São Paulo registra 6 milhões a mais de passageiros em 2013

No total, 2,923 bilhões de passageiros foram transportados em ônibus municipais no último ano. Bilhete Único Mensal e faixas exclusivas estão entre melhorias na área

 

Os ônibus municipais da cidade registraram 2,923 bilhões de passageiros em 2013. De acordo com dados divulgados pela São Paulo Transporte (SPTrans), o número traz 6 milhões de passageiros a mais do que o registrado em 2012 – ano em que a quantidade total de passageiros transportado caiu 24 milhões em relação ao ano anterior.

Para o prefeito Fernando Haddad, o crescimento é reflexo das políticas de incentivo que têm sido realizadas na área. “Isso já é fruto da melhoria da qualidade”, comentou o prefeito, durante visita às obras do corredor de ônibus Inajar de Souza, que ligará a Zona Norte ao Centro da cidade. O Bilhete Único Mensal, os corredores de ônibus e a ampliação das faixas exclusivas foram algumas das iniciativas citadas por Haddad que, na sua opinião, foram fundamentais para a reversão da curva em queda.

“Apesar da tendência ser o transporte sobre trilhos, o ônibus continua sendo muito importante para a cidade e basta você melhorar um pouquinho as condições para o passageiro voltar”, lembrou o prefeito.

De acordo com projeções realizadas pela autarquia, o patamar deve chegar a 2,937 bilhões de passageiros transportados até o fim de 2014.

 

Corredor de ônibus

Iniciadas em setembro de 2013, as obras de requalificação e expansão do Corredor Inajar de Souza já estão com 10% das obras concluídas. Com um orçamento de R$ 169 milhões, a intervenção foi a primeira obra da segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2) na cidade de São Paulo.

O novo corredor partirá da Praça dos Correios, no Centro, e seguirá até o Terminal Vila Nova Cachoeirinha. O percurso se estende por 14,6 km, compreendendo não só a avenida Inajar de Souza, mas também as avenidas Marquês de São Vicente, Norma Pieruccini Giannotti, Ordem e Progresso, Rudge e Rio Branco. Será também construída uma passagem subterrânea exclusiva para ônibus de 370 metros de extensão entre as avenidas Rudge e Norma Pieruccini Giannotti.

Atualmente, a avenida Inajar de Souza já conta com um corredor no sentido contrário, Bairro-Centro. Este será reformado com colocação de pavimento rígido em toda sua extensão, demolição das antigas e altas plataformas de ônibus, instalação de novos abrigos de nova sinalização e o atendimento à legislação de acessibilidade.

A obra de requalificação do corredor deverá ser em junho de 2015. As demolições feitas nas obras serão 100% recicláveis, já que todo o material fresado será reaproveitado na construção do próprio corredor.

 

Fonte: Prefeitura de São Paulo

Parlamentares vão ao MP contra jornalista por apologia de crime

Presidenta da CDH-Senado oficia MP de São Paulo contra Sheherazade por violações de direitos humanos na TV

 

A presidenta da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado, senadora Ana Rita (PT-ES), oficiou nesta quinta-feira (06/02) a Procuradoria Geral de Justiça do Estado de São Paulo sobre o caso do editorial proferido pela jornalista Rachel Sheherazade, do Jornal do SBT, solicitando instauração de procedimento e providências por violações aos direitos da pessoa humana e incitação à violência. Junto ao ofício foi encaminhada a nota de repúdio publicada pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro e a Comissão de Ética sobre as violações de direitos cometidas pela jornalista ao afirmar em rede nacional que são “compreenssíveis” as práticas do grupo que acorrentou um jovem acusado de prática de furtos e roubos, o espancou, mutilou e divulgou sua imagem na internet.

 Ofício da presidenta da CDH-Senado ao MP-SP:

“Encaminho cópia da Nota de repúdio do Sindicato dos Jornalistas e da Comissão de Ética contra declarações da jornalista Rachel Sheherazade do SBT, solicitando a instauração do competente procedimento para investigar e responsabilizar a jornalista Sheherazade, porquanto violou os direitos humanos, o Estatuto da Criança e do Adolescente e fez apologia à violência quando afirmou achar que “num país que sofre de violência endêmica, a atitude dos vingadores é até compreensível” — Ela se referia ao grupo de rapazes que, em 31/01/2014, prendeu um adolescente acusado de furto e, após acorrentá-lo a um poste, espancou-o, filmou-o e divulgou as imagens na internet.”

 

PSOL vai representar contra SBT e jornalista por apologia ao crime

 

O lder Ivan Valente defende total liberdade de imprensa, mas afirmou que esta liberdade não é permissão para mandar torturar

 

O PSOL vai protocolar representação, no Ministério Público, contra o SBT e a apresentadora Rachel Sheherazade por crime de apologia ao crime. No jornal “SBT Brasil”, da última terça-feira (4), Sheherazade exaltou a atitude de “justiceiros”, do bairro do Flamengo, no Rio de Janeiro (RJ), que tiraram a roupa de um menor, cortaram parte da sua orelha e o acorrentaram pelo pescoço a um poste. O adolescente havia praticado furtos na região.

De acordo com o líder do PSOL na Câmara, deputado Ivan Valente, a jornalista e o SBT fizeram incitação ao crime, à tortura e ao linchamento. “Em pleno meio de comunicação, em horário nobre, foi feita a apologia de crime. Essa jornalista simplesmente disse que tem razão os vingadores que fizeram justiça com as próprias mãos, em torturar, porque a polícia para ela está desmoralizada, a Justiça não opera e é necessário voltar ao velho oeste e fazer justiça com as próprias mãos”.

Não é a primeira vez que Rachel Sheherazade causa polêmicas. O deputado lembrou que, recentemente, ela “analisou as peripécias do cantor Justin Bieber” – que dirigiu alcoolizado e em alta velocidade nos Estados Unidos e pichou muros no Rio de Janeiro – classificando-as como “coisas de adolescente”.

Ivan Valente disse ainda ser a favor da liberdade de imprensa, mas que esta não pode ser desculpa para práticas abusivas. Segundo ele, uma regulação da mídia brasileira deve começar com a democratização dos meios de comunicação e fim dos monopólios no sistema.

“Defendo total liberdade de imprensa, mas não a liberdade para mandar torturar, matar, assassinar e fazer justiça com as próprias mãos e ser anticonstitucional, ilegal e aplaudida, para quê? Atrás do ibope, atrás do medo da população, da marginalidade, atrás daquilo que não se investe em saúde, em educação, em mobilidade urbana, em resposta à pobreza que está aí?”.

 

Fonte: Viomundo

CINEMA NO BIXIGA – Sinopse do próximo filme: A Professora da Aldeia

Neste sábado, 08/02, o Cinema no Bixiga apresenta o filme “A Professora da Aldeia”. O filme inicia às 17 horas, no Cine-Teatro Denoy de Oliveira, na Rua Rui Barbosa, 323, Bela Vista. Entrada franca! 

