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Academia Brasileira de Letras diz que Censura em Rondônia é gesto deplorável

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A Academia Brasileira de Letras (ABL) publicou nota em repúdio à tentativa do governo de Rondônia de censurar 43 livros de autores como Machado de Assis e Euclides da Cunha e ordenar o recolhimento dos exemplares das escolas e bibliotecas.

Para a ABL, “trata-se de gesto deplorável, que desrespeita a Constituição de 1988, ignora a autonomia da obra de arte e a liberdade de expressão”.

O governo de Rondônia enviou memorando para as coordenarias regionais de Educação ordenando o recolhimento de 42 títulos de livros como os clássicos da literatura brasileira “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, “Os Sertões”, de Euclides da Cunha, e “Macunaíma”, de Mário de Andrade. Segundo o memorando os livros “são inadequados para crianças e adolescentes”.

A entidade máxima dos escritores brasileiros destaca ainda que “é um despautério imaginar, em pleno século XXI, a retomada de um índice de livros proibidos”.

“A ABL não admite o ódio à cultura, o preconceito, o autoritarismo e a autossuficiência que embasam a censura”.

 

Leia a nota:

“A Academia Brasileira de Letras vem manifestar publicamente seu repúdio à censura que atinge, uma vez mais, a literatura e as artes. Trata-se de gesto deplorável, que desrespeita a Constituição de 1988, ignora a autonomia da obra de arte e a liberdade de expressão. A ABL não admite o ódio à cultura, o preconceito, o autoritarismo e a autossuficiência que embasam a censura.

É um despautério imaginar, em pleno século XXI, a retomada de um índice de livros proibidos. Esse descenso cultural traduz não apenas um anacronismo primário, mas um sintoma de não pequena gravidade, diante da qual não faltará a ação consciente da cidadania e das autoridades constituídas”.

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A Frente Democrática e os erros de José de Abreu

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José de Abreu – Foto: Reprodução TV Globo

 

O ator José de Abreu se equivoca quando acha que os democratas devem dispensar aos fascistas o mesmo tratamento que esses se propõem a empregar contra os democratas.

“Fascista não é gente”, diz ele para que o espectador conclua: “já que não é, qualquer coisa vale”.

Mais grave ainda é o erro do PT, quando açula cidadãos politicamente inexperientes e emocionalmente instáveis a cumprirem esse papel.

A justificativa da moda é a de que nesse mundo das “fake news” a verdade e a racionalidade são insuficientes para combater o fascismo.

Sofisticando um pouco, há quem diga que é necessário atingir as camadas mais profundas da mente humana – isto é, as que não nos distinguem dos animais.

Se para atingir as emoções é preciso que nos desumanizemos, para combater o fascismo com eficácia devemos renunciar à civilização e retroceder à barbárie. Essa é a mensagem do patrocinador.

Acontece que independente das vãs filosofias os fascistas são seres humanos e não há o que se possa fazer em contrário.

Portanto é moralmente insustentável e politicamente ineficaz pretender excluí-los de sua condição humana. Aliás, as baixarias de Abreu contra Regina Duarte deixaram isso claro pela milionésima vez.

O que menos a luta democrática necessita no momento é deixar-se seduzir pelos métodos bolsonaristas. Que o PT não perceba, é natural e revelador de seu esgotamento como alternativa política para o povo brasileiro.

SÉRGIO RUBENS

Publicado no Jornal Hora do Povo

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Clássico “Nós Que Nos Amávamos Tanto” será exibido na próxima sessão da Mostra de cinema italiano!

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O Cine-Teatro Denoy de Oliveira apresenta: Mostra Permanente de Cinema Italiano

 

Chegando ao 5º ano e com mais de 150 filmes exibidos, neste ano vamos exibir 40 obras de 23 cineastas e, pelos olhos de cada um deles, a história da Itália e da humanidade nos é apresentada: a sátira social da “commedia all’italiana” de Luciano Salce, o realismo fantástico de Federico Fellini, o registro das condições de vida dos trabalhadores rurais por parte de Ermanno Olmi, as angústias da vida entediada da burguesia italiana – uma marca de Michelangelo Antonioni – e a impressionante luta de um povo contra o fascismo é assim exibido, sem rodeios, pelo neorrealismo de Roberto Rossellini e Luigi Zampa. 

