Docentes federais ampliam greve e já mobilizam 39 instituições
A greve dos professores federais iniciada na semana passada em diversas universidades e institutos federais contra a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC 55), que tramita no Senado Federal – com finalidade congelar os investimentos do governo federal por 20 anos – já atinge cerca de 39 instituições de ensino em todo o país. A categoria também é contrária a Medida Provisória (MP) 746, que propõe a reforma do ensino médio.
Na última quinta-feira 24, em Brasília, sindicatos que representam as instituições de ensino superior, básico, técnico, tecnológico e magistério superior se reuniram na sede do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN), para formar o Comando Nacional de Greve (CNG) da categoria, e construir uma intensa mobilização dos docentes para pressionar os senadores pela derrubada da PEC.
Para a presidente do ANDES-SN, Eblin Farage, a greve dos docentes não tem uma pauta coorporativa, mas uma pauta pela sobrevivência do ensino publico gratuito e de qualidade. “Essa precisa ser uma greve de ocupação das universidades e institutos, de intenso diálogo com a comunidade acadêmica e também com a população, porque é necessário que, tanto os segmentos da comunidade acadêmica quanto a população como um todo, entendam que a pauta da nossa greve não é uma pauta corporativa, mas é uma pauta da sociedade, que é a defesa da educação pública”, afirmou Farage.
A luta dos docentes conta com o apoio dos trabalhadores técnico-administrativo – que também estão em greve – e estudantes que ocupam diversas universidades e reitores.
REITORES
De acordo com a reitora da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Maria Valéria Costa Correia também as reitorias das universidades estão trabalhado pela derrubada da PEC. “Tivemos na semana passada uma reunião com 30 reitores, e metade anunciou que já têm moções contra a PEC aprovadas nos seus Conselhos Universitários. Inclusive tem uma proposta da Associação Nacional dos Dirigentes de Instituições de Ensino Superior (Andifes) de levar esses documentos ao presidente do Senado”, destacou a reitora.
Valéria denuncia que se a PEC fosse aplicada na Ufal desde 2006, “teríamos um prejuízo de 70% dos nossos recursos para fazer funcionar a universidade neste ano”. “É um prejuízo, e estamos falando do futuro. A longo prazo, existe a possibilidade da destruição do serviço e do servidor público. Se você congela concurso por 20 anos, como vai ter uma máquina pública, como vai ter universidade, Sistema Único de Saúde [SUS] funcionando sem concurso? Já se fala em funcionar com modelo de gestão Organizações Sociais [OSs], na qual você entrega a gestão a uma entidade privada, que contrata trabalhadores com vínculo precário”, denunciou.
Fonte: Hora do Povo
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