Governo Federal quer terceirizar contratação de professores via OS

Proposta pretende abolir concursos públicos para professores das universidades federais

 

O governo federal anunciou que a contratação de professores das Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes) passará a ser terceirizada por meio de organizações sociais (OS).

A proposta foi apresentada pelo presidente do Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), Jorge Almeida Guimarães, nesta segunda-feira, 22, durante a abertura do Simpósio Internacional sobre Excelência no Ensino Superior, na Academia Brasileira de Ciências, no Rio.

O projeto já conta com a autorização do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e o Ministério da Educação (MEC) e os professores das Ifes seriam contratados em regime de CLT, sem concurso público – e sem a diferenciação de dedicação exclusiva.

"O ministro [da Educação, José Henrique] Paim e o ministro [da Ciência, Tecnologia e Inovação, Clelio] Campolina estão nos autorizando a fazer uma organização social para contratar, saindo do modelo clássico que demora e que nem sempre acerta muito", disse Guimarães.

Alegando que o Regime Jurídico Único (RJU – norma constitucional que obriga a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, a optarem por um único regime jurídico para seus servidores da administração direta, autárquica e fundacional) contrata professores "por 30 anos e não manda ninguém embora", e que os concursos públicos são "um jogo de cartas marcadas", o presidente do Capes diz já ter o aval dos ministros. Guimarães, além de estar muito preocupado em mandar professores embora – como se a facilidade em demitir trabalhadores fosse uma grande vantagem – também considera da mais alta importância que docentes estrangeiros tenham acesso mais fácil ao posto nas universidades federais.

Paulo Rizzo, presidente do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN), apontou que "essa proposta agride o processo democrático de seleção de professores por meio de concursos públicos. Também agride a autonomia universitária, pois tira das mãos da universidade o controle do processo de seleção de seus docentes".

Guimarães criticou os concursos, dizendo que "se concurso resolvesse, a universidade brasileira era a melhor do mundo". Ele reforçou a idéia de contratação de professores estrangeiros comparando a iniciativa com o Ciência sem Fronteiras, que reconheceu não passar de um curso de inglês no exterior: "Se justamente estamos mandando os estudantes para fora para melhorar o inglês, com o Ciência Sem Fronteiras, como não podemos trazer um professor de fora?".

"Na verdade eles querem, via OS, fazer um jogo de cartas marcadas. Ao invés do concurso com regras claras, definidas por cada instituição, com pontos e bancas definidos pelos colegiados de departamento, com direito de recursos aos candidatos, querem a escolha pela gerência de uma OS. Quem disse que a gerência não será corporativista? Quem escolherá os melhores quadros?", argumenta o presidente da entidade dos docentes.

O sindicalista também lembrou que o presidente da Capes parece "esquecer" que a contratação de professores estrangeiros já é, além de constitucional, fato comum e corriqueiro nas universidades federais. "É preciso que haja uma política salarial que atraia para as universidades bons profissionais, sejam eles brasileiros ou estrangeiros, pois os padrões de qualidade do ensino e da pesquisa dependem disso, e não das nacionalidades dos professores", defendeu.

Durante o evento no Rio, o ministro de Ciência e Tecnologia, Clelio Campolina, ex-reitor da Universidade Federal de Minas Gerais, apresentou ainda uma proposta de limitar decisões nas instituições de ensino superior aos docentes. Em muitas universidades, as decisões são tomadas por conselhos formados por estudantes e técnicos-administrativos, por exemplo, mas o ministro acha que a democracia deve ser só para alguns: "a democracia tem que ser praticada, mas quem tem que tomar as decisões são os seus cientistas", declarou.

Fonte: Jornal Hora do Povo

Água no Cantareira vai acabar em 52 dias, diz secretário

O secretário de estadual de Recursos Hídricos de São Paulo, Mauro Arce, afirmou nesta quinta-feira (25) que o atual volume de água do Sistema Cantareira abastece a população até novembro. “Continuando sem chover, o atual volume do Cantareira nos garantiria mais 52 dias. Isso aí dá até o dia 21 de novembro com o volume que eu tenho hoje”, disse. O sistema atende, atualmente, 6,5 milhões de pessoas só na Grande São Paulo.

Durante visita às obras do Parque Várzeas do Tietê, na Zona Leste da capital paulista, Mauro Arce também informou que a segunda cota da reserva técnica (volume morto) do Cantareira deve ser usada apenas quando a cota atualmente em uso se esgotar.

Segundo a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), as bombas estão prontas para iniciar a captação de outra parte do volume abaixo das comportas na represa Jaguari-Jacareí.

