CINEMA NO BIXIGA – Sinopse do próximo filme: Julgamento em Nuremberg

Neste sábado, 22/03, o Cinema no Bixiga apresenta o filme “Julgamento em Nuremberg”. O filme inicia às 17 horas, no Cine-Teatro Denoy de Oliveira, na Rua Rui Barbosa, 323, Bela Vista. Entrada franca! 

 

 

JULGAMENTO EM NUREMBERG 

Stanley Kramer (1961), com Spencer Tracy, Burt Lancaster, Maximilian Schell, Richard Widmark, Marlene Dietrich, Judy Garland, EUA, 187 min.               

 

Sinopse

Nuremberg 1948. Dan Haywood, um juiz aposentado do pequeno estado do Maine, EUA, está diante de uma árdua tarefa: presidir o julgamento de quatro juízes que usaram suas togas para dar status legal às atrocidades nazistas contra os judeus, no período que vai da ascensão de Hitler (1933) até o final da 2ª. Guerra Mundial. A pressão política é enorme. À medida que surgem as provas de esterilização, perseguição e assassinato em massa, também vai se revelando que Tio Sam está cada vez menos interessado em julgamentos severos. Roosevelt e o New Deal já são coisa do passado, os monopólios retomaram as posições perdidas dentro dos EUA e os nazis – “vistos desapaixonadamente” – são uma reserva importante para ser lançada contra os comunistas.

Julgamento em Nuremberg” recebeu o Oscar de Melhor Roteiro Adaptado e o de Melhor Ator (Maximilian Schell). Ganhou também o Prêmio Bodil de Melhor Filme Estrangeiro.

 

Direção: Stanley Kramer(1913-2001)

Produtor e realizador, Stanley Earl Kramer nasceu no Brooklyn, Nova Iorque. Depois de um percurso inicial como argumentista, instalou-se em Hollywood como produtor, apostando em êxitos como “O Invencível” (Mark Robson, 1949), “A Morte do Caixeiro Viajante” (László Benedek, 1951), “Matar ou Morrer” (Fred Zinnemann, 1952). Estreou como diretor em 1955.

O racismo, a intolerância, o macarthismo, a ganância, a culpa histórica do fascismo, a colaboração e a bomba são temas recorrentes em sua obra. Entre os 14 filmes que dirigiu, encontram-se “Acorrentados” (1958), “O Vento Será Tua Herança” (1960), “Julgamento em Nuremberg” (1961), “A Nau dos Insensatos” (1965), “Adivinhe Quem Vem para Jantar” (1967), “O Segredo de Santa Vitória” (1969).

 

Argumento Original: Abby Mann (1927-2008)

Escritor e produtor de cinema nascido na Filadélfia, Abby Mann é conhecido por seus trabalhos em “Julgamento em Nuremberg” (Stanley Kramer, 1961), o argumento original e o roteiro premiado com o Oscar, “O Condenado de Altona” (Vittorio De Sica, 1962), “Minha Esperança É Você” (John Cassavetes,1963), “A Nau dos Insensatos” (Stanley Kramer, 1965) e pelas obras para a televisão como a série “Kojak” (1973-78) e a minissérie “King” (1978) baseada na vida de Martin Luther King Jr.

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Música Original: Ernest Gold (1921-1999)

Nascido em Viena, o pianista e compositor Ernest Gold escreveu mais de 100 trilhas musicais para o cinema e televisão, entre 1945 e 1992. Seu trabalho foi premiado quatro vezes com o Oscar. As trilhas de “A Hora Final” (Stanley Kramer, 1959), “Julgamento em Nuremberg” (Stanley Kramer, 1961), “Deu a Louca no Mundo” (Stanley Kramer, 1963), “Minha Esperança É Você” (John Cassavetes, 1963), “Adivinhe Quem Vem para Roubar” (Ted Kotcheff, 1977) estão entre suas obras mais conhecidas.

Gasto direto da União em educação pública é 1% do PIB há 4 anos

Reportagem divulgada no portal Uol Educação revela que a União nos últimos anos investiu anualmente o equivalente a 1% do PIB.

