Getúlio lança a Petrobrás: “no petróleo, o controle nacional é imprescindível”


Em dezembro de 1951, quando enviou ao Congresso o projeto de criação da Petrobrás, na mensagem que o acompanhou, considerava o presidente Getúlio Vargas:

“É fora de dúvida, como o demonstra a experiência internacional, que, em matéria de petróleo, o controle nacional é imprescindível. O Governo e o povo brasileiros desejam a cooperação da iniciativa estrangeira no desenvolvimento econômico do País, mas preferem reservar à iniciativa nacional o campo do petróleo, sabido que a tendência monopolística internacional dessa indústria é de molde a criar focos de atritos entre povos e entre governos. (…) será essa empresa genuinamente brasileira, com capital e administração nacionais”.

Os motivos desta opção, além do que já foi dito, são demonstrados nesse mesmo documento – uma obra para ser não apenas lida, mas estudada – com fundamentação perfeitamente atual. Nele, também, Getúlio descreve a situação do Brasil, diante do problema do petróleo, naquela época. Trata-se de algo que seria angustiante, se não soubéssemos, até pela mera experiência cotidiana, que conseguimos superar àquela situação dificílima, exatamente devido à Petrobrás. Ao invés de se intimidar perante as dificuldades, Getúlio colocou o país no caminho de sua superação.

No entanto, hoje, quando a situação, com a descoberta do pré-sal, nunca foi tão fácil, reaparecem aqueles que não conseguem apreender as lições de mais de 60 anos atrás, colocadas em evidência – mais ainda – pelo contraste que foi o desastre tucano-entreguista na área do petróleo.

Por essa razão, achamos de bom alvitre seguir a sugestão de uma leitora – a ex-vereadora paulistana Lídia Correa – e publicar a mensagem em que Getúlio expôs a necessidade da Petrobrás. É um texto longo, mas, com exceção de alguns parágrafos referentes à relação da empresa com o Conselho Nacional do Petróleo, preferimos reproduzi-la na íntegra. O leitor perceberá por quê.

 

C.L.

 

GETÚLIO VARGAS

 

Senhores Membros do Congresso Nacional:

Tenho a honra de submeter à consideração de Vossas Excelências o anexo projeto de lei destinado a criar a sociedade por ações Petróleo Brasileiro S. A., para levar a efeito a pesquisa, a extração, o refino, o transporte de petróleo e seus derivados, bem como quaisquer atividades correlatas ou afins, através de empreendimentos à altura das necessidades nacionais de combustíveis líquidos.

Em complemento a esse projeto, submeto separadamente um outro, relativo aos recursos tributários essenciais ao programa nacional de combustíveis líquidos e lubrificantes, no qual se asseguram também recursos para a ampliação do Fundo Rodoviário Nacional. Constituem os dois uma unidade, mas ao Governo pareceu de bom aviso separá-los, para facilitar o trabalho legislativo, possibilitando, sem risco de dilações na discussão de questões novas, a aprovação, no menor prazo possível, do projeto que reajusta tributos já existentes e constantes do orçamento.

A análise da situação internacional e de todo o problema do suprimento regular de derivados do petróleo, de que dependem o desenvolvimento econômico e a segurança da Nação, levou o Governo a concluir que se impõe um grande esforço no sentido de acelerar e ampliar os empreendimentos nacionais, nesse setor de atividade. A base da experiência já adquirida no trato dessa questão e mantendo as linhas mestras da legislação cm vigor, cumpre empreender e levar a termo as tarefas que a política nacional de combustíveis líquidos reclama e as próprias circunstâncias internacionais tornam inadiáveis.

Ao Poder Executivo afigurou-se imperioso, em face dos interesses nacionais, apelar para os recursos financeiros e humanos da Nação, com o fim de reduzir, em prazo relativamente curto, o grau de dependência em que se encontra o País, quanto ao seu suprimento de derivados do petróleo. Esse o objetivo a alcançar com a execução das leis que ora solicito ao Congresso.

 

O PROBLEMA

O consumo nacional de derivados do petróleo acusa uma ascensão regular, que traduz o desenvolvimento das atividades do País, não só quanto ao transporte mas também quanto à indústria.

No entanto, como é ainda incipiente a produção nacional de petróleo, essa ascensão constante do consumo implica necessariamente num aumento das importações, com dispêndios crescentes de divisas, que poderão ser empregadas na compra de outras utilidades estrangeiras, quando o permitir a produção brasileira de óleo mineral. O crescimento das importações de derivados de petróleo processa-se, aliás, quanto a volume e valor, em ritmo mais acelerado do que o das outras mercadorias que adquirimos no exterior. A percentagem das divisas despendidas com a sua cobertura tende a aumentar, no tempo, de forma a causar apreensões em relação à regularidade futura de suprimento, ao País, de tais produtos.

De fato, a valor das importações de petróleo e derivados que, em 1939, correspondeu a 7% do valor da totalidade de nossas aquisições externas, em 1946 representou 7,6% e, em 1930, 11,3%.

No ano em curso, essa relação deverá ultrapassar 13%, apesar do aumento considerável das importações globais, aproximando-se de Cr$ 4,0 bilhões as compras externas do petróleo e derivados. Para todo o quinquênio 1951-1955, as previsões são de ordem de Cr$ 27 bilhões, à base dos preços atuais.

Em volume, o consumo nacional de derivados do petróleo, quase totalmente suprido através das importações, cresceu em média de 6,4% de ano para ano, no decênio de 1931 a 1940. No decênio seguinte, 1941-1950, o crescimento médio anual foi de 11,9%. Desde o término da II Grande Guerra, porém, o aumento do consumo entrou a acelerar-se, ainda mais, acusando a média de 19,5% de ano para ano, no quinquênio 1946-1950. De 1949 para 1950, esse aumento atingiu 22,3%, havendo indício, entretanto, de que se atenuará de forma a situar-se em menos de 20% nos próximos anos. Esse ritmo de aumento de consumo é, por um lado, alarmante, embora, por outro, altamente auspicioso.

O estudo do problema permite prever a duplicação do consumo nacional de derivados do petróleo de 1950 para 1955. O consumo, expresso na unidade comumente usada, atingiu no ano passado a cifra de 100 mil barris por dia, devendo alcançar ou ultrapassar 200 mil barris ao findar o quinquênio 1951-1955.

Esses algarismos mostram que as refinarias em construção ou concedidas, até agora, não bastarão para industrializar sequer 50% do petróleo necessário ao consumo do País em 1955. Quanto à frota de petroleiros, já adquirida, tem capacidade para suprir, nas distâncias médias em que os transportes deverão processar-se, somente cerca de 20% dos volumes a serem então consumidos. A produção atual do óleo bruto, na única província petrolífera em exploração, corresponde, apenas, a 2,5% do consumo interno, embora sua capacidade seja maior e considerável sua importância para o nosso suprimento, dada a qualidade do óleo bruto baiano.