“É quando zerar”, disse Arce, ao ser questionado sobre um possível limite ou marca de emergência para início da exploração.

Nesta quinta-feira, o nível dos reservatórios do Cantareira era de 7,4%, já com o uso da primeira cota do volume morto, retirada desde maio. O plano do governo é “adiar o máximo” o início do bombeamento para que não sejam gastos esforços necessários.

Mauro Arce disse que só vai utilizar a reserva técnica “se realmente houver necessidade”. “Mês de setembro, outubro e novembro, não existe nenhum mês que não choveu durante 84 anos, alguma chuva vem”, disse.

Três ações fazem parte da estratégia estadual em curto prazo para amenizar a crise: bônus na conta de água, uso de outras represas como alternativa ao Cantareira para o abastecimento de determinados bairros e a redução na pressão da água distribuída à noite.

Críticas
Segundo o diretor-presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), Vicente Andreu, o governo paulista não tem alertado a população sobre a real crise hídrica no estado.

“Eu penso que é o problema é não apontar a gravidade da situação concretamente para a população. Se nós tivermos um ano parecido com esse, nós não teremos uma resposta satisfatórias na região metropolitana no ano de 2015”, afirmou.

O secretário estadual de Recursos Hídricos de São Paulo, Mauro Arce, reagiu à declaração e disse que há planejamento. “Não estamos escondendo nada de ninguém. Está na cara que existe um problema”, completou. Segundo Arce, a adoção de um rodízio no abastecimento da Grande SP seria uma alternativa pior às medidas já adotadas.

A ANA também anunciou na semana passada sua saída do grupo técnico formado por órgãos reguladores para auxiliar o governo paulista em sua gestão do Sistema Cantareira, o GTAG. Segundo o diretor-presidente da agência, o secretário estadual de Recursos Hídricos tem descumprido o acordo sobre a redução da vazão captada do Sistema Cantareira.

Durante o evento em São Paulo, Vicente Andreu apresentou um e-mail no qual Mauro Arce se comprometia a diminuir o volume de água retirado das represas a partir de junho. Em nota, a Secretaria de Recursos Hídricos lamentou o vazamento de um documento de comunicação interna e disse que espera o retorno da agência ao GTAG.

Portal Veneno

Você votaria nela? Veja top 5 discursos de Dilma

"Eu vi.

Você, veja.

Eu já vi, parei de ver.

Voltei a ver e acho que Neymar e o Ganso têm essa capacidade de fazer a gente olhar", Dilma Rousseff.

 

 

 

 

Moradores de Itu protestam contra a falta d’água e são atacados pela PM

Mais de dois mil manifestantes saíram às ruas de Itu, na região de Sorocaba, interior de São Paulo, em protesto contra a falta de água na cidade que enfrenta racionamento drástico há quase oito meses. O caos engendrado pela falta de investimentos do governo tucano na infraestrutura hídrica mínima no estado levou Itu a ter o abastecimento limitado há 10 horas a cada dois dias, mas existem bairros que ficam até uma semana com as torneiras secas.

Os manifestantes se dirigiram para a sede da Câmara Municipal de Vereadores e exigiram que o poder público tome providências contra o descaso. Revoltados, eles atiraram ovos na Câmara.

Um grupo de 50 pessoas entrou na Casa para cobrar os vereadores. A Tropa de Choque da Polícia Militar tentou entrar no prédio para retirar os manifestantes e houve confronto. A PM usou bombas de efeito moral e disparou balas de borracha na tentativa de dispersar a multidão. A população respondeu com pedras contra a PM.

Uma comissão de vereadores se reuniu com os manifestantes e concordou com a exigência de enviar ao prefeito pedido de decretação de estado de calamidade pública.

Em agosto deste ano o Ministério Público Estadual já havia recomendado a decretação de calamidade pública por conta da falta de água.

O desespero com a falta de água levou os moradores a quebrarem a laje de um córrego canalizado no terreno de uma fábrica desativada para se abastecer. A água é retirada com baldes por um buraco aberto no cimento é usada para banho e lavagem de roupa.

O canal foi reaberto na altura do bairro Jardim Padre Bento, mas os principais usuários são moradores da Vila Ianni, que já ficaram dez dias sem nenhum abastecimento. 
De acordo com os usuários que chegam a fazer filas com baldes para carregar a água, ela tem aparência limpa, mas não é usada para beber.

Caminhões pipas estão sendo usados no pouco abastecimento que há na cidade. Segundo moradores em alguns casos, os veículos precisam ser escoltados para evitar tumulto.

