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Weintraub debocha de mulheres na véspera do 8 de Março

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O ministro da Educação do governo Jair Bolsonaro (sem partido) Abraham Weintraub aproveitou o “Dia Internacional da Mulher” para zombar de menstruação, em sua conta no Twitter, neste sábado, 7, véspera da data que marca a luta das mulheres por igualdade.

O ministro quis criticar com deboche os projetos de lei (PL) das deputadas Tabata Amaral (PDT-SP) e Marília Arraes (PT-PE) que propõem a distribuição gratuita de absorventes femininos em escolas e unidades de saúde.

“A nova esquerda (colar de pérolas e financiada por monopolistas) quer gastar R$ 5 bilhões (elevando impostos) para fornecer ‘gratuitamente’ absorventes femininos. Como será o nome da nova estatal? CHICOBRÁS? MenstruaBR?”, disse Weintraub.

O PL 6340/2019 de Marilia prevê “o fornecimento de absorventes higiênicos nas escolas públicas e nas unidades de saúde em âmbito nacional”.

O objetivo do PL é evitar constrangimentos para as mulheres que não têm condições financeiras de comprá-los e, por conta disso, acabam utilizando materiais prejudiciais à saúde.

“Em razão desse fato, muitas jovens estudantes abandonam as escolas quando começam o período menstrual ou faltam às aulas, numa média de cinco dias por mês durante nesse período. Isso significa que essas estudantes perdem em media 45 dias de aulas por ano, com óbvias consequências para o processo educacional e de socialização dessas jovens”, afirma a justificativa do PL 6340/2019.

“Esse projeto não trata apenas da distribuição de absorventes higiênicos para estudantes e mulheres de baixa renda, mas sim de levar dignidade e esperança por um futuro mais justo e igualitário, portanto, não podemos cruzar os braços para essa triste realidade e permitir que problemas como a falta de material escolar, merenda ou absorventes íntimos sejam fatores que desencorajam essas jovens de frequentarem as escolas, reduzindo as chances de um futuro melhor”, afirma o projeto que Weintraub não leu, por óbvio.

BOLSONARO SEM CENSURA – Uma profecia de Glauber Rocha

 

“Aprenderão! Aprenderão!

Dominarei esta terra!

Botarei essas histéricas tradições em ordem!

Pela força, pelo amor da força!

Pela harmonia universal dos infernos!

Chegaremos a uma civilização!”

Cena do filme Terra em Transe (1967), de Glauber Rocha, com Paulo Autran no papel do ditador de Eldorado.

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Pibinho de Guedes vira festival de memes na internet; veja

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O Produto Interno Bruto (PIB) de 2019 cresceu 1,1% em relação ao ano anterior. O crescimento pífio ficou abaixo da evolução do Governo Temer nos anos de 2017 e 2018, quando a economia brasileira registrou 1,3%. O resultado do PIB só confirma o desastre da política econômica deste governo.

As promessas de geração de emprego e de retomada do crescimento econômico no início do governo não aconteceram e a crise se agravou tanto no último trimestre de 2019 que nenhuma orquestração de “recuperação” da economia foi capaz de esconder: quedas generalizadas na produção industrial, nas vendas do comércio varejista e no setor de serviços. O ano encerrou com 11,6 milhões de desempregados e mais de 38 milhões de brasileiros no trabalho precário, um recorde na taxa de informalidade.

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Após a divulgação dos dados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), não demorou muito para o ‘pibinho’ ser um dos assuntos mais falados no Twitter.

Muitos internautas ironizaram nos comentários o primeiro ano de mandato do Governo Bolsonaro, sobretudo o Ministro da Economia, Paulo Guedes, o homem de confiança do presidente.

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Senadores tiram FNDCT da PEC dos Fundos

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Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou nesta quarta-feira (4/3) a Proposta de Emenda à Constituição 187/2019, a chamada PEC dos Fundos Públicos. O texto final do relator, senador Otto Alencar (PSD/BA), trouxe uma importante vitória para a comunidade científica e acadêmica, ao retirar do escopo da PEC o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), preservando a principal fonte de financiamento à Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) do País.

