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Secretário da Educação de SP quer prioridade a professores na vacinação contra Covid-19

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O secretário da Educação do Estado de São Paulo, Rossieli Soares, defendeu em declaração, a inclusão imediata dos professores no grupo prioritário de vacinação assim que uma vacina contra o novo coronavírus estiver disponível no País.

“Os profissionais da saúde, professores e policiais, que trabalham com o público, devem ser públicos prioritários, além daquelas pessoas com mais de 60 anos e que têm comorbidades”, disse em entrevista à Rádio Eldorado, na manhã desta quarta-feira (26).

Ao menos 40% dos profissionais da Educação encontram-se no grupo de risco para a Covid-19.

A UMES mantém o diálogo com a Secretaria de Educação paulista para garantir um retorno seguro às aulas para o conjunto dos estudantes e todos os profissionais envolvidos. Para isso, defendemos que a volta às aulas esteja vinculada a um criterioso plano de testagem, rastreio e isolamento dos infectados pela Covid-19.

Somente com a busca ativa e o rastreio poderemos barrar o avanço das infecções e garantir a segurança de todos.

Leia: Retornar às aulas apenas com combate inteligente ao vírus!

Segundo o secretário, a previsão de retorno às atividades escolares não-obrigatórias em 8 de setembro e retomada das aulas presenciais em outubro está mantida. Isso será possível somente para as regiões que estiverem há pelo menos 28 dias na fase 3 (amarela) do plano estadual de flexibilização da quarentena, que tem cinco fases, com o retorno de até 35% dos alunos.

Porém, enquanto o Brasil não tiver uma vacina registrada, os profissionais de ensino que fazem parte do grupo de risco não deverão retornar às atividades no Estado.

“No mês de outubro, não poderão retornar aqueles no grupo de risco. Os demais poderão retornar, no sistema de rodízio. A gente vai ter um reforço de contratação de professores para reorganizar a carga horária dos nossos profissionais”, disse Soares.

De acordo com o secretário, as determinações e protocolos dependerão da demanda para o atendimento dos alunos, dos casos individuais de cada professor, e, principalmente, do comportamento da pandemia e de uma possível vacina. 

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VITÓRIA: PEC do Novo Fundeb é aprovada

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O Senado Federal aprovou, por 79 votos favoráveis e nenhum contrário, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Novo Fundeb em primeiro e segundo turno. A Emenda deve ser promulgada pelo Congresso Nacional na quarta-feira (26).

A votação unânime do Novo Fundeb simboliza uma conquista não somente dos estudantes, mas também de todo o povo brasileiro, já que o fundo garante o investimento na educação básica, que vem sendo atacada pelo governo Bolsonaro desde a sua posse.

A medida torna o financiamento permanente e aumenta o volume de recursos repassados pela União para Estados e municípios bancarem o pagamento de professores e outras despesas da educação básica. A PEC aumenta complementação da União na cesta do Fundeb dos atuais 10% para 23% em seis anos.

Desde o começo da gestão Bolsonaro, o governo se movimentou contra a proposta na articulação do Legislativo e tentou incluir o programa Renda Brasil, em substituição ao Bolsa Família, no mesmo pacote de repasses, o que deixaria a despesa assistencial fora do teto de gastos. A estratégia, porém, foi rejeitada pelo Congresso.

No Senado, a PEC sofreu apenas uma mudança na redação. O relator retirou um dispositivo do texto que previa repasse de recursos do financiamento para escolas privadas. De acordo com Flávio Arns, porém, a Constituição já autoriza essa transferência para instituições comunitárias e filantrópicas e o trecho da PEC limitaria o pagamento para essas entidades.

Em 2020, o Fundeb envolve uma cesta de R$ 173,7 bilhões que financia a maior parte dos salários de professores e outras despesas de Estados e municípios com a educação básica. Desse valor, R$ 15,8 bilhões corresponde à complementação da União. Com a PEC, o aporte do governo federal deve subir para R$ 17,5 bilhões em 2021 e chegar a R$ 39,3 bilhões em 2026, de acordo com cálculos da Consultoria de Orçamento da Câmara.

Para Flávio Arns, no período pós-pandemia, a educação precisa ser “a principal bandeira do Brasil”.

“Se você tiver a escolaridade, a educação formal, você vai ter trabalho, vai ser melhor remunerado, vai participar mais, a saúde melhora, os programas de assistência ficam mais direcionados. Na área econômica, você precisa ter gente com escolaridade para que haja recuperação no pós-pandemia. Então é a educação como prioridade absoluta”, afirmou o senador do Paraná.

“Os recursos do Fundeb são destinados às redes estaduais e municipais de educação. O Fundeb atende tudo que vem antes da faculdade: creche, pré-escola, ensino fundamental e médio, educação de jovens e adultos, educação profissional, indígenas, quilombolas, educação especial. Trata-se de um dos principais instrumentos de redistribuição de recursos do país, realocando valores no âmbito de cada estado, entre o governo estadual e as prefeituras, para tornar o sistema educacional mais equitativo e menos desigual. Se não fosse o Fundeb, nós teríamos uma grande disparidade de atendimentos no Brasil. O Fundeb é, de fato, o maior instrumento para tornar o Brasil menos desigual”, destacou afirmou Flávio Arns durante a leitura de seu relatório.

Presidente Bolsonaro, por que sua esposa Michelle recebeu R$ 89 mil de Fabrício Queiroz?

Pergunta tomou as redes sociais nesta segunda-feira; um tuíte com o questionamento é registrado a cada 35 segundos

 

Na tarde de domingo (24), Jair Bolsonaro foi perguntado por um jornalista o porquê de a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, ter recebido um depósito de R$ 89 mil feito por Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro.

O presidente respondeu com uma ameaça: “Vontade de encher sua boca com uma porrada.”

Os repórteres presentes o questionaram e quiseram saber se o ataque era dirigido a toda imprensa ou apenas ao repórter. “Isso é uma ameaça presidente?”, perguntaram. Bolsonaro ficou calado.