Residente do Jardim Novo Mundo, no distrito de Pirapitingui, Mariano Machado afirmou ao portal R7 que recentemente trabalhou em uma empresa que prestava serviços para a concessionária e confirmou que já presenciou pessoas tentando cercar o veículo. “Avançam, porque tem gente doente na casa, tem gente de cama, que necessita tomar um banho e não tem água”, disse.

O desserviço de Alckmin com a população é tanto que as escolas na região de Itu não estão conseguindo manter suas atividades. O Centro Madre Teodora e a Escola Estadual Professor Antonio Berreta tiveram suas aulas suspensas nesta semana pela falta de água.

Na semana passada, a concessionária responsável pelo abastecimento, Águas de Itu, divulgou uma nota informando que os reservatórios da cidade estavam com menos de 2% de água e a situação segue sem solução e a população sem água.

A crise da água causada pela falta de investimentos em novos reservatórios no estado não tem ainda uma previsão para o fim. As cidades da região metropolitana também sofrem com o racionamento e observam, dia após dia, as reservas do Sistema Cantareira (que abastece mais de 6 milhões de pessoas) se encerrarem.

Nesta semana, as reservas do chamado “volume morto”, acabaram, restando apenas 8% do total do Sistema para o conjunto da população. Segundo a Sabesp, considerando a drenagem de água de um novo volume morto, haverá garantia de abastecimento até março. Caso não venham as chuvas, o que resta é rezar.

Dilma culpa alunos por fiasco do programa Ciência sem Fronteiras

O pedido de desculpas da Universidade de Southampton, na Inglaterra, aos estudantes do Ciência sem Fronteiras (CsF), pela mensagem enviada pela Science Without Bordes UK (SWB UK), parceira internacional do programa, segundo a qual há um “número considerável de reclamações em relação ao comparecimento e à aplicação nos estudos” é mais uma demonstração de que o programa não passa de um “turismo sem, fronteiras”.

Em entrevista coletiva, a presidenta Dilma tratou logo de responsabilizar os alunos brasileiros pelo fiasco de seu programa. Segundo ela, os estudantes que não se dedicam “estão desmerecendo o país, lamentavelmente”.

Lançado em 2011 para promover intercâmbio de alunos de graduação no exterior, “a bolsa concedida aos candidatos selecionados custeará a permanência do aluno pelo período estudo no país. Além da mensalidade na moeda local, são concedidos auxílio instalação, seguro-saúde, auxílio deslocamento para aquisição de passagens aéreas e auxílio material didático para compra de computador portátil ou tablet”.

A meta é oferecer 101 mil bolsas até o fim deste ano, com uma segunda etapa de mais 100 mil bolsas, a serem implementadas até 2018.

Os próprios bolsistas confirmam que o dinheiro que recebem não usados integralmente para fins acadêmicos, uma vez que não têm de prestar contas para ninguém no Brasil. Segundo o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, esse “controle” é de responsabilidade dos parceiros internacionais.

Cada bolsista recebe aproximadamente R$ 60 mil por ano. Grande parte cursa duas disciplina por semestre e aproveita boa parte do recursos para viajar pelos EUA e Europa.

“Nunca se privatizou tanto quanto no nosso governo”, diz vice de Dilma

 “Os portos, que eram públicos, agora, com a lei dos portos patrocinada pelo nosso governo, podem ser privados – e serão muitos”, disse o vice-presidente. “Nós privatizamos muitas coisas no nosso país”

 

O vice-presidente Michel Temer, candidato ao mesmo cargo na chapa de Dilma Rousseff, discursou na última terça-feira em Campinas, onde recebeu homenagem do notório Mário Garnero – aquele suposto empresário que, desde a ditadura, pretende ser intermediário entre alguém (ou alguma coisa) e os "bancos internacionais", ou o Partido Republicano, ou George Bush, ou lorde Rothschild, ou qualquer tralha reacionária e endinheirada do exterior (segundo Garnero, ele faz "diplomacia empresarial").

Em Campinas, disse Temer: "De vez em quando se diz que o governo é estatizante. Mas nunca se fez tanta privatização como se fez nesse governo. Basta tomar o caso dos aeroportos: todos basicamente foram concedidos. Os portos, que eram públicos, agora, com a lei dos portos patrocinada pelo nosso governo, podem ser privados. Nós privatizamos muitas coisas no nosso país".

Temer disse, também, que "o Brasil está crescendo fantasticamente" – e explicou que chegara a essa conclusão devido à proliferação de shopping centers.

