“Tigre Branco” abrirá mostra da Mosfilm – Assista trailer

No próximo dia 13, a Cinemateca Brasileira abre a mostra "Mosfilm – 90 Anos", com a exibição de Tigre Branco, de Karen Shakhnazarov.

A mostra, uma parceria da Cinemateca com o Centro Popular de Cultura da UMES, vai até o dia 19 trazendo uma seleção de 10 filmes representativos de diversos períodos do cinema soviético e pós-soviético (ver programação completa abaixo). Conforme informa o CPC-UMES, dos 10 filmes selecionados nenhum foi exibido em cinema ou TV, no Brasil, e só dois podem ser encontrados em DVD.

Tigre Branco retrata os dias finais da 2ª Guerra Mundial e a resistência soviética ao nazismo de forma surpreendente, unindo filosofia e mistério. O filme foi o representante da Rússia ao Oscar de melhor filme estrangeiro, no ano passado, e rendeu a Shakhnazarov o prêmio de Melhor Diretor no IX Festival de Cinema Fantástico de Porto Alegre, também em 2013.

O Mosfilm, criado em 1924 e desde 1998 dirigido por Karen Shakhnazarov, década em que foi totalmente renovado e modernizado, abriga um acervo de mais de 2.500 filmes de diretores que ajudaram a criar a história do cinema mundial, como Sergei Eisenstein, Aleskandr Dovzhenko, Vsevolod Pudovkin, Ivan Pyriev, Grigori Aleksandrov, Mikhail Romm, Gigori Chukhrai, Mikhail Kalatozov, Serguei Bondarchuk, Andrei Tarkovsky, Leonid Gaiday e outros. Atualmente ainda é o maior estúdio da Rússia e um dos maiores da Europa.

 

Clique abaixo e assista ao trailer:

 

 

Programação da Mostra

 

Quinta-feira – 13 de novembro

20h – Tigre Branco

Direção: Karen Shakhnazarov (2012). Shakhnazarov mescla filosofia e mistério nesta batalha entre o tanquista Naydenov e um "tanque fantasma" alemão, nos dias finais da 2ª. Guerra Mundial. Recebeu indicação para o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.

 

Sexta-feira – 14 de novembro

17h – A Linha Geral

Direção: Sergei Eisenstein (1929). O mais aclamado dos cineastas soviéticos toma como pano de fundo a coletivização da agricultura para contar como a chegada de uma desnatadeira e um trator podem modificar antigos e tradicionais padrões de pensamento.

 

19h30 – Lenin em Outubro

Direção: Mikhail Romm (1938). Dez anos depois do "Outubro", de Eisenstein, onde o protagonista são as massas trabalhadoras, Romm aceita o desafio de individualizar e dar vida à figura de Lenin.

 

21h30 – Às Seis da Tarde Depois da Guerra

Direção: Ivan Pyriev (1944). Musical sobre a saga de dois amantes que, separados pela guerra, prometem reencontrar-se no Dia da Vitória. De 1929 a 1969, Pyriev dirigiu 18 filmes, entre os quais "Cartão do Partido" (1936), "Tratoristas" (1939), "Cossacos de Kuban" (1949).

 

Sábado – 15 de novembro

16h – Primavera

Direção: Griori Aleksandrov (1947). Quarta comédia musical estrelada por Liubov Orlova sob a direção de Aleksandrov, cineasta que assina com Eisenstein os roteiros de "A Greve" (1925), "Outubro" (1928), "Linha Geral" (1929), "Que Viva México" (1932). A história se passa nos primeiros anos da reconstrução da URSS, após a 2a. Guerra Mundial.

 

18h – O Retorno de Vasili Bortnikov

Direção: Vselvolod Pudovkin (1952). Dado como desaparecido na guerra, Vasili Bortnikov regressa ao lar e encontra a mulher casada com outro. Último filme do lendário diretor dos clássicos "Mãe" (1926) e "Tempestade Sobre a Ásia" (1928).

 

20h – O Fascismo de Todos os Dias

Direção: Mikhail Romm (1965). Narrado pelo próprio diretor, que pôs a alma nesse projeto repleto de inovações formais, "Fascismo de Todos os Dias" é, ainda hoje, considerado por muitos como o mais profundo, completo e impactante documentário produzido sobre o tema.

 

Domingo – 16 de novembro

16h – As 12 Cadeiras

Direção: Leonid Gaidai (1971). Na Rússia Soviética, ex-aristocrata procura os diamantes escondidos pela sogra – baseado no romance de Ilia Ilf e Evgueni Petrov. Campeãs de bilheteria, as comédias de Gaidai venderam mais de 600 milhões de ingressos na URSS.

