Barafunda brasileira – Leia artigo de Frei Betto

Faustão é mestre em lembrar expressões populares que padeceram com o tempo. Arrastão já foi trabalho de pescadores e, hoje, é assalto coletivo em grandes concentrações urbanas. Quem ainda diz “mandar brasa”, “sujeito pau”, “aquele broto” ou “mocorongo”?

Deonísio da Silva, mestre em nosso idioma, escreveu o imprescindível “De onde vêm as palavras” (Mandarim), desnudando-as em suas etimologias, significados e empregos.

 Palavras, como tudo, se gastam com o tempo. Perdem o brilho, o significado e, portanto, o uso. É o caso de direita e esquerda. No tempo da bipolaridade mundial entre capitalismo e socialismo, elas demarcavam terrenos nítidos. Hoje, o que é ser de direita ou de esquerda?

 No Brasil, a esquerda está no poder? Suponhamos que sim. Mas quem são os líderes de sua base aliada? Todos conhecemos sobejamente: Sarney, Collor, Renan Calheiros, Jáder Barbalho, Maluf, Romero Jucá, Kátia Abreu…

Como um governo de um partido de trabalhadores pode se dar tão bem com o patronato brasileiro e manter relações tensas com movimentos sociais, como indígenas e sem terra?

 Fora o PSDB e alguns pequenos partidos, todos os setores conservadores da sociedade brasileira apoiam o governo, incluindo empreiteiras, bancos e mineradoras, principais fontes de financiamento de campanhas eleitorais. Espero que a reforma política – quando houver – impeça candidatos de receberem grana de pessoas jurídicas, e as doações de pessoas físicas fiquem limitadas ao teto de um salário mínimo.

Agora estão presos companheiros meus na luta contra a ditadura, como Dirceu e Genoíno. Todos foram condenados por juízes nomeados, em sua maioria, pelo governo petista. Considero ilegal, injusta e despropositada a maneira como foram detidos na data da Proclamação da República. Fazer espetáculo com a dor alheia é tripudiar sobre a dignidade humana.

Aliados do governo acusam a grande mídia de conivência com a espetacularização do julgamento. Por que então o Planalto não dá andamento aos projetos de regulamentação e democratização da mídia? Por que não impede a formação de oligopólios? Por que a publicidade financiada pelo governo federal privilegia exatamente veículos de oposição do Planalto?

Em dez anos de governo petista, o Brasil melhorou muito, graças ao aumento real do salário mínimo, à redução do desemprego, à política externa independente, à solidariedade aos governos progressistas da América Latina e aos programas sociais – embora eu lamente que o Fome Zero, emancipatório, tenha sido trocado pelo Bolsa Família, compensatório.

 Amigos “de esquerda” se queixam que os aeroportos estão demasiadamente cheios de famílias de baixa renda. No Nordeste, o jegue foi trocado pela moto. E as multinacionais automotivas continuam a entupir nossas ruas de carros, sem que haja investimento em transporte público.

É o efeito tostines: no Brasil, o produtos são caros porque dependem do sistema rodoviário? Ou os produtos são caros porque os caminhões são abastecidos com petróleo? Temos 8 mil quilômetros de litoral, rios caudalosos navegáveis, e quase nenhuma navegação comercial. E quando se fala em ferrovia se pensa no trem-bala, capaz de transportar a elite no circuito Campinas-São Paulo-Rio e não em trilhos que cortem o país de ponta a ponta, facilitando o escoamento barato de nossa produção.

Sim, o atual governo é muito diferente do governo FHC. E muito semelhante. Prometeu investigar as privatizações – “herança maldita” – do governo anterior, e ficou o dito pelo não dito. E adotou o mesmo procedimento: privatização do Campo de Libra, que abriga petróleo, um produto estratégico; e de rodovias, portos e aeroportos, sem prestar atenção na queda do lucro da Vale após ser privatizada, do valor das ações da Petrobrás depois que 60% delas passaram às mãos do capital privado e na falência da Vasp. E não houve nenhuma iniciativa de reestatização, como fez Evo Morales na Bolívia.

Segundo o IPEA, órgão federal, a desigualdade social entre os mais ricos e os mais pobres no Brasil é de 175 vezes! Por que não são tomadas medidas estruturais para reduzi-la? Em 10 anos de governo petista, houve apenas uma reforma estrutural no Brasil, a da Previdência do funcionalismo público, que favorece o capital privado.

Enquanto o orçamento da República destinar mais de 40% do nosso dinheiro para pagar juros, amortização e rolagem da dívida pública, e menos de 8% para a Saúde e a Educação, o Brasil continuará sonhando em ser o país do futuro.

