Curso de Teatro da UMES realiza apresentações de encerramento da 15ª edição do projeto
“EVOÉ, JOVENS À VISTA”*
É com muita alegria que o Centro Popular de Cultura da União Municipal dos Estudantes Secundaristas – CPC-UMES – apresenta hoje o resultado do curso desenvolvido nas 12 turmas da 15ª edição do projeto Oficinas de Formação em Artes Cênicas, distribuídas nas regiões Central, Leste e Sul da cidade. Alunos da rede pública de ensino receberam, durante oito meses, de forma gratuita, 108 horas-aula com profissionais altamente capacitados e experientes. Durante todo este tempo eles brincaram, jogaram, cantaram, leram, estudaram história, sonharam, aprenderam a confiar em si mesmos e no outro, foram solidários e altruístas, descobriram-se e descobriram a alegria e a energia da ação em grupo. Enfim, fizeram Teatro.
Mais: conheceram a magia do Teatro! De um Teatro que tantas vezes viu sua extinção ser decretada. Mas poderíamos parafrasear Nelson Sargento: “Teatro, agoniza mais não morre / alguém sempre te socorre / antes do suspiro derradeiro”. E parte do socorro vem dos jovens que hoje se apresentarão. Muitos deles nunca tinham ido a um Teatro. Hoje, estarão em cena. Foram transformados pela arte e, com certeza, ajudarão a transformar muita gente. A outra parte do socorro vem de pessoas como os professores que guiaram nossos jovens na trajetória de descoberta do palco. Batalhadores incansáveis, apaixonados pela ribalta mas, principalmente, trabalhadores sérios, dedicados a interpretar a vida, a denunciar as mazelas da sociedade e a fazer crer que um futuro melhor é possível e necessário.
E assim alunos e professores se juntaram na aventura de ler, estudar, brincar e criar cenas a partir dos textos “A Revolução na América do Sul”, de Augusto Boal (1960), “A Mais Valia Vai Acabar, Seu Edgar”, de Oduvaldo Vianna Filho (1960) e “Se Correr o Bicho Pega, Se Ficar o Bicho Come”, de Oduvaldo Vianna Filho e Ferreira Gullar (1966).
Visitamos desta forma as três mais profundas experiências do teatro político brasileiro: o Teatro de Arena, o Centro Popular de Cultura da UNE e o Grupo Opinião. E foram muitas as perguntas, as diferenças e as semelhanças encontradas nesse percurso. O que essas peças nos dizem hoje? E, mais especificamente, o que elas dizem para estudantes de escolas públicas, que passaram dois anos isolados por uma pandemia? O que representam as eleições nos textos? E o que representam as eleições de hoje, em que muitos destes estudantes irão votar pela primeira vez? Quem foram Augusto Boal, Vianinha e Ferreira Gullar? O povo ainda está comendo osso? Os hospitais ainda estão cheios? E a nossa Escola? E a nossa Educação?
Não sabemos todas as respostas, mas sermos capazes de fazer as perguntas já um bom começo. E foi através do Teatro e destes textos que pensamos e criamos sobre todas essas questões. Evoé!
* trecho de Paratodos, de Chico Buarque
CENTRO
A REVOLUÇÃO NA AMÉRICA DO SUL
de Augusto Boal
TURMAS DE SEGUNDA, TERÇA E QUINTA-FEIRA:
ZÉ DA SILVA É UM HOMEM LIVRE! O QUÊ? O QUÊ? O QUÊ?
Em nosso exercício cênico iremos contar a história de Zé da Silva que, literalmente, não tinha onde cair morto e tenta fazer uma revolução que não sai. Pede aumento para o patrão, mas isso só gera inflação e ele vira o culpado da situação. Zé da Silva continua sendo explorado até o seu último quinhão e quem lhe cobra é seu “anjo da guarda” que infelizmente não é brasileiro não. Vai pedir ajuda para o governo, que lhe diz: “Ixi, é povo? Volte só no dia da eleição!” Quando chega o dia de sua morte – porque Zé da Silva está morrendo de fome desde o início da peça – milagrosamente é salvo e vai cumprir com o seu sagrado dever de cidadão, vai votar. Agora, pasmem minha gente, Zé da Silva vai comer!!! E o final não conto, vocês vão ver!
Só conto que essa história já é velha, mas ainda não caducou. Brincamos com ela, viramos de cabeça pra baixo, aprendemos a falar de jeitos diferentes e a sermos Zés da Silva, cantamos em coro, inventamos cenas… só para te contar que o mundo está por um fio, mas escute: Cuidado ó gente que ainda está viva, cuidem da vida É preciso lutar!
