Considerações sobre a “crise na USP”: o mito dos 105% da folha

“As reitorias se distanciam do seu papel de fazer uma gestão pública transparente, não visualizando a janela de oportunidade que se abre para se discutir a importância do orçamento público das universidades”

 

O recente debate sobre a “crise” das universidades públicas paulistas suscitou a discussão acerca, dentre outros temas sensíveis, do modelo de financiamento destas e sobre o atual estado de desequilíbrio financeiro no qual aparentemente se encontram.

Para saber, entretanto, se “a crise foi plantada” apenas para servir de instrumentação política e de gestão dos atuais reitores e se é apenas mote para a grande mídia vender mais jornal – ou ainda se esse cenário “crítico” interessa particularmente algum outro ator ou grupo social interessado em questionar o modelo de autonomia e até o caráter público das universidades -, é extremamente necessária a leitura das ainda escassas informações e análises sobre a saúde financeira dessas importantes instituições sociais brasileiras, a fim de poder se discutir publicamente as possíveis soluções futuras para os problemas colocados.

 

O INDICADOR

 

No centro da discussão técnica surge um indicador que visa medir o nível de comprometimento dos orçamentos dessas universidades com o pagamento de seus contratados (docentes e servidores técnicos). O aparente pré-diagnóstico dos atuais gestores (reitores) sugere que o nível em que se encontra esse “índice de comprometimento” está no cerne da explicação para o presente estado de desequilíbrio, e que a solução passa ‘simplesmente’ em alterar essa relação (independentemente das medidas necessárias pra isso).

Vale lembrar, rapidamente, que os indicadores são ferramentas científicas de pesquisa que buscam oferecer informações sobre determinado fenômeno visando tanto a sua própria compreensão quanto à possibilidade de se traçar estratégias de ação (considerando que os agentes são capazes de influenciar e alterar situações futuras).

Tendo em vista que os recursos públicos são escassos e que a responsabilidade fiscal deve ser alcançada (sob a pena da lei), é razoável considerar que informações dessa natureza são extremamente importantes aos gestores públicos. Cabe ressaltar, entretanto, que os indicadores são simplificações da realidade e, como qualquer parâmetro de abstração, possuem suas limitações metodológicas; ao se reduzir toda a complexidade do mundo real a um único número, perde-se razoável quantidade de informação, ocultam-se aí nuances e sutilezas.

O índice ao qual se tem recorrido constantemente é uma relação proporcional (ou seja, uma fração) que possui dois componentes importantes: o numerador e o denominador. O primeiro, nesse caso, corresponde ao montante mensal destinado ao pagamento dos vencimentos de todos os servidores das universidades (chamado de “folha de pagamento bruta”). Já o denominador, por sua vez, consiste na estimativa do montante mensal ao qual as universidades paulistas têm direito (1); tal montante é uma parcela fixa (9,57%) de tudo que é arrecadado pelo estado através do ICMS e é dividido entre as três universidades (chamam isso de “liberações financeiras do Estado”).

 

PRIMEIRO PROBLEMA, USO ISOLADO

 

Em primeiro lugar, por mais importante (e até interessante) que seja esse número, utilizá-lo como principal (e por vezes único) parâmetro métrico parece ser insuficiente. Uma serie de outros indicadores, demonstrativos e outras informações certamente complementariam o desenho do cenário financeiro e permitiram uma análise mais precisa da saúde financeira das universidades.

Igualá-lo, portanto, à “situação financeira” das universidades parece demasiadamente simplista. Fazendo isso, as reitorias se distanciam do seu papel de fazer uma gestão pública transparente; mais do que isso, não visualizando a janela de oportunidade que se abre para se discutir a importância do orçamento público das universidades dentro da esfera pública e acadêmica, se isentam arbitrariamente da responsabilidade de serem agentes do processo de ensino, aprendizagem e propagação do conhecimento.