 

Frei Betto é escritor, autor de “O que a vida me ensinou” (Saraiva), entre outros livros.

Fonte: Correio da Cidadania

Capital paulista terá ônibus noturno a cada 15 minutos em 2014

Secretário de Transportes, Jilmar Tatto, também confirmou integração do Bilhete Único com empréstimo de bicicletas para início do próximo ano

 

São Paulo – O secretário municipal de Transportes de São Paulo, Jilmar Tatto, confirmou no dia 3 que a cidade terá linhas noturnas de ônibus no início de 2014. O sistema deve funcionar com três estruturas complementares, uma acompanhando o trajeto das linhas do Metrô entre 0h e 4h; outra ligando os terminais de ônibus e utilizando os corredores e faixas principais da cidade, e a última saindo dos terminais mais afastados do centro para os bairros.

Segundo Tatto, a ideia é que o serviço funcione a cada 15 minutos entre terminais e nos corredores, e a cada 30 minutos, dos terminais locais para os bairros. “Queremos determinar os horários de chegada, partida e de passagem nos pontos, que poderão ser consultado pela população pela internet ou nas próprias paradas, para que as pessoas não fiquem esperando a condução por muito tempo”, explicou.

Além disso, o secretário também pretende organizar a parada de táxis no interior dos terminais durante a noite. “Assim, se a pessoa perde um ônibus que saiu há pouco tempo, pode optar pelo táxi e não ficar esperando o próximo coletivo.”

Outra demanda do município é que o Metrô libere o uso da área das estações para parada noturna dos coletivos. “Como o Metrô não funciona à noite, as estações são fechadas. Não seria necessário o acesso às plataformas ou saguões, mas iluminação, delimitação de espaços, para que o serviço opere da melhor forma possível”, afirmou. Algumas estações já possuem terminais próprios, como Jabaquara, Pinheiros e Santana, o que reduz a complexidade da demanda.

 

Bicicletas

Tatto comentou também que está em fase final de estudos a integração do Bilhete Único com o sistema de empréstimo de bicicletas Bike Sampa. Com isso, o usuário poderá utilizar o cartão para liberar a bicicleta, após realizar o cadastro no site da empresa. Os testes começaram em maio deste ano, com 100 pessoas cadastradas, e forneceram dados sobre tempo médio de utilização das bicicletas e integrações com o sistema de ônibus e Metrô.

“Queremos que o usuário possa integrar o transporte público com o uso das bicicletas, além das demais formas, de modo a ampliar as possibilidades de escolha de quem anda pela cidade”, disse Tatto.

Ainda não há previsão de como seria realizada a cobrança dos R$ 10 mensais que o serviço custa aos usuários, para manutenção do sistema. Mas a liberação do veículo seria feita com a aproximação do bilhete de um validador semelhante ao utilizado nos ônibus. Hoje é preciso ligar para um serviço telefônico ou utilizar um aplicativo para smartphone.

A tarifa de R$ 10 permite que a pessoa utilize a bicicleta por até 30 minutos, sem cobrança adicional. O veículo é retirado de uma das 134 estações e pode ser devolvido em qualquer outra. Caso a pessoa ultrapasse o tempo, são cobrados R$ 5 para cada 30 minutos. Mais informações sobre o serviço podem ser obtidas na página do Bike Sampa.

 

Fonte: Rodrigo Gomes, da Rede Brasil Atual

Bob’s usou trabalho escravo durante o Rock in Rio, aponta fiscalização

Após investigação, Ministério do Trabalho e Emprego conclui que rede de fast food é responsável pela situação a que 93 pessoas foram submetidas durante o festival

 

São Paulo – Após investigação detalhada, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) concluiu que a rede de fast food Bob’s se aproveitou de trabalho escravo durante o festival Rock in Rio. Ao todo, 93 pessoas, incluindo um adolescente, foram resgatadas por fiscais durante o evento, que reuniu 85 mil por dia entre 13 e 22 de setembro deste ano na capital fluminense. Eles vendiam água, cerveja e refrigerantes como ambulantes dentro da Cidade do Rock, onde o festival foi realizado. O relatório de fiscalização com registro da situação em que os trabalhadores foram encontrados, depoimentos colhidos na época, e documentação apontando a responsabilidade da empresa foi registrado nesta semana na Divisão de Fiscalização para Erradicação de Trabalho Escravo (Detrae), em Brasília.