Durante a 5ª edição, traremos também alguns dos lançamentos mais recentes da cinematografia italiana, que nos mostra que essa continua sendo uma das maiores do mundo. Todas as segundas às 19 horas com entrada franca!

 

 

 

10/02 – 19H: “NÓS QUE NOS AMÁVAMOS TANTO”, DE ETTORE SCOLA

 

 

SINOPSE

Com direção de Ettore Scola e protagonizado por Vittorio Gassman, Nino Manfredi e Stefania Sandrelli, “Nós Que Nos Amávamos Tanto” narra 30 anos na vida de três grandes amigos: Gianni, Antônio e Nicola. Através da história deles e de Luciana (a mulher por quem os três foram apaixonados em algum momento de suas vidas), conta-se também a história da Itália e de sua sociedade pós-Segunda Guerra Mundial.

 

O DIRETOR

Ettore Scola nasceu em Trevico, Itália. Ingressou na indústria cinematográfica como roteirista em 1953. Escreveu para Steno (“Um Americano em Roma”, 1954), Luigi Zampa (“Gli Anni Ruggenti”, 1962), Dino Risi (“Il Sorpaso”, 1962). Dirigiu seu primeiro filme, “Vamos Falar Sobre as Mulheres”, em 1964. Obteve reconhecimento internacional com “Nós Que Nos Amávamos Tanto” (1974), um tocante painel da Itália do pós-guerra. Em 1976, ganhou o Prêmio de Melhor Direção no 29º. Festival de Cannes, com “Feios, Sujos e Malvados”. Desde então, realizou vários filmes de sucesso, incluindo “Um Dia Muito Especial” (1977), “Casanova e a Revolução” (1982), “O Baile” (1983), “Splendor” (1987), “O Jantar” (1998), “Concorrência Desleal” (2000). Em 2011 dirigiu “Que Estranho Chamar-se Federico”, uma homenagem ao amigo Federico Fellini.

 

 

Confira nossa programação completa: http://bit.ly/CinemaItaliano2020

 

 

SERVIÇO

Filme: Nós Que Nos Amávamos Tanto (1974), de Ettore Scola

Duração: 127 minutos

Quando: 10/02 (segunda-feira)

Que horas: pontualmente às 19 horas

Quanto: entrada franca

Onde: Rua Rui Barbosa, 323 – Bela Vista (Sede Central da UMES SP)

 

 

 

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Circuito Cineclubista Spcine leva cinema para a periferia de São Paulo

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Estruturas como a Casa de Cultura de Parelheiros receberam salas de cinema

Desde novembro do ano passado, os jovens de bairros mais afastados do centro da capital paulista passaram a contar com uma ótima iniciativa cultural.

O Circuito Cineclubista Spcine iniciou a exibição de filmes em instalações culturais de São Paulo, em regiões que não possuem salas de cinema. A iniciativa da Empresa de Cinema e Audiovisual de São Paulo, a Spcine, promete inaugurar 34 novas salas de cinema voltadas para a programação cineclubista para jovens da cidade.

As sessões são sempre seguidas de debates mediados pelos agentes cineclubistas que possibilitam que o público faça uma reflexão das questões apresentadas pelo filme.

Keila Pereira, agente cineclubista da Casa de Cultura de Parelheiros, destaca a dificuldade dos jovens da periferia e das regiões mais afastadas da cidade de terem acesso às ferramentas culturais.

“O Circuito Cineclubista da SPCine é algo a mais para a rede de salas de cinema gratuitas da cidade porque é protagonizado por agentes que têm algum nível de articulação em torno da área do cinema, e também com bairros e comunidades. É importante valorizar isso. E como é algo para as Casas de Cultura e Centros Culturais, está fazendo com que grandes filmes cheguem cada vez mais longe – ou mais perto de quem realmente interessa. Acho que é o meu caso que sempre ouvi que moro muito longe, e sempre questionei: moramos longe ou vocês não nos dão acesso?”, disse Keila que é ex-diretora de Cultura da UMES e atualmente estudante do curso de Letras da USP.