O texto foi aprovado por votação simbólica, sem registro dos nomes, após acordo de lideranças. Além do FNDCT, foram excluídos da proposta os fundos de Segurança Pública, Antidrogas e o de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé). A emenda permite ao governo usar para outras finalidades o dinheiro dos fundos infraconstitucionais e vinculados a áreas específicas.

O resultado foi uma conquista das entidades que compõem a Iniciativa para Ciência e Tecnologia no Parlamento (ICTP.br), em especial da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que vêm liderando manifestações no Congresso na veemente defesa da manutenção do Fundo.

“Foi uma vitória significativa da comunidade científica e acadêmica brasileira”, comemorou o presidente da SBPC, Ildeu de Castro Moreira.

Ele destacou o empenho de parlamentares de vários partidos, inclusive governistas; de pesquisadores que convenceram parlamentares de seus estados; da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI)/CNI, Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (Anpei) e também de setores do próprio governo, como o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). “A aliança dos vários setores ligados à área foi importante para reverter essa situação, que seria trágica”, acrescentou Moreira, referindo-se à possível extinção do FNDCT, caso não fosse retirado da PEC.

A negociação entre os líderes foi motivada pelo voto em separado do líder do PT no Senado, Rogério Carvalho (SE), que apresentou dados demonstrando que vários fundos estratégicos, entre eles o FNDCT, são investidos no desenvolvimento do País, o que sensibilizou os demais senadores da Comissão a debaterem a necessidade de tratar como exceção aqueles com maior impacto nas políticas nacionais. A tese recebeu apoio dos senadores Izalci Lucas (PSDB/DF), Alessandro Vieira (PSB/SE), Jorginho Mello (PL/SC), Antonio Anastasia (PSB/MG), Eduardo Braga (MDB/AM), Veneziano Vital do Rêgo (PSB/PB), Rogério Carvalho (PT/SE), Major Olímpio (PSL/SP), Randolfe Rodrigues (Rede/AC), Fabiano Contarato (Rede/ES), Weverton (PDT/MA), Humberto Costa (PT/PE) e José Serra (PSDB/SP). Todos defenderam a necessidade de manter o financiamento à ciência, sendo que alguns deles reconheceram e elogiaram publicamente o trabalho da SBPC durante a tramitação da proposta.

Antes da votação, representantes da ICTP.br distribuíram um folder aos parlamentares mostrando que entre 1994 e 2019, a Finep – gestora do FNDCT – desembolsou R$ 79,09 bilhões para o financiamento de 11 mil projetos. Entre eles, estão os que colocaram a ciência brasileira na vanguarda mundial, como o Laboratório de Sequenciamento Genômico, o Navio Polar da Marinha Brasileira, laboratórios da Coppe e ICTs que levaram ao Pré-Sal e à construção do acelerador de partículas do tipo síncrotron Sirius, o mais avançado da América Latina.

Os próximos passos, de acordo com Moreira, incluem acompanhar a votação da PEC 187 no plenário do Senado e, posteriormente, da Câmara, além de tentar reverter o contingenciamento do FNDCT e os cortes orçamentários que atingiram os recursos para o fomento do CNPq. “Nossa luta continua no Congresso Nacional pela recuperação dos recursos para ciência tecnologia e educação”.

Para o presidente da SBPC, a tramitação da PEC 187 deixou evidente a necessidade de união da comunidade científica e acadêmica. “A lição principal que tiramos é que se a comunidade estiver unida, conversar com outros setores, tiver uma posição clara e firme nos princípios de defesa da ciência e tecnologia, do desenvolvimento mais amplo do País, podemos reverter posicionamentos contrários, contando, inclusive com senadores da base do governo”.

Janes Rocha, Jornal da Ciência

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“Anos difíceis”, de Luigi Zampa, será exibido na próxima segunda (09) na Mostra de cinema italiano!

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O Cine-Teatro Denoy de Oliveira apresenta: Mostra Permanente de Cinema Italiano

 

Chegando ao 5º ano e com mais de 150 filmes exibidos, neste ano vamos exibir 40 obras de 23 cineastas e, pelos olhos de cada um deles, a história da Itália e da humanidade nos é apresentada: a sátira social da “commedia all’italiana” de Luciano Salce, o realismo fantástico de Federico Fellini, o registro das condições de vida dos trabalhadores rurais por parte de Ermanno Olmi, as angústias da vida entediada da burguesia italiana – uma marca de Michelangelo Antonioni – e a impressionante luta de um povo contra o fascismo é assim exibido, sem rodeios, pelo neorrealismo de Roberto Rossellini e Luigi Zampa. 