 

SEGUNDO PROBLEMA, METODOLOGIA DE CÁLCULO

 

Como visto, o índice é formado por dois componentes, numerador e denominador. Assim como se iguala a saúde financeira das universidades a esse índice, iguala-se a receita e a despesa aos seus principais componentes. No caso do numerador, trata-se como despesa apenas a folha de pagamento bruta. Ainda que se entenda que seja o maior componente da despesa, as universidades aplicam seus recursos em muitas outras “dotações” (chamadas de “outros custeios e capital”), como, por exemplo, os contratos administrativos, as obras e manutenção de equipamentos, área construída, áreas verdes e bibliotecas, a compra de materiais de consumo básicos ou ainda a concessão de bolsas e auxílios.

Já no caso do denominador, tratam-se como receita apenas as liberações financeiras do estado. De forma análoga, mesmo que seja o maior componente da receita, as universidades sabidamente possuem outras fontes de receita, como, por exemplo, os repasses e convênios nacionais e internacionais, as taxas administrativas de contratos e atividades externas, as taxas de cursos de extensão, além das receitas financeiras das aplicações das reservas. Ou seja, para que se soubesse de fato como anda a saúde financeira das universidades, o “indicador mais importante” deveria ser aquele que considerasse todas as “receitas” e todas as “despesas” das universidades.

 

TERCEIRO PROBLEMA, DISTORÇÕES NÃO CONSIDERADAS

 

Além do indicador negligenciar quantidade importante de informação, existe uma serie de distorções que não são consideradas:

I – O valor “bruto” da folha de pagamento pode não ser exatamente igual ao montante efetivamente gasto com folha. Por se tratarem de órgãos públicos, as três universidades gozam de “imunidade tributaria” (2). Logo, é possível que haja um percentual da folha bruta, correspondente à retenção de alguns encargos federais (especialmente o IR), que, mesmo considerado na elaboração da folha, talvez não seja de fato recolhido ao governo federal. Ainda que seja no ato do pagamento da folha, é possível que as universidades sejam restituídas posteriormente, e esse montante, na prática, seja contabilizado como receita, a qual, por sua vez, também não é considerada nesse indicador já que, como mencionado anteriormente, somente se considera as liberações financeiras do estado. O quanto desse montante retorna aos cofres públicos não pode ser visualizado nas informações disponíveis nos portais de transparência das universidades.

II – No montante gasto com folha, há a presença de considerável parcela paga à aposentados (no caso da USP, por exemplo, em 2014 é de cerca de 17% (3). Tendo em vista que no caso dos tributos sociais (nos quais não se aplica a imunidade) as universidades recolhem os tributos dos servidores dos seus dois regimes de trabalho (INSS, no caso dos celetistas e o IPESP, no caso dos autárquicos), essa presença não deveria existir, já que os aposentados deveriam receber pelos institutos de seguridade mencionados. Entretanto, como há uma “insuficiência financeira”(4) dos institutos que gerenciam o pagamento dos aposentados, as universidades (e não o governo estadual) ainda pagam parte do que é gasto por elas com os aposentados.

III – Por fim, a própria base de cálculo utilizada pelo governo estadual para estabelecer o que se arrecada com ICMS (a qual impacta nas liberações financeiras do estado) possui problemas – conforme documento (5) enviado pelo Fórum das Seis à Assembleia Legislativa do Estado em maio desse ano -, que vão desde o desconto indevido para os programas estaduais de habitação, passando pela não inclusão do montante arrecadado com o Programa da Nota Fiscal Paulista (NFP), até a não inclusão dos recursos obtidos com multas e juros de mora dos tributos recolhidos com atraso. Claro que na prática, esses recursos não tem se tornado receitas às universidades, mas a aparente negligência dos atuais reitores com essas distorções é incompreensível, sobretudo considerando o crescimento das atividades das universidades (e consequentemente das suas despesas) nos últimos 20 anos (6).