Não é um critério econômico muito profundo, mas, quanto à privatização, o vice-presidente tem razão. Aliás, disse apenas o que, no governo, é corrente. Não seria ele que, em público, ia fazer micagens do tipo "concessão não é privatização" – e outras coisas ridículas que somente revelam que o palhaço é um cínico (portanto, não acredita no que está falando) ou que é um imbecil (portanto, acredita no que está falando).

Temer deixou tais canastrices para Dilma e alguns de seus correligionários, pois, além de não ganhar para isso, conhecia a plateia que Garnero havia escolhido para a homenagem…

Certamente, uma concessão pública é uma concessão do que é público ao que é privado. Por isso tem esse nome – porque é uma privatização. Mas não se trata de uma discussão conceitual.

Do que se trata é que, essencialmente, a política do governo Dilma é privatização em seu mais deslavado sentido – o de privar o povo da sua propriedade e entregá-la à meia dúzia de negocistas, de preferência americanos, ou, na falta deles, de qualquer nacionalidade que não seja a brasileira. Do que se trata é que isso jogou o país no mais baixo crescimento da História da República – inclusive, em recessão.

Temer falou dos aeroportos – e tem razão. Em um estudo do BNDES anterior à privatização, pode-se ler que, dos 20 maiores, "o Brasil possui quatro aeroportos com expressivo movimento de passageiros. São eles, em ordem decrescente, Guarulhos e Congonhas, (…) Brasília e Galeão" (cf. BNDES, Infraestrutura aeroportuária, p. 87).

Desses, Congonhas não foi privatizado. Em compensação, além de Guarulhos, Brasília e Galeão, privatizaram os aeroportos de Confins (BH), Viracopos (Campinas) e São Gonçalo do Amarante (RN).

Todos foram leiloados – em leilões iguais aos que Fernando Henrique promoveu para colocar em liquidação as teles públicas ou a Vale, com base na mesma famigerada lei nº 9.491/97, com inclusão no mesmo (e mumificado) Programa Nacional de Desestatização (PND) e sob o (exumado) Conselho Nacional de Desestatização.

Voltamos ao tempo dos tucanos, com alguns descaramentos a mais: o governo Dilma exigiu que a operadora de cada consórcio fosse uma empresa estrangeira.

Mas, por que a Corporación América, da Argentina, tem melhores condições de gerir o aeroporto de Brasília do que a Infraero, que até a privatização dos aeroportos era considerada a segunda melhor gestora de aeroportos do mundo?

Seria porque alguma das companhias estrangeiras trouxe algum investimento?

Não, leitor. As privatizações estão sendo sustentadas com dinheiro do Tesouro e do Fundo de Amparo aos Trabalhadores (FAT), as duas principais fontes de recursos do BNDES, que forneceu às concessionárias de aeroportos, até agora, nada menos que R$ R$ 8.976.972.000 (oito bilhões, 976 milhões e 972 mil reais – ver matéria na página 2).

O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, prometeu aos "investidores" externos, durante uma reunião em Londres, US$ 79,914 bilhões (79 bilhões e 914 milhões de dólares) – ao câmbio atual, R$ 186,81 bilhões – para o conjunto das "privatizações sob a forma de concessões", como o próprio Coutinho chamou o que estava oferecendo. (cf. L. Coutinho, "Investment Opportunities in the Brazilian Economy", London, March, 2013).

Coutinho não se referiu ao petróleo, mas isso já fora feito por Mantega, em seminário na sede do Goldman Sachs, em Nova Iorque, ao qual Dilma esteve presente, no dia 26 de fevereiro de 2013 (cf. G. Mantega, "The Brazilian Economy and Investment Opportunities").

Certamente, nem Dilma nem Mantega foram à sede do Goldman Sachs para asseverar que o petróleo do Brasil, ou, especificamente, o pré-sal, não podia ser tocado pelos monopólios multinacionais petroleiros ou outros. Não foi para isso que Mantega orçou os "investimentos" no petróleo e gás em US$ 40 bilhões. O seminário era, como disse uma das autoridades, "para vender o Brasil".

Assim, Mantega apresentou aos "investidores" (na sede do Goldman Sachs) uma tabela com os seguintes preços, quer dizer, "necessidades de investimentos": Estradas: US$ 21 bilhões; Ferrovias: US$ 45,5 bilhões; Portos: US$ 27,3 bilhões; Trem-bala: US$ 17,8 bilhões;Aeroportos: US$ 9,4 bilhões; Energia: US$ 74 bilhões; Petróleo e gás: US$ 40 bilhões; TOTAL: US$ 235 bilhões.