 

19h – Sonhos

Direção: Karen Shakhnazarov/Aleksandr Borodyansky (1993). No final do século 19, a condessa Prizorovu é atormentada por picantes sonhos nos quais se vê transportada à Rússia pós-soviética. Ácida reflexão de Shakhnazarov sobre o rumo tomado pela restauração capitalista.

 

Segunda-feira – 17 de novembro

19h – A Mãe

Direção: Gleb Panfilov (1989). Egresso do VGIK, onde também se formaram Klimov, Tarkovsky, Chukhrai e outros expoentes da sua geração, Panfilov realiza, após Pudovkin (1926), Leonid Liukov (1941) e Mark Donskói (1956), a quarta filmagem do célebre romance de Maxim Gorki.

 

Terça-feira – 18 de novembro

19h – Reprise: Sonhos

21h – Reprise: O Fascismo de Todos os Dias

Quarta-feira – 19 de novembro

19h – Reprise: Tigre Branco

 

 

Confira entrevista de Igor Bogdasarov, vice-diretor do Mosfilm

Confira abaixo entrevista de Igor Bogdasarov, vice-Diretor-geral e engenheiro-chefe do MOSFILM, concedida ao CPC-UMES.

Bogdasarov representará o Estúdio na mostra que comemora 90 anos do mesmo. Composta por 10 filmes representativos de diversos períodos do cinema soviético e pós-soviético, todos são inéditos nos cinemas e na televisão brasileira.

A realizar-se na Cinemateca Brasileira entre os dias 13 e 19 de novembro (confira aqui programação), a mostra “Mosfilm – 90 anos” é organizada pelo Centro Popular de Cultura da UMES – CPC-UMES.

 

CPC: O cinema soviético, e agora o russo, representam uma referencia  para o mundo. Qual o papel do Mosfilm nisso?

 

I.B: Na União Soviética, o Mosfilm era o principal estúdio cinematográfico do país. No Mosfilm se produziam, em media, 50 longas-metragens por ano. No Estúdio trabalharam os mais marcantes (proeminentes) cineastas, como Dovzhenko, Aleksandrov, Pyryev, Chukhrai, Tarkovsky, Bondarchuk e muitos outros.

Hoje, o Mosfilm continua sendo a principal empresa da indústria cinematográfica da Rússia, aqui é realizada a maior parte da produção de cinema e televisão.

É importante ressaltar que no Mosfilm são oferecidos cursos de formação para especialistas das diferentes profissões do cinema, que não existem em nenhum dos outros estabelecimentos de ensino. São cursos para assistentes de direção, designers de produção, e designers de figurinos, decoradores, engenheiros de vídeo, segundo diretor, montagistas, iluminação e muitas outras especialidades, que são indispensáveis para qualquer produção cinematográfica.

Além disso, o Mosfilm realiza um enorme trabalho de preservação do nosso acervo (fundo) de filmes. No estúdio se faz a restauração profissional  e o processamento digital de toda a nossa coleção. Graças ao trabalho dedicado de todo o coletivo, hoje podemos assistir nossos filmes com uma excelente qualidade.


CPC: O Tigre Branco enfoca a guerra mais cruenta que a Humanidade já sofreu de forma criativa. Qual o papel da técnica para realizar essa obra?

 

I.B: A guerra é uma das mais terríveis provações (experiências) enfrentadas pela humanidade, ela não deixa ninguém indiferente e inativo. A guerra é uma catarse que expõe (revela) o que tem de melhor e de pior nas pessoas.  Exibir essas emoções complexas é sempre a principal tarefa do diretor que realiza um filme sobre um tema de guerra, independentemente de se esta tarefa se resolve através de uma história simples ou se o filme faz uso de cenas de batalhas com uma montagem complexa. O filme "Tigre Branco" não coloca simplesmente a questão de como sobrevivem à guerra pessoas concretas, ou como seu resultado é decidido por grandes enfrentamentos. Neste filme, a guerra é um inimigo personalizado, assustador, inexorável e eterno. O método de direção que foi aqui usado por Karen Shakhnazarov permite combinar dois níveis de apresentação – imagens realistas de fatos militares se misturam no filme com a compreensão mística e espiritual da globalidade dos acontecimentos.


CPC: O Mosfilm, principal estúdio cinematográfico russo, teve mudanças nos últimos anos? Continua sendo estatal?

 

I.B: Nos últimos anos ocorreram muitas mudanças no Mosfilm. Foi realizada aqui uma modernização completa de toda a base técnica e de produção, o equipamento de cinema mais moderno é comprado, foram reformados e equipados todos os pavilhões e os próprios edifícios.

Durante todo o tempo o Mosfilm tem sido uma empresa estatal, mas funciona com independência financeira, realizando todo o trabalho e pagando todos os custos por sua própria conta.