 

 

A PROFESSORA DA ALDEIA

Mark Donskoy (1947), com Vera Maretskaya, Pavel Olenev, Daniil Sagal, Vladimir Lepeshinsky, URSS, 100 min.

 

Sinopse 

Por volta de 1910, em São Petesburgo, Bárbara Vasilyena encontra no baile de sua formatura como professora o militante bolchevique Serguei Martinov, por quem se apaixona. Ele é preso ao raiar do dia. Decidida a ensinar as crianças camponesas, ela segue para a remota aldeia de Shatry, no interior da Sibéria. Daí em diante, serão muitas as batalhas que a professora irá enfrentar, a começar pela sua aceitação por aquela comunidade. Trinta e cinco anos de sua vida serão contados, tendo como pano de fundo as transformações ocorridas ao longo da história da Rússia e em seguida da URSS, até o término da 2ª. Guerra Mundial.

 

Direção: Mark Donskoy (1901-1981)

Mark Semyonovich Donskoy nasceu em Odessa, na Ucrânia. Durante a Guerra Civil (1918-21) lutou no Exército Vermelho. Graduou-se em direito na Universidade de Crimeia. Destacou-se como cineasta com a estreia de “Canção da Alegria” (1934). Em 1937 começou a filmar sua obra mais reconhecida, a “Trilogia Gorky” (Prêmio Stalin 1941), composta por “A Infância de Maxim Gorky” (1938), “Ganhando Meu Pão” (1939) e “Minhas Universidades” (1940). Do escritor, adaptou também “A Mãe” (1956) e “Foma Gordeev” (1960). Em 1942, levou às telas o popular romance “Assim Foi Temperado o Aço”, de Ostrowsky. O tema da ocupação nazista foi desenvolvido em “O Arco-Iris” (1943) e “A Família Taras”, Medalha de Ouro no Festival de Veneza (1946).

Donskoy dirigiu “A Professora da Aldeia” (1947) e “Alô, Crianças” (1962). Realizou ao todo 26 longas. Trabalhou em diversos estúdios: Mosfilm, Belgoskino, Lenfilm e Soyuzdetfilm. Foi membro da União dos Cineastas da URSS.

 

Argumento Original: Maria Smirnova (1905-93)

A escritora, dramaturga e roteirista Maria Nikolaevna Smirnova nasceu na aldeia russa de Samaykino. Nos anos 1922-23 estudou no Instituto Pedagógico de Samara. Trabalhou como professora na província Orenburg e graduou-se em 1927 pela Oficina Experimental Lev Kuleshov. Entre seus trabalhos para cinema estão os roteiros de “Baba” (Vladimir Batalov, 1940), “A Professora da Aldeia” (Mark Donskoy, 1947), “História de um Homem de Verdade” (Aleksandr Stolper, 1948), “O Médico de Campanha” (Sergei Gerassimov, 1951), “Jornada Além de Três Mares” (Vasily Pronin e Ahmad Abbas, 1958), “Tosca” (Alexader Blank, 1969). Maria é também autora da peça “A Proeza” (1947).

 

Música Original: Lev Schwartz (1898-1962)

Nascido em Tashkent, o uzbeque Lev A. Schwartz graduou-se no Conservatório de Moscou e foi professor de piano na Academia Russa de Música. Entre suas obras estão concertos para piano, violino e orquestra, canções infantis, músicas para desenhos animados e para os filmes da “Trilogia Gorki” (Mark Donskoy, 1938, 1939, 1940), “Arco-Iris” (Mark Donskoy, 1943), “A Professora da Aldeia” (Mark Donskoy, 1947) e “Pavluha” (Semyon Tumanov, 1962).

CNTE convoca greve nacional em março contra piso rebaixado

A CNTE convoca mobilização nacional para os dias 17, 18 e 19 de março. Trabalhadores em educação vão parar o Brasil para exigir o cumprimento da lei do piso, carreira e jornada, investimento dos royalties de petróleo na valorização da categoria, votação imediata do Plano Nacional de Educação, destinação de 10% do PIB para a educação pública e contra a proposta dos governadores e o INPC.

A mobilização foi anunciada pelo presidente da CNTE após, ao arrepio da Lei, o Ministério da Educação orientar a atualização do piso em 8,32%, com a publicação, no dia 18/12 do ano passado, por meio da Portaria Interministerial nº 16 (DOU, pág. 24), da nova estimativa de custo aluno do Fundeb para 2013, a qual serve de referência para a correção do piso salarial do magistério em 2014.

O critério utilizado pelo MEC para atualizar o piso, em 2014, compara a previsão de custo aluno anunciada em dezembro de 2012 (R$ 1.867,15) com a de dezembro de 2013 (R$ 2.022,51), sendo que o percentual de crescimento entre os valores foi de 8,32%, passando o piso à quantia de R$ 1.697,37. Até então, a previsão de atualização era de 19%.

Assim como no ano passado, a CNTE questionou o percentual de correção do piso para 2014, uma vez que dados já consolidados do Fundeb, até novembro de 2013, apontavam crescimento do valor mínimo de aproximadamente 15%. E isso levou a crer que o MEC agiu na ilegalidade, a fim de contemplar reivindicações de governadores e prefeitos que dizem não ter condições de honrar o reajuste definido na Lei do Piso, mas que, em momento algum, provam a propalada incapacidade financeira.

Se, em 2013, o calote no reajuste do piso foi de cerca de 8%, este ano ele ficará em torno de 7%, totalizando 15%, fora as contradições interpretativas do acórdão do STF sobre o julgamento da Adin 4.167, que excluiu o ano de 2009 das atualizações e fixou percentual abaixo do previsto em 2010, conforme denunciado à época pela CNTE.

Diante da nova “maquiagem” que limitará o crescimento do piso, inclusive à luz do que vislumbra a meta 17 do PNE, a CNTE antecipou sua decisão de organizar grande mobilização nacional da categoria no início do ano letivo, orientando suas entidades filiadas a ingressarem na justiça local contra os governadores e prefeitos que mantêm a aplicação dos percentuais defasados para o piso do magistério, como forma de contrapor os desmandos dos gestores públicos que têm feito caixa com os recursos destinados à valorização dos profissionais das escolas públicas.

 

Plano Nacional de Educação

O plenário do Senado Federal aprovou dia 17, a versão do PNE que seguirá para análise final na Câmara dos Deputados.

Em nota (clique aqui), a CNTE expôs sua contrariedade ao relatório final do Senado, apontando os pontos críticos que a Entidade lutará para que sejam revertidos na tramitação da Câmara dos Deputados, que deverá ocorrer no início deste ano.

