Situado no coração do Bixiga, o Cine-Teatro Denoy de Oliveira inicia no dia 03 de fevereiro sua Mostra Permanente de Cinema Italiano.
Chegando ao 5º ano e com mais de 150 filmes exibidos, a Mostra foi inaugurada em 2016 pelo CPC-UMES (Centro Popular de Cultura da União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo).
Neste ano vamos exibir 40 obras de 23 cineastas e, pelos olhos de cada um deles, a história da Itália e da humanidade nos é apresentada: a sátira social da “commedia all’italiana” de Luciano Salce, o realismo fantástico de Federico Fellini, o registro das condições de vida dos trabalhadores rurais por parte de Ermanno Olmi, as angústias da vida entediada da burguesia italiana – uma marca de Michelangelo Antonioni – e a impressionante luta de um povo contra o fascismo é assim exibido, sem rodeios, pelo neorrealismo de Roberto Rossellini e Luigi Zampa. Durante a 5ª edição, traremos também alguns dos lançamentos mais recentes da cinematografia italiana, que nos mostra que essa continua sendo uma das maiores do mundo.
A partir do dia 18 de maio, a Mostra Permanente de Cinema Italiano será realizada em uma nova proposta, um jeito novo de transmitir cinema a todos que buscam cultura de qualidade.
Nossas exibições serão à distância, sempre às segundas-feiras, às 19 horas, mas agora você assistirá de casa!
Os filmes são exibidos sempre às segundas-feiras, às 19h, com entrada franca. Esperamos vocês!
Para saber mais sobre como participar da sessão, clique aqui.
MOSTRA PERMANENTE DE CINEMA ITALIANO
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ou pelo nosso email: cineteatro@umes.org.br
PROGRAMAÇÃO DE 2020
03/02 – EM GUERRA POR AMOR
Pif (2016), 99 min.
10/02 – NÓS QUE NOS AMÁVAMOS TANTO
Ettore Scola (1974), 127 min.
17/02 – A ROMANA
Luigi Zampa (1954), 108 min.
02/03 – VIVER EM PAZ
Luigi Zampa (1947), 90 min.
09/03 – ANOS DIFÍCEIS
Luigi Zampa (1948), 113 min.
16/03 – OS GIRASSÓIS DA RÚSSIA
Vittorio de Sica (1970), 107 min.
23/03 – O CONDENADO DE ALTONA
Vittorio de Sica (1962), 114 min.
30/03 – MATRIMÔNIO À ITALIANA
Vittorio de Sica (1964), 102 min.
06/04 – BEM-VINDO AO NORTE
Luca Miniero (2012), 110 min.
13/04 – A AVENTURA
Michelangelo Antonioni (1960), 144 min.
27/04 – OS CARBONÁRIOS
Luigi Magni (1969), 125 min.
04/05 – EM NOME DO PAPA REI
Luigi Magni (1977), 105 min.
11/05 – O MONSTRO NA PRIMEIRA PÁGINA
Marco Bellocchio (1972), 86 min.
18/05 – AMARCORD
Federico Fellini (1973), 127 min.
25/05 – NOITES DE CABÍRIA
Federico Fellini (1957), 110 min.
01/06 – ABISMO DE UM SONHO
Federico Fellini (1952), 86 min.
08/06 – INVESTIGAÇÃO SOBRE UM CIDADÃO ACIMA DE QUALQUER SUSPEITA
Elio Petri (1970), 112 min.
15/06 – O ASSASSINO
Elio Petri (1961), 97 min.
22/06 – CONDENADO PELA MÁFIA
Elio Petri (1967), 99 min.
29/06 – CINEMA PARADISO
Giuseppe Tornatore (1988), 124 min.
06/07 – A DESCONHECIDA
Giuseppe Tornatore (2006), 118 min.
13/07 – FANTOZZI II
Luciano Salce (1976), 110 min.
20/07 – ESPOSAMANTE
Marco Vicario (1977), 106 min.
27/07 – O BELO ANTONIO
Mauro Bolognini (1960), 105 min.
03/08 – A CASA INTOLERANTE
Mauro Bolognini (1959), 110 min.
10/08 – LIBERA, AMORE MIO!
Mauro Bolognini (1975), 110 min.
