Encontros regionais para discutir reorganização do governo de SP são para “inglês ver”

Manifestação de estudantes realizada em outubro de 2015 (foto: Territorio Livre)

 

“Está provado que os estudantes, os professores e a sociedade foram contra a reorganização de Alckmin. Mas o governo já começou 2016 fechando milhares de salas, cancelando turnos e matrículas, cortando até a merenda. Isso não é atitude de quem quer dialogo”, afirmou o presidente da UMES, Marcos Kauê, sobre o anuncio feito na semana passado pelo governo de São Paulo sobre os 15 encontros regionais organizados nas escolas do Estado com o objetivo de levar adiante o projeto de reorganização, que a principio previa o fechamento de 94 escolas e a transferência forçada de mais de 300 mil estudantes.

 

Para Kauê a proposta de Alckmin é apenas maquiagem para a proposta passar pela Defensoria Pública e pelo Ministério Público de São Paulo, que exigiu explicações sobre o projeto. “Ele quer fechar as escolas baseado em 15 encontros sem representatividade, mobilização e organizados sem critério. É um encontro para inglês ver. Como falávamos em 2016: ‘se fechar a gente ocupa!’”, disse o líder estudantil ao explicar que o governo se recusa a ouvir que a sociedade já recusou o projeto.

 

Para ele o governo quer apenas cortar mais dinheiro da educação. “Esse ano o corte foi de 1,5 bilhão na secretaria de Educação e o resultado já está aparecendo: mais de mil salas fechadas, corte na merenda e também cortou as impressoras das escolas. Se o governo quisesse estruturar as escolas e para isso fosse realmente necessário dividi-las em ciclo único, porque as escolas de ciclo único que existem no estado ainda estão abandonadas”, questionou, citando escolas como a E. E. Dom Pedro na zona leste da cidade, que atende apenas o ensino médio.

 

Para a diretora da UMES, Keila Pereira, responsável pela região sul, “Alckmin pensa que o estudante é bobo e não estaria esperando por isso… Desde o pronunciamento que deu dizendo que buscaria o diálogo com os alunos, pais e comunidade, sabíamos que seria de qualquer jeito. Afinal, o que esperar de um governo que fala em fechar escola, que fecha salas, que não respeita professor, não melhora o ensino em nada e deixa aluno sem merenda? A Reorganização se trata apenas de um papel que legaliza tudo aquilo que ele já tem feito: sucatear a educação pública! Agora, não podemos deixar que esse papel seja assinado quando vemos que a opinião pública anda sendo manipulada através de cargos comissionados e grêmios aparentes.”

 

O primeiro encontro será realizado no próximo dia 10 na cidade de Bauru. As demais agendas ainda não foram divulgadas. 

 

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