“Choque de gestão” de Aécio Neves arrasou a educação de Minas Gerais
O candidato do PSDB à presidência da República, Aécio Neves, tem apresentado como vitrine do seu governo em Minas Gerais (2003-2010) o chamado “choque de gestão”, política de arrocho nos gastos públicos que teria garantido eficiência à gestão.
No entanto, apesar de ter gerado problemas estruturais nas áreas de saúde, educação e segurança pública, com a inexistência de políticas voltadas ao combate da violência e as drogas, o “choque de gestão” acabou enfiando o estado numa situação econômica difícil. O governo de Minas tem a segunda maior dívida entre as unidades da federação, tendo já comprometido sua capacidade de endividamento para 2015.
“O choque de gestão não trouxe mais eficiência ao governo. Ao contrário, cuidou pouco das pessoas e endividou o Estado”, afirmou Beatriz Cerqueira, coordenadora do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG). Ela aponta que as áreas de saúde, educação e segurança pública não tiveram, nos últimos anos, “os investimentos e políticas necessárias para o bom atendimento à população”.
De acordo com a sindicalista, o governo do PSDB deixou de investir mais de R$ 8 bilhões em saúde e outros R$ 8 bilhões em educação, porque não cumpriu a Constituição Federal, que estabelece o mínimo de investimento de 12% de impostos em saúde e 25% em educação. Em 2003, o governo mineiro investiu 22,84% em educação, percentual que caiu ano a ano até chegar a 18,66%, em 2007. Em 2010, último ano do seu governo, Aécio investiu 19,97%.
O estrago na qualidade do ensino foi grande: apenas 45,6% dos alunos do 5º ano do Ensino Fundamental têm nível recomendável de desempenho em língua portuguesa; 60% dos alunos do 5º ano têm nível recomendável de desempenho em matemática; 34% dos alunos do 9º ano têm nível recomendável de desempenho em língua portuguesa; e 23,2% dos alunos do 9º ano têm nível recomendável de desempenho em matemática.
Beatriz Cerqueira destaca que o projeto Escola de Tempo Integral beneficiou somente 105 mil alunos num universo de 2.238.620. Em 2010, faltavam 1.011.735 de vagas no Ensino Médio. “Temos problemas com a manutenção da rede de distribuição de energia, foi constatado pelo Ministério Público trabalho escravo a serviço da Cemig e a cada 45 dias morre um trabalhador a serviço da empresa”, diz.
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