Com avanço da vacinação, SP libera uso de máscaras em espaços abertos
O governo de São Paulo confirmou a liberação do uso das máscaras em qualquer ambiente aberto do Estado a partir desta quarta-feira (9). O uso da proteção continua obrigatório no transporte público escolas e em todos os ambientes fechados de acesso público, como comércios e escritórios.
“A decisão de hoje se deve fundamentalmente ao avanço da vacinação. São Paulo é o estado que mais vacina no Brasil. A decisão está respaldada na ciência, na saúde e no respeito pela vida”, afirmou o governador João Doria. “É um novo momento na vida e no trabalho. Depois de dois anos e dois meses de pandemia e de perdas, nós podemos tomar uma medida com esta importância e dimensão”, reforçou.
Nas escolas a utilização passa a não ser obrigatória em espaços escolares abertos. Nos ambientes fechados a máscara continua a ser obrigatória.
“Como tudo que foi feito aqui em São Paulo em relação à pandemia, a flexibilização do uso das máscaras nas escolas é embasada na ciência. Não é o que um ou outro acha que é o correto, é o que a ciência comprova, são pesquisas e experiências em outros lugares. E nossas escolas estaduais estão prontas para esta nova etapa”, explica o Secretário Estadual da Educação Rossieli Soares.
A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo já publicou a resolução que determina que, ao final do segundo bimestre, os responsáveis pelos estudantes devem apresentar a carteira de vacinação atualizada. Vale ressaltar que a exigência do uso de máscara é proibida para menores de 2 anos.
A decisão é baseada em análises do Comitê Científico do Coronavírus de São Paulo. O grupo de especialistas levou em consideração a redução de 76,7% nas novas internações e 56% dos óbitos por Covid-19 no último mês.
Além da melhora nos indicadores da pandemia, São Paulo tem a maior cobertura vacinal do país, com mais de 101 milhões de doses aplicadas. O estado está próximo da meta de 90% da população elegível vacinada, conforme recomendação da OMS (Organização Mundial de Saúde).
“Nós estamos muito além da vacinação de muitos países. Nós temos hoje uma taxa de ocupação de leitos de UTI no estado de 37,6%. Nos últimos 30 dias, nós tivemos queda de 54% no número de casos, as internações caíram 76% e o número de óbitos foi 56% menor”, afirmou o Secretário de Saúde do Estado, Jean Gorinchteyn. “É com segurança que vamos continuar protegendo a vida, mas precisamos que as pessoas continuem se vacinando”, acrescentou.
Cientistas defendem manutenção das máscaras nas Escolas
Para especialistas em saúde, locais fechados apresentam risco maior de contaminação de covid-19, pelo fato de a transmissão do vírus ocorrer principalmente por meio de partículas que ficam suspensas no ar após expelidas por pessoas infectadas.
Em áreas abertas sem aglomeração, o risco é considerado muito pequeno, segundo cientistas.
Desde outubro — quando o Rio liberou pessoas sem máscara em áreas livres—, os números da pandemia caíram até meados de dezembro. No último mês do ano, a chegada da ômicron ao país e as festas de Natal e Réveillon levaram a uma explosão de casos na cidade.
Gulnar Azevedo, professora de Epidemiologia da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), cita o transporte público, hospitais e escolas como ambientes de alto risco de contaminação, onde as máscaras deverão ser mantidas.
A médica observa que as crianças ainda têm baixos índices de imunização e que, em unidades de saúde, há pessoas debilitadas por outras doenças.
“Em ônibus, trens e metrô vai haver um acúmulo grande de pessoas muito próximas sem a ventilação adequada. Fora que não se sabe se nesses lugares estão pessoas com comorbidade, imunodeficiência ou idosos, que perdem mais rápido a proteção que as vacinas dão”, disse Gulnar Azevedo, professora de Epidemiologia da UERJ.
Nesses casos, a médica defende que é essencial que as pessoas sigam usando máscaras de boa qualidade, mesmo que não seja mais obrigatório.
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