WhatsApp_Image_2020-08-11_at_18.55.19.jpeg

Retornar às aulas apenas com combate inteligente ao vírus!

WhatsApp_Image_2020-08-11_at_18.55.19.jpeg

Pandemia, crise, desemprego, educação sucateada: o coronavírus escancarou a desigualdade social no Brasil. Enquanto milhares de pessoas padecem pela doença, Bolsonaro continua a sabotar os esforços nacionais contra o contágio e a proliferação do vírus. A realidade é que Bolsonaro pouco se importa com a vida do povo, por isso não incentivou a compra de testes, negou a ciência e a doença, desestimulou o isolamento e sabotou o pagamento do auxílio-emergencial. Ao invés de atuar para impedir a propagação do coronavírus, virou garoto propaganda de medicamentos comprovadamente ineficazes contra a Covid-19.

Em plena pandemia dois ministros da Saúde foram demitidos e até hoje permanecemos com o cargo ocupado por um interino. O resultado da desastrosa atuação de Bolsonaro: mais de 100 mil vidas perdidas para o coronavírus.

No início da pandemia, a quarentena geral cumpriu seu papel e evitou o colapso do nosso sistema de saúde. O cumprimento das regras de isolamento social, evitaram ainda que a política negacionista do governo Bolsonaro tornasse esta tragédia ainda pior para o povo brasileiro.

Esta segunda fase do combate ao vírus, deve ser realizada a partir das definições científicas, com critérios rigorosos e sobretudo com a busca ativa e o rastreio de casos da doença, isolando a parcela da população exposta ao vírus e todos com quem eles tiveram este teve contato. Com isso, poderemos impedir o avanço da pandemia e proteger a população.

É isto que defendem os cientistas e o que a UMES-SP defende em todos os debates realizados neste período de grande dificuldade.

Neste sentido, é importante destacar que o estado de São Paulo, adotou a medida de rastreamento dos casos para isolar a população que teve contato com contaminados por um período de 14 dias. 

Para vencer o vírus devemos atuar sobre os focos de transmissão da doença pois a situação econômica e a desigualdade social mostram sua pior face: pouca eficiência das medidas de distanciamento nas periferias e bairros mais pobres dos centros urbanos.

Retornar às aulas quando cientistas e agentes de saúde determinarem condições seguras!

Neste momento de grave negação da ciência, os estudantes se propõem a ouvir a ciência que existe em nosso país, aqueles que estão na linha de frente do combate ao Coronavírus. 

Defendemos que as aulas sejam retomadas apenas quando os órgãos de inteligência e combate ao Corona tenham um levantamento concreto dos casos de contaminação e onde se concentram, assim isolando todos que tiverem contato com o vírus, recebendo auxílio para manutenção das condições de isolamento. 

Do outro lado, as regiões que tiverem os casos controlados podem começar a retornar, de maneira gradual às atividades normais, com critérios – no caso da educação – de ocupação das salas de aula de no máximo 35% dos estudantes, impossibilitando os que fazem parte do grupo de risco de retornarem às atividades. Ainda neste sentido, que o transporte seja ampliado para evitar aglomerações no deslocamento da residência até à escola, e que toda a infraestrutura seja reformada ou adequada para esta nova situação. 

Defendemos principalmente que neste momento se pensem ações para um possível retorno, quando as organizações de Saúde e a Ciência comprovar que são verdadeiramente viáveis. Esta não é a situação de São Paulo hoje e portanto devemos ampliar a conscientização acerca do Corona e lutar pela implementação de políticas inteligentes e eficientes ao contágio para retornar assim que possível às atividades.

Planejar, simular, organizar e preparar o retorno para que não seja descontrolado é a principal ação que os estudantes, professores e o Governo devem se empenhar para definir uma possível volta às aulas segura, daqueles que necessitam e que não estão expostos ao vírus.

Para o retorno seguro, será necessário amplo investimento em infraestrutura e contratação de profissionais, que hoje nossas escolas tanto carecem, em especial nas regiões periféricas, onde concentram as maiores denúncias de condições precárias de estudo. Materiais de higiene, álcool em gel, máscaras, termômetros serão condições indispensáveis o, assim como um processo de conscientização por parte dos estudantes e professores para que o distanciamento e as demais medidas protetivas sejam respeitadas e garantidas.

Acompanhamos com rígidos olhares as propostas apresentadas pelos órgãos responsáveis pela Educação e apresentamos da perspectiva estudantil às medidas que serão necessárias de acordo com as diversas realidades criadas pela desigualdade. Condições estas que forçam pais a trabalharem e necessitam de um ambiente seguro para deixar seus filhos. Este espaço é a escola! E é a partir dela que poderemos combater esta triste doença.

UNIÃO MUNICIPAL DOS ESTUDANTES
SECUNDARISTAS DE SÃO PAULO UMES-SP

WhatsApp_Image_2020-08-10_at_17.22.50_1.jpeg

Maria Conceição de Souza

WhatsApp_Image_2020-08-10_at_17.22.50_1.jpeg

Faleceu nesta segunda-feira, 10 de agosto, Maria Conceição de Souza, mãe do nosso querido amigo Wellington de Souza.

Maria Conceição de Souza, de 49 anos, é mais uma vítima do coronavírus. Ela estava internada desde a semana passada, no Hospital Municipal de Parelheiros, na zona sul da capital paulista.

Uma mãe exemplar e que teve sua vida interrompida de forma brusca por conta desta triste doença. Ela deixa ainda o jovem Heitor Samuel, de apenas 9 anos.

A partida de Maria se soma à de mais de 102 mil vidas, que já foram perdidas para a Covid-19 e que poderiam ter sido salvas! Não fosse o cruel descaso do governo Bolsonaro na luta contra esta pandemia.

A UMES de São Paulo lamenta a partida repentina de Maria. Nosso principal contato sempre foi com seu filho Wellington, um grande militante que, desde muito jovem, atua na construção de um Brasil mais justo, sem racismo e melhor para todo o seu povo. Phenergan (prometazina) é um medicamento amplamente utilizado na prática médica como anti-histamínico e antiemético. A phenergan online sale tem a capacidade de bloquear a ação da histamina no organismo, tornando-a eficaz na redução dos sintomas alérgicos, como coceira, coriza e erupções cutâneas. Além disso, também pode ser utilizado no tratamento de náuseas e vômitos.

Pela honradez e caráter de seus filhos, sabemos quanta falta Maria fará ao nosso país.

À Wellington e Heitor, nossos mais sinceros sentimentos e abraços.

União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo

117279919 2859652314139224 2307125229359726007 o

Cinema Russo em Casa – Assista neste fim de semana “Um acidente de caça”

117279919 2859652314139224 2307125229359726007 o

O projeto “Cinema Russo em Casa” apresenta neste final de semana, clássico soviético UM ACIDENTE DE CAÇA, de Emil Loteanu, 1978. O filme estará disponível no canal do CPC-UMES no Youtube a partir das 19 horas desta sexta-feira (07).

UM ACIDENTE DE CAÇA adapta a novela de Anton Chekhov, publicada como folhetim em 1884-85 e considerada precursora do romance policial psicológico.

A exibição estará disponível de sexta, 07/08, 19h, até domingo, 09/08, 19h.

Para acessar o canal clique em https://bit.ly/3h5j384

Aproveite para se inscrever no canal e ativar o sininho para receber as notificações de novidades.

