Cinemateca apresenta mostra que comemora os 90 anos do Mosfilm

Entre os dias 13 e 19 de novembro, a Cinemateca Brasileira apresenta a mostra "Mosfilm – 90 Anos" composta por 10 filmes representativos de diversos períodos do cinema soviético e pós-soviético.
Criado em 1924, o Mosfilm é não só o mais antigo, como também o maior estúdio de cinema da Europa. Tem em seu acervo mais de 2500 produções e é dirigido, desde 1998, por Karen Shakhnazarov, cineasta de obra sólida e criativa.
O Centro Popular de Cultura da UMES, que participa da curadoria da mostra, informa que dos 10 filmes selecionados nenhum foi exibido em cinema ou televisão, no Brasil, e só dois podem ser encontrados em DVD.

Tigre Branco
Karen Shakhnazarov (2012)
Shakhnazarov mescla filosofia e mistério nesta batalha entre o tanquista Naydenov e um “tanque fantasma” alemão, nos dias finais da 2ª. Guerra Mundial. Recebeu indicação para o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.

A Linha Geral
Sergei Eisenstein (1929)
O mais aclamado dos cineastas soviéticos toma como pano de fundo a coletivização da agricultura para contar como a chegada de uma desnatadeira e um trator podem modificar antigos e tradicionais padrões de pensamento.

Lenin em Outubro
Mikhail Romm (1938)
Dez anos depois do "Outubro", de Eisenstein, onde o protagonista são as massas trabalhadoras, Romm aceita o desafio de individualizar e dar vida à figura de Lenin.

Às Seis da Tarde Depois da Guerra
Ivan Pyriev (1944)
Musical sobre a saga de dois amantes que, separados pela guerra, prometem reencontrar-se no Dia da Vitória. De 1929 a 1969, Pyriev dirigiu 18 filmes, entre os quais "Cartão do Partido" (1936), "Tratoristas" (1939), "Cossacos de Kuban" (1949).

Primavera
Griori Aleksandrov (1947)
Quarta comédia musical estrelada por Liubov Orlova sob a direção de Aleksandrov, cineasta que assina com Eisenstein os roteiros de "A Greve" (1925), "Outubro" (1928), "Linha Geral" (1929), "Que Viva México" (1932). A história se passa nos primeiros anos da reconstrução da URSS, após a 2a. Guerra Mundial.

O Retorno de Vasili Bortnikov
Vselvolod Pudovkin (1952)
Dado como desaparecido na guerra, Vasili Bortnikov regressa ao lar e encontra a mulher casada com outro. Último filme do lendário diretor dos clássicos "Mãe" (1926) e "Tempestade Sobre a Ásia" (1928).

Fascismo Ordinário
Mikhail Romm (1965)
Narrado pelo próprio diretor, que pôs a alma nesse projeto repleto de inovações formais, "Fascismo Ordinário" é, ainda hoje, considerado por muitos como o mais profundo, completo e impactante documentário produzido sobre o tema.

As 12 Cadeiras
Leonid Gaidai (1971)
Na Rússia Soviética, ex-aristocrata procura os diamantes escondidos pela sogra – baseado no romance de Ilia Ilf e Evgueni Petrov. Campeãs de bilheteria, as comédias de Gaidai venderam mais de 600 milhões de ingressos na URSS.

A Mãe
Gleb Panfilov (1989)
Egresso do VGIK, onde também se formaram Klimov, Tarkovsky, Chukhrai e outros expoentes da sua geração, Panfilov realiza, após Pudovkin (1926), Leonid Liukov (1941) e Mark Donskói (1956), a quarta filmagem do célebre romance de Maxim Gorki.

Com o país em recessão, Banco Central aumenta os juros para 11,25%

Após três dias das eleições, juros continuam os mais altos do mundo e com aval da presidenta

 

Três dias depois das eleições, com o país em recessão – a economia estrangulada, precisamente, pelos juros altíssimos – o Banco Central (BC) subiu a taxa básica de juros de 11% para 11,25%.

A taxa básica do BC já era a maior taxa real (descontada a inflação) do mundo. Com o aumento de quarta-feira – o décimo desde abril de 2013 – o juro básico real foi para 4,46%. A média internacional está em -1,5% (menos 1,5%). Só existem seis países do mundo em que os juros básicos estão acima de 1% e somente 10 onde estão acima de zero.

