Rede estadual paulista de educação perde recursos e segue mal avaliada por pais e alunos

Com queda nos investimentos que beira os 40%, escolas estaduais são consideradas ruins ou péssimas para mais da metade da comunidade, com problemas que vão da falta de professores à insegurança

 

Todos os dias, os alunos da escola Alexandre von Humboldt, na Vila Anastácio, região oeste da capital paulista, têm nove aulas, algumas delas em laboratórios equipados. Em sua maioria, os professores são efetivos, vieram de universidades de renome, entre elas a USP, e vários deles têm mestrado e doutorado.

Eles próprios desenvolvem as aulas, que, na opinião de muitos estudantes, são muito melhores do que as que tinham nas escolas particulares onde estudavam antes. Isso porque “não tem 'decoreba' e eles refletem sobre o que estão aprendendo e aprendem refletindo”.

Além das disciplinas do currículo básico do ensino médio, há atividades complementares, como iniciação científica, técnicas de estudo e grupos que se dedicam a temas diversos, como literatura contemporânea oriental, que inclui mangá e anime. Em muitos casos o envolvimento é tamanho que leva muitos deles a se reunir aos sábados para discutir ou realizar de projetos.

Uma pesquisa informal entre eles mostra que a maioria pretende ir para a universidade, inclusive para carreiras científicas, entre elas a astronomia – de tão empolgados com os estudos que muitos já realizam sobre o tema nas atividades complementares.

E para aqueles que gostam de esportes, a escola oferece treinos de vôlei, futebol e rúgbi, paralelos às aulas de educação física, que ali são voltadas também para o conhecimento do corpo em desenvolvimento. Disciplina com avaliação, aliás. Para completar, há lanches e almoço fornecidos pela escola, além de linhas de ônibus fretados, sem custo, pela manhã e à tarde, com itinerários que deixam os alunos perto de casa.

E como nem tudo é perfeito, alguns ventiladores seguem carecendo de manutenção, o grêmio estudantil seria ainda mais atuante se fosse estimulado pela direção e há por ali grupos não tão interessados. Minoritários, chegam a atrapalhar aulas no começo do ano, mas logo acabam se enquadrando ou se transferindo. De acordo com os estudantes, não há casos de desentendimento entre eles e tampouco com os professores. Muito menos episódios de violência.

Não por acaso, o colégio é muito procurado pelos pais. Vários deles são ex-alunos que atestam que a qualidade do ensino oferecido ali é histórica, de muito tempo antes de passar a funcionar em tempo integral.

 

Exceção

 

No entanto, o Alexandre – como é mais conhecido – está na elite da rede estadual paulista. Uma espécie de ilha de excelência, cartão de visitas, uma exceção. A regra geral do setor é que o estado de São Paulo oferece à população um conjunto de quase 5 mil escolas sem infraestrutura adequada, nas quais há rotatividade de professores, a maioria contratados em caráter emergencial, sem vínculo nem direitos, que recebem por dia, trabalhando em condições precárias,  lecionando em três períodos, correndo de uma escola para outra.

Em março, o Instituto Data Popular divulgou uma pesquisa encomendada pelo Sindicato dos Professores do Ensino Oficial de São Paulo (Apeoesp), que entrevistou 700 profissionais, 700 pais e 700 alunos. Os resultados dão uma ideia da dimensão do problema. Para 70% dos estudantes e 50% dos pais, as escolas são regulares, ruins ou péssimas e estão longe de cumprir seu papel de formar cidadãos, ensinar conteúdos e preparar para o mercado de trabalho.

Segundo a maioria dos alunos (64%), as turmas ficam sem aula em média seis vezes por mês devido à falta de professores, inclusive substitutos. Apenas 5% afirmaram não ter tempo livre na escola. A falta de segurança, porém, é o problema número um, conforme 57% dos professores, 78% dos pais e 70% dos alunos, que consideram sua escola violenta. Tanto que 44% dos professores e 28% dos alunos afirmaram ter sofrido algum tipo de violência.

Segundo a Apeoesp, além das condições insatisfatórias de trabalho, agravadas por baixos salários, que desestimulam o interesse pela carreira docente e esvaziam os cursos de licenciatura, há problemas na organização dos tempos, dos espaços e no currículo escolar, além da falta de democracia na gestão escolar, fundamental para que o projeto político-pedagógico atenda aos anseios e às  necessidades da comunidade.

Em manifesto em defesa dos professores e da escola pública, divulgado recentemente, a entidade reitera a reivindicação de reposição das perdas salariais e um reajuste de 75,33%, para que sua média salarial seja equivalente à das demais profissões com formação em nível superior.

“Já temos aprovado no Plano Nacional de Educação o custo aluno qualidade custo (CAQi), que virará uma grande bandeira nossa, até por incluir o salário de professores, o projeto arquitetônico das escolas e a compra de materiais. É um meio de trazer para as escolas todos os avanços tecnológicos que os alunos já experimentam fora dela”, afirma a presidenta da Apeoesp, Maria Izabel Noronha.