 

CONCLUSÕES

 

De fato, a relação “folha bruta / liberações financeiras” se elevou nos últimos anos e isso parece, ao menos a priori, ser preocupante. Entretanto, não parece ser o suficiente pra dizer que existe uma “crise” nas universidades. Diante do atual cenário, de se traçar uma análise mais bem fundamentada e da urgente necessidade de se buscar alternativas pra enfrentar a atual situação, é imprescindível que os órgãos centrais das universidades promovam a divulgação pública de um conjunto maior e mais qualificado de informações, em ressonância ao que já esta acontecendo em diversas outras esferas do poder público nacional. Falsear a criação de portais de transparência – que apenas centralizam as mesmas informações disponibilizadas anteriormente – não parece dar passos em direção a gestão pública transparente e participativa. As comunidades universitárias exigem a abertura ao diálogo. Manter-se alheio a essas demandas pode ser fatal, já que, parece ser questão de tempo para que a Lei de Acesso a Informação comece a ter aplicabilidade e eficácia nos campi paulistas.

 

*Rodrigo Gonçalves Winther e servidor técnico na Assistência Financeira da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAUUSP), e aluno do Bacharelado em Relações Internacionais do IRI-USP. Publicado no Jornal Hora do Povo. 

UMES realiza 3º Jogos Estudantis da Cidade de São Paulo – Inscrições abertas

Estão abertas as inscrições para o 3º Jogos Estudantis da Cidade de São Paulo (JESP), realizado pela UMES em parceria com a Petrobrás e o Ministério do Esporte.

 

Nesta terceira edição, as escolas públicas da cidade poderão inscrever equipes composta por alunos do ensino médio nas modalidades Handebol, Futsal, Voleibol e Xadrez, em ambos os gêneros.

 

Para efetivar a inscrição da sua equipe, é necessário realizar as contrapartidas social – que preveem a realização de um cine clube com debate na escola participante – e ambiental – que consiste na coleta de materiais recicláveis, como latas de alumínio, garrafas pet e papelão.

 

Serão quatro equipes por modalidade/gênero em cada região: Centro-Norte, Leste, Oeste e Sul e cada escola poderá inscrever no máximo quatro equipes de modalidades/gênero diferentes. Com isso serão envolvidos mais de mil alunos de forma direta e 40 mil indiretamente, através da mobilização escolas e sua comunidade.

 

Os alunos-atletas deverão ser acompanhados pelo professor de educação física, devidamente credenciado no Conselho Regional de Educação Física e receberão uniformes para as partidas.

 

Não fique fora dessa! Organize sua escola e participe. As vagas são limitadas.

 

Procure a sub-sede da UMES na sua região:

 

Centro-Norte: Rua Rui Barbosa, 323 – Bela Vista – Fone: 3289-7452

Leste: Rua Padre João, 128 – Sala 12 – Penha – Fone: 2692-0451

Sul: Rua Barão de Duprat, 312 – 2º andar – Santo Amaro – Fone: 5521-0875

Oeste: Rua Monteiro de Melo, 67 – Sala 12 – Lapa – Fone: 3672-7647

 

Informações: umes@umes.org.br/3289-7452

 

Veja fotos imagens das edições anteriores:

 

2º Jogos Estudantis da Cidade de São Paulo – Medalhas da Final

 

2º JESP – Premiação 

 

2º JESP – Final de Voleibol Masculino – Ginásio do Pacaembú

1º JESP – Partida de Futsal Feminino – Clube da Caixa 

Carta de Che Guevara à Juventude

Publicamos abaixo Carta de Che Guevava à Juventude em homenagem ao 8 de Outubro, data em que foi assassinado pela CIA, na Bolívia, em 1967.  Sua luta incansável contra as injustiças se tornou um exemplo para as juventudes de todo o mundo e segue nos inspirando. 

 

ERNESTO CHE GUEVARA 


O jovem sempre foi e sempre será símbolo de renovação; não este símbolo descaracterizado, mistificado e calcado numa fé que não trabalha; mas um jovem que tenha a honra de ser comunista e que demonstra sê-lo com orgulho e a cada momento, porque esta é a sua bandeira.

