Docentes e funcionários das Etecs e Fatecs de SP param: “plano de carreira está engavetado”

Os professores e funcionários das Escolas Técnicas (Etecs) e Faculdades de Tecnologia (Fatecs) do Estado mantiveram a greve nesta terça-feira, após reunião do Comando Geral de Greve (CGG), que reuniu representantes de unidades da capital e do interior.

A greve foi iniciada na segunda-feira e está mobilizando docentes em defesa do plano de carreira da categoria, que ainda não foi enviado à Assembleia Legislativa pelo governo do Estado.

“O governo do Estado conversa com a gente, mas é lento. Essa negociação se arrasta desde 2011”, criticou a presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Centro Paula Souza (Sinteps), Sílvia Elena de Lima.

Os manifestantes reivindicam a progressão salarial de acordo com o tempo de serviço e com as titulações, além de mais benefícios, como auxílio-alimentação. Segundo as estimativas do sindicato, aproximadamente 40% das 213 Etecs e 59 Fatecs do interior e da capital aderiram à paralisação.

O secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação, Rodrigo Garcia Rodrigo Garcia, recebeu uma comissão de grevistas e afirmou que o anteprojeto que muda o plano de carreira ainda está na Secretaria de Planejamento. Segundo o Sinteps, o secretário se comprometeu a enviar a matéria ao Legislativo até o fim deste mês. “Estamos preocupados por causa das restrições de aprovação em ano eleitoral. É preciso passar o projeto até abril”, afirma Sílvia Elena.

Na reunião de terça, o Comando de Greve aprovou também uma agenda de mobilizações. Na sexta-feira, 21, serão realizados atos públicos regionalizados. Em São Paulo/Grande SP, o ato será realizado às 14h, em frente à administração do Centro Paula Souza.

Na próxima terça-feira, 25, está sendo convocado um grande ato unificado no vão livre do MASP, na avenida Paulista.

 

Fonte: Hora do Povo

Conselho Universitário da USP defende PNE aprovado na Câmara

Aprovação do texto é condição essencial e estratégica para o desenvolvimento de um país soberano, destaca moção. Audiência pública na Câmara ocorre na próxima terça-feira

 

O Conselho Universitário da Universidade de São Paulo (USP), a maior universidade da América Latina, decidiu se manifestar em defesa da manutenção do texto do Plano Nacional de Educação (PNE) redigido pela Câmara dos Deputados e aprovado em 2012, que foi modificado pelo Senado, excluindo a obrigação de que os investimentos sejam exclusivos em educação pública.

A moção publicada pela universidade na última sexta-feira, 14, por proposição da diretora da Faculdade de Educação, Lisete Arelaro, afirma que, em decorrência da retomada da tramitação, agora de volta à Câmara dos Deputados, o conselho “se manifesta favorável à manutenção da redação original da Meta 20, conforme aprovado por unanimidade por aquela Casa em junho de 2012”.

“A destinação de 10% do Produto Interno Bruto – PIB para o investimento exclusivo na educação pública a ser alcançado no 10º ano de vigência do PNE é condição fundamental para a melhoria da educação pública, da educação básica à superior, priorizando-se a melhoria salarial e as condições de trabalho dos professores, condição essencial e estratégica para o desenvolvimento de um país soberano, independente e socialmente mais justo”, diz o texto aprovado durante a primeira reunião ordinária do Conselho da USP.

O Conselho Universitário é um dos órgãos mais representativos da USP. Composto pelo reitor da universidade, vice-reitor, prós-reitores, representantes das congregações, professores, doutores, funcionários, além dos alunos de graduação e pós-graduação. O novo reitor da universidade, Marco Antonio Zago, também se manifestou a favor do texto do PNE.

COMISSÃO

Na última quarta-feira (19), ocorreu mais uma reunião da Comissão Especial da Câmara que avaliará o texto do PNE. Segundo o relator do texto na Casa, o deputado Angelo Vanhoni (PT-PR), “a manifestação da maioria dos deputados é pela redação proposta pela Câmara do texto do PNE”.

Vanhoni afirmou que pretende reincluir no relatório final a obrigatoriedade do investimento de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) em educação pública.

A comissão não pode realizar novas alterações no texto, mas pode acatar ou rejeitar as modificações feitas pelo Senado. “Eu acho que nós vamos ter que analisar meta por meta, estratégia por estratégia”, assinalou o relator.

Ele pontuou ainda que o relatório final deverá ser apresentado e votado até o dia 20 de março.