Fabrício Queiroz operava o esquema de “rachadinha” no gabinete de Flavio Bolsonaro quando o filho de Bolsonaro era deputado estadual.

Um vídeo que mostra a ameaça de agressão rapidamente viralizou na internet. Jornalistas, famosos e pessoas diversas se revoltaram com o tom de voz do presidente da República para com o profissional e decidiram repetir a pergunta dele:

 

“Presidente Jair Bolsonaro, por que sua esposa Michelle recebeu R$ 89 mil de Fabrício Queiroz?”

Entenda

No dia 7 de agosto, a revista Crusoé obteve acesso a um relatório do Coaf que mostra que Fabrício Queiroz e a esposa dele, Márcia Aguiar, depositaram R$ 89 mil em cheques na conta de Michelle Bolsonaro.

O caso veio à tona pela primeira vez em 2018, mas, à época, o valor que se tinha conhecimento era o de R$ 24 mil. Bolsonaro justificou dizendo que havia emprestado dinheiro a Queiroz, e que o ex-assessor de Flávio Bolsonaro quitou a dívida depositando os valores na conta de Michelle.

Porém, o valor é maior. Os extratos mostram que Queiroz começou a abastecer a conta de Michelle em 2011 e perdurou até 2016. O relatório mostra que os valores recebidos pelo ex-assessor foram aumentando ao passar desses anos.

Os depósitos entre 2011 e 2013 eram em cheques de R$ 3 mil. Em 2011, foram três cheques, somando R$ 9 mil passados para Michelle Bolsonaro, em 2012 foram seis, somando R$ 18 mil, e em 2013 foram, novamente, três cheques, completando R$ 9 mil. Em 2016 foram noves cheques que totalizam R$ 36 mil.

Entre janeiro e junho de 2011 também foram registrados depósitos feitos pela esposa de Fabrício Queiroz, Márcia Aguiar, que somam mais R$ 17 mil passados para Michelle Bolsonaro.

No fim de 2018, quando o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) relatou o depósito de R$ 24 mil feito por Queiroz para Michelle, Jair Bolsonaro disse que se tratava da devolução de parte de um empréstimo de R$ 40 mil que ele supostamente teria feito para o ex-assessor de seu filho e faz-tudo da família.

Após as novas revelações ficou claro que Bolsonaro mentiu.

Esse mesmo relatório informou que o ex-assessor movimentou R$ 1,2 milhão entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017, valor que não condizia com seu salário. Mais tarde, descobriu-se que entre janeiro de 2014 e de 2017, Fabrício Queiroz movimentou R$ 7 milhões.

Rachadinha

Queiroz recolhia parte do salário dos assessores de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) e repassava parte para a família Bolsonaro, conforme denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro. Com parte do dinheiro, pagou mais de R$ 150 mil das mensalidades escolares dos filhos de Flávio.

Queiroz foi preso pela Polícia Federal quando estava escondido no sítio do ex-advogado da família Bolsonaro, Frederick Wassef.

O Palácio do Planalto disse que não comentará a ameaça feita por Bolsonaro no domingo (23). Já seu líder na Câmara do Deputados, Ricardo Barros, considerou que ele é “assim mesmo”, e que “não vai mudar”.

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Chamado de ladrão, mestre Nenê é espancado por policiais em São Paulo

 

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Valdenir Alves dos Santos, conhecido como mestre Nenê, foi agredido por policiais militares na noite da última quarta-feira, 19. Segundo os PMs, eles confundiram o mestre, que estava com o filho no colo, com um suspeito de um roubo na região da Vila Madalena.

 

O motivo da “confusão”: mestre Nenê é negro.

 

Mestre Nenê estava junto com seu filho, de cinco anos, na calçada em frente a sua casa conversando com vizinhos quando uma viatura o abordou de forma violenta.

 

Ao entrar em casa, ele foi perseguido por policiais que o violentaram, empurrando-o no chão, com seu filho no colo. Após a criança ser retirada do local por amigos, os policiais seguiram com força desmedida para algemá-lo.

 

Mestre Nenê foi levado à 14ª Delegacia de Polícia de São Paulo, onde ficou nervoso e ainda tentaram dopá-lo. Posteriormente, foi levado ao Instituto Médico Legal (IML) para exame de corpo de delito e abertura de inquérito.

 

A ação violenta da polícia contra o mestre foi amplamente repudiada por diversas lideranças da capoeira, entidades do movimento negro e cultural.

Fabiano Pavio coordenador do projeto “Capoeira na UMES”, lamentou o episódio envolvendo o mestre Nenê e cobrou um “pedido formal por parte do Estado e da PM” e que a justiça seja feita com a apuração do caso. “É o mínimo que esperamos”, disse.

“A PM diz que teve roubos na região, foram abordar o mestre e seus vizinhos, ele pegou a criança e levou para dentro de casa e a polícia diz que ele fugiu e isso foi o motivo do espancamento. O Nenê nem armado estava, ele estava na frente de sua residência, isso demonstra o racismo que existe em parte da corporação, porque se fosse um homem branco sentado em frente de sua casa na “Vila Madalena”, não seria abordado dessa forma, isso é, se fosse abordado…”, criticou.

O professor de capoeira relembra que “infelizmente o que vemos é um presidente da República que estimula o preconceito e o racismo, o resultado é o que aconteceu com o mestre”. “O caso é que, a maioria das pessoas abordadas e mortas em atuações policiais, são negras, isso precisa mudar”, pontuou Pavio. 

Vídeos e mensagens exigindo uma retratação foram divulgados em diversas redes sociais:

O Instituto da Advocacia Negra Brasileira (IANB) também manifestou repúdio à ação da PM “em mais um caso evidente de racismo estrutural”. “Repudiamos todo e qualquer caso de violência policial e expressamos sinceras condolências ao Mestre Nenê e sua família, e se dispõe a ajudar no que for possível e pertinente”, afirma a entidade em nota.