Durante a 5ª edição, traremos também alguns dos lançamentos mais recentes da cinematografia italiana, que nos mostra que essa continua sendo uma das maiores do mundo. Todas as segundas às 19 horas com entrada franca!

 

 

 

09/03 – 19H: “ANOS DIFÍCEIS”, DE LUIGI ZAMPA

 

SINOPSE

Com a ascensão de Mussolini ao poder, Aldo Piscitello, um funcionário público que evita se envolver em assuntos políticos, é forçado a se filiar ao Partido Fascista. Para evitar sua demissão, evitar conflitos e para satisfazer sua esposa, fascista declarada, Aldo consente. Os anos passam e o funcionário público se torna um filiado exemplar no Partido Fascista, mas torce secretamente pela queda de Mussolini. Um dia, Aldo Piscitello percebe que evitar os conflitos lhe custou um preço alto demais.

 

O DIRETOR

Luigi Zampa nasceu em 1901 em Roma. Estudou Engenharia e, nesse período, ele escreveu algumas comédias, entre 1930 e 1932, além de, em 1933, dirigir seu primeiro o curta-metragem documental “Risveglio Di Una Cittá”. Logo após, estudou Roteiro e Direção no consagrado Centro Sperimentale di Cinematografia, entre os anos 1932 e 1937. Sua atuação como diretor de longa se deu com “L’Attore Scomparso” (1941), tendo dirigido filmes como seu primeiro sucesso, o premiado “Viver em Paz” (1947), indo clássicos como “Campane a Martello” (1949) e “Anni Ruggenti ” (1962). Em suas obras, o entretenimento está intrinsecamente ligado à notação de costumes decorrente da observação do comportamento italiano diante de mudanças na sociedade.

 

 

Confira nossa programação completa: http://bit.ly/CinemaItaliano2020

 

 

SERVIÇO

Filme: Anos Difíceis (1948), de Luigi Zampa

Duração: 113 minutos

Quando: 09/03 (segunda-feira)

Que horas: pontualmente às 19 horas

Quanto: entrada franca

Onde: Rua Rui Barbosa, 323 – Bela Vista (Sede Central da UMES SP)

 

 

 

 

“Eu nasci pra defender os que não tem voz”, diz Leci ao votar contra a reforma da Previdência paulista

 

 

A deputada estadual Leci Brandão (PCdoB) repudiou a aprovação da reforma da Previdência dos servidores paulistas na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).

 

“O Servidor Público precisa ser respeitado. A Reforma da Previdência do governo de São Paulo não vai melhorar a vida de ninguém. Tenho a consciência tranquila de estar do lado certo, do lado das trabalhadoras e trabalhadores”, destacou a deputada em importante discurso no Plenário da Alesp.

 

Veja:

 

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Ciro: culpa não é do vírus. “É a falta de projeto. É o Brasil entregue ao financismo”

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O ex-governador se refere ao caos na economia brasileira com a disparada do dólar e a queda nas bolsas

O ex-governador e ex-ministro da Fazenda, Ciro Gomes (PDT), usou sua rede social no sábado (29) para opinar sobre o os motivos que estão levando ao agravamento da crise econômica no Brasil.

Ele falou sobre a recente disparada do dólar e a queda nas bolsas. Para o ex-governador, não é o coronavírus o responsável pelo caos que está se instalando na economia brasileira. “É a falta de projeto. “É o Brasil entregue ao financismo”, denuncia o pedetista.

“‘Sem política industrial e de comércio exterior, quebraremos de novo’. Assim escrevi aqui em nov/2019. Assim permanece. Não é coronavírus, é falta de projeto, é política econômica que só privilegia os ricos. É incompetência e despreparo! É o Brasil entregue ao financismo”, avaliou o ex-governador.

A economia brasileira já vem ladeira abaixo antes da emergência da epidemia com o novo coronavírus. A produção industrial já havia caído 1,1% em 2019. As projeções para o PIB apontam para números muito próximos de 1% no ano passado. Bem abaixo das previsões otimistas, feitas pelo Banco Central, que divulgaram entusiasmados que o PIB cresceria em torno de 2,5% em 2019. Nem isso se confirmou. Os investimentos são os menores em 50 anos.

