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Você sabia que hoje é o dia da previdência social?

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A criação desta data homenageia a Lei Eloy Chaves, a qual foi criada em 24 de janeiro de 1923, e que é considerada a primeira lei destinada à previdência social no Brasil.

 

Com esta lei, surgiu a Caixa de Aposentadoria e Pensões que, inicialmente, servia para beneficiar os empregados (e seus familiares) das empresas de estradas de ferro do país.

 

Previdência social é um seguro que garante a renda do contribuinte e de seus familiares em casos de acidentes, invalidez, morte, prisão e velhice, por exemplo.

 

Hoje, infelizmente, a previdência social vem sofrendo diversos ataques e quem sofre com isso é o povo trabalhador.

 

O presidente da Confederação dos Aposentados, Pensionistas e Idosos do Brasil (COBAP), Warley Martins, explica que além de reduzir o valor mínimo do benefício, a proposta do governo Bolsonaro “desconsidera as diferenças exorbitantes de trabalho entre homens e mulheres, que ainda hoje encaram jornadas duplas de trabalho, e dos trabalhadores rurais, que se expõem a condições físicas de trabalho exaustivas”. O dirigente também criticou outro ítem da propostas que prevê o índice de reajuste dos benefícios apenas pela inflação, o que significa que o aposentado não terá ganho real em suas aposentadorias.

 

“A COBAP luta há anos contra a perda do poder de compra dos aposentados, que é resultado dessa desigualdade de reajuste entre o salário mínimo e o benefício. Se aprovar essa proposta, o futuro governo atesta que quer cobrar do trabalhador brasileiro toda a crise advinda da corrupção e má gestão da previdência, que comprovadamente, não é deficitária”, afirmou Warley.
(Trecho tirado do Jornal Hora do Povo)

 

Que este 24 de janeiro nos lembre de que, na verdade, todo dia é dia de lutarmos pelos nossos direitos e conquistá-los cada vez mais.

 

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Mostra Permanente de Cinema Italiano da UMES já tem data para voltar em 2019

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E a espera finalmente acabou: a Mostra Permanente de Cinema Italiano da UMES já tem data e hora para voltar. O projeto, que segue para sua quarta edição, abrirá o ano no dia 11 de fevereiro reprisando o filme 1900, em homenagem ao diretor Bernardo Bertolucci, falecido em novembro do ano passado.

 

A Mostra de 2019 vem cheia de novidades e propõe bastante diversidade nos estilos cinematográficos entre os 41 filmes que serão exibidos no decorrer do ano, além de apresentar 6 novos diretores na programação, sendo eles Florestano Vancini, Luca Miniero (diretor de “Bem Vindo Ao Sul”, o filme mais visto na Itália em 2010), Luciano Salce, Mario Mattoli e a dupla Alfredo Guarini e Gianni Franciolini, que vão dividir a direção com os icônicos Rossellini, Visconti e Luigi Zampa em “Nós, As Mulheres” (1953).

 

Os filmes vão continuar sendo exibidos no Cine-Teatro Denoy de Oliveira (Rua Rui Barbosa, 323 – Bela Vista), sempre às segundas-feiras, às 19 horas, com entrada grátis. E o clássico chá também vai continuar, ainda bem.

 

 

PROGRAMAÇÃO DE 2019

 

(11/02) 1900 – PARTE 1 – Bernardo Bertolucci (1976), 162 min.

(18/02) 1900 – PARTE 2 – Bernardo Bertolucci (1976), 154 min.

(25/02) O CONFORMISTA – Bernardo Bertolucci (1970), 113 min.

(11/03) GAVIÕES E PASSARINHOS – Pier Paolo Pasolini (1966), 89 min.

(18/03) OS NOVOS MONSTROS – Risi, Monicelli, Scola (1977), 115 min.

(25/03) FALA-ME DE MULHERES – Ettore Scola (1964), 107 min.

(01/04) A MAIS BELA NOITE DA MINHA VIDA – Ettore Scola (1972), 106 min.

(08/04) QUE HORAS SÃO? – Ettore Scola (1989), 97 min.

(15/04) A MARCHA SOBRE ROMA – Dino Risi (1962), 94 min.

(22/04) O VIÚVO – Dino Risi (1959), 87 min.

(29/04) PÃO, AMOR E… – Dino Risi (1955), 106 min.

(06/05) A NOITE DO MASSACRE – Florestano Vancini (1960), 105 min.

(13/05) OJUÍZO UNIVERSAL – Vittorio de Sica (1961), 101 min.

(20/05) O OURO DE NÁPOLES – Vittorio de Sica (1954), 138 min.

(27/05) VÍTIMAS DA TORMENTA – Vittorio de Sica (1946), 90 min.

(03/06) BEM-VINDO AO SUL – Luca Miniero (2010), 102 min.

(10/06) NÓS, AS MULHERES – Rossellini, Visconti, Zampa, Franciolini, Guarini (1953), 95 min.

(17/06) VIAGEM À ITÁLIA – Roberto Rossellini (1954), 85 min.

(24/06) A MÁQUINA DE MATAR PESSOAS MÁS – Roberto Rossellini (1952), 80 min.

(01/07) O AMOR – Roberto Rossellini (1948), 79 min.

(08/07) FANTOZZI – Luciano Salce (1975), 108 min.

(15/07) E LA NAVE VA – Federico Fellini (1983), 132 min.

(22/07) GINGER E FRED – Federico Fellini (1986), 125 min.

(29/07) A VOZ DA LUA – Federico Fellini (1990), 120 min.

(05/08) O HOMEM DAS ESTRELAS – Giuseppe Tornatore (1995), 113 min.

(12/08) CONFISSÕES DE UM COMISSÁRIO DE POLICIA AO PROCURADOR DA REPÚBLICA – Damiano Damiani (1971), 101 min.

(19/08) POR AMOR OU POR VINGANÇA – Damiano Damiani (1970), 108 min.

(26/08) PASQUALINO SETE BELEZAS – Lina Wertmüller (1975), 116 min.

(02/09) A PEQUENA ORFÃ – Lina Wertmüller (2001), 125 min.

(09/09) SÁBADO, DOMINGO E SEGUNDA – Lina Wertmüller (1990), 119 min.

(16/09) EU NÃO TENHO MEDO – Gabriele Salvatores (2003), 108 min.

