ANGELO-AGOSTINI

Ministro da Educação diz que Proclamação da República foi “infâmia” contra monarca “iluminado”

ANGELO-AGOSTINI

José do Patrocínio: “Está finalmente decretada a nova divisa do Império – escravidão ou morte” (charge de Angelo Agostini).

Depois da declaração Weintraub espera ser convidado para a festa do “príncipe” Luís Philipe

No dia em que o Brasil comemora a Proclamação da República, o ministro da Educação (cáspite!) de Bolsonaro expeliu, através do Twitter (claro), a sua opinião sobre o ato histórico do marechal Deodoro da Fonseca.

Segundo ele, a Proclamação foi uma “infâmia contra um patriota, honesto, iluminado, considerado um dos melhores gestores e governantes da História (Não estou restringindo a afirmação ao Brasil)”.

O que diabos estamos comemorando hoje?”, escreveu Weintraub sobre a ação de Deodoro, Floriano, Benjamin Constant, Rui Barbosa, Silva Jardim, José do Patrocínio, Quintino Bocaiúva e outros heróis e grandes homens brasileiros.

Na íntegra, disse Weintraub:

Não estou defendendo que voltemos à Monarquia mas… O que diabos estamos comemorando hoje? Há 130 anos foi cometida uma infâmia contra um patriota, honesto, iluminado, considerado um dos melhores gestores e governantes da História (Não estou restringindo a afirmação ao Brasil).”

Ainda bem que Weintraub não está defendendo a volta da monarquia.

Quando a República foi proclamada, o país estava, desde 1864 – e mesmo antes, com a crise de 1857 -, em uma estagnação melancólica, pois a monarquia era, exatamente, a superestrutura do regime de escravidão, que entravava o desenvolvimento do país.

Dados escandalosos – como os 85% de analfabetos na população adulta, quando a República foi proclamada – eram uma consequência desse charco em que a monarquia conservava o país.

Nas palavras de José do Patrocínio, em 1885:

É um fato histórico que a Monarquia só se fundou no Brasil por ser a da escravidão.

Tanto isso é verdade que a Abolição da Escravatura levou a monarquia para o esgoto no ano seguinte.

Aliás, em relação à monarquia, Patrocínio foi mais específico:

“… sentimos que a Monarquia já não tinha mais forças para resistir à nostalgia do pântano. Queria voltar para a lama das paixões de que provinha.

É sabido que todos os Braganças foram sempre amigos da escravidão, ao ponto de fazerem dela meio de ganhar dinheiro.

Desde d. Pedro II, de Portugal, o moedeiro falso, até Pedro I, do Brasil, a casa do bastardo João IV se desenha na História com a fisionomia de uma família de traficantes. A única exceção é d. José I, porém este, todos sabem, não passou de um jumento manso, em que o marquês de Pombal subiu a montanha da imortalidade, comodamente, como a gente sobe a serra de Sintra em jericos de aluguel.

Não é, então, uma surpresa que Weintraub prefira a monarquia à República.

Mas Weintraub acrescentou:

Qual a melhor forma de ‘comemorar’ o primeiro golpe de estado no Brasil? TRABALHANDO! O amigo Onyx Lorenzoni convocou reunião para discutir projetos sociais. Teremos mais novidades em breve.”

Pelo jeito, ele considera que Tiradentes somente não foi um golpista porque D. Maria, a Louca, o impediu, através da forca e do esquartejamento.

Quanto aos “projetos sociais”, aguarda-se o envio ao Congresso de um projeto revogando a Lei Áurea. Que outro projeto social pode ter esse governo? Assim, a monarquia teria outra vez a sua base… Resta saber se Bolsonaro pretende passar uma rasteira nos Braganças e pegar a coroa.

Weintraub também escreveu:

Para as feministas refletirem: o Império teve seus dois principais atos assinados por mulheres educadas, inteligentes e HONESTAS! Elas nos governaram bem antes de Dilma. A Lei Áurea e Nossa Independência foram assinadas respectivamente pela Princesa Isabel e por Dona Leopoldina.”

As “feministas” – isto é, as mulheres, pois Weintraub, usando esse termo como se fosse xingamento, apenas revela sua aversão às mulheres – não precisam refletir sobre isso.

Somente um sujeito muito deformado, como Weintraub, pode se espantar porque, até mesmo no Império, houve mulheres que fizeram algo além de descascar batatinhas na cozinha – e nenhuma mulher é responsável, se Weintraub somente consegue enxergar para elas esse papel.

Mas esse é um problema dele – e não das mulheres.

Carlos Lopes

Publicado no Jornal Hora do Povo

três irmãos

Francesco Rosi expõe uma Itália dividida em “Três Irmãos” na Mostra Permanente de Cinema Italiano

três irmãos

 

 

O Cine-Teatro Denoy de Oliveira apresenta: Mostra Permanente de Cinema Italiano

 

Uma das mais importantes cinematografias do mundo, a italiana, já quase não é vista nas telas de cinema e televisão do Brasil, cada vez mais abarrotadas de subprodutos da indústria hollywoodiana.

