Brigador – Ilessi canta Pedro Amorim e Paulo César Pinheiro

Conheça o trabalho da cantora entre outros no nosso catálogo do CPC-UMES

 

Brigador – Ilessi

Besouro-Mangangá, patuá, ponta-de-punhal, sina, lamento, cativeiro, falange do Juremá, viola, aroeira, sabiá, hortênsias, bola-de-cristal, rodamoinhos, molejo, sestrosa, gongá, Santo Antonio, Maria Madalena, Seu Flecheiro, Seu Pedra-Preta, Seu Rompe-Mato, Seu Treme-Terra, Seu Tira-Teima, lanterna de São João, xodó, maliciosa, estrela Dalva, espuma do mar, réu do amor, sanhaços, cambucá, licor de umbu, pitanga, contas, penduricalho, véu, retalho, matraca, chocalho, cartucheira de Lampião… Tudo isso e muito mais, na voz negra e límpida de Ilessi, interpretando o magnífico repertório de Paulo César Pinhheiro e Pedro Amorim. Um banho de Brasil.

 

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Grupo americano compra FMU por R$ 1 bilhão

A rede americana Laureate, que já é dona da Anhembi Morumbi, anunciou a compra da FMU por R$ 1 bilhão. Essa é a maior fusão feita no setor desde a união de Kroton e Anhanguera.

Fundada em 1968, a FMU tem cerca de 90 mil alunos e faturamento bruto estimado para este ano de R$ 450 milhões. Só em São Paulo, são cerca de 40 unidades.

A venda para a Laureate inclui toda a instituição em São Paulo: Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), Faculdades Integradas de São Paulo (Fisp) e Fiam-Faam Centro Universitário.

Essa é a 12ª aquisição da Laureate no Brasil. Os americanos entraram no país em 2005, comprando uma fatia da Anhembi Morumbi, do professor Gabriel Rodrigues. Hoje a Laureate possui 750 mil alunos em 29 países e tem entre seus sócios o mega fundo de investimento americano KKR.

Entre as aquisições do grupo estão a Business School São Paulo e a Universidade de Salvador. No início deste ano, a Laureate passou a deter 100% do capital da Anhembi Morumbi.

 

Informações: Estadão

Diferença de salário médio de professor e engenheiro pode chegar a R$ 3.600

Levantamento do Todos Pela Educação com dados da Pnad revela abismos entre médias salariais

 

A diferença entre as médias salariais de um professor de Educação Básica e um engenheiro chega a 3.683,50 reais. Já entre um docente e um profissional da área de biológicas e da saúde, como um médico, a diferença é um pouco menor: 2.612,60 reais. Fazendo a comparação com os trabalhadores formados na área das ciências sociais e humanas, o valor cai um pouco mais, mas continuo expressivo: 2.011,50 reais.

Se a comparação for feita regionalmente, as discrepâncias podem ficar ainda maiores do que na média nacional. É o caso da Região Centro-Oeste, onde o salário médio de um profissional graduado na área de biológicas chega a ser 4.646,80 reais a mais do que o dos professores, que é de 2151,10 reais.

Os dados são de um levantamento feito pela equipe técnica do Todos Pela Educação com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foram considerados apenas professores da Educação Básica com nível universitário.

No ano passado, uma pesquisa internacional mostrou que os docentes brasileiros que lecionam no Ensino Fundamental recebem um dos piores salários da categoria em todo o mundo. O estudo é de autoria da Organização das Nações Unidas (ONU), Banco Mundial e Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) (leia mais aqui).

Valorizar os profissionais do magistério de todas as redes públicas de Educação Básica, equiparando seu rendimento médio ao de profissionais com escolaridade equivalente, é a Meta 17 do Plano Nacional de Educação (PNE), atualmente em tramitação no Senado.

Para Roberto Franklin Leão, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), as diferenças são abissais. “Dados extremos como esses mostram a necessidade urgente de a Educação pública brasileira dar um salto de qualidade. Com um salário baixo, não se atrai jovens para a profissão – até aqueles que querem ser professores muitas vezes desistem e optam por carreiras mais rentáveis”, explica.

Para Leão, a lei do piso, sancionada em 2008 (leia o texto completo da lei aqui), foi um grande avanço, apesar de o valor ser considerado baixo (em 2013, é de 1.567 reais) e de municípios e estados ainda não a cumprirem na íntegra. “A lei foi fruto de uma luta e é considerada um progresso, mas não podemos dizer que ela é cumprida em sua totalidade. Os governos precisam compreender que essa legislação é essencial para a Educação”, afirma.

Um plano de carreira sólido e claro e a diminuição de contratos temporários nas redes públicas de ensino, segundo ele, também são essenciais para que a profissão atraia mais candidatos. “O professor deve ter segurança para saber o que esperar do futuro. Além disso, os concursos públicos precisam ser uma realidade no País. Precisamos investir mais”, opina o dirigente.