Os apologistas de Dilma, aquela miuçalha de pequenos interesses e pequenos interessados, parece que foram acometidos de uma súbita epidemia de mudez. Talvez seja melhor assim, do que tentar justificar essa indecência – ou dizer que sua musa não é responsável por ela.

Se não fosse, mais lógico seria substituí-la por uma junta formada pelos diretores do BC – ou pelo conselho da Febraban. Porém, o Banco Central no governo Dilma não é independente, segundo declarou a então candidata: “independente no Brasil só são os poderes da República, Legislativo, Executivo e Judiciário”. O Banco Central, jamais, que isso é coisa de quem quer aumentar os juros.

A inescapável conclusão é que, com Dilma, o BC não precisa ser independente para aumentar os juros. Mas isso é porque os bancos não mandam no governo…

Se havia alguma ilusão com a senhora Rousseff, daqui por diante será preciso uma reserva extra de cinismo, ou de imbecilidade, para continuar confeccionando uma presidenta ou um governo inexistentes, que somente são progressistas nos roteiros de fotonovela desses apologistas.

O mais ridículo, certamente, são aqueles que se esmeram na pose de xingar a mídia reacionária, golpista, como se o que importa nela – a “Globo”, a “Folha” e mais um ou outro – não tivesse apoiado, até fervorosamente, a mesma candidata que eles. A única exceção foi a “Veja”, que ficou à margem por ter uma compulsiva vocação marginal.

Não havia nem pressão para aumentar os juros nessa reunião do Copom. Nem a mídia publicou um único artigo nesse sentido – ao contrário, as pressões estavam reservadas para a próxima reunião do Copom, não para a que se encerrou quarta-feira.

Entretanto, com o país em recessão – “crescimento negativo” em três dos últimos quatro trimestres; previsão de que não passe de zero, ou negativo, até o fim do ano; o investimento caindo (a bem dizer, desabando) há quatro trimestres; o PIB industrial caindo, também há quatro trimestres; a produção industrial recuando tanto que já está ao nível de 2007; o aumento do consumo em zero – com tudo isso, o governo aumentou os juros, que já eram, repetimos, os maiores do mundo – a taxa básica real dos EUA está em menos 1,91%, a da Alemanha em menos 1,14%, a do Japão em menos 2,06%.

 

CARLOS LOPES da Hora do Povo

Justiça proíbe o uso de balas de borracha pela PM contra manifestantes em São Paulo

Em decisão liminar do último dia 24, a 10ª Vara de Fazenda Pública proíbe o uso de bala de borracha por policiais militares contra manifestações e determina que a PM elabore em 30 dias um “projeto de atuação” para lidar com manifestações populares.
O juiz Valentino Aparecido de Andrade responsável pela liminar afirmou, em sua decisão, que a “ação truculenta” dos policiais militares nas manifestações de 2013 e nos protestos contra a Copa não foi usada para manter a ordem, mas “com a evidente intenção de desestimular as pessoas que queriam protestar”.

Ficou determinada também a obrigatoriedade dos policiais militares utilizarem identificação com nome e posto “colocada em local visível de sua farda”, e não somente números como foi adotado pela PM durante as manifestações de 2013.

Em resposta a ação civil pública movida pela Defensoria Pública do Estado de São Paulo, com o apoio da ONG Conecta Direitos Humanos a decisão liminar proíbe a PM de terminar condições de tempo e de lugar para a realização de passeatas e solicita que haja um oficial para ser o porta-voz do comando da PM em relação aos manifestantes.

“O que se viu, em 2013, foi uma absoluta e total falta de preparo da Polícia Militar”, afirma o juiz. Segundo ele, a PM “não soube agir, como revelou a acentuada mudança de padrão: no início, uma inércia total, omitindo-se no controle da situação, e depois agindo com demasiado grau de violência, direcionada não apenas contra os manifestantes, mas também contra quem estava no local apenas assistindo ou trabalhando, caso dos profissionais da imprensa”.

CPC-UMES e MOSFILM realizam mostra de cinema russo na Cinemateca

CPC-UMES E MOSFILM REALIZAM MOSTRA DE CINEMA RUSSO NA CINEMATECA BRASILEIRA
Entre os dias 13 e 19 de novembro, serão apresentados 10 filmes inéditos no Brasil, fruto da parceria entre o Centro Popular de Cultura da UMES e a Mosfilm, maior estúdio de cinema da Europa. Não perca essa chance única!