Enquanto o governo insiste em não realizar uma política cultural que garanta aos brasileiros o acesso às melhores obras da produção cinematográfica mundial, inclusive a nossa, a UMES (União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo) vai fazendo o que pode para preencher a lacuna.

 

 

 

18/11 – 19H: “TRÊS IRMÃOS” (1981), DE FRANCESCO ROSI

 

 

SINOPSE

Crônica familiar com subtexto ideológico na história de três filhos muito diferentes entre si – um juiz, um professor e o outro trabalhador braçal – que se reencontram em sua aldeia natal após varios anos para enterrar a mãe e confortar o pai idoso.

 

O DIRETOR

Nascido em Nápoles, o cineasta Francesco Rosi estudou Direito. No início dos anos 40 trabalhou no rádio como jornalista. Ingressou na indústria cinematográfica em 1948, foi assistente de vários cineastas, entre os quais Luchino Visconti com quem fez “La Terra Trema” (1948), “Belíssima” (1951) e “Senso” (1956). Sua carreira de diretor, marcada por obras de grande empenho social e político, começou em 1958 com “O Desafio”. Tem entre seus filmes grandes sucessos como “O Caso Mattei” (1972), “Lucky Luciano” (1973) e “Cadáveres Ilustres” (1976). Recebeu o Urso de Prata de Melhor Diretor em 1962 por “Bandido Giuliano” e o Prêmio de Ouro do 11° Festival de Moscou (1979) por “Cristo Parou em Eboli”. Em 2008 foi homenageado no Festival de Berlim com um Urso de Ouro pelo conjunto da obra.

 

 

Confira nossa programação completa: http://bit.ly/MostraCinemaItaliano

 

SERVIÇO

Filme: Três Irmãos (1981), de Francesco Rosi

Duração: 105 minutos

Quando: 18/11 (segunda-feira)

Que horas: pontualmente às 19 horas

Quanto: entrada franca

Onde: Rua Rui Barbosa, 323 – Bela Vista (Sede Central da UMES SP)

 

 

 

APTR

Ex-ministros condenam retrocesso bolsonarista na Cultura: “Censura se combate”

APTR

 

 

A Associação de Produtores de Teatro (APTR) realizou no Galpão Gamboa, na Zona Portuária, do Rio de Janeiro, o evento “Cultura, Liberdade de Expressão e Democracia” que reuniu sete ex-ministros da Cultura de gestões de Fernando Collor a Michel Temer, políticos, artistas e produtores culturais, na segunda-feira (11), para debater liberdade de expressão e democracia no governo Bolsonaro.

O evento foi organizado depois da nomeação de Roberto Alvim para comandar a Secretaria Especial de Cultura, que foi transferida do Ministério da Cidadania para o Ministério do Turismo, na semana passada.

Os ex-ministros da pasta participaram do evento: Gilberto Gil, Francisco Weffort, Luiz Roberto Nascimento e Silva, Marta Suplicy, Ana de Hollanda, Marcelo Calero e Sérgio Sá Leitão.

O ator Marco Nanini celebrou o encontro realizado no Rio de Janeiro. “Estamos começando uma mobilização. Lutamos contra a ditadura, numa época em que a censura não era camuflada, a gente sentia na carne. Poder ver todos estes ex-ministros juntos e ouvi-los foi muito importante”, disse.

“É incrível, em novembro de 2019, nós — produtores, artistas e intelectuais — estarmos reunidos para falarmos sobre liberdade de expressão e democracia”, afirmou o organizador do evento Eduardo Barata, presidente da associação.

FRENTE AMPLA

Marta Suplicy defendeu uma frente ampla pluripartidária para o setor e parafraseou a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Carmen Lúcia e afirmou que “censura a gente não debate, a gente combate”.

Segundo Marta “estão cortando o oxigênio da Cultura do nosso país”.

A ex-ministra relembra que os bolsonaristas estão criando um medo muito grande. “As pessoas começaram a temer sair nas ruas”. “É um espanto ver o filho do presidente falar em AI-5”, considerou.

Para Marta, é necessário se unir as forças contra o governo Bolsonaro. “A frente ampla é o que podemos fazer para barrar este retrocesso civilizatório que estamos vivendo”, disse.

“A ditadura caiu quando nós nos unimos, quando o que passou a imperar foi uma defesa fundamental da democracia e da livre expressão. E é isso que nós precisamos ter agora, uma união de todos, uma frente ampla de centro-esquerda onde nós possamos estar juntos”, ressaltou.

LIBERDADE

Ana de Hollanda destacou que a censura só foi extinta pela Constituição de 88. “Isso foi um grande avanço e agora estamos encarando um retrocesso que nunca tinha ocorrido na nossa história”, disse.

“Importante manter a Cultura como a expressão mais livre, espontânea e autêntica do pensamento do povo. Precisamos manter acesa a liberdade de ser, de expressar o que o povo está dizendo”.

“É claro que a cultura e a arte incomodam governos autoritários e pessoas intelectualmente limitadas que não conseguem lidar com a ironia.

A ex-ministra também condenou “essa mudança sem qualquer sentido da pasta da Cultura, que já deixou de ser ministério, e sai da Cidadania para o Turismo”.

