Crescimento do PIB de 2013 é menor do que a média mundial
Média de 2% de crescimento nos últimos três anos é inferior a média de 2,3% do governo FH
No dia 11 do mês passado, o Banco da Indonésia – o banco central daquele país – divulgou o crescimento do PIB indonésio em 2013: +5,8%.
No dia 28, a Índia publicou o resultado de seu crescimento: +4,7%.
Um pouco antes, o Ministério das Finanças de Angola revelara que o país crescera +7,4% em 2013.
O Banque Centrale du Congo ainda não divulgou um número definitivo, mas fez uma estimativa do crescimento da economia congolesa: +8,1% em 2013.
Já o Banco Nacional do Tadjikistão, ao anunciar os resultados do quarto trimestre do ano passado, revelou que o país cresceu +7,4% em 2013.
Para não dizer que não falamos (bem) dos vizinhos, o Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec) anunciou no último dia 21 que a Argentina cresceu +4,9% em 2013. E o leitor não deveria ter preconceitos em relação ao crescimento de +14,1% do Paraguai – afinal, os brasileiros tiveram um importante papel nesse resultado.
Ou em relação a Bangladesh, onde o Banco de Bangladesh anunciou que em 2013, a economia cresceu +6,01%.
Mas, tudo bem, se o leitor prefere outros ambientes geográficos – ou financeiros -, o Banco Nacional da Malásia publicou o crescimento de seu país no ano passado: +4,7%. Os malaios cresceram mais que os suecos (+3,1%) e os lituanos (+3,3%).
Aqui, preferimos não usar resultados que ainda não são do ano – como os da Bolívia, até o terceiro trimestre em +6,83% e da Colômbia (+5,1% no terceiro trimestre) – mas é evidente que eles são tão válidos e importantes quanto os últimos registros do FMI, em que a média dos países “emergentes e em desenvolvimento” está em +4,7%.
Bem, leitores, esses são alguns exemplos, que nada têm de exaustivos. Nem precisam ser.
De onde, então, alguns débeis mentais, e outros nem tanto, tiraram a história de que a economia do país, debaixo de um bombardeio de juros e baionetadas de entreguismo, foi a terceira que mais cresceu no mundo em 2013?
Pois, do IBGE é que não foi. O quadro exibido pelo IBGE no anúncio do PIB era absolutamente claro. Seu título era: “PIB no ano de 2013: Brasil x países selecionados Seleção não exaustiva de países que já divulgaram suas Contas de 2013. A análise serve apenas para comparação; não oferece qualquer tipo de hierarquização (ranking)” (v. slide 29 da apresentação “PowerPoint” do IBGE, grifos nossos).
O quadro servia para demonstrar que, com a medíocre taxa de 2,3%, o crescimento da economia brasileira ficara abaixo da média mundial (3% – número inscrito dentro de um quadro verde, de onde partia uma linha, também verde, que deixava ainda mais evidente a estupidez do pífio resultado a que o governo Dilma levou a economia).
No entanto, no dia seguinte, toda a imprensa dilmista – “Folha”, “Estadão” e seus satélites – repetia a besteira do “terceiro do mundo” em relação a uma taxa de crescimento que nem chegara àquela melancólica taxa do primeiro ano de governo.
É possível – aliás, é quase certo – que muitas pessoas tenham sido enganadas. Mas essa é exatamente a questão: a realidade cobra um preço muito alto de certos enganos. Ser um incauto não é uma atenuante, mas até um agravante – ou será que aqueles que se deixaram enganar por Mussolini também não tiveram culpa na tragédia que, em seguida, quase destruiu completamente a Itália?
Essas comemorações ridículas de uma taxa medíocre, para passar um crescimento minúsculo como se fosse um desenvolvimento getulista, não se diferenciam, do ponto de vista ideológico, em rigorosamente nada – absolutamente nada – daquelas tentativas de anular as pessoas, de passar a mentira como verdade, o que não é realidade como se o fosse, tão próprias dos fascistas – não faltou nem o apoio da reação mais aberta, direitista e sem vergonha – essa mídia pró-imperialista, antidemocrática e antipopular.
Imaginemos se uma taxa de 2,3% fosse a terceira do mundo. Provavelmente, o mundo estaria próximo de acabar por falta de desenvolvimento das forças produtivas. Deve existir algum doido que acredite que essa é a forma de construir o socialismo (?!).
Mas não é, não. Socialismo algum se constrói pela mentira, pela ilusão, pela grosseira manipulação. Nem, muito menos, ignorando a Nação e traindo a vontade do povo expressa nas urnas: entregando a monopólios financeiros externos as reservas de petróleo, os aeroportos, as ferrovias, as estradas, a eletricidade – em suma, tudo o que precisamos para crescer e construir um país desenvolvido e justo – e forçando nossas empresas a passarem ao controle de fundos especulativos estrangeiros e/ou multinacionais. E fazendo a política social que corresponde a essa política econômica: esculhambando os serviços públicos, a Educação pública, a Saúde pública, tirando dinheiro das pesquisas para enviar jovens a um curso de inglês no exterior – em síntese, fazendo do dinheiro público um latifúndio privatizado de especuladores, aventureiros e negocistas de outras plagas.
Talvez haja quem seja entreguista apenas porque é preguiçoso ou não tem coragem ou capacidade – pensando bem, deve ser esse o caso mais evidente. O entreguista é, antes de tudo, um covarde e um incapaz.
Daí o maravilhoso governo que desembocou nesses 2,3% de crescimento. A média de 2% de crescimento nos últimos três anos, com exceção do malfadado Collor – hoje também um dilmista – é o menor crescimento que um presidente da República já obteve no país. Consegue ser, mesmo, inferior a Fernando Henrique – que teve por média, exatamente, 2,3%, considerada uma das médias de crescimento mais desastrosas da História do Brasil.
Mas é exatamente isso o que estão tentando fazer os comemoradores dos 2,3% de crescimento do PIB: sacramentando que o PIB tucano é o colosso dos colossos.
Durante toda a história da República, apesar de governos desastrosos – Campos Sales et caterva – a média de crescimento do país foi 4,5% e a mediana 4,7%.
Agora, diz o “The Economist”, o órgão oficial dos monopólios financeiros externos, “o novo normal para os brasileiros” são as taxas de crescimento do governo Dilma.
E ainda existe quem pose de “esquerda” e até de “muito esquerda” com essa adesão vergonhosa ao que existe de mais direitista, de mais fascista e de mais antinacional – portanto, de mais anti-humano – no mundo.
Pois, não é de “esquerda” quem não luta pela sua Nação e por seu povo. Por consequência, Byron estava inteiramente certo quando disse que “quem não ama a sua Pátria, não ama coisa alguma”.
CARLOS LOPES
Fonte: Hora do Povo
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