 

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Agentes cineclubistas organizam as ações do Circuito – Foto: Divulgação

O Circuito Cineclubista prioriza a afirmação da diversidade da produção audiovisual, a pluralidade de ideias, estilos e gêneros, ao estímulo à reflexão crítica e a difusão de filmes brasileiros e estrangeiros.

Além disso, a iniciativa cria uma janela permanente para a promoção do cinema autoral, em especial, brasileiro, com o objetivo de diversificar a grade, o repertório de programação, a percepção e a experiência do público frequentador.

Os novos espaços também funcionarão como janela de exibição para realizadores das comunidades locais, bem como para coletivos artísticos, cineastas independentes, ativistas da cultura entre outros.

Veja programação de fevereiro do cineclube da Casa de Cultura Parelheiros

BENZINHO

08.02 às 17h00

O ÚLTIMO CINE DRIVE-IN

12.02 às 19h30

ESTOU ME GUARDANDO PARA QUANDO O CARNAVAL CHEGAR

19.02 às 19h30

BACURAU

26.02 às 19h30

Fichas técnicas e Sinopses

BENZINHO, de Gustavo Pizzi

Brasil-Uruguai, 2018, 97′ | Ficção

Não indicado para menores de 10 anos

Irene (Karine Teles) mora com o marido Klaus (Otávio Müller) e seus quatro filhos. Ela está terminando os estudos enquanto se desdobra para complementar a renda da casa e ajudar a irmã Sônia (Adriana Esteves). Mas quando seu primogênito Fernando (Konstantinos Sarris) é convidado para jogar handebol na Alemanha, ela terá poucos dias para superar a ansiedade e ganhar forças antes de mandar seu filho para o mundo.

 

O ÚLTIMO CINE DRIVE-IN, de Iberê Carvalho

Brasil, 2015, 100′ | Ficção

Não indicado para menores de 12 anos.

O Último Cine Drive In conta a história de reencontro entre um pai e um filho, tendo como pano de fundo o fim do último cinema drive-in do Brasil. O jovem operário Marlombrando (Breno Nina) precisa levar sua mãe, Fátima (Rita Assemany), para fazer um exame médico em Brasília. O que seria uma breve viagem se torna uma longa batalha no terceiro maior hospital público do país. Sem ter a quem recorrer, Marlombrando precisará reencontrar seu pai, Almeida (Othon Bastos), ausente há muitos anos. Dono do Cine Drive-in de Brasília, Almeida insiste em manter vivo um tipo de cinema que já não atrai mais espectadores como na década de 70. Com a ameaça de demolição do cinema e o agravamento da doença de Fátima, pai e filho precisam resolver questões do passado para realizar um irresponsável plano de reencontro entre Fátima e o último Cine Drive-in.

 

ESTOU ME GUARDANDO PARA QUANDO O CARNAVAL CHEGAR, de Marcelo Gomes

Brasil, 2019, 86′ | Documentário

Não indicado para menores de 10 anos

A cidade de Toritama é um microcosmo do capitalismo implacável: a cada ano, mais de 20 milhões de jeans são produzidos em fábricas de fundo de quintal. Os moradores trabalham sem parar, orgulhosos de serem os donos do seu próprio tempo. Durante o Carnaval – o único momento de lazer do ano -, eles transgridem a lógica da acumulação de bens, vendem seus pertences sem arrependimentos e fogem para as praias em busca de uma felicidade efêmera. Quando chega a Quarta-feira de Cinzas, um novo ciclo de trabalho começa.

 

BACURAU, de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles
Brasil, 2019, 131′ | Ficção

Não indicado para menores de 16 anos

Num futuro próximo, Bacurau, um povoado do sertão de Pernambuco, some misteriosamente do mapa. Quando uma série de assassinatos inexplicáveis começam a acontecer, os moradores da cidade tentam reagir. Mas como se defender de um inimigo desconhecido e implacável?

 

Casa de Cultura de Parelheiros

Endereço: R. Nazle Mauad Lutfi, 169
(Próximo ao escadão da feira de domingo)

Parque Tamari, São Paulo – SP, 04891-020

 

Para mais informações, acesse www.spcine.com.br

Machado de Assis

Censura: Governo de Rondônia tenta recolher livro de Machado de Assis e outros autores

Machado de Assis

O governo de Rondônia enviou memorando para as coordenarias regionais de Educação ordenando o recolhimento de 42 títulos de livros como os clássicos da literatura brasileira “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, “Os Sertões”, de Euclides da Cunha, e “Macunaíma”, de Mário de Andrade. Segundo o memorando os livros “são inadequados para crianças e adolescentes”.

