bola rolou! A primeira partida do 3º Jogos Estudantis da Cidade de São Paulo aconteceu no Pacaembu, nesta segunda-feira (17), com as escolas da regional Centro Norte.

A primeira disputa foi das meninas no futsal, que bateram um bolão. A EE Domingos Quirino levou a melhor, fazendo 4 gols encima da EE Presidente Roosevelt, que não passou em branco e balançou a rede duas vezes. A segunda partida, entre a EE Guilherme de Almeida e a EE Roldão de Lopes Barros também foi emocionante. Quem levou essa foram as garotas do Guilherme de Almeida, marcando 7 lindos gols, contra o Roldão, que não deixou por menos e quase empatou, com 6 gols.

Na grande final regional, o Quirino marcou 9 gols contra o Guilherme de Almeida, que não balançou a rede. A escola campeã representará a região na final municipal. Parabéns às meninas do Quirino!

Roosevelt e Roldão disputaram o terceiro e quarto lugar, e o Roosevelt a melhor por 4 a 1.

A rede também balançou no Pacaembu na modalidade do Handebol feminino. EE Alberto Cardoso e ETESP disputaram bem, mas a primeira ganhou por 7 a 6. No segundo jogo a EE Conde José Vicente marcou 15 lindos gols encima do Roosevelt. Mas na final regional da modalidade quem levou a melhor foram as meninas do Cardoso por 7 a 2 encima do Conde.

No voleibol quem deu show foi a EE Albino César, que passou pelo Conde (2 a 0) e pelo Instituto Federal (2 a 0) e está na grande final regional. Conde e Buenos Aires disputaram o terceiro e quarto lugar, mas o Conde levou a melhor.  

 

Veja abaixo a tabela com resultados e gols da regional Centro Norte: 

 

 

Mais fotos: 

 

 

Câmara aprova mais R$ 5,4 bi para o financiamento de vagas em instituições privadas de ensino

A Comissão Mista de Orçamento do Congresso (CMO) aprovou, no dia 12, a Medida Provisória (MP) 655/14, que libera R$ 5,4 bilhões para o ensino superior privado, em sua maioria já entregue ao capital internacional, através do Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies). A MP ainda precisa ser analisada pelos plenários da Câmara e do Senado.

Só neste ano já foram destinados, por meio de duas outras medidas provisórias, o valor de R$ 7,4 bilhões para o Fies. O aporte de recursos financeiros à rede privada de ensino, que, em sua maioria foi desnacionalizada, se intensificou durante o último período.

O programa financia a graduação em faculdades particulares. Podem ter acesso ao financiamento – que varia de 50% a 100% do valor da mensalidade – alunos com renda familiar bruta de até 20 salários mínimos. Os beneficiários começam a pagar a dívida 18 meses após o encerramento do curso.

Na prática o governo paga o curso antecipadamente e o estudante passa a dever para o banco. Ou seja, não existe risco algum para o capital privado.

Reitoria da USP dá início ao corte de três mil funcionários

Com PDV, Zago quer enfrentar crise financeira com arrocho, ao invés de exigir a ampliação do orçamento

 

A reitoria da Universidade de São Paulo (USP) deu início ao chamado Plano de Incentivo a Demissão Voluntária (PIDV), de servidores técnico-administrativos. Com o plano, o reitor da instituição, Marco Antonio Zago, pretende reduzir em cerca de três mil o quadro de funcionários concursados como forma de enxugar as despesas da universidade, descontando no corpo técnico da universidade, a política de arrocho dos tucanos para a Educação.

Inicialmente, o programa de demissão prevê a aposentadoria antecipada de 1,7 mil funcionários, com idade entre 55 e 67 anos. As inscrições para o PDV foram abertas na segunda-feira (17), e as rescisões ocorreram entre fevereiro e abril de 2015.

Se os funcionários aderirem ao PDV a USP pretende diminuir em 7% os gastos mensais com a folha. Para isso, a reitoria pretende gastar cerca de R$ 400 milhões com o plano.

Entre junho e setembro deste ano, a USP, em conjunto com a Unesp e a Unicamp, viveu a maior greve de sua história. Foram 116 dias de paralisação, contra as propostas de arrocho salarial, cortes do orçamento além da desvinculação do Hospital Universitário da USP (HU-USP), que transferia a gestão do principal hospital escola do país para uma fundação privada.

