CPC-UMES apresenta: A Exceção e a Regra, de Bertolt Brecht
O Centro de Popular de Cultura da UMES (CPC-UMES) inicia nesta sexta-feira, 19, uma temporada de dez apresentações da peça “A exceção e a Regra”, de Bertolt Brecht.
As apresentações serão realizadas para estudantes de escolas públicas de São Paulo, às sextas-feiras, às 20 horas, no Teatro Denoy de Oliveira, localizado na Rua Rui Barbosa, 323, Bela Vista. Informações: (11) 3289-7475.
A montagem de “A Exceção e a Regra” surgiu de um trabalho de conclusão de curso realizado pela turma do curso avançado de teatro do Pontão de Cultura da UMES.
Após 2 anos e meio de trabalho o grupo resolveu dar sequência ao trabalho realizando apresentações nas escolas públicas de São Paulo e agora retorna em cartaz a cada dia recebendo uma escola diferente.
PARA QUE NADA SEJA CONSIDERADO IMUTÁVEL
“O teatro permanece teatro, mesmo quando é teatro pedagógico e, na medida em que é bom teatro, é diversão.” (Bertolt Brecht)
Esperar do teatro uma qualidade pedagógica? Um teatro político? Que teatro e política andam de mãos dadas nós sabemos. Mas esperar do teatro uma experiência pedagógica e politizante não será pretensioso? Estamos diante do texto A Exceção e a Regra de Bertolt Brecht, e aí essas questões, por mais óbvias que possam parecer, nos tomam de forma arrebatadora a todo o momento.
Fazer teatro com jovens estudantes, com esse texto e, como não poderia deixar de ser, com ênfase na discussão política que ele nos traz. Eis a nossa deliciosa e inquietante tarefa! Em nosso processo o texto foi a principal referência: tratando das questões trazidas por ele e cruzando-as com nossas questões cotidianas. Através de improvisos e jogos teatrais, fazendo com que os jogadores (jovens atores) sejam ao mesmo tempo atuantes e espectadores, com que tenham uma atitude crítica ao enunciarem as frases, ao executarem o gesto, ao entrarem em ação.
O texto nos apresenta um modelo claro da discussão de um tema através de uma ação concreta. O tema é a dominação de classe, a naturalização do poder ilimitado, a injustiça travestida de justiça. A ação é a relação entre patrão e empregado numa caminhada pelo deserto para alcançar uma concessão de petróleo. Os intérpretes passam por vários papéis com situações, pontos de vista e classes opostas buscando a atitude crítica sobre o assunto apresentado, inclusive revelando a opinião de cada um dos atores. Esperamos, é claro, que tudo isso continue vivo na relação com a plateia. Trazemos para esse processo o pressuposto de que a formação política e estética são a base do aprendizado do ator.
Muitas foram as nossas descobertas, muitas foram as nossas dúvidas, sempre de olhos e corações abertos, perguntando e desconfiando. Tentando nos entender e mostrar, como diz no coro inicial da peça:
“Não se deve dizer que nada é natural!
Numa época de confusão e sangue,
de desordem ordenada, arbítrio de propósito,
humanidade desumanizada.
Para que nada seja considerado imutável”.
(Rebeca Braia e João Ribeiro)
SINOPSE
O tema de “A Exceção e a Regra”, como mencionamos acima é a divisão de classes reinante na sociedade capitalista, de como nela as relações de poder se naturalizam e, ao mesmo tempo, se tornam desmedidas.
Um comerciante viaja pelo deserto com um carregador, seu empregado, na tentativa de conseguir uma concessão de petróleo. Em consequência da condição climática surge a sede a falta d’água. Na calada da noite, o empregado se aproxima de seu patrão com algo nas mãos. Seu patrão acredita ser uma pedra e, para se defender, mata o empregado com um tiro. Acontece que o empregado se aproximava para lhe oferecer água.
A EXCEÇÃO E A REGRA
DIREÇÃO
Rebeca Braia e João Ribeiro
ELENCO
Ana Letícia Oliveira
Fábio Conceição
Jeanne Rocha Cabral
João Pedro Duarte
José Fernandes Júnior – Seuze “Possu” Júnior
Milena Hettwer
Miuly Filipe
Rafael Moreton
Yurie Filipe
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