 

Confira programação: 

III Jogos Estudantis da Cidade de São Paulo – Participe!


Estão abertas as inscrições para o 3º Jogos Estudantis da Cidade de São Paulo (JESP), realizado pela UMES em parceria com a Petrobrás e o Ministério do Esporte.

 

Nesta terceira edição, as escolas públicas da cidade poderão inscrever equipes composta por alunos do ensino médio nas modalidades Handebol, Futsal, Voleibol e Xadrez, em ambos os gêneros.

 

Para efetivar a inscrição da sua equipe, é necessário realizar as contrapartidas social – que preveem a realização de um cine clube com debate na escola participante – e ambiental – que consiste na coleta de materiais recicláveis, como latas de alumínio, garrafas pet e papelão.

 

Serão quatro equipes por modalidade/gênero em cada região: Centro-Norte, Leste, Oeste e Sul e cada escola poderá inscrever no máximo quatro equipes de modalidades/gênero diferentes. Com isso serão envolvidos mais de mil alunos de forma direta e 40 mil indiretamente, através da mobilização escolas e sua comunidade.

 

Os alunos-atletas deverão ser acompanhados pelo professor de educação física, devidamente credenciado no Conselho Regional de Educação Física e receberão uniformes para as partidas.

 

Não fique fora dessa! Organize sua escola e participe. As vagas são limitadas.

 

Procure a sub-sede da UMES na sua região:

 

Centro-Norte: Rua Rui Barbosa, 323 – Bela Vista – Fone: 3289-7452

Leste: Rua Padre João, 128 – Sala 12 – Penha – Fone: 2692-0451

Sul: Rua Barão de Duprat, 312 – 2º andar – Santo Amaro – Fone: 5521-0875

Oeste: Rua Monteiro de Melo, 67 – Sala 12 – Lapa – Fone: 3672-7647

 

Informações: umes@umes.org.br/3289-7452

Estudantes espanhóis se levantam contra cortes e privatização do ensino

Uma multidão de estudantes, pais e professores tomaram as ruas de Madrid e outras cidades ao mesmo tempo em que ocorria greve de 72 horas

 

Mais de 150 mil estudantes se manifestaram, na quarta-feira (22), na Espanha, contra os cortes de orçamento, a privatização do ensino e contra o desemprego dos professores. Os protestos aconteceram no segundo dia de uma greve de 72 horas, convocada pelo Sindicato de Estudantes, entidade que congrega os alunos do ensino secundário e universitário.

Em Madrid, em marcha que reuniu mais de 60 mil pessoas, os manifestantes percorreram desde a estação de trem de Atocha até a central praça Puerta del Sol, exigindo ainda a demissão do ministro de Educação, José Wert, e a retirada da chamada Lei Orgânica para a Melhoria Educativa cuja aprovação esta prevista para os próximos dias.

“Desde o Sindicato de Estudantes dizemos alto e claro: voltaremos às ruas até obrigar Wert a retirar sua contra-reforma franquista e sua agenda privatizadora da educação pública, e até que renuncie de uma vez. E temos que fazer isso todos juntos: estudantes, mães, pais e professores”, assinalaram em nota.

“A greve de três dias foi respaldada nos colégios de ensino secundário por mais de 90% na maioria das regiões do país, e nas universidades é completamente majoritária: Mais de dois milhões de estudantes esvaziamos as aulas, e milhares enchemos as ruas!”, informaram.

Segundo os organizadores, em um ano e meio se reduziu a quantidade de professores em 32 mil 801, apesar do aumento em 55 mil alunos, enquanto a reforma da lei aponta para uma discriminação maior dos estudantes de menos recursos a ao enfraquecimento da escola pública.

O Sindicato denunciou também que 45.000 estudantes já foram expulsos da Universidade por não poder custear as novas taxas, que aumentaram 66%. “Só poderá ter estudos universitários quem disponha de cerca de 20.000 euros para pagá-los, ou seja, uma reduzida minoria.” Os estudantes reivindicam uma educação “pública, laica, de qualidade, e gratuita”.

Afirmaram que isso é a ponta do iceberg porque se espera um corte orçamentário na educação para 2015 que não foi anunciado, e deve ser maior do que esse já em andamento. Avaliam que, nos últimos cinco anos, a redução das verbas para a educação é de quase sete bilhões de euros.

