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REVISTA DE CINEMA – Mostra exibe longas do cinema soviético e russo

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“Stalker”, de Andrei Tarkovsky

Por Maria do Rosário Caetano

A Mostra Mosfilm de Cinema Soviético e Russo realiza sua sexta edição em casa nova. Ou melhor, em casas novas. Deixa a Cinemateca Brasileira, onde o CPC-UMES (Centro Popular de Cultura da União Municipal de Estudantes Secundaristas) realizou suas cinco primeiras edições, e estabelece-se, a partir desta quarta-feira, 4 de dezembro, no Espaço Itaú Augusta e no Cine Olido, do Circuito Spcine. Até dia 11 de dezembro, serão exibidos doze longas-metragens, em 29 sessões.

O filme inaugural, “A Balada do Soldado”, de Grigori Chukhray, realizado em 1959, é um rod-movie em tempos de guerra (a Segunda Guerra Mundial, ou A Grande Guerra Patriótica, como os russos a denominam), protagonizado por dois adolescentes.

Aliosha, um soldado de 19 anos, destrói dois tanques alemães. Ao invés de uma medalha, ele solicita licença para visitar a mãe e para consertar o telhado da casa da família, num aldeia. Ganha seis dias. Ao longo de sua jornada, feita em trens militares e nos mais improváveis meios de transporte, ele compartilhará com uma linda e arisca jovem (e com povo soviético, claro!) os sacrifícios da vida na retaguarda bélica.

Sintético (apenas 88 minutos), o filme, que recebeu prêmios em festivais internacionais (Cannes, São Francisco, Londres e Milão) se deixa ver com grande prazer e interesse, pois os atores são muito carismáticos e a fotografia (em preto e branco), de grande beleza. Excessiva, só a música.

A sexta edição da Mostra Mosfilm traz, claro, filmes de guerra, gênero em que os soviéticos desenvolveram excelente expertise (vide o magistral “Vá e Veja”, de Elem Klimov), obras de imenso empenho artístico (caso de “Stalker”, de Andrei Tarkovsky), balés filmados (o imperdível “Spartacus”, dançado pelo Bolshoi), comédias (“A Prisioneira do Cáucaso”, visto por 76 milhões de espectadores), dramas de nomes impensáveis em nosso tempo (“O Comunista”), e um filme menos badalado de Mikhail “Soy Cuba” Kalatozov ( “Amigos Verdadeiros”).

“Stalker” (1979) é uma ficção científica comandada por um dos maiores nomes do cinema soviético, Andrei Tarkowsky (1932-1986). Ao longo de 162 minutos, com imagens que imprimem a predominância de verdes, cinzas e cobres, o grande realizador moscovita nos conduz a um futuro indefinido e misterioso. E a um espaço idem. Um guia (o stalker do título) leva dois homens, identificados apenas como Escritor e Professor, a uma área proibida, a “Zona”. Dentro dela, há uma usina nuclear desativada e um aposento capaz de realizar os desejos de quem nele adentrar. No elenco, estão Aleksandr Kaidanovsky, Anatoly Solonitsyn, Nikolai Grinko e Alisa Freyndlikh. O filme conquistou o Prêmio Especial do Júri no Festival de Cannes, em 1980.

“O Comunista”, de Yuli Raizman, realizado em 1957, foi produzido para marcar o quadragésimo aniversário da Revolução Bolchevique. O diretor optou por narrar “a curta, mas brilhante, vida” de Vassily Gubanov, “seu trabalho honesto e consciencioso” na construção de uma grande central elétrica em Zagora, durante a Guerra civil que se seguiu à revolução de Outubro. Sem perceber, “Vassily Gubanov realiza os feitos que o tornarão, postumamente, um herói”.

O filme, que ganhou Menção Honrosa no Festival de Veneza, seria um típico produto do Realismo Socialista? Primeiro, há que se lembrar que Josef Stálin (1878-1953) morrera e que o país experimentava novos ares. No livro “Cinema para Russos, Cinema para Soviéticos” (Bazar do Tempo, 2019), o pesquisador e diplomata João Lanari Bo comenta: “Neste filme (‘O Comunista’), a história da implantação do comunismo em um microcosmo longínquo torna-se um relato privado (o filho relembrando a história do pai), carregado de tonalidades emocionais que revelam a internalização do mito revolucionário”. O herói “que mal conhece a cartilha comunista – a despeito do título do filme, ele age por uma ética própria, autodidata – termina sendo assassinado pelos representantes da velha Rússia: não há delegados do Partido que assegurem sua salvação, o que há é destruição da central elétrica e a falência momentânea do projeto revolucionário”.

Há que se prestar atenção em “Eles Lutaram pela Pátria”, outra atração da Mostra Mosfilm, por razão extra-obra: o currículo de seu realizador, o cineasta (e ator) Serguei Bondarchuk (1920-1994). O filme é um épico de guerra, gênero preferido do astro soviético. Além dele, que fazia questão de atuar também nos filmes que dirigia, foram escalados Vassily Shukshin, Vyacheslav Tikhonov e Yury Nikulin.

Ano que vem, a Rússia vai festejar o centenário de nascimento de Bondarchuk, um dos nomes mais poderosos de sua história cinematográfica. Com sua bela estampa, ele tornou-se célebre nas 15 repúblicas soviéticas. Depois, tornar-se-ia nome de alcance planetário ao ganhar o Oscar de melhor filme estrangeiro com seu monumental “Guerra e Paz” (em quatro partes, 1966/67). Seu prestígio chegou ao ponto de ser ele o escolhido por Dino de Laurentis para comandar o épico “Waterloo”, com Rod Steiger na pele de Napoleão Bonaparte, Christopher Plummer como o General Wellington e Orson Welles como Luís XVIII (em aparição fugaz). Para se ter ideia do poder de Sergei Bondarchuk, basta evocar fala de Andrei Tarkovsky no filme “Uma Oração de Cinema”, dirigido por seu filho Andrey A. Tarkovsky e exibido na Mostra Internacional de Cinema de SP, em outubro último. O diretor de “Solaris” assegura que seu filme “Nostalgia”, realizado na Itália, só “não ganhou o Festival de Cannes, em 1982, porque Bondarchuk, um dos jurados, o teria boicotado sob o argumento de que aquele filme não representava a URSS”. Difícil apurar a história, agora que os dois estão mortos.

O selo CPC-UMES já lançou dois filmes de Bondarchuk em DVD – “O Destino de um Homem” (1959), sua estreia na direção e, para muitos, seu melhor trabalho, e o monumental “Boris Godunov”, recriação épica do poema de Alexander Pushkin. O próprio Bondarchuk interpreta o czar Boris Godunov, um dos malfadados herdeiros do trono de Ivan, o Terrível. Ambientado em tempo medieval-religioso, a narrativa nos atira no centro de um império, o russo, em convulsão e a ponto de esfacelar-se (entre 1598 e 1605). Os cenários são arrebatadores, os figurinos espantosos, as cenas de multidão impressionantes e a fotografia de aliciante beleza.

“Eles Lutaram pela Pátria”, que concorreu à Palma de Ouro em 1975, reconstitui os três dias de retirada de um regimento do Exército Vermelho, em direção à cidade de Stalingrado. E o faz a partir da ótica de três soldados de origens diferentes (um engenheiro agrônomo, um mecânico e um mineiro). Este épico bélico baseia-se em romance de Mikhail Sholokhov (1905-1984), Prêmio Nobel de Literatura, em 1965.

Confira abaixo dados gerais e sinopses dos sete filmes que completam a programação da sexta Mostra Mosfilm:

. “Spartacus” (1975, 93 minutos), de Yury Grigorovich. Com Vladimir Vassilev, Natalya Bessmertnova, Maris Liepa, Nina Timofeeva, este filme, um registro de um dos mais famosos espetáculos do Balé Bolshoi, criado por Khachaturian, situa-se na Roma Antiga. Spartacus, um soldado trácio, é capturado por Crasso. Forçado a lutar como gladiador e matar um de seus amigos, ele planeja um levante sem precedentes.

. “A Flor de Pedra” é uma trama de aventura, censura livre, dirigida por um mestre da animação e dos efeitos especiais, Aleksander Ptushko. Produzido em 1946, o filme tem fama, na Rússia, de ser “um dos mais instigantes exemplares da história do cinema fantástico”, gêneros de grande apelo popular. Ptushko narra a fábula de um artesão que se dispõe a sacrificar tudo pela perfeição técnica de sua arte.

.“Amigos Verdadeiros”, de Mikhail Kalatozov, premiado em Cannes com “Quando Voam as Cegonhas” (1959), é um mix de comédia e aventura. Três garotos, moradores de um subúrbio de Moscou, se comprometeram a, no futuro, se reencontrar. Adultos, Borka tornou-se um famoso cirurgião, Sashka, professor de pecuária, e Vaska, doutor em arquitetura. Para cumprir a promessa de outrora, eles partem em uma jangada, pelo rio Volga, para juntos, viverem uma série de aventuras.