“Falta integração na educação básica e recursos e dotar escolas de mudanças substanciais para que alunos de fato aprendam. É preciso um ensino integrado, que articule as matérias com atividades culturais e esportivas.”

 

Menos dinheiro

 

Dados do site da Secretaria Estadual de Educação informam que entre 2010 e 2014 a previsão de orçamento para o setor seguiu uma progressão de aumento, saltando de R$ 18,8 bilhões para R$ 27 bilhões. E, pelas contas da Secretaria Estadual da Fazenda, que comparou o orçamento total deste ano e de 2013, houve acréscimo de 10,1%, passando de R$ 24,2 bilhões para R$ 26,6 bilhões.

O pagamento de pessoal e encargos ficou com a maior fatia do bolo: R$ 17,5 bilhão, 13,9% a mais que no ano passado. A verba para custeio de programas também aumentou nesse período, de R$ 7,9 bilhões para R$ 8,5 bilhões – um ganho de 8%.

No entanto, a verba orçada pelo governo Alckmin para investimentos – que inclui construção de escolas, reformas estruturais nos prédios e compra de equipamentos – caiu 37,5%, segundo a Secretaria da Fazenda. Foi reduzida de R$ 889 milhões, em 2013, para R$ 559 milhões agora em 2014.

Conforme o Sistema de Informações Gerenciais da Execução Orçamentária (Sigeo), em 12 de fevereiro, a diferença na verba orçada para investimentos é 36,62% na comparação de 2013 com 2014, como denunciou reportagem da RBA em março.

No ano passado, a previsão do montante era de R$ 749.079.731. Para 2014 foi reduzida para R$ 474.751.933 – quase R$ 275 milhões a menos. É o menor valor de toda a gestão de Geraldo Alckmin e quase a metade da previsão orçamentária para investimentos de 2012, no valor de R$ 957.227.547.

Na época, a Secretaria de Educação não confirmou os dados do Sigeo, esclarecendo que o valor previsto neste ano seria de R$ 670,1 milhões, maior do que o descrito pela Fazenda e pelo sistema de informações. Mas não justificou a diferença de valores.

Em nota oficial, afirmou que "a pasta conta com 5 mil escolas estaduais que atendem plenamente à demanda para a educação básica e que tem como prioridade a valorização dos cerca de 300 mil educadores e funcionários da rede estadual, tendo em vista que investir nos profissionais é investir em Educação". E que "com a implantação de uma nova política salarial pela pasta, que, aliada aos mecanismos de promoção e aumento do quadro de servidores, resultou em um crescimento de R$ 2,2 bilhões da verba destinada à folha de pagamento projetada para este ano".

 

Greves

 

O ensino profissionalizante estadual também enfrenta problemas. Entre fevereiro e março, professores e funcionários das escolas técnicas (Etec) e das faculdades de tecnologia (Fatec) mantiveram a maior greve da história da categoria. Durante 41 dias, 115 das 322 unidades espalhadas pelo estado suspenderam as aulas. Entre as reivindicações, a aprovação do plano unificado de carreira (PL 07/2014, de autoria do Executivo) e a incorporação de emendas que garantam ganhos reais e benefícios trabalhistas, propostas que acabaram acatadas pelo governo Alckmin. O plano está sendo implementado em três etapas, e deve ser concluído em julho de 2016.

Com a greve, os problemas salariais foram amenizados, em especial dos professores, segundo a presidenta do Sindicato dos Trabalhadores do Centro Paula Souza, Silvia Helena de Lima. “No ano que vem o pessoal mais antigo terá um enquadramento interessante. Mas, como o piso ainda está baixo, apesar do aumento, ainda será difícil atrair novos professores.” O valor da hora-aula para os professores novos na instituição passou de R$ 14 para R$ 17,50.

O maior desafio, segundo Silvia, será garantir convênio médico para professores e funcionários, como prevê o novo plano de carreira. A atualização tecnológica das unidades também continua como uma das metas. “A compra de novos equipamentos acaba variando muito, dependendo do interesse político do momento. Não existe uma política de estruturação, depende de cada unidade e do quanto consegue pleitear.”

Durante a greve, o Centro Paula Souza, autarquia responsável pela gestão das unidades de ensino, chegou a cortar o ponto de alguns funcionários de forma aleatória. A assessoria de imprensa da instituição informou na época que o corte se deu com respaldo legal, para não incorrer eme improbidade administrativa.

Levantamento da RBA mostra que nos últimos quatro anos – que corresponde à gestão Alckmin – a rede ganhou 14 novas unidades, sendo 11 Etec e três Fatec. O montante para investimentos na expansão da rede, porém, não seguiu o mesmo caminho: o valor orçado para obras e compra de materiais nas Etec diminuiu 16,9% entre 2011 e 2014. Nas Fatec, 5,9%, segundo dados do Sistemas de Informações Gerenciais da Execução Orçamentária (Sigeo).

No período, o orçamento para o Centro Paula Souza aumentou 47,5%, passando de R$ 1.250.534.184 para R$ 1.843.598.055. O total que de fato foi aplicado superou o que tinha sido inicialmente previsto em 6,6%. A maior variação foi nas despesas orçadas para pagamento de pessoal, que nos últimos quatro anos aumentou 67,3%.