Os trabalhadores saíram vitoriosos da paralisação, com um reajuste de 5,2% e um abono de 28,6%, conquistados após decisão judicial, já que tanto a reitoria, quanto o governo estadual se mantiveram irredutíveis, com relação ao aumento de salário.

PISO SALARIAL

Além do PIDV, outra medida prejudica as condições da USP de manter a qualidade de ensino. Uma decisão de outubro do Supremo Tribunal Federal (STF) obrigará a USP a aplicar o teto salarial do Estado que é o salário do governador, R$ 20,662 mil mensais, com isso haverá uma redução no salário de 1.972 professores e funcionários. A redução salarial prejudica a manutenção dos professores mais qualificados na instituição, já que, estão inclusos na conta, os benefícios que os funcionários mais antigos conquistaram com o passar dos anos.

O STF determinou que devem ser incluídos no cálculo benefícios pessoais conquistados antes de 2003, quando o limite foi regulamentado por emenda à Constituição. Até a decisão de outubro, os benefícios conquistados por tempo de carreira, desempenho, títulos obtidos, acertadamente não eram considerados para o teto.

A maioria dos professores e funcionários da USP não recebe super-salários, a maioria já recebe menos que o teto salarial. Entre R$10 mil e R$15mil. É importante ressaltar que o desenvolvimento de pesquisa na principal universidade do país depende dessas pessoas. É um setor estratégico para o progresso do Estado e da Nação.

Isso já vem acontecendo na Unesp. Segundo Julio Cezar Durigan, reitor da UNESP já há docentes deixando a universidade. “Está difícil. O governador não tem interesse político em reajustar seu salário. Estamos perdendo gente muito boa”.

A questão é tão evidente que até mesmo Zago conseguiu notar. Segundo ele, as universidades federais, nas quais o teto passa de R$ 29 mil, poderão passar a receber parte dos docentes da USP. “Quando perceber que haverá limitação do teto, os jovens ficarão desestimulados a se dedicarem integralmente à USP”. “Na cidade de São Carlos, de um lado da rodovia, o teto é R$ 29 mil (UFSCar); do outro, R$ 20 mil. Faz diferença”, disse.

Outro ponto importante sobre os salários dos servidores, que comprova na verdade que não há salário de mais e sim de menos, está no caso dos médicos. O reitor Zago divulgou os salários dos médicos do Hospital Universitário com jornada de 24h semanais, como consta no contrato.

Entretanto, a reitoria da USP calunia os médicos e demais funcionários do Hospital da Universidade ao divulgar publicamente os salários como se a carga horária de médicos fosse de 24 horas semanais quando ele sabe que a carga horária mínima é de 36 horas semanais. Apesar do contrato ser de 24 horas, os funcionários do HU são obrigados a fazer hora extra de 12 horas semanais. Essa obrigatoriedade é causada pela falta de funcionários suficientes para atender uma demanda hipertrofiada.

Fonte: Hora do Povo

Mostra Mosfilm – 90 anos é encerrada nesta quarta-feira com “Tigre Branco”

O filme “Tigre Branco”, de Karen Shakhnazarov encerra nesta quarta-feira (19) a mostra “Mosfilm – 90 anos” na Cinemateca Brasileira.

A mostra, uma parceria do Mosfilm com o Centro Popular de Cultura da UMES, trouxe uma seleção de 10 filmes representativos de diversos períodos do cinema soviético e pós-soviético. Conforme informa o CPC-UMES, dos 10 filmes selecionados nenhum foi exibido em cinema ou TV, no Brasil, e só dois podem ser encontrados em DVD.

Tigre Branco retrata os dias finais da 2ª Guerra Mundial e a resistência soviética ao nazismo de forma surpreendente, unindo filosofia e mistério. O filme foi o representante da Rússia ao Oscar de melhor filme estrangeiro, no ano passado, e rendeu a Shakhnazarov o prêmio de Melhor Diretor no IX Festival de Cinema Fantástico de Porto Alegre, também em 2013.