O Bob’s é hoje a segunda maior rede de fast food e a décima maior cadeia de franquias do Brasil, com 1.011 lojas espalhadas pelo país, de acordo com dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF). No terceiro trimestre de 2013, a Brazil Fast Food Corporation, empresa que controla a marca Bob’s, anunciou R$ 335,7 milhões em vendas totais, um aumento de 26% em relação aos R$ 266,5 milhões no mesmo período em 2012 e creditou esta expansão, entre outros fatores, à participação no Rock in Rio, “onde o Bob’s tinha quatro pontos de venda”. Procurada pela Repórter Brasil, a assessoria de imprensa do grupo negou, em nota, que o caso seja de trabalho escravo e afirmou estar “à disposição das autoridades competentes para continuar prestando todos os esclarecimentos necessários”.

Entre os 93 resgatados, havia trabalhadores de outros estados que não receberam alimentação ou alojamento. Sem auxílio para pagar os aluguéis, eles ficaram em casas alugadas sem saneamento básico na favela Vila Autódromo, em condições degradantes em situação que violava a Norma Regulamentadora 24, segundo o MTE. Outros tiveram de esperar dias do lado de fora da Cidade do Rock pela credencial que daria acesso ao local para iniciar o trabalho. De acordo com o auditor fiscal do trabalho Cláudio Secchin, responsável pela operação, foram analisadas 362 carteiras de trabalho, mas o número de resgatados ficou em 93 porque muitos dos trabalhadores foram embora da cidade antes da finalização da ação, em 3 de outubro.

Para trabalhar, os contratados tiveram que assumir dívidas, o que também contribuiu para a caracterização de trabalho escravo pelos auditores fiscais. Todos foram obrigados a pagar R$ 150 para conseguir a credencial que os permitiria entrar e vender no evento. Muitos dos que ficaram esperando do lado de fora acabaram entrando só depois de comprar ingressos de cambistas.

De acordo com o artigo 149 do Código Penal, há quatro elementos que podem caracterizar o trabalho escravo: trabalhos forçados, jornada exaustiva, condições degradantes de trabalho ou a restrição de locomoção do trabalhador em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto.

Os 93 trabalhadores resgatados foram contratados pelo Bob’s por meio de terceirização ilegal que contraria a súmula nº 331 do Tribunal Superior do Trabalho, de acordo com os fiscais. Para preencher as vagas, a rede de fast food utilizou a empresa To East, que, por sua vez, subcontratou a 3D Eventos. O uso de empresas “interpostas” para contratar empregados para a mesma atividade-fim (venda de bebidas, no caso) é ilegal e, apesar da terceirização em série, para o MTE, não há dúvidas quanto à responsabilidade do Bob’s já que o grupo controlou a emissão das credenciais e o acesso dos contratados ao festival. A Repórter Brasil não conseguiu ouvir representantes da To East e da 3D Eventos sobre o caso.

Após a fiscalização, o Bob’s assinou um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) com o Ministério Público do Trabalho (MPT) e pagou as verbas rescisórias no valor deR$ 102.485,57 em um acordo preliminar. Segundo o MTE, o valor total a ser pago é de R$170.389,57. Com a conclusão do relatório de fiscalização, agora o MPT do Rio de Janeiro pode fazer novas reuniões com a empresa e com a organização do Rock in Rio.

Procurada pela Repórter Brasil, a organização do festival reforçou que “a contratação de funcionários é de responsabilidade, firmada em contrato, dos operadores de bares e lanchonetes” e disse que, “ao tomar ciência das acusações, o Rock in Rio entrou em contato imediatamente com a empresa, nesse caso o Bob´s, para que a mesma tomasse as devidas providências”.

De acordo com o procurador Marcelo José Fernandes da Silva, nessa próxima fase, também poderão ser contemplados os demais trabalhadores não alcançados por essa fiscalização. Caso não haja acordo para impedir que o problema volte a acontecer, o MPT pode entrar na Justiça contra a empresa.

 

Fonte: Rede Brasil Atual

UBES aprova mobilização pela meia-entrada e convoca retomada do “O petróleo é Nosso!”

No último sábado, 30 de novembro, após três dias de debates, o 40º Congresso da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) elegeu, em sua plenária final, a nova diretoria da entidade, levando à presidência a estudante carioca Bárbara Melo. A chapa, composta pelos movimentos Vem pra rua, Mutirão, Para todos, Kizomba, Quilombo, Mudança e Reinventar, obteve 82% dos votos, totalizando 1.815 delegados.