O estado é governado pelo intitulado coronel Marcos Rocha (PSL), aliado do governo Bolsonaro.

Autores brasileiros como Ferreira Goullart, Caio Fernando Abreu, Nelson Rodrigues, Rubem Fonseca também tiveram suas obras citadas na lista, que incluía ainda a coleção “Mar de Histórias”, de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira e Paulo Ronai.

No rodapé da lista, consta ainda a observação “Todos os livros do Rubem Alves devem ser recolhidos”.

Clássicos internacionais como “O Castelo” de Franz Kafka, e “Contos de Terror, de Mistério e de Morte” de Edgard Alan Poe, não escaparam da censura.

A UMES repudia esta nefasta tentativa de censurar obras de conhecimento fundamental para todos os brasileiros. Mais uma vez, os bolsonaristas perseguem o conhecimento, a cultura e a educação, justificando uma falsa proteção de crianças e jovens. O obscurantismo bolsonarista, que já defendeu a censura de filmes e peças agora tenta, em um determinado estado, cassar o conhecimento da juventude.

Tamanho o absurdo desta medida que ao menos duas dessas obras, “Memórias Póstumas” e “Macunaíma” são definidas como leitura obrigatória para os vestibulandos. Ao que parece, o objetivo da Secretária de Educação de Rondônia é o de emburrecer os estudantes. Não nos surpreenderá se o próximo memorando a circular oriente a pregação do terraplanismo nas escolas.

A ordem para o recolhimento dos livros consta em um memorando com o nome do secretário da Educação, Suamy Vivecananda, e com a assinatura digital de Irany Oliveira Lima Morais, diretora geral de Educação da secretaria.

Suamy Vivecananda, que chegou a afirmar que a lista e o memorando eram falsos. Mas voltou atrás após ser confrontado pela reportagem do jornal “Folha de S.Paulo”, com imagens do documento dentro do sistema da pasta. O secretário disse então que não acompanhou os trabalhos da secretaria durante a semana (mesmo constando seu nome no memorando) e que as obras não seriam mais recolhidas.

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Ciro Gomes diz que Orlando Silva é uma alternativa para São Paulo

Pré-candidatura de Orlando Silva a prefeito de São Paulo é bem recebida por Ciro Gomes. Os dois trocaram ideias sobre o futuro do país e as eleições municipais.

Ex-candidato à Presidência pelo PDT, Ciro Gomes, recebeu com entusiasmo a pré-candidatura do deputado federal Orlando Silva (PCdoB) à Prefeitura de São Paulo. Os dois se encontraram nesta quinta-feira (6), no Ceará, onde conversaram sobre a situação política do país e as eleições municipais deste ano.

Ciro Gomes diz que Orlando lhe dá uma notícia boa em aceitar o desafio de ser candidato em São Paulo. “Eu recebo essa notícia com muito prazer porque nós do PDT estamos preocupados em construir uma alternativa para essa grande cidade brasileira que é São Paulo”, disse Ciro.

O pedetista classificou a reunião como um encontro de velhos amigos. “Estamos renovando as afinidades, renovando laços comuns que temos que é a preocupação com o futuro do Brasil”.

Segundo ele, as “paixões despolitizadas” estão afundando o país numa agenda reacionária, entreguista, antinacional e antipobre.

“Conversa franca sobre os rumos do país, alianças nas eleições municipais e a necessidade de ampliar o diálogo para salvar o Brasil do desastre promovido por Bolsonaro. É urgente construir um projeto para a nação”, disse Orlando Silva.

Do Portal Vermelho

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Porta dos Fundos apresenta o RH do governo Bolsonaro os critérios para assumir o MEC

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“O Jonas é a pessoa mais burra que eu conheço”, diz Gerson. “Vou nomear. É o novo ministro da Educação”, responde o chefe do RH – Foto: Reprodução

Em novo vídeo divulgado nesta quinta-feira (6), o Porta dos Fundos ironizou os critérios para a seleção dos membros do governo e escalou um “ministro da Educação” com a cara do governo Bolsonaro.