. “Volga-Volga” (1938) é uma comédia musical, dirigida por Grigori Aleksandrov, o mais próximo colaborador de Serguei Eisenstein. Juntos, eles trabalharam em vários filmes, incluindo a frustrada experiência mexicana (“Que Viva México!”) do diretor de “Encouraçado Potenkin”. Embora um de seus filmes – “Jovens Alegres” (1934) – seja objeto de estima da crítica francesa, Alexandrov acabou distante dos “Anos Eisenstein” (e da glória do mestre). Fez, inclusive, filmes patrióticos (ou de baixo risco) na era Stalin. É o caso deste, “Volga-Volga”. Na trama, dois grupos de artistas amadores deixam sua aldeia para participar de concurso de talentos em Moscou. Eles o farão acompanhados de um burocrata, interessado em utilizá-los em proveito próprio (ou seja, para turbinar sua ascensão na hierarquia soviética).

. “A Prisioneira do Cáucaso” (1966, 80 minutos), de Leonid Gayday, com os comediantes Aleksandr Demyanenko, Natalya Varley, Yury Nikulin, Vladimir Etush. Um grupo parte em viagem de pesquisa folclórica, rumo ao Cáucaso. O jovem estudante Shurik apaixona-se pela atlética, bela e politizada Nina. Mas a garota é sequestrada pelo homem mais poderoso da região, que planeja impor a ela um casamento arranjado. Um dos imensos êxitos populares de Gayday, que vendeu mais de 76 milhões de ingressos.

. “Rapaziada!” (1981, 92 minutos) é um drama dirigido por Iskra Babic, com elenco encabeçado por Aleksandr Mikhaylov, Pyotr Glebov, Irina Ivanova, Mikhail Buzylyov-Kretso e Pyotr Krylov. Na trama, o protagonista, Pavel, encontra-se prestando serviços ao Exército quando recebe carta da mãe, dizendo que Nastya, sua esposa, o estava traindo. Ele decide, então, não retornar à sua cidade natal. Porém, passados treze anos, descobre que a mãe se enganara. Nastya morrera, deixando três filhos órfãos (a mais velha, filha dele). O filme recebeu menção honrosa no 32º Festival de Berlim.

. “O Mensageiro” (1986, 89 minutos) é um drama dirigido por Karen Shakhnazarov, o poderoso presidente dos Estúdios Mosfilm, e grande apoiador do projeto de difusão do cinema soviético (e russo) empreendido, no Brasil, pelo CPC-UMES. O diretor de “Anna Karenina – A História de Vronsky” (2017), lançado ano passado, e com sucesso, no circuito de arte brasileiro, participa da sexta Mostra com uma narrativa ambientada na Era Gorbachev. Um rapaz sem noção consegue emprego de office boy. Ele se sente parte de uma sociedade à deriva. Ao fazer determinada entrega à domicílio, ele conhece o Prof. Kuznetzov e sua filha Katya. Para irritar o professor, ele afirma ter engravidado Katya. Para sua surpresa, ela confirma a história. À frente do elenco, estão Fyodor Dunaevsky, Anastasya Nemolyaeva, Oleg Basilashvili e Inna Churikova.

. “Aluga-se uma Casa com Todos os Inconvenientes” é o filme mais recente da Mostra Mosfilm. Trata-se de uma comédia de 90 minutos, realizada por Vera Storozheva, com Victoria Isakova, Irina Pegova, Nina Dvorzhetskaya e Svetlana Khodchenkova à frente do elenco. Na trama, um corretor ambicioso aluga a mesma casa para várias famílias. Depois de algumas situações embaraçosas, tudo parecia caminhar bem. Mas, ao retornar de uma viagem, o proprietário do imóvel descobre, surpreso, que o amigo a quem ele emprestara a casa a havia alugado a terceiros.

Dos 12 filmes programados, três chegam em cópia restaurada pela Mosfilm, dentro do rigor das mais avançadas técnicas digitais: a ficção científica “Stalker”, o drama de guerra “Balada do Soldado” e a comédia “A Prisioneira do Cáucaso”.

 

VI Mostra Mosfilm de Cinema Soviético e Russo

Data: 4 a 11 de dezembro

Local: Espaço Itaú Augusta (sessões diárias às 16h30, 19h e 21h), e no Cine Olido, do Circuito Spcine (sessões às 15h, 17h e 19h). Sessão gratuita para o filme inaugural, “A Balada do Soldado”. Ingressos para as demais sessões no Espaço Augusta (R$10,00 e R$5,00). No Olido (R$4,00 e R$2,00).

No sábado, no cinema do centro da cidade, haverá feira culinária e de artesanato russo. E também exposição de matrioskas, a famosa bonequinha-souvenir russa.

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Espectadores lotam abertura da 6ª Mostra Mosfilm de Cinema Russo

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O presidente da UMES, Lucas Chen e o Cônsul Geral da Rússia em São Paulo, Yuri Lezgintsev,
deram início à 6ª Mostra Mosfilm de Cinema Russo – Fotos: Simão Salomão

 

Na noite desta quarta-feira (4) o Espaço Itaú Cinema da Rua Augusta recebeu a abertura da 6ª Mostra Mosfilm de Cinema Russo. Centenas de espectadores lotaram a sala de cinema para acompanhar a sessão de “A Balada do Soldado”, que deu início à mostra.

O presidente da UMES, Lucas Chen, celebrou a nova edição da consagrada mostra, que já caiu no gosto do publico paulistano e é frequentemente elogiada pela crítica por apresentar um amplo panorama do cinema soviético e russo.

“É uma grande honra para nós da União Municipal dos Estudantes Secundaristas realizar mais uma vez este evento, que têm sido sucesso de público e crítica”, disse Lucas Chen ao saudar o público. A 6ª Mostra Mosfilm de Cinema Russo é uma parceria entre o Centro Popular de Cultura da UMES – CPC-UMES Filmes, o Itaú Cinemas e o SPCine.

O Cônsul Geral da Federação da Rússia em São Paulo, Yuri Lezgintsev, compareceu à abertura da Mostra Mosfilm e agradeceu a presença de todos os que apreciam a cinematografia do país.

“Sinto muito prazer em poder participar da abertura da Mostra Mosfilm de Cinema Russo, que já é realizada pela sexta vez consecutiva. Como é sabido, o Mosfilm é o maior estúdio de cinema da Rússia e um dos maiores da Europa e seus trabalhos incluem sucessos da época da União Soviética e da Rússia Contemporânea”.

“Esta mostra apresenta uma série de filmes que nos são muito queridos, que retratam os vários aspectos da vida cultural da Rússia”, destacou o Cônsul.

  

SOCIEDADE

Dimitry Korobov, diretor da Agência de Assuntos da Comunidade dos Estados Independentes da Federação da Rússia, ressaltou o trabalho realizado pelo CPC-UMES Filmes e todos os que se dedicaram à construção da Mostra. “Nossos amigos brasileiros nos ajudam muito a consolidar a cultura russa aqui no Brasil, nos ajudam a abrir mais um espaço pra discussão sobre a importância do cinema”.

Segundo ele, os filmes que são apresentados nesta edição da mostra “tiveram um impacto muito grande na sociedade russa”.

A diretora da Associação Cultural Grupo Volga de Folclore Russo, Tamara Gers Dimitrov, destacou que a entidade tem muito orgulho de apoiar o evento. “Somos verdadeiros entusiastas de iniciativas como esta. É uma oportunidade rara ver filmes russos com qualidade e legendados aqui”.

Paulo de Macedo, diretor do Sptunik Consulting – Guia para Cultura e Negócios no Leste Europeu, considerou que “É um prazer para nós participarmos de atividades de divulgação da cultura russa. A Rússia é um país que tem muito a contribuir para o mundo, um país de cultura riquíssima e que possui um papel histórico inigualável. Como uma grande potência e que ajuda outros países a se desenvolverem”.   

 

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NOVO LOCAL

 

Valério Bemfica, presidente do Centro Popular de Cultura da UMES – CPC-UMES, agradeceu aos novos parceiros que possibilitaram a realização da Mostra: Espaço Itaú de Cinema, na pessoa de seu diretor, Adhemar de Oliveira e a SPCine na pessoa de sua Diretora-Presidente, Lais Bodanzky.

Valério relembrou que nas edições anteriores, a Mostra foi realizada em outro local. “Este ano, infelizmente, por motivos que não vou declinar aqui, mas que vocês podem imaginar, os antigos parceiros faltaram”.

“Felizmente uma característica o “povo do cinema” no Brasil sempre teve: a solidariedade. Diante dos imprevistos, é só olhar para os lados e há mãos
estendidas. E foi o que aconteceu: se o local tradicional não quis nos receber, as mãos do Ademar e da Lais, do Espaço Itaú de Cinema e da SPCine estavam estendidas”, destacou Valério.

“Graças a gestos como este nossa Mostra continuará acontecendo, outras mostras continuarão vivas, filmes seguirão sendo feitos, festivais terão sequência, enfim o cinema brasileiro seguirá vivo e pujante. Para a tristeza de alguns poucos, mas para a alegria do povo brasileiro”, concluiu.

