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São Paulo autoriza volta às aulas em 1º de fevereiro

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O Governo de São Paulo anunciou nesta quinta-feira (17) que manterá o retorno gradual às aulas presenciais para o ano letivo de 2021. O retorno ocorrerá de forma regionalizada, de acordo com os Departamentos Regionais da Saúde e obedecendo aos critérios de segurança estabelecidos pelo Centro de Contingência do Coronavírus.

A medida vale inclusive caso o estado volte para fases mais restritivas do plano estadual.

O decreto que autoriza a retomada das aulas em todas as fases do Plano São Paulo e regulamenta as regras será publicado na sexta (18).

Pelas regras atuais, escolas públicas e privadas só podem abrir em regiões que estejam na fase amarela do plano de flexibilização. Com a mudança anunciada nesta quinta pelo governo paulista, a previsão é que o ano letivo seja retomado em 1º de fevereiro do próximo ano.

Segundo o secretário de Educação, Rossieli Soares, a decisão de manter escolas abertas em todas as fases do Plano São Paulo é baseada em experiências internacionais e nacionais e tem o intuito de garantir a segurança dos alunos e professores, bem como o desenvolvimento cognitivo e sócio-emocional das crianças e adolescentes.

“A gente está olhando para o que o mundo está fazendo, países que optaram por fechar outros segmentos, mas que estão mantendo como o caso da França, a Irlanda, que foi o primeiro a falar de lockdown mesmo neste momento de aumento de casos, mas mantendo as escolas abertas. Se tivermos que optar, nós vamos optar pela educação, isso tem que ser uma opção da nossa sociedade”, disse o secretário de Educação na coletiva de quinta-feira (17).

Se uma área estiver nas fases vermelha ou laranja do Plano São Paulo, as escolas da educação básica, que atendem alunos da educação infantil até o ensino médio, poderão receber diariamente até 35% dos alunos matriculados. Na fase amarela, elas ficam autorizadas a atender até 70% dos estudantes; e na fase verde, até 100%. Os protocolos sanitários devem ser cumpridos em todas as fases.

Segundo a Secretaria Estadual de Educação, foi mantida a autonomia dos prefeitos de poder vetar a volta presencial nas suas cidades. No entanto, nos municípios onde for acatada a orientação estadual de retorno, todas as escolas deverão reabrir e a volta dos alunos será obrigatória. Pelas regras anteriores, cada escola possuía autonomia de decisão e a presença dos alunos era facultativa.

SEGURANÇA

Desde o dia 8 de setembro, escolas estaduais do interior reabriram com atividades de reforço e acolhimento emocional. O governo estadual já havia autorizado a retomada de aulas para o Ensino Médio em 7 de outubro e, para o Ensino Fundamental em 3 de novembro, pautado em medidas de contenção da epidemia, seguindo as recomendações sanitárias do Centro de Contingência do coronavírus.

Cerca de 1,7 mil escolas estaduais em 314 municípios retornaram com atividades presenciais no Estado, sendo 800 na capital paulista.

Rossieli pontuou que o retorno das atividades, autorizado pelo estado desde outubro, demonstrou que a escola, com os devidos equipamentos de proteção e seguindo os protocolos sanitários, é um ambiente seguro.

“Nós temos quase 2 mil escolas estaduais com atividades e não temos registros de transmissão. Isso é um sucesso importante e mais uma vez mostrando coisas que o mundo inteiro tem discutido que não é o locus da escola e também não é a criança, como os estudos científicos no mundo inteiro estão mostrando, que são as responsáveis pela transmissão, diferente de outros vírus”, disse.

Capital avalia retorno em 4 de fevereiro

Na cidade de São Paulo, a Prefeitura espera a retomada das aulas presenciais para 4 de fevereiro. Segundo a gestão, as escolas estão preparadas para receber de volta os alunos, mas o retorno ainda dependeria de autorização da área de Saúde.

“As escolas estão preparadas, os protocolos estão aplicados e aguardamos a autorização da Vigilância Sanitária para retomarmos as aulas de forma presencial no dia 4 de fevereiro, se a Saúde entender ser seguro”, afirmou o secretário municipal de Educação, Bruno Caetano. “As aulas estão programadas para o próximo ano e o calendário já foi publicado.”

“Fizemos em 2020 o maior programa de reformas em escolas de que se tem notícia. Foram 500 escolas, das 1.500 que temos no ensino fundamental e médio, que receberam reformas de grande porte neste ano. Elas estão preparadas e os protocolos estão aplicados”, afirmou o secretário, reforçando que todos os materiais necessários e indicados pelos protocolos de saúde foram adquiridos.

Com o novo avanço de casos de Covid-19 em São Paulo, o prefeito Bruno Covas paralisou o plano de abertura na educação no mês passado. Desde o dia 3 de novembro, as escolas públicas e particulares só tiveram autorização de retomar aulas presenciais para o ensino médio. Para educação infantil e fundamental, o aval é apenas para atividades extracurriculares.