Certamente, achar que o dinheiro externo – e, pior ainda, esse papel pintado que é parido aos borbotões pelo parasitismo financeiro – vai resolver os nossos problemas de infraestrutura, é coisa de gente tão servil que parece sofrer de anencefalia ideológica e política.

Nossos problemas de infraestrutura são porque, há pelo menos 30 anos, o dinheiro público é desviado para juros, secando os investimentos em infraestrutura. Não temos qualquer problema essencial de gestão que não seja esse. A política privatista de Dilma é a de, precisamente, entregar dinheiro nosso aos mesmos parasitas, para que eles resolvam os nossos problemas de infraestrutura.

É preciso ser um pouco debilóide para achar que isso pode dar certo. Aliás, já não está dando.

Entetanto, esse "plano" de privatizações através de concessões não são a única política de privatização de Dilma. Afinal, o que foi a aniquilação do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), senão a atrofia permanente da Telebrás, reativada por Lula, para que a população ficasse completamente à mercê dos monopólios externos das telecomunicações?

E nem nos deteremos na privatização do Banco Central – para usar uma expressão de Severo Gomes. Os juros que sufocam a economia são a sua expressão. Daí, ser tão repugnante a acusação de Dilma a Marina Silva sobre a questão do "banco central independente". Como já dissemos, Dilma está acusando Marina por algo que ela, Dilma, já fez.

 

CARLOS LOPES – Hora do Povo

Os Azeredo mais os Benevides no Cine Teatro Denoy de Oliveira

Em sua 2ª temporada, a peça Os Azeredo mais os Benevides, de Oduvaldo Vianna Filho, está em cartaz no Cine Teatro Denoy de Oliveira. A direção é de João das Neves.

 

Serviço:

Produção: CPC-UMES

Ingressos: R$ 30,00 (meia-entrada R$ 15,00)

Horários: Sextas e Sábados 20h; Domingos 19h

 

CINE-TEATRO DENOY DE OLIVEIRA

Rua Rui Barbosa, 323, Bela Vista. Tel: 3289-7475

 

A peça iria inaugurar o teatro da UNE, no ano de 1964. A trilha musical estava sendo composta por Edu Lobo, que já havia feito “Chegança”, especialmente para o espetáculo. O golpe que depôs o presidente João Goulart impediu que isso acontecesse. O prédio da UNE foi incendiado na madrugada do dia 1º. de abril. Para encarar o desafio de trazê-la à luz, 50 anos depois, nada mais apropriado do que contar com o trabalho do diretor João das Neves, que no auge dos 80 anos de uma vida talentosa e coerente se lembra bem do dia em que teve que deixar o prédio da UNE que ardia em chamas. E montá-la no palco que leva o nome do multiartista Denoy de Oliveira, outro ex-integrante do CPC da UNE que estava lá naquela ocasião. A trilha musical iniciada por Edu Lobo foi completada pelo maestro Marcus Vinicius.

Sinopse

“Uma funda amizade/ aqui começou./ Um doutor de verdade/ e um camponês meu amor.” Assim canta Lindaura, sublinhando o início da amizade entre o camponês Alvimar e Esperidião, um jovem e empreendedor senhor de terras. Uma amizade que vai sendo desmontada com o passar dos anos, por mais que os dois homens se obstinem em preservá-la.

 

Ficha Técnica

Peça de Oduvaldo Vianna Filho

Direção: João das Neves

Música: Edu Lobo (Chegança); Marcus Vinícius

Elenco: Chico Américo; Danilo Caputo; Emerson Natividade; Erika Coracini; Ernandes Araujo; Graça Berman; Guilherme Vale; João Ribeiro; Junior Fernandes; Leonardo Horta; Léo Nascimento; Marcio Ribeiro; Mariana Blanski; Paula Bellaguarda; Pedro Monticelli; Rafaela Penteado; Rebeca Braia; Ricardo Mancini; Telma Dias; Zeca Mallembah.

Cenografia: João das Neves e Rodrigo Cohen

Figurinos: Rodrigo Cohen

Direção Musical: Léo Nascimento

Assistente de Direção: Alexandre Kavanji

Iluminação: Leandra Demarchi

Preparação Corporal e Orientação de Movimento: Alicio Amaral e Juliana Pardo  

 

A exumação do lacerdismo: onde Dilma achou R$ 1,3 tri de royalties

Artigo de Carlos Lopes publicado no Hora do Povo

 

A candidata Dilma Rousseff, em seu programa de TV, afirmou que destinou, por lei, R$ 1,3 trilhão (um trilhão e trezentos bilhões de reais) de royalties do pré-sal para a Educação. Na ilustração exibida (ver nossa primeira página), o R$ 1,3 trilhão era referente a “educação”, “saúde”. Mas o texto do programa foi o seguinte: “Os números são astronômicos, mas pode acreditar que é isto mesmo: a previsão é que a lei renderá R$ 1,3 trilhão para a Educação no Brasil”.