 

PELA APROVAÇÃO DO PL QUE REGULAMENTA A MEIA-ENTRADA

Entre as propostas aprovadas no Congresso está a mobilização em defesa do projeto de Lei (PLS 188/2007) que regulamenta a meia-entrada, que está prestes a ser aprovado no Senado. Também foi aprovada no Congresso a convocação da Jornada Nacional de Lutas de 2014 que irá retomar a campanha “O Petróleo é Nosso!”.

Conforme a resolução de Movimento Estudantil, aprovada pelos estudantes, “após a nefasta MP 2208, publicada em 2OO1, qualquer papel passou a servir para comprovar o direito do estudante à meia-entrada e as fraudes cresceram de maneira absurda. Por isso dobraram os valores dos ingressos, fazendo com que os estudantes paguem inteira e os trabalhadores, que não recorrem as falsificações, paguem o dobro. Estamos próximos de aprovar o PL que além de acabar com as fraudes, devolve ao movimento estudantil o seu principal instrumento de financiamento, autonomia e organização. Por isso na terça-feira, 3 de dezembro, faremos uma grade mobilização em Brasília pela aprovação desse projeto. Essa será uma grande vitória para o Movimento Estudantil, a primeira lei nacional de meia entrada”.

 

NÃO AOS LEILÕES DO PRÉ-SAL!

A campanha contra a privatização do pré-sal também foi pauta do Congresso e na resolução de “Conjuntura Nacional” os estudantes condenaram os leilões. “Com a descoberta do pré-sal e suas novas reservas de bilhões de barris, o Brasil se posiciona entre os maiores produtores do mundo. Essa riqueza é a grande chance do Brasil solucionar os problemas que castigam nossa população. Por isso, a presidenta Dilma ao realizar o Leilão, e não garantir o monopólio da Petrobrás na exploração, fez o Brasil perder bilhões de dólares. Além disso, mais de 90 entidades, entre elas UBES, UNE, FUP, CUT, CGTB, CTB e MST, escreveram uma carta a presidenta Dilma se posicionando contra o Leilão e solicitando uma audiência para discutir o assunto com o governo”.  

“O pedido de diálogo foi solenemente ignorado, e além de não ter recebido as entidades, também mobilizou mais de mil guardas da Força Nacional e soldados do Exército. As tropas não tinham como objetivo garantir a realização do leilão, mas sim impedir a sociedade brasileira de protestar contra a entrega de suas riquezas. O resultado do Leilão foi que mais de 40% da exploração foi entregue para dois principais representantes dos monopólios da área do petróleo (Shell e Total). Nossa luta contra os leilões continua porque o governo já anunciou os próximos leilões para o ano de 2014. Grandes são os desafios, porém, maior ainda é o engajamento dos estudantes brasileiros para transformar o Brasil no país dos nossos sonhos”, afirma o documento.

 

PNE

A imediata aprovação do Plano Nacional de Educação (PNE) também foi uma das principais bandeiras do 40º Congresso da UBES. O PNE dita as diretrizes da educação pelos próximos 10 anos e é fruto  de mobilizações a partir dos processos de conferências em diversas cidades e estados no Brasil.

“A Conferência Nacional de Educação em 2010 formulou e encaminhou ao Congresso um PNE debatido por diversas pessoas do setor educacional, movimento estudantil e professores. Desde então, este projeto se arrasta de comissão em comissão. Todavia, no dia 26 de Junho de 2012 estudantes de todos os cantos do país com a UBES e a UNE ocuparam a Comissão de Educação da Câmara e arrancaram a vitória emblemática dos 10% do PIB para a Educação Pública. Vitória de extrema importância para a luta pela erradicação do analfabetismo, pela educação básica de qualidade, pela universalização do ensino superior, o que nos levará a superar programas emergenciais como o PROUNI, FIES E PRONATEC”, afirma resolução da entidade.  

Para a UBES é urgente “a aprovação imediata do PNE pelo Congresso Nacional contemplando os investimentos de 10% PIB para a educação pública”. 

ANP desconhece SBPC e Ministério Público e faz leilão do gás

Quase sem divulgação e à revelia das manifestações de diversos setores da sociedade,  a Agência Nacional de Petróleo (ANP) promoveu mais uma rodada de licitações – a sua 12ª. – desta vez para exploração de gás no subsolo do Brasil usando inclusive a técnica de fracionamento de rochas, o  “fracking”,  proibida em vários países por destruir o meio ambiente e as reservas naturais de água. A ANP realizou o leilão apesar das manifestações contra do Ministério Público Federal e da Sociedade Brasileira pelo Progresso da Ciência (SBPC). (A presidente da ANP ignorou os protestos)

Previsto para durar dois dias, o leilão levou apenas três horas e contou com a participação de 12 empresas, oito nacionais e quatro estrangeiras. Ao todo, foram arrecadados R$ 165,9 milhões e o segundo dia foi cancelado. Dos 240 blocos ofertados, apenas 72 foram arrematados e das sete bacias sedimentares onde se localizam os blocos, duas não tiveram qualquer oferta – a de Parecis e a de São Francisco.