17/08 – CONHEÇO BEM ESSA MOÇA
Antonio Pietrangeli (1965), 115 min.
24/08 – A ÁRVORE DOS TAMANCOS
Ermano Olmi (1978), 190 min.
31/08 – A NOIVA
Ermano Olmi (1963), 77 min.
14/09 – DÁ PARA FAZER
Giulio Manfredonia (2008), 111 min.
21/09 – O GRITO DA CARNE
Mario Mattoli (1948), 91 min.
28/09 – DEUSES MALDITOS
Luchino Visconti (1969), 150 min.
05/10 – ROCCO E SEUS IRMÃOS
Luchino Visconti (1960), 177 min.
12/10 – O INOCENTE
Luchino Visconti (1976), 129 min.
19/10 – UMA JANELA PARA A LUA
Alberto Simone (1995), 88 min.
26/10 – OS CEM PASSOS
Marco Tulio Giordana (2000), 114 min.
09/11 – O MELHOR DA JUVENTUDE – PARTE 1
Marco Tullio Giordana (2003), 180 min.
16/11 – O MELHOR DA JUVENTUDE – PARTE 2
Marco Tullio Giordana (2003), 180 min.
23/11 – CIAO, PROFESSORE!
Lina Wertmüller (1992), 100 min.
30/11 – ROMA CIDADE ABERTA
Roberto Rosselini (1945), 105 min.
DIRETORES APRESENTADOS NA PROGRAMAÇÃO DE 2020
PIF (1972)
Conhecido como Pif, Pierfrancesco Diliberto é um apresentador de TV nascido em Palermo. Iniciou sua carreira artística trabalhando como assistente de direção para Franco Zeffirelli em “Chá Com Mussolini” (1999) e para Marco Tulio Giordana no filme “Os Cem Passos” (2000). Depois disso, começou a trabalhar para a televisão, primeiro como autor e depois como apresentador de programas de entretenimento. Como a máfia sempre esteve presente em seu trabalho, publicou em 2012 um conto intitulado “Sarà stata una fuga di gas” no livro “Dove eravamo. Vent’anni dopo Capaci e Via D’Amelio”, um compilado de vários autores em lembrança aos 20 anos da morte de Giovanni Falcone e Paolo Borsellino. Como diretor de cinema, Pif lançou dois filmes: “A Máfia Mata Apenas No Verão” (2013) e “Em Guerra Por Amor” (2016).
ETTORE SCOLA (1931-2016)
Ettore Scola nasceu em Trevico, Itália. Ingressou na indústria cinematográfica como roteirista em 1953. Escreveu para Steno (“Um Americano em Roma”, 1954), Luigi Zampa (“Gli Anni Ruggenti”, 1962), Dino Risi (“Il Sorpaso”, 1962). Dirigiu seu primeiro filme, “Vamos Falar Sobre as Mulheres”, em 1964. Obteve reconhecimento internacional com “Nós Que Nos Amávamos Tanto” (1974), um tocante painel da Itália do pós-guerra. Em 1976, ganhou o Prêmio de Melhor Direção no 29º. Festival de Cannes, com “Feios, Sujos e Malvados”. Desde então, realizou vários filmes de sucesso, incluindo “Um Dia Muito Especial” (1977), “Casanova e a Revolução” (1982), “O Baile” (1983), “Splendor” (1987), “O Jantar” (1998), “Concorrência Desleal” (2000). Em 2011 dirigiu “Que Estranho se Chamar Federico”, uma homenagem ao amigo Federico Fellini.
LUIGI ZAMPA (1905-1991)
Luigi Zampa nasceu em 1901 em Roma. Estudou Engenharia e, nesse período, ele escreveu algumas comédias, entre 1930 e 1932, além de, em 1933, dirigir seu primeiro o curta-metragem documental “Risveglio Di Una Cittá”. Logo após, estudou Roteiro e Direção no consagrado Centro Sperimentale di Cinematografia, entre os anos 1932 e 1937. Sua atuação como diretor de longa se deu com “L’Attore Scomparso” (1941), tendo dirigido filmes como seu primeiro sucesso, o premiado “Viver em Paz” (1947), indo clássicos como “Campane a Martello” (1949) e “Anni Ruggenti ” (1962). Em suas obras, o entretenimento está intrinsecamente ligado à notação de costumes decorrente da observação do comportamento italiano diante de mudanças na sociedade.