Essa tramitação derradeira colocará frente a frente os substitutivos aprovados pela Câmara e o Senado, devendo prevalecer um dos dois textos. E a CNTE lutará pela manutenção das metas de alfabetização até o fim do primeiro ciclo do ensino fundamental, pela expansão das vagas públicas na educação profissional e no ensino superior, pela destinação das verbas públicas (10% do PIB) para a educação pública, assim como requererá a manutenção de artigos do projeto de lei e de estratégias do substitutivo da Câmara, a exemplo da que prevê a fixação de prazo para aprovação da Lei de Responsabilidade Educacional – a fim de que o PNE não se torne uma nova carta de intenções – e da que garante a complementação da União ao CAQ, além de outros pontos.

 

Fonte: CNTE

Metroviários: Culpa pelo tumulto não é do usuário. É dos trens do propinoduto

MAIS SUFOCO NO METRÔ. TREM DO PROPINODUTO É A CAUSA

 

Nota oficial do Sindicato dos Metroviários sobre as falhas e acontecimentos ocorridos na terça-feira, dia 4 de fevereiro de 2014:

Os metroviários lamentam profundamente o sufoco que passaram os usuários e funcionários na noite de ontem.

Sob condições adversas, nos dedicamos diariamente para garantir o funcionamento do Metrô. No entanto, mais uma vez, um trem “reformado” (a maldita frota K) apresentou problemas de porta causando uma reação em cadeia. Os trens parados, dentro dos túneis com o ar condicionado desligado, geraram uma situação insuportável.

Os trabalhadores do Metrô já haviam denunciado ao Ministério Público os problemas dos trens reformados pela iniciativa privada. Os “trens do Propinoduto”. Exigimos, também, uma solução técnica para o ar condicionado dos trens para que não desliguem dentro do túnel.

Alertávamos para a possibilidade de situações como esta ocorrerem, mas infelizmente, nada foi feito. Diante do caos de ontem (04/02) voltaremos a procurar o MP buscando soluções.

Nós entendemos o desespero e a revolta dos usuários. Mas, em momento como os de ontem é necessário seguir as orientações dos funcionários das estações, que tentam minimizar para que não aconteçam consequências mais graves.

Os metroviários sempre estarão presentes para ajudar. Infelizmente não nos é dada condições suficientes para atuar. O Metrô está saturado e somos poucos para um público de 5 milhões de usuários.

Neste quadro, não ajuda em nada, as declarações do Secretário Jurandir Fernandes, que numa tática diversionista, culpabiliza “grupos organizados” pelo caos. A culpa não é do usuário. Ir por esse caminho é fugir da solução e da responsabilidade com o público.

 

 

 

Os problema são:

 

1- As falhas dos trens do propinoduto. Não é coincidência que o trem K-07, que abriu falha ontem, é o mesmo que descarrilou em agosto do ano passado, que ao retornar a operação, falhou por abrir a porta do lado contrário.

Denunciamos que as principais consequências do propinoduto são as péssimas condições dos trens reformados. A empresa privada que ganhou concorrência, a base de propina, oferece um péssimo serviço. Como já havíamos denunciado, essa frota, com apenas 7 trens, somou 696 falhas num período de 30 dias. Sendo mais de 300 somente no K07. Trem citado nessa ocorrência.

 

2- Poucos trens no horário de pico. Além das falhas durante a operação, como as de ontem. Os trens do propinoduto param para manutenção com mais frequência. O que causa uma redução de carros nos horários de pico.

 

3- O ar condicionado. Exigimos solução técnica para o ar condicionado que não tem fonte alternativa de energia. Quando a via tem que ser desenergizada, por qualquer problema, o ar condicionado desliga também.

 

4- CBTC. O investimento vultuoso nesse novo sistema de sinalização de via, funciona mal e com risco para o usuário.

 

5- Porta plataforma. Em um sistema carregado como o Metrô de São Paulo são necessárias as portas nas plataformas. Elas servem para minimizar as interferências como a queda de objetos na via e em situações como a presente impossibilidade de entrada na via. Até hoje não houve uma explicação plausível sobre o contrato que iniciou a implantação das portas nas plataformas. Aquelas que viraram monumento na estação Vila Matilde.

 

6- Superlotação por falta de expansão da malha metroferroviária.

 

MP-SP cobra do cartel das múltis devolução de verba superfaturada em reforma dos trens

 

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) cobrou nesta segunda-feira (3) das empresas que reformam trens do Metrô de São Paulo a devolução de cerca de R$ 800 milhões, valor que ele considera ser o prejuízo em razão de superfaturamento nos contratos para pagamento de propina a políticos tucanos.

Se em 90 dias o consórcio formado pelas empresas: Alstom, Siemens, Bombardier, Tejofran, Temoinsa, Iesa, MPE e Trans Sistemas, não efetivarem a devolução dos valores aos cofres públicos, o promotor Marcelo Milani, responsável por parte dos inquéritos civis do cartel em São Paulo, vai entrar com uma ação judicial pedindo a dissolução das companhias. Elas ganharam uma licitação de R$ 2,5 bilhões para modernizar 98 trens do Metrô.

De acordo com o promotor, há evidências claras de formação de cartel e da inexistência de competição nas licitações. Apenas uma proposta foi apresentada em cada licitação desses contratos, que foram assinados entre 2008 e 2010 gestão do tucano, José Serra, a frente do governo do Estado. Não por coincidência, entre os trens reformados por esse consorcio estão os da frota K, os mesmos que sofreram a pane que gerou indignação nos usuários na terça-feira.

Embora os contratos estejam quase no fim do prazo, de 68 meses, 46 dos 98 trens foram entregues, 10 estão com as empresas, e 42 circulam sem terem sido reformados. Milani pedirá que as empresas entreguem o mais rápido possível os dez trens e defende que a reforma é antieconômica. Segundo ele, o preço de um trem reformado custa 85% de um trem novo, porém os carros reformados têm mais de 30 anos.

Milani pediu no início de dezembro à diretoria do Metrô a suspensão destes contratos. Juntos eles somam, segundo a Promotoria, R$ 2,5 bilhões. Entre as possíveis irregularidades está o fracionamento dos contratos. Segundo o promotor, foram firmados 10 deles e não quatro, como previsto inicialmente. Com isso, o valor inicial previsto, de R$ 1,622 bilhão, saltou para quase R$ 2,5 bilhões, um aumento de quase R$ 875 milhões, o que, para ele, tornou a reforma mais cara do que a compra de trens novos.

Os inquéritos civis do esquema de propina tucana e formação de cartel de trens, como o que investiga a reforma dos trens do Metrô, são apenas uma das frentes de apuração do caso. Há um inquérito criminal que cita políticos tucanos tramitando no Supremo Tribunal Federal e também existe uma denúncia criminal que aponta crimes em contratos de energia da Alstom com o governo paulista.

 

Fonte: Viomundo e Hora do Povo

CPC-UMES anuncia lançamento em DVD da série “Cinema Soviético”

A cinematografia soviética posterior aos anos 20, quase desconhecida no Brasil, finalmente chega ao país com o lançamento pelo CPC-UMES (Centro Popular de Cultura da União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo) da série em DVD “Cinema Soviético”.