Professores: Ney Piacentini, Erika Coracini, João Ribeiro, Rebeca Braia
Elenco: Alícia Lima Alves, Bianca Cristina de Lima Xavier, Caroliny Leal de Moura, Cibelly Amorim de Oliveira, Enny Santos Galhardo Basalia, Erick Sebastian Francelino Pereira, Fernanda Mirreeio da Silva, Gabrielli Gomes de Siqueira, Julia Oliveira, Maria Luísa de Almeida Borges, Mariana Carvalho Youn, Mel Emiliano Neves Santana, Pedro Bitencourt, Sofia Lima do Prado, Cindy Barros Marinho, Fernando Gomes, Isadora do Amaral, Pedro Henrique da Silva, Rebeca Sartori, Vitória Barbosa, Yasmin Barbosa, Beatriz Costa Martins, Davi Luz Soares, Gaby Moreira, Gustavo Freitas Pereira, Juliana Duarte Diniz, Lívia Roberta Gomes Cardeal da Silva, Manuela Ribeiro, Maria Karina da Silva Rondan, Nayla de Oliveira Matos Carvalho, Nicoly Dourado de Castro e Raissa Vitória Melo
TURMA DE QUARTA-FEIRA:
ENSAIO-MANIFESTO
A cena montada pela turma de quarta-feira apresenta um processo de criação que se baseou no texto teatral “Revolução na América do Sul” de Augusto Boal, refletindo sobre seus atravessamentos com os tempos atuais. Organizada em quatro pequenas cenas (Entrada/Cortejo, Rádio Comunitária, Ensaio e Manifesto), a criação colaborativa busca dialogar com a linguagem do teatro contemporâneo, imprimindo à obra um tom experimental e político.
Ambientada num ensaio-manifesto dos secundaristas, a cena descortina o processo artístico-pedagógico e, utilizando-se de algumas das práticas e treinamentos realizados durante a montagem, constrói – desconstrói e reconstrói – as cenas 9, 10 11 e 12 da dramaturgia original.
As experimentações surgidas criam um jogo cênico, onde estudantes viram atuadores, sem se afastarem de suas indagações em diálogo com a obra de Boal. O autor, inclusive, entra em cena para jogar junto ao elenco-aprendiz que, com humor e criticidade, faz acontecer no palco as suas versões da Revolução
Professores: Adriana Dham e Júlia Fontes
Elenco: Andreza Rodrigues de Faria, Clara Luna Braia Bemfica, Evely Heloise, Gabriel Soares Galvão, Gaia Takanashi Balestra, Julia Vitoria Alves Arruda, Maria Kerle Alves de Sousa, Mariana Gabriele da Silva Brás, Paolla Renata, Pedro Guilherme do Nascimento, Pedro Henrique Dias Miranda, Sabrina Correia da Silva e Tainá Occiuzzi Brai
ZONA SUL
A MAIS VALIA VAI ACABAR, SEU EDGAR,
de Oduvaldo Vianna Filho
TURMAS DE SEGUNDA, TERÇA, QUARTA E QUINTA-FEIRA:
AINDA NÃO ACABOU (MAS VAI ACABAR!)
Apresentamos o exercício cênico desenvolvido pelos grupos de estudantes da Zona Sul de São Paulo, e que foi orientado por professores de teatro durante 8 meses de oficinas. Vamos compartilhar o seu processo e mostrar as cenas criadas a partir do texto teatral “A Mais Valia Vai Acabar, Seu Edgar”, de Oduvaldo Vianna Filho.
Quatro turmas participaram do projeto e trabalharam com exercícios, jogos, improvisações e cenas tendo como base o tema trazido pelo texto citado: o trabalho e a exploração, desigualdade e falta de direitos que afetam os trabalhadores.
As turmas utilizaram o texto de Vianinha, escrito na década de 60, para refletir também sobre o lucro e as condições de trabalho nos dias de hoje
Professores: Márcio Ribeiro, Daniela Schitini, Andrea Tedesco, Telma Dias, Martinha Soares e Ademir de Almeida
Elenco: David Alex M. dos Anjos, Gabriel Leon S. Albuquerque, Guilherme Ferreira Rodrigues, Yuna, Maycon, Pedro Luis, Vitor Hugo de Souza Siqueira, Rayanne de Souza Boscheti, Kauã de Souza Boscheti, Ana Beatriz de Jesus Filinto, Anne Gabrielle S. de Oliveira, Eliandra Coutinho Nonato, José Ricardo Borges Dutra Filho, Junior Cesar Cerqueira Dias, Pedro Luis Soares dos Santos, Vitória Lima Nunes, Antônio Caio da S. Ribeiro, Francisca de Fatima Veríssimo, Kethylin Victoria S. de Jesus, Lara Mendonça, Mariane Coutinho da Silva, Rafael Barbosa da Silva, Rebeca Alves, Samuel Santos Dias Machado, Sarah Sbelutti Nupcias Santos, Agatha Soares Ferreira, Eduardo Pacheco Conceição, Emanuel Cunha da Silva, Henzo Gabriel Cordeiro Rodrigues, Kaike Rodrigues da Silva, Lucas Vinícius Santos Rocha, Mickael Silva Lima, Nicoly Gonçalves de Alencar, Nycolle Mendes de Camargo, Priscila Cristina Ribeiro Soares, Sabrina Alves de Souza e Samuel Ribeiro Soares
ZONA LESTE
SE CORRER O BICHO PEGA, SE FICAR O BICHO COME…,
de Oduvaldo Vianna Filho e Ferreira Gullar
TURMA DE SEGUNDA-FEIRA:
EU, ROQUE!