VITTORIO DE SICA (1901-1974)
Diretor, ator, escritor e produtor, Vittorio De Sica nasceu em Sora, mas cresceu em Nápoles e começou a trabalhar cedo como auxiliar de escritório, para sustentar a família. Sua paixão pelo teatro levou-o aos palcos. Ao final da década de 20, ele fazia sucesso como ator. Em 1933, montou sua própria companhia.
De Sica voltou-se para o cinema em 1940. Ao amadurecer, tornou-se um dos fundadores do neorrealismo, emplacando uma sequência de quatro clássicos que figuram em todas as antologias: “Vítimas da Tormenta” (1946), “Ladrões de Bicicletas” (1948), “Milagre em Milão” (1950), “Humberto D” (1951) – os dois primeiros realizados em parceria com o escritor Cesare Zavattini, outro papa do movimento. Também dirigiu “O Juízo Universal” (1961), “La Rifa” (1962, episódio de “Decameron 70”), “Ontem, Hoje, Amanhã” (1963), “O Ouro de Nápoles” (1964), “Matrimônio à Italiana” (1964), “Girassóis da Rússia” (1970), “Jardim dos Finzi-Contini” (1970), “Amargo Despertar” (1973).
LUCA MINIERO (1967)
Formado em Literatura Moderna, o napolitano Luca Miniero começou seu trabalho dirigindo campanhas para a TV. Seu primeiro filme, “Piccole Cose Di Valore Non Quantificable” (1999), um curta feito em parceria com o amigo Paolo Genovese, chamou atenção da crítica para o novo diretor que surgia. Luca Miniero se estabeleceu no gênero da comédia. Em 2002, seu primeiro longa-metragem “Incantesimo Napoletano”, também em parceria com Paolo Genovese, ganhou um David di Donatello e dois prêmios no Globo de Ouro da Itália. Em 2010, o diretor produz seu primeiro trabalho solo, “Bem-Vindo ao Sul” foi sucesso de bilheteria e o filme mais assistido na Itália naquele ano, façanha que ele volta a conquistar em 2012 com a sequência “Bem-Vindo ao Norte”. Dirigiu também “La scuola più bella del mondo” (2014), “Un boss in salotto” (2014) e “Sono tornato” (2018).
MICHELANGELO ANTONIONI (1912-2007)
Michelangelo Antonioni nasceu em Ferrara. Graduado em Economia, Michelangelo chega à Roma em 1940, onde começa a estudar no Centro Sperimentale di Cinematografia na Cinecittà. O primeiro sucesso de Antonioni foi “A Aventura” (1960), seguido por “A Noite” (1961) e “O Eclipse” (1962), formando uma trilogia. Em 1964, Antonioni lança o seu primeiro filme colorido “O Deserto Vermelho”, que junto com os outros três, formam uma tetralogia. Em 1966, lança o seu primeiro filme em inglês, “Blow-Up – Depois Daquele Beijo”, e “Zabriskie Point” (1970), rodado nos Estados Unidos.
Em 1985, ele sofreu um acidente vascular cerebral, e, apesar de ter ficado parcialmente paralítico e quase impossibilitado de falar, dirigiu outro filme com ajuda de Wim Wenders, “Além das Nuvens” (1995). Nesse mesmo ano é premiado com um Oscar pelo conjunto da sua obra.
LUIGI MAGNI (1928-2013)
Luigi Magni nasceu em Roma e começou sua carreira como roteirista em 1956 com o filme “Tempo de Férias”. Em 1968, foi roteirista do filme de Mario Monicelli, “A Garota com a Pistola”, que foi sucesso comercial e de crítica projetando Magni à direção. Estreou com a comédia “Faustina”(1968), mas foi com o filme “Os Carbonários”(1969) que o cineasta alcançou sucesso, tendo a maior bilheteria do cinema italiano do ano. Além disso, o filme marcou o início da parceria com o ator Nino Manfredi. Em 1977, Magni alcançou o reconhecimento crítico e alguns prêmios importantes, como o Prêmio David di Donatello, com o filme “Em Nome do Papa Rei”.