A privatização que pretendem atinge a universidade, o segundo grau e até escolas primárias e creches.

Outra consequência dos cortes é a supressão de subvenções para livros, restaurantes estudantis e transporte, além da eliminação de medidas para garantir a amplitude das matérias.

Tudo isso se agrava com a elevação do desemprego o que reduz a condição de muitas famílias custearem os estudos dos seus entes mais jovens.

Além da capital, mais de 20.000 saíram às ruas de Barcelona e milhares em Tarragona e no restante da Catalunha. No País Basco, cerca de 15.000 em Bilbao, mais de 3.000 em Donosti e de 4.000 em Gasteiz. Na Andaluzia mais de 10.000 entre Sevilha e Málaga. Em Astúrias, onde a greve foi grande, milhares se manifestaram em Oviedo e Gijón, como também nas capitais da Galícia e de Valencia. Em todas as cidades de meio porte a greve e as manifestações tiveram forte presença. Na quinta, continuam as manifestações com assembleias e com a adesão de entidades de professores e dos pais dos alunos.

A crise econômica que atingiu a Europa nos últimos anos teve um impacto particularmente significativo no mercado de trabalho da Espanha, onde o desemprego está em torno de 26%.

O desemprego entre os jovens alcançou níveis assombrosos: em setembro, para aqueles com 24 anos ou menos, chegou a 56%.

 

SUSANA SANTOS do Hora do Povo

 

Cursos pagos ganham espaço na USP e em outras universidades públicas

Cobrança é feita em 59% dos cursos de extensão, como especialização e MBAs

 

Pró-reitora afirma que cursos atendem demanda de mercado; para Adusp, medida é contra a Constituição

 

Em quatro anos, o número de cursos pagos na USP –especialização e MBAs– passou de 769 para 831, crescimento de 8%. Quase 28 mil pessoas pagam para estudar na universidade pública.

Para comparação, a universidade tem 90 mil alunos no ensino regular (graduação e mestrado). Os cursos pagos correspondem a mais da metade (59%) das ofertas de extensão na USP.

Entram na lista especialização lato-sensu (os quais incluem MBAs), além de atualização, difusão e práticas profissionalizantes. Neste ano, só até julho, havia 719 cursos em andamento.

A Adusp (associação de docentes) diz que a cobrança fere o princípio constitucional de gratuidade no ensino superior. "Não existe nenhuma brecha legal, muito menos moral ou ética para que a USP tenha curso pago", diz Ciro Correia, presidente da Adusp.

Para ele, há conflito de interesses no convênio com fundações criadas por docentes, mas privadas, e que ofertam cursos com "certificado USP."

Já a pró-reitora de extensão, Maria Arminda Arruda, nega ilegalidade e falta de controle sobre a criação de cursos. Diz que a oferta atende a demandas de mercado.

"A construção da USP é também um projeto para a sociedade. Não quer dizer que ela seja privatizada", diz.

A arrecadação dos cursos também gera debate na universidade, que passa por uma crise financeira. Apenas 5% do valor obtido vai para os cofres da USP. O restante é usado para pagar professores.

De 2010 a 2013, o valor recebido pela USP passou de R$ 2,5 milhões para R$ 4,5 milhões. A USP não informou o total movimentado.

Arruda diz que o dinheiro ajuda a financiar projetos sociais e a ida de alunos e de docentes a congressos.

A maior parte dos cursos é de especialização –47%. Os valores variam por duração e área. Gestão de Projetos, o mais procurado da Politécnica, custa R$ 32.400, divididos em 24 parcelas de R$ 1.350.

O professor Marcelo Pessôa, da Fundação Vanzolini, instituição que mantém nove cursos ligados à Poli, defende a cobrança. "Não tenho a mínima dúvida de que deve ser pago", diz.

Para o professor da USP, Renato Janine Ribeiro, alguns cursos pagos, como de idiomas, deveriam ser gratuitos. "É difícil se formar sem domínio de uma língua estrangeira e informática."

 

Discussão sobre cobrança chega à Justiça

 

O debate sobre a cobrança por cursos de extensão se repete em outras universidades públicas do país e já chegou à esfera judicial.

Em São Paulo, o Ministério Público abriu uma ação para investigar a oferta de um curso de mandarim por uma instituição privada dentro da Unesp Guaratinguetá –sem que a universidade, contudo, recebesse repasses.