Uma história; na verdade, três! Conhecemos Roque, um cara malandro que apenas quer o que todos querem: Uma vida tranquila. Talvez um amor, e às vezes, apenas sobreviver nesse sistema.
Mas afinal o que vai acontecer para desencadear esses acontecimentos?
Convido a você caro público a se juntar a nós no desenrolar dessa peça.
ENTÃO… EU, ROQUE! digo que comece o espetáculo!
Professores: Lucas Vitorino e Júnior Fernandes
Elenco: Beatriz Abreu, Erick Vecci, Fran Lemes, Fabricio Lovatto Jesuz, Flavia Mie Lygia, Diniz Sathiny Souza, Silas Lima, Tiago, Evy Souza, Juca Rodrigues, Marystar, José Emidio, Luís Emidio, Beka Luz, Thaynná Baltazar e Rafa Garcia
TURMA DE TERÇA-FEIRA:
ROQUE, UM BRASILEIRO
Você já pensou o que faria para salvar sua pele quando não tem mais pra onde correr? Num formato dinâmico e irreverente, vamos contar a história de Roque, um típico brasileiro, esquecido pela sorte, rejeitado pela sociedade e acusado de vários crimes. Mulherengo? Pilantra? Ladrão? Assassino? Do que ele seria capaz pra sobreviver? Nosso Roque é inocente ou culpado?
Professores: Ricardo Mancini Ferreira e Renan Ferreira
Elenco: Carolina Dias, Gil, Isabel Ludmila, Madu Borges, Duda Souza, Emy Lopes Estefane de Sá, Gabriel Oliveira, Julia B Cruz, Júlia de Castro, Manoela Alves, Mavi Luna, Mynn, Ni Spurio, Nicolle Rocha e Tallison Risotto
TURMA DE QUINTA-FEIRA:
QUAL É O BICHO QUE TE CONGELA, OU QUE TE FAZ FUGIR, OU QUE TE FAZ LUTAR?
“Que bicho é esse, amor?”
(verso da letra da música de abertura do espetáculo original)
Cada um de nós tem os seus próprios bichos: algumas pessoas convivem bem com eles, outras nem tanto. Para esse exercício dramático realizado pela turma de quinta-feira da Zona Leste, escolhemos 3 “bichos-cenas” dessa obra que faz parte da história do Teatro Brasileiro, e brindamos o público com dois olhares, de espectros completamente diferentes: o primeiro olhar está dedicado ao resgate do sentido que foi dado à peça na sua origem, ou como denúncia, ou protesto, ou resistência, ou os 3 aspectos ao mesmo tempo.
O segundo olhar joga uma lente bem-humorada sobre estes mesmos temas, enquanto propõe soluções mágicas para os conflitos abordados sob a forma de comerciais, como aqueles que vemos nas TVs, vendendo coisas que você nunca viu antes, mas que não poderá mais viver sem elas.
Entre a dureza da realidade que nos cerca, e o mundo de sonhos ao alcance do cartão de crédito, a pergunta lá do início nos faz colocar uma outra pergunta em seu lugar: se cada um de nós tem seus próprios “bichos”, como fazer para enfrentá-los?
Professores: Alexandre Binder Kavanji e Alexandre Roitburd
Elenco: Amanda Vitória, Ana B, Aninha, Bia Caravelli, Ceci Paz, Gabriel Farias, Gusta Góis, Hylana Araujo Martins, Isabela V.L, Ivan Fortinato, Kedlley Lima, Lau Leris, Maria Luz, Tife, Vik Keroly e Vinicius Gomes
APRESENTAÇÕES:
Dia 21 de maio – 15 horas
Cine-Teatro Denoy de Oliveira
Rua Rui Barbosa, 323 – Bela Vista
Dia 28 de Maio – 15 horas
Fábrica de Cultura Jardim São Luis
Rua Antonio Ramos Rosa, 651- Jardim São Luis
Dia 29 de Maio – 15 horas
EE Dom Pedro I
Rua Américo Gomes da Costa, 59 – São Miguel Paulista
A 15ª Edição da Oficina de Formação em Artes Cênicas é fruto de convênio entre a UMES e a Secretaria Especial de Cultura do Ministério do Turismo.
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