A necessidade de mais investimentos na Educação e, por consequência, nas políticas salariais dos professores, é quase consenso entre os especialistas. “Existe uma escassez de recursos para a área. Muitos municípios, que são muito pequenos, não conseguem nem aplicar na área a porcentagem do orçamento que a lei manda”, lembra Maria Beatriz Luce, professora do Núcleo de Estudos de Política e Gestão da Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Segundo ela, uma carreira com um salário atraente e sólida diminuiria a quantidade de professores com mais de um contrato, em redes de natureza diferentes, para obter uma renda mensal maior.

 

Conhecimento em baixa

A falta de valorização do conhecimento na sociedade brasileira é outro motivo que colabora para que a figura do professor perca “valor moral”. “A imagem do professor como autoridade dentro de sala de aula vem se desfazendo – e não apenas no sentido de desvalorização monetária. O professor tem que se legitimar o tempo todo. O sistema não ajuda – ele deve vencer as batalhas sozinho”, afirma Helena Coharik Chamlian, professora aposentada da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP) e pesquisadora na área de formação e desenvolvimento profissional de professores. “Isso fica evidente quando olhamos para os protestos dos últimos meses. Só se vê manifestação pedindo a valorização docente quando é uma manifestação sindical, só de professores, e não da sociedade.”

 

Processo

Especialista na história da profissão docente no Brasil, a professora e pesquisadora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Rosario Genta Lugli, destaca que a desvalorização da profissão tem raízes históricas. “A reclamação sempre existiu. Pesquisando, não se encontra evidência de que, em algum momento da história, os professores estiveram satisfeitos com o salário – muitos, inclusive, definiam-se como ‘mendigos de gravata’”, explica.

Segundo ela, é bastante difícil chegar a uma ideia de bom salário, uma vez que as demandas da profissão foram se alterando no decorrer dos anos. “São momentos sociais diferentes. Nos anos 1950, o professor primário bom era aquele que reprovava. Hoje, o bom é o professor que se atualiza e que, para isso, precisaria gastar com cursos e livros – mas o salário não dá. Os momentos mudam e as necessidades também. Além disso, o cálculo de quanto era um salário decente, que desse para enfrentar a vida de forma digna, em 1920, por exemplo, é uma conta bastante complicada de se fazer”, afirma Rosario.

Leda Scheibe, professora da pós-graduação da Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc) e especialista em políticas de formação docente, destaca a feminilização da profissão como um dos fatores de desvalorização. “É uma questão estrutural: a esmagadora maioria dos professores – cerca de 82% – é formada por mulheres e, como se sabe, por muito tempo se teve a ideia arcaica de que a mulher não precisa sustentar a família com o trabalho”, afirma. “Poucos homens procuram a profissão justamente por isso: paga-se muito pouco.”

Os já conhecidos problemas da formação docente no País, segundo ela, também contribuem com grande peso para que a profissão não seja valorizada. “A formação é um dos grandes braços da valorização do professor e deveria ser mais forte, rigorosa, para influenciar também o salário. Hoje, normalmente quem procura os cursos de Pedagogia, tanto presencial como a distância, é quem não tem condições de entrar em cursos de maior valorização salarial.”

 

Informações: APEOESP e Portal Todos Pela Educação

Fernando Siqueira: O favorecimento explícito e ilegal às multinacionais no leilão do pré-sal

No último dia 15, a Comissão de Assuntos Sociais do Senado, sob a presidência do senador Paulo Paim, realizou audiência sobre o leilão do pré-sal. Os debatedores foram o vice-presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobrás (AEPET), Fernando Siqueira, o coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), João Antônio de Moraes, o representante da CGTB, Jorge Alves de Almeida Venâncio, e da CUT, Aparecido Donizetti da Silva e a diretora-geral da ANP, Magda Chambriard. Hoje, iniciamos a publicação das principais intervenções

 

FERNANDO SIQUEIRA

 

Gostaria de dizer para todos os senhores que não tem sentido algum a realização de leilões do petróleo.

Em primeiro lugar, porque nós já descobrimos mais de 60 bilhões de barris de petróleo. Temos Tupi (9 bilhões), Iara (4 bilhões), Franco (9 bilhões), Libra (15 bilhões), Carioca (10 bilhões), Sapinhoá (2 bilhões), área das Baleias (5 bilhões). No total, com outros, são 60 bilhões, que, com os 14 bilhões que tínhamos antes do pré-sal, nos dão autossuficiência para mais de 50 anos.

Portanto, não tem sentido nós entregarmos petróleo para empresas estrangeiras, em vez de deixar a Petrobrás produzir o que já encontrou e, gradativamente, ir desenvolvendo os demais campos.

O que nós precisamos, hoje, é construir refinarias para exportar petróleo com valor agregado, derivados de petróleo e não petróleo bruto – porque, logo de saída, a União perde 30% em impostos (Cide, PIS-Cofins, ICMS). Então, não tem sentido algum exportarmos petróleo bruto – e, muito menos, entregarmos o pré-sal para empresas estrangeiras.

