Manifestação reúne milhares na Paulista contra o leilão do petróleo

Publicado no Portal da CUT

 

“Leilão é privatização! O petróleo é nosso e não abrimosmão”

 

Sob o comando da FUP e do MAB, milhares marcham na Paulista em defesa da soberania e contra os leilões do petróleo

 

Milhares de pessoas ocuparam a avenida Paulista, nesta quinta-feira (5), no Ato Nacional em Defesa da Soberania e Contra os Leilões de Petróleo, convocado pela Federação Única dos Petroleiros (FUP) e pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), com a participação da CUT, MST, CGTB e inúmeras entidades dos movimentos sociais.

Entoando “Leilão é privatização! O petróleo é nosso e não abrimos mão”, manifestantes de 17 Estados brasileiros destacaram a relevância do campo de Libra, o mais valioso reservatório do pré-sal para o desenvolvimento nacional, e a importância do governo Dilma honrar o compromisso assumido durante a última campanha eleitoral e não privatizar. Com estimativa de 15 bilhões de barris de óleo de qualidade comprovada, o campo descoberto a partir de um investimento de R$ 200 milhões, pela Petrobrás, está situado na Bacia de Santos, possui 1.458 quilômetros quadrados, em águas com profundidade entre 1,7 mil e 2,4 mil metros sob o nível do mar. Conforme projeções, a produção diária de Libra será de pelo menos um milhão de barris, o equivalente à metade do que o país extrai atualmente. Como este é um bem cada vez mais finito, a estimativa é que o valor do campo supere US$ 1 trilhão.

Segundo explicou o coordenador do Sindicato dos Petroleiros do Paraná e Santa Catarina, Silvaney Bernardi, o leilão marcado pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) para o final de outubro será o primeiro sob o regime de partilha de produção, mas a nova Lei do Petróleo (12.351/2010) permite que a União celebre o contrato de exploração do campo de Libra diretamente com a Petrobrás, sem colocá-lo em licitação.

Vinda de Paranaguá, São Mateus do Sul, Araucária e Curitiba, a delegação sulista foi uma das primeiras a desembarcar em São Paulo, portando faixas e bonecos gigantes, representando a multinacional Chevron e denunciando o cartel estrangeiro.

“A FUP e os movimentos sociais exigem que Libra fique integralmente com a Petrobrás e não apenas 30% dele, como prevê o regime de partilha e é a vontade da ANP. Condenamos a realização do leilão e estamos nas ruas para impedir esse enorme crime de lesa-Pátria”, enfatizou Silvaney.

O que está em jogo, alertou o coordenador da FUP, João Antonio Moraes, “é se vamos manter a soberania do povo brasileiro sobre um bem estratégico para o desenvolvimento nacional ou se vamos repassar para as mãos do cartel estrangeiro esse controle”. Lembrando que guerras como a do Iraque e da Líbia foram feitas para tomar de assalto as fontes energéticas desses países – e citando as recentes ameaças de Obama à Síria, com igual propósito -, Moraes conclamou o governo Dilma a refletir sobre os descaminhos anunciados para o setor, que seria tomado de assalto por empresas estrangeiras, “sem qualquer compromisso com o país”.

Pelo balanço da ANP, atuam atualmente no setor dez empresas, oito estrangeiras e duas brasileiras – a Petrobrás, estatal, e a OGX, privada. “A única que alavanca o desenvolvimento nacional é a Petrobrás, que está construindo cinco novas refinarias, as demais só se interessam por importar, por gerar mais lucros para as suas matrizes”.

Conforme o Sindicato Nacional da Indústria e Reparação Naval e Offshore (Sinaval), dos 62 navios encomendados à indústria de petróleo, 59 foram pela Petrobrás e 3 pela estatal venezuelana PDVSA. De acordo com o dirigente da FUP, o país não pode cometer o erro de continuar exportando produtos in natura, como já fez com o ouro, o ferro e o pau-brasil, “pois isso leva uma nação a se manter eternamente no subdesenvolvimento”.

