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“Sábado, Domingo e Segunda” (1990) será o último filme de Lina Wertmüller para 2019 na Mostra Permanente de Cinema Italiano

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O Cine-Teatro Denoy de Oliveira apresenta: Mostra Permanente de Cinema Italiano

 

Uma das mais importantes cinematografias do mundo, a italiana, já quase não é vista nas telas de cinema e televisão do Brasil, cada vez mais abarrotadas de subprodutos da indústria hollywoodiana.

Enquanto o governo insiste em não realizar uma política cultural que garanta aos brasileiros o acesso às melhores obras da produção cinematográfica mundial, inclusive a nossa, a UMES (União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo) vai fazendo o que pode para preencher a lacuna.

 

 

09/09 – 19H: “SÁBADO, DOMINGO E SEGUNDA” (1990), DE LINA WERTMÜLLER

 

SINOPSE

São os pequenos e insignificantes detalhes que constituem o cotidiano da vida em família – que, às vezes, escondem ressentimentos profundos e falta de compreensão. Rosa e Peppino são um típico casal do simpático vilarejo Puozzoli e seus altos e baixos durante um fim de semana representam um drama comum vivido por milhares de famílias dentro de seus próprios lares. Mas Sophia Loren, no papel de Rosa, transforma esta simples mulher, cuja filosofia de vida baseia-se na arte da culinária, em uma personagem que deve aturar um marido de difícil temperamento com uma vida doméstica quase que heroica e muita represália.

 

O DIRETOR

Nascida em Roma, Arcangela Felice Assunta Wertmüller von Elgg Spanol von Braucich estudou teatro e trabalhou como assistente de direção de Giorgio Lullo nos anos 50. No cinema, foi assistente de Federico Fellini em “Oito e Meio” (1963). Estreou como diretora com “I Basilischi” (1963). Em 1965 dirigiu o filme em episódios “Questa Volta Parliamo di Uomini” e para a televisão “Il Giornalino di Gian Burrasca”, adaptação do romance homônimo de Vamba. Assinou outros dezessete longa-metragens, entre os quais “Mimi, o Metalúrgico” (1972), “Amor e Anarquia” (1973), “Pasqualino Sete Belezas” (1975), “Sábado, Domingo e Segunda” (1990), “Ninfa Plebeia” (1996). Em 2001 lançou “A Pequena Orfã”, telefilme estrelado por Sofia Loren, extraído do romance homônimo da escritora napolitana Maria Orsini Natale.

 

Confira nossa programação completa: http://bit.ly/MostraCinemaItaliano

 

SERVIÇO

Filme: Sábado, Domingo e Segunda (1990), de Lina Wertmüller

Duração: 119 minutos

Quando: 09/09 (segunda-feira)

Que horas: pontualmente às 19 horas

Quanto: entrada franca

Onde: Rua Rui Barbosa, 323 – Bela Vista (Sede Central da UMES SP)

 

 

 

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Direitos Já!: Frente Democrática é lançada em São Paulo

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Representantes de 16 partidos e dos movimentos estudantis, sindical e social participaram do Fórum

 

Foi lançada na noite de segunda-feira (2), no auditório lotado do Tuca – Teatro da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, o movimento “Direitos Já – Fórum pela Democracia”, que contou com a presença de centenas de lideranças de dezesseis partidos políticos, de centrais sindicais, de incontáveis entidades da sociedade civil, como a Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Instituto dos Arquitetos do Brasil, da Associação dos Policiais Antifascistas, UNE, UBES, UEE-SP, UMES-SP, de representações de diversas religiões, de entidades femininas, de empresários, de artistas, intelectuais, professores, etc.

 

Os partidos presentes ao ato foram o PDT, PSB, PT, PSDB, PCdoB, PSD, PMDB, REDE, Partido Verde, Cidadania, PL, PTB, Solidariedade, Podemos, Novo e DEM. Os organizadores informaram que serão realizados atos omo este de São Paulo em todo os estados do país.

 

Pelo PDT estavam o presidente nacional, Carlos Lupi, e o ex-governador do Ceará e ex-ministro Ciro Gomes. O PSB foi representado pelo ex-governador Márcio França e o vereador Eliseu Gabriel.

 

Durante o ato, numa apresentação de surpresa, o filósofo e ativista político Noam Chomsky apareceu como convidado de honra e fez uma pequena explanação para o público sobre a situação política mundial.

 

Falou em nome do PT o vereador Eduardo Suplicy, cuja direção e demais lideranças do partido decidiram não comparecer ao ato. Pelo PSDB, além do sociólogo Fernando Guimarães, coordenador do movimento, enviaram mensagem em vídeo, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o senador Antônio Anastasia, além de Clóvis Carvalho, ex-chefe da Casa Civil da Presidência de FHC, que estava presente ao ato. Alberto Goldman foi homenageado por vários oradores.

 

O PCdoB estava representado pela presidente nacional da legenda, Luciana Santos, pelo vice-presidente, Walter Sorrentino, e pelo governador do Maranhão, Flávio Dino.

 

O PSD se fez representar em mensagem de vídeo do ex-prefeito e presidente nacional do partido, Gilberto Kassab. A ex-prefeita e ex-senadora Marta Suplicy, do MDB, discursou no ato e a deputada Marina Helou falou em nome da REDE. Eduardo Jorge e José Luiz Pena representaram o Partido Verde e Soninha Francine falou pelo Cidadania.

 

O deputado federal Marcelo Ramos representou o Partido Liberal e Sérgio Maranhão falou em nome do PTB. O deputado federal Paulo Pereira discursou pelo Solidariedade e o deputado federal José Nelto, líder do Podemos na Câmara, representou o partido. Monica Rosemberg, suplente de deputada federal falou em nome do Partido Novo.

 

O ato, que foi transmitido ao vivo pela TV PUC, foi aberto com a execução do Hino Nacional Brasileiro pelo violinista Douglas Gomes e pelo pianista Rodrigo Nascimento.

 

Em seguida, falaram o Cardeal D. Cláudio Hummes, pela CNBB, Mãe Adriana Toledo, representando o Candomblé, Afonso Moreira Júnior, do Espiritismo Kardecista, o rabino Alexandre Leoni, representante do judaísmo, Pastor Ariovaldo Ramos dos Santos, líder da Comunidade Cristã Renovada, Frei Marcelo Toianski, coordenador do Serviço de Justiça Paz e Integridade da Criação, Frades Capuchinhos do Brasil, o reverendo Jair Alves, representante da Igreja Metodista, o Padre Júlio Lancelotti, coordenador da Pastoral do Povo da Arquidiocese de São Paulo, Leonel Maia, missionário da Igreja de Jesus Cristo dos Últimos Dias, Pastor Levy Araújo, da Igreja Batista da Água Branca e Vahid Vahdat, representante da Fé Baihat.