É necessário que tenha a consciência de dever para com a sociedade, com os seres humanos, com a humanidade. Sensibilidade para identificar os problemas e injustiças; inconformidade e espírito guerreiro contra todo e qualquer formalismo. O jovem deve sempre ser um exemplo vivo, um espelho para os mais velhos que já perderam a sua jovialidade, o entusiasmo juvenil e a fé na vida e que, frente a esses exemplos acabam sempre por reagir bem.

Ser jovem é ser essencialmente humano, ser tão humano que este sentimento seja capaz de purificar o próprio homem através do trabalho, do estudo, do exercício de solidariedade para com seu povo e todos os povos do mundo. É desenvolver o máximo a sua sensibilidade e sentir-se entusiasmado frente a uma injustiça cometida em qualquer canto do mundo, mas também sentir-se entusiasmado quanto, em algum canto do mundo, se alçar uma nova bandeira.

O jovem não deve ser limitado pelas fronteiras, deve ser um internacionalista proletário, baseado nos exemplos vitoriosos de uma realidade palpável na luta contra o imperialismo e todas as formas de opressão dos sistemas injustos. Somos um facho de luz, unidos no mundo ideal, um espelho aos povos da América, aos povos oprimidos do mundo, que lutam por sua liberdade. Devemos ser, sobretudo, dignos desses exemplos.

Os jovens devem ser românticos, idealistas inveterados, quase utópicos; mas capazes de mostrar que uma nova sociedade é possível.

Cabe ao jovem trabalhar todos os dias, aumentar seus conhecimentos sobre o mundo que o rodeia, colocando sempre os problemas do mundo como seus próprios problemas. E, assim, com o passar dos anos, de muitos sacrifícios e de muitas vezes termos estado à beira da destruição, teremos criado, junto com os povos do mundo, a sociedade comunista, o nosso ideal!

 

Cadê a água? Alckmin cai em pegadinha de estudantes

Sorridente, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) estava crente que posava para uma foto com suas eleitoras ou simpatizantes, até perceber, só depois da fotografia, o cartaz que elas carregavam. As estudantes afirmaram que estão indignadas pelo fato de que o tucano não assume que falta água no estado.

 

O caso aconteceu na última sexta-feira (3), antes das eleições, durante uma caminhada de Alckmin na região do Largo Treze de Maio, perto de onde fica o cursinho onde as 7 estudantes que posaram com o governador estudam. Elas pediram para tirar uma foto com o tucano que, em campanha, não recusou. Prontamente uma delas tirou da bolsa um cartaz e a imagem foi registrada por vários outros estudantes que estavam no local.

Assessores de Alckmin, quando viram, perguntara “pra que isso?” o tucano, constrangido, foi saindo discretamente dando risada.

“O problema é a falta de vergonha na cara de não reconhecer que já existe racionamento em muitos lugares. E não só pela seca. Não houve planejamento”, disse uma das jovens.

USP, Unesp e Unicamp gastam mais do que recebem desde 2000

Dados tabulados pela Folha de São Paulo mostram que as três universidades estaduais paulistas –USP, Unesp e Unicamp– gastam mais do que recebem de ICMS (imposto sobre circulação de mercadorias e serviços) ao menos desde 2000.

O imposto é a principal fonte de recursos das instituições, e a discrepância em relação aos gastos é um dos indícios da grave crise financeira enfrentada por elas.

A superação do limite da receita se acentuou nos últimos anos. Na USP, as despesas ultrapassaram em 25% o que a universidade recebeu do ICMS em 2012. Neste ano, o índice deve extrapolar 35%.

Na Unicamp, o cenário não é diferente. O ICMS tem sido suficiente para pagar praticamente apenas os salários desde 2009 –ano em que a quantidade de docentes começou a cair, mas a de alunos de graduação continuou subindo.

Os gastos da universidade de Campinas, somando salários, investimentos e manutenção, superam em mais de 26% a parcela recebida do imposto desde 2009.

O governo repassa às universidades 9,57% da cota de ICMS do Estado. A USP fica com pouco mais da metade; as outras dividem o restante.