Outro ponto inaceitável, alertou Moraes, é a precarização, o grave rebaixamento das condições de trabalho impostas pelos cartéis privados: “Na OGX, por exemplo, dos 6.500 trabalhadores contratados, 6.200 são terceirizados. Os 300 que são próprios só atuam, praticamente, em áreas administrativas”.

Diretor executivo da Central Única dos Trabalhadores, Júlio Turra frisou que o petróleo tem sido “motivo de guerras movidas pelo imperialismo em todo o mundo – que é o que estamos vendo novamente na Síria”. “O petróleo é um patrimônio que só pertence ao povo brasileiro. Leiloar uma reserva por R$ 15 bilhões, quando seu valor estimado é de vários trilhões, é um crime. Leilão é privatização e sabemos que privatização é terceirização e precarização, como temos denunciado nas nossas mobilizações contra o Projeto de Lei 4330”, acrescentou.

Também membro da direção nacional cutista, o líder petroleiro Roni Barbosa reiterou a importância de que “o Brasil coloque o petróleo como elemento central do desenvolvimento da nação e não abra mão da sua soberania”. “É inaceitável que em troca de um bônus, que é comparado a nada se vemos as gigantescas riquezas do pré-sal, de trilhões de reais, deixemos o povo com a menor fatia. Não podemos permitir que o nosso futuro seja comprometido por uma decisão errada como essa do leião. A manifestação é para que o governo reflita e não entregue às transnacionais uma riqueza que só pertence ao povo brasileiro”, assinalou.

Para o coordenador do Sindicato Unificado dos Petroleiros do Estado de São Paulo, Itamar Sanches, “o fundamental neste momento é aproveitar o imenso patrimônio do pré-sal para garantir um consumo sustentável”. “Queremos desenvolver toda a cadeia produtiva aqui no Brasil: petroquímica, refinarias e transformados plásticos”, acrescentou.

Na avaliação de Lucineide Varjão, coordenadora da Confederação Nacional do Ramo Químico (CNQ), “o leilão seria altamente prejudicial para os trabalhadores, um verdadeiro desastre, pois nos deixaria à mercê de decisões tomadas à nossa revelia”.

 

ÁGUA E ENERGIA, COM SOBERANIA

O coordenador nacional do MAB, Gilberto Cervinski, lembrou que o lema do movimento “Água e energia com soberania, distribuição da riqueza e controle popular” ganha maior expressão “nesta Semana da Pátria, em que estamos lutando para que nosso país avance nas conquistas sociais”. “Manifestamos nossa grande preocupação com os anúncios do leilão do petróleo e das hidrelétricas devolvidas ao governo no processo de renovação das concessões ocorrido recentemente”, destacou Cervinski.

Em carta entregue no escritório da Secretaria Geral da Presidência da República, o MAB exigiu o cancelamento dos leilões e a imediata formulação de uma política de direitos das populações atingidas por barragens, além de um fundo “para a execução dos programas de recuperação e desenvolvimento das comunidades atingidas”.

O presidente da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Ubiraci Dantas, enfatizou que seria um completo absurdo o governo “entregar Libra ao capital estrangeiro para fazer caixa para o superávit primário”. “Dilma prometeu não privatizar e o povo está aqui para que o seu patrimônio não caia nas mãos da British Petroleum, da Esso e de outras transnacionais. Não queremos que o nosso dinheiro vá para fora, mas que seja aplicado no Brasil, em saúde, educação, transporte e moradia”, acrescentou.

Representando o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Gilmar Mauro alertou para as graves consequências sociais, econômicas e ambientais de uma eventual entrega do petróleo do pré-sal ao cartel estrangeiro. “Esse é um tema que dialoga com a defesa da nossa soberania, mas também diz respeito ao interesse público, da Humanidade, contra os abusos do grande capital”, frisou.

O presidente da União Municipal dos Estudantes Secundaristas (UMES), Rodrigo Lucas, defendeu que as imensas riquezas do pré-sal devem ficar com a Petrobrás, “para que o povo brasileiro prospere e o país cresça com investimento na tecnologia nacional, com cursos técnicos, com inovação, rompendo a dependência”. “Sou brasileiro, não abro mão, quero o petróleo para o futuro da nação”, entoou.