O Mosfilm, criado em 1924 e desde 1998 dirigido por Karen Shakhnazarov, década em que foi totalmente renovado e modernizado, abriga um acervo de mais de 2.500 filmes de diretores que ajudaram a criar a história do cinema mundial, como Sergei Eisenstein, Aleskandr Dovzhenko, Vsevolod Pudovkin, Ivan Pyriev, Grigori Aleksandrov, Mikhail Romm, Gigori Chukhrai, Mikhail Kalatozov, Serguei Bondarchuk, Andrei Tarkovsky, Leonid Gaiday e outros. Atualmente ainda é o maior estúdio da Rússia e um dos maiores da Europa.

 

Veja o trailer do filme:

 

O longa também abriu a mostra na última quinta-feira (13). No lançamento esteve presente o vice-diretor-geral do Mosfilm, Igor Bogdasarov. Confira abaixo sua entrevista ao Hora do Povo.

 

HP – Como se sentiu ao abrir a mostra para os brasileiros?

Igor – O destino me colocou na condição de representar o Mosfilm num evento tão importante. E eu me senti não apenas como o representante do cinema russo, mas também do povo russo.

Uma responsabilidade muito grande, pois para mim é muito importante que os brasileiros vejam os filmes e saibam do que falam, o que eles querem dizer e que possam entendê-los, assim como nós.

 

HP – O que acha do cinema russo como intérprete da sociedade e da cultura russas?

Igor – A arte existe para transmitir as emoções, revelar a vida e o sentimento das pessoas. E o cinema é capaz disso. Não atua apenas no terreno racional. Através do cinema se pode chegar até a alma, ir direto ao coração. O cinema é um dos meios mais adequados para mostrar o que acontece no interior das pessoas e de uma sociedade.

 

HP – Seria justo afirmar que uma mostra como essa vai no sentido de aproximar o conhecimento entre os nossos povos…

Igor – Sem dúvida, assim como outras que virão – realmente vão aproximar as duas culturas. Mostras como esta, podem se apoiar, na atualidade, em todo o desenvolvimento da informática e técnica, o que nos facilita tornar esta aproximação uma realidade. Aí estão os meios de transporte, a internet, para acompanhar o núcleo das mostras e então, através de todos estes meios, vamos conseguir aprofundar relacionamentos.

 

HP – Na seleção de filmes houve algum norte?

Igor – O Mosfilm não participou na seleção; foi o CPC que fez a escolha, mas para mim é uma escolha muito boa, revela um entendimento muito profundo do nosso cinema, são filmes maravilhosos, muito importantes e muito representativos de cada época com os melhores diretores da Rússia e União Soviética. Revelam realmente diferentes aspectos da vida e da história da União Soviética e da Rússia.

 

HP – Iniciativas como essa podem ajudar a criar uma atmosfera de retomada nas relações entre produtores de cinema dos nossos países?

Igor – Mostras como a de hoje apontam ao início de processos diferentes do que estamos acostumados a ver nos últimos tempos. Na Rússia também a comercialização do cinema americano é muito forte. Eles estão fazendo a parte deles, e nós temos que fazer a nossa. O cinema russo, por um lado e o dos demais países, por outro. Cada um de nós tem que incentivar o desenvolvimento de sua cultura e sempre que possível difundir a cultura dos demais povos em seus países para que as pessoas conheçam umas às outras sem mediações e ter suas próprias opiniões sobre os demais países. Mas é preciso ter claro que um evento como esse sozinho não vai produzir mudança significativa, nós precisamos trabalhar para que estes eventos adquiram um caráter de regularidade. Por isso ele não pode ser o último, mas o primeiro de uma série que acontecerá periodicamente.

 

HP – Há mais alguma coisa que você gostaria de ressaltar?

Igor – Para mim é muito importante destacar que apesar de estar contente com o avanço desta mostra, ainda estou um pouco pessimista, pois, nossos governos, acham melhor ficar fora do desenvolvimento cultural. E isso dificulta os enlaces entre as culturas. Não há a devida atenção dos nossos governos em fazer, cada qual, a sua cultura conhecida nos demais países. Há uma abordagem distante e fria. Temos que dar os primeiros passos, pois, assim como todos precisam de roupa, alimento e abrigo, necessitam também da educação. É necessário o desenvolvimento moral e cultural, para que saibam distinguir o que é bom do que é mal. Então os governos precisam atuar juntos não só para o desenvolvimento comercial, econômico, mas também na aproximação e desenvolvimento de laços culturais e isto não está sendo feito muito bem.

