Enredos politizados e cheios de críticas sociais marcam desfiles das escolas neste carnaval.
Para aqueles que achavam que carnaval é só um momento de festa e descontração as escolas deram o recado de que não é só isso não!
Rio de Janeiro
Campeã do Rio, a escola Beija-Flor de Nilópolis com o enredo Monstro É Aquele Que Não Sabe Amar (Os Filhos Abandonados da Pátria Que Os Pariu) denunciou o assalto à Petrobras e a intolerância religiosa.
“Ganância veste terno e gravata
Onde a esperança sucumbiu
Vejo a liberdade aprisionada
Teu livro eu não sei ler, Brasil!”
Desfile Beija Flor 2018. Foto: Juliana Dias/SRzd
Mas, apesar da importante denuncia feita pela Beija-Flor, o destaque do desfile foi mesmo para a escola vice-campeã, Paraíso do Tuiuti que entrou denunciando a escravidão desde a época dos senhores de escravos até a atual Reforma Trabalhista. Com o enredo Meu Deus, Meu Deus, Está Extinta a Escravidão? A escola que trouxe Michel Temer de Vampiro – algo que cá entre nós ele já deve estar bastante acostumado – foi ovacionada na Sapucaí e se tornou o 2° assunto mais comentado do twitter no mundo e o primeiro no Brasil.
Comissão de frente da Paraíso do Tuiuti 2018. Foto: Leandro Milton/SRzd
“E assim, quando a lei foi assinada
Uma lua atordoada assistiu fogos no céu
Áurea feito o ouro da bandeira
Fui rezar na cachoeira contra bondade cruel
Meu Deus! Meu Deus!
Se eu chorar não leve a mal
Pela luz do candeeiro
Liberte o cativeiro social
Não sou escravo de nenhum senhor”
São Paulo
Já em São Paulo tivemos empate de quatro escolas com 270 pontos, mas a Acadêmicos do Tatuapé de consagrou Bicampeã com a melhor pontuação de Mestre-Sala e Porta-Bandeira, quesito de desempate. Com o enredo Maranhão, os tambores vão ecoar na terra da encantaria a escola homenageou a Cultura do Maranhão desde os folclores, passando pelo Boi Bumbá até a luta dos negros.
Desfile 2018 da Acadêmicos do Tatuapé. Foto: Cláudio L Costa/SRzd
“Tantas batalhas nesse torrão
Herança de luta, cultura e amor
Ôôôô, o negro tanto clamou
A liberdade aos pés do senhor”
A segunda colocada, a escola Mocidade Alegre também escolheu como tema a cultura, com o enredo A voz Marrom que não deixa o samba morrer, a escola fez uma bela homenagem à cantora Alcione, a Marrom. Chamando-a de raiz da resistência e negra inspiração a escola lembrou o grande sucesso de Edson Conceição e Aloísio Silva, sucesso marcante na inconfundível voz da Marrom – Não deixe o samba morrer.
Desfile 2018 da Mocidade Alegre. Foto: Cláudio L Costa/SRzd
Não deixe o samba morrer
Não deixe o samba acabar
Na Mocidade, vem ver, o nosso povo cantar
A poesia sorriu ao falar de emoção
Em sua voz, Marrom!
Para aqueles que perderam ou os que querem ver novamente, abaixo os links dos desfiles.
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