O petróleo é extremamente estratégico, porque, energeticamente, tem uma relação de 100 para 1 no Oriente Médio – você gasta uma unidade para obter 100. Em águas profundas, a relação é 23 para 1, mas, ainda assim, está muito à frente do segundo colocado, o carvão. Na biomassa, a média é de 1 para 1.

Além disso, há outra função estratégica na petroquímica. Nós temos hoje 3 mil produtos que têm a participação da indústria petroquímica, que vêm do petróleo – são computadores, fertilizantes, componentes eletrônicos, etc. Para substituir esses derivados do petróleo, seriam necessários aproximadamente 25 a 30 anos com altos investimentos.

Os países desenvolvidos, irresponsavelmente, se tornaram reféns desse produto e, a partir dos anos 80, o consumo passou a superar as descobertas. Hoje nós temos esta alarmante proporção: para cada barril que se descobre, quatro são consumidos. Para mostrar essa irresponsabilidade: nós temos hoje uma matriz energética mundial que tem 87% em combustíveis fósseis, não renováveis, petróleo, gás e carvão.

Aí está o pré-sal, a província do pré-sal. É a picanha azul, segundo os gaúchos, e a baleia azul, segundo os baianos.

Uma das leis do grupo de trabalho do presidente Lula, que foi a lei de capitalização da Petrobrás, estabeleceu que a Petrobrás teria uma cessão onerosa de algo em torno de 6 blocos – e que esses blocos deveriam conter 5 bilhões de barris.

A Petrobrás perfurou o primeiro bloco, o campo de Franco, e achou 9 bilhões de barris – com isso, já ultrapassara os 5 bilhões. Depois, furou o campo de Libra: deu 15 bilhões de barris. Os dois são integrados. A ANP não aceita isso, mas a geologia diz que esses campos são uma estrutura única, o que dificultaria o leilão para outras empresas (a questão da produção unitizada). Então, esse bloco de Libra, de 15 bilhões, com o de Franco – são contíguos –, têm uma reserva em torno de 24 bilhões de barris.

O 12º leilão é específico para o campo de Libra. A estimativa inicial é que fossem encontrados 5 bilhões de barris. A Petrobrás pagou pelos campos com títulos do governo e, com esses títulos, o governo recomprou ações da Petrobrás, passando a participação governamental, no capital social, de 38% para 48%. Essa foi uma ótima engenharia financeira.

Mas, quando a Petrobrás perfurou o primeiro campo, o de Franco, achou cerca de 9 bilhões de barris; já ultrapassou os 5 bilhões. Quando perfurou Libra, com 15 bilhões, já deu 24. O que teria de acontecer pela nova lei? Uma negociação, um contrato de partilha. A Petrobrás contrataria com a União o excedente, cerca de 19 bilhões de barris.

Então, o que a ANP fez? Retirou o campo da Petrobrás, retomou o campo, e vai leiloar um petróleo descoberto com risco zero, o maior campo do mundo hoje.

Uma coisa desse tipo só acontece em país militarmente ocupado; não pode acontecer em um país democrático.

 

PRESSÃO

Mais de 60% das reservas mundiais estão no Oriente Médio. Os EUA têm uma reserva, hoje, de 30 bilhões de barris.

Isso, se nós computarmos o “shale gas” [gás de xisto], que está se mostrando um fracasso retumbante, não só por ter uma depressão de mais de 40% ao ano, mas porque a água é injetada com produtos químicos para fraturar o reservatório e contamina violentamente o meio ambiente.

Mas, mesmo assim, os Estados Unidos, que têm uma reserva de 30 bilhões, consomem 10 bilhões por ano. Portanto, estão numa situação de insegurança energética brutal, assim como toda a Europa, assim como a Ásia, regiões onde estão os países mais desenvolvidos.

Então, quando aparece o pré-sal, se reativa a quarta frota americana para “proteger o Brasil”, mas, na realidade, no Atlântico Sul estão o Brasil e a Argentina – e a Argentina havia desnacionalizado o seu petróleo. Portanto, Bush reativou a quarta frota para “proteger o Brasil”, ou seja, para pressionar o governo e as instituições brasileiras a entregar essa riqueza para os americanos.

O outro conjunto de pressionadores é o cartel internacional do petróleo, que está alojado no Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP). Lá na audiência da ANP, eu o chamei de Instituto Beneficente das Petroleiras Estrangeiras, porque, além de pressionar para abrir leilões para entregar uma área que eles tiveram em mãos durante 13 anos e não investiram nada, querem agora que o governo brasileiro a entregue de bandeja.