Gregório Duvivier vive um funcionário do governo que será dispensando pelo chefe (Antonio Tabet) por possuir “muito vocabulário” e não se enquadrar na nova orientação do governo, que exige que o funcionário seja “oligofrênico”.

“Oh, Gerson, eu posso ser ignorante, mas mentiroso eu conheço de longe, pois sou pastor da Universal de Caxias e tiro demônio do corpo dos outros há seis anos. Você sabe o que é oligofrênico?”, indaga Tabet, que ouve como resposta: “Burro”.

“O ministro foi bem claro na orientação dele aqui. Ele falou que para trabalhar no governo agora tem que ser ‘imbessil’ notório. Ele ainda escreveu ‘imbessil’ com dois ‘esses’ pra não ter dúvida. Aí descobre que você não é, vai sobrar pra mim”, diz o chefe.

Ao final, o chefe indica “Jonas” para o Ministério da Educação. “O Jonas, você não pode demitir o Jonas. Ele é a pessoa mais burra que eu conheço, tadinho”, diz o personagem de Duvivier. “Não vou demitir o Jonas, não. Vou nomear. É o novo ministro da Educação”.

Assista:

 

 

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Imprecionante: ministro que bagunçou Enem agora fala em acabar com ele

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Após demonstrar sua completa incompetência à frente do Ministério da Educação (MEC) e cometer erros na execução do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) que prejudicaram milhares de estudantes, o ministro de Bolsonaro, Abraham Weintraub, pretende propor agora a destruição da prova.

Reportagem publicada no “Jornal O Globo” afirma que dirigentes do MEC se reuniram com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) para viabilizar o fim do Enem, que atualmente é o principal meio de entrada de estudantes nas universidades federais brasileiras.

Ao invés do Enem, a avaliação dos estudantes aconteceria por provas aplicadas nos três anos do Ensino Médio regular, que, juntas, comporiam a nota do estudante para disputar vagas no ensino superior.

A ideia do “imprecionante” ministro é que o Enem deixe de possuir a sua função o mais rápido possível, e que a “avaliação seriada” passe a ser utilizada já a partir de 2021. As mudanças seriam feitas em paralelo aos planos de introduzir de forma gradual o Enem digital, anunciado no ano passado.

O Enem só seria utilizado para quem já concluiu o Ensino Médio ou os que venham a perder as provas do seriado.

Desde a revelação dos erros na correção das provas do Enem, Weintraub está sob forte pressão. O ministro chegou a afirmar que o Enem 2019 “foi o melhor de todos os tempos”, tentando minimizar a gravidade do problema e afirmando que a divergência na correção das provas se deu por uma falha na impressão dos gabaritos. Segundo ele, a falha afetou “apenas” 6 mil estudantes.

Em um email disponibilizado pelo MEC por um prazo de 24 horas, 173 mil estudantes solicitaram a correção de suas notas e dezenas de estudantes foram à Justiça para questionar o resultado do exame.

Weintraub passou a ser criticado por lideranças políticas e representantes da sociedade.

O presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), declarou que ele “atrapalha o Brasil, e o futuro das nossas crianças”.

“O ministro da Educação atrapalha o Brasil, atrapalha o futuro das nossas crianças, está comprometendo o futuro de muitas gerações. Cada ano que se perde com a ineficiência, com um discurso ideológico de péssima qualidade na administração, acaba prejudicando os anos seguintes. Mas quem demite e quem nomeia ministro é o presidente”, afirmou Maia.

Do Jornal Hora do Povo

Fora de Hora

FORA DE HORA: Globo ironiza lista fake de sertanejos contra meia entrada divulgada por Bolsonaro

Fora de Hora

Programa “Fora de Hora” ironizou os artistas que se manifestaram contra a meia entrada – Foto: Reprodução

 

A edição do programa humorístico da Rede Globo “Fora de Hora” da noite de terça-feira (04) ironizou a divulgação pelo governo Bolsonaro de uma lista de cantores sertanejos que teriam pedido o fim da meia-entrada estudantil. Os apresentadores do jornal destacam que os principais cantores citados na lista não participaram do encontro. “Parece que a lista é dos que não estavam no encontro”, destaca a apresentadora.