Dirigente da Confederação das Mulheres do Brasil (CMB), Lidia Correa apontou que os recursos do pré-sal dialogam com as necessidades do país, “que quer mais Estado, educação, saúde e transporte público de qualidade. Leilão é retrocesso, é menos Estado”.

Em nome da União Nacional dos Estudantes, Katu Silva reiterou o compromisso histórico dos estudantes brasileiros com a defesa da soberania. “Não vamos permitir a entrega desse bem estratégico ao cartel do petróleo e da guerra”, concluiu.

Nota de pesar pelo falecimento de Carlão, ex-presidente da APEOESP

“Há homens que lutam um dia e são bons

há outros que lutam um ano e são melhores,

há os que lutam muitos anos e são muito bons.

Mas há os que lutam toda a vida e estes são imprescindíveis”

Bertold Brecht

 

É com muito pesar que recebemos nesta quinta-feira a notícia do falecimento do Professor Carlos Ramiro de Castro, o Carlão.

Líder sindical da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Carlão foi presidente da APEOESP, Sindicato dos Professores do Estado de São Paulo, e não mediu esforços na luta em defesa dos professores e da educação pública e de qualidade.

Amigo dos estudantes, Carlão foi homenageado no 20º Congresso da UMES por sua luta incansável por um país mais justo e soberano. Carlão foi um imprescindível. Mais uma vez, prestamos nossos sinceros sentimentos, convictos de que a sua luta permanece nos corações de todos os estudantes.

Carlão será velado hoje na sede da APEOESP, na Praça da República, 282, às 20 horas. O sepultamento ocorrerá na sua cidade natal, Braúna em local e horário ainda a ser definido.

Caras-pintadas rechaçam intervenção imperialista na Síria

Os estudantes de São Paulo rechaçam as ameaças feitas pelos Estados Unidos de ataque à Síria sob a alegação de um suposto uso de armas químicas pelo governo daquele país contra a população civil. 

A acusação do governo norte-americano já foi desmentida pela ONU e questionada por líderes de diversos países, entre eles o chanceler russo Serguei Lavrov, que afirmou que “não há fatos que deem sustentação, há apenas conversa repetitiva do tipo ‘nós sabemos com certeza’”.” Então ainda não há quaisquer fatos”, disse.

Diversas entidades brasileiras que compõe Comitê de Solidariedade ao Povo da Síria convocam para a próxima sexta-feira, dia 06 de setembro, um ato em solidariedade ao povo e defesa da soberania da Síria.

“Chamamos o governo brasileiro da presidente Dilma Roussef a posicionar-se com firmeza contra qualquer agressão, ataque ou ingerência na República Árabe da Síria”, ressalta o Comitê.

Na última semana, as centras CUT e CGTB também condenaram as ameaças norte-americanas à Síria. “Novamente, o governo dos EUA acusa o governo sírio de estar utilizando armas químicas, tal como fez no Iraque, sem apresentar provas”, ressalta nota da CUT.

 

A concentração do ato será na capital paulista, na praça Ramos de Azevedo, a partir das 17 horas.

Petrobras recebe 6 prêmios na quarta edição do Prêmio Empresário Amigo do Esporte

A Petrobras recebeu 6 prêmios na quarta edição do Prêmio Empresário Amigo do Esporte, realizada pelo Ministério do Esporte na noite desta segunda-feira (02), no Clube Pinheiros, em São Paulo. A homenagem, que premiou as diversas empresas que patrocinam projetos através da Lei de Incentivo ao Esporte (LIE), contou com a presença do ministro do Esporte, Aldo Rebelo, além de autoridades e atletas.

 

Gabriela Peixinho, coordenadora do Programa Petrobras

Esporte & Cidadania, recebeu o prêmio de atletas

 

De acordo com o ministro, “a quarta edição do Prêmio Empresário Amigo do Esporte coroa a iniciativa do governo brasileiro, que tem se esforçado para o melhor uso da legislação, dos atletas que apoiaram desde o início a criação dessa lei, das entidades, clubes e instituições que procuram promover o esporte educacional, de lazer, e de inclusão social por meio dessa legislação”.