A programação do “Cinema Russo em Casa” segue até novembro deste ano.

Um Acidente de Caça

Emil Loteanu (1978), com Galina Belyaeva, Oleg Yankovskiy, Kirill Lavrov, Leonid Markov, URSS, 105 min.

Sinopse

Adaptado da novela de Anton Chekhov, publicada como folhetim em 1884-85 e considerada precursora do romance policial psicológico, o filme penetra no vazio moral da aristocracia decadente ao narrar o drama da jovem Olga, filha de um servo, cobiçada por três homens de meia-idade.

Direção: Emil Loteanu (1936-2003)

Emil Vladimirovich Loteanu nasceu na Moldávia. Entre 1953 e 1955, estudou na Faculdade do Teatro de Arte de Moscou. Graduou-se pelo VGIK, Instituto Estatal de Cinema, em 1962. Trabalhou na Moldávia Filmes, onde estreou como diretor com “Espere Por Nós Ao Amanhecer” (1963). Em seu poema cinematográfico “Lăutarii” (1971, 13,8 milhões de espectadores), retratou a vida de músicos folclóricos. A trilha foi composta pelo também moldávio Eugene Doga e foi o início de uma parceria das mais importantes na cinematografia mundial. A partir de 1973 Loteanu e Doga trabalharam no estúdio Mosfilm. A realização de “Ciganos Moram Perto do Céu” (1975), baseada em dois contos de Maksim Gorky, e a adaptação cinematográfica de “Um Acidente de Caça” (1978) de Anton Chekhov trouxeram imensa popularidade à dupla. “Os Ciganos Vão Para o Céu” foi o filme mais assistido na URSS em 1976, com 64,9 milhões de ingressos vendidos.  “Um Acidente de Caça” ultrapassou a marca de 26 milhões de espectadores. Em 1983, “Anna Pavlova”, dedicado à vida da grande bailarina russa, reafirmaria o sucesso. No final da década de 1980, Loteanu voltou à Moldávia, trabalhou na televisão, teatro e foi presidente da União dos Cineastas.

Argumento Original: Anton Chekhov (1860-1904)

Nascido em Taganrok, cidade portuária russa no Mar de Azov, próxima da Crimeia, Anton Chekhov era neto de um servo liberto. Ingressou na Faculdade de Medicina da Universidade de  Moscou, em 1879.  Publicou seus primeiros escritos em jornais e revistas para ajudar no sustento da família enquanto cursava a universidade. Em 1887 recebeu o Prêmio Pushkin de Literatura, por sua coleção de contos “Ao Anoitecer“. Entre as principais peças de teatro que escreveu estão “Ivanov” (1887), “A Gaivota” (1896), “Tio Vânia” (1900), “As Três Irmãs” (1901), “O Jardim das Cerejeiras” (1904).  Escreveu também as novelas “A Estepe” (1888), “O Duelo” (1891), “A História de um Desconhecido” (1893), “Três Anos” (1895), “Minha Vida” (1896) e centenas de contos. Suas obras ampliaram os horizontes da estética realista e se encontram traduzidas em mais de uma centena de línguas.

Música Original: Eugen Doga (1937)
Doga nasceu na aldeia de Mokra, Moldávia. Estudou na escola de música em Chisinau, especializando-se no violoncelo, depois cursou o Conservatório e o Instituto de Arte “Gavriil Musicescu”. Em 1963, escreveu seu primeiro quarteto de cordas. Desde 1972, viajou com seus concertos por todo o território da URSS, além da Romênia, Itália, Portugal e outros países da Europa. Em 1967, começou a escrever música para cinema. Em 1970, iniciou a colaboração criativa com o diretor Emil Loteanu: “Violinistas” (1973), “Os Ciganos Vão Para o Céu” (1975), “Um Acidente de Caça” (1978), “Anna Pavlova” (1983). Doga compôs mais de 200 trilhas para cinema e TV, entre as quais estão as de “A Oitava Maravilha do Mundo” (Samson Samsonov, 1981), “Retrato da Mulher do Artista” (Aleksandr Pankratov, 1982), “A Vida do Poeta” (Vassily Panin, 1997) e a do filme infantil “Maria, Mirabella” (Ion Popescu-Gopo, 1981). Doga também musicou peças de teatro, criou balés, coros, a ópera “Diálogos de Amor”, escreveu cantatas, réquiens, deu aulas e organizou concursos. Mora hoje em Chisinau, na Moldávia, e continua compondo.

Uma Valsa Muito Popular

No filme “Um Acidente de Caça”, a valsa que Evgeny Doga compôs como tema é a música de um casamento nada feliz, mas é tão arrebatadora e ficou tão popular que ninguém se importou com isso. Tornou-se a predileta dos noivos apaixonados e passou a embalar milhões de casamentos na Rússia, Moldávia, Romênia, Ucrânia… Também abriu as Olimpíadas de 1980 e os Jogos Olímpicos de 2014, em Sochi.

FB IMG 1596686048892

Câmara dos Vereadores aprova projeto de lei sobre volta às aulas na capital paulista

FB IMG 1596686048892
 
Projeto polêmico faculta aos pais a decisão sobre o retorno de estudantes às atividades e permite “compra de vagas” em escolas particulares para educação infantil
 
A Câmara de Vereadores de São Paulo aprovou nesta quarta-feira (5), em 2º turno, que estabelece as medidas para o retorno às aulas na capital paulista.
 
Entre as medidas previstas no texto do Executivo, o PL autoriza a prefeitura a contratar vagas de ensino infantil para suprir a crescente demanda ocasionada pela crise da Covid-19 na cidade, além de também autorizar a contratação emergencial de professores, ampliar o ensino integral e autorizar a prefeitura a repassar recursos às famílias dos estudantes para a compra de material escolar e de uniformes, a partir de 2021.
 
O projeto de lei foi enviado à casa pelo prefeito, Bruno Covas.
 
A Procuradoria da Câmara Municipal, no entanto, chegou a recomendar a rejeição da proposta pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça). A Procuradoria citou ao menos quatro pontos do projeto que foram considerados ilegais.
 
Uma emenda do presidente da Câmara, vereador Eduardo Tuma (PSDB), foi acolhida no substitutivo do governo e prevê que, enquanto durar o período de emergência ocasionado pela epidemia do coronavírus na cidade, o retorno dos alunos às atividades presenciais será facultativo, a critério dos pais ou responsáveis dos estudantes.
 
“Não se trata de transferir a responsabilidade aos pais, mas, sim, dar proteção legal àqueles que decidirem manter os filhos no ensino remoto”, diz Eduardo Tuma. “Por isso também incluí no projeto que a Educação elaborará plano para garantir que não haja prejuízos nos processos de ensino dos optantes pelo não retorno presencial”, completa.
 
O texto aprovado na Câmara não estabelece uma data para o retorno presencial dos alunos, mas inclui a distribuição de um vale para as famílias dos alunos comprarem material escolar e uniformes.
 
O “Programa Auxílio Uniforme Escolar”, que consta no projeto aprovado, tem o objetivo de “descentralizar a aquisição como forma de fomentar as atividades em diferentes estabelecimentos especializados na comercialização de uniformes escolares” na cidade, de acordo com o texto.
 