 

Mestre Nenê, nascido no Mato Grosso, possui um trabalho cultural enraizado em São Paulo desde 1992, conhecido em todo o Brasil, com diversos trabalhos de cultura popular, capoeira angola, tambor de crioula e confecção de instrumentos artesanais

 

Mestre Nenê foi aluno do saudoso Mestre Ananias e é um dos zeladores da Roda da Praça da República, principal ponto de encontro de capoeiristas da cidade de São Paulo. 

 

A Casa Mestre Ananias repudiou a ação dos policiais:

 

Nota de repúdio

 

Mestre Nenê foi atacado pela polícia ontem.

 

Aluno do finado Mestre Ananias foi atacado pela PM de São Paulo, na noite de ontem. Ele estava em frente de casa, com o filho no colo. A justificativa para o espancamento foi um suposto roubo na Vila Madalena. Teve uma abordagem da polícia e o Mestre Nenê, que estava em frente de casa com outros vizinhos, não aceitou a abordagem, pegou o filho no colo e entrou. 

 

Os policiais consideraram fuga, o espancaram e levaram algemado para o DP. Lá, o Mestre ficou nervoso, consideraram que ele tinha problema psiquiátrico e quiseram dopá-lo. Mais uma triste e revoltante situação de agressão. Isso se chama racismo e despreparo da polícia. Não podemos ser coniventes com esse tipo de violência. 

 

Mestre Nenê é reconhecido mundialmente, a capoeira e os saberes dos mestres são Patrimônios Imateriais da Cultura Brasileira, está presente em mais de 200 países nos cinco continentes. A classe capoeiristica não pode ser conivente com esta violência. O mínimo que esperamos é uma pedido de desculpas oficial do Secretário de Segurança Pública de São Paulo – General João Camilo Pires de Campos – ou do Governador de São Paulo – João Dória.

 

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Votação da PEC do Novo Fundeb fica para dia 25

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O Senado adiou para a próxima terça-feira (25) a votação da proposta de emenda à Constituição do Novo Fundeb. O relator do projeto, senador Flávio Arns (REDE-PR), defendeu a íntegra do texto aprovado da Câmara dos Deputados no mês passado.

A PEC que torna permanente o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) também aumenta em 13 pontos percentuais a participação da União nos recursos destinados ao Fundeb

A proposta será o único item da pauta de votações e, caso aprovada, deverá ser promulgada no dia seguinte em sessão do Congresso. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, comentou nas redes sociais que o adiamento da votação vai permitir a participação de todos os senadores no aperfeiçoamento do texto.

“Garantir recursos para a educação pública do país é uma das maiores prioridades de todos nós, senadores. Por essa razão, decidimos pelo adiamento da análise da PEC do novo Fundeb para a próxima terça-feira (25), para garantir, acima de tudo, a sua aprovação.”

A sessão do Senado que ocorreria nesta quinta-feira (20) precisou ser adiada em razão da votação de vetos pelo Congresso Nacional ainda estar em andamento. Além da PEC do Fundeb, também estavam na pauta outras quatro matérias, que tratam de alterações no Imposto sobre Serviços (ISS); alívio para hospitais filantrópicos; subnotificação de casos de Covid-19 entre a população negra; e transporte rodoviário interestadual e internacional.

O texto ainda altera a forma de distribuição dos recursos da União entre os estados. A PEC teve como primeira signatária a ex-deputada federal Raquel Muniz (PSD-MG) e como relatora na Câmara dos Deputados a deputada Professora Dorinha Seabra Rezende (DEM-TO). No Senado, a matéria é relatada pelo senador Flávio Arns (Rede-PR).

 

O texto foi fruto de consenso entre os parlamentares e vem sendo debatido desde o início de 2019. Criado em 2007 de forma temporária, em substituição ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef), o Fundeb é uma das principais fontes de financiamento da educação no país. 

Os entes federativos deverão usar os recursos do Fundeb exclusivamente em sua atuação prioritária definida na Constituição: os municípios cuidam da educação infantil e do ensino fundamental; e os estados, do ensino fundamental e médio. Assim, o dinheiro não poderá ser aplicado, por exemplo, em universidades, pois o ensino superior é de responsabilidade prioritária do governo federal.

Em seu relatório, Flávio Arns ressalta a atual importância do Fundeb: “trata-se de um dos principais instrumentos de redistribuição de recursos do país, realocando valores no âmbito de cada estado, entre o governo estadual e as prefeituras, para tornar o sistema educacional mais equitativo e menos desigual”.

O Fundeb atualmente representa 63% do investimento público em educação básica. Ele diz que, se o fundo não existisse, estima-se que os valores mínimos de aplicação em educação girariam em torno de R$ 500 por aluno/ano nos municípios mais pobres do Brasil. Com o Fundeb atual esse investimento é em torno de R$ 3.600. Com a PEC, esse valor deve aumentar cerca de 50% até 2026, podendo alcançar o valor de R$ 5.500.

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Primavera, de Grigori Aleksandrov, grátis no “Cinema Russo em Casa”

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Nesta sexta-feira, 21/08/20, continuamos o projeto “Cinema Russo em Casa”, que consiste na exibição gratuita de um filme por semana no nosso canal do Youtube.

O filme desta semana será PRIMAVERA (Grigori Aleksandrov, 1947), com Nikolai Cherkasov e Liubov Orlova, ator e atriz que estão entre os mais importantes do cinema soviético. A comédia musical marca a reconstrução do país no início do pós-guerra, período em que se situa o enredo do filme.

É em PRIMAVERA que aparece também, pela primeira vez, monumento “O Operário e a Kolkhosiana” foi adotado como símbolo do Mosfilm em 1947.

A exibição estará disponível de sexta, 21/08, 19h, até domingo, 23/08, 19h.

Para acessar o canal clique aqui:

Canal CPC

 

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Primavera

Grigori Aleksandrov (1947), com Liubov Orlova, Nikolai Cherkasov, Faina Ranevskaia, URSS, 104 min.