Por fim, Ana de Hollanda alertou para a tentativa do governo de destruir o Fundo Nacional de Cultura por meio da PEC dos Fundos Públicos, enviada por Paulo Guedes ao Congresso Nacional.

Os fundos públicos especiais são alimentados por recursos vinculados a receitas específicas, como tributos e royalties. São recursos que têm direcionamentos fixos previstos por lei para diversas áreas, como saúde e educação. Na Secretaria de Cultura, por exemplo, o Fundo Nacional de Cultura fomenta diversas autarquias, como a Fundação Nacional de Artes, a Funarte.

RAZÃO

O diplomata da Academia Brasileira de Letras (ABL) Sérgio Paulo Rouanet, que foi secretário de Cultura do governo Collor — cujo nome batizou informalmente a lei brasileira de incentivos fiscais à cultura, de 1991, criticou a censura promovida por Bolsonaro. “A gente tem um pouco de vergonha, em pleno século 21, de ter que defender a razão e a cultura. Esperamos que seja uma curta escaramuça contra o obscurantismo. Nós temos que acreditar em muitas coisas, entre elas, no progresso da razão”, disse.

Rouanet citou frase atribuída a Voltaire e foi aplaudido de pé. “Posso não concordar com nenhuma palavra que dizes, mas vou lutar até o fim pelo teu direito de dizê-lo”.

O presidente da Câmara dos deputados, Rodrigo Maia (DEM), participaria do evento. Ele cancelou a presença por conta da forte chuva no Rio, mas enviou um vídeo que foi exibido na abertura.

“Tenho certeza que, aqui na Câmara (dos Deputados), junto com deputados e deputadas estaremos sempre lutando pelo fortalecimento dos investimentos na área de cultura, com a certeza da importância que tem o tema. E, claro, o investimento na área de cultura é fundamental somado a nossa liberdade de expressão, que é um país que vai crescer, que quer ser próspero e a democracia precisa garantir isso para a nossa população”, disse Maia.

O deputado federal Marcelo Calero (Cidadania-RJ), ministro da Cultura no governo Temer apontou a intenção de Bolsonaro em destruir com a cultura. “É preciso entender que há hoje uma intenção deliberada de destruição da cultura. Precisamos dobrar nossa aposta para resistir, e peço para que os artistas não cedam à autocensura”, disse Celero.

Calero ganhou apoio dos demais ex-ministros para a apresentação de um projeto de decreto legislativo para revogar a medida do presidente Jair Bolsonaro. 

Gilberto Gil afirmou que grande parte da estrutura administrativa montada até pouco tempo atrás exigiu trabalho árduo e está sendo desmantelada. 

“Recusada à instituição governamental da Cultura o status de ministério, estatura e prestígio, reduzida a um lugar secundário na estrutura do governo, que ela possa estar à altura de suas responsabilidades para o país no seu sentido mais amplo e mais profundo. Queremos a consideração e o respeito às conquistas do nosso passado e uma visão mais generosa do nosso futuro”, disse Gil, sob aplausos. 

Espetáculo cancelado é encenado

Após a exibição de um vídeo com atos considerados censura na área cultural, a atriz Carolina Virguez fez uma apresentação do trecho final de “Caranguejo overdrive”. A cena faz um resumo da vida política no Brasil após a redemocratização, razão pela qual teria sido vetada da programação da mostra “CCBB — 30 anos de Cias”, em setembro.

Na plateia, estavam os atores Guilherme Weber, Camila Morgado, Bruce Gomlevsky e Maitê Proença; a diretora Bia Lessa; o cineasta Silvio Tendler, e os produtores de cinema Lucy e Luiz Carlos Barreto.

Além dos ex-ministros, integraram a mesa a deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ, da comissão de Cultura da Câmara), o deputado estadual Eliomar Coelho (PSOL-RJ, da comissão de Cultura da Assembleia Legislativa do Rio).

 

 

Veja o debate entre os ex-ministros:

https://www.facebook.com/aovivoja/videos/979256145754511/

o sal da terra

A luta das mulheres e dos imigrantes é tema do Cinema Com Partido deste sábado (16)

o sal da terra

 

 

O Cine-Teatro Denoy de Oliveira apresenta: CINEMA COM PARTIDO – MOSTRA DEMOCRÁTICA

 

Trabalhadores sem direitos; colonialismo; imperialismo; racismo; discriminação das mulheres; extermínio das populações indígenas; degradação do meio-ambiente; ciência e escola sob censura de pretensos intérpretes das Escrituras; aversão à democracia e seu fundamento, o livre debate entre partidos políticos; exaltação das ditaduras, do pensamento único , da violência, da intolerância, da corrupção, da hipocrisia (qualquer semelhança com o governo da família Bolsonaro será mera coincidência?) são temas que o cinema universal tem denunciado com vigor ao longo do tempo.

Para a extrema-direita, isto é doutrinação.

Para as correntes de opinião comprometidas com a democracia é cultura e arte.