(23/09) CONFUSÕES À ITALIANA – Pietro Germi (1966), 118 min.

(30/09) O HOMEM DE PALHA – Pietro Germi (1958), 108 min.

(07/10) CIÚME – Pietro Germi (1953), 86 min.

(14/10) A LENDA DO SANTO BEBERRÃO – Ermanno Olmi (1988), 128 min.

(21/10) O TEMPO PAROU – Ermanno Olmi (1959), 83 min.

(28/10) OS CAMPOS VOLTARÃO – Ermanno Olmi (2014), 80 min.

(04/11) MISÉRIA E NOBREZA – Mario Mattoli (1954), 94 min.

(11/11) CRISTO PAROU EM ÉBOLI – Francesco Rosi (1979), 150 min.

(18/11) TRÊS IRMÃOS – Francesco Rosi (1981), 113 min.

(25/11) VAGAS ESTRELAS DA URSA – Luchino Visconti (1965), 105 min.

(02/12) BELÍSSIMA – Luchino Visconti (1951), 114 min.

 

 

Confira os diretores que serão apresentados na Mostra:

 

Mario Mattoli (1898-1980)

Nascido em Tolentino, Macerata, fundou a companhia teatral Spettacoli Za-bum com o objetivo de misturar o humor dos atores de revista ao drama dos atores da prosa. Por lá, passaram nomes que se tornariam muito conhecidos, como Vittorio de Sica, Alberto Sordi e Aldo Fabrizi. Em 1934, fez sua estreia como diretor de cinema em “Tempo Massimo”, cujo roteiro foi escrito também por ele e estrelado por Vittorio De Sica. Em seus 32 anos de carreira, dirigiu mais de 80 longas-metragens, firmando uma parceria de sucesso com Totò, com quem realizou 16 filmes.

Entre suas obras mais conhecidos estão “Dramas da Nobreza” (1938), “Aulas de Amor” (1941), “O Grito da Carne” (1948), “O Turco Napolitano”, (1953), “Miséria e Nobreza” (1954) e “O Médico dos Loucos” (1954).  

 

Luca Miniero (1967)

Formado em Literatura Moderna, o napolitano Luca Miniero começou seu trabalho dirigindo campanhas para a TV. Seu primeiro filme, “Piccole Cose Di Valore Non Quantificable” (1999), um curta feito em parceria com o amigo Paolo Genovese, chamou atenção da crítica para o novo diretor que surgia. Luca Miniero se estabeleceu no gênero da comédia. Em 2002, seu primeiro longa-metragem “Incantesimo Napoletano”, também em parceria com Paolo Genovese, ganhou um David di Donatello e dois prêmios no Globo de Ouro da Itália. Em 2010, o diretor produz seu primeiro trabalho solo, “Bem-Vindo ao Sul” foi sucesso de bilheteria e o filme mais assistido na Itália naquele ano, façanha que ele volta a conquistar em 2012 com a sequência “Bem-Vindo ao Norte”. Dirigiu também “La scuola più bella del mondo” (2014), “Un boss in salotto” (2014) e “Sono tornato” (2018).

 

Alfredo Guarini (1901-1981)

Nascido em Gênova, dirigiu a maioria dos seus filmes durante os anos 40 e 50. Fundou em 1934 a empresa “Tirena Filmes” onde trabalhou com diretor e produtor. Dirigiu o primeiro episódio de  “Nós, as Mulheres”, “Quatro Atrizes e Uma Esperança”. É produtor de “Documento Z3”(1942) , “As Paredes de Malapaga” (1949, René Clement), “Romance na Itália” (1954, Roberto Rossellini).

 

Gianni Franciolini (1910-1960)

Gianni nasceu em Florença. Começou a frequentar os espaços cinematográficos desde muito cedo, indo a Paris em 1930 para ser assistente dos diretores Eugène Deslaw e Georges Lacombe. Voltou à Itália em 1938 colaborando como roteirista e também assistente de direção de icônicos diretores como Camillo Mastrocinque e Mario Soldati. Seu primeiro trabalho autoral foi o longa-metragem “Inspetor Vargas“ (1940), gravando em seguida “Faróis no Nevoeiro“ (1942), sendo considerado um dos filmes que abriram o caminho para o neorrealismo. Franciolini também assinou grandes obras como “A Noiva Não Pode Esperar“ (1949), “Bom Dia, Elefante“ (1952) e “Nós, As Mulheres“ (1953), em que divide a direção com Roberto Rossellini, Luchino Visconti, Luigi Zampa e Alfredo Guarini.

 

Florestano Vancini (1926-2008)

Após alguns curtas e colaboração com os diretores Mario Soldati (1906-99) e Valerio Zurlini (1926-82), Vancini realizou em 1960 seu primeiro longa-metragem, “La Lunga Notte del ‘43”, que revive o massacre de 11 resistentes pelas brigadas fascistas da República de Salò. Com roteiro de Pier Paolo Pasolini (1922-1975), adaptado da coletânea “Cinco Histórias de Ferrara”, de Giorgio Bassani, o filme recebeu indicação para o Prêmio Primeira Obra e o Leão de Ouro, no 21º. Festival de Veneza. Vancini dirigiu 15 longas, entre os quais, “La Calda Vita” (1963); “Le Stagioni del Nostro Amore” (1965), que obteve o Prêmio da Crítica no Festival de Berlim; “Dio E’ Com Noi” (1970); “Bronte” (1972); “Il Delitto Matteotti” (1973); “Amore Amaro” (1974); “Un Dramma Borghese” (1983). Nos anos 1980, realizou séries para televisão: “La Neve nel Bicchiere” (1984) – história de três gerações de camponeses da planície ferrarense, sua terra natal – e “Lettera dal Salvador” (1987), telefilme político sobre médico francês em El Salvador no período da guerra civil, para a série francesa “Médecins des Hommes”.

 

Bernardo Bertolucci (1941-2018)

Filho do poeta e crítico de cinema Attilio Bertolucci, Bernardo Bertolucci nasceu em Parma. Começou cedo, ainda no final dos anos 50, quando realizou seus primeiros curta-metragens em 1959 e 1960. Em 1961, frequentou a Universidade de Roma onde começou o curso de Literatura Moderna após trabalhar como assistente de direção em “Accattone”, de Pier Paolo Pasolini. Estreou como diretor em 1962 com o longa “A Morte”.