Já foi membro do júri no Festival Internacional de Filmes de Moscou e se aposentou do cinema em 2004, junto com a morte do ator Nino Manfredi, com quem trabalhou até 2003.
MARCO BELLOCCHIO (1939)
Bellocchio nasceu em Bobbio, Emilia-Romagna. Estudou cinema em Roma, no Centro Experimental de Cinematografia (1959-62), e depois em Londres. De volta a Itália, dirigiu, com a idade de 26 anos, seu primeiro filme, o polêmico e inconformista “De Punhos Cerrados” (1965), que é até hoje uma de suas obras mais assistidas. Realizou cerca de 30 longas, entre os quais se incluem “La China È Vizina” (1967), “Nel Nome del Padre” (1972), “Sbatti Il Mostro In Prima Pagina” (1972), “A Gaivota” (1977), “Diabo no Corpo” (1986), “Il Sorriso de Mia Madre” (2002), “Bom Dia, Noite” (2003), “Vencer” (2009), “Bella Addormentata” (2012).
FEDERICO FELLINI (1920-1993)
Nascido e criado em Rimini, região da Emilia-Romagna, Fellini se mudou para Roma, em 1939, e começou a ganhar a vida escrevendo e desenhando caricaturas na revista semanal Marc´Aurelio – vários desses textos foram adaptados para uma série de programas de rádio sobre os recém casados “Cico e Paullina”. Estreou no cinema, em 1942, redigindo histórias o para o comediante Aldo Fabrizzi. Em 1943, casou-se com a atriz Giulietta Masina – vencedora no Festival de Cannes pela participação em “Noites de Cabíria”, filme dirigido pelo próprio Fellini em 1957. A partir de 1 945, colaborou intensamente como roteirista com três dos principais criadores do movimento neorrealista (Roberto Rossellini, Alberto Lattuada, Pietro Germi), antes de desenvolver um estilo alegórico e barroco que se tornou sua marca registrada.
Fellini participou da elaboração de 51 roteiros e dirigiu 25 filmes, entre os quais “Os Boas Vidas” (1953), “Estrada da Vida” (1954), “Noites de Cabíria” (1957), “A Doce Vida” (1960), “8½” (1963), “Roma” (1972)”, “Amarcord” (1973), “Ensaio de Orquestra” (1978). “E La Nave Va” (1983).
ELIO PETRI (1929-1982)
Um dos mais fascinantes e irreverentes diretores de toda a Europa, o romano Elio Petri dirigiu os clássicos “Investigação Sobre um Cidadão Acima de Qualquer Suspeita” (1970), “A Classe Operária Vai ao Paraíso” (1972) e “Juizo Final” (1976). Começou a carreira como crítico de cinema do L’Unità, jornal do Partido Comunista Italiano. Escreveu roteiros para Giuseppe De Santis, Carlos Lizzani e Dino Risi. Estreou na direção com “O Assassino” (1961). Realizou 13 longas, entre os quais “A Décima Vítima” (1965), “Condenado Pela Máfia” (1967), “A Propriedade não é mais um Furto” (1973), “A Boa Notícia” (1979). Seu cinema político combinava a abordagem marxista com uma alta capacidade cinematográfica na utilização de gêneros e estilos diversos, contribuindo para o debate do período, com observações sobre a sociedade e o poder, explorando questões sociais ainda hoje relevantes, como o crime organizado, a relação entre autoridades e cidadãos, o papel do artista, os direitos de classe e o consumismo.
GIUSEPPE TORNATORE (1956)
Nascido na Sicília, Tornatore atuou no teatro, foi fotógrafo free-lance e trabalhou na TV estatal italiana, a RAI. Lançou seu primeiro longa-metragem em 1985: “O Camorrista”. Em 1988, obteve sucesso mundial e o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro com “Cinema Paradiso”. Dirigiu também “Estamos Todos Bem” (1990), “Sempre aos Domingos” (1991), “Uma Simples Formalidade” (1994), “O Homem das Estrelas” (1995), “A Lenda do Pianista do Mar” (1998), “Malena” (2000), “A Desconhecida” (2006), “Baaria, A Porta do Vento” (2009), “O Melhor Lance” (2013), “Lembranças de um Amor Eterno” (2016).