“O auxílio uniforme escolar deve ser usado exclusivamente para aquisição de peças de vestuário de uniforme escolar, em estabelecimentos credenciados, de livre escolha dos pais ou responsáveis do estudante, observando o modelo padronizado pela Secretaria Municipal de Educação e divulgado nas escolas municipais. (…) O valor será definido por estudante beneficiário e poderá ser diferente em razão da faixa etária”, afirma o projeto da Prefeitura de São Paulo.
 
Mesmo sem previsão de data para a volta às aulas, o Conselho Municipal de Educação prepara uma resolução para dar aos pais a escolha de mandar ou não os filhos para as escolas, por meio da assinatura de um termo de compromisso.
 
“Ele [o responsável] vai ter que assinar um termo tanto se a criança voltar, quanto se a criança ficar com a educação domiciliar. Ele sempre vai ter que assinar um termo. Mas é importante pra Prefeitura e pra Secretaria de Educação ter esse termo porque ela tem que se planejar, ver quantas crianças não vão voltar e aí ela vai ter que fazer um planejamento para acompanhar essas crianças em casa”, afirmou a presidente do conselho, Rose Neubauer.
 
Com a resolução, os pais e alunos que não retornarem às aulas presenciais durante a quarentena não receberão falta e poderão continuar acompanhando os conteúdos à distância. Por lei, crianças entre 4 e 5 anos precisam estar matriculadas na escola e precisam ter uma frequência mínima de 60% para passar de ano. Para alunos dos ensinos fundamental e médio, a frequência obrigatória é de 75%. A medida deve valer para escolas públicas e particulares na cidade de São Paulo.
 
O secretário da Educação, Bruno Caetano, afirma que as escolas só vão reabrir quando houver segurança. Em entrevista à GloboNews na última segunda-feira (3), o secretário declarou que o retorno das aulas presenciais na cidade de São Paulo segue sem data definida, mas não deve ocorrer no dia 8 de setembro, conforme previsão estabelecida pelo plano do governo estadual.
 
“Para ser dia 8 [de setembro], a Saúde tem que dar a orientação. Mas pode ser e é muito provável que não seja no dia 8 de setembro. Ainda não há nenhuma data. A Secretaria [Municipal de Educação] segue se preparando para, quando a Saúde autorizar, estar tudo em ordem”, afirmou Caetano
 
O secretário municipal da Educação também disse nesta terça-feira (4) que a Prefeitura de São Paulo não está transferindo para os pais a decisão de mandar os filhos para a escola ou não, ao apoiar uma resolução do Conselho Municipal de Educação sobre a volta facultativa às aulas na cidade. Com a resolução, os pais e alunos que não retornarem às aulas presenciais durante a quarentena não receberão falta e poderão continuar acompanhando os conteúdos à distância.
 
Durante audiência pública da Comissão de Educação da Câmara Municipal da cidade, o secretário disse que a ideia da resolução, que inclui a discussão sobre a autonomia dos pais em decidir se os filhos voltam às aulas presenciais ou não, é criar um “bolsão de faltas” para que as crianças possam continuar recebendo assistência educacional em casa.
 
“Não é correta a interpretação de que a Secretaria de Educação ou mesmo o Conselho Municipal de Educação estariam atribuindo aos pais a responsabilidade da volta às aulas. O que existe do ponto de vista fático [sobre a resolução] é que, quando a [retomada das aulas] acontecer, não sabemos quando isso vai ser ainda, os pais, aqueles que decidirem mesmo assim não encaminhar seus filhos às escolas, terão a disposição a legislação vigente, que autoriza um percentual de falta aos seus filhos se percentual de faltas chega a até 40% na Educação Infantil”, afirmou o secretário Bruno Caetano.
 
Secretário de Educação da capital afirma que estudantes terão limite de faltas
Secretário de Educação da capital afirma que estudantes terão limite de faltas
“Quando a Saúde entender seguro abrir as escolas, mesmo naquele momento – que não sabemos quando será – muitos pais poderão lançar mão dessa espécie de bolsão de faltas e não mandar seus filhos para a escola”, completou.
 
Escolas particulares
 
O texto prevê aprovação automática para os estudantes no ano letivo de 2020 e um projeto de recuperação da aprendizagem em ensino integral.
 
Um trecho do texto que gerou polêmica entre os vereadores da oposição foi a autorização de compra de vagas em escolas privadas, já que a demanda para ingresso nas escolas municipais aumentou na pandemia. 
 
O programa Mais Educação Infantil — que permite à Prefeitura contrate de forma emergencial instituições privadas de ensino, inclusive com fins lucrativos, para atender crianças de 4 a 5 anos — é um dos pontos mais criticados do projeto. Os contratos devem ser encerrados até o final do ano, após vagas na rede municipal serem disponibilizadas às crianças.
 
O artigo tem sido tratado como uma compra de vagas nas escolas particulares, que enfrentam situação econômica delicada por conta do coronavírus.
 
O vereador Toninho Vespoli (PSol) também criticou o “voucher” para crianças de 4 a 5 anos, afirmando que se trata de “privatização” da educação infantil.
 
“Há que se entender que durante essa pandemia a fila cresceu, a demanda cresceu. A sociedade empobreceu. Perderam empregos e por vários motivos recorreram à rede pública. A prefeitura tem que abrir os braços para recebe-los. Defender as conveniadas nesse momento abre espaço para absorver essa fila”, disse o vereador governista Milton Leite (DEM).
 
Outra crítica, encampada principalmente por professores, sindicatos e vereadores alinhados à esquerda, é em relação ao dispositivo que permite contratar professores e auxiliares de educação de forma temporária. Os contratos de prazo determinado são considerados precários pelos professores, e também prejudicam os profissionais que prestaram concurso e aguardam chamamento, dizem os vereadores contrários ao projeto.
 
A Procuradoria da Câmara citou que o programa Programa Mais Educação Infantil cria uma espécie de “voucher” para as crianças de 4 e 5 anos e considerou a prática irregular. O órgão também afirmou que credenciar escolas particulares para repasse de verba pública é inconstitucional. 
 
Inquérito sorológico
 
A Prefeitura de São Paulo começou hoje a testar crianças e adolescentes durante uma nova fase do Inquérito Sorológico.
 
O objetivo é estimar a prevalência da infecção por Coronavírus em estudantes de 04 a 14 anos de idade, da rede municipal de Ensino de São Paulo, além de calcular a proporção de crianças e adolescentes com teste positivo, que apresentam ou apresentaram infecções assintomáticas.
 
Ao todo a pesquisa contará com 4 fases e testará 24 mil alunos. A partir de 20 de agosto, os testes ajudarão a administração a pensar a definição sobre as aulas.
 
O inquérito sorológico iniciado pela Prefeitura de São Paulo hoje será feito em quatro etapas. Num primeiro momento, serão testadas 2.000 crianças da pré-escola, 2.000 no ensino fundamental da primeira à quinta série, e mais 2.000 alunos da sexta à nona série.
 
 
WhatsApp_Image_2020-08-05_at_20.18.38.jpeg

A Covid levou Gesio Amadeu

WhatsApp_Image_2020-08-05_at_20.18.38.jpeg

 Gesio Amadeu na novela “Velho Chico”, da TV Globo – Foto: Reprodução

Na tarde desta quarta-feira, faleceu, aos 73 anos, Gesio Amadeu, um destacado nome da cultura popular do nosso país. Dono de um sorriso único, ele transmitia todo o seu afeto aos que o assistiam.