Conhecido por sua versatilidade, Bertolucci tem entre suas obras “Antes da Revolução” (1964); o clássico “O Conformista” (1970), livre adaptação do livro homônimo de Alberto Moravia; o polêmico “O Último Tango em Paris” (1972), com Marlon Brando e Maria Schneider; o épico “1900”, conhecido como o mais grandioso filme de sua carreira. Também se destacam, o multipremiado “O Último Imperador” (1987), “O Céu que Nos Protege” (1990) e “Os Sonhadores” (2003).

 

Roberto Rosselini (1906-1977)

Nascido em Roma, Roberto Rossellini realizou, em 1945, a obra tida como marco zero do neorrealismo, movimento que influenciou as correntes estéticas do pós-guerra, desde Godard e Satyajit Ray até o Cinema Novo brasileiro. Seu pai era proprietário do cine-teatro Barberini. Nos anos 30, quando a família teve os bens confiscados pelo governo fascista, Rossellini ganhou a vida na indústria cinematográfica e chegou a obter sucesso com filmes encomendadas pelo regime. Ao mesmo tempo, registrava em segredo as atividades da Resistência. Nos últimos dias da ocupação nazista, o diretor levou a câmera às ruas para captar a insurreição popular que libertou a cidade em junho de 1944. Nascia o clássico “Roma, Cidade Aberta” (1945), baseado no roteiro que criou em parceria com Sergio Amidei e Federico Fellini.

Entre suas obras estão “Paisá” (1946), “Alemanha Ano Zero” (1948), “Stromboli” (1949), “Europa 51” (1952), “Romance na Itália” (1953), “Joana D’Arc (1954), “Índia: Matri Bhumi” (1959), “De Crápula a Herói” (1959), “Era Noite em Roma” (1960).

Nos anos 60-70, com foco na TV, fez filmes sobre personagens históricos, a começar por Giuseppe Garibaldi, “Viva a Itália” (1961). Nesta safra se incluem “A Tomada do Poder por Luís XIV” (1966), “Sócrates” (1971), “Blaise Pascal” (1971), “Santo Agostinho” (1972),   “Descartes” (1974), “Anno Uno” (1974), “O Messias” (1975).

 

Pier Paolo Pasolini (1922-1975)

Poeta, escritor e cineasta, Pasolini nasceu em Bolonha. Compôs os primeiros poemas em dialeto friulano, “Poesia a Casarsa” (1942). Seus romances “Vadios” (1954) e “Uma Vida Violenta” (1959) lhe asseguraram o êxito literário. Dirigiu, entre 1955 e 1959, a revista Officina, escrevendo depois roteiros cinematográficos e realizando vários filmes, entre os quais “Accattone” (1961), “Mamma Roma” (1962), “O Evangelho Segundo Mateus” (1964), “Gaviões e Passarinhos” (1966), “Édipo Rei” (1967), “Teorema” (1968), “Medeia” (1969), “Pocilga” (1969), “Decameron” (1971), “Salò ou os 120 Dias de Sodoma” (1975). Repudiado pelo Vaticano, quando foi lançado em 1964 no Festival de Veneza, “O Evangelho Segundo Mateus” foi reabilitado em 2014, um ano após a posse do Papa Francisco, como “o melhor filme já feito sobre a vida de Jesus Cristo”.

 

Pietro Germi (1914-1974)

Nascido em Gênova, filho de um operário e uma costureira, Pietro Germi estudou teatro e direção em Roma no Centro Experimental de Cinematografia. Durante os estudos trabalhou como ator, assistente de direção e roteirista. Colaborou em grande parte dos roteiros dos filmes que dirigiu, e inclusive atuou em alguns deles. Após alcançar sucesso com dramas populares de corte neorrealista, passou a escrever e dirigir comédias satíricas. Tem entre suas obras “A Testemunha” (1945); “Em Nome da Lei” (1949); “Caminho da Esperança” (1950); “O Ferroviário” (1956); “O Homem de Palha” (1957); “Divórcio à Italiana” (1961), premiado com o Oscar de Melhor Roteiro Original; “Seduzida e Abandonada” (1963) e “Confusões à Italiana” (1966), premiados no Festival de Cannes e, na Itália, com o David di Donatello.

 

Luciano Salce (1922-1989)

Luciano Salce nasceu e morreu em Roma. Foi ator, diretor e cineasta, tendo se formado na Regia Accademia di Arti Drammatica, em Roma, atuou como assistente de direção para Vito Pandolfi e Luchino Visconti no final da década de 1940. Já em 1950, Salce, sendo um jovem italiano, vem para o Brasil dirigindo importantes trabalhos para o Teatro Brasileiro de Comédia, o TBC, como “A Dama das Camélias”, de Alexandre Dumas Filho, realizado em 1951, no Theatro Municipal de São Paulo, estrelado pela icônica atriz Cacilda Becker.

Salce assina seu primeiro trabalho cinematográfico para a companhia Vera Cruz como diretor da comédia “Uma Pulga na Balança” (1953), ainda no Brasil. Voltando pra Itália em 1954, dirige filmes como “As Pílulas do Amor” (1960) e “Fantozzi” (1975).

 

Francesco Rosi (1922-2015)

Nascido em Nápoles, o cineasta Francesco Rosi estudou Direito. No início dos anos 40 trabalhou no rádio como jornalista. Ingressou na indústria cinematográfica em 1948, foi assistente de vários cineastas, entre os quais Luchino Visconti com quem fez “La Terra Trema” (1948), “Belíssima” (1951) e “Senso” (1956). Sua carreira de diretor, marcada por obras de grande empenho social e político, começou em 1958 com “O Desafio”. Tem entre seus filmes grandes sucessos como “O Caso Mattei” (1972), “Lucky Luciano” (1973) e “Cadáveres Ilustres” (1976). Recebeu o Urso de Prata de Melhor Diretor em 1962 por “Bandido Giuliano” e o Prêmio de Ouro do 11° Festival de Moscou (1979) por “Cristo Parou em Eboli”. Em 2008 foi homenageado no Festival de Berlim com um Urso de Ouro pelo conjunto da obra.