 

 

16/11 – 10H: “O SAL DA TERRA” (1953), DE HERBERT J. BIBERMAN

 

SINOPSE

A luta dos mineiros vista de uma perspectiva em que as mulheres e os imigrantes são líderes e iguais. A histeria macarthista baniu o filme dos EUA, a protagonista foi deportada e o argumentista passou mais de um ano na prisão. Treze anos depois, “Sal da Terra” foi lançado nos cinemas norte-americanos. O senador McCarthy morrera em 1957, desempoderado, desacreditado e afogado em álcool.

 

Após a exibição do filme, nosso debate contará com a presença de Carina Vitral, que foi presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) e atual presidente da União da Juventude Socialista (UJS).

 

 

Confira nossa programação completa: http://bit.ly/CinemaComPartido

 

 

SERVIÇO

Filme: O Sal da Terra (1953), de Herbert J. Biberman

Duração: 94 minutos

Quando: 16/11 (sábado)

Que horas: pontualmente às 10 horas da manhã.

Quanto: entrada franca

Onde: Rua Rui Barbosa, 323 – Bela Vista (Sede Central da UMES SP)

 

MOSTRA ISRAEL PALESTINA 2-02

CAMINHOS PARA A PAZ – Mostra de Cinema Israel-Palestina

MOSTRA ISRAEL PALESTINA 2-02

 

Entre os dias 29 e 30 de novembro, e 1 de dezembro o Cine-Teatro “Denoy de Oliveira” receberá a “Mostra de Cinema Israel-Palestina”

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Durante muitos anos, a filmografia dos conflitos entre palestinos e israelenses permaneceu escassa. A partir do ano 2000, uma série de obras realizadas por cineastas locais tem ganhado as telas do mundo e colecionado prêmios internacionais. Selecionamos quatro, entre as melhores, que buscam explicitar diferentes perspectivas do conflito e contribuir na construção de um caminho para a paz. 

 

Para arrematar a Mostra, teremos ao final um debate com representantes das duas comunidades: Daniel Douek, colaborador do Instituto Brasil-Israel; e Ualid Rabah, presidente da Federação Árabe Palestina do Brasil (FEPAL). 

 

PROGRAMA E FICHA TÉCNICA

29 de novembro (sexta-feira), 19h

Paradise Now

Hany Abu-Assad (2005), com Lubna Azabal, Hiam Abbass, Ali Suliman, Amer Hlehel; Palestina/França/Alemanha/Holanda; 87 min

Dois amigos de infância são recrutados para realizar um atentado suicida em Tel Aviv. Depois de passar com suas famílias o que teoricamente seria a última noite de suas vidas, sem poder revelar a sua missão, eles são levados à fronteira. A operação não ocorre como o planejado e eles acabam se separando. Distantes um do outro, com bombas escondidas em seus corpos, os amigos devem enfrentar seus destinos e defender suas convicções.

 

30 de novembro (sábado), 16h

Bubble

Eytan Fox (2006), com Ohad Knoller, Yousef Sweid, Lior Ashkenazi, Ruba Blal; Israel/França; 117 min.

Vendedor de discos, gerente de café e vendedora de cosméticos dividem apartamento em bairro descolado de Tel Aviv. O local é o símbolo da “bolha”, apelido dado à cidade. O trio leva uma vida comum, sem se preocupar com os conflitos políticos que agitam o país, até que um deles se apaixona por um palestino que conheceu após acidente em posto de controle.

 

30 de novembro (sábado), 18h15min

Limoeiro

Eram Riklis (2008), com Hiam Abbass, Rona Lipaz-Michael, Ali Suliman; Israel/França/Alemanha;106 min.

Salma é uma viúva cujo sustento vem de sua plantação de limões, localizada na linha de fronteira entre Israel e Cisjordania. Quando o Ministro de Defesa israelense se muda para a casa em frente à sua plantação, o exército israelita declara que os limoeiros ameaçam a segurança do governante e por isso devem ser arrancados. Após pedir ajuda às autoridades palestinas e não obter sucesso, Salma chega ao Tribunal Supremo Isralense com a assistência de um jovem advogado palestino. Sua determinação desperta o interesse da esposa do Ministro da Defesa e uma conexão entre as duas mulheres é criada.

 

1 de dezembro (domingo), 15h

Promessas de um novo mundo

Justine Shapiro, Carlos Bolado, B.Z. Goldberg (2001), Israel/Palestina/EUA; 106 min.

O documentário retrata a história de sete crianças palestinas e israelenses em Jerusalém que, apesar de morarem no mesmo lugar, vivem em mundos completamente distintos e separados. Com idades entre 8 e 13 anos, raramente elas falam por si mesmas e estão isoladas pelo medo. Neste filme, suas histórias oferecem uma nova perspectiva sobre o conflito israelo-palestino.

 

1 de dezembro (domingo), 17h

DEBATE

  • Daniel Douek, mestre em Letras pelo Programa de Estudos Judaicos e Árabes da USP e colaborador do Instituto Brasil-Israel
  • Ualid Rabah, presidente da Federação Árabe Palestina do Brasil (FEPAL)
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AI-5 NUNCA MAIS – Ato em defesa da democracia é realizado em São Paulo

75252875 2580911848612907 3956743676616507392 oMesmo sob forte chuva, milhares de pessoas participaram do ato na capital paulista – Fotos: Maiakovski Pinheiro/UBES

 

Milhares de pessoas protestaram em São Paulo, na última terça-feira (5), contra as declarações do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). O ato convocado pelas entidades estudantis reuniu milhares de pessoas no Vão Livre do MASP, na Avenida Paulista. O protesto contou com participação de dirigentes sindicais e representantes dos movimentos sociais e de moradia.