Esse “pode acreditar” é o lubrificante com que eles acham que vão enfiar na cabeça das pessoas esse absurdo, pois não têm o menor respeito pela inteligência do povo.

A previsão de receita dos royalties no pré-sal, segundo a ANP, é R$ 43,74 bilhões em 2022. Incluindo o que já foi arrecadado em 2013, a estimativa para o total dos royalties do pré-sal, somando esses nove anos, é R$ 301,05 bilhões (cf. ANP, “Apresentação na Câmara dos Deputados”, 25/06/2013).

Porém, a lei aprovada destinou 75% dos royalties do pré-sal para a educação. Logo, em termos de royalties (sem contar outros recursos do petróleo), serão R$ 32,81 bilhões em 2022 – e R$ 225,77 bilhões no período 2014 a 2022.

Onde, então, Dilma achou R$ 1,3 trilhão de royalties para a Educação – mais de quatro vezes o total de nove anos de royalties do pré-sal?

Ora, leitor, no mesmo lugar onde Lacerda, o Corvo, achou a Carta Brandi – aquela falsificação que pretendia implicar João Goulart numa conspiração para instalar uma “república sindicalista” (?).

Dilma está cada dia mais parecida com Lacerda. Depois de comparar Marina a Collor – e ser repudiada até pelo PT – declarou que “eu acho a Marina uma pessoa bem intencionada”, porque acha que isso lhe proporciona o direito de continuar difamando.

Collor é um dilmista exacerbado (portanto, tem a ver com ela – e não com Marina Silva). Mas, disse Dilma, “o que eu fiz de comparação com o Jânio e o Collor é que ambos governaram sem apoio” – o que, evidentemente, não é verdade. Parece até que ela não sabe que Collor aprovou o que quis no Congresso, inclusive o confisco da poupança, e com surpreendentes simpatias – basta perguntar ao seu chefe da casa civil, Aloízio Mercadante. Não foi por “governar sem apoio” que Collor caiu, mas por ter cometido crime de responsabilidade. Não sabíamos que ela era contra um impeachment que foi dos momentos maiores da nacionalidade. No entanto, disse ela agora: “eu respeito o Collor”.

Realmente, talvez Collor – e não Lacerda – seja o seu guru. Após leiloar, em outubro passado, o maior campo petrolífero do mundo, o de Libra, para que as multinacionais entrassem no pré-sal – com uma perda para o país de R$ 347,4 bilhões, dinheiro que seria do Brasil se Libra ficasse inteiro com a Petrobrás (v. HP 25/10/2013) – ela está agora se apresentando como defensora do pré-sal.

Mas, no fundo, não existe muita diferença entre Collor e Lacerda – ou Dilma.

A quantia que atribuiu a uma lei que nunca fez – R$ 1,3 trilhão – é 80 vezes o total do que, em 2013, foi arrecadado no Brasil em royalties do petróleo, somando-se o pré-sal, o pós-sal e os poços terrestres e mais os royalties do gás natural(cf. ANP, “Anuário Estatístico Brasileiro do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis 2014”, tab 2.17).

Se o pré-sal continuasse com a mesma produção média prevista para o período 2013-2022 (o que não é verdade, pois campos de petróleo decaem depois de certo tempo de exploração), o valor citado por Dilma seria alcançado entre o ano 2050 e o ano 3000 – quando, como ensina Mr. Spock, da “Jornada nas Estrelas” – a antimatéria já terá aposentado o petróleo como fonte de energia.

Porém, ela, mais uma vez, omitiu que o projeto que enviou ao Congresso (projeto de lei nº 5.500/2013) destinava apenas R$ 25,88 bilhões em dez anos – ou, seja, misérrimos R$ 2,5 bilhões por ano – para a Educação. Um aumento, em dez anos, de 0,59% do PIB de um único ano, nas verbas da Educação (cf. Consultoria Legislativa da Câmara, “Receitas petrolíferas para as áreas de Educação e Saúde”, Brasília, julho/2013 – consultor: Paulo César Ribeiro Lima).