Para Aldo Rebelo, é importante que essa premiação, além da gratidão, do reconhecimento e da homenagem aos que têm contribuído para que o êxito da lei seja também “uma aposta na capacidade da sociedade brasileira reunir suas energias para promover o desenvolvimento não apenas econômico, mas social e esportivo da nossa pátria”, completou.

Uma das empresas mais premiadas na cerimônia, a Petrobras recebeu o bronze nas categorias Maior Amigo do Esporte, Amigo do Esporte de Rendimento, Amigo do Esporte Educacional, além do primeiro lugar no prêmio Melhor Amigo do Esporte no estado do Amazonas, e o segundo lugar nos estados da Bahia e São Paulo.

“A Petrobras investe em todas as manifestações esportivas, desde o esporte educacional até a formação de atletas. Acreditamos que o esporte é um direito e dessa forma conseguimos ampliar o acesso e promover o desenvolvimento humano e social, buscando sempre contribuir para que todos tenham a oportunidade de explorar e desenvolver suas potencialidades, habilidades e competências”, afirmou Gabriela Peixinho, coordenadora do Programa Petrobras Esporte & Cidadania, da Gerência Executiva de Responsabilidade Social. A Petrobras também foi representada na premiação pelo gerente regional de Comunicação São Paulo e Sul, Diego Pila.

Também esteve presente no evento, Paulo Vieira, presidente da Comissão Técnica da Lei de Incentivo ao Esporte, e as atletas Rafaela da Silva, que conquistou a medalha de ouro no Mundial de Judô, Mayra Aguia e Sarah Menezes, medalhista de ouro nas Olimpíadas de Londres 2012 e bronze no Mundial de Judô.

 

Rodrigo, presidente da UMES, e Paulo Vieira, presidente da

Comissão Técnica da Lei de Incentivo ao Esporte

 

O presidente da UMES, Rodrigo Lucas Paulo, presente no evento, entregou ao ministro um álbum de fotos do 2º Jogos Estudantis da Cidade de São Paulo (JESP II), realizado pela UMES, no primeiro semestre deste ano. A primeira e a segunda edição dos Jogos Estudantis da Cidade de São Paulo receberam o patrocínio da Petrobras, na categoria Esporte Educacional, e possibilitou uma ampla ação nas escolas públicas da cidade de São Paulo, conscientizando os estudantes da importância da prática esportiva. O JESP II mobilizou, ao todo, 1009 alunos-atletas de 60 escolas de todas as regiões da cidade, com 96 equipes participantes, atingindo reunindo um público de 14.862 pessoas, através das sessões de cineclubes realizadas no projeto.

 

Informações: Ministério do Esporte e Agência Petrobras

Condições de trabalho na saúde e Mais Médicos são temas do Câmera Aberta Sindical

O programa “Mais Médicos”, lançado em julho pelo governo federal, tem como objetivo ampliar a oferta de profissionais em áreas consideradas prioritárias. O programa tem provocado reações da categoria médica, que reivindica a aplicação do exame de revalidação dos diplomas, e motivado um debate mais amplo sobre a saúde no País.

Na primeira fase do programa, 3.511 cidades requisitaram 15.460 profissionais para trabalhar no atendimento de saúde local. Mas apenas 1.096 médicos brasileiros e outros 282 estrangeiros responderam ao chamado.

Quais serão os efeitos desse programa para a saúde brasileira? Além dos médicos, qual é o quadro de profissionais necessários, como enfermeiros, auxiliares etc.? Quais são as condições de trabalho?

Para debater o assunto, o Câmera Aberta Sindical irá receber o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde no Estado de São Paulo (SindSaúde), Gervásio Foganholi; e o médico assistente do Hospital Universitário da USP, Sérgio Cruz.