Internado desde o final de junho, depois de contrair o coronavírus, Gesio sofreu com as consequências dessa cruel doença, que já matou mais de 97 mil brasileiros.

Por muitos anos, Gésio viveu no nosso querido Bixiga. A UMES lamenta a perda deste querido amigo da cultura brasileira. 

 

O cineasta Mario Amadeu, filho do ator, confirmou a informação em suas redes sociais. De acordo com a publicação, Gesio veio a óbito por falência múltipla dos órgãos. “Meu pai acabou de falecer. Falência múltipla de órgãos. Por hora, somente essa informação. Assim que possível, postaremos mais. Obrigado”, escreveu Mario no Facebook.

Com mais de 50 anos de carreira e conhecido por papeis como em “Terra Nostra”, “Sinha Moça”, “Araguaia”, “Chiquititas”,  “A Viagem”, “O Sítio do Pica-Pau Amarelo” e “Velho Chico”, seu último trabalho na Globo, Gesio era mineiro de Conceição do Formoso, distrito de Santos Dumont, na Zona da Mata. Ele foi uma referência para vários atores negros.

O “Chefe Chico” de #Chiquititas (1997), do SBT, marcou toda uma geração de crianças e jovens brasileiros.

Gesio Amadeu também teve destaque nos palcos e no cinema.

Ele manteve uma destacada trajetória no teatro, com mais de 30 montagens. Entre elas, “O Coronel de Macambira”, “O Grande Grito”, “O Colecionador de Crepúsculos” e “Falecida e Boca de Ouro”, de Nelson Rodrigues.

Em 2014, atuou na peça “A Última Sessão”, ao lado de grandes nomes como Etty Fraser, Laura Cardoso e Miriam Mehler.

O ator ainda atuou no filme clássico “Eles Não Usam Black-Tie”, de Leon Hirszman, ao lado de Gianfrancesco Guarnieri e Fernanda Montenegro, em 1981.

Sua última participação foi em “Doutor Hipóteses, uma Alma Perdida na Pandemia”, rodado este ano durante a quarentena.

Racismo

Em uma de suas últimas entrevistas, concedida ao ator Carlos Vereza e publicada em maio no canal na TV Escola, Gesio Amadeu comentou sobre a carreira e criticou a discriminação racial que sentiu na pele por décadas e que ainda está presente no meio.

“É muito importante que o negro faça parte dessa cultura. Porque não é como se ele tivesse o direito. E ele tem o direito como todos. Não só o negro bonitinho, o subalterno. Mas, sim, o negro, para competir de igual para igual dentro do seu trabalho”, disse Gésio.

Teste protocolo aulas

Ainda não há data para retorno às aulas na capital, afirma secretário Bruno Caetano

Teste protocolo aulas

Nesta segunda, a UMES participou da apresentação da proposta de protocolo para o retorno às aulas nas escolas estaduais  

O secretário municipal de Educação, Bruno Caetano, considerou “muito provável” que as aulas na cidade de São Paulo não retornem no dia 8 de setembro, como prevê o Plano São Paulo.

“Para ser dia 8 [de setembro], a Saúde tem que dar a orientação. Mas pode ser e é muito provável que não seja no dia 8 de setembro. Ainda não há nenhuma data. A Secretaria [Municipal de Educação] segue se preparando para, quando a Saúde autorizar, estar tudo em ordem”, afirmou o secretário na segunda-feira, 3, em entrevista ao canal Globonews.

Na última quinta-feira, 30, o prefeito Bruno Covas já havia afirmado durante coletiva de imprensa que as aulas presenciais só seriam retomadas após a liberação pela área de Saúde do município.

“Quem vai definir a data de retorno às aulas não é pressão política do grupo A, B ou C. Quem vai definir a data é a área da saúde. Foi a área da saúde que solicitou que a gente suspendesse as aulas e somente quando a área da saúde entender que é possível a volta às aulas é que nós voltaremos às aulas de São Paulo”, afirmou o prefeito da cidade.

Caetano não deu uma data exata para o retorno presencial dos alunos, mas afirmou que “qualquer dia a mais de aula presencial é importante para as crianças”.

“Pode ser que seja outubro, pode ser que seja amoxil-info.net. A minha visão, como secretário de Educação, é que é uma atitude prematura anunciar que nesse ano não tem aula. Acho que tem que ir passo a passo, acompanhando a evolução da pandemia semana por semana.”

Na previsão do governo do Estado, dentro do Plano São Paulo, para que as aulas sejam retomadas em 8 de setembro, é necessário que todas as regiões do Estado estejam na fase amarela do plano de flexibilização por um período de 28 dias consecutivos. Ainda assim, o retorno presencial será gradual e primeiro com 35% dos alunos das escolas, depois com 70% e em seguida com 100%.

SIMULAÇÃO

Nesta segunda-feira, a UMES de São Paulo participou de uma simulação dos protocolos de voltas às aulas nas escolas estaduais. A apresentação foi realizada E.E. São Paulo, juntamente com o Grêmio Nova Era e a Secretaria da Educação de São Paulo.

Na semana passada, a UMES participou de audiência com o secretário estadual da Educação, Rossieli Soares, para debater o tema. No encontro foi debatida a necessidade de segurança sanitária para o retorno das aulas presenciais.

Questionado nesta segunda-feira, 3, sobre a possibilidade de municípios não retomarem as aulas neste ano, Rossieli Soares, afirmou que respeita a autonomia das cidades e que cada gestor terá que ser responsável pela decisão.

“Pela autonomia, temos que respeitar. Cada gestor tem que assumir a responsabilidade da decisão. Nós entendemos que qualquer decisão tanto para um lado quanto para o outro precisa ser discutida pela área da Saúde. Isso é fundamental. E quando falo pela área da Saúde, falo não só pelos cuidados com a Covid, mas também os outros impactos que pode ter o não-retorno também. Temos jovens com mais depressão, doenças de outros tipos, que precisam ser discutidas com a sociedade brasileira o que está acontecendo. Obviamente, tendo o cuidado do momento apropriado do retorno. O que entendemos é que, se houver a possibilidade com segurança, com cuidados, com a proteção necessária, tanto aos nossos profissionais quanto aos estudantes, ainda que seja por tempo reduzido, será melhor retornar. Mas respeitamos a autonomia dos municípios e eles terão que desenvolver planos de acompanhamento”.

WhatsApp_Image_2020-07-29_at_14.35.30.jpeg

UMES debate protocolo de volta às aulas com Secretário de Educação Paulista

WhatsApp_Image_2020-07-29_at_14.35.30.jpeg

Lucas Chen (UMES), o secretário Rossieli Soares, Hector Batista (UPES) e Caio Yuji (UEE-SP)

A União Municipal dos Estudantes Secundaristas (UMES) participou de audiência com o secretário de Educação do Estado de São Paulo, Rossieli Soares, nesta terça-feira (28), para debater as garantias de segurança para o retorno às aulas presenciais nas escolas estaduais.

No encontro, em que a UMES foi representada pelo seu presidente, Lucas Chen, foram apresentados os principais pontos do protocolo de retorno, que ainda está sendo desenvolvido pela Secretaria.