CPC:  O que vocês esperam da Mostra no Brasil, país de rica cultura, mas onde a cinematografia russa é muito pouco conhecida? 

           (Lenin em Outubro)

I.B: O Brasil, assim como a Rússia, é um imenso país multiétnico. Nosso cinema tem sempre colocado perante o espectador questões universais que são compreensíveis para todas as pessoas, sem exceção. Questões de amor e lealdade, firmeza e coragem, coisas pequenas da vida cotidiana e os grandes momentos de virada da história – tudo isso se expressava em nossos melhores filmes soviéticos e continua a se expressar nos filmes contemporâneos.

Por isso, gostaríamos que estas experiências como a mostra se tornassem permanentes, e que a Semana do Mosfilm não só familiarizasse o público

com o cinema do nosso país, mas que trouxesse uma contribuição significativa para o desenvolvimento de uma ampla cooperação cultural entre nossos países.

 

 

 

Cine Clube do JESP é realizado na EE Elisa Raquel

A EE Elisa Raquel, na zona leste da cidade, realizou a segunda etapa de inscrição das equipes para o 3º Jogos Estudantis da Cidade de São Paulo (JESP). Cerca de 100 estudantes (incluindo as equipes inscritas) assistiram ao filme “Pride – Orgulho de uma nação” e depois realizaram um debate sobre a função social e a importância do esporte.

O professor de educação física responsável pelas equipes, Felix Cabral, afirmou que a escolha do filme para incentivar o debate foi ótima.

A realização de um cine clube para debater o esporte é uma das contrapartidas obrigatórias para os estudantes participarem dos Jogos Estudantis da Cidade de São Paulo – JESP, realizado pela UMES em parceria com o Ministério do Esporte e a Petrobrás pela terceira edição. O projeto também exige uma contrapartida ambiental, que consiste no recolhimento de material reciclável.  Podem se inscrever alunos e alunas das escolas públicas da cidade nas modalidades de Futsal, Handbol, Voleibol e Xadrez.

Os jogos regionais começarão no próximo dia 17.  

Confira entrevista de Karen Shakhnazarov, diretor de “Tigre Branco” e presidente da Mosfilm

O filme abre a Mostra de Cinema Russo na Cinemateca Brasileira que acontecerá entre os dias 13 e 18 de novembro organizada em parceria com o CPC-UMES e a Mosfilm

 

Guerra e mistério

 

Entrevista de Karen Shakhnazarov a Joanna Koslowska 

 

Em 30 de novembro de 2012, "The Moscou Times" publicou entrevista concedida por Karen Shakhnazarov a Joanna Koslowska.

O diretor, que também preside o Mosfilm, maior estúdio de cinema da Rússia, falou sobre seu filme "Tigre Branco", misticismo no cinema e a luta pela reconstrução da indústria cinematográfica no país.

No final da entrevista ele afirma: "Penso que havia ideias de alguma forma mais artísticas em tempos soviéticos do que hoje. Não é apenas um fenômeno russo. Pense nos diretores italianos em 1960 e 1970: Fellini, Antonioni, Pasolini… Talvez isto seja apenas expressão do modo como a cultura mundial se desenvolve".

 

Segue o texto, na íntegra.

 

JK: "Tigre Branco" é bem diferente da média dos filmes sobre a 2ª. Guerra Mundial. A história de um soldado que se propõe a derrotar um tanque alemão monstruoso muitas vezes beira o místico. Por que você escolheu esse ângulo particular?

 

KS: Parti de um conto de Ilya Boyashov chamado "O Tanquista". A escolha se deu simplesmente porque achei a história muito interessante. Penso que é o que a maioria dos diretores fazem quando selecionam o que vão filmar. O "tanque fantasma" que dá nome ao filme lembrou-me "Moby Dick" de Melville. Creio que ainda se pode argumentar que o filme é realista. Muitas cenas, como a da capitulação alemã e o banquete que ocorre na sequência, baseiam-se na íntegra em fontes históricas. Eu diria que o elemento sobrenatural ajuda a tornar a história mais universal. O "Tigre Branco" não se limita a representar a ameaça militar alemã na década de 1940. Afinal, a ideologia nazista está bem viva. Os movimentos neonazistas são abundantes, a filosofia de Nietzsche ainda é considerada respeitável e lecionada em universidades. Muitos vão argumentar que o link Nietzsche-Hitler é tênue. Ainda assim, acho que a leitura de "Anticristo" deixa claro que o nazismo não apareceu do nada. Este é o lugar para o qual o final do filme aponta. Mesmo que os companheiros do tanquista Naydenov procurem convencê-lo de que a guerra acabou, ele sabe que precisa ficar alerta.