É evidente, portanto, que o problema apresenta-se como de suma gravidade, em face das perspectivas de perturbação no comércio internacional de petróleo e da própria limitação da capacidade de pagamento do Brasil, mesmo que haja disponibilidade do produto no exterior. Não podemos desprezar os reflexos da crise anglo-iraniana e de toda a conjuntura internacional, sobre o suprimento de combustíveis do nosso País.

Na realidade, portanto, o problema não comporta solução à base exclusiva da importação da matéria-prima em bruto, para ser refinada no País. Já os preços do petróleo bruto, atualmente vigentes no mercado internacional, limitam os lucros da industrialização e, assim, reduzem em pouco o dispêndio de divisas com o refino da matéria-prima importada. Somente a produção interna, em volumes compatíveis com o consumo, permitirá assegurar o desenvolvimento da economia nacional naquilo que dependa dos combustíveis líquidos. Para esse fim torna-se indispensável adotar medidas econômicas de amplitude correspondente à extensão e à complexidade do problema.

Cabe acentuar que o problema nacional do petróleo não se limita ao atendimento da demanda atual ou da prevista, conforme as linhas acima, até 1955: a produção do petróleo, dentro das possibilidades que tivermos, está entre aquelas produções básicas que, voltadas para as necessidades nacionais, marcarão o compasso do nosso desenvolvimento geral.

Nossa indústria, ainda incipiente quanto às possibilidades a curto prazo, mas já com uma elevada taxa de crescimento, e as condições geográficas do País, que impõem a expansão do tráfego rodoviário e aéreo, além do emprego de combustíveis líquidos em navios e locomotivas, tendem a agravar cada vez mais a nossa dependência em relação ao petróleo.

Para podermos acelerar o progresso do País, desenvolvendo os transportes rodoviários, aeroviários, a dieselificação das ferrovias, a navegação, a mecanização da agricultura e as indústrias básicas e de consumo, numa taxa maior do que se verifica presentemente, o consumo de derivados do petróleo deverá aumentar ainda mais. As rodovias dependem do petróleo para a pavimentação de suas pistas e para os seus veículos. A solução do próprio problema da casa popular está intimamente relacionada com a produção de cimento e de outros materiais de construção, que implicam em alto consumo de combustíveis. Muitas indústrias de alimentação também dependem em alta escala do petróleo. Poderíamos multiplicar exemplos.

Cabe ainda não esquecer a polimorfa contribuição do petróleo e seus derivados para o desenvolvimento da indústria química e as novas perspectivas abertas pela produção de sintéticos, estreitamente vinculada à técnica da industrialização do óleo mineral.

Os índices do consumo nacional de petróleo são ainda muito baixos, em comparação com os de outros países. Esse consumo em 1950 foi, per capita, de 0,6 de barril por ano, enquanto, com base nos dados de 1947-1948, esse índice foi na Argentina de 2,9, no Uruguai de 1,5, na média da América do Sul de 1,6 e nos Estados Unidos de 14 barris. No balanço energético do País, a contribuição do petróleo está em cerca de 100/0, enquanto que a lenha ainda contribui com 80%. Nos Estados Unidos, aquela percentagem é de 42%, ficando 46% para o carvão mineral.

Dessa forma, é o petróleo um fator básico para a emancipação econômica e o bem-estar social do nosso povo.

Não podemos, portanto, mostrar fraqueza ou retardo na verificação e aproveitamento das nossas jazidas de óleo mineral, em escala compatível com os recursos financeiros e técnicos que pudermos mobilizar, sob perfeito controle, e devidamente considerada a expansão dos outros ramos da economia do País. E devemos pensar até na produção de excedentes para exportação, melhorando assim nossa capacidade de importar outros bens essenciais à produção e ao consumo. Nessas condições, a produção do petróleo influirá decisivamente na posição internacional do Brasil.

 

EMPREENDIMENTOS

Tendo em vista as necessidades mais urgentes e as possibilidades de captação de recursos financeiros para inversão em empreendimentos relativos ao petróleo, determinei a elaboração de um programa para a atuação do poder público, de 1952 a 1956, com o fim de lançar essa indústria, através da empresa cuja criação ora é proposta, em bases tais que lhe assegurem condições para se consolidar e desenvolver, em curto prazo e na escala suficiente.

Visa-se, essencialmente, intensificar a pesquisa nas áreas potencialmente petrolíferas, avaliar as jazidas já descobertas na Bahia, desenvolver a produção nessas jazidas e nas que forem identificadas noutras regiões, como resultado dos trabalhos de pesquisa; enfim, realizar os empreendimentos necessários à extração do petróleo bruto nas áreas reconhecidas como potencialmente produtoras. Os depósitos já identificados na Bahia avaliam-se em cerca de 50 milhões de barris de óleo bruto, ou seja, o equivalente a pouco mais de um ano de consumo atual do País. Há necessidade urgente de delimitar e avaliar toda a província petrolífera, para fundamentação da política de refino a ser seguida, à base do óleo parafínico baiano. No Maranhão, na Amazônia e na bacia do Paraná, os trabalhos de pesquisa mal se iniciaram e precisam adquirir um ritmo capaz de possibilitar a revelação pronta da existência, ou não, de óleo mineral em quantidades comerciais.

Ao lado desse programa de pesquisa e exploração dos recursos petrolíferos da Nação, é desejável, com o fim de poupar divisas, ampliar a rede de refinarias em construção ou concedidas, para que disponhamos, até fins de 1956, de uma capacidade aproximada de refino superior, em cerca de 100 mil barris diários, à prevista atualmente. Dessa forma, as diversas regiões consumidoras irão sendo dotadas de instalações de desdobro do óleo bruto importado ou produzido no País, encaminhando-se o problema para a solução adequada, à base da exploração das jazidas nacionais.

A ampliação da frota petroleira, para que se tenha assegurado o transporte de uma parte substancial do óleo bruto e dos derivados consumidos no País, é um terceiro ponto do programa elaborado. Caso se inicie e se desenvolva a produção nacional, reduzir-se-á a expansão necessária na tonelagem marítima em confronto com a que seria reclamada pelo carreamento dos produtos importados do exterior. É de presumir que a própria operação dessa frota proporcione recursos para a sua manutenção e ampliação.

Além dos três pontos assinalados, a programação dos empreendimentos relativos a petróleo abrange a intensificação das pesquisas e a industrialização do xisto betuminoso.

Para a progressiva execução do conjunto do programa exposto, irá sendo preparado pessoal técnico de nível superior, mediante estágios nos países em que a indústria do petróleo se acha mais desenvolvida, bem como operariado qualificado nacional.

O trabalhador brasileiro tem revelado, nos trabalhos de campo e de refinação de petróleo, confirmando aliás o que se tem verificado em outras indústrias, capacidade de apreender rapidamente as técnicas modernas. Promover-se-á ainda a pronta ampliação dos quadros, mediante contrato e fixação de elementos técnicos, o que permitirá intensificar a preparação do pessoal nacional.

