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Por que é inepta e abusiva a denúncia do MPF contra Glenn Greenwald

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Por Lenio Luiz Streck, Gilberto Morbach e Horacio Neiva

 

No dia 21 de janeiro, o Ministério Público Federal denunciou, além de outras seis pessoas, o jornalista Glenn Greenwald, por supostos crimes relacionados à interceptação de diálogos privados envolvendo o então juiz Sergio Moro, Deltan Dallagnol e procuradores da Operação Lava Jato. Os diálogos foram divulgados pelo Intercept Brasil, de Greenwald, e os parceiros Folha, Uol e El País, em cobertura que passou a ser conhecida como “Vaza Jato”.

A inclusão do nome do jornalista entre os denunciados tem como base um áudio obtido em cumprimento de autorizadas medidas de busca e apreensão — motivo pelo qual o MPF sustenta não ter sido descumprida a liminar concedida pelo ministro Gilmar Mendes na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 601, garantindo ao jornalista Glenn Greenwald não ser investigado pela divulgação de informações que preservam o sigilo da fonte.

Por si só, isso já é discutível. A liminar concedida pelo ministro Mendes, lembremos, impedia qualquer ato que tivesse como propósito a responsabilização do jornalista por práticas relacionadas à divulgação dos diálogos interceptados. Do ponto de vista institucional, parece-nos que seria necessário muito mais do que algumas poucas linhas ou letras garrafais para que o Ministério Público afastasse qualquer possibilidade de descumprimento de uma decisão de ministro do Supremo.

De todo modo, analisemos a peça. Segundo a denúncia (fls. 52), assinada pelo procurador Wellington Divino Marques de Oliveira — grifos nossos — “o jornalista GLENN GREENWALD, de forma livre, consciente e voluntária, auxiliou, incentivou e orientou, de maneira direta, o grupo criminoso, DURANTE a prática delitiva, agindo como garantidor do grupo, obtendo vantagem financeira com a conduta aqui descrita”.

Nos termos da denúncia (fls. 55), parte da suposta conduta criminosa de Greenwald seria ter mantido “contato com os agentes infratores”, garantindo que seriam “por ele protegidos”, “indicando ações para dificultar as investigações e reduzir a possibilidade de responsabilização penal”.

O problema é que não se sustenta, sequer minimamente, nenhuma das alegações do procurador, e os próprios diálogos que servem de base à inclusão do jornalista no rol dos denunciados indicam isso. A denúncia é inepta, arbitrária, abusiva. Isso fica bastante claro a partir da leitura dos trechos destacados pelo próprio procurador. Vejamos.

E por que isso seria crime, afinal?

Nesse trecho do diálogo, Glenn Greenwald e Luiz Molição, um dos denunciados, falam sobre notícias de que autoridades públicas teriam sido hackeadas por outros, em episódios sem relação com aqueles sobre os quais a denúncia diz respeito; em meio a isso, o jornalista mostra-se preocupado em deixar claro que as informações por ele recebidas eram anteriores a esse episódio discutido. Não apenas isso é verdade como o diálogo mostra que Greenwald não participou da interceptação das mensagens.

Sigamos.

Aqui, Glenn Greenwald claramente procura preservar o veículo que detém a informação. Novamente, não há sequer indício de algo que pareça apontar a qualquer crime.

Outro dos pontos divulgados, como se vê, acerca do download das mensagens interceptadas, não comprova absolutamente nada — menos ainda com relação ao jornalista. A questão colocada pelo hacker era sobre realizar o download de informações que ainda não haviam sido baixadas.

Nesse sentido, o que mais impressiona é que o próprio procurador admite que Greenwald não deu o alegado incentivo. Que agiu com cautela. O assustador é que, pela sua perspectiva, isso não apenas não comprova que não há crime como reforça sua convicção. O raciocínio do MP aqui contraria os próprios fundamentos.

Em outro ponto supostamente sensível, o jornalista reforça que já salvou as informações encaminhadas e que precisava resguardá-las (afinal, era sua informação). Acrescenta que não vê sentido no hacker mantê-la, justamente para evitar a violação da fonte.

O mais importante, contudo, é que, no trecho citado pelo próprio procurador, Greenwald diz que isso é escolha do hacker. Não há qualquer incentivo, não há qualquer orientação. Há apenas um jornalista preservando sua própria atuação, sua própria fonte.