Já nos Estados e nas cidades houve um modesto avanço nos anos mais recentes. Os governos estaduais investiam 2% do PIB diretamente em educação pública em 2009. O percentual mais recente é de 2,2%. No caso das prefeituras, a taxa subiu de 1,9% para 2,3% do PIB.

Conforme a reportagem, o governo nega que os gastos diretos federais em educação tenham estagnado. “Quando se avaliam os investimentos desagregados por esfera de governo, pode-se afirmar que os números não correspondem com a realização do dispêndio de cada uma, tendo em vista que as transferências intergovernamentais não são contabilizadas como investimento de quem se origina o recurso, mas sim de que o aplica”, explicou o MEC em carta ao senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP).

Em resumo, a União argumenta que repassa dinheiro a Estados e a cidades, que fariam o investimento direto em educação – e fica registrado que o dinheiro foi investido nessas esferas de governo, e não pelo governo federal.

Veja na tabela abaixo os investimentos em educação pública em relação ao PIB:

 

Fonte: MEC e gabinete do senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP)

 

Informações: UOL Educação

Professores de São Paulo convocam assembleia com paralisação no dia 28 de março

Os professores da rede estadual paulista estão convocando, para o próximo dia 29 de março, uma assembleia geral com paralisação na Praça da República, a partir das 14 horas.

Em campanha salarial, os professores defendem empregos dignos, ganho real de salários, condições de trabalho e saúde para o magistério.

Veja abaixo a convocação do Sindicato:

 

 

Fonte: APEOESP

Em defesa da educação pública, greve nacional termina com ato em Brasília

Professores e funcionários da rede pública de todos os estados brasileiros unidos pela educação de qualidade: 2500 pessoas se reuniram na tenda montada em frente ao Congresso Nacional nessa quarta-feira, dia 19 de março. A concentração dos trabalhadores da Educação no terceiro dia da greve nacional começou cedo e com muita expectativa.

A pauta da greve é objetiva: os profissionais exigem cumprimento da lei do piso, carreira e jornada para todos os trabalhadores, investimento dos royalties de petróleo em valorização, votação imediata do Plano Nacional de Educação, destinação de 10% do PIB para a educação pública, e lutam contra a proposta dos governadores de reajuste do piso e contra o uso do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) como base para correção.

Uma marcha saiu pela Esplanada em direção ao Palácio do Planalto, num protesto pacífico pela valorização do educador e a garantia de uma escola pública de qualidade. O objetivo é pressionar o Planalto para conseguir uma audiência com a presidente Dilma Rousseff.

A CNTE estima a adesão de 65% da categoria. Isso representa quase 2 milhões de educadores e mais de 30 milhões de estudantes da educação básica. O fim da greve nacional, entretanto, não significa volta às aulas. Muitos estados vão continuar paralisados.

 

Fonte: CNTE

CPC-UMES Convida: Lançamento da Série Cinema Soviético

O CPC-UMES realiza, no próximo dia 4 de abril, o lançamento da Série Cinema Soviético. Os dois primeiros filmes da série são “Lenin Em Outubro” e “Volga-Volga”.

O lançamento será no Teatro Denoy de Oliveira – Rua Rui Barbosa, 323 – Bela Vista (Sede Central da UMES) – às 20h30.

Informações: 3289-7475

 

 

Clique aqui e leia entrevista sobre a série “Cinema Soviético”.

 

Ensino superior privado tem 30% das vagas financiadas pelo governo

Levantamento divulgado pelo Ministério da Educação (MEC), última terça-feira (11), aponta que 30% das matrículas no ensino superior privado no Brasil é sustentado pelo governo.

Esta é a primeira vez desde 2005 que o MEC faz um levantamento das bolsas ativas pelo Programa Universidade para Todos (Prouni) e pelo Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). O estudo foi feito a pedido do Jornal Valor Econômico.

De acordo com o levantamento, dos 5,3 milhões de universitários brasileiros em instituições privadas, 1,6 milhão é beneficiado por um dos dois programas que em 2010 eram responsáveis por 11% dos alunos na rede particular de ensino superior. Em sua maioria as vagas em instituições privadas já foram vendidas ao capital estrangeiro.