Segundo o Plano São Paulo, a previsão de retorno às aulas é o dia 8 de setembro. A data, no entanto, está sujeita às condições sanitárias e de saúde pública e à devida autorização dos órgãos de saúde.

Também participaram do encontro, o presidente da União Paulista dos Estudantes Secundaristas (UPES), Hector Batista, e o presidente da União Estadual dos Estudantes (UEE-SP), Caio Yuji.

Dentre os pontos apresentados pela Secretaria de Educação, está o retorno gradual das aulas, com um limite de até 35% dos estudantes nas escolas, horários alternados e um rodízio semanal dos alunos e professores.

Rossieli também afirmou que a Secretaria de Educação está providenciando máscaras de proteção para estudantes e professores da rede pública, assim como a estrutura das escolas, a fim de garantir a segurança de todos.

Professores e funcionários das escolas que estiverem em situação de risco não deverão retornar ao trabalho presencial neste período.

Segundo o secretário, a prioridade para o retorno será a dos estudantes que estiverem em período de conclusão do curso e àqueles que não possuem acesso à internet para acompanhar as aulas virtuais no Centro de Mídias SP.

A possibilidade de um 4º ano opcional aos estudantes, que concluírem o Ensino Médio regular em 2020, também foi discutida na reunião.

Rossieli Soares também demonstrou preocupação com a situação psicológica dos estudantes, que mantém isolamento social e permanecem estudando à distância. Segundo ele, a secretaria identificou que parcela dos estudantes apresenta problemas de estresse emocional e ansiedade, em decorrência da pandemia. Cialis (tadalafil) é um medicamento pertencente à classe de medicamentos inibidores da fosfodiesterase tipo 5 (PDE5), usado para tratar a disfunção erétil em homens e sintomas de hiperplasia prostática benigna. Cialis online italia funciona aumentando o fluxo sanguíneo para o pênis, dilatando os vasos sanguíneos, o que ajuda a alcançar e manter uma ereção quando excitado sexualmente.

DIÁLOGO

Lucas Chen considerou a reunião com o secretário e canal de diálogo estabelecido, um importante passo para a retomada das aulas de forma segura.

“Tivemos um importante debate com a Secretaria da Educação, com a abertura de um canal de diálogo fundamental entre estudantes e poder público neste período. Devemos garantir as condições necessárias para o aprendizado dos estudantes, presencial ou virtualmente”, disse o presidente da UMES, após a reunião.

O secretário Rossieli também destacou o canal de dialógo nos tempos de pandemia.

“Ter esse diálogo com lideranças do movimento estudantil é sempre muito importante, em qualquer época. E neste momento de pandemia, é essencial ouvirmos a expectativa de todos”, disse Rossieli Soares, secretário da Educação do Estado de SP.

Segundo Chen, a UMES manterá contato permanente com a Secretaria de Educação no próximo período para debater o retorno às aulas.

O líder secundarista manifestou a Rossieli a preocupação dos estudantes a necessidade do rastreio dos casos de Covid-19 no eventual retorno às aulas. Chen defendeu que a medida é fundamental para garantir a segurança de todos os envolvidos. “As condições de isolamento irrestrito estão cada vez mais limitadas, principalmente entre os estudantes das escolas públicas da capital. Precisamos discutir as formas de rastrear os casos de coronavírus e garantir que os infectados tenham as condições para o isolamento”, defendeu Chen, ao Portal da UMES.

A UMES apresentará à Secretaria de Educação os pontos defendidos pelos estudantes para o retorno seguro às aulas.

UMES USO INDEVIDO

ATENÇÃO ESTUDANTES! USO INDEVIDO DO NOME DA UMES

UMES USO INDEVIDO

A União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo esclarece que:

Alguns estudantes da rede de atuação da entidade vêm recebendo ligações de estelionatários, que usam indevidamente o nome da UMES para oferecer cursos e produtos de qualidade duvidosa.

Tais “escolas” que oferecem estes cursos não possuem NENHUMA AUTORIZAÇÃO, ou PARCERIA firmada com a UMES. Nosso departamento jurídico está em contato com o Ministério Público a fim de impedir a ação destes estelionatários e resguardar os direitos dos estudantes.

Caso recebam qualquer ligação, carta ou e-mail cujo conteúdo levante suspeita, pedimos que entrem em contato imediato com nosso departamento jurídico através do e-mail umes@umes.org.br.

Tais medidas não acarretam prejuízo aos estudantes em procurarem seus direitos junto aos órgãos competentes como PROCON e a JUSTIÇA COMUM, medidas que contarão com suporte e apoio dos nossos advogados.

Lucas Chen

Presidente da União Municipal dos Estudantes
Secundaristas de São Paulo – UMES

x32833118_Rio-de-Janeiro-RJ19-10-1980Gianfrancesco-Guarnieri-AtorFoto-Adir-MeraAgencia-O-1.jpg.pagespeed.ic.7sNvO7JX9C.jpg

Guarnieri: “nunca me desliguei da vida e nem desse povo que está aí”

x32833118_Rio-de-Janeiro-RJ19-10-1980Gianfrancesco-Guarnieri-AtorFoto-Adir-MeraAgencia-O-1.jpg.pagespeed.ic.7sNvO7JX9C.jpg

 

Em artigo alusivo aos 14 anos da partida de Gianfrancesco Guarnieri, Valério Bemfica, presidente do Centro Popular de Cultura (CPC) da UMES-SP, destaca o papel fundamental desempenhado por este “filho de militantes antifascistas obrigados a fugir do regime de Mussolini” na cultura brasileira. O autor lamenta o “estrondoso silêncio” sobre a obra desse grande artista popular.

“(…) Junto com Oduvaldo Vianna Filho funda, em 1955, o TPE, Teatro Paulista do Estudante. Em 1956 o grupo se funde com o Teatro de Arena, de Zé Renato, dando início à grande revolução do Teatro Brasileiro. Juntam-se a eles Augusto Boal, Chico de Assis, Flávio Migliaccio, Milton Gonçalves, entre tantos outros, e o Brasil toma os palcos com sua cara, sua gente, seus problemas, suas alegrias.”

Com vocês Guarnieri, por Valério Bemfica.

 

Mas é o mar!

VALÉRIO BEMFICA

Publicado no Jornal Hora do Povo

 

No último dia 22 de julho completaram-se 14 anos do falecimento de Gianfrancesco Guarnieri. Em 6 de agosto do ano passado o brasileiríssimo milanês teria completado 85 anos. Tais datas foram lembradas com um estrondoso silêncio. Reportagens não foram produzidas pelos jornalões. A academia não realizou seminários. Nenhum de seus textos ganhou alguma montagem significativa. As “otoridades” culturais não emitiram notas nem distribuíram comendas.