"O orçamento aumentou e tinha de aumentar. Saímos de 99 unidades e fomos para mais de 300. Porém, a verba não aumenta na proporção necessária para manutenção, compra de equipamento e principalmente para pagamento de pessoal", avalia Silvia. De acordo com ela, a folha cresce muito não devido à valorização dos salários, mas pela contratação de mais pessoal para atender o crescimento da rede. Além disso, a rede Paula Souza tem perdido professores para a rede federal, que se expandiu no estado e paga melhor.

Apesar do aumento, o orçamento de todo o Centro Paula Souza previsto para 2014 é quase três vezes menor que o destinado para a Universidade de São Paulo (USP), e quase metade do da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Universidade Estadual Júlio de Mesquita (Unesp). “Os cursos que estão sendo abertos são na área de gestão, que não requerem equipamento. Os cursos na área industrial, por exemplo, raramente são abertos porque demandam atualização constante de equipamentos. Tudo isso faz cair a qualidade”, concluiu.

O governo paulista informa que o ensino técnico estadual vai além do Centro Paula Souza. Desde 2012 conta com o programa Vence, que oferece concomitantemente formação básica e técnica para estudantes do Ensino Médio e de Jovens e Adultos (EJA). Pelo menos 64 mil alunos já participam, em 60 diferentes cursos técnicos diferentes, o equivalente a 18% das matrículas em cursos técnicos do estado. Em agosto foram abertas mais 20 mil oportunidades.

E em 2014 foi implementado o programa Via Rápida – Educação Integral, que ofereceu 20 mil vagas em 13 cursos de diferentes áreas também para alunos do Ensino Médio.

Fonte: Apeoesp

III Jogos Estudantis da Cidade de São Paulo – Inscrições Abertas


Estão abertas as inscrições para o 3º Jogos Estudantis da Cidade de São Paulo (JESP), realizado pela UMES em parceria com a Petrobrás e o Ministério do Esporte.

 

Nesta terceira edição, as escolas públicas da cidade poderão inscrever equipes composta por alunos do ensino médio nas modalidades Handebol, Futsal, Voleibol e Xadrez, em ambos os gêneros.

 

Para efetivar a inscrição da sua equipe, é necessário realizar as contrapartidas social – que preveem a realização de um cine clube com debate na escola participante – e ambiental – que consiste na coleta de materiais recicláveis, como latas de alumínio, garrafas pet e papelão.

 

Serão quatro equipes por modalidade/gênero em cada região: Centro-Norte, Leste, Oeste e Sul e cada escola poderá inscrever no máximo quatro equipes de modalidades/gênero diferentes. Com isso serão envolvidos mais de mil alunos de forma direta e 40 mil indiretamente, através da mobilização escolas e sua comunidade.

 

Os alunos-atletas deverão ser acompanhados pelo professor de educação física, devidamente credenciado no Conselho Regional de Educação Física e receberão uniformes para as partidas.

 

Não fique fora dessa! Organize sua escola e participe. As vagas são limitadas.

 

Procure a sub-sede da UMES na sua região:

 

Centro-Norte: Rua Rui Barbosa, 323 – Bela Vista – Fone: 3289-7452

Leste: Rua Padre João, 128 – Sala 12 – Penha – Fone: 2692-0451

Sul: Rua Barão de Duprat, 312 – 2º andar – Santo Amaro – Fone: 5521-0875

Oeste: Rua Monteiro de Melo, 67 – Sala 12 – Lapa – Fone: 3672-7647

 

Informações: umes@umes.org.br/3289-7452

Passado o período eleitoral, presidente da Sabesp admite falta de água em São Paulo

Após garantida a reeleição do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), a presidente da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), Dilma Pena, admitiu nesta segunda-feira (8) a “falta de água” na cidade durante seu depoimento para a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Câmara Municipal de São Paulo que investiga queixas de falta de água na capital paulista.

“Não existe racionamento. Existe, sim, falta de água pontual em áreas muito altas, muito longe dos reservatórios setoriais que distribuem água e em residências que moram muitas pessoas que têm reservação muito pequena. Nessas situações sim, tem falta de água”, declarou a presidente da Sabesp. Segundo Dilma, ela não participou das reuniões da CPI durante o período eleitoral por motivos de doença.

Para tentar driblar a realidade, utilizou conceitos técnicos na tentativa de explicar porque o que todo mundo vê como racionamento, para ela não seria. “O racionamento é efetivo quando se despressuriza 100% das redes da cidade, com uma área da cidade ficando sem água efetivamente. Isso não acontece no Estado de São Paulo. Toda a área atendida pela Sabesp está com as redes pressurizadas”, disse.

Dilma já havia sido convocada duas vezes para prestar esclarecimentos sobre a interrupção no abastecimento recorrente na cidade mesmo o governo tucano alegando não haver racionamento.