O deputado André Figueiredo (PDT-CE) foi designado pelo líder da bancada do seu partido, Vieira da Cunha (RS), para integrar a comissão especial que vai analisar o PNE. Figueiredo foi o relator do projeto que garantiu a destinação de 75% dos recursos do pré-sal para a educação e 25% para a saúde, aprovado na Câmara em 2013.

Segundo mensagem em seu portal na internet, a experiência do projeto dos royalties pode ajudar a comissão especial na construção do consenso. “A ideia é aprovar o texto já aprovado pelos deputados na Comissão Especial, em 2012, e derrubar o texto do Senado”, diz a nota.

“No Senado, a matéria sofreu diversas mudanças, além da inclusão de mais uma meta, a 21, que visa ampliar a produção científica brasileira. Entre as alterações aprovadas pelos senadores, está a meta que defende, por exemplo, triplicar, em dez anos as matrículas da educação técnica de nível médio, garantindo ‘50% de gratuidade na expansão de vagas’. Dessa forma, segundo o texto dos senadores, essa expansão pode ser feita em intuições privadas, por meio de concessão de bolsas aos estudantes. O texto da Câmara afirmava que o aumento dessas matrículas deveria ser feito com ‘pelo menos 50% da expansão no segmento público’”.

Outros deputados membros da comissão também se manifestaram a favor da manutenção do texto aprovado na Câmara.

“Minha luta será para manter o texto original, que prevê o investimento de 10% do PIB exclusivamente na educação pública. As alterações feitas pelo Senado excluem esta proposta, que consideramos vital para a construção de um ensino gratuito de qualidade”, considerou, Gustavo Petta, ex-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), que acaba de tomar posse como deputado federal.

Para a deputada Fátima Bezerra (PT) o PNE “é desejo da sociedade brasileira, dos movimentos sociais, dos professores, dos estudantes e dos gestores de todo país concluir a aprovação do PNE sem retrocesso do ponto de vista pragmático. No mérito, o relatório da câmara dialoga mais com os resultados da Conferência Nacional de Educação”, afirmou.

Fátima disse ainda que, o debate na comissão vai ser voltado para analisar as alterações do relatório da Câmara e do Senado, e ouvir da comunidade educacional qual é seu olhar e sua posição em relação aos textos. “Nós pretendemos fazer duas audiências pública na próxima semana, e na segunda quinzena de março estar com relatório em condição de ser votado no plenário da Câmara”, concluiu.

As entidades que lutam em defesa da educação se mobilizam agora para conversar com os parlamentares, ampliando a mobilização em defesa do PNE.

A Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE) também defende a manutenção do texto. “O entendimento da CNTE é de que o substitutivo do Senado não contempla as principais reivindicações da sociedade. O projeto aprovado na Câmara responde mais enfaticamente às demandas de universalização das matrículas com qualidade e equidade na educação púbica”, destacou o presidente da entidade, Roberto Franklin de Leão.

Para o coordenador geral da Campanha Nacional da Educação, Daniel Cara, “é preciso ter um bom PNE. O texto da Câmara é melhor, ele responsabiliza o Estado brasileiro de garantir o direito à educação, quem pode ser contra isso? O PNE do Senado é frágil. Então, que seja rápido desde que seja o texto da Câmara”.

A entidade realizou durante a última semana uma série de atividades e mobilizações em defesa do PNE. As mobilizações foram de encontro às datas em que deveria estar ocorrendo a II Conferência Nacional da Educação (Conae), cancelada pelo governo federal, que tinha receio de que a conferência fosse utilizada para a defesa do PNE da Câmara.

A UNE realizará reunião da diretoria plena em Brasília na próxima semana, na mesma data que a audiência pública sobre o tema. Os diretores da entidade adiantam que a mobilização pelo PNE será intensa.

 

Fonte: Hora do Povo

CINEMA NO BIXIGA – Sinopse do próximo filme: Quando Voam as Cegonhas

Neste sábado, 22/02, o Cinema no Bixiga apresenta o filme “Quando Voam as Cegonhas”. O filme inicia às 17 horas, no Cine-Teatro Denoy de Oliveira, na Rua Rui Barbosa, 323, Bela Vista. Entrada franca! 

 

QUANDO VOAM AS CEGONHAS

Mikhail Kalatozov (1957), com Tatyana Samojlova, Aleksey Batalov, Vasili Merkuryev, Aleksandr Shvorin, URSS, 97 min.