Nós tínhamos a Lei do Monopólio Estatal do Petróleo, que foi quebrada em 1995 com a Emenda nº 9 e, aí, para regulamentá-la foi feita uma lei ordinária – em todos os aspectos, porque é uma lei incoerente, com artigos conflitantes. O art. 3º diz que as jazidas de petróleo pertencem à União, os direitos de exploração pertencem a União, mas o artigo 26, que é o artigo feito pelo lobby aqui no Congresso, diz que quem produz o petróleo é dono dele, gerando uma obrigação de pagar apenas 10% de royalties em dinheiro.

Para se ter uma ideia do absurdo disso: os países exportadores ficam com 80% do petróleo contra 20% das empresas exploradoras.

 

WIKILEAKS

Durante a discussão da lei do presidente Lula aqui no Congresso, por que a reação contra a operadora única ser a Petrobrás? Porque as duas fontes de corrupção na produção mundial são o superdimensionamento dos custos de produção e o subdimensionamento do óleo produzido, e, com a Petrobrás como operadora, essa corrupção não aconteceria. Então, eles tentaram derrubar [a Petrobrás como operadora única], mas, como não conseguiram, colocaram uma emenda dizendo que os royalties pagos em dinheiro serão devolvidos em petróleo. Essa emenda está vigorando hoje no contrato da ANP com as petroleiras: o royalty pago em dinheiro é devolvido ao produtor em petróleo.

O Wikileaks publicou o telegrama – saiu na grande mídia, que é favorável ao capital estrangeiro, portanto, é insuspeita. Diz assim Patricia Pradal, diretora da Chevron : “A estratégia das petroleiras para barrar o novo marco regulatório do pré-sal é fazer um forte lobby no Senado por meio do IBP, da Onip e da FIESP”. Fizeram oito audiências públicas, sendo 6 no Senado e 2 na Câmara, só em 2010.

No pré-sal, o modelo é de partilha; a União é a dona. Para Carla Lacerda, diretora da Exxon-Mobil, o controle da Petrobrás sobre as compras de equipamentos, tecnologia e serviços poderá prejudicar os fornecedores americanos…

Eles não queriam que a Petrobrás fosse operadora única. Os telegramas revelam a insatisfação das petroleiras com a nova lei, em especial com a Petrobrás sendo operadora única, e como elas atuaram no Senado para tentar mudar a nova lei, inclusive o contrato de partilha. Recomendaram – é importante frisarmos isto: “É preciso atuar com muito cuidado, para não despertar o nacionalismo dos brasileiros”. Isso mostra bem a estratégia.

O 11º leilão foi regido pela lei do Fernando Henrique, a Lei nº 9.478, pela qual o petróleo é todo do produtor, que paga apenas 10% de royalty em dinheiro, quando, no mundo, os países exportadores ficam com 80% do total do petróleo produzido.

Mas, no 11º leilão, foi incluída a margem equatorial, área que a Petrobrás ainda não explorou e que pode ter áreas estratégicas ou mesmo pré-sal. Nesse caso, teria que ser regido pela nova lei – não cabe mais a Lei nº 9.478, de 1997.

 

OPERADOR A

Fizemos alguns questionamentos na segunda audiência pública do 12º leilão.

Por que a ANP criou, no edital, a exigência do “Operador A” em todos os consórcios? Se, por lei, a Petrobrás é operadora única dos campos do pré-sal, existe a intenção de o governo estrangular ainda mais a empresa, inviabilizando a sua atuação?

Porque, ao mesmo tempo, ilegalmente, o governo manda a Petrobrás importar derivados e vender mais barato para as suas concorrentes, que não repassam [o subsídio] para a população. Qual é a ideia disso? É inviabilizar a Petrobrás como operadora.

Por que exigir um “Operador A” [em cada consórcio], se o “Operador A”, por lei, é a Petrobrás?

A lei estabelece um percentual fixo do excedente em óleo, quer dizer, do óleo-lucro. Ganha o leilão quem der um percentual maior do óleo-lucro. Mas a ANP estabeleceu uma tabela de variação desse óleo-lucro, desse percentual – e ainda estabeleceu um valor monetário para esse percentual.

Existe a ideia de pagar a Petrobrás em dinheiro – e não em petróleo, como manda a lei?

Por que estabelecer um valor do petróleo?

Por que estabelecer um valor variável do percentual do petróleo?

Nessa tabela, nas condições mais favoráveis – quando o poço produzir acima de 24 mil barris e o preço do petróleo for acima de US$ 170 – o consórcio abre mão de 3,9% do seu percentual para a União. Mas, quando as condições forem ruins para os dois, ou seja, produção abaixo de 4 mil barris por dia e o preço do barril a menos de US$ 60, a União abre mão de 26,9% para o consórcio.

Trata-se de um favorecimento explícito. Se as condições forem maravilhosas, o produtor abre mão de 3,9% ou 3,7%. Quando as condições forem péssimas, a União abre mão de 26,9% para o produtor.

Isso não está previsto em legislação nenhuma, não existe isso.

O bônus de assinatura, estabelecido em R$ 15 bilhões, vai eliminar as empresas brasileiras e dificultar muito a participação da Petrobrás num campo que já era dela.