Dilma foi primeiramente no dia 17 de setembro convidada a prestar esclarecimentos à CPI e não compareceu alegando “questões pessoais”. Depois disso, no dia 24 de setembro ela foi intimada a comparecer e também não foi à reunião. Para justificativa Pena enviou ofício à CPI alegando ter sido submetida a um procedimento cirúrgico na laringe e ficaria de licença médica até 5 de outubro, coincidentemente o dia da eleição.

Assim como o governador tucano, a presidente da Sabesp tentou colocar a culpa da crise que levou 31 municípios a decretarem racionamento de água, na chuva. “É um evento extremo, sem precedentes na história das medições meteorológicas”, classificou.

Segundo os ministérios públicos Federal e de São Paulo a Sabesp sabia com antecedência da vulnerabilidade do sistema. “Em divulgação na Bolsa de Nova Iorque, onde tem ações, a Sabesp alertou para o risco do Cantareira”, afirmou o promotor Rodrigues Sanches Garcia, do Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente (Gaema) de Campinas.

Pela falta de transparecia na condução da crise e de medidas para conte-la, os dois órgãos públicos propuseram uma ação civil contra os gestores do Sistema Cantareira. Os procuradores informaram que os documentos comprobatórios do alerta dado pela Sabesp a Bolsa de Nova Iorque estão no inquérito civil.

 

Considerações sobre a “crise na USP”: o mito dos 105% da folha

“As reitorias se distanciam do seu papel de fazer uma gestão pública transparente, não visualizando a janela de oportunidade que se abre para se discutir a importância do orçamento público das universidades”

 

O recente debate sobre a “crise” das universidades públicas paulistas suscitou a discussão acerca, dentre outros temas sensíveis, do modelo de financiamento destas e sobre o atual estado de desequilíbrio financeiro no qual aparentemente se encontram.

Para saber, entretanto, se “a crise foi plantada” apenas para servir de instrumentação política e de gestão dos atuais reitores e se é apenas mote para a grande mídia vender mais jornal – ou ainda se esse cenário “crítico” interessa particularmente algum outro ator ou grupo social interessado em questionar o modelo de autonomia e até o caráter público das universidades -, é extremamente necessária a leitura das ainda escassas informações e análises sobre a saúde financeira dessas importantes instituições sociais brasileiras, a fim de poder se discutir publicamente as possíveis soluções futuras para os problemas colocados.

 

O INDICADOR

 

No centro da discussão técnica surge um indicador que visa medir o nível de comprometimento dos orçamentos dessas universidades com o pagamento de seus contratados (docentes e servidores técnicos). O aparente pré-diagnóstico dos atuais gestores (reitores) sugere que o nível em que se encontra esse “índice de comprometimento” está no cerne da explicação para o presente estado de desequilíbrio, e que a solução passa ‘simplesmente’ em alterar essa relação (independentemente das medidas necessárias pra isso).

Vale lembrar, rapidamente, que os indicadores são ferramentas científicas de pesquisa que buscam oferecer informações sobre determinado fenômeno visando tanto a sua própria compreensão quanto à possibilidade de se traçar estratégias de ação (considerando que os agentes são capazes de influenciar e alterar situações futuras).

Tendo em vista que os recursos públicos são escassos e que a responsabilidade fiscal deve ser alcançada (sob a pena da lei), é razoável considerar que informações dessa natureza são extremamente importantes aos gestores públicos. Cabe ressaltar, entretanto, que os indicadores são simplificações da realidade e, como qualquer parâmetro de abstração, possuem suas limitações metodológicas; ao se reduzir toda a complexidade do mundo real a um único número, perde-se razoável quantidade de informação, ocultam-se aí nuances e sutilezas.

O índice ao qual se tem recorrido constantemente é uma relação proporcional (ou seja, uma fração) que possui dois componentes importantes: o numerador e o denominador. O primeiro, nesse caso, corresponde ao montante mensal destinado ao pagamento dos vencimentos de todos os servidores das universidades (chamado de “folha de pagamento bruta”). Já o denominador, por sua vez, consiste na estimativa do montante mensal ao qual as universidades paulistas têm direito (1); tal montante é uma parcela fixa (9,57%) de tudo que é arrecadado pelo estado através do ICMS e é dividido entre as três universidades (chamam isso de “liberações financeiras do Estado”).

 

PRIMEIRO PROBLEMA, USO ISOLADO

 

Em primeiro lugar, por mais importante (e até interessante) que seja esse número, utilizá-lo como principal (e por vezes único) parâmetro métrico parece ser insuficiente. Uma serie de outros indicadores, demonstrativos e outras informações certamente complementariam o desenho do cenário financeiro e permitiram uma análise mais precisa da saúde financeira das universidades.

Igualá-lo, portanto, à “situação financeira” das universidades parece demasiadamente simplista. Fazendo isso, as reitorias se distanciam do seu papel de fazer uma gestão pública transparente; mais do que isso, não visualizando a janela de oportunidade que se abre para se discutir a importância do orçamento público das universidades dentro da esfera pública e acadêmica, se isentam arbitrariamente da responsabilidade de serem agentes do processo de ensino, aprendizagem e propagação do conhecimento.