 

O deputado Marcelo Ramos conclamou à unidade contra o arbítrio, “apesar das diferenças de opiniões que nós temos sobre outros temas”. José Nelto, líder do Podemos na Câmara Federal, lembrou a luta pelas ‘Diretas Já’ e disse que o movimento de agora “tem as mesmas características daquele que conquistou a democracia no Brasil”. Os estudantes, entre eles Iago Montalvão, presidente da UNE, garantiram que as entidades estudantis defenderão o Brasil nas ruas, como já estão fazendo, e aproveitaram para convocar as manifestações do dia 7 de Setembro em defesa da Educação. O diretor da ABI, Ricardo Carvalho, relembrou o papel histórico da entidade dos jornalistas brasileiros na luta pela democracia e garantiu que “a ABI está de volta”.

 

Depois das falas dos representantes políticos, dos estudantes, das centrais sindicais e dos religiosos, encerraram o encontro o ex-governador do Ceará, Ciro Gomes e o governador do maranhão Flávio Dino.

 

CIRO GOMES

 

“O que predispõe o nosso povo ao autoritarismo e ao desapreço ao rito democrático é o medo”, disse Ciro. “O medo e a inconsequência das elites. Essa crise, que o professor Noam Chomsky nos descreveu, deve nos ambientar. Há uma crise da democracia representativa no mundo. Nas últimas eleições francesas, os cinco candidatos mais votados se esconderam por detrás de movimentos, porque os partidos estão todos desmoralizados na velha França”, lembrou.

 

“E, no Brasil. isto toma um gravame, porque a boa fé, a boa intenção da Constituição Cidadã de 1988 foi revogada ante uma certa apatia generalizada de todos nós, para não excluir ninguém e nem nos fazer melhor do que ninguém. Quando se introduz um artigo que diz que as despesas públicas estão congeladas por vinte anos, salvo o nominal deste ano mais a inflação que é 3%, nós vamos entender que não é o Jair Bolsonaro, ele apenas agrava dramaticamente aquilo que já foi feito na esteira do golpe que interrompeu e democracia brasileira”, denunciou o ex-governador.

 

“Não é mais da estrutura representativa, do entrechoque das pressões e contrapressões da sociedade, o embate por alocação num conflito distributivo terrível entre nós. Isso nos traz, então, as missões pelas quais eu venho somar a minha modesta militância a esse movimento. Eu estou me somando a todos os movimentos onde eu atribuo a esperança de que seja uma centelha para restaurar o ‘demo’ do ‘cratos’, que é o poder do povo. O nosso povo não está aqui. 57 milhões dos nossos votaram nisto que está aí”, lembrou Ciro.

 

“Votaram com medo, votaram porque pensaram encontrar ali a decência, vejam aonde nós chegamos. Pensaram encontrar ali a autoridade diante do medo da generalização da banalidade com que a violência hoje assusta todo mundo. Cresça um jovem na periferia do Brasil e para ele duas portas se abrem e apenas duas: a morte e a cadeia”, prosseguiu o líder do PDT.

 

“Isto está na cabeça de todo mundo. A busca por pertencimento, que é negada pela política, porque o refúgio identitário é muito importante, mas não responde ao drama da moral popular, o que o nosso povo encontra é o pertencimento nas igrejas. Ali as pessoas não estão sendo propriamente enganadas. Elas estão pagando por pertencimento para se proteger do medo. E aqui está a importância de nos reunirmos nesta noite, neste lugar, sob os auspícios dessa gente e com esse nível de pluralismo”, afirmou.

 

“Nós temos uma agenda para anteontem. 80 mil bolsistas do CNPq não vão receber a bolsa agora, esta semana. Nós temos que responder: aonde foi que nós erramos?”, concluiu Ciro Gomes.

 

FLÁVIO DINO

 

O governador Flávio Dino saudou os presentes e se disse honrado “de dividir o palco com todas essas lideranças”. “Com certeza, o Fernando deve ter me convidado por vários motivos. Pela passagem por três poderes do Estado, como juiz, como deputado e como governador. Mas tenho a impressão que ele me convidou sobretudo porque, com muita honra, eu sou aquele que Bolsonaro considera o pior governador do Brasil”, afirmou.

 

“É com esse título que eu saúdo a todos pela unidade fundamental, que hoje nós mostramos. E quero convidar para que essa unidade se amplie. Não porque nós precisamos, mas porque o Brasil precisa”, prosseguiu Dino.

 

“Nós temos uma narrativa em comum quanto ao passado deste país. Todos que aqui estamos nos orgulhamos de há 40 anos termos protagonizado a campanha da anistia. Todos que aqui estamos nos orgulhamos da Campanha das Diretas, da Constituinte, do enfrentamento da ditadura, do combate à tortura, da construção do pacto civilizacional nacional e democrático constante da Constituição. Esse é um grande passo, mas não é suficiente”, destacou o governador.

 

“Meu querido amigo Ciro Gomes encerrou suas palavras com uma frase filosófica, socrática. O método socrático de descoberta da verdade. A agudeza da pergunta. Onde nós erramos? E acho que essa é a resposta, que paira sobre as nossas cabeças nesta noite, que a narrativa que nos une quanto ao passado, deve ser acompanhada da construção de uma narrativa em comum quanto a um projeto de nação”, defendeu.

 

“Quais são os desafios que podem amalgamar essa unidade? Com a profundidade, com a solidez e com a amplitude que a hora presente no Brasil reclama. Eu enxergo quatro ou cinco tarefas. Aponto-as brevemente. A primeira delas diz respeito à defesa irrestrita, incondicional e corajosa da soberania nacional. Para nos opor, nos diferenciar da apropriação farisaica do verde e amarelo por parte daqueles que dizem ser patriotas, mas hoje, de modo vil, atendem sobretudo a interesses estrangeiros. Aquilo que o saudoso Leonel Brizola chamava de perdas internacionais. Temos que opor a soberania nacional à essa lógica”, defendeu o líder maranhense.

 

“A segunda tarefa diz respeito a um desafio que nós temos. Nós perdemos uma bandeira que sempre nos pertenceu. O combate à corrupção. Foi transformado em instrumento de luta contra o campo popular do Brasil e nós não podemos nos conformar com isso. Porque se tem lideranças, movimentos que se opõem de modo visceral e autêntico à corrupção, somos nós que aqui estamos e não aqueles que utilizaram da fraseologia contra a corrupção para, na verdade, ocultar a maior das corrupções, que é a obscena desigualdade social e a concentração de renda no Brasil”, afirmou Flávio Dino.

 

“Essa é a maior das corrupções. E os meus colegas das corporações jurídicas públicas acabaram comparecendo como sócios do grande capital na tarefa de destruir a democracia e utilizaram a causa da corrupção para, na verdade, perpetuar privilégios de casta e de classe no Brasil”.

