9-12-16 CPI Merenda

CPI Chapa Branca não citará tucano Fernando Capez no seu relatório final

9-12-16 CPI Merenda

 

Após horas somadas de trabalho, a CPI da Merenda na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) apresentou o relatório final da investigação, onde todos os políticos citados por delatores como envolvidos nos esquemas de fraude na merenda escolar do governo do estado de São Paulo e 22 prefeituras paulistanas, durante a Operação Alba Branca, são totalmente isentos de culpa.

O relatório final foi entregue pelo deputado Estevam Galvão (DEM) nesta quarta-feira, dia 7, mas só será votado e, possivelmente aprovado na semana que vem. Embora as investigações apontassem o envolvimento de três deputados estaduais e dois deputados federais, o relator não apontou o nome de nenhum político, e sim o nome de 20 pessoas, entre ex-dirigentes e funcionários da Cooperativa Orgânica de Agricultura Familiar (Coaf).

Descontente com o resultado da apuração, a oposição declarou que apresentará um resultado paralelo. Os três deputados estaduais, o presidente da própria Alesp, Fernando Capez (PSDB), Luiz Carlos Gondim (SD) e Fernando Cury (PPS), foram citados por delatores ou aparecem em interceptações telefônicas durante as investigações da Máfia da Merenda. Dois servidores públicos que trabalharam para Capez foram citados no relatório, Jéter Rodrigues Pereira e José Merivaldo do Santos.

O deputado Alencar Santana (PT) tentou prorrogar os trabalhos por mais 30 dias, justificando a necessidade de se aprofundar mais nas investigações e de se ouvir peças-chave no esquema, como a advogada Vanessa Paciello, que assinou contratos com a Coaf que seriam usados para efetuar o pagamento de propinas.

“Por que essa mulher não foi ouvida em lugar nenhum. Qual o segredo que ela tem? Nós havíamos concordado que faríamos a acareação entre o Jéter e o Merivaldo porque os dois mentiram e se acusaram na CPI. Temos de tirar essa dúvida. Além disso, o juiz federal da 6ª Vara negou acesso da CPI ao material que lá está de toda a investigação feita em Bebedouro, o que é uma afronta ao Poder Legislativo. O que tem lá que nós não podemos saber? Por isso é que não dá para votar nenhum relatório hoje. É preciso prorrogar o prazo desta CPI para avançarmos na investigação”, disse o deputado.

 

ESTUDANTES

 

Para o presidente da União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo (UMES), Caio Guilherme, o governo tucano fez todo o possível para que a CPI fosse engavetada. “O Governo desde início tem feito de tudo para que essa CPI não acontecesse. Foi empurrando com a barriga até certo ponto para que finalmente fosse engavetada”, disse.

“Uma vez que conquistamos a CPI, fruto de muita luta dos estudantes paulistas, a CPI acontece com apenas um membro da oposição”, avalia Caio.

“Foram ouvidos diversos funcionários da COAF que por diversas vezes citaram figuras públicas diretamente envolvidas com o Governador do Estado, como Moita, Padula e o Presidente da Assembléia Legislativa, Fernando Capez, e ainda assim ninguém foi preso”, denunciou o estudante.

“O objetivo dos deputados é fazer de tudo para encerrar a investigação para que o governo do ‘Santo Alckmin’ não seja atingido”, criticou.

 

Fonte: Hora do Povo

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