Debate semelhante ocorre no âmbito federal, onde já há decisões contrárias à cobrança. Em fevereiro, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região decidiu que era "ilegítima" a mensalidade de uma pós-graduação lato sensu na Universidade Federal de Goiás, após pedido de uma aluna.

Um recurso de outra ação, mas sobre o mesmo tema, aguarda análise no Supremo Tribunal Federal.

Há também casos na esfera extrajudicial. Em 2007, o Ministério Público Federal recomendou o fim da cobrança por cursos na Unifesp.

A discussão terminou somente após um acordo em 2013. A partir daí, a universidade passou a oferecer bolsas para 50% das vagas.

Hoje, não há regulamentação específica sobre o tema no país. O Conselho Nacional de Educação pretende finalizar a elaboração um marco regulatório sobre esses cursos até o final deste ano.

Até lá, cabe a cada universidade decidir se irá ou não abrir cursos pagos.

 

Folha de São Paulo

 

Entidades condenam defesa da redução da maioridade penal por candidaturas

As entidades que compõem a Rede Nacional de Defesa do Adolescente em Conflito com a Lei (Renade) repudiaram as candidaturas que defenderam a redução da maioridade penal nesta eleição. Ao todo 114 entidades assinaram um manifesto em que consideraram a proposta um “retrocesso para os direitos humanos de crianças e adolescentes”.

A Renade considera que com a formação de um Congresso Nacional “mais conservador” depois do resultado dessas eleições o debate reacenderá com posições a favor da redução da maioridade penal em maior número de adeptos do que encontrávamos no Congresso até então.

As entidades que assinam o manifesto consideram que reduzir a maioridade penal afasta o país das principais questões defendidas pelo Estatuto da Criança e Adolescente (ECA) e pelo Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase).

“Ao relacionar de maneira superficial justiça social e segurança pública, os candidatos parecem desconhecer a realidade do cotidiano do Sistema de Justiça Juvenil no Brasil”, diz trecho do manifesto.

De acordo com as organizações que assinam o manifesto, as propostas relacionadas à redução da criminalidade infanto-juvenil deveriam se dar no sentido de “garantir efetivamente a implementação e aplicação do ECA e do Sinase em todo o território nacional, sendo possível, assim, falar-se em soluções que implicam em redução da violência e criminalidade”.

“Infelizmente, constata-se que, ao flexibilizar garantias que protegem estes adolescentes em situação de vulnerabilidade, sob o argumento de que cometem crimes muito graves, os candidatos apenas saciam a ânsia punitivista que demanda, de maneira irracional, o isolamento desses sujeitos”.

Escolas são fechadas por causa da falta de água no Estado de São Paulo

A cidade de Cristais Paulista (a 400 km da capital) precisou fechar suas escolas, deixando mais de 2.000 alunos sem aulas devido à falta de água. No município de 10 mil habitantes, duas creches e três escolas estão sem funcionar, segundo a prefeitura.

Segundo o secretário de Obras de Cristais Paulista, Moacir Almeida de Oliveira, a previsão é que as atividades escolares sejam retomadas apenas na próxima semana. Moacir explica que a captação de água da cidade era feita em nascentes, que estão completamente secas. Emergencialmente, a cidade passou a buscar água com caminhões-pipa no Córrego do Carmo, localizado a 5 quilômetros da cidade.

Cristais Paulista emprestou cinco caminhões-pipa de municípios vizinhos, que transportam a água até duas represas, onde passa por tratamento antes de chegar à população. Com o racionamento oficial na cidade, moradores têm água nas torneiras em apenas três períodos do dia: entre 6h e 8h; de 12h a 13h30; e entre 18h e 20h30. A prefeitura já anunciou estado de emergência e a decretação de estado de calamidade pública está em análise.

Em outra cidade do interior paulista, Itu (a 100 km da capital), a situação também é crítica. Moradores sofrem com o desabastecimento desde fevereiro e alguns relatam ter ficado sem água nas torneiras por 15 dias. Na semana passada, a população, revoltada, fechou ruas e queimou pneus em protesto contra a falta de água.

Diversos municípios paulistas adotaram racionamento ou rodízio de forma oficial. Em Guarulhos, o rodízio, implantado em março, deixa a população um dia sem água, o outro com água. Em Bauru, os moradores têm água a cada 24 horas. Na cidade de Mauá, o revezamento ocorre de  segunda-feira à sexta-feira, tendo um dia sem água a cada quatro dias com água.