As despesas ultrapassadas são cobertas por outros repasses do governo e por fontes de receita, como parcerias com empresas, o que a reitoria alega ser insuficiente para controlar a crise.

As universidades dizem que a quantidade de alunos cresceu, mas a porcentagem repassada do ICMS ficou igual. Os movimentos sindical e estudantil cobram um aumento da parcela do imposto às universidades.

A quantidade de alunos de graduação nas três estaduais paulistas aumentou, em média, cerca de 50% de 2000 a 2013. Na Unesp, houve ainda um boom na pós-graduação, que cresceu 45,5% no período analisado pela Folha.

A falta de reajuste salarial em decorrência da crise orçamentária motivou uma greve conjunta de professores e funcionários das três estaduais. Na USP, a paralisação dos servidores durou 116 dias, tendo sido a mais longa da história da instituição.

 

Em crise, Unesp apela para aula online

 

Sem dinheiro para contratar mais professores, a Unesp (Universidade Estadual Paulista) tem incentivado aulas a distância para suprir a demanda de novos conteúdos em seus cursos de licenciatura. Professores temem queda de qualidade.

Em crise, a Unesp gasta quase 95% da sua receita com a folha de pagamento.

Na semana passada, a reitoria enviou ofício a dirigentes de unidade sobre a reestruturação das 48 licenciaturas da Unesp. Segundo norma aprovada pelo CEE (Conselho Estadual de Educação) em 2012 e ajustada neste ano, os cursos de pedagogia e licenciaturas, que formam professores para o ensino básico, devem ser reformulados.

A regra do conselho prevê várias mudanças: a principal delas é reservar 30% da carga horária para atividades didático-pedagógicas, de caráter mais prático. A proposta é tornar a formação menos teórica. Entre 2012 e este ano, as três universidades estaduais tentaram derrubar a norma, mas não tiveram êxito.

A reitoria orienta a não elevar a carga horária e aproveitar a equipe atual de docentes para os novos conteúdos. "A ampliação do quadro de professores está vetada", reforça o ofício.

Nos casos em que não houver profissionais com formação necessária para dar conteúdos específicos, são recomendadas disciplinas semipresenciais. Pela lei nacional, 20% do curso pode ser nessa modalidade. Não há levantamento sobre a demanda total de professores.

 

As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".

 

 

Promessa de campanha, 6.000 creches de Dilma viraram apenas 114

Segundo a candidata, seu governo já entregou 2.052 creches. Entretanto, 1.938 delas, foram herdadas do governo Lula em fase “muito inicial”

 

Numa tentativa vã de rebater as críticas sobre a sua promessa de campanha realizada em 2010, de construir 6.000 creches em todo o país. A candidata à reeleição, Dilma Rousseff, esclareceu que somente 114 creches foram entregues, e não 417, conforme fora denunciado anteriormente.

Segundo Dilma, durante seu governo 2.052 creches foram entregues. Entretanto, 1.938 delas, foram herdadas do governo Lula em fase “muito inicial” de construção. Portanto, da promessa feita durante a campanha de 2010, de construir 6.000 creches em todo o país, somente 114, foram inauguradas.

Dilma diz ainda ter um total de “6.452 creches contratadas”, o que não significa que elas estejam nem mesmo em processo de licitação.

“Além das 6.452, eu assumi as 1.938 creches originadas no governo do presidente Lula e que estavam em estado muito inicial”, disse Dilma.

O fato é que a maioria das creches não saiu do papel. Segundo o portal IG, essas 4.055 creches em construção citadas por Dilma incluem 578 estão em ação preparatória, ou seja, o empreendimento contratado, em processo de envio ou análise de documentação para a contratação. Outras 2.415 iniciativas estão em licitação de obra, mas sem ordem de serviço. Além disso, 582 creches e pré-escolas já foram selecionadas, mas estão em processo de envio ou análise de documentação para a contratação (em contratação). 480 apenas realmente em construção.