Após uma negociação de mais de um ano com o estúdio Mosfilm e a ida à Rússia dos representantes do Núcleo de Cinema do CPC-UMES, Bernardo Torres e Susana Lischinsky, o contrato de licenciamento para a distribuição em DVD no país foi fechado.

O Mosfilm existe há 90 anos e tem mais de 2.500 filmes em seu acervo. O contrato com o CPC-UMES para a distribuição de DVDs é o primeiro firmado com uma instituição no Brasil.

Esse ano serão lançados 14 títulos, em sua maioria clássicos do realismo socialista que, como afirma Bernardo, “ao se libertar dos excessos expressionistas presentes na estética anterior, tornou-se mais capaz de lidar com a complexidade humana”.

Leia abaixo a entrevista com Bernardo e Susana Lischinsky.

 

HP – De onde veio a ideia do CPC da UMES de lançar em DVD uma série dedicada ao cinema soviético?

Bernardo – É uma ideia antiga, que foi reforçada pelas sessões que temos realizado aos sábados, já há dois anos, no Cine-Teatro Denoy de Oliveira. No Brasil, há um conhecimento mediano e possibilidades de acesso em DVD, ainda que com cópias precárias, à cinematografia soviética dos anos 20: Eisenstein, Pudovkin, Kuleshov, Vertov, etc. Mas há um desconhecimento quase completo sobre o que veio depois, particularmente sobre a produção dos anos 30, 40 e primeira metade da década de 50. Desconhecimento que alimenta o mito de que é uma produção de baixo teor artístico.

 

HP – E não é?

Bernardo – Claro que não. O problema é que do ponto de vista do sistema capitalista ela é mais corrosiva e mais difícil de ser assimilada. Primeiro por ser cinema falado, cujas possibilidades expressivas são superiores às do cinema mudo. Segundo porque o muito combatido e pouco conhecido realismo socialista, ao se libertar dos excessos expressionistas presentes na estética anterior, tornou-se mais capaz de lidar com a complexidade humana.

 

HP – Os filmes não são simplistas, dogmáticos?

Susana – Não, são profundos, comoventes, verdadeiros. E é preciso vê-los, pois não fica bem formar juízos a partir de preconceitos.

 

HP – Como vocês acharam esses filmes?

Susana – Inicialmente, garimpando. Depois abrindo uma longa negociação com o Mosfilm, que durou mais de um ano, com e-mail para lá e para cá, até que nos convidaram a dar uma chegada até Moscou. O Mosfilm é hoje o maior estúdio de cinema da Europa. Existe há 90 anos. Tem em seu acervo mais de 2.500 filmes, a maioria realizados nesse período em que, como dizem os sabidos, “se parou de fazer cinema na URSS”. O estúdio está produzindo cerca de 100 filmes por ano. É dirigido desde 1998 por Karen Shakhnazarov, um cineasta de obra sólida, criativa e coerente. Em 2012, “Tigre Branco”, filme dirigido por ele, recebeu indicação para o Oscar de melhor filme estrangeiro.

 

HP – E o resultado das conversas em Moscou, foi dentro do previsto?

Bernardo – Foi até melhor. Fechamos um contrato para o licenciamento de 14 filmes que vamos lançar durante este ano. Licenciar é importante, porque nos garante o acesso à matriz original ou restaurada, em ambos os casos a uma matriz analógica. Tem muito DVD no mercado que é cópia da cópia. E o cara que faz essa lambança, copiar um arquivo que já está comprimido, vende assim para a loja, que por sua vez repassa ao público. Ele não está nem aí para a licença, que lhe daria a chance de oferecer um produto com melhor acabamento. Esta é a medida do respeito que tem pela arte, pelo público, pelos autores e produtores das obras – e também por si próprio.

 

HP – Que obras o Mosfilm licenciou para o CPC-UMES?

Susana – Se declinarmos todas, você não vai precisar nos entrevistar das outras vezes [risos]. E necessitamos muito deste apoio em cada lançamento. Em março vamos lançar os dois primeiros da série: o épico “Lenin em Outubro” (Mikhail Romm, 1937) e a comédia musical “Volga,Volga” (Grigory Aleksandrov, 1938). Além de outras obras desses diretores, há filmes de Chukhray e Kalatozov, conhecidos no Brasil por “A Balada do Soldado” (1959), “Quando Voam as Cegonhas” (1957) e “Soy Cuba” (1964). Obtivemos também o último trabalho do lendário Vselvolod Pudovkin, realizado em 1953, filmes de Ivan Pyriev, Mikhail Chiaureli, Yuri Ozerov e a versão de 1989 de “A Mãe” (Gleb Panfilov).

 

HP – E esses DVDs vão custar quanto?

Bernardo – Nos lançamentos vamos vender o DVD simples a R$ 20,00 – no pacote há um duplo e um triplo, cujo preço estamos estudando. É o mesmo que vão custar para as lojas. Lá, pela praxe, o preço deve ficar em torno de R$ 40,00.

 

HP – Não está caro?

Bernardo – Está. Mas, por incrível que pareça, o custo mais alto que temos em toda a cadeia (pesquisa, licença, legendas, artes e textos externos/internos, autoração, fábrica) é a taxa da Ancine (Agência Nacional de Cinema). Ela nos cobra pelo direito de comercializar em DVD um clássico soviético inédito no Brasil o mesmo que a Disney/Buena Vista paga pelo “Homem de Ferro”. É absurdo, porque a Ancine cobra por título e não pela quantidade de cópias produzidas, o que equivale a criar uma reserva de mercado para os blockbusters.

 

HP – Não há exceção para produtos culturais?

Susana – Cultura, Ancine, fala sério… [risos]

 

HP – Nem para a produção dos BRICS?

Susana – Só para o Mercosul, e com visível má vontade. Eles fecham o mercado para cinematografias poderosas como as da Rússia, Índia e China. Em compensação o filme brasileiro nem sente o cheiro daqueles mercados gigantes. A Ancine sempre agiu como uma operadora da Alca, se deixando comandar pelas majors americanas, mesmo quando a política externa brasileira caminhava noutra direção.

 

HP – E vocês não vão solicitar nenhum licenciamento ao Mosfilm sobre a produção da década de 20 e a produção mais recente?

Bernardo – A produção mais recente está nos nossos planos. A mais antiga vai entrar se as cópias aqui não melhorarem. O fato é que até agora só a UMES tem contrato de licenciamento para distribuir em DVD no Brasil a produção do Mosfilm.

 

 

LENIN EM OUTUBRO

Mikhail Romm (1937), com Boris Shchukin, Nikolai Okhlopkov. Yelena Shatrova, Vasili Vanin, URSS, 108 min.

 

Sinopse

Neste clássico de Mikhail Romm, estamos em 1917. A Frota do Báltico e unidades do Exército estão sublevadas contra o governo Kerenski, unindo as vozes às dos operários e camponeses que exigem paz: a saída da Rússia da guerra mundial. Lenin chega a Petrogrado num trem vindo da Finlândia e na reunião do Comitê Central, de 10 de outubro, derrota as resistências de Zinoviev, Kamenev e Trotsky para deflagrar a insurreição. Paralelamente, as forças contrarrevolucionárias organizam uma caçada para matar o líder dos bolcheviques. Os acontecimentos se precipitam em ritmo veloz até o momento final.