Ainda segundo o secretário, a Prefeitura também vai começar a entregar na próxima semana os primeiros tablets para os alunos da rede, que foram anunciados em agosto. Pelo cronograma da gestão, 10 mil equipamentos serão entregues neste mês. Para os demais, a previsão é até fevereiro do próximo ano.

Ensino Superior

Já as instituições de ensino superior, poderão funcionar na fase amarela com até 35% das matrículas, e na fase verde, com até 70%. Nas etapas vermelha e laranja, elas não estão autorizadas a funcionar. Cursos superiores específicos da área médica têm o retorno presencial autorizado em todas as fases do Plano.

“O ensino superior permanece com a mesma regra, só abre estando na amarela, ou seja, até 35% abre a universidade agora regionalmente, nós não temos mais o olhar global do estado tanto para educação básica quanto para o ensino superior. Já na educação básica, nós estamos autorizando a abertura mesmo na bandeira vermelha, mesmo na bandeira laranja, nós estamos autorizando com até 35% do atendimento à educação básica, especialmente focada naqueles que mais precisam”, explicou Rossieli.

O objetivo da Prefeitura é que, com o retorno das aulas, os estudantes usem os tablets no contraturno. “No ano que vem, todos os alunos da rede pública municipal estudarão em tempo integral”, disse Caetano. “Uma parte do turno na escola – se a gente tiver condição, a gente tem muita expectativa de reabrir em fevereiro – e uma parte em casa, com o reforço escolar.”

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Senado derruba emenda bolsonarista e garante verba do Fundeb para a escola pública

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Texto retorna para a Câmara, onde deve ser votado novamente. É preciso garantir que a mudança aprovada no Senado seja mantida.

O Plenário do Senado aprovou na noite desta terça-feira (15) o Projeto de Lei (PL) 4.372/2020, que regulamenta a aplicação dos recursos do Novo Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), impedindo o desvio dos recursos do fundo para escolas particulares.

O relatório do senador Izalci Lucas (PSDB-DF) resgatou o texto original apresentado pelo deputado Felipe Rigoni (PSB-DF), na Câmara. O texto foi fruto de um amplo acordo costurado entre os deputados e garantia a destinação dos recursos do Fundeb para as escolas públicas, assim como foi estabelecido na PEC 26/2020, que instituiu o fundo de forma permanente.

O texto de Izalci foi aprovado de forma unânime.

Na votação do texto no plenário da Câmara na semana passada, deputados da base bolsonarista apresentaram destaques que desvirtuaram o texto original, desviando recursos do Fundeb para a compra de vagas em escolas privadas, como as vinculadas ao Sistema S, as confessionais, comunitárias e filantrópicas.

A medida é claramente inconstitucional, já que a PEC do Fundeb estabelece que a verba deve ser destinada ao pagamento de salários de professores e investimento nas escolas públicas brasileiras. Segundo levantamento de entidades ligadas à Educação, a mudança no texto causaria o desvio de R$ 16 bilhões do Fundo ao ano.

“Aqui preservam-se os recursos para a escola pública. A Câmara distorceu um pouco, colocando recursos do Fundeb para pagamento de folha até de terceirizados de escolas públicas, assim como nas escolas confessionais e comunitárias. Estamos tirando isso, e também o Sistema S. O Sistema S pode fazer convênio com qualquer estado ou município, desde que não seja com recursos do Fundeb. Então vai continuar fazendo o que vem fazendo. Da mesma forma, as escolas comunitárias e confessionais”, explicou Izalci.

Senadores de diversos partidos defenderam a alteração do texto.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, apoiou o relatório de Izalci. “Após a manifestação de representantes do setor da educação e parlamentares, o Senado Federal reverteu as modificações feitas pela Câmara ao texto de regulamentação do Fundeb. Os senadores garantiram a destinação de recursos para o ensino público do país, área que mais carece”, escreveu no Twitter.

A senadora Simone Tebet (MDB-MS) criticou a manobra realizada pelos deputados no plenário da Câmara. “Uma das poucas boas notícias que o Brasil comemorou em 2020 foi transformarmos o Fundeb em um fundo permanente, passando de 10% para 23% o percentual de participação da União. Isso representa R$ 12 bilhões. Mas o texto da Câmara, como veio, retira todo este avanço e um pouco mais. Ou seja, demos com uma mão e estávamos retirando com duas”, destacou Simone Tebet.

“Seria um golpe sem precedentes contra a escola pública e seus profissionais. O ensino privado, que já recebe R$ 6,7 bilhões de dinheiro público, teria mais R$ 16 bi do Fundeb, reajustado anualmente. Uma farra. É a escola pública que atende mais de 80% dos estudantes brasileiros. Com menor investimento no Fundeb, os mais pobres pagariam a conta outra vez”, afirmou Paulo Paim (PT-RS).