Sinopse
Quinta comédia musical com direção de Grigori Aleksandrov e trilha composta por Isaak Dunaievsky, na qual Liubov Orlova contracena com Nikolai Cherkasov, o astro de Eisenstein em “Alexandre Nevsky” e “Ivan, o Terrível”. A sequência de abertura marca o ritmo febril da reconstrução do país no início do pós-guerra, período em que se situa o enredo do filme. Uma sucessão de quiprocós leva artistas e cientistas a superarem preconceitos mútuos, aprendendo a conhecer melhor o papel de cada um na sociedade.

 
Direção e Argumento Original: Grigori Aleksandrov (1903-83)
Grigori Vasilyevich Aleksandrov nasceu em Yekaterinburg, distrito federal dos Urais. Em 1921 iniciou no Teatro Proletkult uma fecunda parceria com Eisenstein, que se estenderia ao cinema. Coescreveu o roteiro de “A Greve” (1924) e codirigiu “Encouraçado Potemkin” (1925), “Outubro” (1928) e “O Velho e o Novo” (1929). Em 1930 acompanhou Eisenstein em sua viagem aos EUA, e participou, em 1932, das filmagens do inacabado “Que Viva México!” – em 1979 concluiu uma edição das imagens colhidas nesse trabalho. Retornou à URSS em 1933 e de uma conversação mantida com Stalin e Gorki surgiu o projeto de realizar comédias musicais estreladas por Lyubov Orlova, cantora extremamente popular na época, e que mais tarde se tornaria sua esposa. As produções deste ciclo são “Amigos Extraordinários” (1934), “Circus” (1936), “Volga-Volga” (1938) e “Primavera” (1947). Os musicais obtiveram estrondoso sucesso e abriram caminho para outros diretores que se notabilizaram no gênero, como Ivan Pyriev. De 1951 a 1957, Aleksandrov lecionou direção no Instituto de Cinematografia (VGIK). Entre seus filmes destacam-se também “Encontro no Elba” (1949), “Glinka” (1952), “Grande Luto” (1953), “Souvenir Russo” (1960), “Lenin na Polônia” (1961), “Lenin na Suíça” (1965) e “Skovorets e Lira” (1974). Foi premiado três vezes com a Ordem de Lenin, e recebeu o Prêmio Stalin em 1941 e 1950.
 
Música Original: Isaak Dunaievsky (1900-55)

Considerado um dos maiores compositores soviéticos, Isaak Osipovich Dunaievsky nasceu em Lokhvitsa (Ucrânia). Em 1919 formou-se em violino e teoria musical no Conservatório Kharkiv. Transferiu-se para Moscou em 1924, indo trabalhar no Teatro Hermitage. Foi diretor e regente do Music Hall de Leningrado (1929-34), e em seguida retornou a Moscou para trabalhar em suas operetas e músicas para cinema. Dunaievsky criou 14 operetas, 3 balés, 3 cantatas, 80 coros, 80 canções e romances, música de 88 peças teatrais e 42 filmes, 52 composições para orquestra sinfônica, 47 para piano e 12 para orquestra de jazz. Escreveu a trilha das cinco comédias musicais de Aleksandrov – “Amigos Extraordinários” (1934), “Circus” (1936), “Volga-Volga” (1938), “O Caminho Luminoso” (1940) e “Primavera” (1947). Compôs também, entre outras, as trilhas de  “Três Camaradas” (Semyon Timoshenko, 1935), “Filhos do Capitão Grant” (Vladimir Weinstock, 1936), “Meu Amor” (Vladimir Korsh-Sablin, 1940) e “Cossacos de Kuban” (Ivan Pyriev, 1949).

 
O Símbolo do Mosfilm

O célebre monumento “O Operário e a Kolkhosiana” foi adotado como símbolo do Mosfilm em 1947. Nessa condição, apareceu pela primeira vez na tela no filme “Primavera”, de Grigori Aleksandrov. A escultura foi criada para ser a peça central do Pavilhão Soviético na Exposição Mundial de Paris, inaugurada a 25 de Maio de 1937. Composto de duas figuras, que erguem sobre a cabeça o martelo e a foice, o grupo escultório foi produzido em aço inoxidável pela artista Vera Mukhina. Tem 24,5 metros de altura e 80 toneladas de peso. O transporte até Paris exigiu a sua desmontagem em 65 peças, o mesmo acontecendo para a volta a Moscou, depois de terminada a Exposição. Instalada desde 1939 em frente ao Centro Nacional de Exposições da cidade, a escultura resistiu à desconstituição da URSS e às maquinações dos ajustadores fiscais de lá para vendê-la a empresas americanas.  Em 2003, os vereadores de Moscou decidiram desmontar o gigante de aço e realizar uma operação de restauração que durou seis anos, até seu retorno seguro ao local habitual. O monumento ganhou um pedestal novo, com 34,5 metros de altura e 60,5 de largura, recoberto de granito de diversas cores.

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Corte de Bolsonaro no MEC neutraliza aumento de recursos do Fundeb

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O corte de 18% no orçamento da educação para 2021, proposto pelo governo Bolsonaro, pode neutralizar o avanço obtido com o Novo Fundo de Desenvolvimento e Valorização dos Profissionais de Educação (Fundeb), que deve ser aprovado em breve no Senado. Do total de R$ 4,2 bilhões que o presidente pretende cortar em despesas discricionárias – não obrigatórias –, R$ 1 bilhão deve ser retirado das universidades federais. O restante do corte, de R$ 3,2 bilhões, será distribuído nas redes de educação básica – ensino infantil, fundamental e médio. Semelhante ao valor estimado do acréscimo ao novo Fundeb em 2021: cerca de R$ 3 bilhões.

O MEC divulgou nota na tarde de ontem confirmando o corte na educação. “Conforme Referencial Monetário recebido pelo Ministério da Economia, a redução de orçamento para suas despesas discricionárias foi de 18,2% frente à Lei Orçamentária Anual 2020 sem emendas. Esse percentual representa aproximadamente R$ 4,2 bilhões de redução. Em razão da crise econômica em consequência da pandemia do novo coronavírus, a Administração Pública terá que lidar com uma redução no orçamento para 2021, o que exigirá um esforço adicional na otimização dos recursos públicos e na priorização das despesas”, diz a nota da pasta.