Veja-se: Greenwald diz expressamente que não pode dar conselhos ao hacker. Isso é destacado pelo próprio procurador que assina a denúncia.

Também são destacados, vimos, os trechos em que o jornalista garante que o Intercept Brasil vai sustentar ter recebido os documentos antes de artigos que colocavam a divulgação em descrédito, porque, vejam só, o veículo de fato recebeu os documentos antes de artigos que colocavam a divulgação em descrédito.

Vejamos a conclusão do procurador:

A conclusão exaure todos os limites do absurdo. O crime de um jornalista é ter “relação próxima” com sua fonte, que teria praticado crime. Perguntamos: como um jornalista vai investigar algo sem ter relação próxima com fontes, mesmo aquelas que praticaram — sem participação do jornalista — algum crime?

Isso tudo é muito grave, e grave justamente porque, do ponto de vista jurídico, a questão é muito simples.

É simples, primeiro, porque a liberdade de imprensa e o sigilo das fontes são garantias constitucionais.

Segundo porque, por razões óbvias, liberdade de imprensa e sigilo de fonte não envolvem apenas um direito que tem o jornalista de não dizer quem é fonte. As garantias constitucionais envolvem os atos necessários para que o jornalista possa efetivamente exercer sua profissão, sob pena de serem reduzidas a meras palavras em um documento sem qualquer pretensão de eficácia. Para que serviriam as garantias de livre exercício da profissão sem a garantia dos meios legítimos para efetivá-la?

Os problemas não param por aí. O áudio já tinha sido analisado pela Polícia Federal, que, em seu relatório final, assim disse: “Pelas evidências obtidas até o momento, não é possível identificar a participação moral e material do jornalista Glenn Greenwald nos crimes investigados”.

Repetimos: o diálogo usado pelo procurador já havia sido analisado, e a conclusão era a de que não houve participação de Greenwald nos crimes investigados. E não só isso: da leitura dos diálogos e dos trechos destacados não é possível derivar nenhuma das alegações contra ele.

O que queria o procurador, afinal? Que um jornalista não divulgasse material de interesse público? Que Glenn Greenwald, no pleno exercício de suas prerrogativas constitucionais, fiscalizasse a conduta de sua fonte?

Em atos institucionais como esse, o Ministério Público revela um profundo desconhecimento acerca da função do jornalismo independente e, pior, degrada aquela que é a sua própria função.

Do ponto de vista jurídico, novamente, tudo isso é muito simples, passível de ser resumido em algumas poucas linhas. Após uma decisão de ministro do Supremo visando a proteger um jornalista no exercício legítimo de suas funções, “impossibilita[ndo] que o Estado utilize medidas coercivas para constranger a atuação profissional e devassar a forma de recepção e transmissão daquilo que é trazido a conhecimento público”, o procurador Wellington Divino Marques de Oliveira afasta a hipótese de descumprimento da decisão em alguma meia dúzia de linhas e denuncia o jornalista com base em diálogos que não apenas nada têm de criminoso como revelam justamente o contrário.

Se uma ação de hackers é criminosa, o jornalismo não pode ser crime em nenhuma democracia que se pretende digna do nome. Glenn Greenwald foi denunciado pelo legítimo exercício de seus direitos amparados por garantias constitucionais. Uma denúncia como essa diz muito mais sobre o caminho adotado pela instituição que a assina do que sobre um jornalista (que o é de fato, sem aspas e com um Pulitzer) que, protegido pela Constituição, busca preservar a própria fonte.

Lenio Luiz Streck é jurista, professor de Direito Constitucional e pós-doutor em Direito. Sócio do escritório Streck e Trindade Advogados

Gilberto Morbach é mestre em Direito Público pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos).

Horacio Neiva é mestre e doutorando em Filosofia e Teoria Geral do Direito pela USP; advogado e professor.

Publicado na Revista Consultor Jurídico, 22 de janeiro de 2020

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Trabalhadores lançam campanha contra a privatização: “Os Correios são do Brasil”

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Os trabalhadores dos Correios lançaram uma campanha nacional contra a ameaça de privatização da estatal pelo governo Bolsonaro privatização da empresa, em defesa dos direitos da categoria e de seus empregos. 

 

Veja o vídeo:

 

 

A campanha tem como objetivo demonstrar a importância da estatal para o país e rebater as informações divulgadas pelo governo Bolsonaro de que a empresa traz prejuízos para o país, ou que “só entrega cartas”, como declarou nesta segunda-feira, 20, o secretário de privatizações de Bolsonaro, Salim Mattar, quando voltou a defender a privatização.