 

SEGUNDO PROBLEMA, METODOLOGIA DE CÁLCULO

 

Como visto, o índice é formado por dois componentes, numerador e denominador. Assim como se iguala a saúde financeira das universidades a esse índice, iguala-se a receita e a despesa aos seus principais componentes. No caso do numerador, trata-se como despesa apenas a folha de pagamento bruta. Ainda que se entenda que seja o maior componente da despesa, as universidades aplicam seus recursos em muitas outras “dotações” (chamadas de “outros custeios e capital”), como, por exemplo, os contratos administrativos, as obras e manutenção de equipamentos, área construída, áreas verdes e bibliotecas, a compra de materiais de consumo básicos ou ainda a concessão de bolsas e auxílios.

Já no caso do denominador, tratam-se como receita apenas as liberações financeiras do estado. De forma análoga, mesmo que seja o maior componente da receita, as universidades sabidamente possuem outras fontes de receita, como, por exemplo, os repasses e convênios nacionais e internacionais, as taxas administrativas de contratos e atividades externas, as taxas de cursos de extensão, além das receitas financeiras das aplicações das reservas. Ou seja, para que se soubesse de fato como anda a saúde financeira das universidades, o “indicador mais importante” deveria ser aquele que considerasse todas as “receitas” e todas as “despesas” das universidades.

 

TERCEIRO PROBLEMA, DISTORÇÕES NÃO CONSIDERADAS

 

Além do indicador negligenciar quantidade importante de informação, existe uma serie de distorções que não são consideradas:

I – O valor “bruto” da folha de pagamento pode não ser exatamente igual ao montante efetivamente gasto com folha. Por se tratarem de órgãos públicos, as três universidades gozam de “imunidade tributaria” (2). Logo, é possível que haja um percentual da folha bruta, correspondente à retenção de alguns encargos federais (especialmente o IR), que, mesmo considerado na elaboração da folha, talvez não seja de fato recolhido ao governo federal. Ainda que seja no ato do pagamento da folha, é possível que as universidades sejam restituídas posteriormente, e esse montante, na prática, seja contabilizado como receita, a qual, por sua vez, também não é considerada nesse indicador já que, como mencionado anteriormente, somente se considera as liberações financeiras do estado. O quanto desse montante retorna aos cofres públicos não pode ser visualizado nas informações disponíveis nos portais de transparência das universidades.

II – No montante gasto com folha, há a presença de considerável parcela paga à aposentados (no caso da USP, por exemplo, em 2014 é de cerca de 17% (3). Tendo em vista que no caso dos tributos sociais (nos quais não se aplica a imunidade) as universidades recolhem os tributos dos servidores dos seus dois regimes de trabalho (INSS, no caso dos celetistas e o IPESP, no caso dos autárquicos), essa presença não deveria existir, já que os aposentados deveriam receber pelos institutos de seguridade mencionados. Entretanto, como há uma “insuficiência financeira”(4) dos institutos que gerenciam o pagamento dos aposentados, as universidades (e não o governo estadual) ainda pagam parte do que é gasto por elas com os aposentados.

III – Por fim, a própria base de cálculo utilizada pelo governo estadual para estabelecer o que se arrecada com ICMS (a qual impacta nas liberações financeiras do estado) possui problemas – conforme documento (5) enviado pelo Fórum das Seis à Assembleia Legislativa do Estado em maio desse ano -, que vão desde o desconto indevido para os programas estaduais de habitação, passando pela não inclusão do montante arrecadado com o Programa da Nota Fiscal Paulista (NFP), até a não inclusão dos recursos obtidos com multas e juros de mora dos tributos recolhidos com atraso. Claro que na prática, esses recursos não tem se tornado receitas às universidades, mas a aparente negligência dos atuais reitores com essas distorções é incompreensível, sobretudo considerando o crescimento das atividades das universidades (e consequentemente das suas despesas) nos últimos 20 anos (6).

 

CONCLUSÕES

 

De fato, a relação “folha bruta / liberações financeiras” se elevou nos últimos anos e isso parece, ao menos a priori, ser preocupante. Entretanto, não parece ser o suficiente pra dizer que existe uma “crise” nas universidades. Diante do atual cenário, de se traçar uma análise mais bem fundamentada e da urgente necessidade de se buscar alternativas pra enfrentar a atual situação, é imprescindível que os órgãos centrais das universidades promovam a divulgação pública de um conjunto maior e mais qualificado de informações, em ressonância ao que já esta acontecendo em diversas outras esferas do poder público nacional. Falsear a criação de portais de transparência – que apenas centralizam as mesmas informações disponibilizadas anteriormente – não parece dar passos em direção a gestão pública transparente e participativa. As comunidades universitárias exigem a abertura ao diálogo. Manter-se alheio a essas demandas pode ser fatal, já que, parece ser questão de tempo para que a Lei de Acesso a Informação comece a ter aplicabilidade e eficácia nos campi paulistas.