 

Sinopse

União Soviética, 1941. O casal apaixonado Boris e Veronica é obrigado a se separar quando ele é convocado para a guerra, sem tempo para despedidas. Mesmo casada com o primo de Boris, após ser estuprada por ele, Veronica não esquece do amado e cultiva a esperança de que ele volte. O filme foi premiado com a Palma de Ouro no Festival de Cannes em 1958.

 

Direção: Mikhail Kalatozov (1903-73)

Mikhail Konstantinovich Kalatozov nasceu em Tbilisi, Geórgia. Já na juventude, trabalhou no Estúdio Cinematográfico Tbilisi como roteirista e operador de câmera. Com “Sal Para Svanetia” (1930), o sexto de uma série de sete documentários que realizou entre 1927 e 1930, projetou-se como diretor de cinema.  Em 1937, concluiu o curso de pós-gradução na Academia de Estudos de Arte em Leningrado. Trabalhou nos estúdios Lenfilm e Mosfilm. Foi adido cultural na Embaixada da URSS nos Estados Unidos. Em 1946-48 ocupou o cargo de vice-ministro de Cinematografia da URSS. Entre suas obras estão “Prego na Bota” (1930), “Coragem” (1939), “Valeri Chkalov” (1941), “Conspiração do Condenado” (1950), “Ventos Hostis” (1953), “Quando Voam as Cegonhas” (1957), “A Carta Que Nunca Foi Enviada” (1959), “Soy Cuba” (1964) e a coprodução ítalo-soviética “A Tenda Vermelha” (1969).

 

Argumento Original: Viktor Rozov (1913-2004)

Nascido em Yaroslavl, cidade situada a 250 km de Moscou, o dramaturgo Viktor Sergeyevich Rozov se formou em 1952 pelo Instituto de Literatura Maxim Gorky. Na maioria de seus trabalhos, o foco são jovens a caminho da vida adulta. Colaborou com o Teatro Central das Crianças. Trabalhou também com o Teatro Sovremennik. Entre os filmes baseados em suas peças teatrais estão “Boa Sorte!” (Viktor Eisymont, 1956), “Quando Voam as Cegonhas” e “A Carta Que Não Foi Enviada” (Mikhail Kalatozov, 1957 e 1959), “Um Dia Ruim” (Anatoli Efros, 1960), “No Final do Mundo” (Rodion Nakhapetov, 1975), “De Manhã à Noite” (Konstantin Khudyakov, 1981), “Nayezdniki” (A. Bobrov, Yuri Kolcheyev, 1987).

 

Música Original: Moisey Vaynberg (1919-96)

Moisey Samuilovich Vaynberg nasceu em Varsóvia. Filho de um compositor de teatro e uma atriz judia, fugiu para a URSS em setembro de 1939. Parte de sua familia, que ficou em Varsóvia, morreu no campo de concentração de Trawniki.

Vaynberg graduou-se no Conservatório de Varsóvia (1939) e no Conservatório Estatal Bielorrusso (1941). Seu trabalho inclui vinte e duas sinfonias, dezessete quartetos de cordas,  oito sonatas para violino, seis sonatas para piano, sete óperas, entre elas “Passazhirka” (1967) e mais de meia centena de trilhas musicais para filmes e desenhos animados. 

 

 

“Olho no Óleo” – Ouça a Marchinha que irá embalar o Bloco UMES Caras-Pintadas

Ouça abaixo a Marchinha “OLHO NO ÓLEO” que irá embalar o Bloco UMES CARAS-PINTADAS 2014:

 

OLHO NO ÓLEO

(Helinho Guadalupe / Fernando Szegeri)

 

REFRÃO:

Olha que tem gente aí

O ouro negro louca pra entregar

Pra eles Libras e pra nós a conta sempre sobra

Pra cara de pau só vendo óleo de peroba

 

Pode sossegar, oh seu Gegê!

Dessa briga não vamos correr

O petróleo é nosso, Emília

E Monteiro Lobato sabia

 

Pré-sal no nosso feijão

Pra aumentar de vez essa pressão

Olha, quero ver, Mamãe, o que você diz

Quando a UMES pinta a cara e vai pra rua ser feliz

 

VEJA AQUI O VÍDEO COM A MARCHINHA!

 

UMES elege representantes para o Conselho Municipal de Transporte e Trânsito

Os representantes da UMES, Macos Kaue e Thaisa Maria, foram eleitos, titular e suplente consequentemente, membros do Conselho Municipal de Transporte e Trânsito de São Paulo.