O presidente da Comissão de Educação (CE), senador Dário Berger (MDB-SC), ressaltou a penúria de grande parte das escolas públicas.

“26% das escolas públicas ainda não têm fornecimento de água tratada. 5% não têm ligação de energia elétrica. 60% não têm ligação de esgoto com a rede pública. 70% não têm bibliotecas e 33% não têm internet. Então o Fundeb tem que ir exclusivamente para o ensino público e seus 2,5 milhões de professores e professoras. Precisamos recuperar o atraso estrutural”, apelou Dario Berger.

O senador Esperidião Amin (PP-SC) conclamou a população a manter a pressão sobre os deputados para garantir os recursos à escola pública. “A guerra não terminou, porque na Câmara as mesmas forças que alteraram o texto original estarão presentes. Apelo à sociedade civil, que buscou os senadores, nos mandaram milhares de mensagens para que resgatássemos o texto original, para que continuem a batalha agora na Câmara. Vocês precisam estar vigilantes”, alertou Esperidião Amin.

Com a aprovação, o texto volta à Câmara dos Deputados, pois foi alterado no Senado.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, já adiantou que votará a proposta ainda nesta semana, pois a regulamentação precisa ser aprovada este ano para que os recursos do Fundeb, que chegaram a R$ 160 bilhões em 2020, possam ser direcionados a estados e municípios já a partir de janeiro de 2021, devidamente reajustados.

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Vacina Já! – É urgente garantir a imunização para vencer o coronavírus

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O Brasil chegou à triste marca de 180 mil mortos por coronavírus. São brasileiros e brasileiras que perderam suas vidas em consequência do completo descaso do genocida Bolsonaro.

Nem mesmo este assombroso número foi suficiente para sensibilizar o governo da urgência de garantir vacinação a toda à população do país.

Enquanto em outros países seus habitantes estão sendo vacinados, o governo anuncia o início da vacinação para março de 2021 e sabota os esforços de Estados e Municípios que buscam garantir a vacinação da população.

Mantida a média atual de mortes por dia, este atraso significa a condenação à morte de mais de 60.000 pessoas.

Este descaso com a vida dos brasileiros é inaceitável. É preciso unir todos em defesa da vacina contra o coronavírus.

Defendemos que o governo federal garanta o acesso da população a todas as vacinas que tiverem sua eficácia comprovada.

Vamos vencer essa batalha.

VACINA JÁ!

Primeira vacina

Vacina para todos já!

 

Primeira vacina

Margareth Keenan, a primeira pessoa a receber a vacina na Inglaterra Foto: JACOB KING/AFP

 

Condução desastrada do Ministério da Saúde coloca expertise em risco

A história da ciência brasileira está profundamente ligada ao processo de pesquisa, desenvolvimento e produção de imunobiológicos e vacinas. Entre os países em desenvolvimento, o Brasil é um dos poucos a dispor hoje de uma base produtiva e tecnológica em vacinas. Dois dos maiores produtores mundiais estão no Brasil: o Instituto Butantan (São Paulo) e o Instituto Bio-Manguinhos, na Fundação Oswaldo Cruz (Rio de Janeiro).

Essa base produtiva e o esforço de ação coordenada do SUS nas três esferas de governo permitiram que o país disponha hoje de um dos melhores e mais abrangentes programas de imunizações do mundo, capaz de garantir altíssima cobertura vacinal e que tem possibilitado a prevenção e o controle de várias doenças. Exemplos recentes são a vacinação da população brasileira, em 2010, contra o H1N1, quando 100 milhões de pessoas foram imunizadas com vacinas produzidas localmente no Instituto Butantan; a erradicação da rubéola e da síndrome da rubéola congênita, em 2010; e a introdução de novas vacinas, como a anti-HPV, em 2014, que nos próximos anos reduzirá drasticamente a mortalidade por câncer de colo uterino.

Contando com a proteção do SUS, um sistema de saúde de caráter universal e com vários centros de P&D (pesquisa e desenvolvimento) voltados para o campo da vacinologia, o Brasil produz em seus laboratórios a maioria das doses utilizadas pelo país em seu programa nacional de vacinação. Se considerado apenas o ano de 2018, nosso programa de imunizações utilizou mais de 300 milhões de doses de vacinas.

Essa capacidade endógena na produção de imunizantes, que reduz nossa dependência do exterior e garante altas coberturas vacinais, foi construída a partir de uma visão estratégica de distintos governos com parcerias de transferência de tecnologia entre laboratórios públicos e empresas multinacionais do setor farmacêutico.

Inovamos também na nossa capacidade logística, que nos permite dispor de milhares de pontos de vacinação em todo o território nacional e de mobilizar milhares de profissionais plenamente capacitados na organização e execução de campanhas de vacinação em massa.

