Conselho da Cidade apoia Haddad na revogação do aumento da tarifa

O Conselho da Cidade, que funciona como canal de diálogo entre a administração municipal e a sociedade, foi unânime em apoiar a revogação do aumento da passagem do transporte, anunciada pelo prefeito Fernando Haddad, na quarta-feira, 19. O valor passa de R$ 3,20 para R$ 3,00 a partir de segunda-feira.

Os membros do Conselho, formado por representantes de entidades, instituições, empresas e parlamentares, entre outros segmentos da sociedade, se reuniram com o prefeito, também na quarta-feira, e se manifestaram a favor da redução.

A arquiteta urbanista e professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU-USP), Ermínia Maricato, demonstrou confiança nos trabalhos do Conselho: “Pensei que só os interesses privados iriam prevalecer”, afirmou. A partir da redução da tarifa, afirma Marciato, o órgão poderá discutir transporte, rever as prioridades da cidade. “E tudo isso com o apoio de milhares de pessoas”.

Membro do Conselho, o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, afirmou que “apoia a revogação do reajuste das tarifas de transporte público de São Paulo” e também apontou a necessidade de abrir um debate visando a melhoria do transporte urbano.

Em sua intervenção, Rodrigo Lucas, presidente da UMES, também apoiou a redução: “Em Buenos Aires a passagem de ônibus custa entre 1,10 e 1,25 pesos (44 centavos de real e 50 centavos de real) e a de Metrô custa 2,50 pesos (1 real). Em São Paulo também pode ser mais barata”, afirma.

Para Raquel Rolnik, também urbanista, professora FAU-USP e Relatora Especial da Organização das Nações Unidas para o direito à moradia adequada, “precisamos agir para avançar no direito à cidade para todos. Temos que romper com a coalizão, bloquear enorme poder das concessionárias no planejamento de políticas públicas com o aprofundamento do processo decisório popular”.

Lídia Correa, presidente da Federação das Mulheres Paulistas (FMP), destacou que “ao mesmo tempo em que a tarifa sobe na capital, o que se vê é o aumento do número de passageiros e redução dos ônibus”. “Em 2004 eram 14,1 mil coletivos e atualmente são 13,9 mil”, ressaltou apontando que a entidade também apoia a decisão.

Frei David, diretor executivo da EDUCAFRO, ressaltou a unidade do conselho pela revogação. O ex-jogador de futebol Raí Souza Vieira, representante da organização Atletas pela Cidadania, também afirmou acreditar na “sensibilidade neste momento”.

“O primeiro passo é a revogação do aumento e, depois, a discussão e os debates sobre o modelo”, afirmou o jornalista e coordenador da organização Repórter Brasil, Leonardo Sakamoto.

O Conselho da Cidade de São Paulo é composto ainda por Luiz Carlos Bresser Pereira, Professor Emérito da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo (FGV-SP); Márcio Fernando Elias Rosa, Procurador-Geral do Ministério Público do Estado de São Paulo; Marcos da Costa, Presidente da OAB-SP; Maria Izabel Noronha, Presidenta da APEOESP – Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo; Murilo Celso de Campos Pinheiro, Presidente do SEESP – Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo e da FNE – Federação Nacional dos Engenheiros; Oded Grajew, Presidente do Conselho Deliberativo do Instituto Ethos, Fundador do Movimento Nossa São Paulo; Soraya Soubhi Smaili, Reitora da UNIFESP – Universidade Federal de São Paulo; e outros líderes sindicais, como Ubiraci Dantas de Oliveira, Presidente da CGTB – Central Geral dos Trabalhadores do Brasil; Wagner Gomes, Presidente Nacional da CTB – Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil e Luiz Gonçalves, Presidente da Nova Central Sindical de São Paulo.

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