 

Em entrevista, o filho “03” de Bolsonaro ameaçou decretar um novo Ato Institucional nº 5 (AI-5) no Brasil como uma “resposta” caso aconteçam manifestações populares contra o governo como no Chile.

 

O presidente da União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo (UMES), destacou que “o AI-5 da ditadura militar não foi contra a esquerda, mas contra toda a democracia. Fechou o Congresso Nacional, Assembleias Legislativas, institucionalizou a perseguição política e a censura”.

 

Chen destacou que depois do AI-5, a repressão contra a população aumentou com prisões injustificadas, tortura e morte dos que discordavam da ditadura militar.

“É por isso que repudiamos qualquer ameaça do clã de Bolsonaro à democracia”, ressaltou.

 

“Nossas manifestações de hoje, que estão acontecendo em diversas cidades, são para deixar claro que a família Bolsonaro está indo longe demais. Na democracia não encostarão um dedo sequer”, destacou o líder estudantil.

 

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Para o presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Iago Montalvão, “as manifestações de rua se somam aos partidos, entidades e movimentos sociais que repudiaram as ameaças de Eduardo Bolsonaro à democracia”.

 

Iago afirmou que “o repúdio às ameaças do Eduardo e os ataques de Jair à democracia foi amplo e plural. Partidos de direita e de esquerda, ministros do STF, entidades importantíssimas como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), todos mostraram que o povo brasileiro está disposto a fazer de tudo para garantir suas liberdades democráticas”.

 

“Estamos aqui dizendo não a todo o projeto de Bolsonaro e Guedes. Um projeto que entrega nossas riquezas, como o petróleo, que é antipopular, por tirar direitos dos trabalhadores e os deixar em uma situação cada vez mais precária, e que é antidemocrático, já que a cada instante eles atacam uma instituição democrática diferente”, continuou.

 

Pedro Gorki, presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), “Jair Bolsonaro ter dito que seu filho está apenas ‘sonhando’ quando fala de um novo AI-5, sem qualquer tipo de repúdio ao conteúdo da fala, mostra que ele é conivente”.

 

“Um presidente com o mínimo de sanidade e que defendesse o estado democrático de direito teria condenado uma fala como a de Eduardo Bolsonaro, tivesse ela saído da boca de qualquer parlamentar”.

 

Gorki acredita que “o povo brasileiro precisa tomar muito cuidado e estar firme na luta para que as ameaças da família Bolsonaro à democracia não saiam da oratória”.

 

O diretor de Universidades Públicas da UNE, Guilherme Bianco, disse que “esses ataques à democracia ficam mais intensos e frequentes com o crescimento do repúdio à política neoliberal de Jair Bolsonaro e Paulo Guedes. Não dão resposta ao problema do desemprego, retiram direitos e leiloam nosso petróleo. Ao lado disso está a perda de apoio no parlamento, seja por essa política que tentam aplicar ou pelos desentendimentos dentro do próprio partido”.

 

“É importante entender que uma ditadura somente serviria para empurrar goela abaixo uma política que o povo rejeita, e o povo tem rejeitado toda essa política entreguista”, completou.

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5 DE NOVEMBRO CONTRA O AI-5 – Eduardo Bolsonaro ameaça Brasil com Ditadura

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Todos em defesa da Democracia

 

O deputado federal Eduardo Bolsonaro ameaçou decretar um novo Ato Institucional nº 5 (AI-5) no Brasil como uma “resposta” caso aconteçam manifestações populares contra o governo como no Chile.

 

Segundo o filho 03 do clã bolsonarista: “Se a esquerda radicalizar a esse ponto, vamos precisar ter uma resposta, e uma resposta pode ser via um novo AI-5, pode ser via uma legislação aprovada através de plebiscito, como aconteceu na Itália. Alguma resposta vai ter que ser dada”.

 

Decretado em 13 de dezembro de 1968, o AI-5 tornou-se um dos principais instrumentos para a supressão dos direitos de todos os cidadãos brasileiros.

 

Eduardo Bolsonaro defendeu um decreto que, em sua primeira medida, fechou o Congresso Nacional e cassou, indiscriminadamente, os direitos políticos de centenas de pessoas, independentemente das concepções ideológicas dos cidadãos.

 

Após o AI-5, a repressão aumentou com prisões injustificadas, tortura e morte daqueles que discordavam da ditadura militar.

 

A União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo (UMES) repudia as declarações de Eduardo Bolsonaro que representam grave ameaça à democracia e ao conjunto do povo brasileiro.

 

Relembramos ainda as palavras de Ulisses Guimarães, há exatos 30 anos, na promulgação da Carta Magna brasileira: “TEMOS ÓDIO E NOJO DA DITADURA”.