Outras cidades com racionamento ou rodízio são Cruzeiro, Mirassol, Americana, Salto, Araras, Casa Branca, Barretos e São Sebastião da Grama. Na capital paulista, muitos moradores reclamam de falta de água em diversos bairros, mas a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) não admite que esteja ocorrendo racionamento. O nível dos reservatórios do Sistema Cantareira, que abastece a cidade, caiu para 3,3%. Há um ano, o percentual era de 38,2%. A Agência Nacional de Águas já autorizou o uso da segunda cota da reserva técnica (volume morto) do Sistema Cantareira. Essa segunda cota acrescentará mais 106 bilhões de litros ao sistema.

 

Mãe e filho registram em foto o antes e o depois da seca na Cantareira

Fonte: O Estado de São Paulo

Robin Hood da água desvia carro pipa para matar a sede da periferia

Os moradores do Jardim Novo Pantanal, na zona sul da capital paulista, que estavam sem água nem mesmo para beber há seis dias, contaram com o apoio de Fabio Roberto dos Santos, trabalhador de uma empresa de carros-pipa, que desviou um dos caminhões para o bairro, na tentativa de matar a sede dos vizinhos.

Mesmo correndo o risco de ser demitido, o motorista, que é morador do bairro, levou o caminhão para distribuir 16 mil litros de água mineral aos seus vizinhos.

A princípio Anderson Herrmann Hudson, dono da empresa, pensou em demitir o funcionário, mas após Fabio explicar a atitude desesperada para garantir água a sua vizinhança, Hudson mudou de ideia e disse que vai reembolsar o funcionário.

“Minha empresa tem que servir à comunidade. E não vejo melhor maneira que essa, de levar água a quem precisa, em meio a essa crise que estamos vivendo”, disse.
A falta de água se generalizou pela cidade e a blindagem feita durante a campanha eleitoral que reelegeu Geraldo Alckmin governador não mais se sustenta.

As queixas de falta d’água se espalham por todas as regiões de São Paulo. Moradores de da Aclimação, Cambuci, Consolação, Vila Mariana, Mirandópolis, Ipiranga, Pacaembu, Limão, Brasilandia, Vila Nova Cachoeirinha, Cidade Tiradentes, Jardim Eliana, Jardim Romano, Vila Guarani, Jardim Ângela, Lapa, Perdizes, Pompéia, dentre outros bairros tem ficado com as torneiras vazias. Em alguns durante as noites (20h às 6h) e outros por dias como o Jardim Novo Pantanal, Lapa e quase toda a zona norte da cidade.

Na Lapa ironizam o discurso da Sabesp que imperou até agora. “Minha caixa-d’água parou de encher. Mas eles não fazem racionamento, né? Administram a água”, diz a consultora Maria Forni que passou o fim de semana sem água.

No Jardim Eliana, no Grajaú, zona sul, o músico Leandro Bastos de Andrade conta que “depois da meia-noite tem faltado água todos os dias”. Depois das 20h só sai ar das torneiras”, ironizou o sociólogo Gérson Brandão Júnior, morador do Jardim Romano, Zona Leste.

As queixas de falta d’água, antes frequentes entre moradores e comerciantes de bairros localizados em pontos mais altos e ou periféricos da capital paulista, se espalham e agora atingem residências por toda a cidade. A crise hídrica está afetando até o Parque do Ibirapuera, na Zona Sul, que ficou sem água nos bebedouros e banheiros no final de semana.

O nível do Sistema Cantareira, responsável por abastecer 6,5 milhões na Grande São Paulo e em parte do interior apresentou mais uma queda passando de 4,5% terça-feira para 4,3% quarta-feira, registrando a pior marca de sua história. No mesmo período no ano passado o reservatório funcionava com 38,3 %de sua capacidade.

A presidente da Sabesp, Dilma Pena, admitiu na segunda-feira (15) em depoimento na CPI que investiga o contrato entre a Sabesp e a prefeitura de São Paulo, na Câmara Municipal que São Paulo passa “por uma grave crise” e que se a situação permanecer como está a água pode acabar em meados de novembro. Mesmo com diversos relatos a Sabesp afirma que apenas de 1% a 2% da população tem sofrido interrupções de abastecimentos.