O economista Nilson Araújo de Sousa, em entrevista ao HP, (v. Nilson Araújo de Souza: Bolsonaro e Guedes estão destruindo o Brasil) citou o Monitor do PIB da FGV, que mostra que a taxa de investimento (FBCF/PIB) foi de apenas 15,3%, a menor taxa em 50 anos, segundo estudo do economista da FGV Marcel Balassiano.

O professor Nilson afirmou também que “as contas externas vêm se deteriorando desde o ano passado”. “O déficit em transações correntes (que registra o intercâmbio de mercadorias e serviços com o exterior, bem como as transferências de renda) subiu drasticamente de US$ 14,5 bilhões em 2018 para US$ 50,7 bilhões em 2019, resultante, sobretudo, da forte queda do superávit comercial, que foi de US$ 53 bilhões para US$ 39 bilhões”, disse ele.

“O quadro se agravou em janeiro deste ano, quando o déficit em transações correntes foi de US$ 11,9 bilhões (cifra próxima à do ano inteiro de 2018), devido, principalmente, a queda das exportações (19,5%). Teria que haver um amplo programa nacional de desenvolvimento, puxado pelo investimento público e pelo mercado interno, que desse o norte para o conjunto da economia”, acrescentou o professor.

Eduardo Moreira, economista e operador do mercado financeiro, também argumenta que a crise no país está sendo causada pelo desgoverno. No dia em que a bolsa caiu 7% logo após o carnaval, ele lembra que a bolsa de valores brasileira já vem caindo há muito mais tempo do que o surgimento da epidemia do coronavírus. “A bolsa de valores brasileira teve uma queda em dólares de 20% desde o seu pico no final do ano passado”, disse ele.

Moreira disse que as demais bolsas pelo mundo afora caíram muito menos do que isso. A Dow Jones (bolsa americana), segundo ele, caiu 9% e, na bolsa do México, por exemplo, a queda não passou de 10%. Ele citou outras bolsas, como a da Espanha, para mostrar que a instabilidade política brasileira, provocada pela insanidade de Bolsonaro e Guedes, é a principal causa da disparada do dólar e pela queda nas bolsas. Para ele, “a epidemia do coronavírus é apenas mais um fator a agravar a situação caótica da economia brasileira”.

Publicado no Jornal Hora do Povo

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Servidores protestam na Alesp contra projeto que destrói a Previdência estadual

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Servidores de diversas categorias estaduais realizam protesto nesta terça-feira para barrar a aprovação do projeto de reforma da Previdência do estado em segundo turno.

O presidente da Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo), deputado Cauê Macris (PSDB), convocou duas sessões extraordinárias para votação em segundo turno da PEC da reforma da Previdência dos servidores nesta terça-feira (3). A primeira sessão está marcada para as 9h15.

A votação do texto em primeiro turno ocorreu na sessão extraordinária das 19h do dia 18 de fevereiro, há quase duas semanas. A segunda etapa deveria ter acontecido no dia seguinte, mas a sessão foi cancelada após discussões entre deputados.

O horário da sessão provocou indignação de deputados e servidores. A expectativa era de que o expediente começasse apenas à tarde ou à noite, como ocorre normalmente.

Deputados da oposição denunciam que a convocação para a parte da manhã é manobra para conter mobilizações de servidores, que estavam se programando para chegar na Alesp às 14h.

“É um grande golpe contra os servidores para tentar neutralizar o ato e as manifestações que ocorrerão. Querem se esconder, mas não conseguirão, amanhã teremos milhares de pessoas aqui na Alesp a partir das 9h”, disse ao Agora o deputado estadual Carlos Giannazi (PSOL).

“Nós vamos lotar a Alesp e as imediações, não vamos deixar que façam as coisas dessa forma. É um golpe dado pelo presidente da Alesp”, disse a deputada estadual Professora Bebel (PT), também presidente da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial de SP).

O deputado Campos Machado (PTB), que na última sexta-feira (28) entrou com mandado de segurança na Justiça estadual contra a tramitação da PEC, também se posicionou contra a convocação.