O conjunto desses empreendimentos, para ser levado a efeito, exige recursos financeiros de vulto, que se torna indispensável captar e aplicar, de forma adequada e em tempo hábil.

 

INVESTIMENTOS

Numa estimativa preliminar das inversões a serem realizadas, durante os próximos anos, chegou o Governo à conclusão de que são necessários, pelo menos, Cr$ 8 bilhões de novos recursos líquidos, para os empreendimentos programados e com perfeita possibilidade de execução. Essa estimativa compreende inversões em refino num montante aproximado de Cr$ 2 bilhões, de cerca de Cr$ 1 bilhão em equipamentos de transporte e de cerca de Cr$ 5 bilhões em pesquisas e produção, ou seja, para este último setor de atividades, Cr$ 1 bilhão, em média anual, de 1952 a 1956.

O programa básico é moderado, face à magnitude e importância do problema, conquanto as cifras globais se afigurem de grande vulto; é que os dispêndios se estenderão por todo um quinquênio, compreendendo mesmo o primeiro ano do próximo período governamental, de forma a assegurar o pleno desenvolvimento dos planos iniciais e possibilitar a formulação, pelo novo Governo, com tempo suficiente, do programa ulterior. O Governo, porém, se empenhará em ampliar e antecipar a realização do programa, contando com os recursos extraordinários possíveis e previstos no projeto de lei, inclusive os resultantes das aplicações imediatamente rentáveis.

Evidentemente, a aplicação dos recursos deverá processar-se de maneira flexível, conforme a marcha da execução do programa, que poderá reclamar a concentração de esforços numa nova província petrolífera descoberta. Nesse caso, os recursos financeiros mobilizados poderão apresentar-se até mesmo insuficientes; mas tal será o significado econômico da descoberta, que a captação de recursos financeiros adicionais poderá ser levada a efeito em bases diferentes daquelas agora propostas.

 

RECURSOS

Na busca de fontes onde obter os recursos de que o Brasil necessita, para empreender e levar a cabo o programa de trabalhos acima expostos, o Governo teve em vista ligar aos empreendimentos estatais referentes a petróleo aquelas atividades econômicas ou parcelas da população que não podem prescindir dos derivados do óleo mineral, e, do mesmo passo, recorrer a fontes de financiamento que não impliquem em desviar capitais necessários a outros empreendimentos públicos e privados de importância para a economia nacional.

A tarefa da conquista do petróleo pelo nosso povo, sob a direção do Governo nacional, torna indispensável não só um considerável esforço técnico, mas um vigoroso esforço financeiro do País.

Os cidadãos são convocados a participar da solução do problema dos combustíveis líquidos minerais, mediante captação tributária e subscrição de títulos da Petróleo Brasileiro S. A. – que será o eficaz instrumento para enfrentar decisivamente o problema.

Os recursos próprios da Sociedade terão a seguinte origem:

1 – bens da União pertinentes a petróleo e incorporados ao capital;

2 – receita federal sobre parte do imposto de combustíveis líquidos e sobre a importação e o consumo de automóveis, cujas taxas deverão ser elevadas, bem como sobre a parte não vinculada ao Fundo Naval do imposto vigente sobre remessa de valores para o estrangeiro, destinado ao pagamento de automóveis e acessórios;

3 – indiretamente, do produto de uma taxação sobre artigos de luxo;

4 – parte da receita estadual e municipal do imposto sobre combustíveis líquidos, com opção, por essas entidades, de seu emprego em empresas petrolíferas subsidiárias;

5 – tomada compulsória de títulos pelos proprietários de automóveis e afins;

6 – subscrição voluntária pelos particulares e entidades públicas.

Pretendeu o Governo, na medida do possível, que a participação dos cidadãos se fizesse através de uma tributação suave e da subscrição voluntária de títulos.

Não faltaria para isso a consciência pública da magnitude e urgência do problema. Mas as possibilidades de tributação são limitadas, num país de economia ainda incipiente, com enormes encargos de desenvolvimento e com um aparelhamento tributário que muito deixa a desejar. Ao lado disso, a insipiência do mercado de títulos e as dificuldades práticas desse meio limitariam muito as possibilidades de a subscrição voluntária aglutinar os recursos necessários.

 

PARTICIPAÇÃO

Assim, embora o Governo apele para a subscrição voluntária de títulos da empresa mista, e apoie financeiramente o programa nacional do petróleo, sobretudo no esquema tributário, que é o objeto do programa complementar, em bases equilibradas, justas e suaves insuscetíveis de causar dano à economia nacional – não pode fugir de convocar ainda, à subscrição compulsória de ações ou obrigações, os proprietários de veículos automóveis e outros dotados de motores, que têm interesse direto no problema, assegurando assim a participação, na grande empresa nacional, de uma massa que poderá atingir a centenas de milhares. Realiza-se sua participação através da tomada de títulos, embora sob a forma de poupança e investimento compulsórios, como o impõe a urgência do problema, tão clara na consciência de todos.

Dessa maneira, apesar de alguns inconvenientes práticos imediatos, que seriam afastados pela simples tributação, o Governo associa, como acionista, ao êxito dessa empresa um grande número de cidadãos. Dá-se assim autêntico caráter nacional a esse empreendimento, que não se confunde, pelo seu cunho e envergadura, nem mesmo com os mais audaciosos projetos industriais do Estado noutros setores.

A subscrição de ações da Sociedade não é somente um ato de patriotismo. Para maior garantia dos demais subscritores do capital, o Governo Federal abre mão da participação nos dividendos, enquanto aqueles não auferirem 8% sobre o capital que integralizarem. Dessa maneira, o risco da pesquisa recairá praticamente sobre o capital integralizado pela União.

A própria pesquisa, num amplo programa distribuído por várias zonas com probabilidades de produzir óleo, e utilizando os métodos mais modernos, terá o seu risco específico bastante diminuído. As demais aplicações deverão produzir lucros consideráveis aos preços atuais.

Dada a expectativa do êxito financeiro da empresa, os títulos constituirão fonte de renda para os seus tomadores. Estes poderão, ademais, negociá-los, dentro das limitações estabelecidas no projeto de lei.

A integralização do capital da empresa, pelos particulares, além da subscrição voluntária, deverá processar-se mediante pagamentos parcelados feitos pelos proprietários de veículos a motor, segundo uma tabela progressiva, baseada na capacidade de contribuir.

Estabelece-se, entretanto, limite para a subscrição de ações ordinárias, com voto. Acima desse limite, os subscritores voluntários, as entidades de direito público e os proprietários de automóveis participarão da formação dos recursos da Sociedade mediante a tomada de ações preferenciais sem voto ou de obrigações, estas a juros fixos e com prazo certo de resgate. Trata-se, ademais, de títulos negociáveis, nos casos previstos no projeto de lei.

Houve o cuidado de conceder o máximo de opção, entre três títulos diferentes, aos subscritores, voluntários ou não.