Infelizmente, todo esse acúmulo de competências está sendo colocado em risco pela desastrada e ineficiente condução do Ministério da Saúde em relação à estratégia brasileira de vacinação da população contra a Covid-19.

O país necessita de um plano sólido, abrangente, que contemple todas as vacinas que consigam registro na Anvisa, sem qualquer tipo de discriminação. E que permita, ao longo do ano de 2021, garantir a vacinação para toda a população brasileira, prevenindo o surgimento de doença grave e suas consequências, reduzindo substancialmente a atual pressão sobre nosso sistema de saúde e garantindo o pleno retorno às atividades econômicas e sociais.

 

Assinam o artigo os ex-ministros da Saúde:

Alexandre Padilha

Arthur Chioro

Barjas Negri

Humberto Costa

José Agenor Álvares da Silva

José Gomes Temporão

José Serra

José Saraiva Felipe

Luiz Henrique Mandetta

Marcelo Castro

Nelson Teich

Publicado no jornal Folha de São Paulo em 8 de dezembro de 2020

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Governo de São Paulo anuncia início da vacinação contra o coronavírus para 25 de janeiro

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O governo de São Paulo anunciou nesta segunda-feira o cronograma da primeira fase da vacinação contra o coronavírus no estado.

Entre os dias 25 de janeiro e 22 de março, serão priorizados os profissionais de saúde e a população acima de 60 anos. São necessárias duas doses da vacina para a imunização.

O governador de São Paulo, João Doria, criticou o governo Bolsonaro por propor iniciar a vacinação no Brasil pelo Plano Nacional de Imunização (PNI) apenas no mês de março, ignorando a vacina CoronaVac, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan.

“Por que vacinar os brasileiros em março se os brasileiros podem começar a serem vacinados em janeiro? Se podemos começar a salvar vidas já, por que vamos esperar que diariamente quase 700 brasileiros percam a vida para atender um capricho de alguém que sentado no Palácio do Planalto acha que tem que ser uma única vacina no país?”, questionou Doria.

Segundo o governador paulista, a vacina será oferecida a todos os brasileiros que vierem a São Paulo.

A CoronaVac já concluiu a terceira fase de testes no Brasil e a documentação deverá ser enviada à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ainda esta semana.

Na semana passada, o segundo lote com os insumos para a produção de 1 milhão de doses da vacina chegaram ao Brasil. O acordo do Instituto Butantan com o laboratório chinês prevê a aquisição de 46 milhões de doses do imunizante, assim como a produção de outras 100 milhões de doses na nova fábrica do Butantan. Para isso, no entanto, é necessário que o governo federal inclua o imunizante no Plano Nacional de Imunização.

Veja a mensagem do diretor Karen Shakhnazarov ao público da 7ª Mostra Mosfilm

 

Entre os dias 3 e 13 de dezembro realizaremos a 7ª Mostra Mosfilm de Cinema Soviético e Russo. Ao todo serão 13 longas metragens que serão exibidos em 30 sessões virtuais.

A Mostra apresenta os filmes do Estúdio Mosfilm, um dos principais estúdios de cinema do mundo. Dos 13 filmes apresentados nesta edição, nove foram recentemente restaurados pelo Mosfilm.

A 7ª edição da Mostra será realizada exclusivamente no canal do CPC-UMES Filmes no YouTube.

O diretor-geral do Mosfilm, Karen Shakhnazarov, enviou uma mensagem de agradecimento ao público brasileiro que acompanha a produção cinematográfica soviética e russa:

 

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Assista grátis Cidade dos Ventos, na última sessão do Cinema Russo em Casa

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O projeto Cinema Russo em Casa apresenta, neste final de semana, sua última exibição com o filme “Cidade dos Ventos” (2008), do diretor Karen Shakhnazarov.

O filme estará disponível no Canal do CPC-Umes Filmes no Youtube de sexta, 27/11, 19h, até domingo, 29/11, 19h.

No longa, passado na década de 1970, um jovem universitário que se proclama “dissidente” disputa com o amigo comunista o amor da doce Lyuda, enquanto o entusiasmo socialista na URSS vai sofrendo uma gradual, porém contínua, erosão.

Para acessar o canal clique em http://bit.ly/CPCUMESFilmes

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7ª Mostra Mosfilm de Cinema Soviético e Russo estreia dia 03 de dezembro

No dia 3 de dezembro, começa a 7ª Mostra Mosfilm de Cinema Soviético e Russo. A edição celebra o centenário de Serguei Bondarchuk e os 75 anos da Vitória na Segunda Guerra Mundial.

De 3 a 13 de dezembro de 2020, serão exibidos 13 longas metragens em 30 sessões online. A Mostra deste ano será realizada no canal do CPC-UMES Filmes no Youtube, e todas as exibições serão gratuitas.

Entre os filmes apresentados, 9 foram restaurados recentemente pelo próprio Estúdio Mosfilm, entre 2010 e 2020. Cada sessão permanecerá por seis horas no ar a partir do horário de início especificado.