O diretor geral do Estúdio Mosfilm, Karen Shakhnazarov, enviou carta cumprimentando a realização da 6ª Mostra de Cinema Russo:


A todos da UMES e da CPC-UMES Filmes

Estou muito feliz de saber que a 6º Mostra MOSFILM de Cinema
no Brasil mais uma vez está atraindo um grande número de
espectadores. Evidencia isso o fato de que na abertura da
programação, com a exibição de “A Balada do Soldado”, todos os
lugares foram antecipadamente reservados. Tenho certeza de que
as apresentações seguintes acontecerão com salas cheias e os
filmes repercutiram nos corações dos espectadores.

Apreciamos muito vosso compromisso com a divulgação do
cinema do Mosfilm no Brasil, e desejamos que a parceria entre a
UMES e nosso Estúdio evolua com sucesso no futuro.

Transmitam em meu nome um agradecimento e os melhores
desejos a todos os membros dessa equipe maravilhosa.

Respeitosamente,

Karen Shakhnazarov
Diretor Geral
Laureado com o Premio Artista de honra da Federação da Rússia
Artista do Povo da Federação Russa

 

Ao longo dos dias, serão apresentados 12 longas metragens soviéticos e russos de diferentes períodos e gêneros – comédia, drama, guerra, aventura e musicais compõe a programação mostra. As 29 sessões serão realizadas em Salas do Espaço Itaú de Cinema na Rua Augusta e no SPCine Olido

Locais de exibição

Itaú Cinemas Augusta

Rua Augusta, 1.475, sala 3 – Consolação – São Paulo – SP
Ingressos: R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia entrada)

Circuito SPCine – Cine Olido

Av. São João, 473, Centro – São Paulo – SP
Ingressos: R$ 4,00 (inteira) e R$ 2,00 (meia entrada)

 

Clique aqui e veja a programação completa da 6ª Mostra Mosfilm de Cinema Russo

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Folha de São Paulo: Mostra de cinema soviético chega à sua sexta edição com clássicos restaurados

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Cena do filme ‘Stalker’, de Andrei Tarkovski – Foto: Divulgação/CPC-UMES Filmes

 

Reproduzimos abaixo artigo publicado na Folha de São. Paulo sobre a abertura da 6ª Mostra Mosfilm de Cinema Russo, que começa nesta quarta-feira (4) no Itaú Cinema da Rua Augusta

 

Panorama inclui a sofisticada obra de Andrei Tarkovski e a linha mais popular de Leonid Gaidai

LUIS FELIPE LABAKI

SÃO PAULO

Em sua sexta edição, a Mostra Mosfilm repete a tradição de apresentar um amplo panorama do cinema soviético e russo.

Dos anos 1930 à década de 1980, contando ainda com uma comédia lançada recentemente, os 12 longas da seleção evidenciam a diversidade de gêneros e estilos da cinematografia do país. 

Os destaques são versões restauradas de clássicos. “Stalker” (1979, direção de Andrei Tarkovski) é obrigatório, mas essa é também uma boa oportunidade para se assistir a cópias legendadas de títulos que, apesar de menos conhecidos por aqui, foram imensamente populares na URSS. 

É o caso de “A Flor de Pedra” (1946), de Aleksándr Ptuchkó —mestre dos filmes infantojuvenis e dos efeitos especiais— e, principalmente, da comédia “A Prisioneira do Cáucaso” (1967, direção Leonid Gaidai).

Assim como o poeta Joseph Brodsky disse que a chegada dos filmes de Tarzan à URSS no pós-guerra fez mais pela desestalinização do que qualquer discurso de Khruschiôv, “A Prisioneira do Cáucaso” diz mais sobre o cinema de grande público da URSS do que qualquer outro filme da mostra.

Com cerca de 76 milhões de ingressos vendidos no país, até hoje é fácil encontrar quem saiba de cor as falas de seus personagens. 

Mais próximo de Trapalhões do que de Tarkovski, o filme tem também algo das primeiras comédias de Woody Allen, intercalando gags visuais com diálogos espirituosos e absurdos que seguem a tradição russa de satirizar as nações do Cáucaso e, na medida do possível, o funcionalismo estatal —o nome do vilão, por exemplo, seria uma referência velada a um importante burocrata do próprio estúdio Mosfilm.

A trama envolve as desventuras de Chúrik, paródia do turista russo que viaja em busca do “verdadeiro folclore local”, e de uma trupe de malandros que se aproveita da ingenuidade do jovem para utilizá-lo no rapto de Nina, garota cobiçada por todos. 

Já os musicais de Grigóri Aleksándrov são representados neste ano pela jornada fluvial “Volga-Volga” (1937), um dos filmes favoritos de Iôsif Stálin —o que, diga-se de passagem, não impediu que seu diretor de fotografia, o renomado Vladímir Nilsen, fosse preso e executado em meio ao Terror.

E há na programação ainda outro passeio pelo rio: “Amigos Verdadeiros” (1954, de Mikhail Kalatôzov), uma despretensiosa comédia sobre três amigos de meia-idade que decidem percorrer o Volga a bordo de uma jangada. 

Apenas um ano separa “O Comunista” (1958, direção de Iúli Ráizman) de “A Balada do Soldado” (1959, direção de Grigóri Tchukhrái), mas os filmes pertencem a eras distintas. 

O primeiro ecoa os “heróis positivos” do auge do realismo socialista, com um protagonista austero, de violento entusiasmo. Já o segundo, filme de abertura da mostra e uma das obras-primas da filmografia soviética, é um dos melhores exemplos dos novos ventos estéticos do período do Degelo (1953-1964).

Palavras de ordem e “grandes temas” dão lugar à lírica dos rostos em close e das experiências pessoais do soldado Aliôcha, da jovem Chúra e dos personagens que cruzam seu caminho ao longo da melancólica viagem do front à casa materna. 

Outro retrato da juventude, “O Mensageiro” (1986, de Karen Shakhnazarov) aborda o vazio existencial nesses que seriam os anos finais da URSS, emoldurando a falta de perspectivas com danças de break e espectros da Guerra Afegã-Soviética (1979-1989). 

A mostra fica em cartaz no Itaú Augusta e no SPCine Olido, de 4 a 11 de dezembro, com ao menos duas exibições de cada filme.

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“A Balada do Soldado” abre a 6ª Mostra Mosfilm nesta quarta-feira

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Clássico de 1959, terá sessão de abertura gratuita na Mostra

 

A sessão de abertura da 6ª Mostra Mosfilm de Cinema Russo será realizada nesta quarta-feira (04), Espaço Itaú de Cinema da Rua Augusta, às 21 horas, com o filme “A Balada do Soldado”.

 

A Mostra Mosfilm de Cinema é uma realização do CPC-UMES Filmes, em parceria com a SPCine e Itaú Cinemas.

 

O clássico de Grigori Chukhray, A Balada do Soldado (1959) acompanha a história do soldado Alyosha que, durante a 2ª Guerra Mundial, destrói dois tanques alemães. Ao invés de uma medalha, pede uma licença para visitar a mãe. Na jornada, o jovem compartilha com o povo os sacrifícios da vida na retaguarda

O filme foi premiado nos festivais de Cannes, São Francisco, Londres e Milão.

 

Entre os dias 4 e 11 de dezembro, a já consagrada mostra apresentará 12 longas metragens do cinema em 29 sessões em dois diferentes locais de exibição.

As sessões serão realizadas em dois diferentes e tradicionais cinemas – o SPCine Olido e o Espaço Itaú de Cinema da Rua Augusta, duas importantes referências culturais da capital paulista.

 

Todos os longas terão ao menos duas exibições, sendo pelo menos uma no Itaú (Rua Augusta, 1.475) e uma no SPCine Olido (Av. São João, 473).

 

Os ingressos têm preços populares (R$ 4 a R$ 10) e as acontecem em cinco horários diversos.

 

A sessão de abertura da Mostra é gratuita. É necessário confirmar presença pelo e-mail: mostramosfilm@umes.org.br 

 

Retirada de ingressos com 1 hora de antecedência. Sujeito a lotação da sala.

 

Clique aqui e veja a programação completa e as sinopses dos filmes da Mostra

 

Locais de exibição:

 

Itaú Cinemas Augusta

Rua Augusta, 1.475, sala 3 – Consolação – São Paulo – SP

Ingressos: R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia entrada)

 

Circuito SPCine – Cine Olido

Av. São João, 473, Centro – São Paulo – SP

Ingressos: R$ 4,00 (inteira) e R$ 2,00 (meia entrada)

 

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Mostra de Cinema Israel-Palestina debate os Caminhos para a Paz

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Debatedores, Ualid Rabah, da Federação Palestina (Fepal) e Daniel Douek, do Instituto Brasil-Israel (IBI).
O debate foi mediado por Nathaniel Braia (ao centro) – Foto: Thaynan Diniz/UMES

 

“O sucesso dessa mostra, com certeza, nos levará a outros eventos sobre este tema”, afirmou o presidente da Umes, Lucas Chen

 

A “Mostra de Cinema Israel-Palestina”, organizada pela União Municipal de Estudantes Secundaristas de São Paulo – UMES e o Instituto Brasil-Israel (IBI), com apoio da Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal), teve seu encerramento no domingo, dia 1º, com o filme “Promessas de Um Mundo Novo” dirigido pelo israelense B.Z. Goldberg.