A eleição foi realizada no último sábado, 15, com a participação de estudantes e diversos outros membros da sociedade civil. Os representantes da UMES foram eleitos no segmento Movimento Estudantil Secundarista.

O Conselho, implementado pela Prefeitura de São Paulo, contará ainda com representantes de diversos outros segmentos: Movimento Estudantil Universitário, Meio Ambiente e Saúde, Juventude, Sindicato de Trabalhadores, ONGs, Ciclistas, Pessoa com Deficiência, Idoso e Movimentos Sociais.

Além disso, haverá ainda representantes por região da cidade – Leste, Sul, Oeste, Norte e Centro Expandido – que serão eleitos na votação que ocorre no próximo dia 22.

O objetivo do Conselho, como afirmou o secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto, durante a abertura da votação, é garantir a participação popular na melhoria da mobilidade urbana.

 

Veja abaixo as propostas apresentadas pela UMES durante a campanha:

 

– Fortalecimento do Bilhete Único do Estudante.

– Ampliação do número de alunos atendidos e dos benefícios.

– Ampliação da frota com ônibus de qualidade a preços justos.

– Ampliação do horário de funcionamento do sistema de transporte coletivo.

– Apoio à criação de empresa pública de ônibus no município.

– Fortalecimento da São Paulo Transporte com a ampliação do quadro técnico e dos processos tecnológicos.

– Bilhete Único Mensal para estudantes de cursos técnicos com os mesmos direitos dos demais alunos.

– Apoio à priorização do transporte público, com mais corredores e infraestrutura .

– Pela ampliação do sistema metroviário com a renovação da frota de trens, seguindo modelos como de Buenos Aires, Paris, Moscou.

– Fortalecimento da CPTM com a ampliação do atendimento e diminuição do intervalo entre os trens, com garantia de segurança.

– Pela universalização do direito do Bilhete Único do Estudante a todos os estudantes regularmente matriculados nos cursos reconhecidos pela Prefeitura Municipal, inclusive os que residem próximo à escola, uma vez que o estudante também utiliza o transporte para estudo, lazer e esporte fora dos períodos de aula.

Trabalhadores Sem Terra cercam o Congresso por reforma agrária

Os manifestantes tiveram ainda que enfrentar violência policial durante ato em frente ao STF

 

Cerca de 20 mil pessoas fizeram manifestação nesta quarta-feira, 12, na Praça dos Três Poderes, em Brasília. Os manifestantes participam do VI Congresso Nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que começou segunda-feira, 10, e encerra na sexta, 14, no ginásio Nilson Nelson. Durante a caminhada, que partiu do Ginásio onde está sendo realizado o congresso, os trabalhadores carregavam faixas com cobranças ao governo, como “Dilma, cadê a reforma agrária?”, “Exigimos uma reforma política” e “Dilma, se liberte do agronegócio”.

Denunciando a paralisia da reforma agrária, os manifestantes exigiram que fossem recebidos pelo governo. Com a pressão dos trabalhadores, durante a marcha, o ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência, desceu do Palácio do Planalto até o ato, onde os dirigentes lhe entregaram uma carta direciona da à presidente Dilma.

Na carta, os integrantes do MST reivindicam uma maior ação do governo, que muito pouco ou nada tem feito pela reforma agrária. “Estamos discutindo os problemas sociais do campo, a realidade agrária e a necessidade urgente de fazer mudanças nas políticas agrárias do seu Governo”, diz o início da carta.

Segundo o MST, no último ano do governo Lula, 55 mil famílias foram assentadas no país. No governo Dilma, os dados oficiais apontam 21 mil em 2011, 22 mil em 2010 e 30 mil no ano passado. Mas o movimento contesta os números de 2013. De acordo com o movimento, foram apenas sete mil novos assentamentos. O documento mostra que existem mais de cem mil famílias esperando por assentamentos, “acampadas há mais de oito anos. O Governo foi incapaz de resolver esse grave problema social e político. A média de famílias assentadas por desapropriações foi de apenas 13 mil por ano, a menor média após os governos da ditadura militar”.

A carta ainda aponta que “além dos vários projetos que estão sendo implantados, há mais de 80 mil lotes vagos, com água e a infraestrutura necessária para assentamentos. Basta cumprir a promessa feita e ter agilidade administrativa para assentar milhares de famílias de camponeses nesses lotes”. E denuncia que, na contramão do governo passado, “o Governo, na Medida Provisória que encaminhou o problema das dívidas de créditos passados, incluiu a privatização dos lotes da Reforma Agrária. Essa decisão irá permitir e incentivar a venda dos lotes nos assentamentos”.