 

Vittorio De Sica (1901-1974)

Diretor, ator, escritor e produtor, Vittorio De Sica nasceu em Sora, mas cresceu em Nápoles e começou a trabalhar cedo como auxiliar de escritório, para sustentar a família. Sua paixão pelo teatro levou-o aos palcos. Ao final da década de 20, ele fazia sucesso como ator. Em 1933, montou sua própria companhia.

De Sica voltou-se para o cinema em 1940. Ao amadurecer, tornou-se um dos fundadores do neorrealismo, emplacando uma sequência de quatro clássicos que figuram em todas as antologias: “Vítimas da Tormenta” (1946), “Ladrões de Bicicletas” (1948), “Milagre em Milão” (1950), “Humberto D” (1951) – os dois primeiros realizados em parceria com o escritor Cesare Zavattini, outro papa do movimento. Também dirigiu “O Juízo Universal” (1961), “La Rifa” (1962, episódio de “Decameron 70”), “Ontem, Hoje, Amanhã” (1963), “O Ouro de Nápoles” (1964), “Matrimônio à Italiana” (1964), “Girassóis da Rússia” (1970), “Jardim dos Finzi-Contini” (1970), “Amargo Despertar” (1973).

 

Ettore Scola (1931-2016)

Ettore Scola nasceu em Trevico, Itália. Ingressou na indústria cinematográfica como roteirista em 1953. Escreveu para Steno (“Um Americano em Roma”, 1954), Luigi Zampa (“Gli Anni Ruggenti”, 1962), Dino Risi (“Il Sorpaso”, 1962). Dirigiu seu primeiro filme, “Vamos Falar Sobre as Mulheres”, em 1964. Obteve reconhecimento internacional com “Nós Que Nos Amávamos Tanto” (1974), um tocante painel da Itália do pós-guerra. Em 1976, ganhou o Prêmio de Melhor Direção no 29º. Festival de Cannes, com “Feios, Sujos e Malvados”. Desde então, realizou vários filmes de sucesso, incluindo “Um Dia Muito Especial” (1977), “Casanova e a Revolução” (1982), “O Baile” (1983), “Splendor” (1987), “O Jantar” (1998), “Concorrência Desleal” (2000). Em 2011 dirigiu “Que Estranho se Chamar Federico”, uma homenagem ao amigo Federico Fellini.

 

Dino Risi (1916-2008)

Dino Risi nasceu em Milão, estudou medicina, formou-se em psiquiatria. Foi crítico de cinema, roteirista, trabalhou como assistente de Mario Soldati e Alberto Lattuada. Nos anos 50 se instalou em Roma, se tornando um dos grandes inventores da commedia all’italiana, ao lado de Ettore Scola, Mario Monicelli e Pietro Germi. Dirigiu 54 filmes, entre os quais “Férias com o Gangster” (1951), “O Signo de Venus” (1955), “Belas, mas Pobres” (1956), “Essa Vida Dura” (1961), “Aquele que Sabe Viver” (1962), “Operação San Genaro” (1966), “Esse Crime Chamado Justiça” (197 1). “Perfume de Mulher” valeu a Vittorio Gassman o grande prêmio de interpretação masculina no Festival de Cannes de 1975. Em 2002, recebeu um Leão de Ouro, no Festival de Veneza, pelo conjunto da obra.

 

Gabriele Salvatores (1950)

Nascido em Nápoles, Gabriele Salvatores começou pelo teatro. No ano de 1972 fundou em Milão o Teatro dell’Elfo. Em 1983, dirigiu seu primeiro filme “Sonhos de Uma Noite de Verão”, baseado na peça de Shakespeare. Em 1989 voltou-se exclusivamente para o cinema. Trabalhou em parceria com Diego Abatantuono e Fabrizio Bentivogli, atores que junto com o cineasta fizeram história no cinema italiano. Em 1991, dirigiu  “Mediterrâneo”, Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Realizou também “Turné” (1990), a comédia “Puerto Escondido” (1992),”Sul” (1993),”Nirvana” (1997) , “Eu Não Tenho Medo” (2003),  “Como Deus Manda” (2008), “Educação Siberiana” (2013), “Il Ragazzo Invisible” (2015).

 

Damiano Damiani (1922-2013)

Nasceu na pequena cidade de Pasiano di Pordenone, estudou na Academia de Belas Artes de Brera, em Milão. Seu primeiro longa-metragem foi o policial “O Batom”, de 1960. Sem restringir-se a um gênero específico, tornou-se mais conhecido por seus filmes sobre a máfia, como “Pizza Conection” (1985), indicado ao Urso de Ouro no Festival de Berlim.

Dirigiu também “A Ilha dos Amores Proibidos” (1962), “Vidas Vazias” (1963), “Gringo” (1967), “Dia da Coruja” (1968), “Confissões de um Comissário de Polícia ao Procurador da República” (1971) e a minissérie para TV “La Piovra” (1984), entre outros. Seu último filme foi a comédia “Assassini dei Giorni di Festa”, em 2002, estrelado pela espanhola Carmem Maura, uma das atrizes mais populares da Europa.

 

Giuseppe Tornatore (1956)

Nascido na Sicília, Tornatore atuou no teatro, foi fotógrafo free-lance e trabalhou na TV estatal italiana, a RAI. Lançou seu primeiro longa-metragem em 1985: “O Camorrista”. Em 1988, obteve sucesso mundial e o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro com “Cinema Paradiso”. Dirigiu também “Estamos Todos Bem” (1990), “Sempre aos Domingos” (1991), “Uma Simples Formalidade” (1994), “O Homem das Estrelas” (1995), “A Lenda do Pianista do Mar” (1998), “Malena” (2000), “A Desconhecida” (2006), “Baaria, A Porta do Vento” (2009), “O Melhor Lance” (2013), “Lembranças de um Amor Eterno” (2016).

 

Ermanno Olmi (1931-2018)

Nascido em Bergamo, Ermanno Olmi começou em 1953 a dirigir documentários e curtas. Seu primeiro longa foi “O Tempo Parou” (1959). Dois anos depois, “O Posto” (1961) rende a Olmi o prêmio David di Donatello de Melhor Diretor. Em 1978, “A Árvore dos Tamancos” ganhou 18 prêmios, entre eles a Palma de Ouro e o Prêmio do Júri Ecumênico, em Cannes, e o César de Melhor Filme Estrangeiro, na França.  