Clique aqui e veja os detalhes sobre a programação da 7ª Mostra Mosfilm

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Cidade dos Ventos

Karen Shakhnazarov (2008), com Aleksandr Lyapkin, Lídyia Milyuzina, Egor Baranovskiy, Rússia, 105 min.
Sinopse
Na década de 1970, jovem universitário que se proclama “dissidente” disputa com o amigo comunista o amor da doce Lyuda, enquanto o entusiasmo socialista na URSS vai sofrendo uma gradual, porém contínua, erosão.
Direção: Karen Shakhnazarov (1952)
Nascido em Krasnodar, na região de Kuban, no Cáucaso, Karen Georgievich Shakhnazarov formou-se, em 1975, pelo VGIK (Instituto Estatal de Cinema). Em 1987, seu filme “O Mensageiro” recebeu prêmio especial no 15o. Festival Internacional de Moscou. Dirigiu 13 longa-metragens, entre os quais “Cidade Zero” (1988), “O Assassino do Czar” (1991), “Sonhos” (1993), “A Filha Americana” (1995), “A Cidade dos Ventos” (2008), “A Enfermaria Número 6” (2009), “Tigre Branco” (2012), “Amor na URSS” (2013),  “Anna Karenina – A História de Vronsky” (2017), “Anna Karenina (minissérie para TV, 2017).
Com muitos prêmios nacionais e internacionais, seus filmes apresentam uma densa reflexão crítica sobre a restauração do capitalismo e o fim da URSS.
Assumiu em 1998 a direção geral do Mosfilm, o maior estúdio de cinema da Europa.
 
Argumento Original: Karen Shakhnazarov (1952), Evgeniy Nikishov (1979), Serguey Rokotov (1952-2015)
Evgueniy Nikishov nasceu em Moscou. Graduou-se em jornalismo, estudou historia do cinema, argumento é roteiro no VGIK, o tradicional Instituto Estatal de Cinema, hoje Universidade Estatal  de Cinema Serguey Gerassimov.  De 2005 a 2009 foi editor-chefe da revista do Mosfilm. Entre 2008-16 foi diretor-geral adjunto do canal de televisão TNT. A partir de 2016 é o produtor-geral do TV3. Assina mais de 300 episódios de 10 séries para TV, escritas entre 2007 e 2017. Colaborou nos roteiros  de “Cidade dos Ventos” (Karen Shakhnazarov, 2008), “Está Tudo Bem, Mãe!” (Fyodor Popov, 2011), “Groom” (Aleksandr Neslobin, 2016).
Serguey Rokotov nasceu em Moscou. Formou-se na Faculdade de Filosofia de Tashkent. Foi membro da União de Escritores, autor de 49 livros, a maior parte de suspense, com tramas policiais. Principais filmes em que atuou como escritor e roteirista: “A Cidade dos Ventos” (Karen Shakhnazarov, 2008), “Trigésimo Sétimo Romance”  (Grigoriy Gyardushyan, 2011).
 
Música Original: Konstantin Shevelyov (1953)
Ator e compositor. Entre as trilhas sonoras criadas por Konstantin Shevelyov estão as dos filmes “Não Banque o Louco” (Valery Chikov, 1997), “Cidade dos Ventos” (Karen Shakhnazarov, 2008), “Amor na URSS” (2013). Recebeu o prêmio Águia de Ouro, junto com Yuri Poteenko, pela musica de “Tigre Branco” (Karen Shakhnazarov, 2012)

 

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7ª Mostra Mosfilm celebra o centenário de Serguei Bondarchuk e os 75 anos da vitória na 2ª Guerra Mundial

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De 3 a 13 de dezembro de 2020 acontece a 7ª edição da Mostra Mosfilm de Cinema Soviético e Russo, com 13 longas metragens em total de 30 sessões. A Mostra deste ano será realizada no canal do CPC-UMES Filmes no Youtube, e todas as exibições serão gratuitas. Entre os filmes apresentados, 9 foram restaurados recentemente pelo próprio Estúdio Mosfilm, entre 2010 e 2020.

“O Destino de um Homem” (1959), filme de estreia de Serguei Bondarchuk na direção, abre a Mostra. Em 25 de setembro deste ano completou-se o centenário de nascimento do diretor, que também teve expressiva carreira como ator, roteirista e produtor. As exibições serão a partir de matriz restaurada em 2019. A segunda sessão da noite de abertura será do filme “O Sol Branco do Deserto” (Vladimir Motyl, 1969), produção do Mosfilm com a Dino de Laurentiis Cinematografica, parceria que rendeu vários outros filmes e só foi possível graças à aproximação de Bondarchuk com o produtor italiano.

No ano das comemorações de 75 anos da vitória na Segunda Guerra Mundial, além do longa de Bondarchuk, mais dois filmes da programação tem como tema o conflito: “Neve Ardente” (1972), de Gavril Eguiazarov, e “A Infância de Ivan” (1962), estreia de Andrei Tarkovsky na direção, e vencedor do Leão de Ouro no Festival de Veneza.