Os dados foram levantados através do último Balanço do PAC 2 que englobam o que foi realizado entre janeiro de 2011 e abril de 2014. A segunda etapa do programa vai ser finalizada em dezembro deste ano. Além de dados do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

 

QUADRAS

 

Além das creches não entregues, Dilma também não entregou as 10.000 quadras esportivas prometidas na campanha em 2010.Em maio de 2011, a presidente foi além: “Nós vamos construir dentro do PAC 2 em torno de 12 mil quadras cobertas”, disse ela, em um discurso no Palácio do Planalto.

Segundo os dados do próprio governo 481 obras estão concluídas, de um total de 9.158 contratadas, segundo os dados do próprio governo. 

A situação piora quando analisamos os “Centro de Artes e Esportes unificados”, as chamadas Praças do PAC, outra promessa de Dilma. Dos 357 prometidos, apenas 22 estão prontos.

 

Fonte: Hora do Povo

Marina Silva visita comunidade de Paraisópolis e se compromete com demandas da população

A candidata do PSB à presidência da República, Marina Silva, visitou na quarta-feira (1º) a comunidade de Paraisópolis, na Zona Sul de São Paulo, onde fez duras críticas à sua principal adversária na disputa eleitoral. Ela lembrou de uma promessa de campanha feita pela presidente Dilma Rousseff em 2010, que não foi cumprida.

"A maior demanda aqui é por um hospital, que foi prometido na campanha passada da Dilma, e ela não fez. Ela não transformou em verdade também as creches. Os moradores estão me falando que nenhuma creche foi feita aqui. Ver uma mãe aqui não ter onde ter seu filho é uma injustiça", afirmou. Marina se comprometeu a, se for eleita, destinar 10% da arrecadação bruta da União à área da saúde.

Ela rebateu as acusações feitas por Dilma de que sofre de "desvio de caráter". "Falta de caráter é vir numa comunidade como essa, prometer um hospital e não cumprir o compromisso depois de quatro anos de governo. Isso é que é mentira. O hospital prometido pela presidente Dilma Rousseff não se transformou em realidade. No dia 5 de outubro, o povo vai escolher entre o Brasil de fantasia e da propaganda eleitoral, e o Brasil real, de compromissos", disse.

Marina foi recebida pela comunidade com uma apresentação da Orquestra Filarmônica de Paraisópolis e de um grupo de balé infantil. O presidente licenciado da Associação e candidato a deputado estadual pelo Partido Pátria Livre (PPL), Gilson Rodrigues, conduziu o evento e apresentou a ex-senadora aos moradores. O candidato a deputado federal pelo PPL, Miguel Manso, também acompanhou a visita.

Após visitar a região, Marina concedeu entrevista para a rádio comunitária, onde reafirmou as promessas de Eduardo Campos, que visitou a comunidade um mês antes de falecer tragicamente, e prometeu que, se eleito, voltaria ao local. Marina reafirmou a promessa e disse que construirá o hospital prometido pela presidenta. A candidata foi questionada sobre o que fazer pelas comunidades mais humildes. Marina respondeu que, para começar, a melhor forma de ajudar os setores mais carentes da sociedade é colocar o Brasil no caminho do crescimento.

"O nosso objetivo é fazer esse país voltar a se desenvolver. Porque se nosso país voltar a crescer, vai ter mais empregos para as pessoas. Se tiver desenvolvimento, a gente vai arrecadar mais e arrecadando mais pode haver mais investimento em Saúde, em educação, em segurança pública. Nós estamos fazendo um esforço muito grande para que o nosso país tenha condição de criar emprego", frisou.

Marina lembrou da sua infância pobre no Acre e falou do seu compromisso em resolver as dificuldades enfrentadas pelos mais pobres. "Nós queremos ter em nosso país meios para que as pessoas possam trabalhar com dignidade e com decência, além de proporcionar serviços de qualidade, como transporte para que todos possam chegar mais rápido e com conforto ao trabalho. Nós temos compromisso com escola, a educação de qualidade", disse.