Ermanno Olmi também dirigiu “Camminacammina” (1983), “A Lenda do Santo Beberrão” (1988), “O Segredo do Bosque Velho” (1993), “O Objetivo das Armas” (2001) e “Tickets” (2005), em parceria com o iraniano Abbas Kiarostami e o inglês Ken Loach. Apesar da saúde debilitada, lançou em 2014 mais um filme de sucesso, “Os Campos Voltarão”.

 

Mario Monicelli (1915-2010)

Crítico cinematográfico desde 1932, de 1939 a 1949 colaborou em cerca de 40 filmes, como argumentista, roteirista e assistente de direção. O começo de seu trabalho como diretor ocorre em 1949, em parceria com Stefano Vanzina, em “Totò Cerca Casa”. A colaboração dos dois diretores deu origem a oito filmes, dentre os quais os célebres “Guardie e Ladri” (1951) e “Totò a Colori” (1952). Em 1953 inicia o trabalho solo. “Os Eternos Desconhecidos” (1958), com elenco composto por Vittorio Gassman, Marcello Mastroianni, Totò e Claudia Cardinale, é considerado o primeiro do filão da commedia all`italiana. Em 1959, “A Grande Guerra” ganhou o Leão de Ouro do Festival de Veneza e rendeu sua primeira indicação ao Oscar. A segunda viria em 1963, com “Os Companheiros”. Diversas outras películas merecem destaque, em sua carreira de mais de 60 filmes: “O Incrível Exército de Brancaleone” (1966), “Meus Caros Amigos” (1975), “Um Burguês Muito Pequeno” (1977), “Quinteto Irreverente” (1982).

 

Lina Wertmüller (1928)

Nascida em Roma, Arcangela Felice Assunta Wertmüller von Elgg Spanol von Braucich estudou teatro e trabalhou como assistente de direção de Giorgio Lullo nos anos 50. No cinema, foi assistente de Federico Fellini em “Oito e Meio” (1963). Estreou como diretora com “I Basilischi” (1963). Em 1965 dirigiu o filme em episódios “Questa Volta Parliamo di Uomini” e para a televisão “Il Giornalino di Gian Burrasca”, adaptação do romance homônimo de Vamba. Assinou outros dezessete longa-metragens, entre os quais “Mimi, o Metalúrgico” (1972), “Amor e Anarquia” (1973), “Pasqualino Sete Belezas” (1975), “Sábado, Domingo e Segunda” (1990), “Ninfa Plebeia” (1996). Em 2001 lançou “A Pequena Orfã”, telefilme estrelado por Sofia Loren, extraído do romance homônimo da escritora napolitana Maria Orsini Natale.

 

Federico Fellini (1920-1993)

Nascido e criado em Rimini, região da Emilia-Romagna, Fellini se mudou para Roma, em 1939, e começou a ganhar a vida escrevendo e desenhando caricaturas na revista semanal Marc´Aurelio – vários desses textos foram adaptados para uma série de programas de rádio sobre os recém casados “Cico e Paullina”. Estreou no cinema, em 1942, redigindo histórias o para o comediante Aldo Fabrizzi. Em 1943, casou-se com a atriz Giulietta Masina – vencedora no Festival de Cannes pela participação em “Noites de Cabíria”, filme dirigido pelo próprio Fellini em 1957. A partir de 1 945, colaborou intensamente como roteirista com três dos principais criadores do movimento neorrealista (Roberto Rossellini, Alberto Lattuada, Pietro Germi), antes de desenvolver um estilo alegórico e barroco que se tornou sua marca registrada.

Fellini participou da elaboração de 51 roteiros e dirigiu 25 filmes, entre os quais “Os Boas Vidas” (1953), “Estrada da Vida” (1954), “Noites de Cabíria” (1957), “A Doce Vida” (1960), “8½” (1963), “Roma” (1972)”, “Amarcord” (1973), “Ensaio de Orquestra” (1978). “E La Nave Va” (1983).

 

Luchino Visconti (1906-1976)

Luchino Visconti di Modrone, conde de Lonate Pozzolo, nasceu em Milão e descende da família Visconti da antiga nobreza italiana. Começou seu trabalho no cinema como assistente do diretor francês Jean Renoir nos filmes “Toni” (1934), “Les Bas-Fonds” (1936), “Partie de Campagne” (1936). Ingressou no Partito Comunista d’Italia em 1942. Seu primeiro filme como diretor foi “Obsessão” (1943). Voltou-se em seguida para o teatro. Em 1948, realizou “La Terra Trema”, um clássico do cinema neorrealista. Recebeu sua primeira premiação no Festival de Veneza (Leão de Prata), em 1957, pelo filme “As Noites Brancas” – baseado em conto de Fiodor Dostoievski. Em 1960, chega aos cinemas “Rocco e Seus Irmãos” e, em 1963, o mais aplaudido de seus trabalhos, “O Leopardo”, adaptação do romance de mesmo nome de Giuseppe Tomasi di Lampedusa. Depois vieram “As Vagas Estrelas da Ursa” (1965), “O Estrangeiro” (1967), “Os Deuses Malditos” (1969), “Morte em Veneza” (1971), “Ludwig” (1972), “Violência e Paixão” (1974) e “O Intruso” (1976).

Visconti assina também a direção de 42 peças teatrais e 20 óperas encenadas entre 1945 e 1973.

 

 

 

 

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Não perca o Bolo do aniversário de São Paulo

Dia 25 de janeiro São Paulo comemora 465 anos e o Bairro do Bixiga celebra essa data em homenagem a todos os trabalhadores que fazem dessa cidade o seu lugar de moradia e sustento.

Traga seu Bolo, e juntos faremos o maior bolo comunitário da história!!


Para participar, basta preparar um bolo simples, de preferência com cobertura branca por cima, e levá-lo até a rua Rui Barbosa no dia 25/01. E vale inovar! Pode colocar o nome da família, um desenho que representa a cidade, o que sua imaginação permitir.

Todos nós fazemos a Cidade de São Paulo acontecer!

 

Confirme sua presença no evento https://www.facebook.com/events/218432209091382/

 

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Realização: Sodepro – Portal do Bixiga – Bloco Esfarrapado – UMES

 

Apoio: Prefeitura de SP – CET – PMSP – APAA – Faculdade Phorte – Rede Social Bela Vista – Fusca Literário

 

 

 

Programa escola da família é defendido por grupo de educadores e alunos.