Nos três primeiros anos do governo da presidente Dilma Rousseff os empréstimos ativos no Fies cresceram mais 400%. Subiram de 224 mil para 1,143 milhão. O orçamento do programa teve alta de cerca de 300% nesse período. Subiu de R$ 1,8 bilhão para R$ 7,5 bilhões, o que levou o Fies a ser responsável por 21,5% das matriculas do setor privado, uma alta de 17% em três anos. No ultimo ano do governo Lula o Fies representava 4,5% das matriculas ativas.

O Prouni permaneceu estável nos 9,5% das matriculas do setor privado, de acordo com a legislação que obriga as faculdades a reservarem até 10% das vagas a bolsistas do programa para receber o benefício.

 

Fonte: Hora do Povo

Crescimento do PIB de 2013 é menor do que a média mundial

Média de 2% de crescimento nos últimos três anos é inferior a média de 2,3% do governo FH

 

No dia 11 do mês passado, o Banco da Indonésia – o banco central daquele país – divulgou o crescimento do PIB indonésio em 2013: +5,8%.

No dia 28, a Índia publicou o resultado de seu crescimento: +4,7%.

Um pouco antes, o Ministério das Finanças de Angola revelara que o país crescera +7,4% em 2013.

O Banque Centrale du Congo ainda não divulgou um número definitivo, mas fez uma estimativa do crescimento da economia congolesa: +8,1% em 2013.

Já o Banco Nacional do Tadjikistão, ao anunciar os resultados do quarto trimestre do ano passado, revelou que o país cresceu +7,4% em 2013.

Para não dizer que não falamos (bem) dos vizinhos, o Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec) anunciou no último dia 21 que a Argentina cresceu +4,9% em 2013. E o leitor não deveria ter preconceitos em relação ao crescimento de +14,1% do Paraguai – afinal, os brasileiros tiveram um importante papel nesse resultado.

Ou em relação a Bangladesh, onde o Banco de Bangladesh anunciou que em 2013, a economia cresceu +6,01%.

Mas, tudo bem, se o leitor prefere outros ambientes geográficos – ou financeiros -, o Banco Nacional da Malásia publicou o crescimento de seu país no ano passado: +4,7%. Os malaios cresceram mais que os suecos (+3,1%) e os lituanos (+3,3%).

Aqui, preferimos não usar resultados que ainda não são do ano – como os da Bolívia, até o terceiro trimestre em +6,83% e da Colômbia (+5,1% no terceiro trimestre) – mas é evidente que eles são tão válidos e importantes quanto os últimos registros do FMI, em que a média dos países “emergentes e em desenvolvimento” está em +4,7%.

Bem, leitores, esses são alguns exemplos, que nada têm de exaustivos. Nem precisam ser.

De onde, então, alguns débeis mentais, e outros nem tanto, tiraram a história de que a economia do país, debaixo de um bombardeio de juros e baionetadas de entreguismo, foi a terceira que mais cresceu no mundo em 2013?

Pois, do IBGE é que não foi. O quadro exibido pelo IBGE no anúncio do PIB era absolutamente claro. Seu título era: “PIB no ano de 2013: Brasil x países selecionados Seleção não exaustiva de países que já divulgaram suas Contas de 2013. A análise serve apenas para comparação; não oferece qualquer tipo de hierarquização (ranking) (v. slide 29 da apresentação “PowerPoint” do IBGE, grifos nossos).

O quadro servia para demonstrar que, com a medíocre taxa de 2,3%, o crescimento da economia brasileira ficara abaixo da média mundial (3% – número inscrito dentro de um quadro verde, de onde partia uma linha, também verde, que deixava ainda mais evidente a estupidez do pífio resultado a que o governo Dilma levou a economia).

No entanto, no dia seguinte, toda a imprensa dilmista – “Folha”, “Estadão” e seus satélites – repetia a besteira do “terceiro do mundo” em relação a uma taxa de crescimento que nem chegara àquela melancólica taxa do primeiro ano de governo.

É possível – aliás, é quase certo – que muitas pessoas tenham sido enganadas. Mas essa é exatamente a questão: a realidade cobra um preço muito alto de certos enganos. Ser um incauto não é uma atenuante, mas até um agravante – ou será que aqueles que se deixaram enganar por Mussolini também não tiveram culpa na tragédia que, em seguida, quase destruiu completamente a Itália?