Direção: Mikhail Romm (1901-71)

Mikhail Romm Ilich nasceu na cidade siberiana de Irkutsk, serviu no Exército Vermelho durante a guerra civil, graduou-se em escultura pelo Instituto Artístico-Técnico de Moscou. Em 1931 ingressou no Mosfilm Estúdio, atuou como produtor e diretor. No Instituto de Cinematografia Gerasimov (VGIK), desde 1962, foi professor de cineastas como Andrei Tarkovsky, Grigori Chukhrai, Gleb Panfilov, Elem Klimov. Realizou 18 longas-metragens, entre os quais “Treze” (1936), “Lenin em Outubro” (1937), “Lenin em 1918” (1939), “Sonho” (1941), “Garota nº. 217” (1945), “Missão Secreta” (1950), “Nove Dias em Um Ano” (1962), “Fascismo Ordinário” (documentário, 1965). De seu filme “Sonho” disse o presidente Franklin Roosevelt: “é um dos maiores do mundo”.

 

 

VOLGA-VOLGA

Grigori Aleksandrov (1938), com Lyubov Orlova e Igor Ilyinsky, URSS, 104 min.

Sinopse

Acompanhados pelo burocrata Byalov, que pretende utilizá-los em proveito de sua ascensão, dois grupos rivais de artistas amadores – um erudito e outro popular – deixam a aldeia e vão a Moscou para participar de um concurso de talentos. A maior parte da ação se passa em um barco a vapor viajando no rio Volga. O nome do filme é retirado da canção popular russa “Stenka Razin”, que Aleksandrov cantava enquanto remava com Charlie Chaplin nas águas da baía de San Francisco. Chaplin brincando sugeriu as palavras para título de um filme e Aleksandrov aproveitou a dica. Conta a lenda que era o preferido de Stalin.

Direção: Grigori Aleksandrov (1903-83)

Grigori Vasilyevich Aleksandrov nasceu em Yekaterinburg, distrito federal dos Urais. Em 1921 iniciou no Teatro Proletkult uma fecunda parceria com Eisenstein, que se estenderia ao cinema. Coescreveu o roteiro de “A Greve” (1924), codirigiu “Encouraçado Potemkin” (1925), “Outubro” (1928) e “Linha Geral” (1929). Em 1930 acompanhou Eisenstein em sua viagem aos EUA, participou, em 1932, das filmagens do inacabado “Que Viva México!” – em 1979 concluiu uma edição das imagens colhidas nesse trabalho. Retornou à URSS em 1933 e de uma conversação mantida com Stalin e Gorki surgiu o projeto de realizar comédias musicais estreladas por Lyubov Orlova, cantora extremamente popular, na época, que mais tarde se tornaria sua esposa. As produções deste ciclo são “Amigos Extraordinários” (1934), “Circus” (1936), “Volga-Volga” (1938), “Primavera” (1947). Os musicais obtiveram estrondoso sucesso e abriram caminho para outros diretores que se notabilizaram no gênero, como Ivan Pyriev.

 

Fonte: Hora do Povo

Colonizados já cogitam entregar áreas da União à Shell sem leilão

Segundo presidente da Petrosal, se houver um acordo, o “operador poderá ser a Shell”

 

Não é por acaso que a direção da Shell e da Total aplaudiram entusiasticamente a indicação de Oswaldo Pedrosa para a presidência da PPSA, estatal que deveria ser responsável pelos interesses da União no pré-sal. Após a denúncia de que a Shell invadiu uma área da União, chamada “acumulação Gato do Mato”, que extrapolava o bloco BM-S-54, localizado na Bacia de Santos, de responsabilidade da empresa anglo/holandesa, o zeloso diretor da estatal se apressou em anunciar que já “está negociando” com a petroleira e defendeu – em total desrespeito à lei – que ela seja a operadora do campo. “O acordo de individualização da área prevê que o reservatório seja único, com um único operador… Se houver um acordo, o operador poderá ser a Shell”, garantiu Pedrosa.

O próprio diretor da PPSA sabe que a lei manda repassar áreas como esta para a Petrobrás ou, caso a opção não seja essa, deve-se licitar as reservas novamente. Mas, açodado para agradar os seus apadrinhadores (leia coluna de Fernando Siqueira abaixo), ele insiste em desrespeitar o que manda a lei e afronta os interesses estratégicos do país. Segundo Pedrosa, as alternativas legais só serão lembradas se “não houver acordo com a Shell”. “Essas alternativas (Petrobrás ou uma nova licitação) só deverão ser pensadas se não houver um acordo entre a Shell e a PPSA”, argumentou.

A Agência Nacional do Petróleo (ANP), outro órgão controlado por interesses das multinacionais do petróleo, estranhamente havia permitido à Shell estender de forma ilegal a área de exploração que, pela licitação realizada em 2010, limitava-se ao bloco BM-S-54. Quando a notícia de que a multinacional estava atuando ilegalmente em áreas da União, fora de sua jurisdição, vazou, a ANP se apressou em “solucionar” o problema. Ela determinou que a petroleira inglesa e a PPSA iniciassem “tratativas com vistas a Pré-Acordo e Acordo de Individualização da Produção da acumulação Gato do Mato (PAD do poço 1-SHEL-23-RJS, BM-S-54)”. A decisão foi tomada em janeiro deste ano. Nem bem sentaram para negociar, o presidente da PPSA já está admitindo que toda a área seja operada pela Shell/Total. Não é à toa que a PPSA, também conhecida por “Petrosal” vem sendo chamada de “PetroShell”.

A sofreguidão de Pedrosa e da ANP em agradar as múltis não para por aí. Além da agência sair por aí criminosamente “liberando” áreas da União sem licitação para a Shell, o executivo da PPSA aproveitou para dizer que este “deverá ser o primeiro de muitos acordos parecidos que terão de ser negociados entre petroleiras e o governo brasileiro”. “Todos os operadores deverão passar por isso”, acrescentou Pedrosa. Ou seja, ele está acenando que outras áreas da União serão abertas para a exploração pirata da Shell/Total.

E, mais do que isso, ele fala em “todos os operadores”. Ora. Que todos os operadores são estes? A lei não diz nada sobre mais de um operador no Pré-sal além da Petrobrás. Ela determina claramente que a operadora única do Pré-Sal é a Petrobrás e mais ninguém. Mas, Pedrosa parece estar se lixando para a lei. Ele quer a Shell como operadora no pré-sal. Afinal, ele não foi colocado no cargo para fritar bolinhos. Tem que mostrar serviço e logo.