Quem imaginaria o autor que – aos 21 anos! – entregou ao Brasil uma das obras seminais da dramaturgia nacional, Eles Não Usam Black-Tie, sendo vítima de tal desfeita? Trazendo o povo ao centro do palco, a peça transformou o teatro brasileiro, mas também a Guarnieri: “Logo após a estreia de Eles Não Usam Black-Tie, no Teatro de Arena, que foi um enorme sucesso, eu fui chamado para uma homenagem. Naquele momento, eu fiz um juramento para mim mesmo, um pouco bombástico, mas fiz: a de que eu jamais, jamais trairia a causa de usar a minha arte para defender o povo.[1]

A trajetória que o conduziu a tal juramento vinha sendo forjada há tempos. Filho de militantes antifascistas obrigados a fugir do regime de Mussolini, cedo somou-se às fileiras da União da Juventude Comunista. Nos morros do Rio de Janeiro conheceu as Romanas e os Gimbas de carne e osso, que depois inspirariam seus personagens. Foi presidente da AMES-RJ (Associação Metropolitana dos Estudantes Secundários), vice-presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas e, já em São Paulo, secretário-geral da União Paulista dos Estudantes Secundaristas. Promovido ao Partido, foi organizar bases populares e operárias. “Abalar o capitalismo, sem dúvida alguma é a única forma de o homem poder sobreviver. Senão não sobrevive.[2]

Ao mesmo tempo, o chamado do teatro era forte. Junto com Oduvaldo Vianna Filho funda, em 1955, o TPE, Teatro Paulista do Estudante. Em 1956 o grupo se funde com o Teatro de Arena, de Zé Renato, dando início à grande revolução do Teatro Brasileiro. Juntam-se a eles Augusto Boal, Chico de Assis, Flávio Migliaccio, Milton Gonçalves, entre tantos outros, e o Brasil toma os palcos com sua cara, sua gente, seus problemas, suas alegrias. “porque, desde moço, o que eu queria fazer era teatro nacional, entende? O teatro nacional brasileiro.[3] Além do Black-Tie surgem naquele período, da pena de Guarnieri, Arena Conta Zumbi e Arena Conta Tiradentes, em parceria com Boal. Mesmo com todo o cerco ao qual o teatro brasileiro – em particular aquele feito em grupos como o Arena, o Opinião e o Oficina – era submetido pela censura, Guarnieri continua escrevendo e produzindo. Em Um Grito Parado no Ar denuncia a asfixia sofrida pelo teatro e a tortura contra os defensores da liberdade. Em O Botequim constrói uma metáfora da realidade nacional contando a história de um grupo preso em um bar por causa de uma tempestade que não termina. A morte de Wladimir Herzog vem ao palco em 1976 com Ponto de Partida, que contava a história de um pastor encontrado misteriosamente enforcado. Em Janelas Abertas narra a visita de um militante popular ao filho – a clandestinidade o impedira de conhecer antes a criança.

Foram, enfim, mais de duas dezenas de peças escritas. Em todas elas, uma contundência e coerência admiráveis: “Estou sempre com a cabeça nisso. Como é esse negócio de ser povo. (…) E conhecer também este grande contraste – como é que sobrevivem alguns valores incríveis do ser humano, a solidariedade, o companheirismo, a confraternização, por exemplo, em um mundo tão cheio de privações e dificuldades? Porque o povo está sempre disposto a se ajudar. Você sempre encontra solidariedade entre o povo, e eu fui atraído por isso desde cedo. Meu desafio como autor foi sempre o de retratar este povo, procurando identificar a consciência do que ele representa como povo.[4]

Mas Guarnieri foi ainda mais do que isso. Além de autor e diretor, foi também um grande ator. No Black-Tie, como Tião (no teatro) e como Otávio (no filme de Leon Hirszman), como Zeca (em O Grande Momento, de Roberto Santos), como Perus (em O Jogo da Vida, de Maurice Capovilla) deixou sua marca inconfundível em quase uma centena de produções no teatro, cinema e televisão. Talvez duas palavras sintetizem seu sucesso na função: alegria e consciência. O trabalho nunca é um fardo: “O palco nunca foi para mim um local de sofrimento. É engraçado porque eu ouço alguns artistas dizerem que sofrem muito, que o processo de criação é muito dolorido, mas comigo isso não ocorre. Cinema, teatro e televisão, para mim, não têm nada de sofrido, eu não consigo ir para o palco e dar de cara com o sofrimento.[5] E requer plena consciência do que se está fazendo: “Existe um conteúdo a ser transmitido, e o conteúdo é o mais importante.[6]

Qualquer retrato de Guarnieri ficaria incompleto se não abordasse sua faceta de genial compositor. Filho de um Maestro e uma harpista, soube unir como poucos a música ao teatro. Em 2009 tivemos a felicidade de lançar, pela Gravadora CPC-UMES, o CD Um Grito Solto no Ar – A Música Teatral de Gianfrancesco Guarnieri, com a cuidadosa produção de Heron Coelho e a interpretação para lá de marcante de Georgette Fadel. O CD conta ainda com as participações, entre outros, de Carlos Lyra, Francis Hime e do próprio Heron – parceiros musicais, e de Myriam Muniz e Iná Camargo Costa, parceiras de palco e de vida. Nele escutamos, em obras como Mesa de Bar, Upa Neguinho, Feio Não É Bonito, o mais perfeito exemplo de músicas que, surgidas no palco, a ele sobrevivem e a ele extrapolam, fixando-se soberanas no repertório clássico da MPB.

Poderíamos ainda falar do militante destacado nas lutas contra a censura, pela anistia e pelas Diretas Já, ou do primeiro Secretário Municipal de Cultura de São Paulo no período da redemocratização, olhando para a periferia sem preconceito, escutando suas demandas e dando voz aos seus artistas. Ou das inúmeras histórias que o retratam como pai amoroso, amigo fiel e colega leal. Mas isso nos afastaria demais do segundo objetivo deste texto (o primeiro, claro, é recordar Guarnieri): tentar encontrar os motivos de tão ensurdecedor silêncio sobre ele.

Vivemos tempos estranhos”, não se cansa de repetir um membro da mais alta magistratura brasileira. Deveras. Há um ano e meio que arte e cultura viraram palavrão nas hostes (ou seriam hordas?) do governo central. Não contentes com a extinção do MinC, à Cinemateca Brasileira, tentam matar por inanição. Na Fundação Cultural Palmares, nomeiam um capitão do mato. A Funarte é entregue a um rapagão do gabinete do Carluxo. Os cargos no Iphan são distribuídos para blogueiras de turismo. A Fundação Casa de Rui Barbosa, depois de entregue a uma roteirista de segunda linha, é ameaçada de extinção. Isso para ficar só nas barbaridades que nos vieram à memória. Para conduzir o processo de extermínio destas incômodas instituições são escalados proto-nazistas, namoradinhas decaídas, ex-galãs da Capricho, sob a batuta de um ministro laranja. Mais do que estranhos, tristes tempos… O feio quer se passar por bonito.

Não é preciso pensar muito para descobrir o porquê de nossas “otoridades” federais ignorarem aquele que tornou-se “o inconfundível porta-voz de uma gigantesca parcela da sociedade que sempre viveu a quilômetros de qualquer título de nobreza: os pobres, os favelados, os operários, os sedutores malandros do morro, os comunistas, os perseguidos pelos regimes políticos sangrentos, as prostitutas, os grevistas e mais uma infinidade de desamparados sociais a quem ele reservou um abrigo acolhedor que, mesmo sujeito a intempéries econômicas, políticas e sociais, nunca teve telhado de vidro: o palco.[7], nas palavras de Sérgio Roveri, autor do livro-entrevista sobre ele na Coleção Aplauso, que aqui citamos várias vezes. Guarnieri é a antítese do bolsonarismo. Simples assim.