No dia 21, segunda-feira, o Movimento de Educação das Regiões da Zona Leste, do Alto Tietê e do ABC, realizou uma reunião para discutir a Resolução da Secretaria Estadual de Educação n°1, de 17 de janeiro, que contou com a participação de diversos diretores, professores e alunos da região leste.

 

A Resolução em questão acaba com a função do Vice-Diretor do programa escola da família, que entre outras demandas mantém a escola participante do programa aberta aos finais de semana.

 

O que particularmente chamou atenção da UMES é o fato de o Secretário determinar nesta resolução que os vices diretores, professores coordenadores e professores responsáveis por salas de leitura, ministrem aulas à turmas que estejam em aula vaga, até que essas sejam atribuídas à outro professor. Tal medida não resolverá a falta de professores e vai tornar ainda mais precário o atendimento e administração escolar.

 

Veja aqui o documento oriundo da reunião.

 

 

 

 

Evento integrado Quilombolas de Luz

 

A capoeira é luta, dança e cultura!

Sua história se confunde com a própria história do país. Não é só um jogo, é resistência! E está diretamente ligada a nossa história, nossa sociedade e ao que é o povo brasileiro.

 

Nunca foi tão necessário dar-lhe a devida importância e força para não deixar que se perca e desapareça no meio de tanta internacionalização da cultura atual.

 

 

Convidamos à todos para comparecer nesta semana de vivência na capoeira organizada pelo Gugu Quilombola.

 

A UMES apóia e entende a importância desse evento e seu peso vamos dar continuidade e força a nossa cultura!

 

 

PROGRAMAÇÃO

 

 

Dia 20/01

Das 10h00 às 18h00

 

MULHERES DA GAROA

Academia Quilombolas de Luz – Rua Luis Porrio, 467 – Bela Vista

 

De 21/01 à 24/01

Das 18h00 às 22h00   

  

INTENSIVO QLC

Academia Quilombolas de Luz – Rua Luis Porrio, 467 – Bela Vista

 

 

Dia 25/01

Às 16h00

 

ESPETÁCULO ODARA

FORMATURA – GUGU E CORVO

Teatro Mars – Rua João Passalacqua, 80 – Bela Vista

 

Dia 26/01

Às 16h00

 

 LANÇAMENTO CD: CAPOEIRA OUTRA MANEIRA

BATIZADO E TROCA DE CORDA – QLC BV

Cine-Teatro Denoy de Oliveira – Rua Rui Barbosa, 323 – Bela Vista

 

 

Inscrições no site: guguquilombola.com/evento2019-interesse

 

 

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Bolsonaro, Distopia com bordão: É a nova era!

Charges de Ricardo Coimbra

 

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Queiroz faz vídeo para demonstrar recuperação de laranja em hospital

 

Veja aqui o vídeo que Fabrício Queiroz – amigo de Bolsonaro e motorista de seu filho na Alerj – fez no hospital em que estava internado para tratar de um câncer e também faltar a todos os depoimentos marcados pelo Ministério Público sobre a movimentação de R$1,2 milhão em sua conta, inclusive um repasse de R$24 mil para a mulher de Bolsonaro.

  

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Grupo de escolas de elite divulga carta crítica ao ministro da Educação

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Vélez Rodriguez: chefe do MEC costuma dar declarações sobre “ideologia de gênero”

“ideologias marxistas” (Valter Campanato/Agência Brasil)

 

 

São Paulo — Um grupo de escolas de elite, de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, divulgou uma carta endereçada ao ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodriguez, pedindo atenção especial à educação e para que ele não permita que “o país entre numa rota de retrocesso”.

Divulgado na última quarta-feira (2), o documento é assinado pelas instituições Escola Barão Vermelho (BH), Colégio Mangabeiras Parque (BH), Escola Parque (RJ), Escola da Vila (SP) e Escola Viva (SP), que integram o grupo de educação construtivista Critique.

Todas trabalham a educação com viés construtivista e são consideradas colégio de elite, com mensalidades que giram em torno de 4 mil reais.

Na carta, o grupo critica as afirmações do chefe do MEC de que as escolas e os professores estão infiltrados ensinando “ideologia de gênero” e “doutrinação marxista”. “Isso soa como um discurso anacrônico que remete aos anos da guerra fria no século 20. E é, mais uma vez, um deslocamento da questão realmente grave que é a da dificuldade de tornar as crianças e jovens brasileiros aprendizes eficientes e preparados para os desafios do mundo atual”, diz o texto.

 

Para os educadores, o problema das escolas não são “ideologias de esquerda em sala de aula, mas a incapacidade do sistema de conseguir que os alunos aprendam”.

O grupo cita a desvalorização da figura do professor como uma das justificativas para o descrédito do sistema. “Antes podemos nos lembrar da ausência de apreço que se tem, no Brasil, pela escola e a pouca valorização que se dá ao professor, à sua ação e formação”, escreve.

A carta cita um dos artigos de Vélez Rodriguez, intitulado “Um roteiro para o MEC” (que não está mais disponível online) em que ele afirma que se preocupa com “uma estrutura armada para desmontar valores tradicionais da nossa sociedade, (…) da família, da religião, da cidadania, em suma, do patriotismo”.

“Asseguramos que o que existe, de fato, é a dificuldade de aprender dos alunos. Para tanto, os professores não necessitam de vigilância, mas de formação e de valorização”, reforça o texto das escolas.

Sobre as críticas ao Enem, feitas tanto pelo ministro da Educação quanto pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro, o grupo afirma que “a prova não é elaborada por pessoas mal intencionadas que desejam prejudicar jovens”.

“A prova é construída por professores que tentam ligar o conhecimento a diversos contextos, que é o que se busca hoje na educação escolar. Quando Vossa Excelência diz que a ‘prova tem que avaliar realmente os conhecimentos. O aluno não pode ter medo de levar pau’ não é claro como Vossa Excelência significa o conhecimento. Para nós, conhecer é conseguir aplicar o conhecimento em diversas situações, é estabelecer relações entre os saberes, é saber usar na vida o que se aprendeu”, afirma.

Pelo extenso currículo e biografia do ministro, as escolas afirmam que “com tanto lastro intelectual, é difícil acreditar que V. Excia considere a Escola sem Partido “providência fundamental”. Para eles, quem defende o projeto é “um grupo de amadores, que carece de saberes básicos sobre educação, e que divulga fantasias sobre influência de partidos políticos sobre estudantes”.