 

E é nesse espírito que a UMES se soma às centenas de entidades da sociedade civil que não toleram o ataque bolsonarista à democracia e vai às ruas neste dia 5 de novembro em defesa das liberdades democráticas para o conjunto da população brasileira.

 

 

Entidades e parlamentares repudiam defesa de Eduardo Bolsonaro de “novo AI-5”

Os presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), repudiaram a ameaça de Eduardo Bolsonaro à democracia.

 

Para Rodrigo Maia, “manifestações como a do senhor Eduardo Bolsonaro são repugnantes, do ponto de vista democrático, e têm de ser repelidas com toda a indignação possível pelas instituições brasileiras”.

 

“A apologia reiterada a instrumentos da ditadura é passível de punição pelas ferramentas que detêm as instituições democráticas brasileiras. Ninguém está imune a isso. O Brasil jamais regressará aos anos de chumbo”, completou.

 

Davi Alcolumbre disse que, como presidente do Senado, trabalha “diariamente pelo fortalecimento das instituições, convicto de que o respeito e a harmonia entre os poderes é o alicerce da democracia, que é intocável sob o ponto de vista civilizatório”.

 

“É lamentável que um agente político, eleito com o voto popular, instrumento fundamental do Estado Democrático de Direito, possa insinuar contra a ferramenta que lhe outorgou o próprio mandato. Mais do que isso: é um absurdo ver um agente político, fruto do sistema democrático, fazer qualquer tipo de incitação antidemocrática. E é inadmissível essa afronta à Constituição. Não há espaço para que se fale em retrocesso autoritário. O fortalecimento das instituições é a prova irrefutável de que o Brasil é, hoje, uma democracia forte e que exige respeito”, afirmou.

 

OAB

 

Como destacou o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz: “É gravíssima a manifestação do deputado, que é líder do partido do presidente da República. É uma afronta à Constituição, ao Estado democrático de direito e um flerte inaceitável com exemplos fascistas e com um passado de arbítrio, censura à imprensa, tortura e falta de liberdade”.

 

UNE

 

Para a União Nacional dos Estudantes (UNE), “é inaceitável a declaração que se refere a edição de um novo AI-5”.

 

“Lideranças da UNE e tantos estudantes foram assassinados pelo autoritarismo implantado com o AI-5. A UNE tem compromisso com a democracia, não vamos nos calar diante dessas ameaças. Exigimos a imediata cassação do mandato de Eduardo Bolsonaro”, destacou o presidente da entidade, Iago Montalvão.

 

AJUFE

 

A Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) também manifestou “profunda preocupação com as recentes declarações do deputado federal Eduardo Bolsonaro”. “Um novo AI-5 representaria uma grave afronta à democracia e à Constituição Federal, por promover cassações de mandatos, suspensão de direitos políticos, demissões e perseguições, fechamento do Congresso Nacional e intervenção nos Estados e Municípios”, destacam os juízes federais.

miséria e riqueza

“Miséria e Nobreza” é a escolha de Mario Mattoli na Mostra Permanente de Cinema Italiano de 2019

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O Cine-Teatro Denoy de Oliveira apresenta: Mostra Permanente de Cinema Italiano

 

Uma das mais importantes cinematografias do mundo, a italiana, já quase não é vista nas telas de cinema e televisão do Brasil, cada vez mais abarrotadas de subprodutos da indústria hollywoodiana.

Enquanto o governo insiste em não realizar uma política cultural que garanta aos brasileiros o acesso às melhores obras da produção cinematográfica mundial, inclusive a nossa, a UMES (União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo) vai fazendo o que pode para preencher a lacuna.

 

 

04/11 – 19H: “MISÉRIA E NOBREZA” (1954), DE MARIO MATTOLI

 

SINOPSE

Dois velhos amigos – um escritor e um fotógrafo – que aceitam a proposta de um aristocrata italiano para fingir que são seus parentes durante a cerimônia em que o nobre pedirá em casamento a filha de um milionário.

 

O DIRETOR

Nascido em Tolentino, Macerata, fundou a companhia teatral Spettacoli Za-bum com o objetivo de misturar o humor dos atores de revista ao drama dos atores da prosa. Por lá, passaram nomes que se tornariam muito conhecidos, como Vittorio de Sica, Alberto Sordi e Aldo Fabrizi. Em 1934, fez sua estreia como diretor de cinema em “Tempo Massimo”, cujo roteiro foi escrito também por ele e estrelado por Vittorio De Sica. Em seus 32 anos de carreira, dirigiu mais de 80 longas-metragens, firmando uma parceria de sucesso com Totò, com quem realizou 16 filmes.

Entre suas obras mais conhecidos estão “Dramas da Nobreza” (1938), “Aulas de Amor” (1941), “O Grito da Carne” (1948), “O Turco Napolitano”, (1953), “Miséria e Nobreza” (1954) e “O Médico dos Loucos” (1954).  