À apresentação do filme seguiu-se um debate com a participação do colaborador do Instituto Brasil-Israel, Daniel Douek (mestre em Letras pelo Programa de Estudos Judaicos e Árabes da USP) e de Ualid Rabah, presidente da Fepal.

Além do filme apresentado no encerramento, a mostra trouxe, nos dois dias anteriores, ao Cine-Teatro ‘Denoy de Oliveira’, uma seleção de mais três filmes que colecionaram prêmios ao trazerem para as telas visões críticas aos interesses, preconceito e estreiteza que mantêm o conflito. Os filmes retratam suas graves consequências para as sociedades israelense e palestina. “Paradise Now”, “Limoeiro” e “Bubble”, foram os exibidos nos dias 29 e 30 de novembro.

DEBATE

No debate, Daniel Douek saudou a mostra e seus idealizadores e ressaltou a capacidade do cinema de “ao imaginar outros mundos, contribuir para criar novas realidades”.

“O sucesso dessa mostra, com certeza, nos levará a outros eventos sobre este tema”, afirmou o presidente da Umes, Lucas Chen

Douek analisou o filme “Promessas”, exibido pouco antes, mostrando que o diretor se “valeu de alguns ângulos de abordagem para produzir a reflexão que o próprio título do documentário já sugere. Em alguns momentos é ele próprio que cria as situações incomuns (que sem sua participação não ocorreriam) a exemplo do encontro entre crianças israelenses e palestinas em um campo de refugiados palestinos, ou nas entrevistas com aquelas crianças que não transpõem o afastamento para se encontrarem”.

Daniel Douek

“Em outros momentos”, prosseguiu Douek, “o diretor mostra situações nas quais ele também é espectador e não tem o poder de intervir, a exemplo das cenas da visita da família do palestino detido em uma prisão israelense”.

Daniel acrescentou que, “se de um lado o filme ressalta os impasses, também coloca a utopia da solução do conflito na mão dos mais jovens, abrindo brechas para sua superação”.

O palestino Ualid Rabah, também viu aspectos positivos na busca pela paz preconizada pelo diretor, mas alertou para alguns aspectos que não lhe passaram despercebidos: “Em primeiro lugar é omitida, em absoluto, a presença dos palestinos cristãos na sociedade palestina, além disso as forças políticas ressaltadas no documentário, Hamas e Frente Popular, são forças que não advogam a solução dos Dois Estados. A vertente histórica representada pelo Fatah, por exemplo, não se apresenta”.

“Fica uma sutil sensação de que a intransigência é palestina e tem caráter religioso e isso, além de não ser real, é perigoso”.

 

SOLUÇÕES

 

“Neste aspecto”, ressaltou Ualid, “não pode haver paralelo ou simetria entre ocupante e ocupado. Falamos em paz mas, seja qual for o debate para a alcançarmos, isso implica em tratarmos de assuntos como o do direito dos refugiados ao retorno, o fim dos assentamentos israelenses em território palestino, entre outras questões que nos desafiam”.

 Ualid

Para ele, “a questão palestina não é, nem nunca foi, uma questão religiosa; não é uma questão de visão. Ela resulta da ação colonialista e sua solução se dá – assim como coube a outros povos – na luta pelo fim deste colonialismo que implica em ocupação e pela realização do direito do povo palestino à autodeterminação”.

Ao final de sua participação no debate, Ualid retomou a crítica do uso distorcido e nocivo da religião de forma a gerar a manutenção do conflito: “Vemos com apreensão a visão do falso messianismo propalado pelos neopentecostais, que em sua negação da história, atribuem exclusividade aos judeus na posse do território palestino. Uma visão que reforça a islamofobia e o antissemitismo, exacerba os preconceitos e, assim, atende a interesses colonialistas e que é extremamente prejudicial e perigosa para os judeus, assim como para os palestinos, sejam eles muçulmanos ou cristãos”.

 

SUPERAÇÃO

 

O colaborador do IBI, finalizou sua intervenção voltando a trazer a questão de que “os filmes exibidos na mostra apresentam um aspecto central: para além do conflito, que surge em primeiro plano entre Israel e Palestina, há uma luta no seio destas duas sociedades, hoje fraturadas. A aliança entre as forças que portam as concepções em favor da superação do conflito é o caminho para a integração e a paz”.

O presidente da Umes, Lucas Chen, encerrou a mostra agradecendo a participação dos debatedores e afirmando considerar “muito feliz a iniciativa que proporcionou estas exibições, assim como este debate. Uma iniciativa que nos estimula a outros eventos que, como este, são da maior importância para que a nossa juventude compreenda as raízes deste conflito e, com base nisso, acredite na possibilidade da paz e de sua superação. O sucesso dessa mostra, com certeza, nos levará a outros eventos sobre este tema”.

Do Jornal Hora do Povo

 

Veja a íntegra do debate na nossa Página no Facebook

 

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“Fim do Fundeb ameaça a escola pública brasileira”, alertam parlamentares

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Na quarta-feira (27), uma mobilização de parlamentares de diversos partidos e entidades ligadas à Educação realizaram um ato na Câmara dos Deputados pela continuidade do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb).

O encontro intitulado como “Dia Nacional em Defesa do Novo Fundeb” foi marcado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) no Salão Verde da Câmara Federal, e contou com a participação da UNE, UBES, ANPG, CONTEE, Campanha Nacional Pelo Direito à Educação, FNPE, Frente Parlamentar Mista da Educação, FENET, SINASEFE e FASUBRA.

Após o ato, uma delegação se reuniu com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e vários parlamentares que foram solicitar apoio para a aprovação da PEC 15/2015, que torna permanente a manutenção do Fundeb.

Rodrigo Maia se comprometeu a ajudar na negociação para um entendimento e votação da proposta. O objetivo é evitar a queda da legislação que financia, desde 2006, mais de 60% dos gastos na educação básica, da creche ao ensino médio. O modelo atual validade até 2020 e, segundo os manifestantes, corre risco de não ser renovado ou ser precarizado pelo governo Bolsonaro.

O presidente da CNTE, Heleno Araújo, destacou a importância da população conversar com seus deputados e senadores para mostrar o apoio ao novo Fundeb: “É importante levar esse debate a cada local de trabalho, a cada condomínio e escola. Acabando o Fundeb em 2020 isso significa fechar as escolas públicas. E nós não podemos permitir que isto aconteça! Estamos aqui lutando por um direito universal, básico, humano, que é a educação pública para todos e todas”, disse.

De acordo com o presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), Pedro Gorki, a partir de 2021, “a escola pública brasileira poderá entrar em colapso total, caso não seja renovado o Fundeb”, que é responsável por quase metade do investimento em educação no Brasil.

Membro ativo da Comissão de Educação, a deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) afirmou que um fundo importante como o Fundeb não pode depender de governos, é preciso virar política de Estado. “O Fundeb já significa um grande avanço, mas agora nós queremos um novo tempo, onde o Fundeb seja permanente, para que o financiamento da educação não fique ao sabor dos humores dos governantes, às intempéries. Esse é o investimento que fará do Brasil um país independente, liberto, sem amarras estrangeiras e com garantia da sua afirmação e identidade nacional”, disse.

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) considera que o Fundeb “é fundamental para a manutenção, expansão e melhoria da qualidade de ensino no Brasil. Entretanto, corre o risco de ser extinto. Para evitar tamanho retrocesso, apresentamos em nosso mandato, uma proposta de emenda constitucional para tornar permanente o fundo”, disse.

O deputado federal Bacelar (Pode-BA) que esteve presente no ato, se manifestou em suas redes sociais sobre o encontro “Seguimos na defesa da educação básica! Uma quarta-feira marcada por atos e reuniões pelo Novo Fundeb. UBES, Une, deputados e senadores todos, juntos, na luta pelo ensino público de qualidade. Depois do ato no cafezinho do Salão Verde da Câmara fomos recebidos pelo presidente Rodrigo Maia! A expectativa para que, a principal fonte de financiamento da educação básica seja permanente, é alta! O prazo está acabando. 2020 bate na porta e nossos alunos merecem mais respeito!”, destacou Bacelar.

Atualmente três propostas de PECs que tratam da permanência do Fundeb tramitam no Legislativo, caso da PEC 15/2015, cuja relatora é a deputada federal Professora Dorinha Seabra Rezende (DEM-TO), presente no ato e na reunião com Maia. 

A PEC 15/2015 é defendida pelas entidades e determina a ampliação da participação da União no financiamento do Fundeb para 15% em 2021 – hoje essa cota é de 10% –, até chegar a 40% em 2031. O projeto é contestado pelo governo que, até o momento, não apresentou nenhuma proposta concreta sobre o tema, omissão que pode provocar dificuldades orçamentárias para os municípios.

“Queremos manter e desenvolver a educação básica – creche, pré-escola, ensino fundamental e médio, jovens e adultos. Educação básica é tudo para o Brasil. Também queremos, ao mesmo tempo, valorizar os profissionais da educação, professores e profissionais”, explicou o senador Flávio Arns (Rede/PR), relator da Proposta de Emenda Constitucional 65/2019, que também trata da renovação do Fundeb. 