E para não concluir a entrevista de forma triste, quero dizer que vou levar para o meu país o quanto estou maravilhado com o Brasil e o povo brasileiro. Estou aqui pela primeira vez, mas neste pouco tempo já consegui perceber o quanto o povo brasileiro tem de comum com o nosso. É um povo extremamente aberto, amistoso e agora entendo por que o povo russo adora, ama o Brasil. Entendo que, para fazer este relacionamento funcionar, é muito simples porque ele pode se desenvolver sobre esta base concreta. E assim, tenho a certeza de que podemos esperar muito dessa aproximação. E já estou aguardando a próxima oportunidade de voltar aqui.

Confira as tabelas da etapa regional dos 3º Jogos Estudantis da Cidade de São Paulo

Confira aqui as tabelas dos jogos regionais do 3º JESP: 

 

Jogos Centro-Norte – Pacaembú

 

Jogos Oeste – Piritubão

 

Jogos Sul – Clube Atlético Indiano

 

Jogos Leste – ETEC de Esporte

Veja aqui a visita do diretor da Mosfilm à sede UMES

Acompanhando a mostra que comemora 90 anos do maior estúdio de cinema da Rússia e um dos maiores da Europa, o Mosfilm, seu vice-diretor geral Igor Bogdasarov esteve na sede da UMES para conhecer mais de perto o trabalho da entidade e sua diretoria.

 

Uma parceria entre o Centro Popular de Cultura da UMES e o estúdio possibilitou a realização da exibição de 10 filmes representativos do período soviético e pós-soviético, em cartaz até quarta-feira (19) na Cinemateca Brasileira. Além da mostra intitulada “Mosfilm – 90 anos”, o CPC-UMES licenciou a distribuição de 18 filmes em DVD’s, dos quais cinco já estão disponíveis para a venda como “Lenin em Outubro”, Volga-Volga” e “A Mãe”. Os filmes que compõe a mostra e alguns dos que estão sendo comercializados em DVD são inéditos na televisão e nos cinemas do Brasil.

 

Na visita, Igor agradeceu a entidade pela disposição de trazer ao Brasil um pouco da cinematografia russa, até então pouquíssimo conhecida. Ele elogiou o trabalho da entidade e afirmou que o desejo da Mosfilm é que esta parceria seja cada vez mais fortalecida.

Marcos Kauê, presidente da UMES, presenteou o diretor da Mosfilm com dois CD’s do catalogo do CPC-UMES e agradeceu, em nome dos estudantes, a oportunidade de apresentar através da mostra e dos filmes licenciados as produções de “altíssima qualidade do povo russo, que sempre nos impressionaram pela capacidade de retratar a realidade”.

 

 

A mostra “Mosfilm – 90 anos”, organizada pelo CPC-UMES vai até quarta-feira (19) na Cinemateca Brasileira e a entrada é gratuita. (Confira aqui a programação completa).

Mostra Mosfilm – 90 anos exibe “A Mãe” nesta segunda-feira

A mostra “Mosfilm – 90 anos” exibe nesta segunda-feira (17) o filme A Mãe, de Gleb Panfilov. A mostra, uma parceria da Cinemateca com o Centro Popular de Cultura da UMES, vai até o dia 19 trazendo uma seleção de 10 filmes representativos de diversos períodos do cinema soviético e pós-soviético (ver programação completa abaixo). Conforme informa o CPC-UMES, dos 10 filmes selecionados nenhum foi exibido em cinema ou TV, no Brasil, e só dois podem ser encontrados em DVD.

 

A MÃE

 

Gleb Panfilov (1989), com Irina Churikova, Viktor Rakov, Liubomiras Lauciavicius, Aleksandr Shishonok, URSS, 200 min.