 

“É fundamental que ergamos as bandeiras do Direito Já, colocando alguns conteúdos indeclináveis e inafastáveis nesse conjunto de direitos. É claro que aqui ecoam milhares de vozes acerca dos direitos, acerca dos direitos a serem celebrados. E eu destaco, particularmente, como professor que sou, Educação, Ciência e Tecnologia. Esta é uma tarefa que deve nos unir sempre. Porque não há uma nação justa e soberana com esse processo de destruição criminoso que está em curso hoje no Brasil contra a escola pública, contra a universidade pública, contra as bolsas, contra a pós-graduação brasileira, contra os cientistas, contra o pensamento nacional”, observou.

 

“Creio que para defender direitos civis não podem haver bandeiras que nos dividam. Eu tenho dito que o ex-presidente Lula não deve, neste momento, ser objeto de um debate se é inocente ou culpado. Não é este o debate. O debate que deve ser feito é se ele, como qualquer brasileiro, tem direito a um julgamento justo, técnico, independente, nos termos da lei. E ele não teve isto. De modo que eu acho que essa bandeira não tem dono e nem é uma bandeira que deve nos dividir em razão das preferências ou antipatias normais em relação a qualquer político brasileiro”.

 

“Eu sou daqueles que dizem que se um juiz é sócio da acusação, ele é tudo, menos um juiz. O pressuposto para esse nosso encontro dar certo está naquilo que o padre Júlio Lanceloti falou aqui. Está no plano do sentimento. Sobretudo daqueles mais pobres deste país que precisam ter seus direitos respeitados”, concluiu.

 

Abaixo o manifesto do Movimento Direitos Já – Fórum pela Democracia:

 

Direitos Já! Democracia sempre!

 

O Brasil vem enfrentando nos últimos anos uma explosiva combinação de crises econômicas, fiscais, éticas e de representatividade.

 

O resultado é um sentimento de descrédito e desesperança nas instituições e valores democráticos cujos resultados devem ser encontrados no exercício da política e jamais na sua negação.

 

Não há outro caminho. Na ânsia de virar a página da recessão, do desemprego, da violência e corrupção, a sociedade foi às urnas movida por notícias falsas, uso político da Justiça, demonização de pautas identitárias e movimentos sociais e pela promessa de soluções rápidas, fáceis e definitivas.

 

O resultado foi a ascensão política de um discurso vazio, religiosamente fundamentalista de contínuas agressões a instituições e segmentos sociais. Ao atacar a complexidade dos processos político e social do país e rotulá-los como a origem dos problemas do Brasil, as forças vencedoras do pleito paradoxalmente atacam a própria democracia e a legitimidade dos anseios de parcelas da população.

 

A narrativa desse novo polo de poder transforma em vilões do desenvolvimento do país os direitos humanos e trabalhistas, a pluralidade de pensamentos, a liberdade de expressão, de imprensa de cátedra e de crença, o conhecimento científico, o meio ambiente e até mesmo a tradição diplomática brasileira. Negando todo o processo político de décadas na luta pelo estado democrático de direito conquistado pelo povo brasileiro.

 

Os impactos são diretamente sentidos pelos segmentos mais vulneráveis e em alguns casos com efeitos nocivos que durarão gerações. Em 1988, com os horrores do estado de exceção da ditadura frescos na memória, o povo brasileiro escolheu o caminho de uma constituição cidadã que preconiza a justiça social, o acesso universal aos direitos fundamentais e a proteção contra as diversas formas de opressão e autoritarismo.

 

Hoje aqueles que estão no poder tentam reescrever a nossa história e apontam na direção de retrocessos dos valores fundamentais que guiam a democracia.

 

O momento exige união e vigilância constante. É preciso que as forças democráticas do país superem suas diferenças programáticas e estejam conectadas e engajadas em torno de uma pauta comum.

 

A defesa irrevogável da democracia, das instituições da República e dos direitos conquistados pela população brasileira. Com esse objetivo nasce o ‘Direitos Já – Fórum pela Democracia’, uma iniciativa suprapartidária, plural e aberta a todas e a todos, pessoas e instituições que desejam se engajar na vigilância e defesa da democracia no Brasil.

 

Direitos Já! Democracia sempre!

 

SÉRGIO CRUZ – Do Jornal Hora do Povo

Future-se

Universidade Federal de Santa Catarina rejeita projeto de privatização “Future-se”

Future-se

Sessão aberta do Conselho Universitário na tarde de terça-feira, no Campus Florianópolis. – Foto: Jair Quint

 

 

Para o reitor, a instituição recusa-se a ser precarizada, desacreditada e desmontada

 

O Conselho Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) rejeitou, nesta terça-feira (3), integralmente o texto do projeto Future-se proposto por Bolsonaro via Ministério da Educação que pretende permitir a entrada da iniciativa privada até na administração das faculdades públicas.

 

O posicionamento da instituição federal de ensino acompanha o que havia sido recomendado pela comunidade acadêmica, formada por estudantes, professores e técnicos, em Assembleia na noite desta segunda-feira, 2.

 

Na ocasião, mais de 4 mil pessoas lotaram o espaço interno e a área externa do auditório Garapuvu, no Centro de Cultura e Eventos, e além de rejeitar o Future-se, a assembleia aprovou o estado de greve. As categorias devem reunir-se nos próximos dias para decidir os encaminhamentos.

 

A assembleia aprovou, ainda, a adesão às manifestações convocadas pela União Nacional dos Estudantes (UNE) para o dia 7 de setembro, a criação de um comitê de mobilização externa e o texto de uma carta à Reitoria pedindo a renegociação dos contratos terceirizados pela readmissão dos profissionais que foram dispensados.

 

“Em um contexto de medidas de bloqueio e drásticos cortes orçamentários, ao qual estão submetidas as instituições federais de ensino, e da absoluta ausência de diálogo para a propositura desse programa, a análise do PL trouxe muitas incertezas quanto aos reais benefícios em prol da manutenção financeira de todo sistema universitário público, e muitas dúvidas a respeito dos impactos acadêmicos que o programa pode trazer às instituições federais de ensino superior”, diz um trecho da moção.

 

Ao fim da sessão, o reitor Ubaldo Cesar Balthazar disse que a Universidade deu o recado para a sociedade brasileira e, principalmente, para o governo brasileiro. Para o reitor, a instituição recusa-se a ser precarizada, desacreditada e desmontada. “A nossa luta vai ser grande, mas não vai ser inglória. Nós vamos lutar para alcançar uma Universidade melhor do que essa que está aqui”, completou.

 

Leia a íntegra da moção do Conselho Universitário da UFSC sobre o Future-se:

 

O Conselho Universitário da UFSC, reunido em sessão aberta, realizada em 3 de setembro de 2019, vem a público manifestar seu posicionamento de rejeição integral à proposta do Ministério da Educação, expressa no programa “Future-se”.