Uma participação adequada na Diretoria e no Conselho Fiscal constitui também um dos traços da nova empresa industrial mista, na qual, embora sob o controle oficial, o Governo deseja imprimir o estilo das organizações privadas.

Dessa forma, dentro do sistema elaborado no projeto de lei, fica assegurada a participação do público no grande empreendimento nacional, possibilitada a obtenção de um complemento importante aos recursos de fonte tributária, e preservado, o quanto conveniente, o caráter de empresa privada na organização mista, sem que, de um lado, sejam necessárias as restrições extremas que são essenciais em empresas comuns concessionárias ou autorizadas a operar na produção petroleira, e, de outro, possa prevalecer sequer o receio quanto a controle ou influência nociva ou estranha ao interesse nacional.

 

PODER PÚBLICO

O Governo Federal deverá deter um mínimo de 51 % das ações com direito a voto.

Os bens pertencentes ao Governo Federal e peculiares à atividade da empresa, como refinarias, petroleiros, oleodutos, material de pesquisa e produção, jazidas de petróleo e de gases naturais já descobertas, etc, são estimados preliminarmente em cerca de Cr$ 2,5 bilhões, mas sua avaliação para incorporação ao capital social estará sujeita às normas legais.

Das fontes tributárias previstas, estarão assegurados os recursos necessários não só para a imediata integralização, pela União, do capital inicial de Cr$ 4,0 bilhões, mas para a elevação deste, até 1956, ao nível mínimo de Cr$ 10,0 bilhões, como requer o programa do petróleo. Fica assegurada, assim, desde já, a realização do programa básico.

Além das fontes indicadas expressamente, uma vez acrescida a receita prevista para o plano nacional de reaparelhamento econômico com a contribuição de 3% sobre os lucros retidos, o Governo poderá destinar a parte respectiva à subscrição de capital da Petróleo Brasileiro S. A.

Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aplicarão no capital da Sociedade, como é de esperar, a quota do imposto sobre combustíveis líquidos, que o projeto de meios destina a petróleo. Espera-se que a subscrição dessa fonte ultrapasse Cr$ 2,0 bilhões, embora sejam também acrescidas as respectivas quotas do Fundo Rodoviário. Dessa maneira, ficará consideravelmente ampliado o patrimônio dos Governos locais.

É de prever ainda a tomada de títulos da Sociedade pelas autarquias federais e estaduais.

 

GESTÃO

Para que a captação e a aplicação desses recursos se façam com a flexibilidade indispensável à realização dos empreendimentos programados é que o Governo propõe a organização de uma empresa, nos moldes do projeto, e que agirá diretamente, ou através de subsidiárias, como o impõem a gestão de grandes recursos e a complexidade da indústria.

Com os parcos recursos com que tem contado, o Conselho Nacional do Petróleo realizou uma obra considerável, não obstante as dificuldades que lhe antepõe o regime de gestão das verbas orçamentárias, mesmo dentro das normas fixadas pelo Decreto-Lei nº 538, de 1938. Empreendimentos como a Refinaria de Mataripe, em operação, e a de Cubatão, que está sendo construída, ou como a Frota Nacional de Petroleiros, para proporcionarem pleno rendimento, necessitam ser administrados como entidades industriais. A medida que novos empreendimentos forem sendo lançados e concluídos, a direção harmônica do conjunto das entidades e a administração de cada uma delas em particular terão de ser conduzidas necessariamente dentro de normas e com objetivos de natureza econômica que reclamam maior utilidade de ação do que é possível aos serviços públicos comuns.

A Sociedade por ações preconizadas no projeto de lei atenderá, por certo, a essa necessidade, haja vista a experiência da Companhia Siderúrgica Nacional, criada em 1940, e cujos benefícios para a economia do País e sucesso financeiro são incontestáveis.

Depende o êxito da empresa, obviamente, não só dos responsáveis pela sua direção, mas também da própria natureza da atividade a que ela se dedicará. O empreendimento visa principalmente à pesquisa e à produção de óleo mineral no território brasileiro. É, portanto, uma empresa de risco; mas o risco decorrente da própria pesquisa de jazidas minerais perde de significado, em parte, diante da envergadura do empreendimento, que possibilita levar a sua atividade a grandes e variadas áreas potencialmente petrolíferas, como as formações sedimentares do Nordeste, do Meio-Norte, da Amazônia e da bacia do Paraná.

Na Bahia, a existência do petróleo já é comprovada; na Amazônia há sedimentos de espessuras consideráveis, em que se encontraram amostras de óleo e gás; no Sul, a ocorrência de arenitos betuminosos prova a presença de petróleo, que a pesquisa e a perfuração trarão provavelmente para o âmbito comercial.

Incorporados à Sociedade, deverão organizar-se, ademais, empreendimentos imediatamente rentáveis, como os destinados à exploração das indústrias do transporte e do refino. Convenientemente orientados, esses empreendimentos assegurarão lucro às empresas associadas à Sociedade, ainda que demorem, acaso, as descobertas de novos campos de petróleo.

Cabe, porém, conciliar o instrumento flexível de execução do programa nacional do petróleo com a plena segurança de sua operação, indene de perigos. É fora de dúvida, como o demonstra a experiência internacional, que, em matéria de petróleo, o controle nacional é imprescindível. O Governo e o povo brasileiros desejam a cooperação da iniciativa estrangeira no desenvolvimento econômico do País, mas preferem reservar à iniciativa nacional o campo do petróleo, sabido que a tendência monopolística internacional dessa indústria é de molde a criar focos de atritos entre povos e entre governos. Fiel, pois, ao espírito nacionalista da vigente legislação do petróleo, será essa empresa genuinamente brasileira, com capital e administração nacionais.

O real perigo a evitar seria o de que, através da participação do capital privado, agissem grupos monopólicos de fonte estrangeira ou mesmo nacional. Tal possibilidade foi, no entanto, tecnicamente anulada no projeto, seja pelo sistema de limitação na subscrição de ações com voto, seja pela limitação de diretores eleitos pelo capital privado, bem como através da escolha, pelo Presidente da República, do presidente da Sociedade, com direito a veto, e dos demais diretores-executivos, e ainda pela necessidade de decreto para homologar qualquer reforma de estatutos; sem mencionar a esmagadora maioria dos poderes públicos no capital social, o próprio controle inicial da sua totalidade, e, finalmente, enorme difusão da parcela do capital, percentualmente limitada, em poder do público.

Com essas medidas, parece ao Governo que a gestão dos recursos financeiros a serem captados, conforme os projetos de lei, poderá processar-se da forma mais adequada à consecução dos objetivos em vista, através da Petróleo Brasileiro S. A., como projetada.

 

COORDENAÇÃO

Para enfrentar, em todos os aspectos e fases essenciais, problema tão vasto e complexo como o do petróleo, não há fugir à mobilização de meios – em recursos financeiros e organização – em escala proporcional à amplitude e extensão do próprio problema. Qualquer alternativa mais restrita seria inócua ou contraproducente.