A líder da Minoria da Câmara, deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), reforçou a luta para colocar a matéria na pauta da Câmara este ano ainda.“

“É fundamental que a gente garanta que esse novo Fundeb possa ser aprovado em curtíssimo espaço de tempo. Essa pauta precisa ganhar a relevância necessária e ganhe a pauta ainda este ano. Esse era o compromisso. Esse texto foi feito a partir de uma construção ampla. Queremos garantir não só nosso compromisso, mas garantir a amplitude suprapartidária para que esse projeto ande e garanta recursos suficientes para manter as escolas”, pontuou.

FUNDEB

O Fundeb foi criado com o objetivo de financiar todas as etapas da educação básica, fortalecer a equidade no financiamento da educação brasileira e garantir a valorização dos profissionais da educação. Além disso, é responsável por 50% de tudo o que se investe por aluno a cada ano em pelo menos 4.810 municípios brasileiros (86% do total de 5.570 municípios). 

O Fundo é formado por 27 fundos (de estados e Distrito Federal) compostos por recursos de impostos como IPVA, IPTU, entre outros. Estes fundos são redistribuídos aos municípios e estados de acordo com o número de alunos. A União complementa com 10% do valor total de tudo que é investido. O Fundeb também garante o Piso Nacional do Magistério e o pagamento de funcionários e funcionárias das escolas.

O Fundeb tem vigência assegurada até 31 de dezembro de 2020. Após essa data, o regime de cooperação ficará extinto, podendo comprometer gravemente o financiamento da educação em todo país. A previsão é que o Congresso vote a proposta do novo Fundeb ainda no primeiro semestre de 2020, para garantir que os municípios recebam recursos para manter as escolas.

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Mostra Permanente de Cinema Italiano encerra a programação de 2019 com “Belíssima”, de Luchino Visconti

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O Cine-Teatro Denoy de Oliveira apresenta: Mostra Permanente de Cinema Italiano

 

Uma das mais importantes cinematografias do mundo, a italiana, já quase não é vista nas telas de cinema e televisão do Brasil, cada vez mais abarrotadas de subprodutos da indústria hollywoodiana.

Enquanto o governo insiste em não realizar uma política cultural que garanta aos brasileiros o acesso às melhores obras da produção cinematográfica mundial, inclusive a nossa, a UMES (União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo) vai fazendo o que pode para preencher a lacuna.

 

 

 

02/12 – 19H: “BELÍSSIMA” (1951), DE LUCHINO VISCONTI – ÚLTIMA SESSÃO DO ANO!

 

 

SINOPSE

Madalena Cecconi (Anna Magnani) faz de tudo para que sua filha, a pequena Maria (Tina Apicella), se torne uma estrela de cinema. Ela então acaba levando a menina para disputar um concurso que vai escolher a protagonista do filme de um famoso cineasta. Esse é o início de muitas desilusões.

 

O DIRETOR

Luchino Visconti di Modrone, conde de Lonate Pozzolo, nasceu em Milão e descende da família Visconti da antiga nobreza italiana. Começou seu trabalho no cinema como assistente do diretor francês Jean Renoir nos filmes “Toni” (1934), “Les Bas-Fonds” (1936), “Partie de Campagne” (1936). Ingressou no Partito Comunista d’Italia em 1942. Seu primeiro filme como diretor foi “Obsessão” (1943). Voltou-se em seguida para o teatro. Em 1948, realizou “La Terra Trema”, um clássico do cinema neorrealista. Recebeu sua primeira premiação no Festival de Veneza (Leão de Prata), em 1957, pelo filme “As Noites Brancas” – baseado em conto de Fiodor Dostoievski. Em 1960, chega aos cinemas “Rocco e Seus Irmãos” e, em 1963, o mais aplaudido de seus trabalhos, “O Leopardo”, adaptação do romance de mesmo nome de Giuseppe Tomasi di Lampedusa. Depois vieram “As Vagas Estrelas da Ursa” (1965), “O Estrangeiro” (1967), “Os Deuses Malditos” (1969), “Morte em Veneza” (1971), “Ludwig” (1972), “Violência e Paixão” (1974) e “O Intruso” (1976).

Visconti assina também a direção de 42 peças teatrais e 20 óperas encenadas entre 1945 e 1973.

 

 

Confira nossa programação completa: http://bit.ly/MostraCinemaItaliano

 

SERVIÇO

Filme: Belíssima (1951), de Luchino Visconti

Duração: 114 minutos

Quando: 02/12 (segunda-feira)

Que horas: pontualmente às 19 horas

Quanto: entrada franca

Onde: Rua Rui Barbosa, 323 – Bela Vista (Sede Central da UMES SP)

 

 

 

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Tempos estranhos: “Cristo parou em Éboli”, de Francesco Rosi, e o Brasil

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Gian Maria Volonté, no papel do exilado Carlo Levi, em O Cristo parou em Éboli, de Francesco Rosi

CAIO PLESSMANN*

 

Cristo parou em Éboli de Francesco Rosi, lançado em 1979 e exibido no Cineteatro Denoy de Oliveira na última segunda feira, 11/11/19, em uma projeção tecnicamente perfeita, é um mergulho no humanismo milenar da Itália e confirma a excelência da programação que é oferecida gratuitamente ao público naquele importante espaço cultural da União Municipal de Estudantes Secundaristas, na cidade de São Paulo.

 

Ali acontece a Mostra Permanente de Cinema Italiano, que chega agora à sua reta final, após todo um ano de encontros com clássicos memoráveis.

 

Cristo parou em Éboli toca fundo no público, que sai extasiado com o poder da arte. Adaptado do livro autobiográfico de Carlo Levi, escritor, médico, artista plástico e militante político antifascista, é protagonizado por Gian Maria Volonté no intrigante espaço cênico de Basilicata, sul da Itália (Eboli), e conduzido de forma impecável, sensível e contemplativa pelo cineasta, com música original de Piero Picioni. Vale citar que o filme também ganhou dois David di Donatello – de “Melhor Filme” e “Melhor Diretor” – e o Prêmio de Ouro do 11° Festival de Moscou.

 

O protagonista Carlo Levi (Volonté), ao analisar seus quadros, busca o sentido de sua vida e recorre à sua história pessoal para poder avançar em sua investigação. Volta à sua passagem por Éboli, na qualidade de exilado político, e contempla a si mesmo, para extrair a lógica da transformação que sofreu e resultou no homem que se tornara.

 

O filme caminha de forma intimista, convida à reflexão sob o signo da memória em um duplo registro: subtrai de forma enigmática a substância do título da obra, com a afirmação de que Jesus Cristo não havia passado por Éboli, e traz assim a ideia de que o personagem se dirige a um não lugar, ou antes a um local que resiste no tempo à cultura cristã, mas cria também, com essa subtração, uma contradição interna que chama a atenção para a sua resolução e, nessa dinâmica, vamos descobrindo, junto com o autor, com o personagem e seu drama, e com todo o público, a razão da obra.

 

Em Éboli, Carlo chega abalado. É alguém que, posicionado em sua própria visão de mundo, resultado de sua formação cultural, se distancia de tudo, das pretensões que teve, mas sobretudo das circunstâncias citadinas sob o regime fascista, para poder viver em paz e pouco a pouco retomar sua vida.

 

Carlo é, assim, uma espécie de anti-revoltado que, no entanto, vive em seu pacifismo a ideia de que a aceitação do destino não significa renúncia de si, mas sim o contrário: o exilado político, o personagem, se ampara na cultura científica e humanista que o constitui e faz disso a base de uma resiliência insuperável, onde se afirma um caminho de sobrevivência e a recuperação de suas forças, situação que o faz crescer na trama.

 

É difícil imaginar mais doçura de um autor, no caso de Rosi, ao retratar o fascismo que emergiu na Itália naquele período, o qual acompanhamos a partir de alguns discursos do Duce, dos ecos na população, e da própria gestão municipal fascista. Uma doçura critica, implacável e reveladora de todo o obscurantismo do regime, que se alimenta da ilusão, do provincianismo e da precariedade material daquelas paragens extraordinárias do sul da Itália, com seus ecos de antigas civilizações.

Nesse ambiente, a chave poética da obra vai se apresentando na trança imaginária entre personagem, autores (escritor e cineasta) e ideário crístico, ainda que este último se apresente muitas vezes de forma mundana, ou mesmo por ausência ou falseamento. É o desdobramento da aceitação sem renúncia que opera, na obra, a transformação da realidade e a renovação do significado do exílio.

 

Aos poucos, um novo Cristo vai nascendo, transformador, civilizado. Até onde isso estava nas entrelinhas da obra original é questão que não cabe nesta análise, mas o livro foi importante para levantar na Itália a discussão sobre o subdesenvolvimento do sul.

 

Algo semelhante ao que aconteceu no Brasil com o “Geopolítica da Fome”, de Josué de Castro, apesar das diferenças de construção e linguagem. Curiosamente, este último quase foi adaptado por Roberto Rosselini, o que também é sintomático.