 

JK: Então você concordaria que "Tigre Branco" remete a uma tradição "mística" no cinema: Tarkovsky, Fellini…

 

KS: Fellini foi provavelmente o diretor que mais me influenciou. Na minha opinião, o que as pessoas chamam de "misticismo" se resume a uma certa sensação de mistério. A própria palavra é derivada de "mistério". Eu sempre senti que a própria vida é um mistério, que os pressupostos racionais sobre ele são sempre limitados. Uma boa obra de arte deve ser capaz de capturar isso. É por isso que eu amo Fellini e Buñuel.

 

JK: Hitler interpretado pelo ator Karl Krantzkowski também é uma figura incomum. O ditador nazista é frequentemente retratado como um fanático frenético. Em seu filme, ele é frio, reservado e calculista.

 

KS: Acho que isso é mais próximo da verdade histórica. A tendência de caricaturar Hitler, retratando-o como um palhaço, obscurece a periculosidade de continuação de suas ideias e sua política. Um palhaço não teria sido capaz de alcançar tal poder, criar tal máquina de guerra e cometer tais atrocidades. Ele deve ter sido um político de muito sangue-frio. Quanto a Krantzkowski, eu sabia que tinha que contratar atores alemães. Qualquer outra coisa estava fora de questão. Eu queria que meus alemães falassem alemão, e o alemão soasse absolutamente natural.

 

JK: Você disse que os filmes de guerra são o gênero mais difícil de dirigir. Por quê?

 

KS: As razões são puramente práticas. Nenhum outro gênero exige tal esforço físico e incorpora tantas cenas de massa. É claro que falo de filmes que apresentam cenas de batalha. Você pode ter um filme de guerra perfeitamente legítimo com dois personagens conversando em uma sala, nesse caso é diferente.

 

JK: Você é diretor-geral do Mosfilm desde 1998. Como é que a indústria do cinema russo mudou desde então, e quais foram os maiores desafios?

 

KS: Eu diria que, na década de 1990, tivemos que começar do zero. Nós literalmente tivemos que reconstruir toda a indústria. A coisa mais importante era transformar o Mosfilm em um estúdio de cinema tecnologicamente moderno, introduzindo uma série de tecnologias de pós-produção cruciais. Foi só no final de 1990 que os modernos equipamentos de som ou computação gráfica apareceram no Mosfilm. Acho que a nossa indústria cinematográfica está agora em pé de igualdade com os europeus. Hollywood é certamente um caso à parte, mas em relação à França ou Itália estamos bem.

 

JK: Que papel você gostaria de interpretar no cinema russo moderno?

 

KS: Nunca pensei sobre isso, eu só quero continuar a fazer filmes com base em material que considero interessante. Quanto ao cinema russo hoje, nós do Mosfilm estamos felizes de trabalhar com qualquer um que tenha uma ideia intrigante. No entanto, penso que havia ideias de alguma forma mais artísticas em tempos soviéticos do que hoje. Não é apenas um fenômeno russo. Pense nos diretores italianos em 1960 e 1970: Fellini, Antonioni, Pasolini… Talvez isto seja apenas expressão do modo como a cultura mundial se desenvolve.

Tigre Branco abre Mostra de Filmes Russos na Cinemateca

Em parceria com o CPC-UMES, mostra na Cinemateca Brasileira, em SP, traz 10 filmes representativos de diversos períodos do cinema soviético e pós-soviético

 

 

No próximo dia 13, a Cinemateca Brasileira abre a mostra "Mosfilm – 90 Anos", com a exibição de Tigre Branco, de Karen Shakhnazarov.

A mostra, uma parceria da Cinemateca com o Centro Popular de Cultura da UMES, vai até o dia 19 trazendo uma seleção de 10 filmes representativos de diversos períodos do cinema soviético e pós-soviético (ver programação completa abaixo). Conforme informa o CPC-UMES, dos 10 filmes selecionados nenhum foi exibido em cinema ou TV, no Brasil, e só dois podem ser encontrados em DVD.

Tigre Branco retrata os dias finais da 2ª Guerra Mundial e a resistência soviética ao nazismo de forma surpreendente, unindo filosofia e mistério. O filme foi o representante da Rússia ao Oscar de melhor filme estrangeiro, no ano passado, e rendeu a Shakhnazarov o prêmio de Melhor Diretor no IX Festival de Cinema Fantástico de Porto Alegre, também em 2013.