 

No vídeo divulgado esta semana, entidades de trabalhadores dos Correios rebatem as mentiras que o governo usa para justificar a entrega de uma das maiores e mais lucrativas empresas do país às multinacionais. 

 

Eles destacam que os Correios é uma das únicas empresas que está presente em todos os 5.570 municípios brasileiros, e realiza um serviço de notória importância, como “entrega de livros didáticos nas escolas públicas para crianças e adolescentes, entrega de remédios e vacinas em hospitais e postos de saúde, entrega de urnas eleitorais nos pleitos eleitorais de forma segura, garantindo o sigilo das informações, serviços bancários em mais de 2 mil municípios brasileiros, nos quais não existe correspondentes bancários”.

 

“É o maior distribuidor de mercadoria compradas pela internet, realizando entrega em lugares que outras empresas privadas não vão, e que muitas vezes contrata os próprios Correios para realizar suas entregas”.

 

“Por ser uma empresa pública consegue ter as menores taxas de serviços, garantindo a sua economia. Muitas mentiras estão sendo divulgadas para manchar a sua imagem, como a de que o Correio só dá prejuízos. Mas o que poucos sabem é que os Correios é uma empresa autossustentável que gera faturamento para cobrir seus custos e ainda gerar lucro para o governo”.

 

De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de SP e vice da Federação Interestadual (Findect), Elias Cesário (Diviza), a informação de que a empresa dá prejuízos ao país “é mentira do Bolsonaro”. “É exatamente o contrário. O Correio é uma empresa que dá lucro. Nos últimos dois anos a empresa deu lucro e repassou recursos para o governo”.

 

Para ele, a intenção de Bolsonaro sempre foi entregar todo o patrimônio do povo para o setor privado. “Eles querem é entregar os Correios para empresas privadas nacionais e multinacionais ligadas ao governo”, denunciou.

 

Em seus balanços financeiros dos últimos vinte anos a empresa registrou lucro em dezesseis anos consecutivos, chegando à marca de R$ 15,8 bilhões, em valores corrigidos pela inflação. E, apenas num lapso de tempo curto, teve contas no vermelho (2013, 2015 e 2016), tendo em 2014 obtido um resultado praticamente estável.

 

Com informações da Hora do Povo e do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de São Paulo

Weintraub novo erro

MPF recomenda suspensão das inscrições do Sisu, após erros na correção do Enem

 Weintraub novo erro

 

O Ministério Público Federal enviou na tarde desta quarta-feira (22) uma recomendação ao governo federal para que sejam suspensas as inscrições do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) 2020, e que o cronograma da seleção unificada seja modificado.

 

O MPF afirma que o “prazo para o acatamento da Recomendação é de 24 horas e seu descumprimento pode implicar a adoção de providências administrativas e judiciais cabíveis”.

 

Segundo a nota do MPF, o pedido de suspensão do Sisu é para garantir que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) tenha tempo de conferir os gabaritos de todos os candidatos do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A nota diz, ainda que são inúmeras as queixas de cidadãos, pais e/ou estudantes já recebidas pela instituição.

 

De acordo com o MPF, o documento foi encaminhado ao Ministro da Educação do governo Bolsonaro, Abraham Weintraub, além da Secretaria de Educação Superior do MEC e para o Inep. A recomendação foi assinada pela Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão em Minas Gerais e a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC), além do Grupo de Trabalho da PFDC sobre Educação em Direitos Humanos.

 

Incompetência Weintraubiana

 

Na última sexta-feira (17), pouco depois de Weintraub afirmar que o governo Bolsonaro realizou “o melhor Enem de todos os tempos” os relatos de avaliações diferentes entre candidatos que tiveram o mesmo número de acertos ou notas próximas a zero mesmo com número alto de acertos começaram a aparecer nas redes sociais.

 

No sábado (18), Weintraub e Alexandre Lopes afirmaram que houve falhas na correção das provas do segundo dia, o que atingia “um grupo muito pequeno”. No domingo (19), o Inep informou que estava revisando as notas dos dois dias de provas do Enem 2019.

 

Ainda no domingo, o governo disponibilizou um email e estabeleceu um prazo de menos de 24 horas para os estudantes que tivessem identificado alguma inconsistência na sua correção entrassem em contato. Mais de 175 mil pessoas solicitaram nova correção da prova.