 

Visto agora, tendo o fascismo como fator impregnado no subdesenvolvimento e como tema de fundo da obra, o filme se torna poderosa ferramenta de alusão ao momento atual brasileiro. O público, sem perceber, é alimentado pela ciência calma e vibrante de Carlo, resultado de sua fórmula vital cheia de civilidade e introspecção crítica, a qual impõe um calendário de dias contados ao autoritarismo e expressa uma estratégia de fortalecimento da vida.

 

O resultado é a elevação do público ao final da sessão. Radiografia poética de uma vitória sobre a loucura, a ignomínia e a maldade, luz contra o desalento e a depressão, o filme é antídoto contra a desfaçatez do nosso tempo, agora transmutada em “verdade” acima de tudo e de todos.

 

*Caio Plessmann é cineasta. Artigo publicado no jornal Hora do Povo

Encontro gremios UMES

Encontro de Grêmios de São Paulo – Unir forças para derrotar Bolsonaro e libertar o Brasil

Encontro gremios UMES

Estudantes se reuniram na sede central da entidade – Foto: Thaynan Diniz/UMES

Nesta segunda-feira (25), a União Municipal dos Estudantes Secundaristas – UMES realizou o Encontro de Grêmios da Cidade de São Paulo, que reuniu, na sede central da entidade, representantes de escolas de toda a capital paulista.

 

O encontro de grêmios livres debateu os ataques contra a Educação brasileira e as ameaças de do governo Bolsonaro à democracia. Durante todo o dia, os estudantes discutiram diferentes formas de ampliar a denúncia dos desmandos bolsonaristas e a necessidade de fortalecimento das entidades estudantis, que são uma importante trincheira na defesa dos direitos do povo brasileiro.

 

Além dos representantes dos grêmios e da diretoria da UMES, participaram do encontro representantes da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) e da União Paulista dos Estudantes Secundaristas (UPES).

 

Os estudantes denunciaram os ataques de Abraham Weintraub, o ministro da bolsonarista, contra o ensino público. Segundo eles, Weintraub se apresentou como o pior ministro da Educação da nossa história. “Em 2019, o governo Bolsonaro estrangulou a verba da Educação, Ciência e Tecnologia do nosso país. Mais de 17 mil bolsas de pesquisa foram canceladas este ano, causando impactos alarmantes no desenvolvimento do nosso país”.

 

“Nosso papel é impulsionar esse processo, organizar debates, assembleias, manifestações e levantar toda a cidade de São Paulo para ser uma grande trincheira contra a tentativa de acabarem com as entidades estudantis, as organizações populares e toda a economia do nosso país”, destaca trecho do documento do Encontro de Grêmios.

 

As lideranças da capital paulista também trocaram experiências sobre as diferentes realidades de suas escolas, ampliando os vínculos e a cooperação entre os estudantes presentes no encontro.

 

O deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP), participou do encontro e saudou os estudantes que se mobilizam em defesa da Educação. “Fiquei muito feliz de participar do Encontro de Grêmios da UMES. Conversar com gente da cidade inteira que trouxe pra cá a realidade, do chão da escola, o dia-a-dia dos estudantes e ouvir as necessidades que eles possuem”, disse o deputado.

 

“Senti que a moçada saiu daqui pronta pra fazer luta. Luta em defesa do Brasil. Combatendo Bolsonaro e lutando por dias melhores, nas escolas e no Brasil”, destacou Orlando Silva.

 

Orlando na UMES

Orlando Silva deputado federal (PCdoB-SP), participou do encontro de grêmios – Foto: Thaynan Diniz/UMES

 

Leia os documentos de discussão do Encontro de Grêmios de São Paulo:

 

UNIR FORÇAS PARA DERROTAR BOLSONARO
E LIBERTAR O BRASIL

Desde que assumiu o poder, Bolsonaro tem dedicado seus esforços para destruir todos os avanços democráticos e sociais que foram conquistados na história brasileira.

 

Os ataques do clã bolsonarista aos direitos populares começaram a partir da nomeação das mais ilustres personagens da imbecilidade para a composição de seu ministério. Em todas as áreas, os retrocessos são de grandes proporções.

 

É o caso do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Sales, que incentivou as queimadas e o desmatamento na Amazônia e se omite frente aos vazamentos de óleo no Nordeste. Ou a esclarecida ministra da Mulher, Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, que defende a submissão das mulheres aos homens: “menino veste azul, menina veste rosa”.

 

Na corrupção, com seu Laranjal de candidatos fantasmas, liderados pelo brilhante ministro do Turismo, Marcelo Álvaro – que recentemente capturou e estrangulou a Secretaria Especial de Cultura.

 

Das milícias, seus infames amigos de condomínio, e de gabinetes como o próprio Fabrício Queiroz;

 

Privatistas dos mais baixos escalões como o próprio Paulo Guedes, figura asquerosa que se tornou reconhecido por aplicar golpes em fundos de pensão e tenta implementar o modelo que destruiu as aposentadorias do Chile no nosso país, acabando com a Previdência Social e pondo fim ao sonho de descanso da maior parte da população brasileira.

 

Abraham Weintraub, o ministro da Educação bolsonarista, também não foge à regra. Após defender o corte de verbas para as universidades e institutos federais que seriam locais de “balburdia”, Weintraub se apresentou como o pior ministro da Educação da nossa história.

 

Em 2019, o governo Bolsonaro estrangulou a verba da ciência e tecnologia do nosso país. Mais de 17 mil bolsas de pesquisa foram canceladas este ano, causando impactos alarmantes no desenvolvimento do nosso país.

 

A verba para a Educação Básica também foi duramente golpeada por este governo. E, agora tentam colocar fim ao FUNDEB, principal fonte de recursos para as escolas brasileiras.

 

 É HORA DA FRENTE DEMOCRÁTICA!

 

 Reconhecer nosso inimigo é importante, pois temos um governo que coloca em risco a nossa democracia.

 

Não é à toa que Eduardo Bolsonaro, porta voz deste desgoverno, declarou: “Se a esquerda radicalizar, a gente vai precisar ter uma resposta. E uma resposta pode ser via um novo AI-5…”. O sonho dos saudosos da Ditadura é poder torturar, matar, abusar e silenciar seus opositores sem serem responsabilizados pelos crimes cometidos, para assim entregarem todas nossas riquezas.

 

Desde já, Bolsonaro já libera a festa dos bancos nas aposentadorias, inicia a privatização de setores estratégicos do desenvolvimento como a Eletrobrás e setores da Petrobrás e a venda da Embraer à Boeing, tenta acabar os financiamentos da educação e saúde que na prática fecharia as portas de hospitais, escolas e faculdades públicas. Cada dia mais que Bolsonaro se mantém na presidência, a destruição do estado brasileiro aumenta.

 

O povo tem dado a resposta de que não aceitará nenhuma agressão aos seus direitos. Organizadas pelas entidades estudantis, gigantescas manifestações tomaram as ruas de todo o Brasil na campanha contra os cortes na educação e por uma educação de qualidade. Os grandes tsunamis da educação nos dias 15 e 30 de maio, 12 de julho, 13 de agosto, 7 de setembro e por último 2 e 3 de outubro, fizeram com que o governo fosse obrigado a recuar dos cortes na verba das universidades e institutos federais e reverter-se parte do arrocho da verba da educação.

 

O povo se organiza para derrotar o fascismo e o obscurantismo bolsonarista. Nas nossas manifestações, já se somam os que se arrependeram do voto em Bolsonaro nas últimas eleições, mas percebem hoje que ele não é nenhum messias.

 

Nosso papel é impulsionar esse processo, organizar debates, assembleias, manifestações e levantar toda a cidade de São Paulo para ser uma grande trincheira contra a tentativa de acabarem com as entidades estudantis, as organizações populares e toda a economia do nosso país.

 

A história do Brasil mostra que a luta vale a pena, derrotamos a escravidão e a ditadura, criamos grandes centros de estudo como as mais belas universidades por todo o país, um ensino técnico de qualidade que permitiu a criação das mais refinadas tecnologias e indústrias de grande porte como a Petrobras, isto tudo refletiu em melhores condições de vida para nossos familiares, amigos e a sociedade no geral. É hora de unirmos todas as forças numa grande frente democrática para derrotar Bolsonaro e podermos retomar nosso caminho para o desenvolvimento de um país soberano, livre de miséria, fome, desemprego, assassinatos e as mais variadas formas de opressão.

 

 UM GRÊMIO EM CADA ESCOLA!

 

 Qual é a escola dos nossos sonhos? É uma escola sem nenhum tipo de estrutura, sem professores, com falta de materiais básicos, onde somos tratados como um simples número para o estado ou é aquela que atende de fato a realidade, com um investimento real do estado na educação nacional, que tenha laboratórios, quadras de qualidade, professores valorizados? Aquela escola que nos ajude a realizar os nossos sonhos de entrar na Universidade pública que é o nosso espaço de direito, uma escola que de fato tenha uma transformação prática e efetiva e que nos leve para museus para conhecer a nossa história na prática?

 

Para de fato termos uma escola que não aprisione os nossos sonhos, precisamos fortalecer os grêmios estudantis, fazendo debates, projetos nas nossas escolas e assim fortalecemos cada dia mais o movimento estudantil que tem uma belíssima história em defesa da educação brasileira, por isso temos a UMES-SP, a União Municipal dos Estudantes Secundaristas que construiu os grandes tsunamis da educação e que em unidade vai derrotar os inimigos do povo e da educação.