A ideia é entregar esse campo para o cartel internacional do petróleo?

O que a Nação ganha com isso?

Quando perguntei por que o percentual mínimo para a União foi estabelecido em 41,65%, se, no exterior, esse percentual é acima de 80%, o diretor da ANP presente na audiência respondeu que, nas contas dele, a União vai ficar com 75% do petróleo (e o Ministro Lobão também falou essa bobagem).

Fizemos algumas contas elementares para ele, na hora.

O óleo-lucro é 100% menos o custo de produção [40%] e o royalty [15%].

Sobram 45% para dividir.

Se o vencedor der [para a União] 60% (o que já vai ser uma benesse, porque estabeleceram 41,5%), a União vai ficar com 27% e o consórcio vai ficar com 40% do custo de produção mais 15% do royalty que lhe será devolvido em petróleo, e mais 18%, que é a sua parte no óleo-lucro. Setenta e três por cento do petróleo vai para o consórcio, dos quais a Petrobrás fica com 30%. Portanto, [a Petrobrás ficará com] 21,9%.

Então, de onde o Ministro e a ANP tiraram esses 75%? Estou procurando até hoje.

 

REMESSA DE LUCROS

Estão entregando o pré-sal para cobrir o déficit nas transações correntes. No governo Fernando Henrique, começou um processo selvagem de desnacionalização das empresas brasileiras. Os novos proprietários dessas empresas começaram a remeter lucros para o exterior, o que gerou um déficit nas transações correntes. O governo brasileiro começou a incentivar a vinda de dólares, de qualquer maneira, para tapar o buraco. Veio dólar para especular na bolsa, o chamado capital motel – que fica uma noite, ganha dinheiro e vai embora; e veio dólar para comprar empresas brasileiras eficientes, lucrativas.

Mas, nesse último caso, as remessas de lucros vão aumentando cada vez mais. Quem especula, vem com um dólar e remete dois. Quem compra empresas nacionais remete, pelo menos, 30% ao ano de lucro. Em três anos ele já pagou o seu capital e começa a exportar ativos brasileiros, começa a exportar o patrimônio nacional.

Hoje, esse déficit em transações correntes já está em U$ 45 bilhões. Está projetado para chegar a U$ 75 bilhões ao fim do ano. Se forem colocar o pré-sal para financiar isso, ele vai todo embora e o Brasil não verá o resultado desse dinheiro. Então, não tem sentido. O pré-sal é para o bem do povo brasileiro. Não é para pagar o superávit primário, nem para cobrir o déficit de transações correntes, que são fruto de um modelo econômico absolutamente equivocado.

Como é que se faz, então?

Temos de entregar os campos para a Petrobrás, porque ela não remete lucros para o exterior. Temos de refazer a política industrial brasileira, que não existe.

Quando entrei para a Petrobrás, o presidente Geisel permitiu que ela comprasse equipamentos no Brasil por até o dobro do preço no exterior. Isso permitiu que, no Brasil, se formassem 5 mil fabricantes de equipamentos de petróleo e 2 mil prestadores de serviços, de projeto, inspeção e manutenção.

Veio o Collor e tirou a vantagem concedida pelo Geisel, veio o Fernando Henrique e jogou uma pá de cal, criando o Repetro, um decreto que isenta as empresas estrangeiras de impostos de importação e não isenta as nacionais. Resultado, 5 mil empresas foram desmontadas. As que restaram, hoje, foram compradas pela General Electric e outras empresas internacionais.

Quando se fala que o “conteúdo nacional” tem de ser de “X” por cento, hoje, isso não quer dizer nada. Hoje, “conteúdo nacional” é qualquer empresa que esteja situada no Brasil. Sob “conteúdo nacional”, hoje, estamos defendendo o interesse de empresas estrangeiras.

Então, temos de ter uma política industrial. A Petrobrás tem de produzir e aplicar no Brasil, gerando tecnologia, gerando desenvolvimento. Temos de recriar as condições para que o empresariado nacional refaça o parque de empresas genuinamente brasileiras. Assim se estancará a sangria da remessa de lucros, que virou uma bola de neve perniciosa. Se continuar nesse ritmo, não para nunca.

Há uma desinformação imensa no setor do petróleo. Quando a presidente Dilma viu que [enfrentaria o] 2º turno, pediu para a Associação dos Engenheiros da Petrobrás (AEPET) dar a ela um discurso. Nós mandamos: o pré-sal é a maior oportunidade que o Brasil já teve de deixar de ser o eterno país do futuro para ser uma potência financeira, econômica e tecnológica. A presidente traduziu: “o pré-sal é o nosso passaporte para o futuro e entregar o pré-sal é jogar dinheiro fora. O país precisa desse recurso”.

Acho que a Presidente tem de retomar o seu discurso nacionalista e continuar o avanço causado pelo Presidente Lula, quando derrogou essa maldita Lei nº 9.478 e fez um novo projeto para passar de concessão à partilha. A partilha de produção retoma a propriedade para a União.