 

Mas, segundo o governo, foram identificados problemas em 5.974 provas – 96,7% estavam concentrados em 4 cidades: Alagoinhas (BA); Viçosa (MG); Ituiutaba (MG) e Iturama (MG).

 

Em entrevista à imprensa na última segunda-feira (20), o presidente do Inep, Alexandre Lopes, afirmou que o erro ocorreu na gráfica Valid Soluções S.A., que foi contratada às pressas após repetidos problemas na organização do Enem pelo governo Bolsonaro.

 

Segundo ele, a gráfica imprime o caderno de questões do candidato, que é identificado com um código de barras do aluno. Depois, imprime o cartão de respostas (gabarito), que também tem um código. Outra máquina une estes dois documentos. O erro ocorreu nesta união e na geração do código de barras.

 

Vale relembrar que desde o começo da gestão Bolsonaro, três pessoas foram indicadas para assumir a presidência do Inep. Em uma das crises, o delegado da Polícia Federal Elmer Vicenzi, pediu demissão depois de não viabilizar a entrega de dados sigilosos dos estudantes brasileiros para o governo Bolsonaro.

Glenn-Greenwald

Denúncia contra o jornalista Glenn Greenwald fere a liberdade de imprensa

Glenn-Greenwald

Jornalista foi acusado por suposto crime de interceptação de diálogos privados

 

No dia 21 de janeiro, o procurador Wellington Divino Marques de Oliveira, do Ministério Público Federal (MPF) do Distrito Federal denunciou o jornalista Glenn Greenwald, por supostos crimes relacionados à interceptação de diálogos privados envolvendo o então juiz Sergio Moro, Deltan Dallagnol e procuradores da Operação Lava Jato.

 

Os diálogos foram divulgados pelo Intercept Brasil, de Greenwald, e os parceiros Folha, Uol e El País, em cobertura que passou a ser conhecida como “Vaza Jato”.

 

A inclusão do nome do jornalista na denúncia representa um inaceitável ataque à liberdade de imprensa que é respaldada pela nossa Constituição. Além disso, demonstra um total desrespeito à democracia, ao tratar um jornalista que agiu dentro do respaldo legal como criminoso.

 

O promotor Wellington Divino Marques de Oliveira desrespeita um dos preceitos fundamentais do nosso país. Anteriormente ele já havia tentado acusar o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, por um suposto crime de calúnia contra o ministro da Justiça, Sérgio Moro. A denúncia contra Santa Cruz foi rejeitada pela Justiça posteriormente.

 

Como destacou a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) o promotor “ignora a Constituição Brasileira, que assegura a liberdade de imprensa. Ignora também decisão de 2019 do Supremo Tribunal Federal (STF) que determinou que o jornalista não fosse investigado no âmbito da Operação Spoofing, da Polícia Federal, destinada a investigar invasões de celulares de autoridades”.

 

DENÚNCIA ABSURDA

 

Por todo o país, lideranças políticas, entidades e juristas repudiaram o ataque à liberdade de imprensa.

Para a Associação Brasileira de Imprensa (ABI), “a acusação é um atentado à Constituição, um desrespeito ao Supremo Tribunal Federal (STF) e à Polícia Federal, bem como uma tentativa de condenar o jornalista. A entidade ainda “conclama a Justiça Federal a rejeitar a denúncia”.

 

“A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) manifesta sua irrestrita solidariedade ao jornalista Glenn Greenwald, diante da denúncia absurda apresentada à Justiça por um procurador do Ministério Público Federal (MPF)”, diz a nota.

 

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) afirmou, por meio de nota, que a denúncia apresentada na terça-feira (21) não descreve a prática de crime. Para a OAB, “a acusação representa um risco para a liberdade de imprensa, e não descreve ilegalidades”.

 

A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) divulgou nota em que considera nula a denúncia contra o jornalista Glenn Greenwald. Na nota, a associação diz que, ao investigar o caso, a Polícia Federal não encontrou indícios de que Greenwald tivesse envolvimento nos crimes. “A conclusão está em relatório da PF de dezembro de 2019”, diz a nota.

 

A Abraji afirma que os diálogos apresentados como provas não confirmam as acusações do promotor.

 

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), manifestou-se sobre o caso pelo Twitter e destacou que a imprensa livre é essencial para a democracia, “A denúncia contra o jornalista Glenn Greenwald é uma ameaça à liberdade de imprensa. Jornalismo não é crime. Sem jornalismo livre não há democracia”, disse.