 

 

Confira nossa programação completa: http://bit.ly/MostraCinemaItaliano

 

 

SERVIÇO

Filme: Miséria e Nobreza (1954), de Mario Mattoli

Duração: 94 minutos

Quando: 04/11 (segunda-feira)

Que horas: pontualmente às 19 horas

Quanto: entrada franca

Onde: Rua Rui Barbosa, 323 – Bela Vista (Sede Central da UMES SP)

 

 

 

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Cinema Com Partido exibirá “Tenda dos Milagres” (1977), clássico de Nelson Pereira dos Santos

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O Cine-Teatro Denoy de Oliveira apresenta: CINEMA COM PARTIDO – MOSTRA DEMOCRÁTICA

 

Trabalhadores sem direitos; colonialismo; imperialismo; racismo; discriminação das mulheres; extermínio das populações indígenas; degradação do meio-ambiente; ciência e escola sob censura de pretensos intérpretes das Escrituras; aversão à democracia e seu fundamento, o livre debate entre partidos políticos; exaltação das ditaduras, do pensamento único , da violência, da intolerância, da corrupção, da hipocrisia (qualquer semelhança com o governo da família Bolsonaro será mera coincidência?) são temas que o cinema universal tem denunciado com vigor ao longo do tempo.

Para a extrema-direita, isto é doutrinação.

Para as correntes de opinião comprometidas com a democracia é cultura e arte.

 

 

02/11 – 10H: “TENDA DOS MILAGRES” (1977), DE NELSON PEREIRA DOS SANTOS

 

SINOPSE

Adaptação do romance de Jorge Amado, conta a história de Pedro Archanjo, o Ojuobá (olhos de Xangô), mulato, capoeirista, bedel da Faculdade de Medicina da Bahia, intelectual autodidata que contestou teorias racistas e defendeu a miscigenação, os di reitos dos negros e do povo em geral. Melhor filme e melhor direção no Festival de Brasília (1977).


Após o filme nosso debate contará com a presença de Flávia Costa, que é consultora de Politicas Públicas de Gênero e Raça, Diretora Nacional de Combate ao Racismo da União Brasileira de Mulheres (UBM) e Secretaria Estadual da Comunicação da União de Negros Unidos pela Igualdade (UNEGRO).

 

 

Confira nossa programação completa: http://bit.ly/CinemaComPartido

 

 

SERVIÇO

Filme: Tenda dos Milagres (1977), de Nelson Pereira dos Santos

Duração:132 minutos

Quando: 02/11 (sábado)

Que horas: pontualmente às 10 horas da manhã.

Quanto: entrada franca

Onde: Rua Rui Barbosa, 323 – Bela Vista (Sede Central da UMES SP)

 

 

 

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Chile: o povo nas ruas por seus direitos

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Mais de 1,2 milhão de pessoas participaram da “MARCHA MAS GRANDE”, no último dia 25

 

Nas últimas semanas, o povo do Chile saiu às ruas em repúdio à política neoliberal que assola aquele país. Os protestos se iniciaram após o anúncio do aumento de 30 pesos no metrô da capital chilena, Santiago, e rapidamente tomaram grandes proporções.

 

O movimento foi inicialmente convocado pelos estudantes secundaristas chileno: os chamados “Pinguins” (por conta dos uniformes das escolas) e, rapidamente ganhou apoio de milhares e milhares de pessoas.

O governo de Sebastian Piñera iniciou então uma repressão desmedida às manifestações populares. O presidente ordenou aos militares atacar os manifestantes e iniciou um toque de recolher nas principais cidades do país.

 

A medida de Piñera remonta aos tempos da sanguinária ditadura de Pinochet, o último a enviar tropas armadas contra a sua própria população.

 

Segundo o Instituto Nacional de Direitos Humanos do Chile ao menos 20 pessoas foram mortas.

 

O Instituto realiza ainda vistorias por hospitais, cárceres e comissárias para observar o funcionamento das forças de segurança. O organismo informou que até a noite da segunda-feira, 28, eram 3.535 as pessoas detidas, das quais 375 são menores de idade. Encontram-se hospitalizadas 1.132 pessoas, com feridas por armas de fogo 571 e por balas de borracha 24. Os processos denunciando violações sexuais chegam a 15. O INDH registrou relatos que denunciam simulações de execução, maltrato físico e verbal.

Mas, apesar da criminosa ação repressiva, os protestos se intensificaram.

Diariamente, milhares de chilenos repudiam nas ruas os ataques de Piñera contra os direitos civis. Nem mesmo a revogação do aumento da tarifa de metrô fez com que os manifestantes deixassem de exigir os seus direitos.

 

De imediato, o povo chileno elegeu algumas de suas principais canções como os hinos oficiais dos protestos.

A canção El Pueblo Unido Jamás Será Vencido, do grupo chileno Quilapayún, é uma das mais cantadas pelos manifestantes. Criada originalmente durante a campanha do socialista Salvador Allende, em 1970, a música virou um hino de resistência contra a ditadura Pinochet.