O movimento ainda lembra o plano nacional de agroecologia, que tinha como princípio o fortalecimento da agricultura familiar, e que foi discutido com as entidades e movimentos populares, mas que permaneceu engavetado. “E, do outro lado, o Ministério da Agricultura afronta a ANVISA, ao liberar o uso de venenos agrícolas ainda mais perigosos para o meio ambiente e, sobretudo para a saúde das pessoas. Enquanto no mundo todo se aprovam leis para controlar e restringir o uso de venenos agrícolas, aqui vamos em direção contrária, facilitando a liberalização dos agrotóxicos”.

“A sociedade brasileira padece de graves problemas estruturais, na educação, no sistema tributário, na saúde e no transporte público, que precisam de soluções e que foram denunciados nas mobilizações populares do ano passado. Esses problemas não se resolvem com medidas paliativas. É preciso mexer nos interesses dos bancos que se apropriam da maior parte dos recursos de nossos impostos. Por isso, nos somamos a dezenas de movimentos populares e organizações políticas para lutar por uma reforma do sistema político brasileiro, que hoje é refém dos interesses das empresas financiadoras”, termina o manifesto.  O congresso nacional do MST conta com representantes de 23 estados e 250 convidados internacionais.

 

VANDALISMO POLICIAL

Após a carta ser entregue ao ministro Carvalho, a manifestação seguiu para o Supremo Tribunal Federal (STF), no intuito de reivindicar o julgamento do mensalão tucano e de casos de assassinatos de camponeses e criticar a atuação do Poder Judiciário e ainda o julgamento do mensalão, “de exceção”. Havia faixas com dizeres “Crime é condenar sem provas” e “STF, refém da Rede Globo”.

Para adentrar o STF, os manifestantes derrubaram as grades laterais do Congresso Nacional. Enquanto os trabalhadores tentavam entrar no prédio, os ministros do STF estavam reunidos no plenário da Corte. A sessão era presidida pelo vice-presidente, Ricardo Lewandowski, e foi interrompida.

Neste momento, a Polícia Militar (PM) agiu com vandalismo e violência utilizando spray de pimenta de forma generalizada, além de arma de choque e bombas. O MST reagiu jogando pedaços de paus e pedras e policiais responderam com bombas de gás. “Vinte policiais agiram com brutalidade no meio de quinze mil pessoas para criar um fato político e legitimar a violência contra a gente”, afirmou Fábio Tomas, do MST de São Paulo. Doze manifestantes ficaram feridos e um militante do MST foi preso.

 

Fonte: Hora do Povo

Parlamentares condenam o projeto que visa criminalizar os movimentos sociais

Vários senadores, principalmente da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), reagiram na quarta-feira (12) contra o projeto de lei que tipifica o crime de terrorismo (PLS 499), assinado pelo senador Romero Jucá (PMDB-RR) e pelo deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP). O projeto teve origem na Comissão Mista criada pelo ato conjunto dos presidentes do Senado e da Câmara, destinada a consolidar a legislação federal e regulamentar dispositivos da Constituição Federal.

O projeto foi analisado por uma comissão especial e constava da pauta do plenário, mas a discussão acabou sendo adiada com o objetivo de aprofundar o debate visando esclarecer alguns pontos considerados vagos.

O senador Roberto Requião (PMDB/PR) classificou a decisão como um “surto de lucidez” do colégio de líderes, apontando que existe uma pressão da mídia usando a morte do cinegrafista Santiago Andrade, atingido por um rojão quando filmava um protesto no Rio. “Essa é uma medida fascista e antidemocrática, se querer impor ao cidadão brasileiro o impedimento de se manifestar, sobre qualquer assunto”, disse. “Evidente que o crime [contra o cinegrafista] tem que ser punido – seja ele culposo ou doloso –, mas o que eu vejo é que, com o pretexto de condenar a morte absurda, se pretende condenar o Brasil a não mais fazer manifestação. A transformar qualquer manifestação contra a Copa do Mundo em um ato de terrorismo”, afirmou.