O leilão estava previsto para continuar na sexta-feira, mas foi encerrado devido a falta de interesse  pelo negócio que fez com que a arrecadação ficasse abaixo das expectativas. Caso todos os blocos tivessem sido vendidos, ainda que pelo valor mínimo, a arrecadação teria sido de ao menos R$ 2,2 bilhões. 21 empresas estavam habilitadas a participar do leilão.

O vice-presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobrás (Aepet), Fernando Siqueira, condenou o leilão pelo fato da ANP ter liberado para a exploração “áreas de folhelhos que estão embaixo dos principais aquíferos brasileiros,  inclusive o Aquífero Guarani na fronteira com a Argentina, o  Uruguai e o Paraguai”.

Segundo Siqueira, “há perigo imenso e quase iminente de contaminação e, além disto, nós brasileiros não precisamos desta  tecnologia não consagrada e não dominada, o fracking, para produzir gás”. A diferença entre o gás natural convencional e não convencional está na condição em que se encontram na natureza e, automaticamente, na dificuldade ou facilidade em seu processo de exploração.

O convencional é encontrado em reservatórios de maior porosidade; já os gases não convencionais têm exploração mais complexa, pois são encontrados em rochas denominadas  folhelhos, impossibilitando a extração através da tecnologia tradicional.

Uma das informações que a ANP está sonegando à opinião pública brasileira, na opinião de Fernando Siqueira, é que o processo de fracking exige muita água e as empresas multinacionais que irão produzir esse gás usarão os aquíferos brasileiros – sem nenhum tipo de restrição porque a ANP  está deixando a questão ambiental a cargo das empresas interessadas: “Isto é um absurdo’,  condenou Siqueira.

O leilão englobou sete bacias sedimentares com potencial para gás natural, ofertando 240 blocos exploratórios que vão desde o Acre até São Paulo, passando por 12 estados brasileiros. A área compreendida para a rodada que a ANP promoveu sem dar qualquer esclarecimento à opinião pública – totaliza 168.348,42 km².

 

Fonte: Portal do PDT

Requião: “Sucesso dos leilões de aeroportos é um engodo”

“Quando o assunto é privatização, o governo, a mídia e a oposição, por maior que seja a barbaridade cometida, estão todos juntos. Por isso que eu tenho dito que nada mais me parece o Fernando Henrique (Cardoso) no poder do que a nossa presidenta Dilma (Rousseff)”, afirmou o senador Roberto Requião (PMDB/PR) nesta terça-feira (26).

Requião citou o leilão dos aeroportos de Confins (Minas Gerais) e Galeão (Rio de Janeiro). “Então eles dizem: entrarão no cofre da União R$ 20,8 bilhões. Minha gente, R$ 10,24 milhões vão sair dos cofres da Infraero, que é uma estatal, que terá 49% dos consórcios”, afirmou.

“Além disso, noticia-se que o BNDES deve financiar até 70% dos investimentos previstos no Galeão. E tudo isso durante 25 a 30 anos. E eles não contabilizam o fato de que hoje os aeroportos – que são da União – já estão recebendo taxas de embarque e alugueis de espaços. Portanto, estes R$ 20,8 bilhões que serão recebidos ao longo de 25 a 30 anos não têm esta magnitude toda”, garantiu.

Requião também ressaltou que as empresas privadas que receberão dinheiro do BNDES vão fazer as obras pelo preço que quiserem e terão lucros aumentados pelas taxas e alugueis pagos pelos passageiros e usuários. “Portanto isto não foi nem uma privatização, nem uma concessão. Isso tudo não passou de uma ‘ação entre amigos’, doação de aeroportos públicos brasileiros a grupos privados”, finalizou.

 

Veja o vídeo no link abaixo:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: Portal Viomundo

PL que regulamenta meia-entrada é aprovado em Comissão e vai a Plenário do Senado

A Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) do Senado aprovou, nesta terça-feira (26), substitutivo da Câmara dos Deputados a projeto de lei do Senado (PLS 188/2007) que regulamenta o benefício da meia-entrada em espetáculos artísticos, culturais, esportivos e de entretenimento.