LUCIANO SALCE (1922-1989)
Luciano Salce nasceu e morreu em Roma. Foi ator, diretor e cineasta, tendo se formado na Regia Accademia di Arti Drammatica, em Roma, atuou como assistente de direção para Vito Pandolfi e Luchino Visconti no final da década de 1940. Já em 1950, Salce, sendo um jovem italiano, vem para o Brasil dirigindo importantes trabalhos para o Teatro Brasileiro de Comédia, o TBC, como “A Dama das Camélias”, de Alexandre Dumas Filho, realizado em 1951, no Theatro Municipal de São Paulo, estrelado pela icônica atriz Cacilda Becker.
Salce assina seu primeiro trabalho cinematográfico para a companhia Vera Cruz como diretor da comédia “Uma Pulga na Balança” (1953), ainda no Brasil. Voltando pra Itália em 1954, dirige filmes como “As Pílulas do Amor” (1960) e “Fantozzi” (1975).
MARCO VICARIO (1925)
Nascido Renato Vicario, mudou seu nome no início da carreira como ator, aos 25 anos, para não ser confundido com o famoso ator de fotonovela, Renato Vicario. Frequentou aulas de teatro no Centro Sperimentale di Cinematografia de Roma e atuou em cerca de 17 filmes, mas só obteve algum sucesso quando iniciou sua carreira como produtor, diretor e roteirista, através da Atlantic Film, produtora que ele mesmo fundou.
Entre seus filmes mais conhecidos estão: “7 homens de ouro” (1965), “O Grande Sucesso dos 7 Homens de Ouro” (1966) e “Esposamante” (1977).
MAURO BOLOGNINI (1922-2001)
Mauro Bolognini nasceu em Pistoia, na região da Toscana. Formado também em arquitetura, Mauro estudou cenografia na Academia Nacional Italiana de Cinema. Começou a trabalhar como assistente dos diretores Luigi Zampa na Itália, e Yves Allégret e Jean Delannoy na França. Estreou em 1953 com o filme ”Ci Troviamo In Galleria”. Seu primeiro sucesso de crítica e público foi o filme “O Belo Antônio”, em 1960. Além de grandes títulos de cinema, Bolognini também dirigiu produções teatrais e óperas.
Outros filmes dirigidos por Bolognini foram: ”A Longa Noite das Loucuras’ (1959), com Elsa Martinelli; ”Caminho Amargo” (1961), com Jean-Paul Belmondo e Claudia Cardinale; ”Desejo que Atormenta” (1962), com Anthony Franciosa e Claudia Cardinale; ”As Bruxas” (1967), com Silvana Mangano; ”A Grande Burguesia” (1974), com Catherine Deneuve e Giancarlo Giannini; entre outros.
ANTÔNIO PIETRANGELI (1919-1968)
Antonio Pietrangeli foi um grande praticante do gênero de comédia. Começou no universo do cinema escrevendo resenhas de filmes para revistas italianas. Como roteirista, destaca-se sua participação nas obras “Obsessão” (1943), dirigido por Luchino Visconti e “Europa ‘51”(1952), dirigido por Roberto Rossellini. Na direção, estreou em 1953 com o filme “O Sol nos Olhos”. “Adua e seus Amigos” (1960) foi um filme de destaque, contando com Marcello Mastroianni e Simone Signoret. O filme “Conheço Bem Essa Moça” rendeu três prêmios Nastro d’Argento como melhor diretor, melhor roteiro e melhor ator coadjuvante para Ugo Tognazzi.
Pietrangeli faleceu aos 49 anos enquanto trabalhava no filme “História de um Adultério”, que foi finalizado pelo diretor Valerio Zurlini.
ERMANNO OLMI (1931-2018)
Nascido em Bergamo, Ermanno Olmi começou em 1953 a dirigir documentários e curtas. Seu primeiro longa foi “O Tempo Parou” (1959). Dois anos depois, “O Posto” (1961) rende a Olmi o prêmio David di Donatello de Melhor Diretor. Em 1978, “A Árvore dos Tamancos” ganhou 18 prêmios, entre eles a Palma de Ouro e o Prêmio do Júri Ecumênico, em Cannes, e o César de Melhor Filme Estrangeiro, na França.