 

Texto extraído da Hora do Povo – Edição 3.176

Assista o vídeo sobre a segregação nos EUA

Clique no link abaixo e veja a história da formação dos EUA:

VÍDEO

 

 

 

 

 

Leilões de petróleo ferem soberania e prejudicam trabalhador, dizem lideranças no Senado

A abertura da exploração do petróleo brasileiro a empresas estrangeiras, por meio de leilões retomados pelo governo em maio, ameaça a soberania do país e prejudica os trabalhadores, devido à predominância de terceirização nas plataformas. A avaliação é de entidades sindicais do setor, que participaram de audiência pública realizada pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS) nesta quinta-feira (15), a pedido do senador Paulo Paim (PT-RS).

De acordo com João Antônio de Moraes, coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), o petróleo responde por 40% da matriz energética brasileira e, como recurso estratégico, deve estar sob controle da União. Segundo ele, a retomada dos leilões, suspensos desde 2008, estaria na contramão da tendência mundial de maior controle dos governos sobre as jazidas.

Das onze maiores concessionárias que atuam no país, frisou Moraes, nove são estrangeiras. O representante da FUP afirma que, além de haver risco à soberania, a sociedade brasileira pouco ganha, pois as empresas estrangeiras comercializam o petróleo in natura no mercado mundial. Conforme explicou, são poucos e muito especializados os empregos nas plataformas, sendo que as oportunidades de abertura de postos estariam nas refinarias, na construção de navios e na indústria petroquímica.

Magda Chambriard, diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), confirma e informa que para cada emprego em uma petroleira, cinco são gerados na indústria de transformação. No entanto, os sindicalistas alertam que as empresas que ganharam lotes no leilão não produzem derivados no Brasil, não compram equipamentos de indústrias brasileiras e não encomendam navios a estaleiros do país.

– As empresas estrangeiras no Brasil importam pelo menos três vezes mais equipamentos que empresas nacionais. Aumentar a participação das empresas estrangeiras vai reduzir, e muito, as oportunidades para a indústria verdadeiramente nacional produzir equipamentos – frisou Jorge Venâncio, dirigente da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil.

Terceirização

As entidades sindicais também manifestaram preocupação com a tendência de terceirização no setor, tanto nas plataformas em lotes leiloados a empresas privadas como na Petrobras, que hoje contrata 360 mil terceirizados.

– A terceirização vulnerabiliza a Petrobras, pois não mantém a tecnologia na empresa – disse Fernando Siqueira, vice-presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobrás, alertando para o risco de espionagem industrial.

Conforme Siqueira e Moraes, empregados terceirizados estão sujeitos a jornada de trabalho superiores à de trabalhadores efetivos, não têm acesso a treinamento ou a benefícios sociais, e, muitas vezes, precisam buscar na Justiça o cumprimento de seus direitos trabalhistas.

Os sindicalistas ressaltaram ainda o grande número de acidentes de trabalho entre empregados com contratos temporários.

– Quem conhece as condições de trabalho no nosso país sabe que terceirizar é precarizar – disse João Antônio de Moraes.

Ao concordar, o senador Paulo Paim (PT-RS), autor do requerimento propondo o debate, lembrou que 90% dos acidentes de trabalho no Brasil envolvem mão de obra terceirizada.

Transparência

A ANP atua de forma transparente e democrática e os leilões de petróleo são realizados de modo a beneficiar a sociedade, afirmou a diretora da agência. Magda Chambriard citou, como exemplo, a política de conteúdo local, uma cláusula presente em todos os contratos, pela qual obriga o empreendedor estrangeiro a adquirir de empresas brasileiras todos os produtos e serviços de que precisam.

Ela observou que as potencialidades do país vão trazer benefícios aos brasileiros, no entanto é importante que haja participação do governo e da sociedade. Ao garantir que a sociedade não está sendo lesada, ela afirmou que o 11º leilão de petróleo foi um sucesso. Magda ainda observou que a ANP atua em consonância com as leis do país.

A presidente da ANP ressaltou a importância de se conhecer bem a atuação da agência e pediu ajuda dos sindicatos, dos parlamentares e da sociedade para fiscalizar. Em razão da quantidade de dados que precisam ser demonstrados, Magda Chambriard sugeriu reunião na agência. Ela comunicou que na próxima semana, volta a discutir o assunto na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE).

Já o representante da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGT), Jorge Alves de Almeida Venâncio, discorda da diretora da ANP. Para ele a política de conteúdo local não traz benefícios ao Brasil, uma vez que a abertura para empresas estrangeiras explorarem o petróleo brasileiro vai reduzir as oportunidades para as empresas nacionais. Ele disse que os estrangeiros compram empresas brasileiras com dinheiro subsidiados por seus países, visam a lucro, sem se importarem com a segurança do trabalhador.