Essas comemorações ridículas de uma taxa medíocre, para passar um crescimento minúsculo como se fosse um desenvolvimento getulista, não se diferenciam, do ponto de vista ideológico, em rigorosamente nada – absolutamente nada – daquelas tentativas de anular as pessoas, de passar a mentira como verdade, o que não é realidade como se o fosse, tão próprias dos fascistas – não faltou nem o apoio da reação mais aberta, direitista e sem vergonha – essa mídia pró-imperialista, antidemocrática e antipopular.

Imaginemos se uma taxa de 2,3% fosse a terceira do mundo. Provavelmente, o mundo estaria próximo de acabar por falta de desenvolvimento das forças produtivas. Deve existir algum doido que acredite que essa é a forma de construir o socialismo (?!).

Mas não é, não. Socialismo algum se constrói pela mentira, pela ilusão, pela grosseira manipulação. Nem, muito menos, ignorando a Nação e traindo a vontade do povo expressa nas urnas: entregando a monopólios financeiros externos as reservas de petróleo, os aeroportos, as ferrovias, as estradas, a eletricidade – em suma, tudo o que precisamos para crescer e construir um país desenvolvido e justo – e forçando nossas empresas a passarem ao controle de fundos especulativos estrangeiros e/ou multinacionais. E fazendo a política social que corresponde a essa política econômica: esculhambando os serviços públicos, a Educação pública, a Saúde pública, tirando dinheiro das pesquisas para enviar jovens a um curso de inglês no exterior – em síntese, fazendo do dinheiro público um latifúndio privatizado de especuladores, aventureiros e negocistas de outras plagas.

Talvez haja quem seja entreguista apenas porque é preguiçoso ou não tem coragem ou capacidade – pensando bem, deve ser esse o caso mais evidente. O entreguista é, antes de tudo, um covarde e um incapaz.

Daí o maravilhoso governo que desembocou nesses 2,3% de crescimento. A média de 2% de crescimento nos últimos três anos, com exceção do malfadado Collor – hoje também um dilmista – é o menor crescimento que um presidente da República já obteve no país. Consegue ser, mesmo, inferior a Fernando Henrique – que teve por média, exatamente, 2,3%, considerada uma das médias de crescimento mais desastrosas da História do Brasil.

Mas é exatamente isso o que estão tentando fazer os comemoradores dos 2,3% de crescimento do PIB: sacramentando que o PIB tucano é o colosso dos colossos.

Durante toda a história da República, apesar de governos desastrosos – Campos Sales et caterva – a média de crescimento do país foi 4,5% e a mediana 4,7%.

Agora, diz o “The Economist”, o órgão oficial dos monopólios financeiros externos, “o novo normal para os brasileiros” são as taxas de crescimento do governo Dilma.

E ainda existe quem pose de “esquerda” e até de “muito esquerda” com essa adesão vergonhosa ao que existe de mais direitista, de mais fascista e de mais antinacional – portanto, de mais anti-humano – no mundo.

Pois, não é de “esquerda” quem não luta pela sua Nação e por seu povo. Por consequência, Byron estava inteiramente certo quando disse que “quem não ama a sua Pátria, não ama coisa alguma”.

 

CARLOS LOPES

Fonte: Hora do Povo

Professores das escolas técnicas fazem nova manifestação em defesa do Plano de Carreira

Professores, funcionários e estudantes das escolas e faculdades técnicas do estado de São Paulo fizeram uma nova manifestação nesta terça-feira, na Avenida Paulista.

Após o ato no vão livre o MASP, que contou com a participação das entidades estudantis, UNE, UBES, UMES-SP e UEE, a manifestação seguiu em direção à Assembleia Legislativa do Estado.

Os professores fizeram atividades pedindo o apoio aos deputados para que sejam aprovadas emendas ao projeto enviado pelo governador Geraldo Alckmin.

De acordo com o Sinteps (Sindicato dos Trabalhadores do Centro Paula Souza), o projeto do governador não inclui uma série de acordos já negociados desde 2011, além de retirar diretos dos trabalhadores. Conforme a entidade, trata de “um golpe contra os trabalhadores do Centro”.