 

O Câmera é ao vivo e transmitido pela TV Aberta São Paulo (9 NET e 186 Vivo TV), das 19 às 20 horas. Assista também no site www.tvaberta.tv.br

 

Mais informações: www.agenciasindical.com.br

Campeão do Grand Prix de vôlei, Brasil lidera ranking mundial

Depois do título do Grand Prix, conquistado no último domingo, o Brasil assumiu a liderança do ranking mundial do vôlei feminino, atualizado pela Federação Internacional de Vôlei (FIVB). Com a conquista, a seleção campeã olímpica e comandada por José Roberto Guimarães tirou os EUA do topo da lista.

No Grand Prix, o Brasil venceu todas as seleções adversárias por 3 a 0 e ganhou no Japão o 9º título.  A meio-de-rede Thaísa foi eleita a melhor jogadora do torneio.

Na última partida, o Brasil venceu a China com parciais de 25/15, 25/14 e 25/20, em 1h13min. Com uma bela campanha, bastava a Seleção Brasileira vencer dois sets para se sagrar campeão, o que foi obtido sem grandes dificuldades, mas o técnico brasileiro pediu para as meninas segurarem a onda e só comemorarem no final da partida.

Com os 50 pontos que conquistou com o título do Grand Prix (equivalente ao quinto lugar nos Jogos Olímpicos), o Brasil passou os EUA, com 320, contra 305 das norte-americanas, que estavam na frente por conta do título da Copa do Mundo, em 2011. O Japão aparece em terceiro, com 291, e a Itália em quarto, já mais distante, com 260.

No masculino, a lista não é atualizada desde julho, quando acabou a Liga Mundial. Apesar do vice-campeonato, o Brasil lidera, com 345 pontos, contra 330 da Rússia, campeã da Liga. O terceiro lugar é da Itália, com 286, enquanto a Polônia aparece bem atrás, com 195, em quarto.

Depois do vice-campeonato no mundial infanto-juvenil, o Brasil é o segundo colocado no ranking das categorias de base no masculino, mesma posição que ocupa entre as mulheres.

 

Informações: Estadão e Terra

FUP, centrais sindicais e movimentos sociais convocam ato contra os leilões do petróleo

A Federação Única dos Trabalhadores (FUP), centrais sindicais, UNE, Movimentos dos Trabalhadores Sem Terra (MST), e diversas entidades dos movimentos sociais realizarão nesta quinta-feira, 5 de setembro, um Ato Nacional em Defesa da Soberania e Contra o Leilão do Petróleo. 

O Ato será realizado em São Paulo e a concentração será às 8 horas na Praça Oswaldo Cruz, próximo ao Shopping Paulista.

O fim dos leilões do petróleo foi uma das reivindicações defendidas nas ruas pelas centrais sindicais no último dia 30 de agosto, Dia Nacional de Paralisações. As entidades afirmam que irão intensificar as manifestações para barrar a entrega do petróleo.

“Como se não bastassem os muitos anos de exploração das nossas riquezas, feitas pelas empresas multinacionais, o governo brasileiro pretende leiloar em 21 de outubro, a maior área produtora do pré-sal: o gigante campo de Libra, que, sozinho, pode fazer jorrar até 12 bilhões de barris de petróleo, ou seja, desrespeitando os direitos dos trabalhadores e os interesses do país”, afirma a FUP.

“Ao permitir que as multinacionais se apropriem do petróleo brasileiro, o governo coloca em risco não só a soberania, como o desenvolvimento do Brasil. Essas empresas, além de exportar tudo o que produzem, não geram empregos aqui, nem movimentam a indústria nacional, como faz a Petrobrás”, ressalta.

 

Ato Nacional em Defesa da Soberania e Contra o Leilão do Petróleo. 

Data: 5 de setembro, quinta-feira

Horário: 8 horas

Local: Praça Oswaldo Cruz

Paulo Metri: Falta o povo descobrir sobre a entrega de Libra

Escrito por Paulo Metri – conselheiro do Clube de Engenharia.

 

A descoberta do Pré-sal capacita o Brasil a ser um grande produtor mundial de petróleo e, também, um exportador. No entanto, não é garantido que o balanço dos impactos para a sociedade brasileira será positivo.