 

O ex-ministro e ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PDT), considerou estapafúrdia a decisão do MPF e reforçou a importância do jornalismo para garantir a democracia. “Sem pé nem cabeça esta denúncia contra o jornalista Glenn Greenwald. O jornalismo é tarefa essencial à democracia e às liberdades individuais e públicas. O que Glenn fez foi o mais genuíno jornalismo”, defendeu.

 

O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), afirmou que a denúncia é “mais um terraplanismo jurídico”. “Muito difícil sustentar juridicamente uma ação penal contra direitos constitucionais atinentes ao sigilo de fonte no jornalismo e contra uma liminar do Supremo. Parece mais um terraplanismo jurídico, que está em moda nesses tempos de trevas”, escreveu o governador no Twitter.

 

Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes e Marco Aurélio Mello manifestaram discordância com a decisão do procurador do DF. Mendes classificou a denúncia como “um ato que visa à responsabilização do fundador do site The Intercept Brasil”. O ministro Marco Aurélio Mello disse que a denúncia é perigosa. “Toda iniciativa que fustigue jornalista, que fustigue veículo de comunicação, tem que ser pensada muito antes de implementada. É o caso da denúncia, julgamento. Tem que sopesar, analisar valores e decidir qual é o valor que deve prevalecer”, diz.

 

A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), líder da Minoria na Câmara Federal, considerou a medida como uma “caçada ao jornalista”. “O Procurador do MPF ignorou relatório da Polícia Federal que descartava Greenwald como cúmplice das ações de hacker”, disse.

 

O partido Rede, do senador Randolfe Rodrigues (AP) e Marina Silva, havia entrado com uma representação junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) e conseguido do órgão a decisão de proibir qualquer investigação do jornalista. A Polícia Federal também havia concluído que o jornalista não cometeu nenhum crime e não o indiciou no inquérito sobre o caso.

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Aniversário de São Paulo terá bolo e samba no Bixiga

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Evento conta com apoio da UMES e é realizado em frente à sede da entidade

O Bixiga mais uma vez se une para preparar o maior bolo comunitário do mundo em comemoração ao Aniversário de São Paulo. É tradição, todo dia 25 de janeiro tem festa na Rua Rui Barbosa e os moradores vão chegando com suas massas, formando um bolo gigante.

Este ano haverá uma exposição de bolos decorados por boleiras profissionais com a temática cidade de São Paulo, além do Fusca Literário, que estará presente com sua banca de troca de livros.

E festa nessa cidade tem que ter show. Uma “Ode ao Samba do Bixiga” está sendo preparada pelos melhores músicos do bairro que é berço do samba paulistano: Oswaldinho da Cuíca, Elizeth Rosa, Thobias da Vai-Vai, Aldo Bueno, Anderson Sono, Maurício Jr, Kauê Aruan, Anderson Nikiba, Paulo África Rogério, Anderson Esquerda, Alex Riza e mais. Também vai ter show da OBMJ (Orquestra Brasileira de Música Jamaicana) e da Bateria 013.

18O bairro inteiro se mobiliza para a realização do “Maior Bolo Comunitário do Mundo”

Quem faz o bolo é você!

O primeiro Bolo do Bixiga aconteceu em 1986 quando São Paulo completou 432 anos. Armandinho Puglisi teve a ideia de fazer um bolo gigante para presentear a cidade, que tantos imigrantes acolheu. Como não tinha dinheiro para essa façanha, convocou todas as mammas da comunidade e, no dia 25 de janeiro daquele ano, cada uma foi chegando com uma assadeira e um único e gigante bolo se formou.

O Bolo foi crescendo a cada ano e ganhando fama. Após a morte de Armandinho, Walter Taverna assume a tarefa de organização da festa e o Bolo do Bixiga chega até mesmo a entrar para o Guinness Book como o maior bolo do mundo.

Em 2009, a tradição foi interrompida depois que um programa de TV incentivou uma guerra de bolos, o que fez com que os patrocinadores sumissem. Mas em 2017, a comunidade se uniu e fez um resgate da história. As mammas, as mainhas e os manos foram convocados a fazer as iguarias, e o Bixiga fez novamente um bolo gigantes para comemorar o aniversário de São Paulo.