O projeto de Dilma foi derrotado na Câmara, que aprovou o substitutivo do deputado André Figueiredo (PDT-CE), destinando R$ 279,08 bilhões, em 10 anos, dos royalties, e outros recursos advindos do petróleo, para a Educação e Saúde (R$ 209,31 bilhões para a Educação – ou seja, mais R$ 21 bilhões por ano – e R$ 69,77 bilhões para a Saúde). O projeto aprovado pela Câmara aumentou as verbas, em relação ao projeto de Dilma, em +740% para a Educação.

Dilma desencadeou uma campanha histérica contra esse projeto. Conseguiu que o Senado reduzisse os recursos dos royalties da Educação para R$ 97,48 bilhões em dez anos. Mas não conseguiu restaurar o seu projeto – em verdade, deputados e senadores sabiam que o projeto do governo era apenas encenação.

Porém, uma vez modificado pelo Senado, o projeto tinha que voltar à Câmara. E os deputados restituíram os recursos que haviam sido reduzidos no Senado. No momento da votação, diante da derrota iminente – a terceira – o governo desistiu e o projeto original da Câmara foi aprovado definitivamente.

Essa é a lei nº 12.858, que Dilma está propagandeando como sua, aumentando, mentirosamente, os recursos que ela destina à Educação.

Mas essa mentira expôs outro lado da política da senhora Rousseff: os royalties no pré-sal são 15% do valor da produção – e 75% de 15% são 11,25%. Logo, royalties de R$ 1,3 trilhão para a Educação significariam uma produção de petróleo no valor de R$ 11,5 trilhões (ou US$ 5 trilhões).

Com o preço atual do barril, isso significaria extrair 51,5 bilhões de barris do pré-sal, ou seja, mais de três vezes o total das nossas reservas provadas atuais – incluindo o pré-sal, o pós-sal e as reservas terrestres. Ou o dobro das reservas “potenciais” que o próprio governo considera, através da PPSA, que existem no pré-sal. Ou metade das reservas mínimas estimadas no pré-sal por engenheiros e geólogos não comprometidos com as petroleiras multinacionais.

Aqui, o importante não é a irrealidade dos royalties para a Educação propalados por Dilma, ou a canalhice da fraude, mas o fato de que, com essa mentira, ela confessou qual é o seu plano para o pré-sal: tirar o máximo de petróleo possível para exportar.

Arrancar 51 bilhões de barris do pré-sal é quase acabar com o pré-sal (pois significaria, também, a decadência mais acelerada de sua produção). Só existem oito países no mundo com reservas provadas superiores a 51 bilhões de barris: Venezuela (298,3 bilhões de barris), Arábia Saudita (265,9 bilhões), Canadá (174,3 bilhões), Irã (157 bilhões), Iraque (150 bilhões), Kwait (101,5 bilhões), Emirados Árabes Unidos (97,8 bilhões) e Rússia (93 bilhões). Todos os demais países produtores têm reservas inferiores a 51 bilhões de barris, inclusive a Líbia e a Nigéria (cf. ANP,  “Anuário Estatístico Brasileiro do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis 2014”, tab 1.1).

Enquanto Dilma et caterva cevam-se com esse delírio de exploração predatória, os investimentos em refinarias continuam estrangulados (ver a mensagem da presidente que Dilma colocou na Petrobrás, no “Relatório de Sustentabilidade 2013”). A mentalidade de servo colonial que no momento preside o país, é a de exportar petróleo bruto e importar gasolina. Com isso, os derivados de petróleo já são, hoje, o segundo produto em valor na pauta de exportações dos EUA. (cf. U.S. BEA, U.S. International Trade in Goods and Services, July 2014).

Nós estamos, portanto, ao modo das “banana republic” de outrora, exportando produtos primários para a metrópole imperialista e importando dela produtos industriais.

Além do rombo de US$ 53,24 bilhões na balança comercial (v. HP 05/09/2014), o governo está obrigando a Petrobrás a importar gasolina a R$ 1,72/litro e vender para a Shell e outras distribuidoras concorrentes da BR a R$ 1,42. Até fevereiro, isso já redundara num prejuízo de R$ 50 bilhões para a Petrobras no Governo Dilma – três vezes o que o governo recebeu no leilão de Libra.

Os Azeredo mais os Benevides no palco do Cine-Teatro Denoy de Oliveira

A peça “Os Azeredo mais os Benevides”, de Oduvaldo Vianna Filho, está em cartaz em sua segunda temporada no Cine-Teatro Denoy de Oliveira com elenco de 20 atores e direção de João das Neves.

