Comparato: Leilão de Libra foi ainda pior que leilão da Vale
O jurista Fábio Konder Comparato dedicou boa parte de seus 77 anos de idade à defesa do interesse público. Ele esteve diretamente envolvido em algumas das mais importantes causas da política brasileira nas últimas décadas.
Em entrevista ao Portal Viomundo, relembra sua luta para impedir a privatização da Companhia Vale do Rio Doce, em maio de 1997. Na época, em conjunto com o jurista Celso Antonio Bandeira de Mello, moveu uma ação contra a venda da mineradora e ganhou em primeira instância. Mas a causa foi transferida para o Rio de Janeiro onde, por “ordens superiores”, a juíza revogou a decisão inicial.
Para Comparato, a privatização da Companhia Vale do Rio Doce — que controla as maiores reservas de minério de ferro do mundo e contra a qual ele batalhou — foi um crime de lesa Pátria. Menos pelo valor da empresa, mais por entregar a estrangeiros os mapas geológicos que resultaram de anos e anos de pesquisa dos estudiosos da estatal brasileira. Segundo ele, as ações movidas para reverter o resultado do leilão na Justiça estão paradas.
Mas o jurista considera o leilão de Libra, recentemente realizado pelo governo Dilma, algo ainda pior. “A privatização da Vale do Rio Doce não chegou aos pés da privatização do pré-sal no governo Dilma Rousseff. É um escândalo muito maior porque o pré-sal, como disse Carlos Chagas, é ouro em pó”. “De acordo com as reservas levantadas pela Petrobrás, e mantido o preço atual, hipoteticamente, do barril de petróleo a 100 dólares, em 20 anos nós teríamos 4 trilhões de dólares. Mas a serem entregues a quem? Agora, às empresas estrangeiras”.
Veja o trecho da entrevista clicando na imagem abaixo:
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