Karen Shakhnazarov, diretor geral do Mosfilm, marca presença na programação com seu segundo longa, “Nós Somos do Jazz”, de 1983. Entre os destaques também estão “A Carta que Não Foi Enviada” (Mikhail Kalatozov, 1959), restaurado em 2020, e “Moscou Não Acredita em Lágrimas” (Vladimir Menshov, 1979), Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 1981.

Completam a programação: o épico silencioso “Tempestade Sobre a Ásia” (1928), de Vsevolod Pudovkin; o musical “Tanya” (1940), de Grigori Aleksandrov; “Ivan Vassilevich Muda de Profissão” (1973), mais uma comédia campeã de bilheterias de Leonid Gayday; “As Garotas” (1961), de Yury Chulyukin; “Nove Dias em um Ano” (1961) de Mikhail Romm, e o drama “Ela” (2013), de Larissa Sadilova.

Cada sessão permanecerá por seis horas no ar a partir do horário de início especificado.

A Mostra é uma realização do Centro Popular de Cultura da União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo (CPC-UMES), que distribui e comercializa no Brasil, em DVD e Blu-Ray, Streaming, TV e Cinema os filmes produzidos pelo Mosfilm.

Apoio: Agência de Assuntos da Comunidade dos Estados Independentes da Federação da Rússia (Rossotrudnichestvo), Embaixada da Federação da Rússia na República Federativa do Brasil, Sputnik Cultural e Associação Cultural Grupo Volga de Folclore Russo.

 

Informações Gerais:


7ª Mostra Mosfilm de Cinema Soviético e Russo
De 03/12 a 13/12/20

As exibições acontecerão no canal CPC-UMES Filmes no Youtube:


http://bit.ly/CPCUMESFilmes

 

Todas as exibições são gratuitas

 

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Programação

 

03/12 – Quinta-Feira – Abertura 

20h        O Destino de Um Homem         
22h        O Sol Branco do Deserto             

04/12 – Sexta-Feira
        

19h        Neve Ardente
21h        A Infância de Ivan

          

05/12 – Sábado
16h        Tempestade Sobre a Ásia         

18h        O Sol Branco do Deserto             
20h        Tanya   
22h        Ivan Vassilevich Muda de Profissão

       

06/12 – Domingo            
15h        As Garotas       

17h        Nove Dias em Um Ano
19h        A Carta Que Não Foi Enviada   
21h        Moscou Não Acredita em Lágrimas

       

07/12 – Segunda-Feira 
19h        Nós Somos do Jazz       

21h        Ela         

 

08/12 – Terça-Feira        
19h        O Destino de Um Homem         

21h        O Sol Branco do Deserto             

09/12 – Quarta-Feira     
19h        A Infância de Ivan         

21h        As Garotas        

 

10/12 – Quinta-Feira     
19h        A Carta que Não Foi Enviada     

21h        Ivan Vassilevich Muda de Profissão       

 

11/12 – Sexta-Feira        
19h        Moscou Não Acredita em Lágrimas       

21h        Nove dias em Um Ano 

 

12/12 – Sábado
16h        Tanya   

18h        Neve Ardente
20h        Nós Somos do Jazz       
22h        A Infância de Ivan 

        

13/12 – Domingo            
15h        Ela         

17h        Tempestade Sobre a Ásia         
19h        A Carta Que Não Foi Enviada   
21h        O Destino de Um Homem         

 

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 Filmes

 

O DESTINO DE UM HOMEM


1959 / P&B / 97 min. / Drama
De Serguei Bondarchuk, com Serguei Bondarchuk, Evgueny Teterin, Pavel Boriskin, Pavel Volkov, Zinaida Kirienko

 

Convocado para a guerra, Andrei é capturado e jogado em um campo de concentração. Quando retorna ao lar não encontra sua mulher e filhos, mortos pelos fascistas. O fantasma de uma vida sem propósito o assombra. Adaptação do romance de Mikhail Sholokhov, que ganharia o Nobel de Literatura em 1965.

 

“Um belo filme que merece ser descoberto: antibelicista, poético e delicado, que celebra o humanismo e a esperança”. (Rubens Ewald Filho – 2019)

Exibições a partir de matriz restaurada pelo Estúdio Mosfilm em 2019

 

 

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NEVE ARDENTE


1972 / COR / 99 min. / Guerra-Épico

De Gavriil Eguizarov, com Yuri Nazarov, Gueorgy Zhzhenov, Konstantin Tyrtov, Igor Ledogorov

Soldados de uma bateria antitanque do Exército Vermelho lutam contra o frio, a fome e o assalto das divisões do general von Manstein, que tenta romper o cerco ao 6º Exército sitiado em Stalingrado.