Os integrantes da comissão também aprovaram pedido de urgência para exame da matéria em Plenário. O requerimento foi apresentado pelo relator da matéria na comissão senador Vital do Rêgo (PMDB-PB). A expectativa é de que o pedido seja confirmado prontamente pelos líderes partidários, para que a matéria seja agendada para votação final ainda nesta terça.

Para terem direito ao benefício, os estudantes devem comprovar a escolaridade por meio da apresentação da Carteira de Identificação Estudantil (CIE) emitida pelas entidades estudantis.  A confecção da CIE deverá seguir modelo único nacionalmente padronizado e publicamente disponibilizado pelas entidades estudantis qualificadas em lei e, mediante certificação digital, pelo Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI).

Na justificação, os autores do projeto lembram a tradição da meia-entrada e registram que, historicamente, quem se responsabilizava pela emissão das carteiras eram as entidades estudantis. No entanto, a partir da Medida Provisória (MP) nº 2208, 17 de agosto de 2001, os estabelecimentos de ensino também foram autorizados a emitir o documento, o que permitiu a proliferação de documentos falsos, acarretando a elevação dos preços dos ingressos e o fim da meia-entrada na prática. O projeto agora em exame propõe, junto com as novas regras, a revogação da MP 2208. 

 

Informações: Agência Senado

MUTIRÃO! NÃO À PRIVATIZAÇÃO DO PRÉ-SAL! – Teses ao 40º Congresso da UBES

Na década de 40 os estudantes brasileiros sacudiram o país de norte a sul com a campanha “O Petróleo é Nosso!”. Vanguardeados pela UNE, estudantes universitários e secundaristas transformaram as ruas, escolas e universidades em palcos de uma das mais bonitas lutas que esse país já viu. O resultado dessa campanha foi a criação da Petrobrás pelo presidente Getulio Vargas e a garantia que o petróleo seria dos brasileiros e a riqueza que dele viesse se   transformaria em investimentos para a construção de um Brasil melhor.

Em 2006, a Petrobrás anuncia a descoberta de petróleo na camada pré-sal. Em seus 60 anos de história, a Petrobrás chegou a uma reserva de cerca de 15 bilhões de barris e só o campo de Libra, o maior do Pré-Sal, tem uma estimativa inicial de 15 bilhões de barris. Para descobrir o pré-sal, localizar seus poços, medir a quantidade de petróleo e desenvolver tecnologia para conseguir tirar o petróleo a mais de 8.000 metros de profundidade, foram investidos anos de esforços.

Porém, recentemente fomos surpreendidos pela proposta da presidente Dilma de vender toda essa riqueza, conquistada a duras penas por nós brasileiros. Acometida de um surto neoliberal e entreguista, a presidente desenterrou das catacumbas as ideias privatizantes dos anos FHC e marcou o leilão do campo de Libra.

Sabendo que tal traição não passaria batida, a presidente convocou para a frente do hotel onde se daria o leilão o exército e a força nacional de segurança (mais uma vez lembrando os anos FHC) para descerem o sarrafo nos estudantes e trabalhadores que lá estavam protestando em defesa do Brasil e contra o crime que lá acontecia.

Neste congresso da UBES o movimento MUTIRÃO convoca todos os estudantes a reeditarem a campanha do “Petróleo é Nosso!” e impedirem que o suor, sangue e sonho de tantos brasileiros que construíram a Petrobrás e levou ela até o Pré-sal seja trocado por trinta moedas. É hora de pintar nossos rostos de verde e amarelo, tomar as ruas, parar o Brasil e dizer em alto e bom som:

 

O PETRÓLEO É NOSSO! CONTRA A PRIVATIZAÇÃO DO PRÉ-SAL!

 

Confira o conteúdo da Tese clicando nos títulos abaixo:

 

Pela volta do direito à meia-entrada

O petróleo é nosso! Não à privatização do pré-sal!

PNE: 10% do PIB para a educação PÚBLICA já!

Estudantes conquistam dinheiro do petróleo para a educação

Aprovação automática = ignorância continuada

Movimento Mutirão

 

Barbosa prende réus antes do julgamento findar para coagir STF a indeferir embargos

Flexibilização do governo Dilma em outras áreas abriu espaço para atentados contra a justiça feitos pelo STF

 

A arisão dos acusados na Ação Penal 470 (AP 470), em especial de José Dirceu e José Genoino, é o maior escândalo judiciário já acontecido no país. Nunca, mesmo em momentos infelizes do passado, o mais importante tribunal do país, o Supremo Tribunal Federal (STF), foi tão amesquinhado – e por um presidente que tem um profundo desprezo pelo Direito, pela Constituição que lhe cumpre guardar, pela lei, a ponto de ser ignorante dela, e por qualquer debate legal que não seja mero espelho dos seus rancores longamente aquecidos na medíocre chocadeira da sua alma.