 

*Rodrigo Gonçalves Winther e servidor técnico na Assistência Financeira da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAUUSP), e aluno do Bacharelado em Relações Internacionais do IRI-USP. Publicado no Jornal Hora do Povo. 

UMES realiza 3º Jogos Estudantis da Cidade de São Paulo – Inscrições abertas

Estão abertas as inscrições para o 3º Jogos Estudantis da Cidade de São Paulo (JESP), realizado pela UMES em parceria com a Petrobrás e o Ministério do Esporte.

 

Nesta terceira edição, as escolas públicas da cidade poderão inscrever equipes composta por alunos do ensino médio nas modalidades Handebol, Futsal, Voleibol e Xadrez, em ambos os gêneros.

 

Para efetivar a inscrição da sua equipe, é necessário realizar as contrapartidas social – que preveem a realização de um cine clube com debate na escola participante – e ambiental – que consiste na coleta de materiais recicláveis, como latas de alumínio, garrafas pet e papelão.

 

Serão quatro equipes por modalidade/gênero em cada região: Centro-Norte, Leste, Oeste e Sul e cada escola poderá inscrever no máximo quatro equipes de modalidades/gênero diferentes. Com isso serão envolvidos mais de mil alunos de forma direta e 40 mil indiretamente, através da mobilização escolas e sua comunidade.

 

Os alunos-atletas deverão ser acompanhados pelo professor de educação física, devidamente credenciado no Conselho Regional de Educação Física e receberão uniformes para as partidas.

 

Não fique fora dessa! Organize sua escola e participe. As vagas são limitadas.

 

Procure a sub-sede da UMES na sua região:

 

Centro-Norte: Rua Rui Barbosa, 323 – Bela Vista – Fone: 3289-7452

Leste: Rua Padre João, 128 – Sala 12 – Penha – Fone: 2692-0451

Sul: Rua Barão de Duprat, 312 – 2º andar – Santo Amaro – Fone: 5521-0875

Oeste: Rua Monteiro de Melo, 67 – Sala 12 – Lapa – Fone: 3672-7647

 

Informações: umes@umes.org.br/3289-7452

 

Veja fotos imagens das edições anteriores:

 

2º Jogos Estudantis da Cidade de São Paulo – Medalhas da Final

 

2º JESP – Premiação 

 

2º JESP – Final de Voleibol Masculino – Ginásio do Pacaembú

1º JESP – Partida de Futsal Feminino – Clube da Caixa 

Carta de Che Guevara à Juventude

Publicamos abaixo Carta de Che Guevava à Juventude em homenagem ao 8 de Outubro, data em que foi assassinado pela CIA, na Bolívia, em 1967.  Sua luta incansável contra as injustiças se tornou um exemplo para as juventudes de todo o mundo e segue nos inspirando. 

 

ERNESTO CHE GUEVARA 


O jovem sempre foi e sempre será símbolo de renovação; não este símbolo descaracterizado, mistificado e calcado numa fé que não trabalha; mas um jovem que tenha a honra de ser comunista e que demonstra sê-lo com orgulho e a cada momento, porque esta é a sua bandeira.

É necessário que tenha a consciência de dever para com a sociedade, com os seres humanos, com a humanidade. Sensibilidade para identificar os problemas e injustiças; inconformidade e espírito guerreiro contra todo e qualquer formalismo. O jovem deve sempre ser um exemplo vivo, um espelho para os mais velhos que já perderam a sua jovialidade, o entusiasmo juvenil e a fé na vida e que, frente a esses exemplos acabam sempre por reagir bem.

Ser jovem é ser essencialmente humano, ser tão humano que este sentimento seja capaz de purificar o próprio homem através do trabalho, do estudo, do exercício de solidariedade para com seu povo e todos os povos do mundo. É desenvolver o máximo a sua sensibilidade e sentir-se entusiasmado frente a uma injustiça cometida em qualquer canto do mundo, mas também sentir-se entusiasmado quanto, em algum canto do mundo, se alçar uma nova bandeira.

O jovem não deve ser limitado pelas fronteiras, deve ser um internacionalista proletário, baseado nos exemplos vitoriosos de uma realidade palpável na luta contra o imperialismo e todas as formas de opressão dos sistemas injustos. Somos um facho de luz, unidos no mundo ideal, um espelho aos povos da América, aos povos oprimidos do mundo, que lutam por sua liberdade. Devemos ser, sobretudo, dignos desses exemplos.

Os jovens devem ser românticos, idealistas inveterados, quase utópicos; mas capazes de mostrar que uma nova sociedade é possível.

Cabe ao jovem trabalhar todos os dias, aumentar seus conhecimentos sobre o mundo que o rodeia, colocando sempre os problemas do mundo como seus próprios problemas. E, assim, com o passar dos anos, de muitos sacrifícios e de muitas vezes termos estado à beira da destruição, teremos criado, junto com os povos do mundo, a sociedade comunista, o nosso ideal!