Leia a carta na íntegra:

“Senhor Ministro da Educação,

Nossa longa e ampla experiência na escola nos impele ao dever de contribuir para a atual discussão sobre a educação escolar brasileira. Precisamos começar por esclarecer que o problema de nossas escolas não são ideologias de esquerda em sala de aula, mas a incapacidade do sistema de conseguir que os alunos aprendam. São muitas e complexas as razões que trouxeram a Educação Básica aos péssimos resultados que se repetem há alguns anos. Mas, certamente, entre as muitas principais delas, não estão ideologias de esquerda. Antes podemos nos lembrar da ausência de apreço que se tem, no Brasil, pela escola e a pouca valorização que se dá ao professor, à sua ação e formação. Para citar apenas duas bastante relevantes.

A insistência em enfatizar problemas ideológicos serve apenas para desviar o foco do problema real e prejudica o aprimoramento da educação escolar, tão essencial para que o país se torne viável. A Educação Básica é um problema nacional importante e grave demais para que se reduza a acusações a pretensas maquinações de esquerda.

Considerar que a escola ensina e a família e a igreja promovem a educação moral é uma opinião desatualizada, pois o desenvolvimento moral é inseparável do desenvolvimento intelectual, e a educação das crianças não se limita a memorizar informações e fatos. O conhecimento existe em um contexto, numa abordagem que, necessariamente, envolve o desenvolvimento emocional, social, intelectual, moral e físico do aluno.

Confundir educação moral – que temos como objetivo construir a autonomia do sujeito – com moral religiosa obscurece o conhecimento e relega a aprendizagem a uma pedagogia transmissiva obsoleta.

Aguardamos de Vossa Excelência um projeto coerente, fundamentado, lógico e sensato para enfrentar as dificuldades da nossa educação escolar que precisa cumprir sua função de garantir que as novas gerações compreendam e contribuam para o aperfeiçoamento da sociedade.

Não concordamos que – num país em que muitos alunos não chegam a aprender a ler – se tenha como meta principal vigiar professores e criar Conselhos de Ética, nas escolas, para “zelarem pela “reta” educação moral dos alunos”. Excelência, escola é lugar de falar de alfabetização, comunicação, pensamento lógico, científico, humanidades, moral, tudo o que fundamenta o acervo cultural da humanidade. O pensamento moral implica transformação interna do sujeito, que se constrói discutindo ações e conhecimentos, e não com punição e obediência.

No texto “Um roteiro para o MEC”, Vossa Excelência se preocupa com “uma estrutura armada para desmontar valores tradicionais da nossa sociedade, (…) da família, da religião, da cidadania, em suma, do patriotismo”. Asseguramos que o que existe, de fato, é a dificuldade de aprender dos alunos. Para tanto, os professores não necessitam de vigilância, mas de formação e de valorização.

Alertamos que a Escola sem Partido, que Vossa Excelência considera “uma providência fundamental”, não está atualizada com as pedagogias contemporâneas, discutidas e estudadas em todos os países do mundo que se preocupam com  formar gerações que consigam interpretar a realidade, em sua complexidade, para lidar com as transformações radicais decorrentes do mundo digital.

A acusação de que supostas ‘educação de gênero’ e ‘ideologia marxista’ estão infiltradas na escola soa como um discurso anacrônico que remete aos anos da guerra fria no século 20. E é, mais uma vez, um deslocamento da questão realmente grave que é a da dificuldade de tornar as crianças e jovens brasileiros aprendizes eficientes e preparados para os desafios do mundo atual.

O Brasil precisa se educar para o novo mundo, criado pelas novas tecnologias, com questões demasiadamente desafiadoras para a humanidade. Não há tempo a perder com convicções vetustas que parecem ignorar que a humanidade foi capaz de levar o homem à Lua, que é capaz de manipular genes, descobrir curas para doenças, inventar máquinas que facilitam a vida, tudo isso porque a espécie humana é dotada de mentes curiosas, criadoras e inventivas. Essa capacidade de pensar, discutir, refletir e trocar conhecimento trouxe a humanidade até aqui. Cercear essa capacidade é preocupante e, mais ainda, se nossa educação básica é sabidamente ruim, com menos discussão, troca e reflexão certamente não vai melhorar.

Quanto ao exame do Enem, Senhor Ministro, a prova não é elaborada por pessoas mal intencionadas que desejam prejudicar jovens. Não, pelo contrário, a prova é construída por professores que tentam ligar o conhecimento a diversos contextos, que é o que se busca hoje na educação escolar. Quando Vossa Excelência diz que a “prova tem que avaliar realmente os conhecimentos. O aluno não pode ter medo de levar pau” não é claro como Vossa Excelência significa o conhecimento. Para nós, conhecer é conseguir aplicar o conhecimento em diversas situações, é estabelecer relações entre os saberes, é saber usar na vida o que se aprendeu. Não consideramos que conhecimento são conteúdos memorizados e descontextualizados. Quanto ao receio de o aluno de ser reprovado deve-se à má qualidade da educação escolar e não a intenções perversas de quem corrige as provas.

Senhor Ministro, sua biografia informa que é autor de mais de 30 obras e professor emérito da Escola de Comando do Estado Maior do Exército. Também é mestre em pensamento brasileiro pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ); doutor em pensamento luso-brasileiro pela Universidade Gama Filho; e pós-doutor pelo Centro De Pesquisas Políticas Raymond Aron. Com tanto lastro intelectual, é difícil acreditar que V. Excia considere a Escola sem Partido “providência fundamental”. Afinal, é um grupo de amadores, que carece de saberes básicos sobre educação, e que divulga fantasias sobre influência de partidos políticos sobre estudantes dentro de escolas de Ensino Fundamental e Médio. Com tanto embasamento cultural, esperamos que Vossa Excelência não aceite esses ataques ao conhecimento.

Concordamos com sua opinião de que “doutrinação não é boa para o aluno, nos primeiros anos, no ensino básico, fundamental”, mas vamos mais longe: doutrinação não é boa nunca. O que forma a consciência cidadã é a discussão e a dúvida, o que é muito diferente de reprimir a expressão e incentivar a denúncia, ação altamente deseducativa do ponto de vista moral.