 

FORTALECER O ENSINO TÉCNICO, PÚBLICO E GRATUITO

 

A luta pelo ensino público, gratuito e de qualidade sempre foi a principal bandeira de luta dos estudantes ao longo da História do Brasil. É por meio de um ensino de qualidade podemos proporcionar a desconstrução da intolerância que hoje assola o país.

  

Quando nos referimos ao ensino técnico, esse pensamento toma uma proporção ainda maior. A sua proposta (desde a origem) é de levar não só o ensino básico para os estudantes, mas também uma qualificação profissional, maior exposição à Ciência e Tecnologia nos diversos cursos que são disponibilizados pelos institutos de ensino.

 

O ensino técnico é uma importante ferramenta para vencermos a grave crise que hoje afeta de diversas maneiras o Brasil. Os jovens brasileiros são algumas das maiores vítimas do desemprego e, mão-de-obra qualificada aumenta a possibilidade de o estudante conseguir um emprego de qualidade, tirando-o da informalidade e diminuindo assim a fila de desempregados e subempregados que hoje passa dos 30 milhões de pessoas em todo o país. Dando a possibilidade de consumo para a população, fazendo com que a economia interna saia da estagnação.

 

Ao decorrer dos anos, a única coisa que se torna perceptível nos governos que passaram pelo Brasil são seus projetos de desmanche da educação pública, dificultando a formação adequada dos estudantes e impedindo o desenvolvimento de uma mão-de-obra mais qualificada que atenda as necessidades de produção do país para podermos assim vencer essa desigualdade social e econômica.

 

No ensino técnico estadual o ataque consiste em retirar investimentos para sucatear a formação nas instituições de ensino, que deixam de oferecer maquinários para o dia-a-dia, e que possuem materiais obsoletos que dificultam o manuseio e o entendimento de quem está utilizando.

 

Nas ETECs, os problemas começam pela falta de verba que hoje é suprida pelas APMs (Associação de Pais e Mestres) que com contribuições tentam mantê-las em funcionamento, ainda que precário.

 

Os problemas não param por aí, a situação chegou ao extremo em algumas ETECs, como por exemplo, a ETEC Guaracy Silveira, onde chove mais dentro do que fora, ou em outros casos na falta de suprimentos e materiais na inexistência de computadores, laboratórios, carteiras, sala de aula e até mesmo professores.

 

Mas os problemas não param na falta de investimento. A incorporação da reforma do Ensino Médio nas ETECs, com a extinção do Ensino Médio Integrado ao Médio (ETIM) que seria substituído pelo MTEC, reduz, ao longo dos três anos, 760 horas de aula do Ensino Médio “comum”. Mais uma forma de cortar verba, reduzir investimento na educação, sucatear a qualidade, retirar a formação crítica dos estudantes e assim formar apertadores de parafuso sem condições de prestar o vestibular.

 

Este é o fim do ensino técnico para o Estado de São Paulo.

 

IFS

  

O governo Bolsonaro iniciou uma campanha de destruição do ensino público, do básico ao ensino técnico federal. Os IFs estão na mira de Bolsonaro, com os cortes na verba de custeio, o governo tentou acabar com o financiamento da educação; com Escola Sem Partido tentou censurar toda a comunidade escolar; tentou nomear interventores nas reitorias para aplicar seus ataques e com a proposta do FUTURE-SE tentou acabar com o investimento publico no ensino federal, criando margem para o setor privado dominar o ensino brasileiro e tira-lo das mãos do povo.

  

Os resultados dessas medidas são os IFs enfrentando dificuldades para manter serviços básicos, como pagar em dia contas de água e luz, assim como sucateamento dos laboratórios, redução de bolsas assistenciais, cancelamento de projetos de fomento à pesquisa e extensão, aumento da retenção e a da evasão escolar. A instituição perde qualidade e o estudante seu direito de poder contribuir para o crescimento do país.

 

As propostas de destruição de Bolsonaro vão além da falta de verba nos setores estratégicos do país, o ataque proposto pelo clã bolsonarista cerceia a democracia e o pensamento crítico. O repudio de Bolsonaro à educação e à ciência mostra a verdadeira estratégia: deixar o povo na ignorância.

 

Obscurantismo que se assemelha com a idade das trevas.

 

Isso mostra a importância da educação pública, gratuita e de qualidade, junto à ciência e tecnologia para derrotar esse projeto fascista. Ao longo da história da humanidade estas ferramentas mostraram ser a maior arma contra as ditaduras fascistas que tentaram subjugar os povos. 

 

É nesse contexto que queremos um ensino técnico que nos permita derrotar Bolsonaro.

 

É inquestionável que a função da escola seja formar cidadãos para se tornarem emancipados. Porem isso só será possível se o ensino técnico for prioridade, se tivermos orçamento para custear sua qualidade. Desse modo, o jovem se formará com maiores chances de emprego, tendo conhecimento destacado e uma profissão, podendo ajudar sua família e investir em seu futuro e nos seus sonhos.

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Mostra Mosfilm chega à 6ª Edição com 29 sessões e dois locais de exibição

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De 4 a 11 de dezembro São Paulo receberá 12 longas metragens do cinema soviético e russo. As produções, de períodos e estilos variados, fazem parte da programação da Mostra Mosfilm, que chega à sua 6ª edição com 29 sessões, doze a mais que no ano passado, e dois parceiros à altura da programação: o Circuito SPCine e o Itaú Cinemas.

Produções de várias décadas serão exibidas nos 8 dias de mostra, e a diversidade de gêneros também chama a atenção na curadoria. Entre os destaques da programação estão “A Balada do Soldado”, clássico de Grigori Chukhray, a ficção científica “Stalker”, de Andrei Tarkovsky, e “A Prisioneira do Cáucaso”, de Leonid Gayday, uma das mais populares comédias russas de todos os tempos. Os três filmes passaram, recentemente, por cuidadosos processos de restauração no Mosfilm, o que também aconteceu com mais 5 dos 12 filmes da Mostra.

Outra novidade é a exibição de um balé, a versão de “Spartacus” de Yury Grigorovich, de 1975, com o Balé Bolshoi. Karen Shakhnazarov, diretor geral do Mosfilm, também tem filme na programação deste ano, o drama “O Mensageiro”, de 1986. O filme mais recente da seleção é a comédia “Aluga-se uma Casa com Todos os Inconvenientes”, de Vera Storozheva, de 2016.

 

A possibilidade de ter dois locais de exibição viabilizou maior número de sessões, e também mais possibilidades de o público conferir os filmes, quase todos inéditos no Brasil. Todos os longas terão ao menos duas exibições, sendo pelo menos uma no Itaú (Rua Augusta, 1.475) e uma no SPCine Olido (Av. São João, 473). Os ingressos têm preços populares e as sessões têm 5 horários diversos.

 

A Mostra é uma realização do CPC-UMES Filmes, em parceria com a SPCine e Itaú Cinemas.

 

Apoio: Agência de Assuntos da Comunidade dos Estados Independentes da Federação da Rússia (Rossotrudnichestvo), Embaixada da Federação da Rússia na República Federativa do Brasil, Sputnik Cultural e Associação Cultural Grupo Volga de Folclore Russo.

 

Confirme presença no Facebook clicando aqui.

Informações Gerais

6ª Mostra Mosfilm de Cinema Soviético e Russo

De 04/12* a 11/12/19

Locais de exibição

Itaú Cinemas Augusta

Rua Augusta, 1.475, sala 3 – Consolação – São Paulo – SP
Ingressos: R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia entrada)

 

Circuito SPCine – Cine Olido

Av. São João, 473, Centro – São Paulo – SP
Ingressos: R$ 4,00 (inteira) e R$ 2,00 (meia entrada)

 

Programação

 

DIAS E HORÁRIOS DAS SESSÕES:

 

Filme: A Balada do Soldado
04/12* – Itaú Augusta – Sala 1 – 21h
07/12 – SPCine Olido – 17h
08/12 – Itaú Augusta – Sala 3 – 19h
*Sessão de abertura, gratuita. É necessário confirmar presença pelo e-mail mostramosfilm@umes.org.br.
Retirada de ingressos com 1 hora de antecedência. Sujeito a lotação da sala.  