 

O grupo Inti-Illimani, um dos mais tradicionais do Chile ainda em atuação, entoou a canção em meio a uma multidão na Plaza Ñuñoa, em Santiago, em 24 de outubro:

 

 

Veja a letra:

El Pueblo Unido Jamás Será Vencido

Inti-Illimani

El pueblo unido, jamás será vencido
El pueblo unido jamás será vencido

De pie, cantar
Que vamos a triunfar
Avanzan ya
Banderas de unidad
Y tú vendrás
Marchando junto a mí
Y así verás
Tu canto y tu bandera florecer
La luz
De un rojo amanecer
Anuncia ya
La vida que vendrá

De pie, luchar
El pueblo va a triunfar
Será mejor
La vida que vendrá
A conquistar
Nuestra felicidad
Y en un clamor
Mil voces de combate se alzarán
Dirán
Canción de libertad
Con decisión
La patria vencerá

Y ahora el pueblo
Que se alza en la lucha
Con voz de gigante
Gritando: ¡adelante!

El pueblo unido, jamás será vencido
El pueblo unido jamás será vencido

La patria está
Forjando la unidad
De norte a sur
Se movilizará
Desde el salar
Ardiente y mineral
Al bosque austral
Unidos en la lucha y el trabajo
Irán
La patria cubrirán
Su paso ya
Anuncia el porvenir

De pie, cantar
El pueblo va a triunfar
Millones ya
Imponen la verdad
De acero son
Ardiente batallón
Sus manos van
Llevando la justicia y la razón
Mujer
Con fuego y con valor
Ya estás aquí
Junto al trabajador

Y ahora el pueblo
Que se alza en la lucha
Con voz de gigante
Gritando: ¡adelante!

El pueblo unido, jamás será vencido
El pueblo unido jamás será vencido

 

Em meio às manifestações de sexta-feira (25), em frente às escadarias da Biblioteca Nacional, um grupo de violonistas tocou para a multidão “El Derecho de Vivir en Paz”, uma das canções mais populares de Jara, que foi preso, torturado e depois fuzilado pela ditadura de Pinochet:

 

 

Veja a letra:

El Derecho de Vivir En Paz

Victor Jara

 

El Derecho de Vivir En Paz

El derecho de vivir

Poeta Ho Chi Minh

Que golpea de Vietnam

A toda la humanidad

Ningún cañón borrará

El surco de tu arrozal

El derecho de vivir en paz

 

Indochina es el lugar

Más allá del ancho mar

Donde revientan la flor

Con genocidio y napalm

La Luna es una explosión

Que funde todo el clamor

El derecho de vivir en paz

 

Indochina es el lugar

Más allá del ancho mar

Donde revientan la flor

Con genocidio y napalm

La Luna es una explosión

Que funde todo el clamor

El derecho de vivir en paz

 

Tío Ho, nuestra canción

Es fuego de puro amor

Es palomo palomar

Olivo de olivar

Es el canto universal

Cadena que hará triunfar

El derecho de vivir en paz

 

Es el canto universal

Cadena que hará triunfar

El derecho de vivir en paz

El derecho de vivir en pa

 

“Nos tiraram tanto que nos tiraram o medo”

 

A frase acima foi dita por um manifestante durante “LA MARCHA MAS GRANDE”, protesto que reuniu mais de 1 milhão e 200 mil pessoas na capital chilena e centenas de milhares em outras cidades do país.

 

Convocada por mais de 70 entidades, a manifestação exigia o fim da política entreguista que está sendo levada a cabo no Chile desde os tempos Pinochet. Principalmente o fim do regime  capitalização da previdência chilena – o chamado AFP, que deixou milhares de idosos em situação de miséria no país andino. Este é o mesmo modelo defendido pelo governo Bolsonaro e por seu ministro Paulo Guedes para as aposentadorias dos brasileiros.

 

 

 

JOGO VIROU

 

O gigantesco ato do dia 25 mostrou a vontade do povo chileno de defender os seus direitos e a comoção se ampliou cada vez mais. Uma pesquisa de opinião apontou que Piñera conta com o apoio de apenas 14% da população. Por todo o país, militares se negaram a seguir as ordens de reprimir os protestos e se juntaram às manifestações.

 

Veja os vídeos:

 

 

 

 

 

 

 

O resultado imediato das manifestações do Chile foi forçar a queda do gabinete ministerial do presidente Sebastián Piñera. Na última segunda-feira, enquanto Piñera anunciava a troca de seu ministério, protestos tomavam as ruas de todo o país novamente.

Diversas organizações de trabalhadores, estudantes e do movimento social, exigem o direito do povo chileno a uma aposentadoria digna. Mais de 2 milhões de aposentados sob o sistema imposto pela ditadura de Pinochet recebem em média 880 reais mensais (160 mil pesos), e gastam quase um terço só em remédios; a metade dos trabalhadores chilenos recebe em média 1930 reais (350 mil pesos) de salário mensal, com alugueis, transporte e custo de vida acima de qualquer possibilidade de, com esses recursos, ter uma vida minimamente digna.

As reivindicações que foram colocadas pelos manifestantes são abrangentes: pensões dignas, reduzir o preço dos medicamentos, aliviar o endividamento dos chilenos, salários decentes, custo de vida controlado, melhora no transporte público, gratuidade nas universidades, etc.

Manifestantes exigem ainda a convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte para o ano de 2020 de forma a ampliar as conquistas populares.