Depois de Lula, José Dirceu, José Genoino, e outros companheiros, são a condensação da história progressista do PT e parte do que há de melhor na História do Brasil. Por isso estão sendo perseguidos. Por isso estão presos, sem que nenhum crime tenha sido provado. Daí os múltiplos orgasmos da mídia diante de sua prisão ilegal: a infâmia sempre dá prazer aos infames.

Para que fossem presos era preciso, pela lei, que houvesse “trânsito em julgado” – ou seja, que o julgamento acabasse com a sentença proferida, com os recursos a ela esgotados. Mas isso não existia. Logo, apareceu um “trânsito julgado parcial”, que um advogado denominou “coisa medonha”.

 

JURISPRUDÊNCIA

Diz o nosso Código de Processo Civil:

“Art. 467. Denomina-se coisa julgada material a eficácia, que torna imutável e indiscutível a sentença, não mais sujeita a recurso ordinário ou extraordinário(grifo nosso).

Os juristas têm a sua linguagem especial. Mas o que isto quer dizer, corresponde ao bom senso: não existe “coisa julgada” – ou “trânsito em julgado” – antes que um julgamento acabe, antes que sejam esgotados todos os recursos.

Mas o ministro Barbosa, como jurista, é um fatiador de mortadela: assim como fatiou o próprio julgamento, agora quer fatiar a sentença – para prender Dirceu e Genoíno antes que exista sentença.

O mundo não vale um apartamento em Miami. Mas, para Barbosa, que se dane o fato de existir jurisprudência contra a mortadelização do Direito, que deu origem à única súmula de tribunal superior sobre a questão (STJ, Súmula nº 401 de 07/10/2009).

Por exemplo:

Sendo a ação una e indivisível, não há que se falar em fracionamento da sentença/acórdão, o que afasta a possibilidade do seu trânsito em julgado parcial” (STJ, julgamento do Recurso Especial nº 404.777 – DF. Relator: ministro Peçanha Martins, 09/06/2003).

Como diz o relator desse julgamento, sentença e fim do processo são a mesma coisa: “como enfatizado pelo Eminente Ministro Paulo Medina: ‘sentença é o ato pelo qual o juiz põe termo ao processo’” (STJ, proc. cit., pág. 10).

Não tem a menor importância que um réu não haja recorrido contra parte de uma decisão judicial que o condenou. Nem assim ele pode ser preso, por conta dessa “parte irrecorrida” (ou seja, da parte contra a qual ele não recorreu), antes da conclusão do julgamento: “a parte irrecorrida da sentença só adquire a eficácia de coisa julgada material quando a sentença/acórdão, em sua inteireza, na sua integridade, quando certa e líquida (se possível), põe termo ao processo, o extingue resolvendo todas as questões, extinguindo, pois, a lide” (idem, p. 12 – o relator, ministro Peçanha Martins, cita os artigos do Código de Processo Civil que fundamentam a sua sentença: arts. 162, § 1º, 163, 267 e 269).

E, mais claramente ainda: “… a sentença não pode ser dada pela metade (…). Dizem, porém, que a coisa julgada pode ocorrer em capítulos? Não há essa possibilidade. (…). … a ação e a sentença não se repartem; a ação é uma só e a sentença deve extinguir a lide. E só a sentença que extingue a lide tem força de coisa julgada material” (idem, p. 14, grifo nosso).

Esses aspectos jurídicos demonstram a aberração tera-tológica que é a prisão de Dirceu e Genoino. Mas, por que recorrer a tais abusos, ao fascismo despudorado – diante dos quais a palavra “chicana”, tão ao gosto de Barbosa, desfalece, de tão fraca – por cima das leis e de qualquer senso de justiça, fazendo com que os nossos juristas, inclusive os mais conservadores, para sua honra, protestem em peso?

Evidentemente, porque os réus são inocentes. Senão, bastariam as provas. Como não as há…

As reações da presidente Dilma a esse escárnio à justiça, às leis e à soberania popular – que ela jurou defender – são os sintomas da sua responsabilidade. Pois é evidente, para quem quiser ver, que seu recuo em relação à Lula, seja em relação à mídia mais reacionária – que Lula denunciava e Dilma bajula -, seja em relação aos tucanos – que ela crescentemente promove ao governo –, seja em relação a quase todas as questões econômicas nacionais, abrindo o país aos inimigos, derrubando os limites que Lula estabelecera – privatizações, entrega do petróleo do pré-sal, conchavos com o Tesouro dos EUA para desnacionalizar a nossa infraestrutura, etc. – são o pano de fundo, o caldo de cultura, aquilo que permitiu a avacalhação de nossas leis para que se prendessem os próprios companheiros de Dilma no PT.