O Mosfilm, criado em 1924 e desde 1998 dirigido por Karen Shakhnazarov, década em que foi totalmente renovado e modernizado, abriga um acervo de mais de 2.500 filmes de diretores que ajudaram a criar a história do cinema mundial, como Sergei Eisenstein, Aleskandr Dovzhenko, Vsevolod Pudovkin, Ivan Pyriev, Grigori Aleksandrov, Mikhail Romm, Gigori Chukhrai, Mikhail Kalatozov, Serguei Bondarchuk, Andrei Tarkovsky, Leonid Gaiday e outros. Atualmente ainda é o maior estúdio da Rússia e um dos maiores da Europa.

 

Cinemateca Brasileira

Largo Senador Raul Cardoso, 207 – Vila Clementino

(11) 3512-6111 

contato@cinemateca.org.br

Inf.:  (11) 4327-0757

 

Programação da Mostra

 

Quinta-feira – 13 de novembro

20h – Tigre Branco

Direção: Karen Shakhnazarov (2012). Shakhnazarov mescla filosofia e mistério nesta batalha entre o tanquista Naydenov e um "tanque fantasma" alemão, nos dias finais da 2ª. Guerra Mundial. Recebeu indicação para o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.

 

Sexta-feira – 14 de novembro

17h – A Linha Geral

Direção: Sergei Eisenstein (1929). O mais aclamado dos cineastas soviéticos toma como pano de fundo a coletivização da agricultura para contar como a chegada de uma desnatadeira e um trator podem modificar antigos e tradicionais padrões de pensamento.

 

19h30 – Lenin em Outubro

Direção: Mikhail Romm (1938). Dez anos depois do "Outubro", de Eisenstein, onde o protagonista são as massas trabalhadoras, Romm aceita o desafio de individualizar e dar vida à figura de Lenin.

 

21h30 – Às Seis da Tarde Depois da Guerra

Direção: Ivan Pyriev (1944). Musical sobre a saga de dois amantes que, separados pela guerra, prometem reencontrar-se no Dia da Vitória. De 1929 a 1969, Pyriev dirigiu 18 filmes, entre os quais "Cartão do Partido" (1936), "Tratoristas" (1939), "Cossacos de Kuban" (1949).

 

Sábado – 15 de novembro

16h – Primavera

Direção: Griori Aleksandrov (1947). Quarta comédia musical estrelada por Liubov Orlova sob a direção de Aleksandrov, cineasta que assina com Eisenstein os roteiros de "A Greve" (1925), "Outubro" (1928), "Linha Geral" (1929), "Que Viva México" (1932). A história se passa nos primeiros anos da reconstrução da URSS, após a 2a. Guerra Mundial.

 

18h – O Retorno de Vasili Bortnikov

Direção: Vselvolod Pudovkin (1952). Dado como desaparecido na guerra, Vasili Bortnikov regressa ao lar e encontra a mulher casada com outro. Último filme do lendário diretor dos clássicos "Mãe" (1926) e "Tempestade Sobre a Ásia" (1928).

 

20h – O Fascismo de Todos os Dias

Direção: Mikhail Romm (1965). Narrado pelo próprio diretor, que pôs a alma nesse projeto repleto de inovações formais, "Fascismo de Todos os Dias" é, ainda hoje, considerado por muitos como o mais profundo, completo e impactante documentário produzido sobre o tema.

 

Domingo – 16 de novembro

16h – As 12 Cadeiras

Direção: Leonid Gaidai (1971). Na Rússia Soviética, ex-aristocrata procura os diamantes escondidos pela sogra – baseado no romance de Ilia Ilf e Evgueni Petrov. Campeãs de bilheteria, as comédias de Gaidai venderam mais de 600 milhões de ingressos na URSS.

 

19h – Sonhos

Direção: Karen Shakhnazarov/Aleksandr Borodyansky (1993). No final do século 19, a condessa Prizorovu é atormentada por picantes sonhos nos quais se vê transportada à Rússia pós-soviética. Ácida reflexão de Shakhnazarov sobre o rumo tomado pela restauração capitalista.

 

Segunda-feira – 17 de novembro

19h – A Mãe

Direção: Gleb Panfilov (1989). Egresso do VGIK, onde também se formaram Klimov, Tarkovsky, Chukhrai e outros expoentes da sua geração, Panfilov realiza, após Pudovkin (1926), Leonid Liukov (1941) e Mark Donskói (1956), a quarta filmagem do célebre romance de Maxim Gorki.

 

Terça-feira – 18 de novembro

19h – Reprise: Sonhos

21h – Reprise: O Fascismo de Todos os Dias

Quarta-feira – 19 de novembro

19h – Reprise: Tigre Branco

 

Notas sobre o "Tigre Branco"

Extratos do artigo de Elena Zhuk e Halina Zhuk, publicado em Rússia Profile, edição de 20/06/2012

Shakhnazarov disse na estreia de "Tigre Branco" no Cinema Oktyabr, que havia dedicado o filme a seu pai, que ingressou no exército, quando ele tinha 18 anos, bem como para os milhões de seus irmãos de armas.