A peça iria inaugurar o teatro da UNE, no ano de 1964. A trilha musical estava sendo composta por Edu Lobo, que já havia feito “Chegança”, especialmente para o espetáculo. O golpe que depôs o presidente João Goulart impediu que isso acontecesse. O prédio da UNE foi incendiado na madrugada do dia 1º. de abril. Para encarar o desafio de trazê-la à luz, 50 anos depois, nada mais apropriado do que contar com o trabalho do diretor João das Neves, que no auge dos 80 anos de uma vida talentosa e coerente se lembra bem do dia em que teve que deixar o prédio da UNE que ardia em chamas. E montá-la no palco que leva o nome do multiartista Denoy de Oliveira, outro ex-integrante do CPC da UNE que estava lá naquela ocasião. A trilha musical iniciada por Edu Lobo foi completada pelo maestro Marcus Vinicius.

Sinopse

“Uma funda amizade/ aqui começou./ Um doutor de verdade/ e um camponês meu amor.” Assim canta Lindaura, sublinhando o início da amizade entre o camponês Alvimar e Esperidião, um jovem e empreendedor senhor de terras. Uma amizade que vai sendo desmontada com o passar dos anos, por mais que os dois homens se obstinem em preservá-la.

 

Ficha Técnica

Peça de Oduvaldo Vianna Filho

Direção: João das Neves

Música: Edu Lobo (Chegança); Marcus Vinícius

Elenco: Chico Américo; Danilo Caputo; Emerson Natividade; Erika Coracini; Ernandes Araujo; Graça Berman; Guilherme Vale; João Ribeiro; Junior Fernandes; Leonardo Horta; Léo Nascimento; Marcio Ribeiro; Mariana Blanski; Paula Bellaguarda; Pedro Monticelli; Rafaela Penteado; Rebeca Braia; Ricardo Mancini; Telma Dias; Zeca Mallembah.

Cenografia: João das Neves e Rodrigo Cohen

Figurinos: Rodrigo Cohen

Direção Musical: Léo Nascimento

Assistente de Direção: Alexandre Kavanji

Iluminação: Leandra Demarchi

Preparação Corporal e Orientação de Movimento: Alicio Amaral e Juliana Pardo  

 

Produção: CPC-UMES

Ingressos: R$ 30,00 (meia-entrada R$ 15,00)

Horários: Sextas e Sábados 20h; Domingos 19h

Curta Temporada 

 

CINE-TEATRO DENOY DE OLIVEIRA

 

Rua Rui Barbosa, 323, Bela Vista. Tel: 3289-7475

“Crime ambiental é entregar o petróleo às multinacionais”, diz presidente da UMES

 

Na última quarta-feira (10) dezenas de pessoas se reuniram em frente ao Fórum Criminal da Barra Funda em um ato em defesa dos jovens estudantes, um deles Marcos Kauê, presidente da UMES, acusados de terem cometido “crimes contra o meio ambiente” por protestarem contra o leilão do Campo de Libra, realizado pelo governo Dilma.  Eles picharam um muro no bairro da Bela Vista com os dizeres: “O PETRÓLEO É NOSSO! NÃO AO LEILÃO DE LIBRA!”, numa campanha que tomou todo o país contra a entrega do patrimônio brasileiro ao cartel de empresas estrangeiras.

No Fórum, a Justiça de São Paulo tentava indiciar os três – além de Kauê, Camila Severo, que é estudante da PUC de São Paulo e presidente do Centro Acadêmico de Economia; e Luisa Lopes, presidente da Juventude Pátria Livre da capital – por “Crimes contra o Meio Ambiente e o Patrimônio Genérico” e foi recomendado pela promotoria uma pena de prestação de serviços comunitários durante seis meses, a reparação do muro (hoje já coberto por grafites) e uma multa em dinheiro.

“Crime ambiental é entregar um dos maiores campos de petróleo do mundo à sanha das multinacionais”, contestou Kauê.

A autuação se deu sem nenhuma prova, a não ser a acusação de um segurança particular que armado ameaçou os jovens de morte e só então chamou a policia.

Dezenas de militantes, amigos e familiares solidários a campanha contra a privatização do petróleo, bem como os três advogados de defesa, acompanharam a audiência, que terminou num acordo, onde os jovens se comprometeram a fazer uma doação para o Fundo da Criança e do Adolescente (FUMCAD).

Na ocasião em que o campo de Libra, uma das maiores áreas do pré-sal, estava sendo leiloado a monopólios internacionais pelo governo Dilma (outubro de 2013), uma onda de manifestações em defesa desta importante riqueza tomou o país.