 

Essa decisão é resultado também do posicionamento de um conjunto de Unidades Acadêmicas, além das entidades representativas de docentes, servidores técnico-administrativos em Educação e de estudantes, que foi construída a partir da análise e discussões da minuta de PL disponibilizada pelo MEC. É resultado também da atividade de Grupo de Trabalho, a quem coube subsidiar as discussões e induzir debates e reflexões sobre a proposta do MEC.

 

Num contexto de medidas de bloqueio e drásticos cortes orçamentários ao qual estão submetidas as IFEs e da absoluta ausência de diálogo para a propositura desse Programa, a análise do PL trouxe muitas incertezas quanto aos reais benefícios em prol da manutenção financeira de todo o sistema universitário público e muitas dúvidas a respeito dos impactos acadêmicos que o Programa pode trazer às IFEs. O PL ignora ainda aspectos importantes, como:

 

  1. Áreas acadêmicas sem conexão imediata com as necessidades do mercado;
  2. O papel das unidades descentralizadas das IFEs e sua importância no desenvolvimento regional;
  3. A alteração de leis que confrontam as políticas públicas de educação consolidadas;
  4. A autonomia universitária prevista no Artigo 207 da Constituição Federal de 1988;
  5. As iniciativas das IFEs na área de Internacionalização;
  6. A inserção fundamental do SUS como único sistema presente nos hospitais universitários.

Através do posicionamento de rejeição do Programa Future-se reforçamos fortemente a defesa inarredável de princípios inegociáveis das Universidades Públicas Brasileiras:


– a plena autonomia constitucional, de gestão financeira, administrativa e pedagógica;
– o respeito à democracia interna das IFEs;
– a indissociabilidade do ensino, pesquisa e extensão;
– o financiamento do Sistema de Ensino Superior Público como dever do Estado;
– a garantia de Políticas estruturantes de apoio à permanência estudantil;
– a preservação das múltiplas vocações, da pluralidade acadêmica e da dimensão social das IFEs.

 

O Conselho Universitário, cumprindo sua função de instância máxima de deliberação da UFSC, reitera, por meio deste documento, sua exigência que o governo federal desbloqueie imediatamente os recursos orçamentários que as universidades têm direito. Com a presente decisão também reiteramos nossa permanente disposição ao diálogo com o MEC para o aperfeiçoamento das IFES.

 

Florianópolis, 03 de setembro de 2019.

 

Por todo o país, instituições federais rejeitam o ‘Future-se”

 

Pelo Brasil outras universidades já passaram por esta etapa e o Future-se já foi oficialmente rejeitado. Veja:

 

Rio de Janeiro

 

O Conselho Universitário (Consuni), órgão máximo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), rejeitou no dia 8 de agosto, por meio de nota assinada pela Reitoria, o programa Future-se.

 

Para a UFRJ o Future-se é vago e não defende a autonomia universitária como propagado por Bolsonaro e seus aliados. “São excessivamente vagas as atribuições, competências e limites das Organizações Sociais neste programa. Não está explicitamente definida a possibilidade de essas entidades atuarem nas atividades-fim das Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes). A flagrante ausência de clareza nesse aspecto depõe contra uma análise percuciente sobre as finalidades do Programa, que parece merecer reparo para um debate que leve à conclusão sobre sua eficiência, eficácia e efetividade no âmbito das Ifes”, afirmou a nota.

 

“Pela sua configuração atual, o Future-se não se apresenta disposto a promover o fortalecimento da autonomia universitária. Contrario sensu, pode indicar retrocesso aos avanços do ordenamento jurídico pátrio garantidores das melhores perspectivas para o desenvolvimento socioeconômico, científico e cultural do país, que emergem das Ifes. Em outros termos, as disposições da proposta do Programa, nesse contexto original, tendem a romper o invólucro constitucional que protege a autonomia administrativa, didática e de gestão financeira das Ifes, que passaria a depender e ser gerida pela OS”.

 

“O chamado Fundo do Conhecimento, proposto no programa, é também recheado de lacunas. Não há clareza sobre a composição do patrimônio que serviria de aporte inicial, não se discutem o tempo de maturação de um fundo deste tipo e como as Ifes seriam financiadas durante esta transição, não há qualquer menção aos critérios de escolha do gestor do referido fundo e de como ele será remunerado, especialmente no período de lançamento e consolidação do fundo. Caso o fundo fracasse, o retorno do patrimônio é previsto ao MEC, sem esclarecer com ficam os aportes eventualmente feitos pelas Ifes”, afirma o Conselho Universitário da UFRJ.

 

Paraná

 

A Universidade Federal do Paraná (UFPR), a mais antiga do Brasil, rejeitou a adesão ao programa Future-se, do Ministério da Educação (MEC), em sessão extraordinária do Conselho Universitário realizada nesta terça-feira (27). A decisão foi unânime.

 

Para a UFPR, o programa do MEC vai contra os princípios de autonomia universitária e o ensino superior público e de qualidade.

 

Conforme a universidade, a análise levanta pontos como ausência de diálogo, indefinição em relação aos campi do interior e cursos sem vocação para captação de recursos, indefinição da manutenção do financiamento público, amarras para o uso de recursos próprios, papel dos docentes na captação de recursos e regime de trabalho.

 

Paraíba

 

A Universidade Federal da Paraíba também rejeitou o projeto. Houve consenso na rejeição do projeto e a Reitora, Profa. Margareth de Fátima finalizou os trabalhos da Assembleia convocada para debater o tema com o pronunciamento “declaro que a Assembleia Universitária do CCA, Campus II da UFPB, rejeita o programa future-se”.

 

Ceará

 

A Universidade Federal do Ceará (UFC) anunciou no dia 14 de agosto que não vai aderir ao programa. A decisão foi tomada pelo Conselho Universitário (Consuni), que teve a maioria dos votos contra o projeto.

 

“O que se escancara, aos nossos olhos, é que se encontra em marcha uma estratégia para reduzir a presença do Estado na garantia do direito à educação e, ao mesmo tempo, abrir à financeirização do ensino público, transformando a educação em mercadoria que tem o lucro – e não o compartilhamento, a geração e difusão do conhecimento – como objetivo final”. afirmou o conselho.

 

A Universidade Federal do Cariri (UFCA) decidiu, na terça-feira (27), rejeitar a adesão ao Future-se. Todos os 31 conselheiros da Universidade Federal do Cariri votaram contra a proposta do Governo Federal.

 

Amazonas

 

O Conselho Universitário da Universidade Federal do Amazonas rejeitou o Future-se no dia 1º de agosto. O conselho aprovou uma nota de repúdio à proposta do Governo Federal. O texto afirma que o Future-se “ataca os fundamentos da universidade pública no que tange à sua autonomia, garantida no artigo 207 da Constituição Federal”.

 

Roraima

 

O Conselho Universitário da Universidade Federal de Roraima (UFRR) também rejeitou adesão ao programa Future-se, no dia 14.