Andressa Pellanda, coordenadora geral da Campanha Nacional Pelo Direito à Educação, avalia que a justificativa é enganosa. “O governo alega que o novo corte para a educação é acarretado somente pela crise em consequência da pandemia do coronavírus, o que é falso. As alocações orçamentárias de uma área para a outra obedecem a lógica do cobertor curto promovida pela Emenda Constitucional (EC) 95, do Teto de Gastos que, contrariamente a todas as recomendações de especialistas no Brasil afora, segue vigente, matando milhões e promovendo retrocessos enormes para as áreas sociais, como a educação.”

Para Andressa, o governo, ao contrário, deveria trabalhar para pôr fim ao teto de gastos. Ela lembra que a retomada das aulas após a pandemia vai exigir maiores investimentos em infraestrutura e materiais de higiene e proteção. A educação precisa de mais investimentos não só para suprir a baixa qualidade histórica das escolas públicas, como também para responder adequadamente à pandemia. Como voltar para escolas que não têm saneamento básico ou água com segurança? Isso exige investimento. E o governo anda, de novo, na via contrária dos fatos. O que ele está tentando fazer é compor um orçamento achatado com uma demanda crescente de investimento. A conta não vai fechar”, explicou.

A Associação Nacional de Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) se disse surpresa com o corte na educação anunciado pelo governo Bolsonaro. A entidade afirma que vai lutar para reverter essa proposta. A entidade ressaltou que não há reajuste do repasse para as universidades federais desde 2017 e, por isso, as instituições já enfrentam dificuldades orçamentárias que serão agravadas com mais esse corte de R$ 1 bilhão.

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O sequestro de nossa memória audiovisual

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Cinemateca Brasileira, localizada na Vila Mariana, em São Paulo

 

Por Eduardo Morettin, professor de História do Audiovisual da Escola de Comunicações e Artes da USP

Publicado no Jornal da USP em 14 de agosto

Cinemateca Brasileira, criada por iniciativa de Paulo Emílio Salles Gomes em 1946, é a instituição responsável pela preservação, documentação e difusão de nossa memória audiovisual. Ela armazena e restaura o que restou dos filmes brasileiros, bem como a coleção de telenovelas e reportagens da TV Tupi, além de milhares de documentos, como roteiros, cartazes, fotografias de cena, reportagens, correspondências, livros, câmeras, etc. No Brasil e no exterior, inúmeras pesquisas e centenas de filmes realizados com material de arquivo somente chegaram a bom termo em razão da existência de seu rico e bem organizado acervo, composto de 30 mil títulos em 250 mil rolos de películas armazenados em seus vinte laboratórios climatizados e com controle de umidade. A cinefilia e o interesse pela cultura cinematográfica são fomentados a partir de mostras, cursos e sessões organizados com apurado critério nas duas salas de projeção providas com o que há de melhor e mais avançado para o setor. O corpo de técnicos capacitados viabiliza a realização das diferentes frentes de trabalho, permitindo que a Cinemateca seja uma instituição viva, aberta à riqueza, diversidade e pluralidade que caracterizam a produção cinematográfica e cultural de nosso país.

Diante do quadro atual, a insistência em empregar o tempo presente para descrever sumariamente o que a Cinemateca Brasileira (CB) representa para a sociedade indica a convicção de que, apesar da gravidade da situação, a instituição sobreviverá. Não será por moto contínuo ou por vontade dos mandatários de plantão, mas pela reação da sociedade civil e da Justiça ao festival de desacertos que a atingiu em cheio. A crise sofrida pela Cinemateca Brasileira neste ano é exemplar, infelizmente, do modus operandi do atual governo em relação à cultura, pautado pela destruição, esgotamento e asfixia de todas as instituições que se encontram sob a sua alçada.

A entrega das chaves pela Associação de Comunicação Educativa Roquette Pinto (Acerp), que administrava a Cinemateca Brasileira desde 2018, ao representante da Secretaria do Audiovisual na última sexta-feira, dia 7 de agosto, ilustra a disposição geral para com o setor. Fato grave foi a presença, amplamente noticiada pelos diferentes meios de comunicação, de viaturas da Polícia Federal e de seus agentes armados com metralhadoras a fim de “garantir” que a “reintegração de posse” fosse concluída. Pela primeira vez em sua história, a ameaça de uso da violência pairou no espaço que é patrimônio de nossa memória audiovisual.

Neste imbróglio, é bom que se diga que a Acerp não teve seu contrato de gestão interrompido por suposto vínculo ao “marxismo cultural”. O único acerto de sua gestão foi o de manter, mesmo que em número reduzido, as trabalhadoras e os trabalhadores que mantiveram, com esforço e dedicação, as diversas e complexas atividades e tarefas. Dentre os desacertos, a substituição do logo criado em 1954 por Alexandre Wallner, ato simbólico de ruptura com o passado que foi acompanhado por outro mais concreto e nocivo: a não convocação do Conselho Consultivo, órgão responsável pela observância dos princípios que devem reger a CB e, como indicado em sua denominação, instância a ser consultada no momento da escolha de um novo diretor. Em setembro de 2018, Carlos Augusto Calil, incansável defensor da Cinemateca e do cinema brasileiro, e Lygia Fagundes Telles, por meio de notificação extrajudicial ao então ministro da Cultura, já denunciavam o desrespeito às salvaguardas que garantem a autonomia técnica, administrativa e financeira da instituição. Estas salvaguardas, estabelecidas por instrumento jurídico quando da incorporação em 1984 da Fundação Cinemateca Brasileira pelo Estado, por meio da Fundação Nacional Pró-Memória, foram criadas justamente para impedir o desvirtuamento de suas funções precípuas, zelando pelo seu bom funcionamento e interditando, por exemplo, a saída do acervo da cidade de São Paulo.