O bloco BM-S-54 está localizado entre importantes áreas do pré-sal como Florim, operada pela Petrobrás por meio do contrato da “cessão onerosa”, e Paraty (BM-S-10), também da estatal brasileira. Com o acordo que Pedrosa está defendendo serão doadas áreas públicas para a Shell perfurar, inclusive em outras áreas não licitadas pertencentes à União. O bloco, operado pela Shell e a Total está localizado em uma das províncias petrolíferas mais promissoras do mundo. Se o leilão dessas áreas já era um escândalo, o que Barbosa está fazendo ao oferecer mai áreas sem licitação é um crime passível de cadeia.

 

SÉRGIO CRUZ

 

Shell negocia com a PPSA uma extensão do seu campo

 

FERNANDO SIQUEIRA (*)

 

Vejam como o Governo, mais uma vez se submete ao domínio do cartel internacional do petróleo. Os textos abaixo, publicados pela grande mídia mostram o teor dessa submissão: eis os textos:

“Um reservatório de petróleo encontrado pela Shell no bloco BM-S-54 extrapola os limites de concessão para uma área não licitada, sob o domínio da União, confirmou a Shell nesta segunda-feira ao ser procurada pela Reuters, sem dar mais detalhes sobre a negociação…”

“A Shell poderá pedir autorização para utilizar o reservatório todo, compartilhando a produção com a PPSA (proporcionalmente), que também é dona de uma parte dessa jazida”, afirmou uma fonte com conhecimento direto do assunto…

Vejamos a diferença de tratamento:

1) O campo de Libra, que faz parte da mesma estrutura do campo de Franco, adquirido pela Petrobrás por conta da cessão onerosa, foi perfurado, testado e comprovado como o maior campo de petróleo do mundo, pela Petrobrás. Pelo artigo 2º da Lei 12351/10 este campo é caracterizado como uma área estratégica; pelo artigo 12º da mesma lei, áreas estratégicas devem ser entregues à Petrobrás sem licitação. Mas o que Fez o Governo?

Tomou o campo da Petrobrás e fez um leilão fajuto, entregando 40% dele para a Shell/Total.

2) Agora a Shell quer invadir uma área da União, extrapolando o seu campo, BM-S-54, para uma área não leiloada e o Governo manda a Pré-sal Petróleo negociar com a Shell, sem leilão. Ora, os quatro dirigentes da Pré-sal Petróleo são “amigos” da Shell/Total, podemos até admitir que foram indicados por ela. Aliás, a Total declarou na mídia que só participou do leilão porque os nomes indicados para a PPSA foram esses quatro.

Quem são os dirigentes da Pré-sal petróleo: 1) Oswaldo Pedrosa – na volta de um curso de mestrado nos EUA voltou defendendo o fim do monopólio estatal do petróleo. Foi braço direito do David Zilberstajn na Agência Nacional do Petróleo, como Superintendente de Desenvolvimento da Produção na Agência até 2003. Trabalhou em várias empresas privadas, incluindo a Baker tools – equipamentos de produção de petróleo e, na última das quais a HRT, que se suspeita pertencer à Shell; Antonio Claudio – sócio do João Carlos de Luca, presidente do IBP, na empresa Barra Energia recém fundada. O IBP foi apontado pelo Wikileaks como chefe do lobby em favor do cartel internacional do Petróleo; Edson Yoshihito Nakagawa Atuava como líder do Centro de Excelência em Sistemas Submarinos na GE – General Electric (fornecedora de equipamentos a ser fiscalizada pela PPSA), até ser convidado para assumir uma diretoria na PPSA; geólogo Renato Marcos Darros de Matos trabalhava na Imetame – também fornecedora de equipamentos de petróleo.

Portanto, o Governo infringe duplamente a Lei para entregar petróleo para a Shell. No primeiro caso, a lei mandava entregar Libra para a Petrobras. O Governo não cumpriu e entregou boa parte para a Shell e com um edital que retira todos os riscos dela como produtora e os transfere para a União.

No segundo caso, a Lei é clara: se não for área estratégica, só pode ser entregue através de leilão. Mas o Governo manda a “Pró-Shell” Petróleo negociar burlando a Lei. Além disto, o cartel do petróleo sempre foi contra a Petrobrás ser operadora única do pré-sal, conforme determina a Lei 12351/2010. Agora quer usar a política do fato consumado: a Shell invade a área da União e vira operadora ilegalmente.

O Brasil precisa reagir antes que o pré-sal seja todo transferido para a Shell.

 

(*) Vice-presidente da Aepet e do Clube de Engenharia

 

Textos extraídos da Hora do Povo

Com nome sujo no Serasa, professor temporário reclama de atraso no salário

Alguns professores temporários da rede estadual de ensino de São Paulo já tiveram o nome incluído em cadastros de inadimplentes porque os salários atrasaram. Os docentes ouvidos pelo UOL contaram que todo início de contrato é preciso fazer malabarismo para manter as contas em dia. A reportagem acompanhou a atribuição de aulas (escolha das turmas e escolas) da rede estadual de São Paulo na última quinta (23), quando conversou com esses professores.

“Em 2012 as aulas começaram em fevereiro e eu recebi só em junho. Morava sozinha, tive que pegar empréstimo e fiquei com o nome sujo”, diz a professora de língua portuguesa Thaís Alves, 28. “Este ano eu sei que vai acontecer novamente, então eu fiz umas economias, guardei o 13º e agora tem o salário do meu marido”, conta.

A resposta das DREs (Diretorias Regionais de Ensino) para o atraso, dizem os professores, é sempre parecida: problemas no preenchimento do cadastro pela escola ou a perda de alguma documentação no caminho escola-DRE-secretaria. Boa parte do processo para o pagamentos desses professores temporários ainda é manual, o que facilita os problemas causados por falhas durante o processo, segundo os temporários.

“Este mês eu não tenho certeza se vou receber”, afirma Jacqueline Marinho, 22, professora de sociologia desde o ano passado na rede estadual de SP. Em 2013, as aulas começaram em fevereiro, mas o salário só entrou na conta da docente em julho. “A sorte é que moro com a minha mãe”, conta.

Outro temporário da rede estadual de SP que não quis se identificar diz que o mesmo aconteceu com ele em 2013, quando o primeiro salário do ano foi pago só em maio. “A sorte é que moro com a minha mãe e muito perto da escola, então não precisava pagar a condução, mas mesmo assim meu nome foi para o Serasa”, diz o professor de química.

O problema é que com a quantidade de aulas — um temporário pode trabalhar até 32 horas/aulas semanais — muitos docentes não conseguem outras formas de complementar a renda. O jeito é usar as economias, pedir dinheiro emprestado ou eliminar os carnês de prestação, contam os docentes. Se o professor ficar com toda a carga horária possível, o salário médio é de R$ 2.200.

“Em 2012, tive que pedir dinheiro emprestado para a condução. Minha mãe pagava o aluguel e meu noivo também ajudou. Hoje sei que não dá para pegar prestação por muito tempo”, diz Izabel de Souza, 28, professora de português.

