Cinema Russo em Casa: Assista “A Mãe”, da obra de Gorky, grátis até domingo
Nesta sexta-feira, 09/10/20, continuamos o projeto “Cinema Russo em Casa”, com a exibição gratuita de A MÃE (Gleb Panfilov, 1989), adaptação do romance homônimo de Maksim Gorky.
A exibição estará disponível de sexta, 09/10, 19h, até domingo, 11/10, às 19h.
Para acessar o canal clique em http://bit.ly/CPCUMESFilmes
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Temos programação confirmada até novembro deste ano.
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A Mãe
Gleb Panfilov (1989), com Inna Churikova, Viktor Rakov, Liubomiras Lauciavicius, URSS, 200 min.
Sinopse
Retrato duro, vigoroso e pungente da Rússia pré-revolucionária focado na transformação de Pelageya Nilovna de camponesa submissa, escrava dos seus medos e da brutalidade doméstica, em mulher que se engaja na luta dos trabalhadores, ocupando progressivamente o lugar de seu filho Pavel, preso e encarcerado pela polícia política. Realizada por Gleb Panfilov em 1989, esta é a quarta adaptação cinematográfica do romance homônimo de Maksim Gorky. As outras três são de Vsevolod Pudovkin (1926), Leonid Lukov (1941) e Mark Donskoy (1956). Vencedor do Prêmio Especial do Júri no Festival de Cannes.
Direção: Gleb Panfilov (1934)
Gleb Panfilov nasceu em Magnitogorsk, nos Urais. Graduou-se no Instituto Politécnico e foi supervisor de turno em uma fábrica de produtos químicos. Trabalhou como chefe do departamento de propaganda da Juventude Comunista de Sverdlovsk. Diretor da TV local, realizou vários documentários entre 1958-63. Estudou direção no VGIK. Formou-se em 1966 e ingressou no estúdio Lenfilm, onde realizou seu primeiro longa. “No Caminho Através de Fogo” (1967) recebeu o Leopardo de Ouro, no Festival de Locarno. “Início” (1970) e “Senhor Presidente” (1975) foram respectivamente premiados nos festivais de Berlim e Barcelona. Transferiu-se para o Mosfilm em 1977. Entre seus filmes estão “Tema” (1979), Urso de Ouro no Festival de Berlim; duas adaptações de Gorki, “Vassa” (1983) e “A Mãe” (1989); “Os Romanoff, Família Imperial” (2001) e “Culpado Sem Culpa” (2008). Desde 1986 atua também como diretor de teatro.
Argumento Original: Maksim Gorky (1868-1936)
Fundador do realismo socialista, ativo militante do partido bolchevique, amigo e colaborador de Lenin, e depois de Stalin, Alexei Maksimovich Pechkov, pseudônimo Maksim Gorky, é ainda hoje considerado o maior escritor da língua russa, na qual despontaram expoentes como Pushkin (1799-1837), Gogol (1809-52), Dostoievski (1821-81), Tolstói (1828-1910), Tchecov (1860-1904), Maiakovski (1893-1930), Fadeyev (1901-56), Ehrenburg (1891-1967), Sholokhov (1904-84), Simonov (1915-79) e outros. Suas obras registram personagens que integravam as classes exploradas: operários, vagabundos, prostitutas, homens e mulheres do povo. Autores realistas e naturalistas já tinham incorporado estes setores à literatura, mas, mesmo com simpatia, olhavam para os pobres de fora. Gorki conhecia aquele universo por dentro e soube captar o que havia de mais profundo na alma russa. Entre suas obras destacam-se “Pequenos Burgueses” (teatro, 1901), “Ralé” (teatro, 1901), “Os Inimigos” (teatro, 1906), “A Mãe” (romance, 1906-07), “A Confissão” (romance, 1908), “Infância” (romance autobiográfico, 1913-14), “Ganhando Meu Pão” (romance autobiográfico, 1915-16), “Minhas Universidades” (romance autobiográfico, 1923), “A Casa dos Artamonov” (romance, 1925), “Quarenta Anos: A vida de Klim Sanghin” (tetralogia, 1925-36), “Yegor Bulychóv e os Outros” (romance, 1932). “Vassa Zheleznova” (teatro, 1910/1935). Gorki morreu em 18 de junho de 1936, vítima de envenenamento. O assassinato foi descrito e analisado, detalhadamente, nas duas sessões do dia 8 de março de 1938 do Colégio Militar da Corte Suprema da URSS.
Música Original: Vadim Bibergan (1937)
Compositor e ator, Vadim Bibergan nasceu em Moscou. Graduou-se em piano e composição no Conservatório Ural (1961). Sob a orientação de Shostakovich, estudou no Conservatório de Leningrado, onde obteve a pós-graduação em 1968. Escreveu as músicas de todos os filmes de Gleb Panfilov. Seu trabalho para a indústria cinematográfica compreende também as trilhas musicais de outros 40 filmes, entre os quais “O Jogo, De Preferência às Sextas-Feiras” e “A Segunda Tentativa de Victor Krokhin” (I. Sheshukov, 1977 e 1984 respectivamente), “Perdoa-me” (Ernest Yasan, 1985), “Chicha” (V. Melnikov, 1991), “Venha Me Ver” (O. Yankovsky e M. Agranovich, 2001).
“A Mãe” em 1907 e 1989
O romance é considerado o marco zero do realismo socialista. O filme, porém, especialmente no final, ganha um tom de tragédia: a mãe é apunhalada e morta por um ex-militante do partido, cooptado pela polícia política. O sangue se esparrama pelo chão e depois é burocraticamente removido pela turma da limpeza. É uma abordagem muito pouco gorkiana. Mas poderia ser diferente, em 1989, quando o socialismo e a URSS estavam sendo literalmente assassinados por uma força que não veio de fora, mas de dentro do próprio partido comunista? Cotejando os personagens do filme com os do romance, vê-se que o assassino da mãe não existe no livro. Também não existe Evsei Klimkov, o garotinho tímido que vira um agente da polícia política, que admira os revolucionários, mas os entrega porque “este é o meu trabalho”. Evsei Klimkov, na galeria de personagens de Gorki, foi o protagonista do romance “O Espião” – também traduzido como “Um Homem Desnecessário”. “A Mãe” e “O Espião”, escritos quase em paralelo, abordam a mesma situação histórica, a partir de ângulos opostos: o dos revolucionários e o da polícia política. Panfilov fundiu os dois para construir a sua versão.
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