 

Confira abaixo o último programa do primeiro turno, gravado em Paraisópolis e exibido no dia 02/10. 

 

Os Azeredo mais os Benevides: últimas apresentações

Em sua segunda temporada, a peça Os Azeredo mais os Benevides, de Oduvaldo Vianna Filho, faz suas últimas apresentações nesta sexta e sábado, 03 e 04 de outubro, no Cine Teatro Denoy de Oliveira. A direção é de João das Neves.

 

Serviço:

Produção: CPC-UMES

Ingressos: R$ 30,00 (meia-entrada R$ 15,00)

Horários: Sexta e Sábado às 20h

 

CINE-TEATRO DENOY DE OLIVEIRA

Rua Rui Barbosa, 323, Bela Vista. Tel: 3289-7475

 

A peça iria inaugurar o teatro da UNE, no ano de 1964. A trilha musical estava sendo composta por Edu Lobo, que já havia feito “Chegança”, especialmente para o espetáculo. O golpe que depôs o presidente João Goulart impediu que isso acontecesse. O prédio da UNE foi incendiado na madrugada do dia 1º. de abril. Para encarar o desafio de trazê-la à luz, 50 anos depois, nada mais apropriado do que contar com o trabalho do diretor João das Neves, que no auge dos 80 anos de uma vida talentosa e coerente se lembra bem do dia em que teve que deixar o prédio da UNE que ardia em chamas. E montá-la no palco que leva o nome do multiartista Denoy de Oliveira, outro ex-integrante do CPC da UNE que estava lá naquela ocasião. A trilha musical iniciada por Edu Lobo foi completada pelo maestro Marcus Vinicius.

Sinopse

“Uma funda amizade/ aqui começou./ Um doutor de verdade/ e um camponês meu amor.” Assim canta Lindaura, sublinhando o início da amizade entre o camponês Alvimar e Esperidião, um jovem e empreendedor senhor de terras. Uma amizade que vai sendo desmontada com o passar dos anos, por mais que os dois homens se obstinem em preservá-la.

 

Ficha Técnica

Peça de Oduvaldo Vianna Filho

Direção: João das Neves

Música: Edu Lobo (Chegança); Marcus Vinícius

Elenco: Chico Américo; Danilo Caputo; Emerson Natividade; Erika Coracini; Ernandes Araujo; Graça Berman; Guilherme Vale; João Ribeiro; Junior Fernandes; Leonardo Horta; Léo Nascimento; Marcio Ribeiro; Mariana Blanski; Paula Bellaguarda; Pedro Monticelli; Rafaela Penteado; Rebeca Braia; Ricardo Mancini; Telma Dias; Zeca Mallembah.

Cenografia: João das Neves e Rodrigo Cohen

Figurinos: Rodrigo Cohen

Direção Musical: Léo Nascimento

Assistente de Direção: Alexandre Kavanji

Iluminação: Leandra Demarchi

Preparação Corporal e Orientação de Movimento: Alicio Amaral e Juliana Pardo  

 

Assista abaixo o vídeo divulgação do espetáculo: 

Marina Silva se reúne com representantes dos movimentos sociais em SP

Educadores, artistas, empresários, representantes de movimentos sindicais, LGBT e da comunidade indígena, ativistas e mobilizadores de movimentos sociais e religiosos compareceram nesta terça-feira (30) ao Espaço do Bosque, em São Paulo, para oferecer apoio a Marina Silva e Beto Albuquerque, candidatos à Presidência da República pela Coligação Unidos pelo Brasil.

Marina Silva lembrou que, desde o primeiro encontro com Eduardo Campos, houve convergência para o princípio de que “a política não é feita para as pessoas, mas com as pessoas”, premissa que se mantém.

Beto Albuquerque, candidato a vice, manifestou a importância do encontro como um catalisador das aspirações de vários setores da sociedade e destacou a força de Marina Silva como companheira de chapa. “Estamos diante de uma liderança política nata, construída pela sua história, por suas crenças e por suas lutas”, disse. “O povo é livre e soberano e vai dizer o que quer, porque conhece as propostas de quem quer ser presidente. Hoje, não sabemos o que os adversários querem, porque eles não falam”, completou.