Consciente dessa necessidade está o Governo, no entanto, alertado para as dificuldades de ordem técnica que um empreendimento dessa magnitude apresentará, praticamente, como problema de administração. Mas essas dificuldades são superáveis – outros países e outras empresas as enfrentaram com sucesso -, e embora não tenhamos ainda, realmente, experiência administrativa de direção e gerência de organizações congêneres desse porte não há por que duvidar da nossa capacidade de dirigir grandes empreendimentos industriais ou comerciais, sem deixá-los cair, fatalmente, nos males do gigantismo burocrático. Ainda que para evitar esses males, muito dependa o empreendimento dos homens que o dirigirem, as suas próprias bases, estrutura e diretrizes já foram concebidas com esse propósito. Para impor flexibilidade de atuação, foram previstas entidades subsidiárias e a possível articulação com empresas privadas, de modo a impedir que a Sociedade se torne demasiado compacta ou rígida, desenvolvendo-se, antes, com o caráter de uma estrutura de coordenação.

O próprio poder da direção da empresa, e, em particular, de seu presidente, está sujeito a um sistema de freios e contrapesos que, sem tornar sua autoridade menor que a responsabilidade, limita-a e equilibra-a, harmonicamente, com a do Conselho Nacional do Petróleo. A estrutura da empresa preconizada imprime unidade ao conjunto dos empreendimentos em marcha ou a serem por ela iniciados, de forma a assegurar a integração das atividades econômicas peculiares aos vários setores da indústria. Todas as grandes empresas de petróleo, privadas ou estatais, existentes nos outros países, mantêm sob direção unificada os serviços de pesquisa, produção, refino e transporte.

Dessa forma, a gestão coordenada das empresas industriais pertinentes ao petróleo, em que o poder público tenha participação preponderante, ficará assegurada com a execução da lei ora submetida, em projeto, à consideração do Congresso. Restará regular, porém, de modo geral, a gestão coordenada de outras empresas industriais do Estado ou paraestatais, instituindo normas condizentes com a sua finalidade econômica e dispondo sobre o seu funcionamento harmônico, inclusive em relação aos empreendimentos privados.

Com efeito, a indústria do petróleo, lançada em bases amplas, como o preconiza o projeto de lei, deve articular-se não só dentro de seu campo específico, mas também com outros setores da economia nacional. Ao Governo não escapou a necessidade dessa articulação e medidas já vêm sendo tomadas no sentido de estimular as atividades industriais relacionadas com as do petróleo, como as de produção de aço laminado, de tubos, de cimento, etc. O programa pertinente aos combustíveis líquidos minerais não se chocará, portanto, com os planos de inversões públicas em outros empreendimentos de natureza econômica; ao contrário, os completará, como urgia.

Por outro lado, de modo algum o programa contrariará a vigente política de estabilização do valor da moeda. Este ponto é de excepcional importância em face do vulto do empreendimento planejado, que se lançará justamente no momento em que o Governo está considerando planos para o reequipamento econômico do País, planos esses que exigirão esforços e sacrifícios, a fim de serem executados dentro de um regime de relativa estabilidade monetária.

O presente projeto consistirá essencialmente no aproveitamento de recursos de receita ordinária e na transferência, para investimentos de fundamental interesse nacional, de fundos relativamente improdutivos, em termos de benefícios para a Nação. Esse deslocamento da aplicação de fundos seria inevitável, pois é irrealístico supor que um empreendimento com as características do proposto possa realizar-se somente com a utilização de recursos ociosos. Para a existência de grande massa de fundos inativos seria necessária uma renda per capita mais alta, que exigisse menores oportunidades para investimentos especulativos e maiores incentivos para poupar do que existem atualmente. Por outro lado, dadas as características e tendências das classes que serão chamadas a prestar o seu concurso ao empreendimento, esses fundos, se permanecessem em seu poder, seriam, na sua quase totalidade, provavelmente utilizados na compra de artigos de consumo suntuário ou em atividades virtualmente improdutivas para o bem-estar coletivo. Assim, uma vez canalizadas essas disponibilidades para investimentos de alta produtividade potencial, seu efeito inflacionário a curto prazo ficará muito reduzido, enquanto, ao contrário, deverão constituir-se, no período subsequente, num fator de estabilização monetária, mediante o aumento direto e indireto da produção.

 

MAGNITUDE

Ao submeter à consideração do Congresso Nacional o projeto de lei assim fundamentado, cumpre-me reiterar a importância do problema de que ele se ocupa e cuja solução deve ser procurada com a mais enérgica diligência, para que não se comprometam a segurança e o desenvolvimento econômicos da Nação, em futuro próximo. Sem o firme propósito de levar a termo empreendimentos de vulto, mediante a aplicação de recursos financeiros consideráveis, o País poderá, dentro de um decênio, defrontar-se com sérios embaraços à defesa nacional e com a contingência de racionar o consumo de derivados do petróleo, em face da impossibilidade de adquirir no exterior os volumes de que necessita, cerceando, dessa maneira, seu desenvolvimento.

Como é sabido, a inelasticidade característica da procura internacional dos produtos primários e gêneros alimentícios, que constituem a massa das exportações brasileiras, conduz a um grave círculo vicioso. De um lado, em curto prazo, o simples aumento de volume das nossas exportações, a partir de certo ponto, poderá provocar uma queda dos seus preços proporcionalmente maior do que o aumento do volume, com uma redução total das receitas de exportação; por outro lado, se bem que a redução do volume deva, dentro de certos limites, produzir um aumento mais do que proporcional de preços, a partir desses limites, que são relativamente restritos, qualquer diminuição de volume reduzirá o valor total das exportações.

Essa característica da procura internacional de produtos primários em geral constitui, assim, empecilho de difícil transposição para o aumento de nosso poder de compra no exterior.

Considerando-se a elevada taxa de crescimento do consumo de produtos de petróleo no Brasil e a existência desse teto relativamente baixo para o aumento das exportações dos nossos produtos clássicos, somos obrigados a concluir que encontraremos brevemente grandes dificuldades em atender ao aumento das nossas importações daqueles produtos. Além dessas dificuldades, outras poderão sobrevir em virtude de déficits da produção estrangeira, quer resultantes do consumo mundial em ascensão, quer de perturbações de ordem política internacional.

No entanto, mesmo com otimismo e afastando estas duas últimas hipóteses, parece óbvio que estamos caminhando certamente para um impasse, devido à desproporção existente entre a possibilidade de aumento do nosso poder de compra no exterior e do aumento substancialmente maior do valor dos produtos de petróleo consumidos no Brasil. A não ser que tomemos agora as providências indispensáveis, nas dimensões adequadas, terá o País que considerar em futuro não muito afastado a necessidade do racionamento de combustíveis líquidos e do uso de substitutivos, voltando possivelmente a experiências penosas, como as que, numa menor escala de consumo, fomos compelidos a adotar durante a guerra passada. Em qualquer caso, para que o desenvolvimento econômico do País não se interrompa ou se reduza, a pesquisa e a extração do óleo mineral se afiguram como a medida lógica e mais promissora para a solução do problema.