Filme: Volga-Volga
08/12 – SPCine Olido – 19h
10/12 – Itaú Augusta – Sala 3 – 19h

Filme: Amigos Verdadeiros
05/12 – Itaú Augusta – Sala 3 – 21h
08/12 – SPCine Olido – 17h
09/12 – Itaú Augusta – Sala 3 – 19h

Filme: O Comunista
06/12 – SPCine Olido – 15h
11/12 – Itaú Augusta – Sala 3 – 19h

Filme: Eles Lutaram Pela Pátria
05/12 – SPCine Olido – 19h
07/12 – Itaú Augusta – Sala 3 – 21h
11/12 – Itaú Augusta – Sala 3 – 21h

Filme: A Flor de Pedra
07/12 – SPCine Olido – 15h
08/12 – Itaú Augusta – Sala 3 – 16h30m

Filme: Spartacus
05/12 – SPCine Olido – 15h
09/12 – Itaú Augusta – Sala 3 – 21h

Filme: A Prisioneira do Cáucaso
06/12 – Itaú Augusta – Sala 3 – 19h
08/12 – SPCine Olido – 15h
10/12 – Itaú Anexo – Sala 4 – 21h

Filme: Rapaziada!
05/12 – SPCine Olido – 17h
07/12 – Itaú Augusta – Sala 3 – 16h30m

Filme: O Mensageiro
05/12 – Itaú Augusta – Sala 3 – 19h
06/12 – SPCine Olido – 17h

Filme: Stalker
06/12 – Itaú Augusta – Sala 3 – 21h
07/12 – SPCine Olido – 19h
08/12 – Itaú Augusta – Sala 3 – 21h

Filme: Aluga-se uma Casa com Todos os Inconvenientes
06/12 – SPCine Olido – 19h
07/12 – Itaú Augusta – Sala 3 – 19h 

Exposição “As Matryoskhas”, por Nadia Ramirez Starikoff

Dos dias 05/12 a 08/12 estará em cartaz, no hall de entrada do SPCine Olido, a exposição “As Matryoskhas”, de Nadia Ramirez Starikoff. Filha de mãe russa, a artista tem sua trajetória marcada pela migração. Inspiradas nas bonecas de origem russa, as obras retratam as origens ancestrais, a materialidade do corpo, as conexões com o outro, as relações com o ambiente e, por fim, a relação com o universo em sua mais infinita amplitude.

Comidas, bebidas e artesanato típico do Leste Europeu

 

Um pedacinho da tradicional Feira do Leste Europeu estará na Galeria Olido no sábado, 07/12, com barracas de comidas, bebidas e artesanato típicos da região. A Feira do Leste Europeu acontece mensalmente na Vila Zelina, bairro que concentra o maior número de imigrantes de países do Leste Europeu em São Paulo.

Sábado, 07/12/2019
Horário: das 13h às 20h
SPCine Olido (Av. São João, 473)

 

Sobre os filmes

 

A BALADA DO SOLDADO

1959 / P&B / 88 MIN / GUERRA

Direção: Grigori Chukhray
Elenco: Vladimir Ivashov, Zhanna Prokhorenko, Antonina Maksimova e Nikolai Kryuchkov

Sinopse: Durante a 2ª Guerra, o soldado Alyosha destrói dois tanques alemães.  Ao invés de uma medalha, pede uma licença para visitar a mãe. Na jornada, o jovem compartilha com o povo os sacrifícios da vida na retaguarda. Premiado nos festivais de Cannes, São Francisco, Londres e Milão.

VOLGA-VOLGA
1938 / P&B / 104 MIN / COMÉDIA MUSICAL

Direção: Grigori Aleksandrov
Elenco: Lyubov Orlova, Igor Ilinsky, Andrei Tutyshkin e Vladimir Volodin

Sinopse: Acompanhados por um burocrata que pretende utilizá-los em proveito de sua ascensão, dois grupos de artistas amadores deixam a aldeia em que vivem e vão participar de um concurso de talentos em Moscou. Terceiro musical estrelado por Lyubov Orlova, com direção de Grigori Aleksandrov e música de Isaak Dunaevsky.

 

AMIGOS VERDADEIROS

1954 / COR / 100 MIN / COMÉDIA

 
Direção: Mikhail Kalatozov
Elenco: Vassily Merkurev, Boris Chirkov, Aleksandr Borisov e Liliya Gritsenko

Sinopse: Era uma vez três garotos que moravam em um subúrbio de Moscou. Borka tornou-se um famoso cirurgião; Sashka, professor de pecuária; e Vaska, doutor em arquitetura. Lembrando-se da promessa dada um ao outro quando crianças, eles partem em uma jangada pelo rio Volga e passam por muitas aventuras.

 

O COMUNISTA

1957 / COR / 110 MIN / DRAMA

Direção: Yuli Raizman
Elenco: Evgeny Urbansky, Sofya Pavlova, Evgeny Shutov e Boris Smirnov

Sinopse: Realizado para marcar o 40º Aniversário da Revolução, o filme mostra a curta, mas brilhante vida de Vassily Gubanov, seu trabalho honesto e consciencioso na construção de uma grande central elétrica em Zagora, durante a Guerra Civil. Sem perceber, ele vai realizando os feitos que o tornarão um herói postumamente. Menção Honrosa no Festival de Veneza.

 

ELES LUTARAM PELA PÁTRIA

1975 / COR / 157 MIN / GUERRA 

Direção: Serguei Bondarchuk
Elenco: Vassily Shukshin, Vyacheslav Tikhonov, Serguei Bondarchuk e Yury Nikulin

Sinopse: Reconstituição dos três dias de retirada de um regimento do Exército Vermelho em direção à Stalingrado, sob a ótica de três soldados de origens diferentes — um engenheiro agrônomo, um mecânico e um mineiro. Baseado em romance do Nobel de literatura Mikhail Sholokhov, foi indicado à Palma de Ouro de 1975.

A FLOR DE PEDRA

1946 / COR / 81 MIN / AVENTURA 

Direção: Aleksandr Ptushko
Elenco: Vladimir Druzhnikov, Ekaterina Derevschikova, Tamara Makarova e Mikhail Troyanovsky

Sinopse: Mestre da animação e efeitos especiais, Aleksandr Ptushko realizou em 1946 um dos mais instigantes filmes fantásticos da história do cinema, contando a fábula de um artesão que se dispõe a sacrificar tudo pela perfeição técnica de sua arte.

STALKER

1979 / COR / 162 MIN / FICÇÃO CIENTÍFICA 

Direção: Andrei Tarkovsky
Elenco: Aleksandr Kaidanovsky, Anatoly Solonitsyn, Nikolai Grinko, Alisa Freyndlikh

Sinopse: Num futuro indefinido, um guia (stalker) conduz dois homens conhecidos como Escritor e Professor a uma área proibida, a “Zona”. Dentro dela há uma usina desativada com um aposento que possui a propriedade de realizar os desejos de quem entrar nele. Prêmio Especial do Júri no Festival de Cannes (1980).

ALUGA-SE UMA CASA COM TODOS OS INCONVENIENTES

2016 / COR / 90 MIN / COMÉDIA

Direção: Vera Storozheva
Elenco: Victoria Isakova, Irina Pegova, Nina Dvorzhetskaya e Svetlana Khodchenkova 

Sinopse: Corretor ambicioso aluga a mesma casa para várias famílias. Depois de algumas situações embaraçosas as coisas parecem estar caminhando bem, quando o proprietário do imóvel retorna de uma viagem sem saber que o amigo a quem ele emprestara a casa a tinha alugado.

SPARTACUS

1975 / COR / 93 MIN / BALÉ 

eduardo-bolsonaro-ai-5-leda-nagle-628x353Direção: Yury Grigorovich
Elenco: Vladimir Vassilev, Natalya Bessmertnova, Maris Liepa, Nina Timofeeva

Sinopse: Na Roma Antiga, Spartacus, um soldado trácio, é capturado por Crasso com sua esposa Frígia. Forçado a lutar como gladiador e matar um de seus amigos, ele planeja um levante sem precedentes. “Spartacus” é uma das mais famosas obras de Khachaturian. Composto em 1954, é considerado um dos maiores balés do repertório do Bolshoi.

A PRISIONEIRA DO CÁUCASO

1966 / COR / 80 MIN / COMÉDIA 
Direção: Leonid Gayday
Elenco: Aleksandr Demyanenko, Natalya Varley, Yury Nikulin, Vladimir Etush

Sinopse: Em viagem de pesquisa ao folclore do Cáucaso, o jovem estudante Shurik se apaixona pela atlética, belíssima e politizada Nina. Mas a garota é sequestrada pelo homem mais poderoso da região, que planeja impor a ela um casamento arranjado. Mais uma comédia em que Gayday ultrapassou a marca dos 76,4 milhões de ingressos vendidos.

RAPAZIADA!

1981 / COR / 92 MIN / DRAMA

Direção: Iskra Babich
Elenco: Aleksandr Mikhaylov, Pyotr Glebov, Irina Ivanova, Mikhail Buzylyov-Kretso e Pyotr Krylov

Sinopse: Pavel está servindo o Exército quando recebe carta da mãe, dizendo que Nastya o traía. Ele decide não retornar à sua cidade natal.  Treze anos depois, descobre que a mãe se enganara. Nastya morrera, deixando três filhos órfãos. A mais velha é também filha de Pavel. O que fazer? Menção Honrosa no 32º Festival de Berlim.

O MENSAGEIRO

1986 / COR / 89 MIN / DRAMA 

Direção: Karen Shakhnazarov
Elenco: Fyodor Dunaevsky, Anastasya Nemolyaeva, Oleg Basilashvili e Inna Churikova

Sinopse: Vivendo durante a era Gorbachev numa sociedade à deriva, rapaz sem noção consegue emprego de office boy. Através de uma das entregas, ele conhece o professor Kuznetzov e sua filha Katya. Para irritar o professor, ele afirma ter engravidado Katya. Para sua surpresa, ela confirma a sua história.