Para que essa tradição continue, é preciso que você faça seu bolo e leve à Rua Rui Barbosa no dia 25 de janeiro, a partir das 9 horas. Como deve ser esse bolo? Como a sua criatividade mandar! Pode ser simples, decorado, com nome da sua empresa escrito ou como você imaginar. O importante é levar o bolo para fazer parte desta história!

O Bolo do Bixiga é a união em massa de uma comunidade que trabalha todos os dias para manter viva a história do bairro mais tradicional de São Paulo.

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Bolo do Bixiga – Aniversário de São Paulo

Quando: Sábado – 25 de janeiro
Horário: 9h00

Onde: Rua Rui Barbosa
em frente à sede da UMES

Entrada: gratuita

Faça seu bolo e Vem pro Bixiga!

Do Portal do Bixiga

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Só com demissão de Weintraub o Enem retomará credibilidade

guardachuva weintraub

As consequências da desorganização e da inépcia do governo Bolsonaro se fazem sentir novamente na área da educação. Agora, de forma mais grave, pois coloca em dúvida um dos exames educacionais mais importantes do país, responsável por definir o futuro de milhões de jovens que tem no resultado do Enem, critério fundamental para a possibilidade de cursar o ensino superior.

Desde a noite de sexta-feira (17), milhares de estudantes denunciaram que suas notas do Enem eram discrepantes com o número de acertos nas questões objetivas. No sábado (18), o ministro da Educação, Abraham Weintraub, divulgou um vídeo nas redes sociais admitindo “algumas inconsistências na contabilização e correção da segunda prova do Enem”. Segundo ele, um grupo muito pequeno de pessoas teve o gabarito trocado quando foram fechados os envelopes. Corrigimos aqui o português sofrível do ministro, que, no original, afirmou que “… teve o gabarito trocado quando foi fechado (sic) os envelopes”.

Sem mesmo identificar ou apurar a extensão do problema, Weintraub se apressou em dizer que foram poucos os prejudicados. Nossas entidades estudantis, a UBES e a UNE, desde o início endossaram as denúncias dos estudantes nas redes sociais e continuam exigindo uma investigação profunda sobre o problema, seja para garantir a lisura do processo e não prejudicar os estudantes que fizeram as provas, seja para garantir a credibilidade do Enem, que continuará existindo quando esse governo do atraso se for.

Desde cedo o ministro afirmou que o problema estava restrito a 0,1% dos candidatos; ou que não passava de 10% de acordo com o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – INEP. Agora, chegaram ao número de cerca de seis mil provas com erros. Seja qual for o percentual dos afetados, o erro é grave e interfere no resultado geral do exame, na medida em que as notas são calculadas com base na média geral, na maior e menor nota; se a média geral sobe ou diminui, todas as notas são afetadas. Agora, com a abertura para as inscrições no Sisu, estudantes relatam problemas e dificuldades para fazer a inscrição.

Se nenhum governo ou ministério está livre de erros, o que dizer desse ministério, tão desorganizado e com gente tão despreparada. Somente no ano passado, o presidente do INEP, autarquia responsável pela organização e realização do Enem, foi trocado três vezes. Essa é apenas uma das questões que provocaram instabilidade e descontinuidade no trabalho para a realização do Enem.

Lembramos ainda que a gráfica que agora é apontada como a responsável pelo problema, é uma empresa sem nenhuma experiência em exames como o Enem. Foi escolhida pelo governo, mesmo sendo a segunda colocada na licitação para a impressão das provas e gabaritos. O governo deveria ter mais responsabilidade com a escolha da gráfica para realizar esse tipo de trabalho, que exige sigilo e perícia técnica.

Entre tantos outros problemas que pipocaram desde que esse governo assumiu, imagine como se sentiram os funcionários responsáveis pelo exame quando ouviram do Presidente da Republica as afirmações de que as questões do exame seriam aprovadas por ele. Quem se acha no direito de aprovar questões do Enem, no mínimo, precisa ter e cobrar responsabilidade do ministro.

Na lista das barbeiragens desse ministério encontram-se outras questões, como o recurso de R$ 1 bilhão recuperado com a Lava Jato e destinado ao MEC, que não foi utilizado mesmo com a educação sofrendo cortes em todas as áreas.

Ao invés de concentrar investimentos e esforços na melhoria do Enem, o ministro preferiu orientar seu alvo para o ataque às entidades estudantis, na tentativa de calar a oposição à sua política de morte à educação.