O novo plano enviado à Alesp rebaixa as tabelas salariais que haviam sido negociadas e retira benefícios – como a licença gestante de 180 dias para as celetistas, a sexta parte (acréscimo de 20% no salário para os que somam mais de 20 anos de trabalho na instituição), o auxílio alimentação, além de não prever os 3 níveis de progressão para todos, nem o PIEP [Prêmio de Incentivo à Educação Profissional] para os funcionários não-docentes.

Segundo o Sinteps, um professor de ensino superior de nível 1 no primeiro grau (A), com o plano de carreira proposto em 2013 ganharia R$ 33,00 a hora/aula. Com o novo projeto o mesmo professor ganhará apenas R$ 29,00, o que representa uma perda de 14%. Dependendo do nível do professor as perdas salariais variam de 9% a 23,32%.

Os professores e funcionários, que mantiveram a greve, farão vigília na Assembleia durante esta semana.

 

Informações: Sinteps

MEC desvia verbas de pesquisa para o Ciência sem Fronteiras

Segundo a SBPC, o corte de quase um terço do fundo federal de pesquisas para manter bolsas no exterior pode ter consequências gravíssimas
 
Com o objetivo de sustentar o programa Ciência sem Fronteiras (CsF) o Ministério da Educação (MEC), desviou recursos de cerca de R$ 1 bilhão do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), principal mecanismo federal de fomento a editais e programas de pesquisa do setor no país, denunciou a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Para as entidades de pesquisa, o uso das verbas no programa, que se tornou a principal bandeira do governo Dilma Rousseff no campo da educação superior, causará uma situação trágica.
O valor representa cerca de um terço do dinheiro total do fundo, que deverá ainda encolher cerca de R$ 38,6 milhões em 2014, de acordo com o corte orçamentário realizado pelo governo para a realização de superávit primário e que consta no Projeto de Lei Orçamentária Anual (Ploa) 2014, fechando o ano em R$ 3,38 bilhões.
O Ciência sem Fronteiras deverá ficar com R$ 985 milhões disso, além de R$ 417 milhões que já estão reservados para o programa no orçamento direto do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), órgão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) que gerencia o programa em parceria com a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), do Ministério da Educação (MEC).
No total, o programa que financia a ida de alunos de graduação para intercâmbio no exterior, deverá receber R$ 1,4 bilhão em recursos que seriam então destinados a pesquisas cientificas no território brasileiro.
Com o intuito de reverter a perda de recursos da Ciência, Tecnologia e Inovação (C,T&I) no orçamento deste ano, a presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Helena Nader, enviou uma carta ao deputado Miguel Corrêa (PT), relator geral do Projeto de Lei Orçamentária Anual, pleiteando que seja substituídas as verbas vinculadas ao FNDCT destinadas ao CsF. Segundo a carta, esse R$1 bilhão deve ser alocado dentro do orçamento, liberando desta forma os investimentos diretos em CT&I em andamento no país.
“Este ano o orçamento põe em risco importantes iniciativas voltadas para esta área, em função da diminuição dos recursos destinados ao Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) em cerca de R$ 38,6 milhões em 2014, e da destinação de quase R$ 1 bilhão, cerca de um terço do total dos recursos do FNDCT, ao programa Ciência sem Fronteiras (CsF)”, afirma a carta.
A SBPC, seus sócios, e as sociedades científicas associadas solicitaram a Corrêa que “como relator geral do PLN 9/2013, que substitua as fontes vinculadas ao FNDCT destinadas ao programa Ciência sem Fronteiras por fonte do Tesouro Ordinário e que esses mesmos recursos sejam alocados dentro do orçamento do FNDCT, liberando desta forma os investimentos diretos em CT&I em andamento no país”.
O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) é a maior agência de fomento à ciência no País, e muitos dos programas de financiamento dependem diretamente do FNDCT. O orçamento direto do CNPq deverá crescer apenas cerca de R$ 10 milhões este ano, chegando a R$ 1,73 bilhão, segundo o Ploa, R$ 985 milhões será obrigatoriamente destinada ao pagamento de bolsas do CsF.
É a primeira vez que recursos do fundo são usados para bancar o CsF. Entre os projetos do CNPq que deverão ter reduções, estão os Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs), o Programa de Capacitação de Recursos Humanos para o Desenvolvimento Tecnológico (RHAE-Pesquisador na Empresa), e o Edital Universal, que financia cerca de 3,5 mil projetos de pesquisa por ano, além de outros editais e parcerias do CNPq com os Estados de uma forma geral.
“O impacto é trágico”, resumiu a presidente da SBPC, Helena Nader. “Precisamos de recursos para pesquisa”, disse o matemático Jacob Palis, presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC). “De alguma forma, esse valor (destinado ao CsF) terá de ser compensado. Caso contrário, o impacto na pesquisa vai ser grande”, afirmou Palis.
 