“A decisão do presidente Cauê Macris é abusiva, desrespeitosa e acintosa, pois além de temer a decisão do judiciário paulista, ainda busca impedir a presença democrática de servidores na Assembleia Legislativa.”

Emídio de Souza (PT), que foi à Justiça estadual em dezembro também com um mandado de segurança contra a tramitação da PEC (disputa que foi parar no STF), utilizou as redes sociais pedir a mobilização de servidores.

“Peço a vocês que façam um esforço e, a partir das 8h, já se concentrem. Para mostrar que não é com esse tipo de golpe baixo que vai se desmobilizar qualquer área do funcionalismo”, publicou em sua página do Facebook.

“Com uma forte pressão, poderemos impedir mais este ataque contra os servidores públicos estaduais”, disse a deputada Bebel.

Para ela, o governador quer aprovar às pressas a reforma para “fazer caixa para o Estado às custas dos servidores e realizar às escondidas uma reforma administrativa”.

Em entrevista ao Jornal O Estado de São Paulo, nesta semana, a Professora Bebel disse que “tanto sob o olhar do Estado, quanto sob o olhar dos servidores, a reforma da previdência estadual não é necessária. Se estivesse faltando dinheiro, o governador não daria tanta isenção fiscal quanto dá. O governo diz que, ao criar, quer economizar R$ 32 bilhões em dez anos – o que significa cerca de R$ 3,2 bilhões por ano. Ora, a renúncia fiscal já está acima de R$ 3 bilhões. O Estado de São Paulo já teve uma reforma previdenciária em 2007, como o próprio governador reconheceu em campanha. Os servidores já estão pagando a alíquota de 11% desde então, portanto o governo deveria ter um “colchão” de recursos suficiente para a sustentabilidade da previdência”.

De acordo com a deputada Bebel, dentro da reforma está contida também uma reforma administrativa. “Isso porque a reforma abre a possibilidade de transformar o salário dos servidores em subsídio, o que impede o acréscimo de gratificações e adicionais. Com isso, trata-se o funcionário público como se ele tivesse cargo eletivo. O subsídio é para o governador, seus secretários, os deputados estaduais. Para o servidor, que tem carreira, não”, ressalta.

Por tudo isso, na avaliação da deputada e presidenta da Apeoesp, “o bom senso demandaria que o governador melhorasse essas distorções todas, antes da votação em segundo turno. É por isso que vejo a possibilidade de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade contra a reforma, que fará com que pessoas fiquem doentes em serviço e não consigam se aposentar. Uma reforma que fere direitos humanos não pode ser considerada constitucional”.

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Tecnologia que sequenciou coronavírus em 48 horas permitirá monitorar epidemia em tempo real

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Uma análise preliminar da sequência já está disponível online, enquanto outros países levam em média 15 dias para isso. O dados mostram que a cepa encontrada no país se aproxima de patógeno transmitido na Alemanha. – Foto: NIAID / NIH via Wikimedia Commons / Domínio público

 

Pesquisa do IMTSP-USP com Adolfo Lutz e Oxford é destaque mundial por rapidez recorde no sequenciamento do novo coronavírus que chegou ao Brasil. Dados podem ajudar a entender como vírus se espalha, aprimorar diagnóstico e desenvolver uma vacina

Apenas dois dias após o primeiro caso de coronavírus da América Latina ter sido confirmado na capital paulista, pesquisadores do Instituto Adolfo Lutz e das Universidades de São Paulo (USP) e de Oxford (Reino Unido) publicaram a sequência completa do genoma viral, que recebeu o nome de SARS-CoV-2.

Os dados foram divulgados na sexta-feira (28/02) no site Virological.org, um fórum de discussão e compartilhamento de dados entre virologistas, epidemiologistas e especialistas em saúde pública. Além de ajudar a entender como o vírus está se dispersando pelo mundo, esse tipo de informação é útil para o desenvolvimento de vacinas e testes diagnósticos.

“Ao sequenciar o genoma do vírus, ficamos mais perto de saber a origem da epidemia. Sabemos que o único caso confirmado no Brasil veio da Itália, contudo, os italianos ainda não sabem a origem do surto na região da Lombardia, pois ainda não fizeram o sequenciamento de suas amostras. Não têm ideia de quem é o paciente zero e não sabem se ele veio diretamente da China ou passou por outro país antes”, disse Ester Sabino, diretora do Instituto de Medicina Tropical buy arimidex anastrozole to treat breast cancer da USP.