Ermanno Olmi também dirigiu “Camminacammina” (1983), “A Lenda do Santo Beberrão” (1988), “O Segredo do Bosque Velho” (1993), “O Objetivo das Armas” (2001) e “Tickets” (2005), em parceria com o iraniano Abbas Kiarostami e o inglês Ken Loach. Apesar da saúde debilitada, lançou em 2014 mais um filme de sucesso, “Os Campos Voltarão”.
GIULIO MANFREDONIA (1967)
Giulio Manfredonia nasceu em Roma. Começou sua carreira como assistente de direção e no ano de 2001 estreou como diretor com a comédia “Se Fossi In Te”. Seu próximo filme segue também o gênero comédia, “È Già Ieri” (2004) é uma releitura de um bem-sucedido filme americano. Em 2008, lança “Dá Para Fazer”, filme inspirado na história real de uma cooperativa de ex-pacientes de um hospital psiquiátrico. Além dos trabalhos para o cinema, dirigiu séries para televisão.
MARIO MATTOLI (1898-1980)
Nascido em Tolentino, Macerata, fundou a companhia teatral Spettacoli Za-bum com o objetivo de misturar o humor dos atores de revista ao drama dos atores da prosa. Por lá, passaram nomes que se tornariam muito conhecidos, como Vittorio de Sica, Alberto Sordi e Aldo Fabrizi. Em 1934, fez sua estreia como diretor de cinema em “Tempo Massimo”, cujo roteiro foi escrito também por ele e estrelado por Vittorio De Sica. Em seus 32 anos de carreira, dirigiu mais de 80 longas-metragens, firmando uma parceria de sucesso com Totò, com quem realizou 16 filmes.
Entre suas obras mais conhecidos estão “Dramas da Nobreza” (1938), “Aulas de Amor” (1941), “O Grito da Carne” (1948), “O Turco Napolitano”, (1953), “Miséria e Nobreza” (1954) e “O Médico dos Loucos” (1954).
LUCHINO VISCONTI (1906-1976)
Luchino Visconti di Modrone, conde de Lonate Pozzolo, nasceu em Milão e descende da família Visconti da antiga nobreza italiana. Começou seu trabalho no cinema como assistente do diretor francês Jean Renoir nos filmes “Toni” (1934), “Les Bas-Fonds” (1936), “Partie de Campagne” (1936). Ingressou no Partito Comunista d’Italia em 1942. Seu primeiro filme como diretor foi “Obsessão” (1943). Voltou-se em seguida para o teatro. Em 1948, realizou “La Terra Trema”, um clássico do cinema neorrealista. Recebeu sua primeira premiação no Festival de Veneza (Leão de Prata), em 1957, pelo filme “As Noites Brancas” – baseado em conto de Fiodor Dostoievski. Em 1960, chega aos cinemas “Rocco e Seus Irmãos” e, em 1963, o mais aplaudido de seus trabalhos, “O Leopardo”, adaptação do romance de mesmo nome de Giuseppe Tomasi di Lampedusa. Depois vieram “As Vagas Estrelas da Ursa” (1965), “O Estrangeiro” (1967), “Os Deuses Malditos” (1969), “Morte em Veneza” (1971), “Ludwig” (1972), “Violência e Paixão” (1974) e “O Intruso” (1976).
Visconti assina também a direção de 42 peças teatrais e 20 óperas encenadas entre 1945 e 1973.
ALBERTO SIMONE (1956)
Nascido em Messina, Alberto Simone formou-se em Psicologia na Sapienza Università di Roma. Estreou no cinema com um curta-metragem chamado “La scala poggiata alla luna”, em 1993. Depois, dirigiu seu primeiro longa-metragem, “Uma Janela para a Lua” (1995), no qual utiliza sua experiência como psicólogo. O filme lhe rendeu o prêmio David di Donatello de Melhor Diretor e o Globo de Ouro de Melhor Obra-Prima (prêmio atribuído ao melhor filme do ano na Itália). Em colaboração com a RAI, empresa estatal de rádio e televisão, dirigiu e produziu filmes e séries de sucesso para a televisão, entre os quais: “Uma história qualquer” (2000), “As razões do coração” (2001), “Um defeito de família” (2002), “Uma família em amarelo” (2005), “Em nome do filho” (2008) e “Comissário Manara” (2009).