Que ela não queira condenar a injustiça nem quando a vida de um companheiro – José Genoino – está em risco, pode parecer apenas mero e desumano eleitoralismo, a reeleição antes de um ser humano que lutou bravamente para colocá-la na Presidência. Mas, antes de tudo, reflete a opção que fez por ser uma continuidade não de Lula, mas de Fernando Henrique.

Isso destampou o esgoto para onde Lula remetera alguns anos de indignidade, antes de sua Presidência. Até valores elementares – a verdade, a justiça, a nação, por exemplo – passaram a ser outra vez desrespeitados, e de modo mais histérico ainda. A prisão ilegal de Genoino e Dirceu é o que deixa mais nítido esse destampamento, esse desrespeito, essa histeria – e a capitulação que conduziu a isso.

 

IMPROPÉRIOS

Na quarta-feira, dia 13, Barbosa estava perdendo o julgamento (desculpe-nos os juristas essa linguagem de jogo de futebol, mas é assim que o atual presidente do STF vê as coisas). Ao tentar extinguir os recursos de alguns réus (embargos infringentes), sem que o tribunal os apreciasse, simplesmente por classificá-los de “protelatórios”, foi derrotado pela posição do ministro Teori Zavascki, apoiada pelos ministros Celso de Mello, Rosa Weber, Ricardo Lewandowski, Marco Aurélio Mello e Carmem Lúcia.

Barbosa prorrompeu em impropérios contra os colegas e contra o próprio tribunal que preside, acompanhado pelo notório Gilmar Dantas, aliás, Mendes. O objetivo era impedir que os recursos (embargos infringentes) de Dirceu e outros fossem devidamente apreciados e aprovados.

Esse objetivo ficou claro quando o ministro Zavascki levantou a incoerência das penas a que foram condenados os réus. Disse Barbosa: “nós não vamos nunca terminar este julgamento. A cada embargo, nós vamos revisitar o mérito, o que foi decidido no ano passado”. Apoiado pelos ministros Ricardo Lewandowski e Marco Aurélio Mello, Zavascki respondeu que os recursos anteriores (“embargos declaratórios”) não haviam recebido a atenção devida. Mas tudo o que Barbosa queria era fugir dessa discussão – a única que interessa quando se quer fazer justiça: se as penas foram adequadas ou não.

Ainda que em termos atenuados, o STF aprovou a prisão – mas não o recolhimento à penitenciária de réus, como Dirceu e Genoino, que estavam condenados a cumprir penas em regime semi-aberto, o uso de algemas (proibidas apenas quando o preso é algum escroque) no avião, etc., etc.

Alguém já disse, no passado, que o fascismo é a bandidagem política. Deveria ter acrescentado que a bandidagem política pode se disfarçar de bandidagem judiciária – o que o deixa mais longe, e não mais perto, do direito e da justiça.

 

CARLOS LOPES

Texto extraído da Hora do Povo – Edição 3.205

EE Caetano Miele: estudantes realizam Feira Cultural e reabrem escola aos finais de semana

Os estudantes e a direção da Escola Estadual Caetano Miele conquistaram uma antiga reivindicação: após 5 anos de luta, a escola será reaberta aos finais de semana para os alunos, professores, pais e comunidade escolar, para atividades culturais, de esporte e lazer, através do Programa Família.

Nos últimos dias 8 e 9 de novembro foi realizada na escola a Feira Cultural, que junto com o Programa, realizou atividades como Cineclube, que apresentou o tema “Acabar com a fome”, além de distribuição de brindes, atividade gastronômica, de reciclagem, e apresentação esportivas.

“A Feira Cultura foi ótima, com diversas atividades que

integraram bastante os alunos. Agora, com a escola aberta aos finais de semanas, vamos poder aproveitar 

bem esse espaço, com participação cada vez maior dos alunos”, afirmou Thaisa Maria, estudante da escola e diretora do departamento feminino da UMES, destacando que o apoio da vice-diretora Eliana Araújo tem ajudado bastante.

O Programa Família será realizado todos os finais de semana. A escola será aberta 9h às 16h. No calendário, já estão previstos campeonatos de xadrez, apresentações esportivas e palestras.