 

De acordo com o texto publicado, o Conselho, considerou que a minuta do Programa na contra mão do Plano Nacional de Educação. “Está clara a ausência de políticas comprometidas com as premissas que constituem a universidade pública, apresentando, inclusive, falta de alinhamento com o Plano Nacional de Educação (2014-2024).” diz trecho da nota.

 

“Defendemos que a Universidade continue pública, com financiamento governamental, porque somos uma região periférica da Amazônia. Basta olhar nossa vulnerabilidade social, diferente da realidade de outras partes do país. Não existe possibilidade de captarmos recursos na quantidade que a Universidade precisa. Somos o quarto financiamento do estado de Roraima e não há como arrecadar tanto de forma privada”, afirmou o reitor da UFRR, Jefferson Fernandes.

 

Do Jornal Hora do Povo

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Estrangulamento do CNPq e da Capes compromete o futuro da ciência brasileira

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O mês de setembro começou com uma nova investida do governo Bolsonaro contra a educação e a ciência do nosso país.

 

O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), os dois principais órgãos de fomento à pesquisa científica brasileira, estão seriamente ameaçados pela criminosa política de destruição de Bolsonaro.

 

No CNPq, as mais de 84 mil bolsas de pesquisa oferecidas pela entidade estão ameaçadas. O corte do orçamento realizado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, deixou o órgão sem verba suficiente para encerrar o ano de 2019.

 

Segundo o presidente do CNPq, são necessários R$ 330 milhões apenas para o pagamento das bolsas até o fim do ano.

 

CAPES

 

Nesta segunda-feira (02), o governo Bolsonaro anunciou o corte de mais 5.613 bolsas que seriam ofertadas pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) a partir de setembro. No primeiro semestre de 2019, já foram bloqueadas 6.198 bolsas de pós-graduação no órgão vinculado ao Ministério da Educação.

 

Ao todo, as 11.811 bolsas cortadas correspondem a 5,57% do total de vagas ofertadas pelo sistema neste ano. O bloqueio foi confirmado pelo presidente da instituição, Anderson Ribeiro Correa, e é reflexo da redução do orçamento da instituição.

 

As bolsas cortadas seriam ofertadas de setembro a dezembro deste ano, após a conclusão da formação dos atuais estudantes que as recebem. Elas voltariam para o sistema e seriam repassadas a outros alunos. Mas, com o corte, deixarão de ser reativadas para novos bolsistas.

 

Todas as bolsas que seriam concedidas até o fim do ano estão suspensas.

 

Orçamento para 2020 será ainda menor

 

A situação para o ano que vem é ainda pior. Na proposta de orçamento enviada pelo governo ao Congresso, a verba das duas instituições será cortada drasticamente. No caso da Capes, o orçamento previsto é de metade do de 2019 e, no caso do CNPq, o corte da verba de “fomento a ciência” é de 87%.

 

Com o projeto de lei Orçamentária de 2020, encaminhado ao Congresso Nacional pelo governo federal na sexta-feira (30), os recursos do Ministério da Educação (MEC) para pesquisas caiu de R$4,25 bilhões para R$2,20 bilhões.

 

O valor previsto para atividades de “fomento” no orçamento do CNPq é de apenas R$ 16,5 milhões, contra os R$ 127 milhões neste ano — já considerado um valor largamente insuficiente para a manutenção das atividades mínimas de pesquisa científica no País.

 

Segundo o Jornal da USP: “Para se ter uma ideia, em anos anteriores, só a Chamada Universal do CNPq — um dos editais mais tradicionais e importantes da ciência brasileira — costumava distribuir R$ 200 milhões anualmente para centenas de projetos. E esse era apenas um dos muitos editais lançados pelo CNPq e outras agências de fomento para irrigar a produção de ciência e tecnologia em milhares de laboratórios em todo o País; vários dos quais já deixaram de ser lançados ou estão sendo pagos com atraso nos últimos anos, por falta de recursos”.

 

20190903 tabela proposta orcamentaria cnpq2020

 

Os R$ 16,5 milhões propostos para 2020, portanto, são apenas um valor simbólico — se aprovado dessa forma, o orçamento aniquilará a capacidade do CNPq de fomentar a pesquisa científica no Brasil, restando-lhe apenas a função de conceder bolsas. E, ainda assim, fica a dúvida: se as bolsas são para fazer pesquisa, mas os laboratórios não têm dinheiro para funcionar, onde esses bolsistas vão trabalhar? “Não adianta ter bolsas se os laboratórios estão paralisados”, como bem disse o presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Ildeu de Castro Moreira, em entrevista ao Jornal da USP na semana passada.

 

Leia a reportagem: Pesquisadores temem colapso das agências de fomento à ciência no Brasil.

 

O orçamento proposto para bolsas do CNPq em 2020 é de R$ 962 milhões, o que representa um aumento de 22% em relação ao valor aprovado para este ano; mas continua abaixo do custo total anual da folha de pagamento de bolsas da agência, que é de aproximadamente R$ 1 bilhão. Basta ver que o montante deste ano, de R$ 785 milhões, só foi suficiente para pagar as bolsas até agosto, e o CNPq aguarda agora uma liberação emergencial de R$ 330 milhões para continuar pagando seus 84 mil bolsistas até o fim do ano.

 

As fatias do orçamento destinadas à cooperação internacional, divulgação científica e à manutenção administrativa do CNPq também deverão sofrer reduções drásticas em 2020 (veja tabela). O valor total do orçamento deve “crescer” pouco mais de 2% — abaixo da inflação prevista para 2019, de 3,65%. (Esse valor refere-se apenas às despesas chamadas discricionárias do órgão, não incluindo as despesas trabalhistas obrigatórias com salários, aposentadorias e benefícios).

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Feriado também é dia de filme: “Bienvenido, Mr. Marshall!“, de Luís Garcia Berlaga, vai ao ar no próximo sábado (07), na mostra democrática Cinema Com Partido!

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O Cine-Teatro Denoy de Oliveira apresenta: CINEMA COM PARTIDO – MOSTRA DEMOCRÁTICA

 

Trabalhadores sem direitos; colonialismo; imperialismo; racismo; discriminação das mulheres; extermínio das populações indígenas; degradação do meio-ambiente; ciência e escola sob censura de pretensos intérpretes das Escrituras; aversão à democracia e seu fundamento, o livre debate entre partidos políticos; exaltação das ditaduras, do pensamento único , da violência, da intolerância, da corrupção, da hipocrisia (qualquer semelhança com o governo da família Bolsonaro será mera coincidência?) são temas que o cinema universal tem denunciado com vigor ao longo do tempo.

Para a extrema-direita, isto é doutrinação.

Para as correntes de opinião comprometidas com a democracia é cultura e arte.