MARCO TULLIO GIORDANA (1950)
O milanês Marco Tullio Giordana iniciou sua carreira como co-roteirista do documentário “Forza Italia!” (1978) de Roberto Faenza. Depois, lançou seu primeiro filme, “Maledetti vi amerò” (1980), que foi exibido no mesmo ano no Festival de Cannes e foi bastante elogiado pela crítica. Depois disso, colaborou e dirigiu diversos outros filmes, tanto para o cinema quanto para a televisão. Em 2000, com o filme “Os Cem Passos”, ganhou o prêmio de melhor roteiro no Festival de Veneza. Em 2003, contratado pela RAI para produzir uma minissérie de quatro episódios, o cineasta lança “O Melhor da Juventude”, que acaba por ser lançado no Festival de Cannes e, posteriormente, no circuito de cinema italiano como um filme dividido em duas partes. Com esse filme, Marco Tullio Giordana conquistou 6 prêmios David di Donatello, incluindo o de Melhor Filme, Melhor Roteiro e Melhor Diretor assim como os prêmios de Melhor Diretor e Melhor Roteiro no Globo de Ouro italiano.
Também dirigiu “Pasolini – Um Delito Italiano” (1995), “Quando sei nato non puoi più nasconderti” (2005), “Sanguepazzo” (2008), “Piazza Fontana: Uma Conspiração Italiana” (2012) e “Nome di donna” (2018).
LINA WERTMÜLLER (1928)
Nascida em Roma, Arcangela Felice Assunta Wertmüller von Elgg Spanol von Braucich estudou teatro e trabalhou como assistente de direção de Giorgio Lullo nos anos 50. No cinema, foi assistente de Federico Fellini em “Oito e Meio” (1963). Estreou como diretora com “I Basilischi” (1963). Em 1965 dirigiu o filme em episódios “Questa Volta Parliamo di Uomini” e para a televisão “Il Giornalino di Gian Burrasca”, adaptação do romance homônimo de Vamba. Assinou outros dezessete longa-metragens, entre os quais “Mimi, o Metalúrgico” (1972), “Amor e Anarquia” (1973), “Pasqualino Sete Belezas” (1975), “Sábado, Domingo e Segunda” (1990), “Ninfa Plebeia” (1996). Em 2001 lançou “A Pequena Orfã”, telefilme estrelado por Sofia Loren, extraído do romance homônimo da escritora napolitana Maria Orsini Natale.
ROBERTO ROSSELINI (1906-1977)
Nascido em Roma, Roberto Rossellini realizou, em 1945, a obra tida como marco zero do neorrealismo, movimento que influenciou as correntes estéticas do pós-guerra, desde Godard e Satyajit Ray até o Cinema Novo brasileiro. Seu pai era proprietário do cine-teatro Barberini. Nos anos 30, quando a família teve os bens confiscados pelo governo fascista, Rossellini ganhou a vida na indústria cinematográfica e chegou a obter sucesso com filmes encomendadas pelo regime. Ao mesmo tempo, registrava em segredo as atividades da Resistência. Nos últimos dias da ocupação nazista, o diretor levou a câmera às ruas para captar a insurreição popular que libertou a cidade em junho de 1944. Nascia o clássico “Roma, Cidade Aberta” (1945), baseado no roteiro que criou em parceria com Sergio Amidei e Federico Fellini.
Entre suas obras estão “Paisá” (1946), “Alemanha Ano Zero” (1948), “Stromboli” (1949), “Europa 51” (1952), “Romance na Itália” (1953), “Joana D’Arc” (1954), “Índia: Matri Bhumi” (1959), “De Crápula a Herói” (1959), “Era Noite em Roma” (1960).
Nos anos 60-70, com foco na TV, fez filmes sobre personagens históricos, a começar por Giuseppe Garibaldi, “Viva a Itália” (1961). Nesta safra se incluem “A Tomada do Poder por Luís XIV” (1966), “Sócrates” (1971), “Blaise Pascal” (1971), “Santo Agostinho” (1972), “Descartes” (1974), “Anno Uno” (1974), “O Messias” (1975).