O personagem principal, condutor de tanque Ivan Naidenov, interpretado por Alexei Vertkov, tem o corpo todo queimado em uma batalha. Como por milagre, suas queimaduras se curam rapidamente e o herói, que perdeu a memória, revela novas habilidades, como a de conversar com tanques que lhe contam suas histórias e pedem ajuda contra o Tigre Branco.

O Tigre Branco é uma encarnação mística da convicção dos nazistas na legitimidade de suas ações. Nos momentos mais inesperados, ele surge no campo de batalha para destroçar os tanques soviéticos com precisão sobre-humana.

O diretor compara a luta entre o homem e a máquina com o confronto entre o homem e a baleia de Herman Melville em Moby Dick.

Há uma óbvia referência à "besta loira" de Nietzsche["na base de todas as raças aristocráticas existe o animal de rapina"], quando o Tigre Branco surge na tela, acompanhado pela música de Richard Wagner.

 

No monólogo final, escrito pelos roteiristas, Shakhnazarov, Boyashov e Borodyansky, com base em fragmentos dos discursos do Führer, Hitler disserta sobre a inevitabilidade da guerra e argumenta que a Alemanha comprometeu-se apenas com algo que o resto da Europa há muito ardia de desejo para realizar.

Peça Besouro Cordão de Ouro de Paulo César Pinheiro se apresenta em São Paulo

Primeiro texto para teatro de Paulo César Pinheiro, Besouro Cordão de Ouro conta a história do capoeirista brasileiro nascido em Santo Amaro da Purificação que ficou famoso nas rodas de capoeira de todo Brasil como símbolo de resistência. O espetáculo comemora os 80 anos de vida de João das Neves (diretor do espetáculo) e o mês da consciência negra. 

Curtíssima temporada (14 a 16 de novembro) no SESC Campo Limpo. Grátis.

 

Besouro Cordão de Ouro

Gênero: Drama
Duração: 90 minutos
Censura: Livre 
Elenco/Direção: Texto e Música: Paulo César Pinheiro. Direção: João das Neves.

Elenco: Anna Paula Black, Cridemar Aquino, Iléa Ferraz, Maurício Tizumba, Sérgio Pererê, William de Paula, Wilson Rabelo, Alanzinho Rocha, Gilberto Santos da Silva “Laborio”, Letícia Soares, Valéria Mona, Victor Alvim “Lobisomem”  . 
Datas/Temporadas: Estréia dia 14 de Novembro (sexta) Temporada: até 16 de Novembro
Sessões: Sexta e sábado, às 20h30; Domingo, às 19h

Ingressos: Grátis (chegar com antecedência para retirar)

Capoeira: cultura, tradição e identidade – entrevista com Professor Pavio, do grupo da UMES

 

Na semana em que comemoramos o Dia Nacional da Cultura Brasileira (05 de novembro), nada melhor do que resgatar a história de um dos elementos mais importantes e tradicionais da cultura nacional – a capoeira.

 

A tarefa é difícil, como nos lembra o professor-instrutor do grupo de Capoeira da UMES, Pavio. “Os documentos e a literatura sobre a capoeira são escassos. A tradição é contar a sua história e, ao mesmo tempo, resgatá-la na prática, ou seja, nas rodas de capoeira”, afirma.

 

De fato, a luta criada aqui no país pelos escravos foi, até 1940, proibida através do código penal. “A capoeira foi, antes de tudo, uma luta política e uma forma de resistência à escravidão”, diz Pavio.

 

Marginalizada e tendo a sua prática clandestina, somente a partir de meados do século XX e por esforço do baiano Manoel dos Reis Machado, o Mestre Bimba, que a capoeira deixou o código penal para ser conhecida como um esporte, uma luta marcial e uma expressão cultural.

 

“Mestre Bimba, perseguindo o objetivo de transformar a tradição capoeirista em uma luta marcial brasileira, criou a Luta Regional Baiana, que hoje conhecemos por Capoeira Regional”.

 

Mantendo a ginga, a música e alguns instrumentos, e excluindo outros (como o atabaque para que a luta não tivesse relação direta com religião, como o candomblé), Bimba queria provar a eficiência marcial da capoeira, na época perdida para uma prática somente simbólica. Os elementos culturais e o intuito de resgate da tradição da capoeira dos escravos foram mantidos, destacando a contribuição do Mestre Pastinha ao lado de Bimba. A capoeira foi retirada do código penal pelo presidente Getúlio Vargas, que afirmou: “A Capoeira é o único esporte genuinamente brasileiro”.

 

“Sem Bimba talvez a gente nem soubesse o que é capoeira”, conta.