 

Exibições a partir de matriz restaurada pelo Estúdio Mosfilm em 2013

 

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A INFÂNCIA DE IVAN


1962 / P&B / 96 min. / Guerra-Drama
De Andrei Tarkovsky, com Nikolai Burlyaev, Valentin Zubkov, Evgeny Zharikov, Irina Tarkovskaya

 

Menino de 12 anos fica órfão quando sua família é morta por alemães que invadiram o território soviético em 1941. Com lembranças da vida em família, ele decide apoiar o Exército Vermelho. Graças à sua pequena estatura, Ivan consegue atravessar as linhas alemãs para colher informações sem ser visto. Longa de estreia de Tarkovsky, ganhou o Leão de Ouro no Festival de Veneza (1962).

Exibições a partir de matriz restaurada pelo Estúdio Mosfilm em 2017

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TEMPESTADE SOBRE A ÁSIA


1928 / P&B / Silencioso / 103 min. / Épico
De Vsevolod Pudovkin, com Valery Inkizhinov, A. Dedintsev, Anel Sudakevich, Karl Gurnyak, Aleksandr Chistyakov

 

Nos anos 20 do século passado, tropas britânicas oprimem o povo da Mongólia. Jovem caçador feito guerrilheiro é capturado. Um amuleto encontrado entre seus pertences mudará sua vida. O filme integra a “trilogia revolucionária” de Pudovkin, ao lado de “A Mãe” (1926) e “O Fim de São Petersburgo” (1927).

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O SOL BRANCO DO DESERTO


1969 / Cor / 81 min. / Ação
De Vladimir Motyl, com Anatoly Kuznetsov, Raisa Kurkina, Pavel Luspekaev, Spartak Mishulin

 

Com o fim da guerra civil, o soldado Sukhov volta para casa pelas areias do Turquestão. Lá, encontra um destacamento de vermelhos que perseguem o bando de Abdullah, e acaba sendo encarregado de escoltar o harém do bandido a um lugar seguro. A mistura de ação, comédia, música e drama levou 36 milhões de espectadores ao cinema, na época do lançamento.

 

Exibições a partir de matriz restaurada pelo Estúdio Mosfilm em 2011

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TANYA


1940 / P&B / 94 min. / Comédia musical
De Grigori Aleksandrov, com Lyubov Orlova, Vladimir Volodin, Pavel Olenev, Vera Altayskaya

 

Expulsa do serviço doméstico por uma amante ciumenta, Tanya se torna tecelã e passa a fazer parte do movimento Stakhanov de inovação no trabalho (1935-41). Obtém êxito criando um processo que lhe permite controlar uma oficina de 150 máquinas, ao invés de um único conjunto de 8 máquinas, que era o padrão na época. Durante as filmagens, a comédia musical teve o título de “Cinderela Soviética”.

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IVAN VASSILEVICH MUDA DE PROFISSÃO

 

1973 / Cor / 92 min. / Comédia
De Leonid Gayday, com Yury Yakovlev, Leonid Kuravlyov, Aleksandr Demyanenko e Natalya Seleznyova

 

Mais uma comédia excêntrica de Gayday que ultrapassou a marca de 60 milhões de espectadores. Baseada na peça de Mikhail Bulgakov, brinca com o poder desafiante da ciência. O jovem Shurik constrói uma máquina do tempo que por acidente transfere ao século 20 o czar Ivan, o Terrível.

Exibições a partir de matriz restaurada pelo Estúdio Mosfilm em 2010

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AS GAROTAS


1961 / P&B / 98 min. / Comédia
De Yury Chulyukin, com Nadezhda Rumyantseva, Inna Makarova, Nikolai Rybnikov, Luciena Ovchinnikova

 

Tosya chega a uma aldeia da Sibéria para trabalhar como cozinheira. O lenhador Ilya aposta que ela vai se apaixonar por ele, mas após alguma relutância percebe que é ele que está apaixonado por ela. Comédia romântica das mais queridas do público soviético. A atuação de Nadezhda Rumyantseva, que aos 30 anos interpretou com perfeição uma garota de 18, lhe rendeu fama mundial.

 

Exibições a partir de matriz restaurada pelo Estúdio Mosfilm em 2011

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NOVE DIAS EM UM ANO


1961 / P&B / 111 min. / Drama
De Mikhail Romm, com Aleksei Batalov, Innokenty Smoktunovsky, Evgeny Evstigneev, Luciena Ovchinnikova

 

Com uma triste e bela história sobre a exploração de novos campos da física nuclear, o veterano Mikhail Romm nos transporta a uma ilha de entusiasmo onde as pessoas acreditam no que fazem.