 

Cadê a água? Alckmin cai em pegadinha de estudantes

Sorridente, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) estava crente que posava para uma foto com suas eleitoras ou simpatizantes, até perceber, só depois da fotografia, o cartaz que elas carregavam. As estudantes afirmaram que estão indignadas pelo fato de que o tucano não assume que falta água no estado.

 

O caso aconteceu na última sexta-feira (3), antes das eleições, durante uma caminhada de Alckmin na região do Largo Treze de Maio, perto de onde fica o cursinho onde as 7 estudantes que posaram com o governador estudam. Elas pediram para tirar uma foto com o tucano que, em campanha, não recusou. Prontamente uma delas tirou da bolsa um cartaz e a imagem foi registrada por vários outros estudantes que estavam no local.

Assessores de Alckmin, quando viram, perguntara “pra que isso?” o tucano, constrangido, foi saindo discretamente dando risada.

“O problema é a falta de vergonha na cara de não reconhecer que já existe racionamento em muitos lugares. E não só pela seca. Não houve planejamento”, disse uma das jovens.

USP, Unesp e Unicamp gastam mais do que recebem desde 2000

Dados tabulados pela Folha de São Paulo mostram que as três universidades estaduais paulistas –USP, Unesp e Unicamp– gastam mais do que recebem de ICMS (imposto sobre circulação de mercadorias e serviços) ao menos desde 2000.

O imposto é a principal fonte de recursos das instituições, e a discrepância em relação aos gastos é um dos indícios da grave crise financeira enfrentada por elas.

A superação do limite da receita se acentuou nos últimos anos. Na USP, as despesas ultrapassaram em 25% o que a universidade recebeu do ICMS em 2012. Neste ano, o índice deve extrapolar 35%.

Na Unicamp, o cenário não é diferente. O ICMS tem sido suficiente para pagar praticamente apenas os salários desde 2009 –ano em que a quantidade de docentes começou a cair, mas a de alunos de graduação continuou subindo.

Os gastos da universidade de Campinas, somando salários, investimentos e manutenção, superam em mais de 26% a parcela recebida do imposto desde 2009.

O governo repassa às universidades 9,57% da cota de ICMS do Estado. A USP fica com pouco mais da metade; as outras dividem o restante.

As despesas ultrapassadas são cobertas por outros repasses do governo e por fontes de receita, como parcerias com empresas, o que a reitoria alega ser insuficiente para controlar a crise.

As universidades dizem que a quantidade de alunos cresceu, mas a porcentagem repassada do ICMS ficou igual. Os movimentos sindical e estudantil cobram um aumento da parcela do imposto às universidades.

A quantidade de alunos de graduação nas três estaduais paulistas aumentou, em média, cerca de 50% de 2000 a 2013. Na Unesp, houve ainda um boom na pós-graduação, que cresceu 45,5% no período analisado pela Folha.

A falta de reajuste salarial em decorrência da crise orçamentária motivou uma greve conjunta de professores e funcionários das três estaduais. Na USP, a paralisação dos servidores durou 116 dias, tendo sido a mais longa da história da instituição.

 

Em crise, Unesp apela para aula online

 

Sem dinheiro para contratar mais professores, a Unesp (Universidade Estadual Paulista) tem incentivado aulas a distância para suprir a demanda de novos conteúdos em seus cursos de licenciatura. Professores temem queda de qualidade.

Em crise, a Unesp gasta quase 95% da sua receita com a folha de pagamento.

Na semana passada, a reitoria enviou ofício a dirigentes de unidade sobre a reestruturação das 48 licenciaturas da Unesp. Segundo norma aprovada pelo CEE (Conselho Estadual de Educação) em 2012 e ajustada neste ano, os cursos de pedagogia e licenciaturas, que formam professores para o ensino básico, devem ser reformulados.

A regra do conselho prevê várias mudanças: a principal delas é reservar 30% da carga horária para atividades didático-pedagógicas, de caráter mais prático. A proposta é tornar a formação menos teórica. Entre 2012 e este ano, as três universidades estaduais tentaram derrubar a norma, mas não tiveram êxito.

A reitoria orienta a não elevar a carga horária e aproveitar a equipe atual de docentes para os novos conteúdos. "A ampliação do quadro de professores está vetada", reforça o ofício.

Nos casos em que não houver profissionais com formação necessária para dar conteúdos específicos, são recomendadas disciplinas semipresenciais. Pela lei nacional, 20% do curso pode ser nessa modalidade. Não há levantamento sobre a demanda total de professores.

 

As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".

 

 

Promessa de campanha, 6.000 creches de Dilma viraram apenas 114

Segundo a candidata, seu governo já entregou 2.052 creches. Entretanto, 1.938 delas, foram herdadas do governo Lula em fase “muito inicial”

 

Numa tentativa vã de rebater as críticas sobre a sua promessa de campanha realizada em 2010, de construir 6.000 creches em todo o país. A candidata à reeleição, Dilma Rousseff, esclareceu que somente 114 creches foram entregues, e não 417, conforme fora denunciado anteriormente.

Segundo Dilma, durante seu governo 2.052 creches foram entregues. Entretanto, 1.938 delas, foram herdadas do governo Lula em fase “muito inicial” de construção. Portanto, da promessa feita durante a campanha de 2010, de construir 6.000 creches em todo o país, somente 114, foram inauguradas.