 

Em seguida, uma dupla sertaneja que é contra o direito dos estudantes à meia entrada se apresenta. Elas relatam a difícil situação de alguns sertanejos famosos que lucram “apenas um milhão por show”.

 

Veja:

 

https://globoplay.globo.com/v/8295245/

 

 

O ENCONTRO

 

No dia seguinte ao encontro de Bolsonaro com um grupo de cantores sertanejos em Brasília (29 de janeiro), o governo divulgou nota afirmando que todos os presentes pediram o fim da meia-entrada estudantil nos eventos. A lista da Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom) contava com mais de 50 nomes de artistas, incluindo o ator Dedé Santana, que foi alvo de críticas na internet pelo apoio.

 

Após a divulgação, diversos artistas como Matheus & Kauan, Bruno & Marrone e Cesar Menoti & Fabiano, Gian & Giovani e Sampaio (da dupla com Teodoro) negaram ter participado do encontro.

 

O ator Dedé Santana, participou do encontro, mas declarou que não defende o fim da cobrança da meia-entrada. “É um absurdo dizer que eu estava lá pra defender isso. Eu nem estava sabendo”, disse ele ao jornal “Folha de S. Paulo”.

 

O humorista afirma que foi convidado há cerca de um mês para participar do encontro com Bolsonaro. Achava que artistas de diversas áreas estariam no evento — e não só os sertanejos. “Fui lá para falar sobre o circo. E o Bolsonaro disse que quer me escutar.”

 

O organizador do encontro, o locutor Cuibano Lima, responsável por chamar os artistas, afirmou que o tema da meia-entrada nunca foi discutido no encontro que ocorreu nesta quarta-feira. “Fomos levar apenas uma carta de agradecimento e de apoio ao presidente”, disse.

 

Cuibano Lima ainda afirma que o convite aos sertanejos foi apenas para demonstrar apoio a Bolsonaro. Nenhum deles foi carregado de uma proposta oficial ou pedido a ser feito ao presidente.

 

O cantor Matheus, da dupla com Kayak foi às redes sociais negar presença no encontro.

 

“Aqui nos U.S tentando tirar umas férias em paz com a família e um monte de gente mandando mensagem e propagando notícias falsas. Gente, kauan tb está aqui nós não fomos a lugar nenhum defender causa alguma e pra falar a verdade ficamos sabendo do que está acontecendo agora! não acreditem em tudo que leem na internet! Amamos vocês! agora deixa noixxx curtir umas férias merecidas?”, escreveu o cantor.

 

A lista divulgada pela Secom continha 56 nomes.

 

Após a primeira divulgação, o Palácio do Planalto atualizou a lista. Foram retirados 22 nomes e acrescentados outros quatro. Foram enviadas no total três listas com os nomes dos participantes, duas delas na quarta e uma última na quinta, data em que ocorreu o tal encontro.

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“Destruir o Brasil é uma política de governo de Bolsonaro e Guedes”, denuncia Ciro

 

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“Sou um nacional desenvolvimentista com propostas para o Brasil”, disse o ex-governador

O ex-governador e ex-ministro Ciro Gomes (PDT) afirmou na terça-feira (04), em entrevista ao historiador Marco Antônio Villa, que é “um nacional desenvolvimentista que busca construir uma corrente de pensamento capaz de apresentar respostas para o momento que o país vive”.

Ciro enfatizou que esta é uma necessidade “principalmente depois que a esquerda lulo-petista fracassou na condução econômica”.

“Houve problemas também no campo moral e no uso do espaço público por um patrimonialismo de novas feições”, disse Ciro. “Mesmo que tenham havido manifestações de ‘lawfare’ (guerra jurídica) , principalmente na questão do Lula, mas isso não apaga a grande decepção que tomou conta do sentimento da nossa gente. Isso nos levou à tragédia de uma direita tosca e boçal. É dramática a necessidade de tentar construir um caminho alternativo a isto”, acrescentou o ex-governador, que é pré-candidato a presidente em 2022.

