Circuito Cineclubista Spcine leva cinema para a periferia de São Paulo
Estruturas como a Casa de Cultura de Parelheiros receberam salas de cinema
Desde novembro do ano passado, os jovens de bairros mais afastados do centro da capital paulista passaram a contar com uma ótima iniciativa cultural.
O Circuito Cineclubista Spcine iniciou a exibição de filmes em instalações culturais de São Paulo, em regiões que não possuem salas de cinema. A iniciativa da Empresa de Cinema e Audiovisual de São Paulo, a Spcine, promete inaugurar 34 novas salas de cinema voltadas para a programação cineclubista para jovens da cidade.
As sessões são sempre seguidas de debates mediados pelos agentes cineclubistas que possibilitam que o público faça uma reflexão das questões apresentadas pelo filme.
Keila Pereira, agente cineclubista da Casa de Cultura de Parelheiros, destaca a dificuldade dos jovens da periferia e das regiões mais afastadas da cidade de terem acesso às ferramentas culturais.
“O Circuito Cineclubista da SPCine é algo a mais para a rede de salas de cinema gratuitas da cidade porque é protagonizado por agentes que têm algum nível de articulação em torno da área do cinema, e também com bairros e comunidades. É importante valorizar isso. E como é algo para as Casas de Cultura e Centros Culturais, está fazendo com que grandes filmes cheguem cada vez mais longe – ou mais perto de quem realmente interessa. Acho que é o meu caso que sempre ouvi que moro muito longe, e sempre questionei: moramos longe ou vocês não nos dão acesso?”, disse Keila que é ex-diretora de Cultura da UMES e atualmente estudante do curso de Letras da USP.
Agentes cineclubistas organizam as ações do Circuito – Foto: Divulgação
O Circuito Cineclubista prioriza a afirmação da diversidade da produção audiovisual, a pluralidade de ideias, estilos e gêneros, ao estímulo à reflexão crítica e a difusão de filmes brasileiros e estrangeiros.
Além disso, a iniciativa cria uma janela permanente para a promoção do cinema autoral, em especial, brasileiro, com o objetivo de diversificar a grade, o repertório de programação, a percepção e a experiência do público frequentador.
Os novos espaços também funcionarão como janela de exibição para realizadores das comunidades locais, bem como para coletivos artísticos, cineastas independentes, ativistas da cultura entre outros.
Veja programação de fevereiro do cineclube da Casa de Cultura Parelheiros
BENZINHO
08.02 às 17h00
O ÚLTIMO CINE DRIVE-IN
12.02 às 19h30
ESTOU ME GUARDANDO PARA QUANDO O CARNAVAL CHEGAR
19.02 às 19h30
BACURAU
26.02 às 19h30
Fichas técnicas e Sinopses
BENZINHO, de Gustavo Pizzi
Brasil-Uruguai, 2018, 97′ | Ficção
Não indicado para menores de 10 anos
Irene (Karine Teles) mora com o marido Klaus (Otávio Müller) e seus quatro filhos. Ela está terminando os estudos enquanto se desdobra para complementar a renda da casa e ajudar a irmã Sônia (Adriana Esteves). Mas quando seu primogênito Fernando (Konstantinos Sarris) é convidado para jogar handebol na Alemanha, ela terá poucos dias para superar a ansiedade e ganhar forças antes de mandar seu filho para o mundo.
O ÚLTIMO CINE DRIVE-IN, de Iberê Carvalho
Brasil, 2015, 100′ | Ficção
Não indicado para menores de 12 anos.
O Último Cine Drive In conta a história de reencontro entre um pai e um filho, tendo como pano de fundo o fim do último cinema drive-in do Brasil. O jovem operário Marlombrando (Breno Nina) precisa levar sua mãe, Fátima (Rita Assemany), para fazer um exame médico em Brasília. O que seria uma breve viagem se torna uma longa batalha no terceiro maior hospital público do país. Sem ter a quem recorrer, Marlombrando precisará reencontrar seu pai, Almeida (Othon Bastos), ausente há muitos anos. Dono do Cine Drive-in de Brasília, Almeida insiste em manter vivo um tipo de cinema que já não atrai mais espectadores como na década de 70. Com a ameaça de demolição do cinema e o agravamento da doença de Fátima, pai e filho precisam resolver questões do passado para realizar um irresponsável plano de reencontro entre Fátima e o último Cine Drive-in.
ESTOU ME GUARDANDO PARA QUANDO O CARNAVAL CHEGAR, de Marcelo Gomes
Brasil, 2019, 86′ | Documentário
Não indicado para menores de 10 anos
A cidade de Toritama é um microcosmo do capitalismo implacável: a cada ano, mais de 20 milhões de jeans são produzidos em fábricas de fundo de quintal. Os moradores trabalham sem parar, orgulhosos de serem os donos do seu próprio tempo. Durante o Carnaval – o único momento de lazer do ano -, eles transgridem a lógica da acumulação de bens, vendem seus pertences sem arrependimentos e fogem para as praias em busca de uma felicidade efêmera. Quando chega a Quarta-feira de Cinzas, um novo ciclo de trabalho começa.
BACURAU, de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles
Brasil, 2019, 131′ | Ficção
Não indicado para menores de 16 anos
Num futuro próximo, Bacurau, um povoado do sertão de Pernambuco, some misteriosamente do mapa. Quando uma série de assassinatos inexplicáveis começam a acontecer, os moradores da cidade tentam reagir. Mas como se defender de um inimigo desconhecido e implacável?
Casa de Cultura de Parelheiros
Endereço: R. Nazle Mauad Lutfi, 169
(Próximo ao escadão da feira de domingo)
Parque Tamari, São Paulo – SP, 04891-020
Para mais informações, acesse www.spcine.com.br
Deixe uma resposta
Want to join the discussion?Feel free to contribute!