Fonte: Hora do Povo

Alckmin corta 37% de verba para construir, ampliar e equipar escolas de SP

A verba orçada pelo governo do estado de São Paulo para construir escolas, realizar reformas estruturais nos prédios e comprar equipamentos escolares caiu 36,62% de 2013 para 2014. Os dados, consultados em 12 de fevereiro, são da Secretaria Estadual da Fazenda e estão disponíveis na ferramenta Sistemas de Informações Gerenciais da Execução Orçamentária (Sigeo).

A previsão do montante de investimentos da Secretaria Estadual de Educação, que era de R$ 749.079.731,00 no ano passado, foi reduzida para R$ 474.751.933,00 em 2014, o que representa queda de aproximadamente R$ 275 milhões. É o menor valor de toda a gestão de Geraldo Alckmin (PSDB). E quase a metade da previsão orçamentária para investimentos de 2012 (R$ 957.227.547,00).

Entre 2011 e 2013, foram orçados R$ 2. 456.307.278 para investimentos na rede, dos quais R$ 2.089.507.102 foram, de fato, aplicados pelo governo do estado. Ao todo, R$ 366.800.176 deixaram de ser investidos (-14,93%), segundo dados do Sigeo.

A verbas para investimento destinam-se a bens estruturais e permanentes, como construções, ampliações, obras estruturais e a compra de equipamentos que durem pelo menos dois anos, como computadores e carteiras. Além disso, também asseguram o planejamento de obras públicas no setor e a realização de programas especiais de trabalho.

Em nota, a Secretaria Estadual de Planejamento reforçou que o orçamento total da educação aumentou em 10% de 2013 para 2014, passando de R$ 24,2 milhões para R$ 26,6 milhões. “Houve aumento nas despesas de pessoal de 13,9 % devido ao reajuste dos salários dos professores que vem ocorrendo desde 2011”, afirmou em nota.

A Secretaria Estadual de Educação não confirmou os dados do Sigeo. Em nota enviada após a primeira publicação da reportagem, informa que o valor previsto é maior (R$ 670 milhões) do que o encontrado no sistema de informações.

 

“Se fosse uma rede em que as escolas estivessem novas e os laboratórios equipados, até poderia fazer sentido. Mas estamos falando de uma rede com muitas escolas sem condições e sem equipamentos adequados. Isso preocupa”, diz o presidente da Associação Nacional de Pesquisa em Financiamento da Educação (Fineduca), José Marcelino de Rezende Pinto. “O que os dados mostram é um descompromisso em melhorar a rede porque o investimento é justamente um dinheiro para melhorar ou para não deixar piorar.”

O ano letivo tem pouco mais de um mês e o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apoesp) recebeu quatro denúncias de problemas graves de infraestrutura na rede. Em uma delas, a Escola Estadual Jardim Sapopemba, na zona leste da capital, os alunos tiveram de fazer rodízio nas aulas devido a falta de carteiras.

Em outro colégio, não identificado, no município de Rio Claro, os funcionários denunciaram que não conseguem a instalação de um computador com impressora e, por isso, estão pagando pelas cópias das atividades para os alunos. “Há um consenso de que é preciso mexer nas escolas, mas a queda no investimento mostra um posicionamento no sentido contrário. Ao priorizar não investir, o governo estadual sinaliza que está bom do jeito que está. O problema é que não está bom”, lamenta Marcelino.

“Isso significa um processo de sucateamento das escolas. Objetivamente, os dados apontam que o governo não está cuidando das escolas e está focando praticamente só no custeio”, continuou o especialista.

“Isso é normal, mas essa queda em um sistema onde as escolas de uma maneira geral estão devendo muito em termos de infraestrutura mostra que teremos uma educação pobre para os pobres. Só sobra cuspe e giz”.