Por tudo isso, defendemos a imediata demissão do ministro Weintraub e que se realize uma apuração independente sobre os problemas ocorridos, para que não reste dúvidas sobre a credibilidade e o futuro do Enem, assim como para solucionar o problema das notas individuais, de forma a não prejudicar nenhum estudante. Não se pode manter à frente do MEC, um sujeito que dá péssimo exemplo, não domina, sequer, a língua portuguesa e acumula casos de incompetência que demonstram sua total incapacidade de conduzir um ministério tão importante.

Iago Montalvão, presidente da União Nacional dos Estudantes

Pedro Gorki, presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas

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Erro na correção do Enem comprova a incompetência de Weintraub

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Pouco depois do ministro da Educação de Bolsonaro, Abraham Weintraub, afirmar que seu governo teria realizado “o melhor Enem da história”, estudantes passaram a questionar as notas que foram divulgadas.

 

O governo admitiu o erro na correção das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), mas atribuiu o problema a uma falha na impressão dos gabaritos. Weintraub ainda tentou minimizar o erro, afirmando que seriam “apenas” 6 mil estudantes prejudicados.

 

No entanto, ao menos 60 mil estudantes entraram em contato por meio do canal do governo questionando os resultados divulgados.

 

Mais uma vez, o “ser humano Weintraub” demonstrou a completa incompetência deste governo que não possui qualquer compromisso com os jovens e com a educação brasileira.

 

Vale relembrar que desde o começo da gestão Bolsonaro, três pessoas foram indicadas para assumir a diretoria do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) – um dos órgãos mais importantes do MEC, responsável pela realização do Enem. Em uma das crises, o delegado da Polícia Federal Elmer Vicenzi, pediu demissão depois de não viabilizar a entrega de dados sigilosos dos estudantes brasileiros para os membros do governo Bolsonaro.

 

DEBOCHE

 

Pouco depois de confirmar os erros na correção, Weintraub novamente debochou dos estudantes brasileiros ao publicar vídeo tocando gaita no sofá com o texto: “Apesar da gritaria dos Frias e dos Marinhos, eu voltei, agora pra ficar…”, escreveu, em referência às famílias que controlam os grupos de comunicação Folha de S. Paulo e Globo, respectivamente.

 

A UMES defende a realização de nova correção das provas dos estudantes que se sentiram lesados pelo ato do governo e que seja realizada uma apuração séria e imparcial sobre o problema.

 

O Enem se transformou em um importante instrumento para a garantia da entrada dos estudantes nas universidades públicas por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu). Não podemos tolerar que esta estrutura seja destruída pela incompetência do “imprecionante” ministro e do governo Bolsonaro.

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Orlando Silva: Por que Lula deu uma canelada no PCdoB?

orlando

Deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP)

 

Hoje cedo um camarada me alertou: “Lula foi desrespeitoso com o Partido”. Reagi: “deve ser Fake News!”

 

Minha reação foi a mesma que a maioria dos nossos teria diante de um registro desses. Lula é muito querido entre os comunistas.

 

Fui ver a entrevista. E, quando entra em tela o nome de Flávio Dino, o presidente nos brinda, para a minha surpresa, com frases absolutamente dispensáveis.

 

As pérolas: “o PT é um partido muito grande se comparado ao PCdoB”; “é difícil eleger um comunista e Flávio sabe disso” e “é muito difícil eleger alguém de esquerda sem o PT”.

 

As mesmas frases ditas por um analista político dispensariam qualquer comentário. Mas, sendo proferidas por Lula, merecem atenção.

 

O presidente estava num ambiente controlado, sem estresse e pode desenvolver seus raciocínios com clareza e sem pressão.

 

Lula, como ele próprio disse, sempre contou com o apoio do PCdoB (ele disse 4 vezes, mas na verdade foram 5). O PCdoB é o único partido que o apoiou em todas as suas campanhas presidenciais.

 

O presidente Lula considerar difícil a eleição de um comunista para presidente não surpreende, afinal, ele considerava impossível uma vitória para o governo do Maranhão. Flávio Dino foi eleito e reeleito governador sem seu apoio. Mas qual a utilidade de reforçar a retórica anti-comunista?

 

Que o PT é “grande” em relação ao PCdoB não chega a ser uma “descoberta”. O PT é o maior partido político do Brasil – e já conquistou uma rejeição da mesma proporção. Aliás, essa é a principal explicação para ter sido derrotado por um candidato nanico, Jair Bolsonaro, de um partido então minúsculo, o PSL.