Qualquer cooperação a ser pedida nos próximos anos ao público consumidor dos produtos do petróleo redundará, em última análise, em seu proveito, pois os pequenos sacrifícios agora exigidos não se poderão de forma alguma comparar com os que advirão se tivermos de voltar permanentemente ao sistema de racionamento.

O programa de trabalhos pertinentes ao petróleo constitui, portanto, um conjunto de medidas da maior importância para a solução dos problemas básicos do País. Surge depois do Plano do Carvão Nacional, ora em estudo no Congresso, e deverá completar-se com outros projetos de leis pertinentes aos demais setores do aproveitamento das fontes de energia de que dispõe o País. Nos termos da minha primeira Mensagem anual ao Congresso, o Governo promoverá as medidas legislativas necessárias não só ao aproveitamento desses recursos, mas também à coordenação da política oficial de energia, com o fim de assegurar o desenvolvimento harmônico das atividades dependentes do balanço energético nacional. Parece ao Governo indispensável a aprovação do projeto referente às fontes tributárias, bem como a do referente à criação da sociedade mista Petróleo Brasileiro S.A., no menor tempo possível, como é imperioso face à conjuntura internacional e às necessidades do País, naturalmente sem prejuízo do valioso concurso com que, para sua maior eficiência, contribuirão os debates no Congresso Nacional.

 

Texto publicado na Hora do Povo – Edições 3.189, 3.190, 3.191

Sessão Solene na Câmara de SP homenageia 60 anos da Petrobrás

A UMES convida a todos para participarem da Sessão Solene que será realizada na Câmara Municipal de São Paulo, nesta quinta-feira (10), em homenagem aos 60 anos da Petrobrás. A Sessão será realizada pela Vereadora Juliana Cardoso (PT).

As comemorações dos 60 anos da Petrobrás estão sendo marcadas por diversas manifestações e atos em repúdio ao leilão do campo de Libra, marcado para o dia 21 de outubro. Libra, campo localizado na camada pré-sal, é o maior campo de petróleo do mundo já descoberto. O leilão foi condenado pelos trabalhadores, petroleiros, engenheiros, entidades estudantis e dos movimentos sociais, artistas, além de ex-diretores da Petrobrás.

No dia 3, foram realizadas manifestações em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e outras regiões. Também foi realizada Solenidade na Assembleia Legislativa de São Paulo. Uma nova manifestação contra o leilão está marcada para o dia 17 de outubro.

 

Sessão Solene em Homenagem aos 60 Anos da Petrobrás

Local: Salão Nobre da Câmara Municipal de São Paulo

Data: 10 de outubro, quinta-feira

Horário: 19 horas

 

Ministério de Minas e Energia foi espionado por americanos e canadenses

Nova reportagem divulgada no Fantástico revela que as comunicações de computadores, telefones fixos e celulares do Ministério de Minas e Energia foram mapeadas pela agência de espionagem do Canadá e pela Agência Nacional de Segurança dos EUA (NSA).

 

Veja aqui a reportagem completa

Prefeitura de São Paulo implantará sistema de transporte público estatal

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT) informou que irá implantar na cidade um novo sistema de transporte público estatal.

A ideia, segundo ele, é ter uma frota própria de ônibus, que atuaria, num projeto experimental, em uma das oito áreas licitadas às empresas de transporte da capital.

Em encontro com a presidente Dilma Rousseff, no último dia 30, ficou acertado que a implementação do sistema contará com recursos do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Social e Econômico).

“Nós estamos imaginando a possibilidade de ter uma frota própria, do município. E, para isso, nós temos de contar com o apoio do BNDES. O fato de o município ter uma frota própria dá a ele mais grau de liberdade na negociação com as empresas. Você imagina, se você tem uma frota e por ventura uma negociação com uma empresa não sai bem, você tem como não haver solução de continuidade do serviço que está sendo prestado”, completou.

De acordo com ele, o banco deverá dispor de “alguma coisa entre R$ 300 milhões e R$ 500 milhões”. “Não é um valor expressivo, porque não estaríamos falando de todas as oito áreas que hoje são licitadas”, disse. Conforme o prefeito, são 15.000 ônibus rodando atualmente em São Paulo.

Para Haddad, “o BNDES está à disposição para estudar novas modalidades de apoio aos municípios, nós temos que zelar muito pela questão da transparência, porque há uma sensação na sociedade de que as contas do transporte público precisam ser mais transparentes do que são hoje'”, relatou.

 

Informações: Folha de S. Paulo

Convite Reunião UMES-SPTrans

A União Municipal dos Estudantes Secundaristas e a São Paulo Transporte convidam Vossa Senhoria para reunião anual de divulgação do sistema de bilhetagem eletrônica a ser realizada no dia 22 de outubro de 2013, às 14 horas, no Teatro Brigadeiro, situado à Avenida Brigadeiro Luis Antônio, nº 884, Bairro Bela Vista, que informará a todos os presentes as mudanças do mesmo para o próximo ano de 2014. Lembramos a todos que há importantes inovações tecnológicas e operacionais e que sua presença, ou de representação de sua escola, se faz muito necessária para agilizarmos imediatamente os processos.

As confirmações deverão ser feitas a través do e-mail gabrielabarbosa@umes.org.br ou e-mail umes@umes.org.br, ou telefone 3289-7477 até dia 21/10/2013 às 18 horas.

Contamos com sua presença.

 

Atenciosamente,

 

Rodrigo Lucas Paulo

Presidente da UMES

Carta de Che Guevara para a Juventude

Publicamos abaixo Carta de Che Guevava à Juventude em homenagem ao 8 de Outubro, quando foi assassinado pela CIA, na Bolívia, em 1967.  Sua luta incansável contra as injustiças se tornou um exemplo para as juventudes de todo o mundo e segue inspirando a luta pela soberania e solidariedade entre os povos.

 

ERNESTO CHE GUEVARA

 

O jovem sempre foi e sempre será símbolo de renovação; não este símbolo descaracterizado, mistificado e calcado numa fé que não trabalha; mas um jovem que tenha a honra de ser comunista e que demonstra sê-lo com orgulho e a cada momento, porque esta é a sua bandeira.

É necessário que tenha a consciência de dever para com a sociedade, com os seres humanos, com a humanidade. Sensibilidade para identificar os problemas e injustiças; inconformidade e espírito guerreiro contra todo e qualquer formalismo. O jovem deve sempre ser um exemplo vivo, um espelho para os mais velhos que já perderam a sua jovialidade, o entusiasmo juvenil e a fé na vida e que, frente a esses exemplos acabam sempre por reagir bem.