Assista a íntegra da entrevista:

 

 

Para Ciro a crise na economia é grave. Ele ressaltou que o Brasil perdeu uma década para baixar os juros, que segundo ele “ainda estão altas, se comparadas com o resto do mundo que tem taxas negativas desde a crise de 2008”. “No Brasil, o dinheiro só produz dinheiro em si mesmo e isso está destruindo o país. O estado brasileiro e a política virou uma espécie de cateter sugando as energias de quem trabalha e produz para o rentismo, para a especulação financeira”, avaliou.

“O consumo das famílias está extremamente deprimido, a brutal informalidade no mercado de trabalho parece ser um objetivo estratégico de um ultraliberal como o Guedes que avilta o valor do salário, o preço do trabalho. O Brasil hoje está com metade da população ganhando 413 reais por mês para sobreviver. Isso é uma política de governo”, denunciou Ciro Gomes.

“Além de tudo isso, está havendo o desfinanciamento das finanças indiretas do povo brasileiro. O Brasil reduziu em 16% a execução orçamentária em Educação numa hora em que a gente precisa desesperadamente qualificar a Educação, expandi-la em coisas críticas. Não estou nem falando do ensino superior, na ciência e tecnologia que são o outro nome de soberania. Estou falando de um país que tem 60% de evasão na escola média, um país que tem menos de 20% das crianças de zero a cinco anos, na hora que tem que construir a arquitetura do cérebro, sem creches, o resto, os 80% não tem creche. Então nós reduzirmos 16%, é uma violência. A Saúde já depauperada, caiu 6% do investimento também. Então, é um desastre”, apontou o líder do PDT.

Ele avaliou que Bolsonaro é ainda razoavelmente avaliado, “porque a memória que ele recebeu é muito trágica”.

“Nunca houve na história brasileira nós cairmos dois anos sequenciados abaixo de três por cento na economia. O desemprego salta de 4 e fração para 12% no período Dilma. O colapso da moeda leva a metade da capacidade de compra da população brasileira, isso depois de dez anos em que a sociedade brasileira experimentou um fluxo de renda, de crédito, de valorização das riquezas brasileiras no estrangeiro que alimentou uma justa ilusão no conjunto da população de que, as coisas agora iam melhorar. Houve uma sensação de fraude”, prosseguiu Ciro.

“Então”, prosseguiu o ex-governador, “com Bolsonaro, na prática a economia cresce zero vírgula nada, mas parece uma coisa razoável em função da queda trágica e do que aconteceu lá atrás. A televisão abandona a agenda da novelização do escândalo. Então parece, na psicologia popular, que a onda da centralidade da roubalheira, que foi novelizada em horário nobre, perdeu espaço. Portanto, essas coisas mantêm o Bolsonaro nessa faixa de 25 a 30% de respeitabilidade. Isso é uma avaliação relativa, para não nos descolarmos da opinião do povo. Mas, para mim, ele é um desastre completo”, afirma Ciro Gomes.

“A conduta do Brasil no estrangeiro está me enchendo de vergonha”, disse Ciro Gomes. “Onde eu ando, nas universidades lá fora, me perguntam, como é que pode um boçal governar o Brasil com tal despudor”. “Estão rasgando tradições de profissionalismo que marcava a atuação do Itamaraty.

“A história do Itamaraty, a construção do próprio Barão do Rio Branco, é uma história de muito profissionalismo. Que compreende o tamanho relativo do Brasil, mas nunca deixamos de ter uma altivez em nome de alguns princípios que nos são muito caros, por exemplo, a solução pacífica dos conflitos, a não intervenção em assuntos domésticos, uma ordem multilateral assentada no direito e não na violência”, lembrou.

Ciro alertou para o envolvimento do Brasil em desgastes internacionais, frutos de um posicionamento irresponsável do governo. “Bolsonaro comprometeu-se em envolver o Brasil com escaramuças com a Venezuela. Nós não temos nada com isso a não ser intermediar, ajudar a achar uma saída para o povo venezuelano”, observou.

“Sem conversar com ninguém, ele vem com essa ideia de transferir a embaixada brasileira de Tel Aviv, que é a capital política de Israel, para Jerusalém, confrontando um esforço imenso de ter uma posição distante dos conflitos daquela região. Essa questão mesmo do Irã agora, um crime internacional de Trump, sem consultar ninguém, um desrespeito ao direito internacional”, avaliou Ciro.

Publicado no Jornal Hora do Povo