O projeto traz uma “inovação” tenebrosa: cria o chamado “Terrorismo contra coisa” (Art. 4º Provocar ou infundir terror ou pânico generalizado mediante dano a bem ou serviço essencial) com pena de reclusão de 8 a 20 anos. Lista os bens ou serviços essenciais que vão desde barragens a isntituições de ensino. Com tal “inovação”, não é sem razão a preocupação dos parlamentares que consideram que o PLS realmente visa criminalizar os protestos sociais. O artigo 2 do projeto é ainda mais revelador ao supostamente caracterizar o “terrorismo”: “Provocar ou infundir terror ou pânico generalizado mediante ofensa ou tentativa de ofensa à vida, à integridade física ou à saúde ou à privação de liberdade de pessoa”. O título “Incitação ao terrorismo”, com a previsão de penas de 3 a 8 anos, também desvenda as intenções dos seus mentores e não foi à toa que setores do governo e da mídia terrorista e direitista, que têm alergia crônica a manifestações e estão em pânico com a possibilidade de protestos durante a Copa, passaram a instigar a aprovação a toque de caixa de tal projeto “antiterror”, usando a pretexto a morte do cinegrafista da Bandeirantes.

Já há legislação farta contra o terrorismo. A Constituição de 88 e a lei 8.072/1990, que define o terrorismo como crime hediondo, tratam do assunto. Não é preciso uma lei específica para combater os bobocas black blocs. É o que argumentou o senador Roberto Requião, destacando que as leis existentes no Brasil são suficientes para punir os dois manifestantes que admitiram ter levado à manifestação ou lançado o rojão que atingiu Santiago. “Aquele raio de rojão poderia ter matado qualquer pessoa. Não foi um atentado à imprensa. Por isso, é um fato que tem que ser duramente reprimido, mas de acordo com a legislação penal”, acrescentou.

A senadora Ana Rita (PT/ES), que preside a CDH, também advertiu: “Receamos que esse tipo de projeto possa vir a criminalizar as manifestações públicas, a atuação dos movimentos sociais e colocar em risco a democracia brasileira, conquistada a duras penas”. “É preciso, sim, que as manifestações preservem a vida das pessoas, mas não podemos permitir a criminalização de movimentos sociais”, opinou. O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PT/PE), também mostrou preocupação com o teor do projeto, por considerar muito vaga a definição do que seria considerado um ato de terror, endossando assim o temor à possibilidade de criminalizar movimentos sociais.

Para o senador Cristovam Buarque (PDT/DF), a aprovação do projeto na forma em que está redigido pode representar um retrocesso para a democracia. “Temos que ter bom senso e não aprovar leis que representam um retrocesso na democracia e para a mobilização das pessoas que querem nos dizer que estão descontentes com a classe política”, comentou.

Os parlamentares elogiaram a decisão dos líderes partidários de adiar a discussão da matéria e concordaram em subscrever requerimento do senador Paulo Paim (PT/RS) para que a questão passe pelo crivo da CDH.

 

Fonte: Hora do Povo

Black blocs borram as calças e passam a se acusar mutuamente

Acusado de acender rojão que causou a morte de cinegrafista se entrega à polícia

 

O black block suspeito de acender o rojão que causou a morte do cinegrafista da TV Bandeirantes, Ilídio Santiago Andrade, durante manifestação contra o aumento das passagens de ônibus de R$ 2,75 para R$ 3,00 na quinta-feira (6), no Rio de Janeiro, foi preso nesta quarta-feira (12) em Feira de Santana, cidade a cerca de cem quilômetros da capital baiana, Salvador.

Caio Silva de Souza tem 23 anos, estava a caminho da casa dos avós no Ceará, teria desistido e decido se entregar à polícia em Feira de Santana após ter sido denunciado por outro integrante do grupo, Fábio Raposo, e ter conversado com a namorada. Em uma delegacia da capital baiana, falou à imprensa que não sabia que tinha acendido um rojão, mas outro artefato de menor potência, um “cabeça de nego”.

O cinegrafista Santiago Andrade foi atingido na cabeça pelo rojão, levado para o Hospital Souza Aguiar, onde após quatro dias internado no CTI (Centro de Tratamento Intensivo), teve morte encefálica diagnosticada na segunda-feira (10).

Um mandato de prisão contra ele, pelo crime de homicídio doloso qualificado por uso de explosivo, foi expedido na segunda-feira (10) pela Justiça do Rio de Janeiro. Caio tem duas passagens por tráfico de drogas nas delegacias de Mesquita (53ª DP) e de Comendador Soares (56ª DP). Além das passagens por tráfico, ele teve seu nome citado em outros dois boletins de ocorrência, ambos registrados após manifestações no Rio.