 

Sinopse

 

Retrato duro, vigoroso e pungente da Rússia pré-revolucionária, focado na transformação de Pelageya Nilovna, de camponesa submissa, escrava dos seus medos e da brutalidade doméstica, em mulher que se engaja na luta dos trabalhadores, ocupando progressivamente o lugar de seu filho Pavel, preso e encarcerado pela polícia política. Realizada por Gleb Panfilov, em 1989, esta é a quarta adaptação cinematográfica do romance homônimo de Maksim Gorky, As outras três são de Vselvolod Pudovkin (1926), Leonid Lukov (1941) e Mark Donskoy (1956). Ganhou o Prêmio Especial do Juri no Festival de Cannes.

 

Direção: Gleb Panfilov (1934- )

Gleb Panfilov nasceu em Magnitogorsk, nos Urais, graduou-se no Instituto Politécnico, foi supervisor de turno em uma fábrica de produtos químicos. Trabalhou como chefe do departamento de propaganda da Juventude Comunista de Sverdlovsk. Diretor da TV local, realizou vários documentários entre 1958-63. Estudou direção no VGIK. Formou-se em 1966 e ingressou no estúdio Lenfim, onde realizou seu primeiro longa. “No Caminho Através de Fogo” (1967) recebeu o Leopardo de Ouro, no Festival de Locarno. “Início” (1970) e “Senhor Presidente” (1975) foram respectivamente premiados no festivais de Berlim e Barcelona. Transferiu-se para o Mosfilm em 1977. Entre seus filmes estão “Tema” (1979), Urso de Ouro no Festival de Berlim: duas adaptações de Gorki, “Vassa” (1983) e “A Mãe” (1989); “Os Romanoff, Família Imperial” (2001); “Culpado Sem Culpa” (2008). Desde 1986 atua também como diretor de teatro.

 

Argumento Original: Maksim Gorki (1868-1936)

Fundador do realismo socialista, ativo militante do partido bolchevique, amigo e colaborador de Lenin, e depois de Stalin, Alexei Maksimovich Pechkov, pseudônimo Maksim Gorky, é ainda hoje considerado o maior escritor em língua russa, na qual despontaram expoentes como Pushkin (1799-1837), Gogol (1809-52), Dostoievski (1821-81), Tolstói (1828-1910), Tchecov (1860-1904), Maiakovski (1893-1930), Fadeyev (1901-56), Ehrenburg (1891-1967), Sholokhov (1904-84), Simonov (1915-79) e outros. Suas obras registram personagens que integravam as classes exploradas: operários, vagabundos, prostitutas, homens e mulheres do povo. Autores realistas e naturalistas já tinham incorporado estes setores à literatura, mas, mesmo com simpatia, olhavam para os pobres de fora. Gorki conhecia aquele universo por dentro e soube captar o que havia de mais profundo na alma russa. Entre suas obras destacam-se “Pequenos Burgueses” (teatro, 1901), “Ralé” (teatro, 1901), “Os Inimigos” (teatro, 1906), “A Mãe” (romance, 1906-07), “A Confissão” (romance, 1908), “Infância” (romance autobiográfico, 1913-14), “Ganhando Meu Pão” (romance autobiográfico, 1915-16), “Minhas Universidades” (romance autobiográfico, 1923), “A Casa dos Artamonov” (romance, 1925), “Quarenta Anos: A vida de Klim Sanghin” (tetralogia, 1925-36), “Yegor Bulychóv e os Outros” (romance, 1932). “Vassa Zheleznova” (teatro, 1910/1935).Gorki morreu em 18 de junho de 1936, vítima de envenenamento. O assassinato foi descrito e analisado, detalhadamente, nas duas sessões do dia 8 de março de 1938 do Colégio Militar da Corte Suprema da URSS.

 

Música Original: Vadim Bibergan (1937- )

Compositor e ator, Vadim Bibergan nasceu em Moscou, Graduou-se em piano e composição no Conservatório Ural (1961). Sob a orientação de Shostakovich, estudou no Conservatório de Leningrado, onde obteve a pós-graduação em 1968. Escreveu a música de todos os filmes de Gleb Panfilov. Seu trabalho para a indústria cinematográfica compreende também as trilhas musicais de outros 40 filmes, entre os quais, "O Jogo, De Preferência às Sextas-Feiras" e "A Segunda Tentativa de Victor Krokhin" (I. Sheshukov, 1977 e 1984), "Perdoa-me" (Ernest Yasan, 1985), "Chicha" (V. Melnikov, 1991), "Venha Me Ver" (O. Yankovsky e M. Agranovich, 2001).