De acordo com Ester Sabino, a sequência brasileira é muito semelhante à de amostras sequenciadas na Alemanha no dia 28 de janeiro e apresenta diferenças em relação ao genoma observado em Wuhan, epicentro da epidemia na China. “Esse é um vírus que sofre poucas mutações, em média uma por mês. Por esse motivo não adianta sequenciar trecho pequenos do genoma. Para entender como está ocorrendo a disseminação e como o vírus está evoluindo é preciso mapear o genoma completo”, explicou.

Esse monitoramento, segundo Sabino, permite identificar as regiões do genoma viral que menos sofrem mutações – algo essencial para o desenvolvimento de vacinas e testes diagnósticos. “Caso o teste tenha como alvo uma região que muda com frequência, a chance de perda da sensibilidade é grande”, disse.

Vigilância epidemiológica

Ao lado de Nuno Faria, da Universidade de Oxford, a pesquisadora coordena o Centro Conjunto Brasil-Reino Unido para Descoberta, Diagnóstico, Genômica e Epidemiologia de Arbovírus (CADDE). O projeto, apoiado por Fapesp, Medical Research Council e Fundo Newton (os dois últimos do Reino Unido), tem como objetivo estudar em tempo real epidemias de arboviroses, como dengue e zika.

“Por meio desse projeto foi criado uma rede de pesquisadores dedicada a responder e analisar dados de epidemias em tempo real. A proposta é realmente ajudar os serviços de saúde e não apenas publicar as informações meses depois que o problema ocorreu”, disse Ester Sabino à Agência FAPESP.

Segundo a pesquisadora, assim que o primeiro surto de COVID-19 foi confirmado na China, em janeiro, a equipe do projeto se mobilizou para obter os recursos necessários para sequenciar o vírus assim que ele chegasse no Brasil.

“Começamos a trabalhar em parceria com a equipe do Instituto Adolfo Lutz e a treinar pesquisadores para usar uma tecnologia de sequenciamento conhecida como MinION, que é portátil e barata. Usamos essa metodologia para monitorar a evolução do vírus zika nas Américas, mas, nesse caso, só conseguimos traçar a origem do vírus e a rota de disseminação um ano após o término da epidemia. Desta vez, a equipe entrou em ação assim que o primeiro caso foi confirmado”, contou ela.

Quebra de barreiras

O primeiro caso de COVID-19 no Brasil (BR1) teve diagnóstico molecular confirmado no dia 26 de fevereiro pela equipe do Adolfo Lutz. Trata-se de um paciente infectado na Itália, possivelmente entre os dias 9 e 21 deste mês. O sequenciamento do genoma viral foi conduzido por uma equipe coordenada por Claudio Tavares Sacchi, responsável pelo Laboratório Estratégico do Instituto Adolfo Lutz (LEIAL), e Jaqueline Goes de Jesus, pós-doutoranda na Faculdade de Medicina da USP e bolsista da FAPESP.

“Já estávamos prevendo a chegada do vírus no Estado de São Paulo e, assim que tivemos a confirmação, acionei os parceiros do Instituto de Medicina Tropical da USP. Já estávamos trabalhando juntos há alguns meses no uso da tecnologia MinION para monitoramento da dengue”, contou Saccchi à Agência FAPESP.

“Conseguimos quebrar algumas barreiras com esse trabalho. A universidade treinou equipes e transferiu tecnologia para que o sequenciamento pudesse ser feito no lugar certo, que é o centro responsável pela vigilância epidemiológica. É assim que tem de ser”, disse Sabino.

Além do Lutz e da USP, participam do Projeto CADDE integrantes da Superintendência de Controle de Endemias (Sucen) e do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE), ambos ligados à Secretaria de Estado da Saúde.

Plano de contenção

O infectologista e professor da FMUSP Esper Kallás tem auxiliado a Secretaria de Estado da Saúde, desde meados de janeiro, a elaborar a estratégia de atendimento de pacientes eventualmente infectados pelo SARS-CoV-2. O Instituto de Infectologia Emilio Ribas e o Hospital das Clínicas da USP foram escolhidos como instituições de referência para atender os casos graves no Estado.