 

A luta então passou a ter uma sequencia pedagógica, instituindo a graduação de cordas que hoje conhecemos. Era exigido dedicado treinamento técnico e condição física. Mestre Bimba então dava aulas na Universidade Federal da Bahia (UFBA) e, analfabeto, contou com a ajuda dos estudantes de medicina na criação de movimentos e dos de pedagogia para a criação das sequencias que facilitavam o aprendizado.

 

“Ele exigia muito de seus alunos e para treinar com ele era necessário seguir seus mandamentos, ser trabalhador ou estudante e não podia beber ou fumar”. Através de seus seguidores, a Capoeira Regional se espalhou pelo Brasil inteiro. Ele, no entanto, morreu em condição miserável em Goiânia.

 

Resgate

       

Pavio liderou a criação de um grupo de capoeira na UMES, formado por estudantes de todas as partes da cidade. Ele fala da importância da iniciativa.

 

“Passamos por um momento em que para o imperialismo a mais eficiente forma de dominação é destruir a nossa cultura, impor a deles, especialmente entre a juventude. Vemos inclusive as instituições públicas, promovendo e fomentando uma coisa que não tem nada a ver com a nossa história”, afirma.

 

“Estudar e praticar capoeira é manter viva e resgatar nossa cultura e a nossa identidade. O nosso grupo na UMES se propõe, além de oferecer as aulas gratuitas, a ser a porta de entrada para que a capoeira seja uma prática comum dentro das escolas”, explica.

 

     Foto: Pavio e Mestre Joel em homenagem na Câmara Muncipal

 

Estima-se que no Brasil há 5 milhões de capoeiristas. Apesar das linhagens, das diferentes origens e formas de praticar a capoeira, há uma grande unidade entre os que praticam: a defesa pela liberdade e pela cultura popular.

 

“Há muitas divergências sobre essa história, que é contada oralmente através das músicas e rodas e isso já é uma tradição. A história de Besouro Mangangá, a maior lenda da capoeira, é contada assim. Só descobriu-se que ele viveu de verdade 90 anos após a sua morte, fruto de uma exaustiva pesquisa que quase não encontrou documentos ou registros”, relata Fabiano.

 

E por fim – ou pra começo – Pavio convida a todos os interessados a participarem das rodas de capoeira na UMES. As aulas são gratuitas e acontecem na sede da entidade todas as terças e quintas em dois horários – sendo um a tarde das 14 às 15:30 horas, e outra a noite das 19:30 às 21 horas.

 

Irresponsabilidade do Governo Estadual provoca falta d ́água em escolas estaduais

* Por Maria Izabel Azevedo Noronha, presidente do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo – Apeoesp

 

Durante a campanha eleitoral para o Governo de São Paulo, o Governador Geraldo Alckmin, então candidato à reeleição pelo PSDB, pronunciou-se algumas vezes sobre a crise hídrica que ocorre no estado e vem causando falta d ́água em diversas cidades, penalizando sobretudo a população mais pobre, que mora na periferia. Estima-se que mais de 18 milhões de pessoas em 18 cidades já sofrem com a escassez de água. Em todas as ocasiões, durante a campanha, o Governador minimizou a crise e assegurou que não haveria racionamento de água.

Mal foram apuradas as urnas, com a reeleição do Governador em primeiro turno, a Sabesp passou admitir o racionamento e houve uma brutal ampliação das regiões onde falta água, atingindo agora até mesmo bairros de classe média. O caso assumiu tal gravidade que escolas e hospitais vêm sendo atingidos, provocando uma situação que afeta serviços públicos essenciais à população.

Diante desses fatos, podemos qualificar o Governo Estadual como irresponsável e incompetente no trato desta questão. É preciso lembrar que o atual Governador participa do Governo Estadual desde 1995 e que já havia sido Governador entre 2001 e 2006. Há pelo menos 10 anos o Governo estadual vem sendo alertado para a necessidade de obras para a captação de água, em função do potencial esgotamento do Sistema Cantareira, mas nada foi feito.

O Governo Estadual culpa a escassez de chuvas pela atual crise. Com consequência da gestão irresponsável e predatória dos recursos hídricos, há falta d ́água em diversas escolas, sobretudo nas regiões periféricas. Isto pode colocar em risco o cumprimento dos 200 dias letivos obrigatórios de acordo com a LDB. Como será a postura do Governo Estadual perante esta situação? Não podemos aceitar que a conduta irresponsável deste governo signifique prejuízo ao recesso escolar e ás férias de professores e estudantes.

Câmara Municipal promove seminário sobre a Capoeira de São Paulo

A Câmara Municipal de São Paulo promoverá na próxima quarta-feira (05) um seminário sobre a Capoeira na cidade.