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A CARTA QUE NÃO FOI ENVIADA


1959 / P&B / 97 min. / Drama

De Mikhail Kalatozov, com Innokenty Smoktunovsky, Tatiana Samoylova, Vassily Livanov, Evgeny Urbansky

 

No final dos anos 50, quatro geólogos soviéticos partem para a Sibéria com o objetivo de localizar uma mina de diamantes. Depois de uma longa e cansativa jornada, encontram a mina e a colocam num mapa, que deverá ser enviado imediatamente a Moscou.

 

Exibições a partir de matriz restaurada pelo Estúdio Mosfilm em 2020

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MOSCOU NÃO ACREDITA EM LÁGRIMAS


1979 / Cor / 149 min. / Drama
De Vladimir Menshov, com Vera Alentova, Aleksei Batalov, Irina Muravyova, Raisa Ryazanova, Natalia Vavilova, Leah Akhedzhakova, Innokenty Smoktunovsky,

 

Tudo começa quando as jovens Katya, Antonina e Lyudmila chegam a Moscou cheias de sonhos, em 1958. Ao longo de duas décadas acompanhamos suas vitórias, fracassos, desejos, desilusões e conquistas. Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 1981.

 

Exibições a partir de matriz restaurada pelo Estúdio Mosfilm em 2010

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NÓS SOMOS DO JAZZ


1983 / Cor / 88 min. / Comédia Musical
De Karen Shakhnazarov, com Igor Sklyar, Evgeny Evstigneev, Aleksandr Pankratov-Cherny, Nikolai Averyushkin

 

Nos anos 20, jovem morador de Odessa monta um conjunto de jazz argumentando que se trata de um estilo musical que representa a “arte proletária” nos EUA, e não o capitalismo norte-americano. O grupo viaja pela URSS vivendo muitas aventuras em busca de sucesso.

 

Exibições a partir de matriz restaurada pelo Estúdio Mosfilm em 2010

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ELA


2013 / Cor / 89 min. / Drama
De Larissa Sadilova, com Nilufar Fayzieva, Maksum Abdulaev, Rakhmat Khaidarov, Natalya Isaeva


Maya foge da casa dos pais no Tadjiquistão para viver com o namorado, que trabalha na Rússia. Logo, o jovem deixa Maya para casar no seu país com uma noiva escolhida pelos pais. A russa Nadia ajuda a garota a superar a situação. Um filme sobre o fim da União Soviética, mas não da esperança na sua reabilitação.

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Lamento Negro – Eduardo de Oliveira

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Lamento Negro

(Fragmento)

 

Eu sinto em minhas veias

o grito dos cafezais.

Enxergo em minhas mãos a sombra

dos meus irmãos

vergastados pelo chicote

dos senhores da terra.

Aqueles que carregam o Brasil nas costas

não têm túmulos

nem legendas;

seu sono não é velado,

seu nome ninguém conhece.

Hoje eles seguem a sina

de uma sorte inglória…

de um destino obscuro.

Como as grandes noites

que se debruçam no parapeito

do tempo, para espiar o mundo,

a minha raça vem contemplando

e trabalhando para a ventura alheia,

debruçada na grande noite

do desespero.

Hoje, se o progresso despeja-se

pelos jardins do meu tempo,

a Pátria que agora é minha

chora prantos de café.

A pátria de hoje

É um pedaço de tristeza

e de soluço dos meus avós,

atirada pelas tumbas sem legendas.

Os meus ancestrais

foram vassalos dela…

escravos dela

e se esqueceram de viver.

A grandeza da minha terra

tem seus pés fincados

na alma da minha gente,

na fome da minha gente,

oculta nos presídios,

nos mocambos, nas favelas,

na hemoptise que escreve com sangue

a sorte da minha raça.

Não mais farei versos bonzinhos

para o agrado dos meus novos senhores.

Escuta, “Capitão do Mato”:

Daqui por diante

só cantarei o destino da gente

que estua em meu sangue de negro.

Meu poema terá o gosto amargo

do desespero do meu povo.

[…]

Se a turbulência das praças

arrastarem as multidões

amotinadas pela fome

lá estará o meu grito de rebeldia.

Ser negro é sentir a pujança telúrica

das raças infelizes.

Senzalas, ritos, cafezais

são símbolos de ontem

que relembram escravidão.

Favelas, salários, sindicatos,

são emblemas de agora, chicoteando

o rosto de meus irmãos. […]

(Banzo, 1965).

Professor Eduardo de Oliveira

Arte: @gabz_barb

Extraído no perfil do projeto Negros do Bixiga no Instagram

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Justiça para João Alberto!

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Na véspera do Dia da Consciência Negra, João Alberto Silveira Freitas, um homem negro, de 40 anos de idade, foi espancado até a morte por seguranças no estacionamento do Carrefour na capital do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.

As imagens fortes mostram que apesar de imobilizado, João Alberto continuou a ser agredido pelos seguranças.

João é mais uma vítima do racismo, que no último período tem ficado cada vez mais em evidência na nossa sociedade.

Repudiamos a criminosa agressão, exigimos a apuração devida e a punição dos assassinos de João Alberto.