Cinemateca Brasileira

Largo Senador Raul Cardoso, 207 – Vila Clementino

(11) 3512-6111

Inf.:  (11) 4327-0757

 

Programação da Mostra

 

Quinta-feira – 13 de novembro

20h – Tigre Branco

Direção: Karen Shakhnazarov (2012). Shakhnazarov mescla filosofia e mistério nesta batalha entre o tanquista Naydenov e um "tanque fantasma" alemão, nos dias finais da 2ª. Guerra Mundial. Recebeu indicação para o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.

 

Sexta-feira – 14 de novembro

17h – A Linha Geral

Direção: Sergei Eisenstein (1929). O mais aclamado dos cineastas soviéticos toma como pano de fundo a coletivização da agricultura para contar como a chegada de uma desnatadeira e um trator podem modificar antigos e tradicionais padrões de pensamento.

 

19h30 – Lenin em Outubro

Direção: Mikhail Romm (1938). Dez anos depois do "Outubro", de Eisenstein, onde o protagonista são as massas trabalhadoras, Romm aceita o desafio de individualizar e dar vida à figura de Lenin.

 

21h30 – Às Seis da Tarde Depois da Guerra

Direção: Ivan Pyriev (1944). Musical sobre a saga de dois amantes que, separados pela guerra, prometem reencontrar-se no Dia da Vitória. De 1929 a 1969, Pyriev dirigiu 18 filmes, entre os quais "Cartão do Partido" (1936), "Tratoristas" (1939), "Cossacos de Kuban" (1949).

 

Sábado – 15 de novembro

16h – Primavera

Direção: Griori Aleksandrov (1947). Quarta comédia musical estrelada por Liubov Orlova sob a direção de Aleksandrov, cineasta que assina com Eisenstein os roteiros de "A Greve" (1925), "Outubro" (1928), "Linha Geral" (1929), "Que Viva México" (1932). A história se passa nos primeiros anos da reconstrução da URSS, após a 2a. Guerra Mundial.

 

18h – O Retorno de Vasili Bortnikov

Direção: Vselvolod Pudovkin (1952). Dado como desaparecido na guerra, Vasili Bortnikov regressa ao lar e encontra a mulher casada com outro. Último filme do lendário diretor dos clássicos "Mãe" (1926) e "Tempestade Sobre a Ásia" (1928).

 

20h – O Fascismo de Todos os Dias

Direção: Mikhail Romm (1965). Narrado pelo próprio diretor, que pôs a alma nesse projeto repleto de inovações formais, "Fascismo de Todos os Dias" é, ainda hoje, considerado por muitos como o mais profundo, completo e impactante documentário produzido sobre o tema.

 

Domingo – 16 de novembro

16h – As 12 Cadeiras

Direção: Leonid Gaidai (1971). Na Rússia Soviética, ex-aristocrata procura os diamantes escondidos pela sogra – baseado no romance de Ilia Ilf e Evgueni Petrov. Campeãs de bilheteria, as comédias de Gaidai venderam mais de 600 milhões de ingressos na URSS.

 

19h – Sonhos

Direção: Karen Shakhnazarov/Aleksandr Borodyansky (1993). No final do século 19, a condessa Prizorovu é atormentada por picantes sonhos nos quais se vê transportada à Rússia pós-soviética. Ácida reflexão de Shakhnazarov sobre o rumo tomado pela restauração capitalista.

 

Segunda-feira – 17 de novembro

19h – A Mãe

Direção: Gleb Panfilov (1989). Egresso do VGIK, onde também se formaram Klimov, Tarkovsky, Chukhrai e outros expoentes da sua geração, Panfilov realiza, após Pudovkin (1926), Leonid Liukov (1941) e Mark Donskói (1956), a quarta filmagem do célebre romance de Maxim Gorki.

 

Terça-feira – 18 de novembro

19h – Reprise: Sonhos

21h – Reprise: O Fascismo de Todos os Dias

 

Quarta-feira – 19 de novembro

19h – Reprise: Tigre Branco