Além do resgate da história da Capoeira, serão discutidas políticas públicas que possam fomentar a prática de um dos mais importantes símbolos da cultura nacional.

Diversos mestres serão homenageados, como Mestre Suassuna, Santana Macaco, Zumbi, Pinatti, Alcides, Natanael, entre outros.

Participe você também.

 

Dia 05 de novembro (quarta-feira), às 18h.

 

Auditório Teotônio Vilela – Câmara Municipal de São Paulo

 

 

 

E lembre-se:

A UMES oferece aula de capoeira gratuita. Confira abaixo dias e horários.

 

Professor instrutor Pavio (Fabiano)

 

Local: Sede Central da UMES – Rua Rui Barbosa, 323 – Bela Vista

 

Inscreva-se já. As vagas são limitadas.

 

 

Aulas na sede central da UMES

Segundas e Quartas – das 19h30 às 21h

Terças e Quintas – das 14h às 15h30

Sábados das 13h às 15h

 

Informações: 3289-7477/3289-7475

Cinemateca apresenta mostra que comemora os 90 anos do Mosfilm

Entre os dias 13 e 19 de novembro, a Cinemateca Brasileira apresenta a mostra "Mosfilm – 90 Anos" composta por 10 filmes representativos de diversos períodos do cinema soviético e pós-soviético.
Criado em 1924, o Mosfilm é não só o mais antigo, como também o maior estúdio de cinema da Europa. Tem em seu acervo mais de 2500 produções e é dirigido, desde 1998, por Karen Shakhnazarov, cineasta de obra sólida e criativa.
O Centro Popular de Cultura da UMES, que participa da curadoria da mostra, informa que dos 10 filmes selecionados nenhum foi exibido em cinema ou televisão, no Brasil, e só dois podem ser encontrados em DVD.

Tigre Branco
Karen Shakhnazarov (2012)
Shakhnazarov mescla filosofia e mistério nesta batalha entre o tanquista Naydenov e um “tanque fantasma” alemão, nos dias finais da 2ª. Guerra Mundial. Recebeu indicação para o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.

A Linha Geral
Sergei Eisenstein (1929)
O mais aclamado dos cineastas soviéticos toma como pano de fundo a coletivização da agricultura para contar como a chegada de uma desnatadeira e um trator podem modificar antigos e tradicionais padrões de pensamento.

Lenin em Outubro
Mikhail Romm (1938)
Dez anos depois do "Outubro", de Eisenstein, onde o protagonista são as massas trabalhadoras, Romm aceita o desafio de individualizar e dar vida à figura de Lenin.

Às Seis da Tarde Depois da Guerra
Ivan Pyriev (1944)
Musical sobre a saga de dois amantes que, separados pela guerra, prometem reencontrar-se no Dia da Vitória. De 1929 a 1969, Pyriev dirigiu 18 filmes, entre os quais "Cartão do Partido" (1936), "Tratoristas" (1939), "Cossacos de Kuban" (1949).

Primavera
Griori Aleksandrov (1947)
Quarta comédia musical estrelada por Liubov Orlova sob a direção de Aleksandrov, cineasta que assina com Eisenstein os roteiros de "A Greve" (1925), "Outubro" (1928), "Linha Geral" (1929), "Que Viva México" (1932). A história se passa nos primeiros anos da reconstrução da URSS, após a 2a. Guerra Mundial.

O Retorno de Vasili Bortnikov
Vselvolod Pudovkin (1952)
Dado como desaparecido na guerra, Vasili Bortnikov regressa ao lar e encontra a mulher casada com outro. Último filme do lendário diretor dos clássicos "Mãe" (1926) e "Tempestade Sobre a Ásia" (1928).

Fascismo Ordinário
Mikhail Romm (1965)
Narrado pelo próprio diretor, que pôs a alma nesse projeto repleto de inovações formais, "Fascismo Ordinário" é, ainda hoje, considerado por muitos como o mais profundo, completo e impactante documentário produzido sobre o tema.

As 12 Cadeiras
Leonid Gaidai (1971)
Na Rússia Soviética, ex-aristocrata procura os diamantes escondidos pela sogra – baseado no romance de Ilia Ilf e Evgueni Petrov. Campeãs de bilheteria, as comédias de Gaidai venderam mais de 600 milhões de ingressos na URSS.

A Mãe
Gleb Panfilov (1989)
Egresso do VGIK, onde também se formaram Klimov, Tarkovsky, Chukhrai e outros expoentes da sua geração, Panfilov realiza, após Pudovkin (1926), Leonid Liukov (1941) e Mark Donskói (1956), a quarta filmagem do célebre romance de Maxim Gorki.