CINEMA NO BIXIGA – Sinopse do próximo filme: A Jovem Guarda

No próximo sábado, 06/07, o Cinema no Bixiga apresenta o filme “A Jovem Guarda”. O filme inicia às 17 horas, no Cine-Teatro Denoy de Oliveira, na Rua Rui Barbosa, 323, Bela Vista. Entrada franca!

 

A JOVEM GUARDA

Sergei Gerasimov (1948), com Vladimir Ivanov, Inna Makarova, Nonna Mordyukova, Sergei Gurzo, Lyudmila Shagalova, URSS, 189 min.

 

Sinopse

Durante a Grande Guerra Patriótica, a cidade de Krasnodon, no sudeste da Ucrânia, é ocupada pelos nazistas, em 20 de julho de 1942. Em outubro, um grupo de estudantes e trabalhadores cria uma organização denominada “Jovem Guarda”, que realiza o trabalho clandestino de agitação e propaganda, promove atos de sabotagem contra as tropas alemãs e tem como objetivo juntar-se às unidades avançadas do Exército Vermelho – que viriam a libertar a cidade em fevereiro de 1943.

O filme se baseia em eventos reais retratados no popular romance de Alexander Fadeyev, “A Jovem Guarda”.

A situação da guerra, naquele período, começava a mudar. A blitzkrieg alemã conseguira tomar Kiev, capital da Ucrânia, em setembro de 1941, mas fora detida às portas de Leningrado e Moscou. Em janeiro de 1942, o contra-ataque soviético impõe à Wehrmacht a primeira derrota, obrigando-a a suspender o cerco a Moscou. O comando alemão muda a estratégia. Sem cereais e combustível para uma guerra prolongada, Hitler procura obtê-los consolidando a ocupação da Ucrânia e Bielo-Rússia, enquanto concentra o grosso das forças no ataque a Stalingrado, para assumir o controle dos campos petrolíferos do Cáucaso. A Batalha de Stalingrado inicia em agosto de 1942 e termina em 2 de fevereiro de 1943, com a vitória do Exército Vermelho. A partir daí os soviéticos passariam à ofensiva e os nazistas à retranca.

 

Direção: Sergei Gerasimov (1906-85)

Sergei Appolinarievich Gerasimov nasceu Chelyabinsk, na Rússia. Em 1928 graduou-se na Faculdade de Artes Cênicas de Leningrado. Começou sua carreira no cinema, como ator em 1924, integrando-se ao grupo FEKS, fundado por Grigori Kozintsev e Leonid Trauberg. Contratado para produzir versões cinematográficas de clássicos literários do realismo socialista, realizou em 1948 a adaptação do romance “A Jovem Guarda”, de Alexander Fadeyev. Em 1957-58 dirigiu as duas partes do épico “Don Silencioso”, de Mikhail Sholokhov.  A escola de cinema mais antiga do mundo, o VGIK (Instituto de Cinematografia Gerasimov), leva seu nome desde 1986. Dirigiu também os filmes “Cidade da Juventude” (1938), “O Professor” (1939), “A Velha Guarda” (1941), “A Nova China” (1952), “O Jornalista” (1967), “À Beira do Lago”(1969),“Leo Tolstoi” (1984).

 

Argumento Original: Alexander Fadeyev (1901-56)

Nascido em Kimry, Distrito Federal do Tver, o escritor Alexander Alexandrovich Fadeyev foi um dos fundadores da União dos Escritores Soviéticos e seu presidente de 1946 a 1954.

Em 1921-22, estudou na Academia de Mineração de Moscou. Foi, entre os anos de 1942-44, editor-chefe da “Gazeta Literária”, organizador da revista “Outubro”, correspondente militar do jornal “Pravda”. Em 1945, escreveu o clássico “A Jovem Guarda” pelo qual foi agraciado com o Prêmio Stalin (1946).

Entre suas obras estão “Durante Trinta Anos” (coletânea de artigos jornalísticos), os romances “A Derrota” (1927),  “Dezenove” (1927) e “O Último dos Udege” (1930-40).

 

Música Original: Dmitri Shostakovitch (1906-75)

Dmitri Dmitriyevich Shostakovich estudou piano com Leonid Nikolaiev e composição com Steinberg e Glazunov. Sua primeira sinfonia foi escrita em 1926, aos 19 anos, como tese de conclusão do curso no Conservatório de Leningrado.

Com uma música envolvente que ultrapassou fronteiras, Shostakovich foi celebrado em prosa e verso na URSS e criou uma obra que impressiona pela qualidade e quantidade: 15 sinfonias; 6 concertos para piano, violino e violoncelo; suas Danças Fantásticas; 24 prelúdios para piano; 24 prelúdios e fugas para piano; 2 sonatas; 8 quartetos de cordas, diversas obras de música de câmara, 3 óperas e mais de 100 trilhas para cinema. Sua filmografia inclui “Outubro” (Eisenstein, 1928), “A Juventude de Maxim” (Grigori Kozintsev e Leonid Trauberg, 1935), “A Defesa de Volotchayevka” (Georgi e Sergei Vasilyev, 1937), “Amigos” (Lev Arnchstan, 1939), “Berlim” (Yuli Raizman, 1945), “Pirogov” (Grigori Kozintsev, 1947), “Michurin” (Aleksandr Dovzhenko, 1949), “A Jovem Guarda” (Sergei Gerasimov, 1949), “A Queda de Berlim” (Mikhail Chiaurelli, 1950), “O Inesquecível Ano de 1919” (Mikhail Chiaurelli, 1951), “O Gadfly” (Aleksandr Faintsimmer, 1956).

Curiosamente, nove entre dez sites relacionados pelo Google apresentam o compositor como vítima de intensa perseguição, durante a Era Stalin (1927-53), que o teria levado inclusive a desenvolver “impulsos suicidas”. De objetivo, há duas críticas desfavoráveis no Pravda, em 1936, à ópera “Lady Macbeth” e ao balé “O Límpido Regato”, e menções esparsas de “formalismo” feitas, em 1948, por Andrei Zhdanov, presidente do Soviete Supremo (1946-47). Deve ter sido uma perseguição “insuportável” para quem recebeu nove prêmios Stalin entre 1941 e 1952, além de ser eleito deputado ao Soviete Supremo, em 1951. 

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