Hoje, o Pré-sal é foco da cobiça do capital internacional, em virtude da extraordinária lucratividade da produção petrolífera, da contribuição para o abastecimento mundial, do lucro com o refino no exterior e da compra em fornecedores estrangeiros de bens e serviços, que ele pode proporcionar.

Em 2011, 57% da energia consumida no mundo era proveniente de petróleo e gás natural.

Em geral, as maiores economias do planeta não possuem petróleo, enquanto, os grandes excedentes de produção estão concentrados em países em desenvolvimento.

Mesmo com o aumento da participação de outras fontes na matriz energética mundial, inclusive o polêmico xisto, eles ainda serão importantes fontes energéticas em décadas futuras.

A ocorrência do pico da produção petrolífera mundial é passível de discussão.

No entanto, o fato das empresas petrolíferas estarem investindo em novas áreas transmite a sensação que o petróleo e o gás convencional continuarão sendo importantes fontes, eventualmente mais escassos.

As forças políticas atuantes no país têm diferentes objetivos neste e em outros setores.

A pressão exercida pelo capital internacional sobre o governo brasileiro é em direção conflitante com o interesse da sociedade.

O povo não sabe quase nada do que seus representantes decidem em seu nome, tal o nível de alienação em que vive, e infelizmente, poucos destes representantes cuidam dos interesses do povo.

Os tradicionais veículos de mídia, com raras exceções, não servem para conscientização da população, pois, na verdade, são instrumentos de convencimento do capital.

O governo estadunidense, como maior representante do capital, manda seu vice-presidente distribuir recados aqui, que vão desde a presidente da República à presidente da Petrobras.

Quando o capital internacional ganha blocos no Brasil, além do lucro da atividade ir para o exterior, o país perde a possibilidade de fazer acordos com outras nações em que o suprimento de petróleo faria parte da negociação.

Mas, o Brasil assinou contratos com petroleiras internacionais, que não permitem ao governo determinar para onde o petróleo brasileiro deve ir.

Enfim, por estes contratos, o petróleo aqui produzido, se não é da Petrobras, não é mais brasileiro.

O monopólio estatal é a melhor opção de modelo para a atividade petrolífera de um país em desenvolvimento, se a maximização dos benefícios para a sociedade for o objetivo.

Haja vista que o Brasil teve o suprimento de petróleo garantido nos últimos 60 anos, suportando várias fases de desenvolvimento e é detentor de inegável infraestrutura petrolífera, que inclui uma das maiores províncias petrolíferas do mundo, o Pré-sal.

Se não tivesse existido o monopólio, que deu origem à Petrobras, e só existissem empresas estrangeiras no Brasil, o Pré-sal ainda não teria sido descoberto.

A lógica das corporações, diferentemente da lógica do Estado, não visa atingir prioritariamente benefícios sociais.

O monopólio estatal foi extinto no Brasil na década neoliberal.

Sem monopólio, a exploração de petróleo no mundo é feita a partir de três tipos de contratos entre empresas e Estados nacionais: concessão, contrato de partilha e contrato de serviços.

Estão ordenados de mínima possibilidade de controle pelo país e menor benefício para sua sociedade até o de mínima satisfação para as empresas.

Em 1997, o Brasil optou pelo pior modelo para a sociedade, o das concessões (lei 9.478), em que só royalties sobram para ela.

A empresa que descobre petróleo nem tem a obrigação de abastecer o país.

Cerca de 900 blocos já foram concedidos através deste modelo, até hoje. Inclusive, 28% da área do Pré-sal já foram concedidos.

No contrato de partilha, além de existirem os royalties, há uma contribuição da empresa para o Fundo Social e a entrega de parte do petróleo para o país comercializar.

É o modelo dos novos contratos da área do Pré-sal (lei 12.351). O contrato de serviços é o melhor para a sociedade pelo Estado ficar com todo lucro e todo o petróleo.

Contudo, o governante precisa ter muita força política para aplicá-lo. Países em desenvolvimento com razoável grau de soberania tendem a assinar contratos de partilha ou de serviços.

Com a democracia que conseguimos ter, o Estado brasileiro está loteado entre grupos de interesse privado.