Fábio Raposo, que permanece preso desde o dia 9, admitiu que entregou o rojão a outro membro do grupo. Ele fez um retrato falado descrevendo Caio em afirmou que ele teria acendido o rojão. Ele também está sendo indiciado por homicídio.

Segundo o advogado Jonas Tadeu Nunes, que defende Caio e Fábio Raposo, os manifestantes recebem dinheiro para participar dos atos. Ele atribui o pagamento a “diretórios regionais de partidos políticos, vereadores, determinados deputados estaduais”.

Em reportagem publicada pelo jornal O Globo, no domingo (9), Nunes afirmou ter recebido uma ligação da ativista Elisa Quadros, conhecida como Sininho, nessa ligação, ela teria dito que um dos responsáveis por acender o rojão que matou o cinegrafista tinha ligações com deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL). O deputado negou o fato e lembrou que o advogado Nunes representou o ex-deputado estadual Natalino Guimarães, que perdeu o mandato após investigações da CPI das Milícias em 2008, presidida por Freixo.

“Natalino foi preso em 2008 graças às investigações da CPI das Milícias, presidida por mim na Assembleia Legislativa. À época, mais de 200 pessoas, entre elas várias autoridades, foram indiciadas. Natalino e seu irmão, Jerominho, que dividiam o poder, cumprem pena em presídios federais”, disse Freixo.

 

Fonte: Hora do Povo

Plano Nacional de Educação começa a tramitar na Câmara

Entidades e parlamentares defendem recuperação do texto formulado pelos deputados que destina o investimento federal para a Educação pública

 

A comissão especial da Câmara dos Deputados que analisa o Plano Nacional de Educação (PNE) se reuniu na última segunda-feira (11) em primeira reunião de trabalho do ano para discutir as alterações feitas pelos senadores. As modificações feitas pelo Senado retiraram o caráter público da Educação brasileira e o texto foi rechaçado pelas lideranças estudantis e dos movimentos em defesa da Educação.

O PL 8033/10, que compreende o PNE, foi aprovado na Câmara em outubro de 2012 e em dezembro do ano passado, depois de ter passado por três comissões foi aprovado no plenário do Senado.

O projeto aprovado na Câmara dos Deputados em 2012 estabelecia como meta “ampliar o investimento público em educação pública de forma a atingir, no mínimo, o patamar de 7% (sete por cento) do Produto Interno Bruto – PIB do País no 5º (quinto) ano de vigência desta Lei e, no mínimo, o equivalente a 10% (dez por cento) do PIB ao final do decênio”.

No Senado, porém, o projeto foi alterado pelos senadores José Pimentel (PT-CE) e Eduardo Braga (PMDB-AM). Entre outras alterações, suprimiu-se a palavra “público” após a palavra “educação”, na frase: ”ampliar o investimento público em educação pública de forma a atingir, no mínimo, o patamar de 7% (sete por cento) do Produto Interno Bruto – PIB do País no 5º (quinto) ano de vigência desta Lei e, no mínimo, o equivalente a 10% (dez por cento) do PIB ao final do decênio” (grifo nosso).

Com as mudanças feitas pelo Senado o Projeto volta a Câmara para ser comparado, opondo-se um texto ao outro, sem abertura de prazo para a apresentação de emendas. O relator poderá propor a supressão de parte do substitutivo, dos incisos ou parágrafos que tenham sido acrescentados no Senado. Concluída a votação do colegiado, a matéria ainda seguirá para apreciação do Plenário e depois para sanção presidencial.

Para o coordenador-geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara, o texto do Senado “traz retrocessos em seu conteúdo”. Daniel promete pressão para a retomada do texto aprovado na Câmara. “Nossa pauta é a mesma bandeira defendida historicamente pelo partido do governo e de outros de esquerda, que ajudaram a elegê-lo”, disse.

Segundo o assessor do deputado Ângelo Vanholi (PT-PR), relator da proposta, Ronaldo Pinto, os esforços serão para manter a redação da Câmara, em especial quanto à meta 20. “Mas a comissão e o plenário vão dialogar com as lideranças de todos os partidos e com o governo, já que algumas alterações feitas no Senado são fruto dessas articulações. Queremos aprovar um plano que seja bom para os movimentos e para a educação”, afirmou o assessor.

Segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (CONTEE), existem “sérios retrocessos que precisam ser eliminados do texto”. Para a CONTEE não restringir os gastos ao setor público “na prática, representa a abertura para que recursos públicos sejam destinados ao setor privado, o que contraria a defesa da sociedade de um PNE que garanta educação pública, de qualidade e socialmente referenciada”.