 

 

07/09 – 10H: “BIENVENIDO, MR. MARSHALL!” (1953), DE LUÍS GARCIA BERLANGA

 

SINOPSE

Pequenina cidade na Espanha se prepara para a chegada dos americanos após o fim da 2ª Guerra Mundial. Os moradores investem nos preparativos para impressionar os visitantes, esperando poder se beneficiar do Plano Marshall. Há que pensar bem no que pedir aos novos amigos: um pedido por habitante, nem mais nem menos.

 

 

Confira nossa programação completa: http://bit.ly/CinemaComPartido

 

SERVIÇO

Filme: Bienvenido, Mr. Marshall! (1953), de Luís Garcia Berlanga

Duração: 98 minutos

Quando: 07/09 (sábado)

Que horas: pontualmente às 10 horas da manhã.

Quanto: entrada franca

Onde: Rua Rui Barbosa, 323 – Bela Vista (Sede Central da UMES SP)

 

 

 

 

P4 - Al Janiah

UMES repudia ataque ao Restaurante Al Janiah

P4 - Al Janiah 

 

A UMES de São Paulo condena o criminoso ataque contra o restaurante Al Janiah, importante local de discussão e debate político da cidade de São Paulo. Manifestamos nossa solidariedade aos nossos vizinhos do Al Janiah, aos nossos amigos e a todos os seus frequentadores.

 

 

O bar, restaurante e centro cultural de refugiados Al Janiah, localizado no Bixiga, região central da cidade de São Paulo, sofreu um ataque na madrugada deste domingo (1). Um grupo de cinco homens lançou spray pimenta contra as pessoas que estavam na entrada do local e atirou garrafas dentro do estabelecimento, localizado na Rua Rui Barbosa.

 

O espaço já estava fechando as portas, mas ainda havia clientes, segundo a assessoria de imprensa.

 

Um vídeo que circula nas redes sociais mostra frequentadores do lado de fora do bar. Depois, alguns homens se aproximam caminhando devagar e começam a chutar a porta do estabelecimento e lançam spray pimenta. Frequentadores reagem com cadeiras e garrafas. Em seguida, a gravação é interrompida. Ainda não há identificação dos agressores.

 

Em nota, a direção do bar confirmou o ataque ao Al Janiah. “Por volta das 3h30 da manhã, um grupo de cinco pessoas se aproximou da porta principal do estabelecimento portando uma faca e spray de pimenta. As câmeras de segurança registraram o momento do covarde ataque que foi prontamente contido pela segurança da casa. Os membros do grupo fugiram na sequência”, diz o texto.

 

O Al Janiah apontou que a motivação para o ataque “o crescente discurso de intolerância e ódio que acomete este país”. E afirma estar tomando “as devidas providências” por meio de advogados.

 

Nas redes sociais, o DJ Marcel Rouge, que estava trabalhando no bar na hora do ataque, relatou o ocorrido: “Uma das maiores barbáries que já presenciei. Xenofobia não é mimimi. Jogaram garrafas e gás de pimenta dentro do Al Janiah, um local de refugiados, que emprega 35 pessoas”.

 

O restaurante é administrado por um palestino-brasileiro, Hasan Zarif. Vários dos funcionários são palestinos e de outras etnias árabes que vieram de campos de refugiados na Síria. O local também promove debates sobre política e a situação no Oriente Médio.

 

No Facebook, o Al Janiah se manifestou: “Desde o inicio, o Al Janiah sempre foi conhecido por ser um espaço democrático, de defesa das minorias políticas e acolhimento de refugiados. Sua historia se liga à luta pela Libertação da Palestina”.

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Taca fogo – Artigo de Eugênio Bucci

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Vista da Reserva Biológica de Serra do Cachimbo, em Altamira – Foto: Victor Moriyama / Greenpeace

 

Taca fogo

Tochas glorificando Hitler agora são carregadas contra a Floresta Amazônica

Consta que o documentário russo-soviético O Fascismo de Todos os Dias, de Mikhail Romm, lançado em 1965, foi visto por mais de 40 milhões de espectadores. Se a plateia foi mesmo tão grande, é merecido. Montado a partir de imagens cinematográficas originais da propaganda nazista, o filme reconstitui a formação do que chama “fascismo alemão” e consegue um resultado tão esclarecedor quanto apavorante.

Preliminarmente, cabe aqui um reparo sobre o título da obra. Classificar como “fascismo” a tirania liderada por Adolf Hitler talvez não prime pela melhor precisão histórica. O horror promovido pelo Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães não foi a mesma coisa que a autocracia de Mussolini. Muitos estudos – os de Hannah Arendt entre eles – já detectaram distinções estruturais entre nazismo e fascismo. O primeiro implementou o genocídio como procedimento administrativo do Estado; o segundo, não. No primeiro, o Estado de vigilância total era empregado para eliminar desafetos na cúpula do regime; no segundo, o Estado policial estacionou em estágios mais rudimentares. O primeiro foi a encarnação paradigmática do totalitarismo, interpelando cada cidadão como um agente de segurança a serviço do Terceiro Reich; o segundo realizou-se como exacerbação do autoritarismo.

Entretanto, a despeito das dessemelhanças, os dois modelos guardam em comum traços essenciais. Tanto no nazismo como no fascismo, pulsam as tradições regressivas do cesarismo e do bonapartismo, com forte ojeriza aos marcos civilizatórios do Ocidente e virulenta negação das liberdades e dos direitos humanos. Principalmente, nos dois as massas inflamadas se encarregam de oprimir os dissidentes.

Nessa perspectiva, o título que Mikhail Romm deu ao seu documentário tem pertinência. “O fascismo de todos os dias” significa algo como “o fascismo dos comuns”, “o fascismo ordinário” ou “o fascismo cotidiano”. O foco do cineasta – que atua também como narrador, sempre em off – está na conversão das massas em promotoras ativas dos ideários obscurantistas que seus ditadores adorados procuraram transformar em lei fundamental da humanidade. Vistos por essa lente, nazismo e fascismo são irmãos, análogos, equivalentes. Portanto, Romm pode ter razão.

O documentário, em preto e branco, é dividido em capítulos. Na abertura do Capítulo V, lemos, como epígrafe, uma frase atribuída a Adolf Hitler: “Qualquer cabo pode virar professor, mas não é qualquer professor que pode virar cabo”. Na sequência, as imagens estarrecem. São cenas noturnas, filmadas pela máquina de propaganda do Führer. Num descampado ao ar livre, algo como um pátio gigantesco ou um estádio infinito, jovens perfilados em colunas militares, fardados, carregam tochas acesas. A coreografia em meio à treva faz as chamas desenharem rios de fogo, como lava escorrendo. Ao fundo, o diretor-narrador apresenta sua leitura do que se passa na tela.