O capital internacional está firme no setor de energia e mineração, com alguma participação do capital nacional.

O autoritarismo dos diversos órgãos com responsabilidade sobre as decisões do setor do petróleo só é justificado pela prepotência de quem tem total controle da situação.

Não prestam conta da razão da grandiosidade da entrega de blocos que fazem, dos anos de abastecimento garantido que resta ao país, dos volumes de petróleo a serem exportados e outras decisões.

O próximo leilão de Libra, um campo do Pré-sal, cujas reservas são avaliadas entre oito e doze bilhões de barris, é o maior exemplo deste autoritarismo.

Entregar 70% da reserva conhecida deste campo a empresas estrangeiras, que sempre exportarão suas produções sem adicionar valor algum, nunca contribuirão para o abastecimento do país, dificilmente contratarão plataformas no Brasil, o item de maior peso nos investimentos, não gerarão muitos empregos aqui, não pagarão impostos, graças à lei Kandir, e só pagarão os royalties e uma parcela “combinada” do lucro é o exemplo máximo da desfaçatez.

O governo deveria entregar sem leilão este campo à Petrobras, que assinaria um contrato de partilha com a União, atendendo ao artigo 12 da lei 12.351, e ela faria o que as empresas estrangeiras não fazem.

Determinado jornal econômico publicou que “as contas da União neste ano, só fecharão se essa receita do bônus de assinatura de Libra ingressar nos cofres públicos”.

Assim, constata-se que o Brasil continua preso ao fechamento de suas contas. Creio que, propositadamente, exauriram a capacidade financeira da Petrobras com leilões desnecessários, pois o país está abastecido por mais de 40 anos.

A partir da 11ª rodada, o capital internacional irá sempre ganhar vários blocos, graças a plano maquiavélico com aprovação do governo do Brasil.

Para fechar as contas, o governo fixou o bônus de assinatura de Libra, que é recebido no curto prazo, em R$ 15 bilhões, acima do esperado, abrindo mão de parte da parcela que irá para o Fundo Social.

Em outras palavras, ele está trocando o recebimento de menos lucro durante 25 anos futuros por mais bônus agora, o que representa receber um empréstimo a 22% ao ano acima da inflação, um mau negócio.

As concessões não deveriam ser nunca assinadas, pelo menos, em novas fronteiras.

O prejuízo para a sociedade brasileira será grande se ficar comprovado que a margem equatorial é uma província petrolífera, pois blocos dela foram arrematados para assinatura de concessões na recente 11ª rodada.

Para explicar o “furor entreguista” existente nas rodadas, a ANP argumenta que as bacias sedimentares brasileiras são pouco conhecidas.

Porem, esta agência esquece que nem todas as áreas sedimentares são atrativas para a busca de petróleo, podendo-se citar, como exemplo, o setor SFZA-AR1 ofertado na 11ª rodada, onde existiam 56 blocos e somente dois receberam propostas.

Outro erro da ANP é que assinar concessões, danosas para a sociedade, para buscar um melhor conhecimento das bacias não é inteligente.

A Associação dos Engenheiros da Petrobras nos informa que esta empresa já descobriu no Pré-sal 60 bilhões de barris, em blocos arrematados através de leilões pela lei das concessões.

Entretanto, ela só possui parte deste petróleo, porque, devido à pressa da ANP em leiloar, em muitos contratos, ela está associada a petroleiras estrangeiras.

Gostaria de saber quanto já foi entregue de petróleo para as empresas estrangeiras, mas os dados disponíveis na ANP não permitem este cálculo.

Pensava-se que o Pré-sal iria alavancar um desenvolvimento brasileiro, graças ao tamanho das suas encomendas.

No entanto, está ocorrendo a compra de empresas nacionais genuínas, tradicionais fornecedoras da Petrobras, por empresas estrangeiras.

A exigência da ANP de “conteúdo local mínimo”, que não é um conteúdo local genuíno, surte efeito junto à Petrobras, porém, há dúvida com relação às empresas privadas, porque os descumprimentos desta exigência não são divulgados pela ANP.