Lembro de um comentário de Tiago Batista, diretor do centro de conservação da Cinemateca Portuguesa, a propósito de vídeo postado em agosto de 2019 nas redes sociais: Coisas muito assustadoras que se estão a passar na Cinemateca Brasileira... O curta de cinco minutos era aberto com o gesto de continência de um deputado estadual, responsável pelo post, o então superintendente da Acerp e dois assessores, sendo um deles um coronel do Exército, cuja fala foi dedicada à apresentação de projeto de mostra de filmes militares, proposta que não se efetivou, pois, como sabemos, o forte deste governo não é realizar e construir. A Acerp, portanto, já havia sido aparelhada com militares e políticos de orientação conservadora que circulavam pela instituição, aparelhamento que vemos em muitas instituições culturais em âmbito federal, administradas por pessoas absolutamente despreparadas para o exercício da função pública.

O alinhamento “ideológico” não impediu, porém, que o contrato de gestão mantido pela Acerp desde 2015 com o Ministério da Educação fosse renovado pelo governo federal ao final de 2019. A TV Escola, também gerida pela organização social, foi a primeira a ter a sua continuidade interrompida pelo senhor que ocupava o Ministério à época. O entendimento do governo foi de que o contrato da Acerp para a administração da Cinemateca, efetivado por meio de um aditivo ao contrato principal assinado então com o MEC e o Ministério da Cidadania (a confusão administrativa causada pela extinção do Ministério da Cultura e a passagem de sua estrutura por dois ministérios, o da Cidadania e o do Turismo, em que se encontra a Secretaria Especial da Cultura e a Secretaria do Audiovisual, também contribuiu para tornar todo e qualquer processo administrativo mais moroso e ineficaz), perdia a sua validade também e, com isso, os repasses de recursos deveriam ser interrompidos, o que ocorreu já no início de 2020.

Os motivos da cizânia nas hostes governistas são obscuros, como tudo o que povoa as mentes dos que hoje ocupam o Palácio da Alvorada e a sede dos edifícios ministeriais, mas as disputas entre os grupos que estão no poder fizeram as suas vítimas: a Cinemateca Brasileira, suas trabalhadoras e seus trabalhadores.
Os compromissos financeiros junto aos fornecedores e funcionários pararam de ser cumpridos há quatro meses. Em meio à pandemia, mais de sessenta funcionários e suas famílias passaram a sobreviver do auxílio obtido junto aos inúmeros movimentos de suporte e apoio que surgiram neste período. De imediato, a sociedade se mobilizou e manifestações foram organizadas em defesa da Cinemateca pela Associação Paulista de Cineastas (Apaci), que na pessoa de Roberto Gervitz encontra a caixa de ressonância de todas as demandas e questionamentos do setor, e pelos movimentos #SOSCinemateca, #SOSTrabalhadoresDaCinemateca, #CinematecaAcesa e Cinemateca Viva, que reúne as associações de moradores da Vila Mariana. Cineastas e atores de diferentes gerações, como Cacá Diegues, Mariana Ximenez, Arnaldo Jabor, Walter Salles, Tata Amaral, Kleber Mendonça e Jefferson De, dentre muitos outros, denunciam a situação de descaso com o acervo que eles, parte dos cerca de dois mil depositantes que deixaram seus rolos de filme ou HDs sob a guarda da Cinemateca, construíram.

No final de julho, a deputada Jandira Feghali conduziu sessão da Câmara Federal intitulada “A crise da Cinemateca Brasileira – soluções urgentes”, momento de construção de alianças e de formulação de propostas efetivas e concretas para que seja encontrada alguma solução de curto ou médio prazo. Não há dia em que a Cinemateca Brasileira não seja motivo de notícia, de um post ou de um podcast. Mesmo que o assunto seja a crise, não deixa de ser alentador que as questões da preservação sejam disseminadas por Débora Butruce, vice-presidente da Associação Brasileira de Preservação Audiovisual e doutoranda na USP, em lives do Canal Brasil, e de Teresa Cristina dedicadas ao cinema brasileiro.

Tivemos o manifesto “A Cinemateca Brasileira pede socorro”, que hoje conta com mais de 19 mil assinaturas, entre intelectuais, artistas, cineastas, associações nacionais e internacionais. Na cidade de São Paulo, em movimento liderado pelo vereador Gilberto Natalini, R$ 680 mil reais em emendas parlamentares de vereadores de diferentes partidos políticos, em frente suprapartidária, foram obtidos a fim de que a Cinemateca fosse salva, esforço conjunto que atesta a importância da instituição para o município e a preocupação com os seus destinos.

O Ministério Público Federal também se posicionou contra esta situação e moveu bem fundamentada ação civil contra a Secretaria Especial da Cultura por omissão, tendo em vista que a situação da Cinemateca era e é de abandono. Solicitava também a assinatura de contrato emergencial com a Acerp e a instituição do Conselho Consultivo. Infelizmente, a ação foi indeferida pela juíza federal que arbitrou o processo e questionada pela Advocacia Geral da União, em agravo de final de julho, entendendo que as demandas eram desprovidas de sentido. O amplo movimento de ideias ainda não contribuiu para que as duas instâncias compreendessem de fato a real dimensão do problema. Entendem que a assinatura dos contratos emergenciais de limpeza, fornecimento de água e energia elétrica, vigilância etc., serviços certamente fundamentais, sem os quais nenhuma instituição pode abrir as suas portas, sinalizam que a preservação do acervo está garantida. Confundem, na verdade, manutenção predial com a dos filmes e documentos. Desconhece-se tanto o que está implicado nas tarefas do dia a dia dos arquivos fílmicos quanto da necessidade de técnicos especializados, com conhecimento e experiência, para lidar com as especificidades dos materiais espalhados pelos seus laboratórios climatizados. Dou um único exemplo, ilustrativo dos desastres que estão em nosso horizonte. Em 2016, três anos depois da intervenção do Ministério da Cultura na Cinemateca, ponto de origem da atual crise, ocorreu no arquivo de nitrato, material de alta combustão, incêndio que destruiu para sempre 1.003 rolos de filme. O depósito em que estas películas estão armazenadas segue todas as orientações para a guarda de componentes deste tipo. Apesar de todas as precauções com a disposição física deste acervo, é preciso que um técnico, periodicamente e por amostragem, meça a temperatura de alguns rolos a fim de se antecipar eventual processo de combustão em curso. Sem este técnico, o acervo fica ao léu e sob os desígnios da natureza.