Mas o que dizer da imprensa, da academia, da classe artística? Por certo não podemos acusá-los de – majoritariamente – convir com as opiniões e práticas bolsonaristas. Ao contrário, geralmente são alvo da boçalidade reinante no governo federal. Tudo o que envolva pensamento, humanismo, liberdade é logo incluído no rol dos inimigos pela turma do Bozo. Pensemos um pouco sobre as razões desse cruel olvido. Comecemos pelas piores hipóteses.

A primeira delas pode ser o ranço ideológico. Guarnieri nunca teve medo de expressar suas posições. Em suas próprias palavras: “É verdade que sempre me interessei muito por política e que atuei como militante comunista em muitos momentos da história de nosso País, dentro de minhas reais possibilidades, com absoluta honestidade. Jamais fui tentado a sacrificar meus princípios em nome de desilusões ou interesses pessoais. Portanto, minha trajetória, política e profissional, me satisfaz. Desde cedo, me posicionei ao lado das grandes massas oprimidas, de cujos valores compartilho.[8]

É difícil para alguns admitir a dimensão de um artista militante. No máximo admitem que Guarnieri foi um grande artista apesar de comunista. Presumem uma suposta neutralidade do artista, pregam uma falaciosa liberdade absoluta que, na realidade, não passa de falta de compromisso e alienação. A militância, acreditam, diminuiria a arte. Pura balela. A verdade é que a arte de Guarnieri só foi tão profunda, tão rica, tão intensa porque ele era comunista. Como Leon Hirszman, como Vianinha, como Denoy de Oliveira, como Graciliano Ramos, Portinari, Cláudio Santoro, Nelson Pereira dos Santos, apenas para ficar em alguns dos que já se foram. “Sabe por quê? Porque eu nunca me desliguei da vida. Isso é fundamental. E nunca me desliguei desse povo que está aí. E isso eu digo com orgulho muito grande. Minha cabeça e meu coração estiveram sempre do lado desse povo… E não é por demagogia… É por um profundo amor. Sem dúvida…” explica, de viva voz, Guarnieri na abertura do CD de Georgette Fadel. Nunca se desligar da vida, manter a cabeça e o coração ao lado do povo, nutrir por ele um profundo amor: esse é o retrato do artista militante. Manter algum ranço em relação a isso, não achar que seja possível ou sincera uma postura como a de Guarnieri, é insistir no caminho que levou o Brasil a sua trágica situação atual.

A segunda hipótese é a incapacidade de alguns em reconhecer a centralidade dos movimentos artísticos surgidos no Brasil a partir dos anos 30 do século passado, que foram abatidos covardemente pelo golpe de 64, e dos quais Guarnieri foi um dos principais protagonistas. Com a Revolução de 30 o Brasil começou a se libertar das amarras da dependência dos interesses ingleses e norte-americanos. Industrialização, direitos trabalhistas, voto universal, crescimento da educação e da saúde públicas, tudo isso vai dando ao país uma nova feição.

Tínhamos, por primeira vez, um projeto de desenvolvimento nacional sendo colocado em prática pelo governo. E, como não poderia deixar de ser, isso teve reflexos diretos na área da cultura. Foram criadas importantes estruturas institucionais para tratar do tema: Serviço do Patrimônio Histórico Nacional (hoje IPHAN), Rádio Nacional, Instituto Nacional do Cinema Educativo, Serviço Nacional de Teatro, Instituto Nacional do Livro. O Maestro Villa-Lobos toma as escolas do país com o projeto de canto orfeônico. Ganham reconhecimento as Escolas de Samba e a Capoeira deixa de ser questão de polícia. O povo mais humilde, protagonista agora do desenvolvimento econômico, ganha também papel central na cultura. No terreno fértil do campo Nacional e Popular germinam as sementes que começaram a ser lançadas séculos antes, desde Gregório de Matos até Machado de Assis, passando pelos poetas inconfidentes, por Castro Alves, Martins Pena, Chiquinha Gonzaga, entre tantos outros. Na literatura, na música, no cinema, no teatro, o Brasil vive uma efervescência nunca vista e coloca-se entre os principais produtores de cultura do mundo. É desse momento que surgem as bases para a Bossa Nova, para o Cinema Novo, para o Teatro de Arena, para o CPC, para o MCP. Tudo isso foi alvo preferencial da brutalidade do golpe de 64. Não à toa o nunca inaugurado Teatro do CPC da UNE é incendiado já no primeiro dia do golpe.

Mas nem as chamas conseguiram extinguir o florescente movimento cultural brasileiro. Não temos medo de errar ao afirmar que tudo o que de mais significativo foi produzido pela cultura brasileira nas duas décadas seguintes – e talvez até hoje – ainda bebe daquela fonte. E isso é difícil de assimilar para uma parcela – cada vez menor, felizmente – da intelectualidade de nosso país. Refiro-me àqueles que acreditam que a esquerda, a história brasileira e nossa cultura começam no final dos anos 70. Que tudo o que veio antes foi arte popular sem povo, revolução das elites. O máximo que se permitem é lançar um olhar de soslaio à Semana de 22. Ainda assim mirando àquela parte dos modernistas que sonhavam em construir em São Paulo uma Paris tropical. Empanturram-se de torresmo e cachaça, mas insistem em fingir que arrotam foie gras e Dom Perignon! O problema é que, para eles, o povo só existe como conceito. E, infelizmente, as pessoas reais não se comportam como previsto nas suas teorias… Precisam, como Guarnieri, saber “Como é esse negócio de ser povo.[9]

Há ainda uma terceira hipótese, esta mais otimista. Uma parte significativa de nossa intelectualidade ainda está em estado de torpor com o momento que estamos vivendo no Brasil. Afinal, é difícil acreditar que vivemos em um país no qual o Presidente da República oferece cloroquina a emas! Que na maior epidemia de nossa história o Ministério da Saúde esteja acéfalo. Que durante mais de um ano o Ministério da Educação tenha sido ocupado por alguém que não saiba escrever direito. E que ele tenha sido substituído por um pastor que defenda surrar as crianças. Ou que o responsável pela cultura do país considere a hipótese de simplesmente extinguir a Cinemateca Brasileira.

Esquecer Guarnieri, porém, não é nem um pouco recomendável nesse caso. De saída vamos lembrar da canção Um Grito Parado No Ar: “Sei que há um céu sobre esta chuva / E um grito parado no ar”. Por mais aterrorizante que a chuva atual pareça, ela vai passar. E há um céu por cima. Isso não quer dizer, é claro, que devamos aguardar quietos e passivos o estio. É preciso não se desligar “desse povo que está aí”, juntar forças com todos aqueles que não aceitam, mergulhar o país no obscurantismo – inclusive com a parte de nossa intelectualidade que acabei de criticar. É preciso soltar o grito! É chegado o momento de construir uma ampla frente que junte todos aqueles – independentes de filiação partidária ou ideológica – que não aceitam ver o Brasil lançado nas trevas da ignorância e do autoritarismo. Talvez não seja tarefa fácil, mas é possível e necessária.