Dilma diz ainda ter um total de “6.452 creches contratadas”, o que não significa que elas estejam nem mesmo em processo de licitação.

“Além das 6.452, eu assumi as 1.938 creches originadas no governo do presidente Lula e que estavam em estado muito inicial”, disse Dilma.

O fato é que a maioria das creches não saiu do papel. Segundo o portal IG, essas 4.055 creches em construção citadas por Dilma incluem 578 estão em ação preparatória, ou seja, o empreendimento contratado, em processo de envio ou análise de documentação para a contratação. Outras 2.415 iniciativas estão em licitação de obra, mas sem ordem de serviço. Além disso, 582 creches e pré-escolas já foram selecionadas, mas estão em processo de envio ou análise de documentação para a contratação (em contratação). 480 apenas realmente em construção.

Os dados foram levantados através do último Balanço do PAC 2 que englobam o que foi realizado entre janeiro de 2011 e abril de 2014. A segunda etapa do programa vai ser finalizada em dezembro deste ano. Além de dados do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

 

QUADRAS

 

Além das creches não entregues, Dilma também não entregou as 10.000 quadras esportivas prometidas na campanha em 2010.Em maio de 2011, a presidente foi além: “Nós vamos construir dentro do PAC 2 em torno de 12 mil quadras cobertas”, disse ela, em um discurso no Palácio do Planalto.

Segundo os dados do próprio governo 481 obras estão concluídas, de um total de 9.158 contratadas, segundo os dados do próprio governo. 

A situação piora quando analisamos os “Centro de Artes e Esportes unificados”, as chamadas Praças do PAC, outra promessa de Dilma. Dos 357 prometidos, apenas 22 estão prontos.

 

Fonte: Hora do Povo

Marina Silva visita comunidade de Paraisópolis e se compromete com demandas da população

A candidata do PSB à presidência da República, Marina Silva, visitou na quarta-feira (1º) a comunidade de Paraisópolis, na Zona Sul de São Paulo, onde fez duras críticas à sua principal adversária na disputa eleitoral. Ela lembrou de uma promessa de campanha feita pela presidente Dilma Rousseff em 2010, que não foi cumprida.

"A maior demanda aqui é por um hospital, que foi prometido na campanha passada da Dilma, e ela não fez. Ela não transformou em verdade também as creches. Os moradores estão me falando que nenhuma creche foi feita aqui. Ver uma mãe aqui não ter onde ter seu filho é uma injustiça", afirmou. Marina se comprometeu a, se for eleita, destinar 10% da arrecadação bruta da União à área da saúde.

Ela rebateu as acusações feitas por Dilma de que sofre de "desvio de caráter". "Falta de caráter é vir numa comunidade como essa, prometer um hospital e não cumprir o compromisso depois de quatro anos de governo. Isso é que é mentira. O hospital prometido pela presidente Dilma Rousseff não se transformou em realidade. No dia 5 de outubro, o povo vai escolher entre o Brasil de fantasia e da propaganda eleitoral, e o Brasil real, de compromissos", disse.

Marina foi recebida pela comunidade com uma apresentação da Orquestra Filarmônica de Paraisópolis e de um grupo de balé infantil. O presidente licenciado da Associação e candidato a deputado estadual pelo Partido Pátria Livre (PPL), Gilson Rodrigues, conduziu o evento e apresentou a ex-senadora aos moradores. O candidato a deputado federal pelo PPL, Miguel Manso, também acompanhou a visita.

Após visitar a região, Marina concedeu entrevista para a rádio comunitária, onde reafirmou as promessas de Eduardo Campos, que visitou a comunidade um mês antes de falecer tragicamente, e prometeu que, se eleito, voltaria ao local. Marina reafirmou a promessa e disse que construirá o hospital prometido pela presidenta. A candidata foi questionada sobre o que fazer pelas comunidades mais humildes. Marina respondeu que, para começar, a melhor forma de ajudar os setores mais carentes da sociedade é colocar o Brasil no caminho do crescimento.

"O nosso objetivo é fazer esse país voltar a se desenvolver. Porque se nosso país voltar a crescer, vai ter mais empregos para as pessoas. Se tiver desenvolvimento, a gente vai arrecadar mais e arrecadando mais pode haver mais investimento em Saúde, em educação, em segurança pública. Nós estamos fazendo um esforço muito grande para que o nosso país tenha condição de criar emprego", frisou.

Marina lembrou da sua infância pobre no Acre e falou do seu compromisso em resolver as dificuldades enfrentadas pelos mais pobres. "Nós queremos ter em nosso país meios para que as pessoas possam trabalhar com dignidade e com decência, além de proporcionar serviços de qualidade, como transporte para que todos possam chegar mais rápido e com conforto ao trabalho. Nós temos compromisso com escola, a educação de qualidade", disse.

 

Confira abaixo o último programa do primeiro turno, gravado em Paraisópolis e exibido no dia 02/10.