“O HC segue um protocolo para contenção de catástrofe chamado HICS [sistema de comando de incidentes hospitalares, na sigla em inglês], que já foi acionado no atendimento a vítimas do massacre escolar em Suzano [ataque que deixou dez mortos em 2019] e durante a epidemia de febre amarela de 2018. Agora, sabendo que possivelmente há uma epidemia de coronavírus a caminho, já estabelecemos todos os fluxos de atendimento”, contou.

Ainda segundo Kallás, foi criado um grupo de trabalho para discutir protocolos de estudos clínicos que serão feitos com os pacientes diagnosticados e atendidos na rede pública estadual.

“Esse planejamento estratégico e a rápida publicação do genoma viral são indicadores da capacidade que o Estado de São Paulo tem de responder com ciência de alta qualidade e de contribuir para o entendimento das ameaças à saúde da população”, afirmou.

Por Karina Toledo / Agência FAPESP

 

 

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Governador do Ceará envia PEC à Assembleia proibindo anistia para amotinados

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Camilo Santana, governador do Ceará, em visita a quartéis e batalhões da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros – 22/02/2020 Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social/Divulgação

 

O governador Camilo Santana (PT) enviou à Assembleia Legislativa na tarde de sexta-feira, 28, uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que proíbe expressamente a concessão de anistias administrativas para policiais militares que promoverem motins no Estado.

No inicio da tarde de sábado (29), a assembleia aprovou a análise em regime de urgência da PEC do Poder Executivo proibindo a concessão de anistia para amotinados da Segurança Pública do Ceará.

Os amotinados aterrorizaram a população do Estado com armas na mão e capuz na cabeça durante vários dias. Inutilizaram viaturas da polícia, ameaçaram policiais, obrigaram comerciantes a fecharem suas lojas e invadiram quartéis. Em um confronto entre amotinados e a população de Sobral, no interior, o senador Cid Gomes (PDT), ex-governador do Estado, foi baleado por encapuzados, tendo levado dois tiros no peito.

O governo não aceita que essas pessoas sejam anistiadas.

Depois que Jair Bolsonaro divulgou uma live ameaçando retirar as tropas federais do Estado e pressionando o governador a negociar com os amotinados, os grupos que se infiltraram no movimento radicalizaram a postura e exigiram a inclusão de um bolsonarista, o ex-deputado, cabo Sabino, expulso da PM, na comissão de negociação, além de garantir a anistia a todos os amotinados.

A comissão formada por representantes dos Três Poderes do Estado, rejeitou as exigências e as negociações foram interrompidas.

A PEC anunciada pelo governador veio logo em seguida ao anúncio de que as tropas federais permanecerão no Estado por pelo menos mais uma semana. Governadores pressionaram o governo federal a prorrogar a permanência das tropas, já que Bolsonaro havia sinalizado que não prorrogaria a permanência das forças federais.

A proposta sinaliza um endurecimento ainda maior do governo estadual contra motins de policiais militares no Estado. Atualmente, a anistia a todos os envolvidos no movimento é uma exigência dos amotinados. Segundo a comissão, “não haverá discussão sobre anistia e o ex-deputado Cabo Sabino, tem um mandado de prisão em aberto e, por isso, não tem legitimidade para participar dos acordos”.

Segundo informação da Secretaria de Segurança Pública, depois de 13 dias, três quartéis ainda continuam ocupados no Estado.

Os amotinados, aquartelados no 18º Batalhão da Polícia, no bairro Antônio Bezerra, tiveram que recuar da proposta anterior, elaborada depois da fala de Jair Bolsonaro, divulgada através de sua live na quinta-feira (27) .

Insuflados pela fala presidencial, eles ampliaram a pauta para 18 exigências, além de tentar emplacar o ex-deputado bolsonarista, Cabo Sabino, expulso da PM, na comissão de negociação.

Agora eles se concentram na anistia e na elevação do reajuste para R$ 4.900,00, valor acima da proposta que havia sido acordada e aceita inicialmente pela categoria, que eleva o salário inicial de soldado de R$ 3.200,00 para R$ 4.500.00.

Do Jornal Hora do Povo