Ser jovem é ser essencialmente humano, ser tão humano que este sentimento seja capaz de purificar o próprio homem através do trabalho, do estudo, do exercício de solidariedade para com seu povo e todos os povos do mundo. É desenvolver o máximo a sua sensibilidade e sentir-se entusiasmado frente a uma injustiça cometida em qualquer canto do mundo, mas também sentir-se entusiasmado quanto, em algum canto do mundo, se alçar uma nova bandeira.

O jovem não deve ser limitado pelas fronteiras, deve ser um internacionalista proletário, baseado nos exemplos vitoriosos de uma realidade palpável na luta contra o imperialismo e todas as formas de opressão dos sistemas injustos. Somos um facho de luz, unidos no mundo ideal, um espelho aos povos da América, aos povos oprimidos do mundo, que lutam por sua liberdade. Devemos ser, sobretudo, dignos desses exemplos.

Os jovens devem ser românticos, idealistas inveterados, quase utópicos; mas capazes de mostrar que uma nova sociedade é possível.

Cabe ao jovem trabalhar todos os dias, aumentar seus conhecimentos sobre o mundo que o rodeia, colocando sempre os problemas do mundo como seus próprios problemas. E, assim, com o passar dos anos, de muitos sacrifícios e de muitas vezes termos estado à beira da destruição, teremos criado, junto com os povos do mundo, a sociedade comunista, o nosso ideal!

 

‘Perto da perfeição’, Zanetti bate rivais e é campeão mundial nas argolas

Campeão olímpico em Londres, ginasta brasileiro não usa novo elemento, mas faz exibição tecnicamente brilhante e conquista o ouro na Antuérpia

 

Arthur Zanetti aguardava ao lado do aparelho quando ouviu seu nome no sistema de som do ginásio belga. Olhou para o chão, balbuciou um “vamos lá” e se posicionou. Na perfeição do primeiro movimento, parou no ar e olhou reto. Nas arquibancadas, aplausos tímidos, como se não ousassem atrapalhar a exibição do campeão olímpico. Contestado por um rival chinês em Londres, viu um adversário do mesmo país se apresentar como maior obstáculo rumo ao título que faltava. Yang Liu, no entanto, sequer foi ao pódio. Zanetti ficou livre para garantir o ouro inédito nas argolas e ser campeão no Mundial de Ginástica da Antuérpia, neste sábado.

Com uma chegada no solo precisa, o brasileiro terminou com 15.800 pontos. A prata ficou com o russo Aleksadr Balandin, com 15.733, enquanto Brandon Wynn, dos EUA, conquistou o bronze, com 15.666. O americano ainda contestou a nota, mas teve o protesto negado pela arbitragem. Considerado maior rival de Zanetti, Liu fechou em quarto lugar.

– Foi perto da perfeição. Fiz minha parte e o resultado era o que estava esperando. Estava buscando o ouro e consegui. Mas, claro, nunca é perfeito, a gente sempre busca melhorar alguma coisa, mas foi muito bom. Competir logo e ficar esperando é complicado. Eu não sei se é mais difícil ser um dos primeiros ou dos últimos, porque a final tem um nível muito alto. Estou trabalhando bastante para buscar sempre o melhor para o Brasil e para a ginástica brasileira. Está dando muito certo e teremos muito resultado também para frente. Mais uma etapa da minha vida foi concluída. Agora só falta mais um objetivo para a minha carreira: ganhar o título nos Jogos Pan-Americanos, que não tenho, para ficar plenamente satisfeito – disse o brasileiro.

Na final, Zanetti, de 23 anos, preferiu não usar seu novo elemento, de grau de dificuldade F, o mais complicado perante os juízes. Não precisou. Com uma ótima exibição, o ginasta de São Caetano do Sul, prata no Mundial de 2011, voltou a desbancar os rivais para ficar com o título.

– Ele chega muito cansado ao final da série. Fica mais difícil cravar a saída, sem dar passos. Então, decidimos tirar o elemento. E funcionou. Funcionou nas Olimpíadas, por que não funcionaria aqui? Eu até achei a nota baixa, poderia ser maior – disse o técnico Marcos Goto.

Zanetti acordou cedo neste sábado. Segundo ele, nem mesmo os roncos do companheiro de quarto, Francisco Barreto, seriam capazes de diminuir sua concentração. Desde Londres, havia colocado em sua cabeça que buscaria o título inédito. Planejou tantas vezes a conquista na cabeça que nem precisou comemorar muito. Manteve o semblante sereno e tranquilo ao desfilar com a nova medalha.

– Eu estou alegre. Mas quando algo é muito planejado, acaba sendo esperado. Não foi uma surpresa. Estava esperando o pódio com objetivo de ser o primeiro. Se eu não conseguisse, estaria com a cara fechada – disse o novo campeão mundial.

Neste domingo, Diego Hypolito, quinto colocado no solo neste sábado, e Sergio Sasaki voltam a disputar medalhas na Antuérpia. Os dois estão na final do salto, com transmissão do SporTV e acompanhamento em Tempo Real do SporTV.COM, a partir das 9h.

O caminho do ouro

Primeiro a se apresentar, o francês Samir Ait Said tinha uma considerável torcida ao seu favor no ginásio da Antuérpia. Com uma boa série, chegou a receber o cumprimento de Zanetti e tirou um 15.500 dos juízes. Na sequência, o russo Aleksandr Balandin, outro favorito, também mostrou força. Preciso, arrancou aplausos e somou 15.733.

Era, então, a vez de Arthur Zanetti. E o campeão olímpico se mostrou perfeito. Com pouquíssimas falhas de execução, mostrou força e precisão. Sequer precisou usar seu novo elemento, criado justamente para o Mundial. Com uma aterrisagem perfeita, o brasileiro arrancou aplausos e pulou para o primeiro lugar. O ouro estava garantido ali.

Principal rival do brasileiro, o chinês Yang Liu foi o sexto a se apresentar. Cercado de pressão, fez uma exibição mediana, com uma falha na aterrisagem. Já não havia quem tirasse o ouro de Zanetti. O brasileiro ainda esperou a exibição de dois rivais antes de comemorar. Campeão em Londres, o ginasta chegara, enfim, também ao topo do mundo.

 

Confira a classificação final:

 

1º – Arthur Zanetti (BRA) – 15.800

2º – Aleksandr Balandin (RUS) – 15.733

3º – Brandon Wynn (EUA) – 15.666

4º – Yang Liu (CHN) – 15.633

5º – Lambertus van Gelder (HOL) – 15.533

6º – Samir Ait Said (FRA) – 15.500

7º – Koji Yamamuro (JAP) – 15.433

8º – Danny Pinheiro Rodrigues (FRA) – 14.566

 

Fonte: globo.com

UMES realiza oficinas para o projeto “Liberdade ou Dependência? Drogas, tô fora!”