 

CONAE

O governo está empenhado em barrar a discussão sobre o texto do PNE e, para tanto, decidiu adiar a II Conferência Nacional de Educação (Conae) que ocorreria em conjunto com a votação do PNE na Câmara.

A II Conae estava marcada para os dias 17 a 23 de fevereiro e reuniria em Brasília cerca de cinco mil participantes, oriundos dos movimentos sociais, de entidades ligadas à Educação, representantes da sociedade civil e de governos municipais, estaduais e federal. Com a atitude unilateral do governo, a Conae foi transferida para o mês de novembro, após o segundo turno das eleições presidenciais.

O cancelamento da Conae recebeu criticas de diversas entidades que, utilizariam o evento para denunciar os problemas no texto aprovado no Senado. Entidades como a UNE, UBES, o Fórum Nacional da Educação (conjunto de entidades que organizam a Conae), a Campanha Nacional pelo Direito a Educação, CNI, MST, além das centrais sindicais, repudiaram a medida do governo.

Elas prometem agora ampliar a pressão em cima dos deputados para que o texto original seja aprovado.

Na reunião desta segunda-feira, foi sugerida a realização de audiência pública para ouvir a sociedade civil, com data a ser definida. A comissão especial volta a se reunir na próxima quarta-feira (19).

 

Fonte: Hora do Povo

CINEMA NO BIXIGA – Sinopse do próximo filme: O Fascismo de Todos os Dias

Neste sábado, 15/02, o Cinema no Bixiga apresenta o filme “O Fascismo de Todos os Dias”. O filme inicia às 17 horas, no Cine-Teatro Denoy de Oliveira, na Rua Rui Barbosa, 323, Bela Vista. Entrada franca! 

 

O FASCISMO DE TODOS OS DIAS 

Mikhail Romm (1965), URSS, 138 min.

 

Sinopse

Intercalando imagens do presente (1965) e material capturado do arquivo do Ministério de Propaganda do III Reich, da coleção pessoal de fotos de Hitler e fotografias apreendidas de soldados alemães da SS, Mikhail Romm, diretor e também narrador do filme, desenvolve uma aguda reflexão sobre a natureza do nazismo, enquanto reconstrói a trajetória de sua ascensão e queda. “O Fascismo de Todos os Dias” é de longe o mais profundo, criativo e impactante documentário realizado sobre o tema.

 

Direção e Argumento Original: Mikhail Romm (1901-71)

Mikhail Romm Ilich nasceu na cidade siberiana de Irkutsk, serviu no Exército Vermelho durante a Guerra Civil (1918-21), graduou-se em escultura pelo Instituto Artístico-Técnico de Moscou. Em 1931 ingressou no Mosfilm Estúdio, atuou como produtor e diretor. No Instituto de Cinematografia Gerasimov (VGIK), desde 1962, foi professor de proeminentes cineastas como Andrei Tarkovsky, Grigori Chukhrai, Gleb Panfilov, Elem Klimov. Realizou 18 longas, entre os quais “Treze” (1936), “Lenin em Outubro” (1937), “Lenin em 1918” (1939), “Sonho” (1941), “Garota nº. 217” (1945), “A Questão Russa” (1947), “Missão Secreta” (1950), “Nove Dias em Um Ano” (1962), “O Fascismo de Todos os Dias” (documentário, 1965). Recebeu o Prêmio Stalin nos anos de 1941, 1946, 1948, 1949, 1951. De seu filme “Sonho” disse o presidente Franklin Roosevelt: “é um dos maiores do mundo”.

 

Música Original: Alemdar Karamanov (1934-2007)

Considerado por Shostakovitch como “um dos compositores mais originais do nosso tempo”, Alemdar Sabitovich Karamanov nasceu em Simferopol, Ucrânia, estudou piano no Colégio de Música da Crimeia. Em 1953 transferiu-se para o Conservatório de Moscou. Criou 24 sinfonias (1954-83), três balés (1961-85), várias obras para orquestra e coro, o Hino Nacional da República Autônoma da Crimeia (1992), as trilhas dos filmes “Fascismo de Todos os Dias” (Mikhail Romm, 1965),  “Khorovod” (Vladimir Kuchinsky, 1994), entre outras.

Karamanov foi membro da União dos Compositores da URSS e Artista do Povo da Ucrânia (1994).