Outro problema relatado é que os salários são depositados de uma só vez e o desconto de imposto de renda, retido na fonte, leva em conta o montante recebido. “Por isso demora muito tempo para reequilibrar as finanças”, afirma uma docente.

Com o início de um novo ano letivo, os temporários da rede já se preparam para possíveis atrasos e para as variações salariais durante o ano. “O salário sobe e desce, não dá pra fazer dívida grande”, diz uma professora de português. Isso acontece porque os temporários muitas vezes ocupam vagas de substituição e só recebem de acordo com a quantidade de aulas que lecionam no mês.

Amor pela profissão

Apesar da montanha-russa salarial, todos os entrevistados pretendem continuar na profissão. “A gente gosta do que faz. É estimulante quando você vê que está contribuindo para a vida de alguém, que pelo menos um dos 40 alunos se interessou e aprendeu de verdade”, afirma Izabel.

“Eu gosto de ensinar, de ser útil. Já trabalhei na rede particular, mas na pública o aluno precisa mais e tem uma carência afetiva também”, diz Ellen Fernandes, 29, professora de ciências e biologia.

Procurada pela reportagem, a Secretaria de Educação de SP disse estar apurando as falhas nos processos de pagamentos dos professores.

 

Fonte: UOL

Extraído do Portal da APEOESP

CD Terra Esperança: CPC-UMES lança último registro do som genial de Sivuca

O texto que publicamos hoje é a introdução escrita pelo maestro Marcus Vinícius de Andrade para o último – em mais de uma das acepções da palavra – CD do grande Sivuca. Pela importância do texto e do CD, uma edição da Gravadora CPC-UMES, oferecemos aos nossos leitores esse depoimento pouco comum na música de nosso país.
Quase escrevíamos “popular” depois da palavra música, e nada teríamos contra relacionar o povo brasileiro com Sivuca, pelo contrário. No entanto, existem artistas tão imensos, de obra tão transcendente, que até mesmo o vocábulo “popular” parece, por alguma razão, restringi-los indevidamente.
Pessoas mais ou menos lá pelos 60 anos – como é o nosso caso – cresceram ouvindo falar na lenda chamada “Sivuca”. Tanto assim que, nos bairros populares – e aqui vai bem o adjetivo – todos os albinos eram “Sivuca”. Para sorte deles, havia um que resgatara a autoestima da categoria.
A lenda era maior ainda porque só de vez em quando ela aparecia – no rádio ou na televisão. Talvez eu esteja amplificando demais este sentimento que virou memória, porque, além de tudo, quem é filho de nordestino (ainda mais com um pai nascido em Cabedelo e criado no Rio Grande do Norte) não tinha o direito – nem conseguia – ignorar o grande Sivuca. Para meus pais (inclusive minha mãe carioca) ele era um de nós que mostrara aos gringos quem nós éramos, sem nenhuma concessão – e com desculpas ao leitor pelo português em diagonal.
Havia, além de tudo, o acordeom (e estou seguindo o maestro Marcus Vinícius, ao grafar a palavra com “m” final, ao invés do “n” metido a besta que é comum encontrar por aí).
Quando você é pobre, não é fácil aprender piano – nem é muito bem visto um aluno de piano nas hostes dos machos do bairro, embora sempre é possível admirar aquelas moças que percorriam “La Violetera” no teclado do piano. Não sei por que a música de Padilla e Montesinos era a favorita de 10 entre 10 meninas que aprendiam piano. Talvez pela repercussão do filme com Sarita Montiel, que frequentemente passava nos “poeiras” – isto é, nos cinemas de bairro, os mesmos que hoje viraram igrejas evangélicas… Naquela época, não havia quem não tivesse assistido “La Violetera”, “Joselito”, “Marcelino Pão e Vinho”, “A Bela Adormecida no Bosque” e “Viva Villa” – a biografia de Pancho Villa que Wallace Beery interpretara na década de 30, mas que os “poeiras”, até a década de 60, passavam de vez em quando, completamente livres da atual ditadura dos lançamentos.
Mas, divago: o instrumento ao alcance de todos, lá por 1963, era o acordeom. Muito mais que o violão, visto ainda por alguns, injustamente, como “instrumento de vagabundo” ou “de malandro”. De Ramos até a Penha, passando por Olaria, no Rio de Janeiro, havia naquela época uma escola de acordeom em cada esquina – e o leitor aqui nos perdoará a hipérbole, pois é claro que só os ignorantes levam as coisas ao pé da letra.
A popularidade do acordeom era devida a dois colossos: Luís Gonzaga e Sivuca. O primeiro era, para nós, menos misterioso. Devo confessar um crime: quando minha mãe falou que eu poderia, se quisesse, aprender acordeom, a imagem que me veio a cabeça foi a de um trio com dois acompanhantes – um com triângulo, outro com uma zabumba – e um chapéu de cangaceiro na minha cabeça (só depois eu aprenderia que era um chapéu de vaqueiro), enquanto tocava o instrumento. Achei-me ridículo com aquele chapéu na cabeça. Não me ocorreu que eu pudesse tocar acordeom e não usar aquele chapéu. São coisas que acontecem a quem tem menos de 11 anos. Certamente, entre as criaturas do acordeom existia a Adelaide Chiozzo, que sempre tocava nos filmes da Atlântida, mas ela era diferente – ela era mulher.
O resultado é que me tornei ignorante em música para sempre. Luís Gonzaga era grande – e não ficava mal com aquele chapéu na cabeça. Mas eu não estava pretendendo ser um Luís Gonzaga…
Se tivesse pensado em Sivuca, talvez meu destino fosse diferente. No entanto, o grande Sivuca era – ou continuava a ser – uma presença nos bairros populares do Rio, sem que para isso precisasse aparecer. Quem sabe se ele realmente existia (nunca tive o atrevimento de apresentar esta hipótese ao meu pai – ainda bem)…
Era um tremendo mistério, até que, como se diz que fazem os velhos leões, ele voltou para sua terra. Finalmente era possível constatar que ele existia.
Sivuca era, em pouquíssimas palavras, um gênio. Não é preciso “entender de música” para sabê-lo. Basta não ser surdo.
O leitor deve estar se perguntando por que o HP encarregou um sujeito que não sabe nada sobre o assunto além do que qualquer um sabe, para fazer uma introdução a um texto de um maestro sobre um gênio da música.
Acontece, leitor, que jornal tem essas coisas – não se pode sair com uma parte da página em branco. Bem, pronto, confessei. Assim o leitor agora sabe que estou fazendo aquilo que se chamava um “nariz de cera”. Ou seja, como se falava no Colégio Pedro II, estou enchendo linguiça.
Então, leitores, é hora de acabar com isso e ir ao texto do nosso maestro sobre o grande Sivuca. Se você conseguiu vir até aqui, prometo que não se arrependerá, pois, como no caso do vinho servido nas bodas de Canaã, o melhor está por último.
 
CARLOS LOPES.
 