A queda na verba para investimentos foi registrada no Painel de Controle da Lei Orçamentária, da Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional do Estado de São Paulo. No portal, a redução apontada é de 37,5% entre 2013 e 2014, tendo passado de R$ 889 milhões para R$ 556 milhões.

“A rede já está muito esvaziada. A sensação é que está em desmanche, até porque houve um grande processo de municipalização. Quando você conversa com o pessoal que trabalha na rede estadual, tem a sensação de estar em uma casa que está caindo aos poucos. É uma pena, porque já foi a maior rede do país”, lamenta o presidente do Fineduca.

“Em todos os níveis de governo, os recursos para investimentos, em geral, não são grandes, porque é necessário um volume elevado para manter o que existe”, diz o professor da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, Ruben Barbosa, que é especialista em financiamento do setor. “Apesar disso, o que esperaria em São Paulo era exatamente o oposto. Com a incorporação de cada vez mais tecnologia no cotidiano das escolas e da Secretaria de Educação, por exemplo, esses recursos são cada vez mais necessários.”

 

Orçamento de R$ 10

Segundo os dados do Sigeo, obtidos pela RBA, o programa que mais perdeu verba para investimento foi o Escola da Família (-99,9% – com orçamento de R$ 10 para este ano). Na sequência dos que mais perderam estão os Centros de Estudos de Línguas (-42,86%), as ações de cooperação estado-município para construção de unidade escolares (-34,34%) e o atendimento especializado de alunos da educação básica (-14,71%).

 

Entre 2011 e 2013, havia dois itens no orçamento que contemplavam investimentos para obras na rede física escolar: “obras de expansão na rede física escolar” e “reformas e melhorias em prédios escolares” que, em 2013, ficaram com R$ 236.525.648,00 e R$ 180.790.661,00.

No entanto, nenhum dos itens recebeu verba em 2014. Neste ano, foi criada uma nova cláusula, chamada “construção e ampliação na rede física escolar”, que ficou com orçamento de R$ 268.813.465,00, segundo o Sigeo.

“Em qualquer visita a uma escola a gente vê a necessidade que elas têm de obras estruturais e de compra de equipamento: são salas de informática com poucos computadores e laboratórios que, na verdade, não são salas comuns”, diz Marcelino.

Problemas como estes são enfrentados na Escola Estadual João Sarmento Pimentel, em São Mateus, na zona leste da capital paulista. “Temos uma estrutura insuficiente. São só oito salas e uma biblioteca muito pequena. Isso nos prejudicou para sermos selecionados para o programa Mais Educação (iniciativa do governo federal que repassa recursos para as escolar funcionarem em tempo integral). Não temos espaço para adaptarmos salas ambiente”, lamenta o professor de sociologia, Anderson Nogueira, que leciona há três anos na unidade.

“Os muros da escola são muito baixos e qualquer pessoa entra na quadra. Estamos em um local com muitos problemas sociais e alguns vizinhos acabavam indo lá dentro para usar drogas. O professor de educação física deixava de dar aulas para evitar conflitos”, diz.

O mesmo problema ocorre na Escola Estadual Major Cosme Faria, no Jardim Aurora, também na zona leste. “Há dois anos, reivindicamos o aumento dos muros. Qualquer um consegue pular. Além disso, o fundo do prédio não tem nem calçadas. As crianças vão para as aulas andando pela rua. A escola está cheia de problemas”, lamenta a mãe de um aluno do 2º ano do ensino médio, Márcia da Silva.

Lá, porém, há outro agravante, que depende da verba de manutenção: parte do teto da escola corre o risco de desabar e está sustentado apenas por ripas de madeira, como mostra foto obtida pela Apeoesp. “Nós ficamos dias sem aula por causa desse problema. Agora, eles colocaram um tapume para impedir a passagem e quatro banheiros químicos. Não sei se já começaram a arrumar”, conta L.R, aluno do 6º ano. “Nós moramos muito longe. Vínhamos até aqui, pagávamos as passagens e, quando chegávamos, não tinha aula”, lamenta a mãe do estudante, Helena Rodrigues.

 

Fonte: Rede Brasil Atual

Fotos: Danilo Ramos/RBA

APEOESP