A boa novidade no Brasil são as manifestações de um povo que ainda titubeia entre as diversas reivindicações que querem que ele absorva.

Visando sua maior conscientização, sugiro que movimentos sociais, centrais sindicais, sindicatos e associações de classe e de empregados sejam ouvidos.

Espero que o povo descubra que Libra, uma riqueza de US$ 1 trilhão, estará sendo doada em outubro próximo. Meu receio é que o capital, péssimo perdedor, venha a usar algo mais drástico para continuar a dominação.

 

Texto publicado no blog do autor: www.paulometri.blogspot.com.br

Por ano, 3 mil professores desistem de dar aula nas escolas estaduais de SP

A cada dia, oito professores concursados desistem de dar aula nas escolas estaduais paulistas e se demitem. A média de pedido de exoneração foi de 3 mil por ano, entre 2008 e 2012. Salários baixos, pouca perspectiva e más condições de trabalho estão entre os motivos para o abandono de carreira.

Os dados obtidos pelo Estado por meio da Lei de Acesso à Informação são inéditos. A rede tem 232 mil professores – 120,8 mil concursados, 63 mil contratados com estabilidade e 49 mil temporários.

A fuga de professores também é registrada na rede municipal de São Paulo, mas em menor escala. As escolas paulistanas têm média de 782 exonerações por ano desde 2008.

Proporcionalmente ao tamanho das redes, o índice no Estado é duas vezes maior. Além disso, a capital conseguiu ao longo dos anos ampliar em 12% o número de efetivos, enquanto a rede estadual tem 10 mil concursados a menos do que em 2008.

Os docentes que abandonaram o Estado migraram para escolas particulares, redes municipais ou dão adeus às salas de aula. O bacharel em Educação Física Marco Antonio Uzunian, de 30 anos, decidiu ser instrutor de uma academia e hoje também trabalha em uma empresa.

Apenas um ano em uma escola estadual na Vila Carrão, na zona leste da capital, foi suficiente para ele desistir. Uzunian é um dos 2.969 efetivos que pediram exoneração só no ano passado. É o maior índice desde 2008. “Na escola eu não conseguia tocar um projeto de verdade, não tem apoio nem companheirismo”, diz.

O bolso pesou na decisão. Depois de concursado, só pôde pegar uma jornada de 10 horas. “Eu não tive opção de jornada maior. Essas 10 aulas me rendiam R$ 680.” A Secretaria da Educação não respondeu por que há limite de jornada para novos docentes.

Nem a estabilidade do funcionalismo público tem impedido demissões. Formado em Matemática pela Federal do Paraná, Fabrício Caliani ingressou na rede estadual em 2004. Abandonou em 2009 para ficar em escola particular. “Escolhi ser professor por vocação e faço meu trabalho bem feito. O que eu ganhava até me aposentar não ia compensar enfrentar tudo isso”, diz ele, que dava aula em Bastos, no interior paulista.

Mesmo sem ter emprego em vista, Eduardo Amaral, de 39 anos, pediu exoneração em abril de 2012 – depois de 8 anos na rede. “Para além da questão do salário, jornada e condições de trabalho adversas, tem o dia a dia da escola. É um ambiente hostil”, diz ele, que hoje trabalha na Câmara Municipal de São Paulo.

Professor da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), Romualdo Portella considera os dados muito altos. “Temos reconhecido que a questão-chave da educação é o professor, mas precisamos ter atratividade de carreira, boa formação, retenção e avaliação”, diz.

A Secretaria da Educação defendeu que o número de exonerações representa só 1,63% do total de efetivos. Em relação à diminuição do número de efetivados, a pasta argumentou que aposentadorias, mudanças e mortes devem ser levados em conta. O governo não informou quantos concursos realizou desde 2008.

 

Fonte: Estadão

FUP: Leilão do pré-sal é um crime contra o desenvolvimento, a soberania nacional e as condições de trabalho

http://www.cut.org.br/ponto-de-vista/artigos/4887/leilao-do-pre-sal-um-crime-contra-o-desenvolvimento-a-soberania-nacional-e-as-condicoes-de-trabalho