MARCUS VINÍCIUS DE ANDRADE*
 
Numa noite de um distante 1970, recebi um telefonema do meu amigo Paulo Pontes (que falta que ele faz), convocando-me com entusiasmo fora do comum:
“Marquinho, vem correndo aqui pra casa. Sabe quem tá aqui? Sivuca!”
Era no tempo do ditador. Com o Brasil debaixo de botas, a tristeza e o medo dominando praças e lares, qualquer notícia de brasileiros brilhando fora do Brasil nos enchia de ânimo e esperança, como o sol invadindo catedrais. O nome de Sivuca, na época já reconhecido como um dos grandes músicos do mundo, trazia para mim, além do mais, lembranças de minha infância nordestina, quando lá em casa sintonizava-se a Rádio Jornal do Commércio (que assim mesmo, com dois mm, era “Pernambuco falando para o mundo”) e o som mágico do acordeom de Sivuca mostrava como todo o universo podia caber num simples fole com teclas em volta. Naquele começo de anos 1950, quando ainda se vivia a euforia do pós ll Guerra, os programas de auditório da rádio da minha infância conseguiam juntar artistas locais, como Gilvan Chaves, Claudionor Germano, Jackson do Pandeiro e outros, com nomes nacionais como o maestro Guerra-Peixe e sua orquestra, e até com enxeridos internacionais de passagem pelo Recife: Errol Garner, Tommy Dorsey e o Frei José Mojica eram alguns de quem me lembro. Mas quem mais me impressionava eram três músicos sararás e de galeguice tão resplandecente que, quando se juntavam, apresentavam-se como sendo o grupo O Mundo Pegando Fogo! Esses músicos eram ninguém menos que Sivuca, Hermeto Paschoal e seu irmão Zé Neto, também este um talento digno de nota, caso contrário jamais tocaria junto aos ‘cobras’. Alguns recalcados por aí dizem que esse grupo nunca se apresentou em público, o que é uma mentira sem tamanho, pois até hoje ele faz o maior sucesso na minha lembrança. E se ele foi só uma lenda, tanto melhor: fico com a lenda, que é mil vezes mais verdadeira que as realidadezinhas sem graça.
Voltando a 1970, só posso dizer que aquela noite passada no apartamento carioca de Paulo Pontes e da grande Bibi Ferreira marcou definitivamente as almas dos que lá estivemos: eu, o pintor Raui Córdula (diga aí, Presidente!), o diretor José Renato, Waltinho Carvalho (hoje um excepcional fotógrafo e diretor de cinema, mas na época um estudante da ESDI, com quem eu dividia um apartamento em Laranjeiras), o compositor Gilvan Chaves e outros poucos privilegiados. Deslumbrados, varamos noite e madrugada ouvindo e aplaudindo Sivuca, já então uma big star internacional, que dividia palcos com Harry Belafonte, Miriam Makeba, Julie Andrews, Toots Thielemans, Putte Wickman e outros, além de ter protagonizado o espetáculo Joy, que fez uma temporada de sucesso em Nova York, num teatro vizinho de onde se apresentava um rapaz francês que fazia umas momices e mugangas, um tal de Marcel Marceau.
Para completar aquela noite de 1970, depois de ‘estraçalhar’ no acordeom, Sivuca ainda pegou um violão que eu levara e nos deslumbrou com algumas canções lindíssimas e de precioso sabor modal-nordestino. Como compositor e arranjador, fiquei simplesmente maravilhado com o que ouvi: lembro que registrei tudo num gravador doméstico e, caso pudesse recuperar essa fita de 43 anos atrás, a memória musical brasileira ganharia um precioso documento.
Após regressar ao Brasil e viver no Rio de Janeiro, Sivuca voltou de vez para a velha Paraíba, que ele chamava de ‘Viena Brasileira’, pois dizia que ali se encontravam alguns dos melhores músicos do país, por certo crias da Universidade local. Foi com muitos desses músicos que Sivuca prazerosamente trabalhou até o dia em que teve de sair de cena, para imensa tristeza de seu público, que sabia que o bis não mais viria.
Este TERRA ESPERANÇA é o último registro fonográfico feito por Sivuca, o que já basta para dar dimensão histórica ao CD que temos em mãos. Mas ele vai muito além: prova que Sivuca não era apenas o acordeonista (ou o sanfoneiro, como alguns o chamavam, de forma até meio desrespeitosa) virtuose, conhecido em todo o mundo, tendo sido também um arranjador-orquestrador de altíssimo quilate. Nesse aspecto, penso que sua singularidade estaria em que, mesmo escrevendo para as mais variadas formações instrumentais, Sivuca imprimia às suas concepções sonoras uma leitura acordeonística efetivamente preciosa e inusitada, pouco ou nada comum no contexto dos arranjos musicais. Até porque se são raros no mundo os acordeonistas-arranjadores, quase impossível seria encontrar dentre eles um que tenha sido gênio em seu instrumento. Mas um com certeza o foi: Severino Dias de Oliveira, Sivuca, paraibano de ltabaiana, a quem hoje os anjos respeitosamente tiram o chapéu, entre uma música e outra que ele toca por lá pelos sertões celestiais.
Quando regressou à sua Paraíba natal, Sivuca dedicou-se ao que considerou a fase mais produtiva e consistente de sua obra, atendendo ao chamado de um Brasil cuja voz era “o som do pandeiro, o batuque no terreiro, o axé do candomblé, a cirandinha, o reisado, a seresta gentil”, como disse Marilena Soneghet na letra da canção que nomeia este CD, feita em parceria com Glorinha Gadelha e gravada por esta. Mergulhando ainda mais nos sons do Brasil e na inesgotável alquimia da instrumentação, Sivuca buscou a excelência junto aos seus conterrâneos-músicos, com quem passou a conviver estreita e fraternalmente, com eles partilhando muitas formas de criar, desvendar, polir e, sobretudo, de reverenciar a música. Não por outra razão, este CD navega pelas mais distintas sonoridades, que vão desde um trio de acordeom-contrabaixo-bateria até uma big band, não sem antes passar por conjuntos camerísticos, quartetos, quintetos e sextetos de cordas ou de sopros: em todas estas formações destacam-se as digitais do gênio orquestrador de Sivuca, como se o mestre de Itabaiana estivesse nos legando uma aula magna para marcar sua despedida.
Nada disso teria sido possível, no entanto, sem Glorinha Gadelha. Musa, esposa, parceira e companheira de vida e arte de Sivuca, Glorinha não só foi a idealizadora deste CD, como também fez sua produção e direção musical. Assim, por justiça, este disco é também dela, já que foi Glorinha quem traçou a rota e capitaneou a travessia que levou Sivuca a ancorar na verdadeira Terra Esperança – que outra não é senão a terra da (boa) Música, da qual ele foi soberano e de cujo reinado este CD é prova mais que provada.
 
* Maestro, compositor e Diretor Artístico da Gravadora CPC-UMES
 
Fonte: Hora do Povo