“Durante três dias após a chegada de Hitler ao poder, aconteceram estas Marchas de Tochas, Fackelzug. Eu olho para esse rio de fogo e penso: qual era o verdadeiro, o profundo sentido desse espetáculo ígneo? Bem, claro, ele mostrava o poder da nova ordem. Intimidava, exaltava as almas simples. Mas o principal dessas Fackelzug é que elas ajudavam a transformar o homem em selvagem. Aliás, transformá-lo em selvagem numa situação solene. Assim, ao tornar-se selvagem, ele se sentiria um herói. E pronto para qualquer tipo de brutalidade, ele se sentiria muito útil ao Terceiro Reich: necessário, acima de tudo, para enfrentar tudo o que se opunha ao nazismo, tudo o que ficasse em seu caminho.”

Nessa altura, as tochas, que são centenas ou milhares, começam a formar uma suástica sobre a escuridão. Mikhail Romm comenta: “Não me posso resignar à ideia de que, na Alemanha, país de grande cultura, tinham chegado ao poder pessoas semianalfabetas, obtusas e presunçosas, que fizeram qualquer coisa para transformar o homem num selvagem exaltado”.

Seguem-se cenas de livros sendo incinerados nos pátios de universidades. Clássicos da literatura universal, de Leon Tolstoi a Thomas Mann, foram queimados nesses rituais. A gramática cinematográfica adotada por Romm nos mostra que as labaredas do nazismo – ou do fascismo, em sentido amplo – ardiam para reduzir a cultura a cinzas fumegantes.

Os cultores de Adolf Hitler e de Benito Mussolini – ignaros, intolerantes e brutos – sentiam-se autorizados por seus chefes a empregar a força física contra o que os apavorava e que eles, sem terem consciência do próprio pavor, transformavam no objeto de seu ódio. De cabeça erguida, como se fossem “heróis”, atearam fogo às ideias, às letras, ao desejo. Destroçaram bibliotecas, perseguiram pensadores e jornalistas, censuraram o que Hitler chamava de “arte degenerada”, espancaram mulheres livres, mataram homossexuais. Saíram às ruas como bestas, queimando suas bruxas imaginárias em seus infernos interiores e ergueram ditaduras sem limites.

Você pode até implicar com o diretor do filme, que não esboçou uma só crítica ao stalinismo, uma vertente de totalitarismo. Romm foi um expoente da cinematografia oficial soviética e nunca peitou o regime. Mesmo assim, há quem diga que nesse filme, subliminarmente, ele teria denunciado o “fascismo cotidiano” da União Soviética. Sabe-se lá.

De um jeito ou de outro, O Fascismo de Todos os Dias segue sendo uma reflexão arguta, tragicamente atual, que nos convida a pensar sobre o que a mera objetividade não nos permite enxergar. No velho documentário soviético vislumbramos o itinerário oculto pelo qual as tochas que glorificavam Hitler se arrastaram da Alemanha dos anos 1930 para os nossos dias e, agora, carregadas por anônimos que se sentem “heróis” em guerra contra índios, ecologistas, artistas e intelectuais, tacam fogo na Floresta Amazônica.

*Eugênio Bucci é jornalista e professor da ECA-USP

Fonte:

O Estado de S.Paulo

https://opiniao.estadao.com.br/noticias/espaco-aberto,taca-fogo,70002986913

 

**O documentário O Fascismo de Todos os Dias, de Mikhail Romm, é produzido pelo Mosfilm e distribuído no Brasil pelo CPC-UMES Filmes
 

www.cpcumesfilmes.org.br

Parque Bixiga

“Parque do Bixiga é uma necessidade”, diz vereador Gilberto Natalini

Parque Bixiga

 

Nesta semana, o Projeto de Lei do Parque do Bixiga entrou em pauta no Plenár

Gilberto Natalini

io da Câmara Municipal dos Vereadores de São Paulo. Segundo o autor do projeto vereador Gilberto Natalini (PV), o projeto possui grande apoio dentro da casa e a expectativa é de que o Parque do Bixiga seja aprovado 

 

na primeira votação.

Na quarta-feira (28), dia da sessão plenária, a mobilização dos moradores do Bixiga e

 dos estudantes da capital paulista lotou as galerias da Câmara em apoio à aprovação do projeto.

“Entre a primeira e a segunda votação, nós vamos articular com a Prefeitura e com a sociedade a sanção do projeto e a implantação do Parque do Bixiga, que é uma necessidade do bairro”, destacou o vereador Natalini.

 

 

A proposta também conta com co-autoria dos vereadores Mario Covas Neto (PODEMOS), Toninho Vespoli (PSOL), Reis (PT), Eduardo Suplicy (PT), Antonio Donato (PT), Gilson Barreto (PSDB), Toninho Paiva (PL), Celso Giannazi (PSOL) e as vereadoras Sâmia Bomfim (PSOL), Juliana Cardoso (PT) e Soninha Francine (CIDADANIA).

 

 

Audiência Camara 4

Cientistas protestam no Congresso contra fim das bolsas e o desmonte do CNPq

 

Audiência Camara 4

Presidente do CNPq, João Azevedo, reafirmou que só há dinheiro para pagar as bolsas de agosto –
Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

 

Em audiência pública conjunta das comissões de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática; e de Educação, realizada nesta quarta-feira (28) na Câmara dos Deputados, representantes de entidades de apoio à Ciência e Tecnologia protestaram contra os cortes de verbas para pesquisa promovidos pelo governo Bolsonaro.

 

O presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), João Azevedo, reafirmou que só há dinheiro para pagar as bolsas de agosto, recurso disponível no quinto dia útil de setembro. Com isso, ele ressaltou que 84 mil bolsas de pesquisas financiadas pelo CNPq podem acabar.

 

Segundo levantamento realizado pelo conselho e apresentado por Azevedo, faltam R$ 330 milhões para honrar os compromissos de setembro a dezembro. Ele esclareceu que “O problema não é só de contingenciamento, mas de um orçamento menor para a área em 2019”.

 

Os cientistas enfatizaram a importância da disponibilização de recursos para o setor como ferramenta para combater a crise econômica e acelerar o desenvolvimento do País.

 

Representando a Academia Brasileira de Ciências (ABC), Luiz Davidovich, lembrou que os investimentos vão além das bolsas e que a falta deles compromete o futuro brasileiro.

 

“Quais são os sonhos para um país que não dependa só de commodities? Tudo bem exportar alimentos, legal, importante, mas vamos agregar valor à nossa pauta de exportações, vamos fazer remédios mais baratos para a população brasileira”, disse Davidovich.

 

Atualmente, são 27 modalidades de incentivos à pesquisa pagas pelo CNPq, como as bolsas de iniciação científica, que pagam R$ 400 a alunos de graduação, e as de doutorado, no valor de R$ 500 a R$ 2 mil.

“Não querem que se faça pesquisa no país. Se você desmonta a principal agência que apoia os pesquisadores, a mensagem que passa é que não vale a pena ou não se tem interesse em desenvolver a ciência no país”, avaliou o presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Ildeu de Castro Moreira.