Diversos setores da sociedade manifestaram o apoio à candidatura com depoimentos pessoais e diretos aos candidatos. Para Marina, a troca tão próxima reforça as mais autênticas convicções. “A matéria-prima mais concreta da política é o sonho”, ponderou.

Mais uma vez, Marina ressaltou para a plateia que a mudança na política vem da rua, do povo brasileiro que está insatisfeito com atual momento do país. Para ela, a campanha da coligação criou um polo estabilizador, o Programa de Governo. “Um programa que visa manter e ampliar as nossas conquistas e fazer isso com sustentabilidade”, comentou. Marina relembrou que ela e Eduardo sempre diziam que a mudança seria pleiteada pelo povo brasileiro. “Mude antes de ser de ser mudado. O PT e o PSDB não perceberam isso”, destacou, para mais à frente acrescentar que “a sociedade disse: ‘Vocês não nos representam. Tratem de nos representar melhorando a qualidade política’”.

A candidata aproveitou o momento para, em tom contundente, rebater os ataques sucessivos que têm sido apontados à sua biografia e à campanha, em que vem destacando a importância de trabalhar com os melhores quadros de cada partido. “Há quem tente desqualificar esse método. Dizem que quem age assim é fraco. É engraçado, porque há contradição nisso, já que dizem também que sou autoritária. Então, decidam: o que querem dizer que eu sou?”. E completou: “Quem não é capaz de se indignar com a injustiça, não merece ser presidente do Brasil”.

 

Fonte: marinasilva.org

Crise da água: protesto reúne 5 mil em São Paulo contra a falta de investimentos do governo

Cerca de cinco mil pessoas fizeram um protesto, na última quinta-feira (25), em frente à sede da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) contra a falta de água em bairros da periferia da capital paulista. Eles denunciaram o descaso do governador Geraldo Alckmin (PSDB) com a crise da água que assola o estado.

Enquanto diversos bairros da capital e região metropolitana, principalmente regiões periféricas, já convivem diariamente com cortes no abastecimento, o governador insiste negar o racionamento.

A falta de chuvas é o principal motivo que teria gerado a escassez de acordo com o governador e com a Sabesp. Especialistas apontam, no entanto, que o maior culpado pela falta de água é o governo do estado, que não realizou obras para construir novos reservatórios para situações de emergência e não investiu em modernização do sistema gerido pela Sabesp, que atualmente desperdiça cerca de 30% de toda a água que produz em defeitos nas tubulações.

A manifestação organizada pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) começou no largo da Batata, em Pinheiros e seguiu para a sede da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico de São Paulo), no mesmo bairro. Os manifestantes seguiram em direção à marginal Pinheiros e chegaram a bloquear por um tempo a pista local sentido Castello Branco.

O MTST afirma que o objetivo da manifestação é a “denúncia. É preciso um plano emergencial para essas regiões”, afirmou Guilherme Boulos, um dos líderes do movimento. “Não podemos aceitar que só os trabalhadores mais pobres, da periferia, paguem a conta pela falta de água”, continuou.

Uma comissão do movimento foi recebida na sede da Sabesp e entregou uma lista de reivindicações à companhia.

A reunião terminou com o compromisso da companhia em realizar reuniões frequentes nas regiões afetadas. Os primeiros encontros já têm data e serão realizados nos dias sete e oito de outubro.

Segundo Josué Rocha, um dos coordenadores do MTST “é inegável dizer que está faltando água. Eles afirmaram que estão fazendo modificações na pressão e, por isso, em alguns momentos do dia não tem água. A gente sabe que isso, traduzindo, é racionamento”.

De acordo com Guilherme Boulos, “o governador do Estado tem ido na televisão e em vários cantos para dizer que não existe racionamento em São Paulo (…) Talvez no Palácio dos Bandeirantes, no Morumbi, não falte água mesmo”.