Falar sobre gênero, senhor ministro, é  falar de um conceito moral muito mais amplo, que abrange ideais de respeito e aceitação do outro, essenciais para o convívio. Todos têm a liberdade de ser como são, sem moldes determinados. Isso é respeitar o indivíduo, sem regulamentação do que ele é por decreto, numa interpretação oposta a que Vossa Excelência manifestou numa entrevista.

Saber que planeja melhorar as condições do ensino, nas escolas municipais, para “resgatar a qualidade do nosso ensino” é alvissareiro, porém ficou faltando esclarecer como isso será proposto e realizado.

Como educadores que dedicaram sua vida profissional à escola, pedimos que Vossa Excelência não permita que o país entre numa rota de retrocesso, a partir da instituição escolar. Para assegurar a laicidade da educação, como prevista na constituição brasileira, pedimos que não deixe que a exploração da credulidade dos despossuídos, por meio da religião, se imiscua no processo da educação escolar. O conhecimento e a cultura são patrimônio de um país. A arte atravessa a História da Humanidade e é expressão de civilização, que não pode ser demonizada.

E, com sua formação, Vossa Excelência sabe que criacionismo e darwinismo não são histórias equivalentes para serem objeto de opção. Crença e conhecimento são coisas muito diferentes. Uma é fé, e outra é ciência.

Até aqui, senhor ministro, suas declarações deixaram a desejar. Ainda aguardamos um plano criterioso que assegure a aprendizagem que vai preparar nossas crianças e jovens para enfrentarem, entre outros muitos desafios, o aquecimento global, as mudanças climáticas, as questões éticas da manipulação genética, da inteligência artificial, e os muitos problemas ainda desconhecidos, mas que sabemos que virão com a transformação cada vez mais rápida da realidade.

Grupo Critique”

Matéria retirada do site: exame.abril.com.br

camara-SP

PL da “Escola sem Partido“ é barrado na Câmara de São Paulo

camara-SP

Nesta quinta-feira (20), o Projeto de Lei 222/2017 Escola sem Partido, que estabelece a censura nas escolas da cidade de São Paulo, foi derrubado da pauta da Câmara dos Vereadores de São Paulo, por falta de quórum para a votação.

A União Municipal dos Estudantes Secundaristas (Umes), o Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo (Sinpeem), integrantes de movimentos sociais, entre outros, lotaram as galerias da Câmara Municipal em protesto, para acompanhar a votação do projeto.

O Projeto de Lei 222/2017 é de autoria do vereador e membro do MBL Fernando Holiday (DEM). Segundo eles, o objetivo da medida é garantir que as crianças e adolescentes da rede municipal de ensino não sejam “doutrinadas” ideologicamente dentro das salas de aula.

O PL tem como objetivo instaurar uma censura às discussões em sala de aula, proibindo professores de manifestarem qualquer posicionamento político, ideológico ou partidário, visando minar a construção de pensamento crítico dentro das escolas, estabelecendo apenas a possibilidade de um único pensamento, aquele que estiver no poder.

“O projeto é absurdo porque não existe escola com partido, o que existe é escola com democracia, com debate de ideias”, criticou o vereador Eliseu Gabriel (PSB). “A intenção deles é fugir da discussão dos problemas reais da educação”, destacou o vereador.

Para o presidente da União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo (UMES), Lucas Chen, a vitória de hoje foi importante. “Para nós estudantes, é uma grande vitória, mas neste momento, precisamos nos organizar, para que no ano que vem, possamos voltar com força total, porque não só aqui no município, mas também com o governo federal, nós sabemos que eles farão de tudo para pautar esse projeto novamente contra a educação”, afirmou Chen.

A vereadora Sâmia Bomfim (PSOL) considerou o episódio de hoje na Câmara, pode ser considerado como uma “grande vitória”. “Deve-se destacar a presença essencial de estudantes do movimento estudantil e professores nas galerias, pressionando os vereadores”, escreveu Sâmia.

Após o projeto de censura nas escolas, está prevista ainda a votação do aumento da contribuição da previdência dos servidores municipais, o chamado Sampaprev. O sindicato dos professores da capital paulista convocou para esta sexta-feira uma paralisação dos trabalhadores para acompanhar a votação e lutar pela derrubada do arrocho contra os servidores.

TIAGO CÉSAR
JORNAL HORA DO POVO

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Capoeira na UMES realizará dia 16 de dezembro a entrega de corda crua

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O projeto de capoeira da UMES que nasceu com a perspectiva de colocar a capoeira dentro do ambiente escolar para resgatar e preservar a luta e cultura de nosso povo, fez cinco anos de existência este ano.

 

No projeto temos dois grupos de capoeira, cada um com sua característica e  linhagem, cada um com seu Mestre e seus professores, mas todos unidos para fortalecer aquilo que é mais importante numa nação, a cultura, que se torna a identidade do povo.

 

Grupo Geração Capoeira e Quilombolas de Luz, de Mestre Bambu e Mestre Paulão, respectivamente, juntos com seus professores, Royal, Carlos e Pavio, lutam para fortalecer a capoeira.

 

Neste domingo, dia 16 de dezembro, vamos fazer nossa atividade de encerramento do ano com uma homenagem a dois grandes heróis brasileiros, Zumbi e Bimba. Zumbi foi o primeiro a lutar pelo fim da escravidão no país inteiro e Bimba o primeiro a fazer uma proposta diferente para capoeira para tirá-la do código penal, eis o nome “primeiro passo” que também servirá para dar a primeira graduação aos iniciantes.

 

A capoeira é importantíssima para a manutenção da Cultura nacional, pensar em preservar a identidade do nosso povo e não pensar em capoeira é algo contraditório. A história de luta e formação de nossa nação se mistura com a capoeira, desde os quilombos, por isso devemos preservá-la e para isso precisamos conhecê-la. 

 

Colocar a capoeira no âmbito escolar é primordial para isso. A capoeira está em mais de 180 países pelo mundo e é a maior difusora da Cultura nacional brasileira. Foi pensando nisso que a UMES-SP criou este projeto que atende estudantes e comunidade gratuitamente.

 

No momento em que, um candidato eleito ameaça a democracia, faz-se ainda mais justa e importante o estudo e a prática da capoeira.

 

 

Fabiano Pavio
Coordenador do projeto capoeira na UMES