Com as chaves da instituição, a Secretaria Especial da Cultura e o Ministério do Turismo esperam publicar nos próximos dias o edital de chamamento a fim de que nova associação administre a Cinemateca. A perspectiva, a acreditar em tudo que está sendo prometido, é de que em três ou quatro meses tudo esteja resolvido! Ora, se este é o “timing“, e se havia o entendimento no final de 2019 que o contrato com a Acerp seria encerrado, por que o processo de transição não foi iniciado antes? De pronto, somente posso crer que prepondera o descaso, a ineficácia e o despreparo para com a cultura brasileira e suas instituições. A instituição não pode esperar tanto tempo.

No momento em que escrevo este artigo, a Acerp demitiu os funcionários que mantinham de forma voluntária a instituição funcionando. Neste momento desolador, sem os seus trabalhadores e trabalhadoras, de portas fechadas, nossa memória audiovisual se encontra sequestrada e trancafiada. Ela precisa ser devolvida à sociedade, e o Estado deve assumir de forma plena, respeitando as salvaguardas estabelecidas em 1984, o trabalho de preservação, documentação e difusão de nossa cultura cinematográfica.

Leandro Pardí, ex-coordenador de Difusão da Cinemateca, escreveu um texto belo e comovente sobre o seu trabalho à frente do setor e a sua percepção a respeito de tudo o que acabei de sintetizar acima. Ao final, Pardí encerra seu relato recuperando a figura solar de Paulo Emílio. Eu aqui termino esta história, que terá novos desdobramentos, com uma citação entremeada dos dois: permanecer, na luta, é o que importa!

Viva a Cinemateca!

(Eu não escreveria este texto sem o apoio de Almir Almas, Carlos Augusto Calil e Maria Dora Mourão. Sem os documentos fornecidos por Calil e Dora estas reflexões não seriam possíveis.)

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Prefeitura descarta reabertura das escolas para atividades de recuperação em setembro

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O inquérito sorológico realizado pela Prefeitura de São Paulo com 6 mil estudantes entre 4 e 14 anos da rede municipal apontou que 16,1% têm anticorpos para o novo coronavírus. Do total, 64 4% são assintomáticos para a Covid-19, dado que preocupa a gestão pela possibilidade de disseminação.

O prefeito da capital paulista Bruno Covas (PSDB) descartou um retorno em setembro em todas as redes de ensino, mesmo com liberação do governo estadual, por identificar as crianças e adolescentes sem sintomas como potenciais disseminadores da doença.

“O retorno às aulas dessas crianças seria temerário em um momento desses, que estamos controlando a doença em São Paulo”, disse Covas durante coletiva de imprensa nesta terça-feira, 18. “Nesse momento, a volta às aulas representaria, pelo o que pensa a Secretaria da Saúde, a Vigilância Sanitária, um grande vetor de contaminação, ampliação e disseminação da doença na cidade.”

A volta às aulas em outubro ainda será avaliada a partir de dados de outros três inquéritos, que incluirão também alunos de instituições privadas e estaduais e informações de contaminação dentro das mesmas famílias.

Para o prefeito, medidas para evitar a contaminação são mais difíceis de terem sucesso no ambiente escolar. “É muito mais complicado manter o distanciamento dentro da sala de aula, da escola, do que em bares, restaurantes, supermercados, lojas, estabelecimentos já autorizados para o retorno.”

Outro dado que preocupa a Prefeitura é a estimativa que 25,9% dos alunos da rede municipal moram com pessoas acima dos 60 anos grupo de risco da covid-19. 

“Estamos falando de 250 mil crianças que moram muito provavelmente com avôs, avós, tios e tias com mais de 60 anos e, portanto, podem agravar disseminação da doença nessa faixa etária da população, que é a que tem o risco de maior vulnerabilidade”, ressaltou Covas.

“Retomar as aulas nesse momento, para a Prefeitura de São Paulo, significaria a ampliação do número de casos, a ampliação em consequência do número de internações e do número de óbitos.”

O prefeito exemplificou que seria pouco eficaz fazer medição de temperatura na porta das escolas, pois a maioria dos casos são assintomáticos. “Não vai apresentar que está febril, não vai mostrar que está com febre, mas vai estar contaminada, às vezes com a mesma carga viral de um adulto”, afirmou. 

“Portanto, algumas medidas de restrição não serão aplicáveis, já que dois terços é de assintomáticos, um número maior do que mostra o inquérito sorológico da população como um todo de 42,5% em pessoas com 18 anos ou mais.”

O inquérito colheu amostras de sangue venoso (com extração de soro) de 2 mil alunos do ensino infantil, 2 mil do ensino fundamental I e outros 2 mil do ensino fundamental II, todos escolhidos de forma aleatória. O procedimento ocorreu entre 6 e 10 de agosto. Ao todo, a rede municipal tem 675.922 matriculados entre 4 e 14 anos.

Pela margem de erro, a prevalência varia entre 14,7% e 17,5%. Na divisão por etapas de ensino, houve pequena variação: 16,5% entre alunos de 4 e 5 anos, 16,2% entre aqueles de 6 a 10 anos e 15,4% para os de 11 a 14 anos. “Os pais saíram para trabalhar, voltam do trabalho, passam a contaminação para as crianças, que são assintomáticas e colocam em risco os idosos com quem convivem nas casas”, apontou o secretário municipal da Saúde, Edson Aparecido.

Como apontado nos inquéritos com adultos, a doença atingiu mais alunos pretos e pardos (17,8%) do que brancos (13,7%). Do total de crianças e adolescentes ouvidos, 74,1% fizeram distanciamento total, enquanto 24,1% praticaram parcialmente e 1,8% não realizou. Além disso, 76,7% utilizam “sempre” máscaras em local público, 14,1% usam “a maioria das vezes”, 5,7% usam “de vez em quando”, 1,5% não utiliza e 2,1% não frequenta espaço público.