– Estamos vendo mais uma vez a tentativa de delegar ao capital estrangeiro o desenvolvimento do país. Para o povo brasileiro não tem nenhuma vantagem – afirmou Jorge Venâncio.

Ele também discordou que a 11ª rodada de leilões de petróleo tenha sido um sucesso. Ele disse que a comparação entre a 9ª rodada, realizada em 2009, e a atual está sendo feita sem a devida correção monetária.

 

Fernando Siqueira (AEPET), Jorge Venâncio (CGTB),

Antonio Moraes (FUP) e parlamentares

 

Fonte: Agência Senado

Nota de apoio à reforma educacional da Prefeitura Municipal de São Paulo

A UMES (União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo), que representa os 4 milhões de estudantes de ensinos fundamental, médio e educação profissional da capital, manifesta apoio à reforma educacional anunciada pelo prefeito da cidade, Fernando Haddad, e pelo secretário de Educação, César Callegari, o Programa Mais Educação São Paulo, que põe fim à aprovação automática no ensino público municipal.

O fim desse nefasto mecanismo foi a principal bandeira debatida e aprovada em nosso 22º Congresso, realizado em 2012, que discutiu, em centenas de escolas de São Paulo, os principais problemas da educação.

Afirmamos, na ocasião, e reafirmamos nas ruas durante o último período, que é imprescindível, no processo de ensino, a ideia-força: EXERCITAR AVALIAR, assim como professores garantidos de autonomia e autoridade.

Defendemos em nossa tese do Congresso, “uma efetiva cobrança da aplicação político-pedagógica de exercitar e avaliar até o alcance de resultados satisfatórios, com alunos recebendo as teorias disciplinares e as exercitando incessantemente até a sua compreensão, em sala, com o apoio do mestre. Alunos com deveres de casa, exercitando a matéria dada na aula e estimulados a integrarem esta atividade com os pais ou responsáveis”.

É elogiável, no plano apresentado pela Prefeitura, a abolição da aprovação automática com o advento de uma avaliação sistemática e comprometida dos educandos, restituindo a autoridade dos professores.

Também merece ser ressaltada a busca pela retomada da ideia-força EXERCITAR/AVALIAR, estimulando os alunos nos deveres de casa e proporcionando aos professores condições pedagógicas de cobrar o exercício realizado aferindo nota avaliativa da performance deste aluno, podendo identificar assim as insuficiências do educando ou até mesmo do próprio educador, tornando ainda possível o acompanhamento de pais e responsáveis que mergulham com seus filhos no processo de desenvolvimento de novos cidadãos plenos do direito a uma educação pública gratuita e de qualidade.

Parabenizamos, portanto, a Prefeitura, através de seu secretário de Educação, salientando que, para nós, representa uma vitória ver nossas bandeiras serem apresentadas em um projeto de governo, confiantes na sua ampliação para a esfera estadual e para outros municípios e estados do país.

 

Saudações Estudantis

Rodrigo Lucas Paulo

Presidente

 

Veja, nos links abaixo, notícias e vídeos sobre o programa da Prefeitura:

Prefeitura de SP lança projeto que cria três ciclos no ensino fundamental

Plano de educação de Haddad aumenta rigor sobre alunos

Proposta do prefeito agrada docente que quer mais poderes

Após 21 anos, alunos de São Paulo terão lição de casa, nota e boletim

‘Alckmin trata professores como escravos da educação’, denuncia sindicato

Governo inaugura hoje projeto que permite que professores trabalhem – precariamente – até 65 horas por semana na rede pública estadual

 

A Secretaria Estadual de Educação de São Paulo abre hoje (15) as inscrições para que os 181,5 mil professores efetivos e estáveis da rede estadual possam acumular o cargo com a contratação temporária e aumentar a carga horária em até 65 horas semanais. O projeto foi anunciado em julho pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB). Até então, a carga horária máxima de um professor era de 40 horas semanais.

De acordo com a secretaria, a mudança permite que um professor com jornada de 40 horas semanais, por exemplo, possa acumular até 25 horas extras, o que representa um ganho financeiro de cerca de R$ 1.400 ao mês, além do salário-base somado às gratificações que variam de acordo com cada servidor. Para o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado (Apeosesp), a medida do governo Alckmin precariza o trabalho do profissional da educação. “O governo do estado não tem tido sensibilidade para tratar os professores, os trata como escravos da educação”, afirmou Maria Izabel Noronha, a Bebel, presidenta da Apeoesp, à Rádio Brasil Atual.

A proposta de Alckmin, segundo ela, apesar de parecer valorizar o professor, já que permite maior remuneração, não atende às reivindicações que a categoria faz há anos, como o cumprimento da jornada com o piso salarial profissional nacional. “O que está por trás é a política de desoneração do governo. E desvalorizar os professores, tipo ‘quer ganhar um pouco mais, dá mais aulas’. Não é isso que queremos. Queremos ganhar mais, valorizar nossos salários, mas com a jornada que já temos e aplicação do piso salarial, isso sim é política de valorização.”