 

Esquerda vencer sem PT? Impossível! Claro! E se um partido de esquerda não estiver aliado ao PT? Esteja certo de que esse partido nem era tão de esquerda assim… esse raciocínio conhecemos desde o final dos anos 70 do século passado.

 

Flávio Dino é a novidade da esquerda brasileira. Cresceu sem “dedaço” e não incubado por nenhum grande líder. A sua competência já está à mostra no governo do Maranhão. Sua capacidade política é reconhecida até pelos adversários. Flávio Dino opera a política de frente ampla que o PCdoB elaborou, mas aplica com timidez sob os olhares severos e críticos dos “companheiros”.

 

Anote aí, o elogio do presidente Lula a Flávio Dino é como um “abraço de urso”, daí ser adequado Flávio saber o ponto exato de proximidade – ou será esmagado.

 

A canelada do presidente Lula no PCdoB ou é um teste para as vértebras dos comunistas ou uma recaída após lembranças da chapa Osmar-Batista-Alemão? De qualquer modo, requer uma resposta fria, como a boa diplomacia ensina.

 

Assistindo as falas do presidente Lula fiquei um pouco triste, mas bola pra frente!

 

Ah! E lembrei de Criolo, em Demorô: “onde falta respeito a amizade vai pro lixo…muda essa roupa, corta esse cabelo…” #ficaadica!

 

Texto reproduzido do Facebook do deputado em 16 de janeiro de 2020

“Bolsonaro é o homem da mamata, do carguinho e da roubalheira”, diz Ciro

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“Ao contrário do que pensa o Fernando Haddad, a indústria tem um papel chave na economia de qualquer país que queira ser independente”, assinalou o ex-governador, em palestra na Universidade Estadual a da Bahia

 

O ex-governador e ex-ministro Ciro Gomes (PDT), provável candidato a presidente em 2022, afirmou, em sua primeira palestra do ano de 2020, na Universidade do Estado da Bahia, na quinta-feria (16), que conviveu com Jair Bolsonaro na Câmara Federal, inclusive com gabinetes próximos, no mesmo corredor, e que todo mundo sabia que Bolsonaro tinha seis funcionários fantasmas que assinavam os recibos sem trabalhar e devolviam parte dos salários que eram embolsados por ele.

 

Assista a íntegra da palestra de Ciro Gomes na Universidade Estadual da Bahia nos primeiros 60 minutos do vídeo abaixo:

 

 

 

 

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Bloco Umes Caras Pintadas agita o Bixiga no dia 15 de fevereiro

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O Bloco Umes Caras Pintadas já tem data para ocupar as ruas do Bixiga em 2020!

 

No dia 15 de fevereiro, o bloco celebrará o seu 26ª desfile, levando alegria e agitando os foliões no bairro que é a nossa casa.

Como não poderia faltar, a critica aos retrocessos do governo Bolsonaro na Educação e Cultura darão o tom da marchinha carnavalesca do bloco. Tudo de forma leve e descontraída, do jeito que o povo gosta.

Este ano, o Bloco UMES Caras Pintadas tem uma novidade. O dia da folia mudou para o sábado do pré-carnaval paulista. Um dos blocos mais tradicionais da cidade vai desfilar em um dos principais dias do Carnaval Paulista e promete levar uma multidão para brincar na rua.

 

A Companhia Paulista de Samba, liderada pelo bixiguento Kaká Silva e formada por músicos de toda a cidade de São Paulo vai embalar a festa.

A concentração do Bloco UMES Caras Pintadas está marcada para as 15 horas e o desfile pelo Bixiga começa às 16 horas.


BLOCO UMES CARAS-PINTADAS

Fundado no ano de 1993, o bloco carnavalesco UMES Caras-Pintadas já contou com a presença e composição de sambas-enredo de personalidades do samba como Nelson Sargento, Oswaldinho da Cuíca, Luis Carlos da Vila, Luizinho SP, Aldo Bueno, Quinteto em Branco e Preto, Tobias da Vai-Vai, Chapinha do Samba da Vela, Dayse do Banjo, Helinho Guadalupe e outros bambas, agitando os desfiles e levando alegria ao Bixiga.

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Dia 15 de fevereiro

Concentração às 15 horas

Rua Rui Barbosa, 323 – Bela Vista – Em frente a Sede da UMES