“Esses dois dados são muito importantes porque mostram que, mesmo com a adesão ao distanciamento e a adesão ao uso das máscaras, nós tivemos um contingente bastante expressivo de crianças que tiveram o vírus e se mostraram assintomáticas”, destacou o secretário.

Esse foi o quinto inquérito sorológico divulgado pela gestão municipal. Os demais foram focados na população adulta. O último divulgado em 13 de agosto, apontou que 10,9% da população maior de 18 anos tinha anticorpos para o novo coronavírus.

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Não perca “A VIDA É MARAVILHOSA”, no Cinema Russo em Casa

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A partir das 19 horas desta sexta-feira, o projeto “Cinema Russo em Casa”, apresenta A VIDA É MARAVILHOSA, de Grigori Chukhray, 1979.

O filme estará disponível neste fim de semana no nosso canal do Youtube – CPC-UMES Filmes.

A VIDA É MARAVILHOSA é uma coprodução soviético-italiana, entre o estúdio Mosfilm e a Quattro Favalli Cinematografica.

A exibição estará disponível de sexta, 14/08, 19h, até domingo, 16/08, 19h.

 

Para acessar o canal clique em https://bit.ly/3h5j384

 

Aproveite para se inscrever e ativar o sininho para receber as notificações de novidades. A programação do “Cinema Russo em Casa”, do CPC-UMES Filmes vai até novembro.

 

A Vida é Maravilhosa

Grigori Chukhray (1979), com Giancarlo Giannini , Otar Koberidze, Ornella Muti, Feliks Yavorski, URSS, 116 min.

 

Sinopse

O piloto Antonio Murillo foi expulso do Exército por se recusar a abrir fogo contra uma embarcação que transportava mulheres e crianças em fuga. Seu principal objetivo agora é viver sem complicações, dirigindo seu táxi, mas ao envolver-se com Mary, garçonete de um café local, terá que fazer uma escolha. A história se passa num país sem nome, situado na Europa, governado por uma Junta Militar. O filme é uma coprodução soviético-italiana, do Mosfilm com a Quattro Favalli Cinematografica.

Direção: Grigori Chukhray (1921-2001)

Grigori Naumovich Chukhray nasceu em 1921, na cidade de Melitopol, conhecida como “a porta de entrada para a Crimeia”. Serviu como paraquedista na 2ª Guerra Mundial, combateu em Stalingrado, no Don, na primeira e na terceira frentes ucranianas. Foi ferido quatro vezes, a última na Hungria, quando estava a caminho de Viena. Em 1952 graduou-se em direção pelo Instituto Estatal de Cinema (VGIK), sob orientação de Mikhail Romm e Sergei Yutkevich. Trabalhou como assistente de direção no Kiev Film. Transferiu-se para o Mosfilm em 1955. Sua obra de estreia, “O Quadragésimo Primeiro” (1956), ganhou menção especial no Festival de Cannes – pelo “roteiro original, o humanismo e o alto mérito artístico”. Em seguida veio “A Balada do Soldado” (1959), que obteve amplo reconhecimento internacional, com premiações em Cannes, Londres, Milão, Varsóvia, México e São Francisco.  Dirigiu também “Céu Claro” (1961), “Havia Um Casal de Velhos” (1964), “Pessoas!” (1966), “Memória” (documentário, 1970), “Pântano” (1977) e “A Vida É Maravilhosa” (1979). O último trabalho como diretor de cinema foi a conclusão do projeto de Yuri Shvyrev, “Vou Ensinar Você a Sonhar” (1984), documentário sobre o cineasta Mark Donskoy.  Chukray lecionou no VGIK e foi secretário da União dos Cineastas Soviéticos.

Argumento Original: Giovanni Fago (1933-2014)

Nascido em 1933, na cidade de Roma, Giovanni Fago formou-se inicialmente em direito. Em seguida estudou no Centro Sperimentale di Cinematografia nos anos de 1956-58. De 1958 a 1966 trabalhou como assistente de direção em uma dúzia de filmes, entre os quais “A Grande Guerra” (Mario Monicelli, 1959), “Duas Mulheres” (Vittorio De Sica, 1960), “A Idade do Ferro” (Roberto Rossellini, 1964) e “A Batalha de Argel” (Gillo Pontecorvo, 1966).  Nos anos seguintes atuou como roteirista e diretor no cinema e na televisão. Suas obras mais conhecidas são “O Cangaceiro” (1970), “Deixe Viver, a Polícia não Intervirá” (1974), “Don Luigi Sturzo” (mini-série para TV, 1981), “Na Praia, Além do Cais” (2000), “Pontormo, Um Amor Herético”  (2004).

Música Original: Armando Trovajoli (1917-2013)

Com sólida carreira como pianista, maestro e compositor, nos palcos, no rádio, nas telas e em discos, o romano Armando Trovajoli estudou música no Conservatório Nacional de Santa Cecília e fazia sucesso, em 1939, na orquestra de Sesto Carlini – uma das mais importantes formações de jazz da época. Estreou no cinema compondo, com Goffredo Petrassi, a trilha de “Arroz Amargo” (Giuseppe De Santis, 1949). Em 1951 escreveu a música de “Anna”, filme estrelado por Silvana Mangano, com direção de Alberto Lattuada. A canção El Negro Zumbón tornou-se um grande sucesso internacional, gravado inclusive no Brasil, em 1953, por Ester de Abreu, com o título “Baião de Ana”. Desde então, compôs trilhas para diretores como Vittorio De Sica (“Duas Mulheres”, 1960; “Matrimônio À Italiana”, 1964), Dino Risi (“Perfume de Mulher”, 1974), Ettore Scolla (“Nós Que Nos Amávamos Tanto”, 1974; “Feios, Sujos e Malvados”, 1976; “Um Dia Muito Especial”, 1977), num total de mais de 300 partituras. Sua canção “Roma Nun Fa’ la Stupida Stasera” (Roma Não Seja Estúpida Esta Noite), composta para a comédia musical “Rugantino”, encenada pela primeira vez em 1962, com Nino Manfredi no papel-título, é tratada pelos romanos como hino da cidade.