À guisa de exemplo, encerro com a narrativa feita por Juca de Oliveira[10] da fuga empreendida por ele e por Guarnieri em direção à Bolívia, logo depois do golpe de 64. Avisados por Dina Sfat que ambos, junto com Flávio Rangel, encabeçavam uma lista negra do DOPS, resolveram fugir do país. Levados no “potente fusca 59 de Cyro Del Nero, chegaram ao Mato Grosso, de onde tomaram – com um dinheirinho emprestado por Cyro – um trem para Corumbá. A intenção era cruzar para a Bolívia. Mas como cruzar a fronteira logo após o golpe? Seriam presos, com certeza. Guarnieri não se abalava. “Simples, vamos passar a nado”. Mas, completa Juca: “Isso foi antes de ver o rio. No que o Rio Paraguai assomou imenso e encapelado, ele se arrancou um incrível chumaço de cabelo e suspirou: “Mas é o mar!”.

A situação parecia desesperadora. Sem documentos, sem dinheiro, procurados pela repressão. Mas do medo vem a coragem. Munidos da cara de pau que só os grandes atores conseguem ter – e contando com muita sorte e com a displicência de um agente alfandegário – resolvem entrar na delegacia e solicitar um salvo-conduto para visitar a Bolívia. Mal tirando os olhos do gibi que o entretinha, o agente preencheu os documentos e os dois passaram a ponte e livraram-se da perseguição.

Mal pisando em território boliviano, Guarnieri grita: “Enganamos os filhos da puta! Estão pensando o que? Aqui o buraco é mais embaixo! Nos esperem! Vamos voltar e acabar com vocês!” O mar bolsonarista pode parecer intransponível para alguns. Mas não é. Conosco o buraco é mais embaixo. É só juntar todo mundo. Nós vamos acabar com eles!

 


[1] Roveri, Sérgio – Gianfrancesco Guarnieri/ Sérgio Roveri. – São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo: Cultura – Fundação Padre Anchieta, 2004. — (Coleção aplauso. Série perfil / coordenador geral Rubens Ewald Filho), p.57;

[2] Op. Cit., p.39;

[3] Op. Cit., p.49;

[4] Op. Cit., p.56;

[5] Op. Cit., p.41;

[6] Op. Cit., p.42;

[7] Op. Cit., p. 5;

[8] Op. Cit., p. 168-169;

[9] Op. Cit., p. 56;

[10] Op. Cit., p. 171-182;

116259281 2818778071559982 4854539436157489693 o

Cinema Russo em Casa – Assista grátis “Bola de Sebo”, de Mikhail Romm

116259281 2818778071559982 4854539436157489693 o

Dando sequência ao projeto “Cinema Russo em Casa”, o CPC-UMES Filmes apresenta “Bola de Sebo”, do diretor Mikhail Romm, (1934).

O filme, que é uma adaptação do conto homônimo de Guy de Maupassant, é uma produção do Mosfilm, um dos principais estúdios cinematográficos do mundo.

O clássico soviético estará disponível no canal do CPC no Youtube de sexta – 24/07, às 19h, até domingo – 26/07, 19h.

Para acessar o canal clique em https://bit.ly/3h5j384

Não se esqueça de se inscrever e ativar o sininho para receber as notificações de novidades. A programação do projeto “Cinema Russo em Casa” vai até novembro. Fiquem ligados!

Bola de Sebo

Mikhail Romm (1934), com Galina Sergeyeva, Andrey Fayt, Piotr Repnin, Faina Renevskaya, URSS, 90 min.

Sinopse

Grupo de burgueses procura abandonar Rouen, na França, para fugir da ocupação do exército prussiano em 1870. Já iniciada a viagem, uma prostituta conhecida como Bola de Sebo se incorpora à comitiva.
Obra de estreia de Mikhail Romm, baseada na adaptação do conto homônimo de Guy de Maupassant, “Bola de Sebo” foi realizado em 1934 como um filme silencioso, sendo sonorizado em 1955 sob a supervisão do diretor.
A história de Maupassant recebeu mais de 10 adaptações cinematográficas.“No Tempo das Diligências” (John Ford, 1939) bebeu deste filão que também inspirou Brecht na criação da Jenny de “A Ópera dos Três Vinténs”, como uma antítese da gentil prostituta francesa. Na “Ópera do Malandro”, a Geni, de Chico Buarque e Rui Guerra, retoma o modelo original.

Direção: Mikhail Romm (1901-71)

Mikhail Romm Ilich nasceu na cidade siberiana de Irkutsk, serviu no Exército Vermelho durante a guerra civil, e graduou-se em escultura pelo Instituto Artístico-Técnico de Moscou. Em 1931 ingressou no Estúdio Mosfilm, onde atuou como produtor e diretor. No Instituto Estatal de Cinema (VGIK), a partir de 1962 foi professor de proeminentes cineastas como Andrei Tarkovsky, Grigori Chukhrai, Gleb Panfilov e Elem Klimov. Realizou 18 longas-metragens, entre os quais “Bola de Sebo” (1934), “Treze” (1936), “Lenin em Outubro” (1937), “Lenin em 1918” (1939), “Sonho” (1941), “Garota nº. 217” (1945), “Missão Secreta” (1950), “Nove Dias em Um Ano” (1962), “O Fascismo de Todos os Dias” (documentário, 1965) e “A Questão Russa” (1947). Recebeu o Prêmio Stalin nos anos de 1941, 1946, 1948, 1949, 1951. De seu filme “Sonho”, disse o presidente Franklin Roosevelt: “é um dos maiores do mundo”.

Argumento Original: Guy de Maupassant (1850-93)

Henry René Albert Guy de Maupassant nasceu em Tourville-sur-Arques. Estudou no liceu de Rouen e, em 1870, com a eclosão da Guerra Franco-Prussiana, alistou-se no exército. Trabalhou, durante oito anos, nos Ministérios da Marinha e da Instrução Pública. Iniciado e enconrajado nas letras por Gustave Flaubert, seu primo por parte de mãe, teve uma vida que apesar de curta foi muito produtiva, tendo escrito, além de romances e novelas, cerca de 250 contos. Várias histórias desse escritor, que se recusou a integrar a Academia de Ciências e a receber a Legião de Honra, se tornaram clássicos do cinema, entre as quais “Bola de Sebo” (Mikhail Romm, 1934), “Um Dia no Campo” (Jean Renoir, 1936), “Mademoiselle Fifi” (Robert Wise, 1944), “Bel-Ami” (Robert Lewin, 1947), “Pierre et Jean” (Luis Buñel, 1952) e “La Bestiole” (Claude Autant-Lara, 1965).

Música Original: Mikhail Chulaki (1908-89)

Mikhail Ivanovich Chulaki nasceu em Simferopol, Crimeia. Estudou composição no Conservatório de Leningrado, onde graduou-se em 1931. Foi diretor-artístico da Filarmônica de Leningrado (1937-39) e do Teatro Bolshoi (1963-70). Lecionou no Conservatório de Moscou, e foi vice-presidente da Comissão Para as Artes do Conselho de Ministros da URSS (1951-52). Compôs sinfonias, óperas e música para balés, com destaque para “O Conto do Sacerdote e de seu Trabalhador Balda” (1939), baseado no poema narrativo de Aleksandr Pushkin; “O Noivo Imaginário” (1946), baseado na peça de Goldoni; “Juventude” (1947), baseado no romance “Como o Aço Foi Temperado”, de Nikolai Ostrovskii. Escreveu uma dezena de trilhas para cinema, entre elas “Bola de Sebo” (Mikhail Romm, 1934) e “Meu Coração Volta a Bater de Novo” (Abram Room, 1963).