Ela ressalta que as horas extras serão contradadas na condição de professor temporário, em que os direitos trabalhistas são bastante reduzidos. “O professor será admitido em caráter temporário, da forma mais precária que existe, não tem direito a ficar doente, a nada. É algo muito contraditório. A ideia é resolver problemas de falta de professores, mas a condição central para isso é ter um plano de cargos com salários atrativos para professores que fazem opção de estar só na rede estadual.”

No dia 30 de agosto haverá uma mobilização dos professores pela valorização dos profissionais da educação. “Vamos fazer uma grande uma grande caminhada em defesa da escola pública, do piso salarial profissional nacional e pela valorização dos profissionais da educação.”

 

Fonte: Rede Brasil Atual

Câmara amplia em R$ 210 bilhões o investimento na Educação e Saúde

A Câmara dos Deputados, após a mobilização das entidades estudantis, profissionais da educação e parlamentares, aprovou, na quarta-feira (14), o projeto do deputado André Figueiredo (PDT-CE), que garante a destinação de 50% de todo o fundo social do pré-sal para a área da educação e saúde.

O texto aprovado inclui também os recursos advindos de campos de petróleo cuja declaração de comercialidade tenha sido estabelecida a partir de 3 de dezembro de 2012 – e não apenas os contratos assinados depois dessa data, como no texto do governo. Com isso, as verbas para esse setores foram elevadas de R$ 25,88 bilhões em 10 anos, no projeto original do governo, para R$ 210 bilhões a mais no mesmo período.

Ao incluir todos os contratos sem declaração de comercialidade – isto é, a intenção da operadora do campo de começar a vender o petróleo extraído – até três de dezembro, mesmo que assinados antes, acrescentou os recursos de quase toda a área de “cessão onerosa” da Petrobrás, pois, no pré-sal, apenas os campos de Lula e Sapinhoá já foram declarados comerciais. Se fossem considerados somente os contratos posteriores a 3 de dezembro, no pré-sal, a previsão da ANP é que somente serão operacionais em 2019, portanto, daqui a seis anos.

O projeto, que já havia sido aprovado na Câmara, sofreu alterações no Senado, após pressão do governo para que o texto voltasse o mais próximo possível do original. No entanto, o Senado não restabeleceu o projeto do governo, mas cortou cerca de R$ 170 bilhões dos recursos previstos pelo projeto do relator André Figueiredo – voltando à proposta de considerar apenas os rendimentos do fundo e não os seus recursos.

Após um mês com a pauta da Câmara trancada, o governo aceitou construir um acordo aprovando o substitutivo de Figueiredo. A única supressão do projeto foi do Artigo 6º, que definia a porcentagem de óleo excedente que pertenceria a União nos moldes do contrato de partilha. Na proposta de Figueiredo, o piso de 60% deveria pertencer à União.

Comemorando a aprovação do projeto, o deputado, André Figueiredo declarou que “a aprovação dos 50% do fundo social é a nossa grande vitória”. “Uma vitória do Brasil, uma vitória de quem defende a educação. Sabemos que mesmo que 100% do fundo social fosse destinado à educação, ainda assim seria insuficiente para as necessidades que essa área tem. Mas esse projeto representa o gatilho e a responsabilidade que temos com a geração presente e também com a futura. Essa é uma vitória dos estudantes, das entidades estudantis, como a UNE e a UBES, dos professores como os da CNTE, que mostraram o que a população brasileira queria”.

A presidente da UNE, Vic Barros, também comemorou: “Foi uma vitória histórica para a educação brasileira!”. “Primeiro porque deu a melhor destinação possível a essa imensa riqueza que representa o petróleo brasileiro. Essa riqueza não pode servir aos interesses do mercado financeiro internacional, e sim ao povo brasileiro”.

Para Rodrigo Lucas, presidente da UMES-SP  “a aprovação do projeto resultará em investimento imediato na educação, e nós sabemos o quanto é preciso aumentar os recursos  para a área”, ressalta.

Daniel Cara, coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, destacou que “a pressão dos movimentos sociais e entidades foi eficiente em demonstrar que só trabalhar com os rendimentos não é suficiente para as carências da educação e saúde brasileiras. Garantir agora esse investimento, que superará R$ 200 bilhões, foi muito importante. Sem contar que representa uma vitória expressiva sobre os privilégios sempre concedidos ao mercado financeiro. Nessa votação, o mercado financeiro não foi soberano. Soberana foi a educação e a vontade do povo. A partir de hoje começa nossa luta contra os leilões do petróleo, pois discordamos das bases do edital do leilão do poço de Libra, que beneficiará as petroleiras em detrimento do interesse nacional”.

 

Lideranças estudantis junto com o deputado André Figueiredo

 

Informações: Hora do Povo, Agência Câmara, Linha Direta e UNE