A comissão organizadora do projeto “Liberdade ou Dependência? Drogas, tô fora!” iniciou nesta semana a realização das visitas técnicas e oficinas que prepararão as atividades de conscientização sobre o uso de drogas pela juventude, que serão realizadas nas escolas públicas e privadas de São Paulo.

No dia 1º de outubro, os coordenadores e a diretoria da UMES visitaram a Clínica Viva, em Santos. No dia 2, a visita foi na clínica particular Maxwell, em Atibaia, que é considerada um modelo no tratamento de dependentes químicos. Na visita, os coordenadores conheceram um método diferenciado, criado pelo médico brasileiro Dr. Sabino Ferreira, onde pacientes, médicos e psicólogos convivem num ambiente que tem como princípio o compromisso com o coletivo, através de reuniões e atividades que retratam a vida na sociedade.

No dia 3 de outubro, a diretoria da UMES, lideranças estudantis e os coordenadores participaram de uma oficina com representantes do Ministério da Saúde para debater as ações referentes à campanha de prevenção ao uso de drogas.

Na oficina, Liliam Cherulli e June Scafuto, do Ministério da Saúde, e os coordenadores discutiram as atividades que serão realizadas nas 40 escolas já inscritas no projeto. Entre elas está aplicação de um questionário sobre a temática.

Além do formato do questionário, foi discutida também a realização dos cineclubes nas escolas, onde serão exibidos três filmes que servirão como base para o debate com os estudantes, a comunidade escolar e órgãos do governo convidados.

O presidente da UMES, Rodrigo Lucas Paulo, expôs as metas do projeto, destacando que o objetivo é conscientizar estudantes com ações de prevenção e combate ao consumo de drogas e formar jovens multiplicadores de ação do projeto.

Nesta segunda-feira, dia 7, a oficina terá continuidade com a presença da Dra. Maria de Fátima, doutoranda em Ciências da Saúde pelo Departamento de Psiquiatria UNIFESP, especialista em Dependência Química pela UNIFESP e psicóloga. Também estará presente a psicóloga Izilda Alves, coordenadora da Campanha Jovem Pan pela vida contra as drogas.

No dia 8, a oficina dá seguimento com a exibição e debates dos filmes: “A Guerra do Ópio”, “O Levante” e “Dias de Santiago”, que na segunda fase do projeto serão exibidos nas escolas.

O projeto “Liberdade ou Dependência? Drogas, tô fora!” aplicará 200 questionários por escola, totalizando 8.000 questionários. Após o levantamento da pesquisa, serão realizados 3 debates por escola reunindo 100 estudantes em sessões de cineclube, totalizando 4.000 participantes.

Um novo questionário avaliativo será aplicado e 10 estudantes de cada escola irão redigir uma redação acerca da temática, totalizando 400 redações. As três melhores serão premiadas em solenidade no Teatro Denoy de Oliveira.

 

Visita técnica realizada na Clínica Maxwell, em Atibaia

 

Oficina realizada com representantes do Ministério da Saúde

 

CINEMA NO BIXIGA – Sinopse do próximo filme: Mephisto

Neste sábado, 05/10, o Cinema no Bixiga apresenta o filme “Mephisto”. O filme inicia às 17 horas, no Cine-Teatro Denoy de Oliveira, na Rua Rui Barbosa, 323, Bela Vista. Entrada franca!

 

MEPHISTO

István Szabó (1981), com Klaus Maria Brandauer, Krystyna Janda, Ildikó Bánsági, Rolf Hoppe, György Cserhalmi, HUNGRIA/ALEMANHA/ÁUSTRIA, 144 min.

 

Sinopse

Alemanha, 1931. Hendrik Höfgen é um ator ambicioso, cujo talento mediano não o impede de sonhar com a glória no teatro proletário. Com a ascensão de Hitler em 1933, sua esposa e muitos colegas deixam a Alemanha. Ele fica, e ao interpretar o papel de Mefisto no Fausto de Goethe consegue, com o empurrãozinho amigo de um general, membro do alto escalão nazista, sucesso e popularidade. A partir de então muito terá que conceder para que a fama não lhe escape entre os dedos.

 

Direção: István Szabó (1938- )

Diretor de cinema húngaro, nascido em Budapeste, István Szabó obteve grande reconhecimento internacional com “Mephisto” (1981), premiado em Cannes, no Oscar e na Academia Italiana de Cinema. A parceria com o ator austríaco Klaus Maria Brandauer repetiu-se com êxito em outros dois filmes da década de 80, “Coronel Redl” (1985) e “Hanussen” (1988), que receberam, respectivamente, o BAFTA da Academia Britânica e a Palma de Ouro do Festival de Cannes.

Szabó estudou na Academia de Teatro e Cinema de Budapeste, se formando em 1961. Começou como diretor assistente, passando a diretor principal do MAFILM Nonprofit Zat. Realizou diversos curtas e 18 longas, onde também se incluem “Pai” (1966), “Contos de Budapeste” (1976), dois vencedores do Urso de Prata do Festival de Berlim – “Confiança” (1980) e “Queridas Amigas” (1991) -, “Adorável Júlia” (2004) e “Atrás da Porta” (2012).

 

Argumento Original: Klaus Mann (1906-49)

Klaus Mann, filho do escritor Thomas Mann (Prêmio Nobel de Literatura em 1929), nasceu em Munique, Alemanha. Romancista, ensaísta e dramaturgo, começou a escrever contos em 1924 e no ano seguinte tornou-se crítico de teatro para um jornal de Berlim. Em 1932, publicou a primeira parte de sua autobiografia, que foi bem recebida até Hitler chegar ao poder. Como tantos outros, o escritor teve que fugir da Alemanha em 1933, juntando-se à família exilada na Suíça. Em novembro de 1934, foi destituído da cidadania alemã pelo regime nazista.  Durante a  2ª. Guerra Mundial, serviu como sargento no 5º Exército dos EUA. Entre suas obras estão: “Alexandre” (1929), “Sinfonia Patética” (1936), “Mephisto” (1936).

 

Música Original: Zdenkó Tamássy (1921-87)

Compositor nascido em Veszeny, Hungria, Zdenkó Tamássy escreveu a música de mais de uma centena de obras audiovisuais, entre filmes, telefilmes e séries de televisão. De sua parceria com o diretor István Szabó destacam-se as trilhas de “Contos de Budapeste”  (1976), “Mephisto” (1981), “Coronel Redl” (1985) e “Hanussen” (1988).

 

VEJA AQUI A PROGRAMAÇÃO COMPLETA

Veja o depoimento de artistas contra o leilão de Libra

Veja nos vídeos abaixo o depoimentos de artistas e músicos contra o leião de Libra. No último dia 3, um showmício no Rio de Janeiro reuniu diversos nomes da música brasileira contra o leilão.

 

► Beth Carvalho realiza Ato show dia 03/10 contra o Leilão de Libra!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

► Paulão 7 cordas contra o leilão

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

► Paulo Betti: Campanha pelo Fim dos Leilões de Petróleo