 

“Alertamos o governo (do ex-presidente Michel) Temer, o ministro (Gilberto) Kassab, os relatores do orçamento, fizemos audiência pública. Apontamos que faltaria cerca de R$ 330 milhões para o CNPq cumprir o compromisso de bolsas. Quando entrou o governo de Jair Bolsonaro nós também alertamos isso. É uma situação dramática e não temos visto sensibilidade por parte do governo para resolver essa situação, com exceção do Ministério da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes”, explicou o presidente da SBPC.

 

Além do CNPq, o presidente da SBPC relatou que outros órgãos de fomento à pesquisa estão sofrendo cortes drásticos no orçamento. Não há recursos para bancar as bolsas de iniciação científica júnior, prêmio concedido aos medalhistas de ouro da Olimpíada Nacional de Matemática. A agência pública de financiamento à inovação (Finep) está com 90% do orçamento de R$ 6 bilhões congelado. “O recurso global para pesquisa tem cerca de um terço do que tinha há dez anos atrás”, ressaltou Moreira.

 

INOVAÇÃO

 

“Enquanto os outros países têm avançado, têm colocado essa área de ciência, tecnologia e inovação como prioridade, e considerando que isso é investimento, no Brasil a gente considera que isso é gasto e tem reduzido os investimentos da área”, afirmou Gianna Sagazio, da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

A presidente da Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG), Flavia Calé, afirmou que, dos 300 mil estudantes de mestrado e doutorado do País, só metade deles tem bolsa. Para Flávia há projetos que podem ser votados pelo Congresso para liberar crédito suplementar ao orçamento do setor e destinar outras fontes de financiamento, como uma porcentagem do Fundo Social do Pré-Sal.

 

Segundo a presidente da ANPG, colocar em risco o CNPq é ameaçar a soberania nacional. “Pôr em risco a manutenção dessas bolsas é acabar com a perspectiva de desenvolvimento nacional.”

 

“Os R$ 330 milhões do CNPQ não levam em conta os cortes que já aconteceram, porque já tem pesquisa sendo paralisada. Esses R$ 330 milhões são emergenciais, eles não resolvem nosso problema. O que a gente precisa é universalizar as bolsas de estudo no país. Os 300 mil pós graduandos do Brasil precisam ter bolsa. Os seis anos sem reajuste das bolsas é uma humilhação para a ciência brasileira. O pessoal gosta de tomar Harvard como referência, mas lá o pós graduando vale R$ 3 milhões e não R$ 2.500 por mês. As bolsas do CNPq exigem dedicação exclusiva, ou seja, os pesquisadores não têm outra fonte de renda”, destacou Flavia.

 

A presidente da ANPG ainda apresentou a quantia mínima necessária para não afundar de vez a pesquisa científica no país. “São R$ 943 milhões que a gente precisa, para reaver as bolsas que foram cortadas e depois reajustar todas elas. Isso quer dizer 1 dia que o Brasil deixa de pagar os juros da dívida pública, é um dia, é decisão política. E é essa decisão politica que não quer ser tomada porque o projeto do governo Bolsonaro é destruir e não construir e a gente não pode se submeter a isso. Essa casa não pode se submeter a isso”.

 

A deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL), lembrou que o governo Bolsonaro já havia suspendido a abertura de novas bolsas de pesquisa, no meio do ano. “Esse corte de agora é ainda mais grave por que se trata de pesquisas que já estão em andamento. E também profissionais competentes e qualificados que terão sua fonte renda cortada de uma hora para a outra. Isso é muita irresponsabilidade porque não é fácil para ninguém entrar no mundo acadêmico e se dedicar a pesquisas. Cortas as buscas significa colocar em risco o futuro da produção acadêmica, cientifica e o desenvolvimento do país”, disse.

 

Para Sâmia, o atual governo elegeu a educação e a ciência como inimigas porque são áreas que colocam seu projeto autoritário de poder em risco. “Não é à toa que a ciência, a tecnologia e a educação são as áreas mais atacadas pelo governo Bolsonaro. Desde o início ele as escolheu como inimigas porque o conhecimento contribui para a conscientização da população. Todo projeto autoritário, centralizador e anti-povo é necessariamente anti-intelectual. Porque o desenvolvimento cientifico e a possibilidade de reflexão sobre a sociedade desperta a população contra medidas autoritárias e retrocessos”, afirmou.

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“A Pequena Órfã”, de Lina Wertmüller, estrelado por Sophia Loren, será exibido na Mostra Permanente de Cinema Italiano nesta segunda (02)

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O Cine-Teatro Denoy de Oliveira apresenta: Mostra Permanente de Cinema Italiano

 

Uma das mais importantes cinematografias do mundo, a italiana, já quase não é vista nas telas de cinema e televisão do Brasil, cada vez mais abarrotadas de subprodutos da indústria hollywoodiana.

Enquanto o governo insiste em não realizar uma política cultural que garanta aos brasileiros o acesso às melhores obras da produção cinematográfica mundial, inclusive a nossa, a UMES (União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo) vai fazendo o que pode para preencher a lacuna.

 

 

02/09 – 19H: “A PEQUENA ÓRFÔ (2001), DE LINA WERTMÜLLER

 

SINOPSE

Itália, final do século XIX. Dona de uma fábrica de macarrão, Francesca se casa com o príncipe Giordano, com quem tem nove filhos. Para pagar uma promessa, adota ainda uma órfã chamada Nunziata, que se torna sua filha mais dedicada. Anos depois, quando o filho mais velho de Francesca retorna da faculdade, Nunziata se apaixona por ele. Um amor proibido que causará muitos problemas para essa grande família.

 

O DIRETOR

Nascida em Roma, Arcangela Felice Assunta Wertmüller von Elgg Spanol von Braucich estudou teatro e trabalhou como assistente de direção de Giorgio Lullo nos anos 50. No cinema, foi assistente de Federico Fellini em “Oito e Meio” (1963). Estreou como diretora com “I Basilischi” (1963). Em 1965 dirigiu o filme em episódios “Questa Volta Parliamo di Uomini” e para a televisão “Il Giornalino di Gian Burrasca”, adaptação do romance homônimo de Vamba. Assinou outros dezessete longa-metragens, entre os quais “Mimi, o Metalúrgico” (1972), “Amor e Anarquia” (1973), “Pasqualino Sete Belezas” (1975), “Sábado, Domingo e Segunda” (1990), “Ninfa Plebeia” (1996). Em 2001 lançou “A Pequena Orfã”, telefilme estrelado por Sofia Loren, extraído do romance homônimo da escritora napolitana Maria Orsini Natale.

 

Confira nossa programação completa: http://bit.ly/MostraCinemaItaliano

 

SERVIÇO

Filme: A Pequena Órfã (2001), de Lina Wertmüller

Duração: 125 minutos

Quando: 02/09 (segunda-feira)

Que horas: pontualmente às 19 horas

Quanto: entrada franca

Onde: Rua Rui Barbosa, 323 – Bela Vista (Sede Central da UMES SP)