Entidades convocam nova manifestação contra juros altos
Ato nacional será na próxima reunião do Copom, em 20 de janeiro, contra a política que “sangra o país”
As centrais sindicais convocaram uma manifestação nacional contra as altas taxas de juros para 20 e 21 de janeiro de 2015 – data em que acontecerá a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC). Ao que tudo indica, a equipe econômica prepara a terceira alta seguida na taxa básica, que já está em 11,75% após o aumento de 0,50 ponto percentual promovido na semana passada.
CGTB, Força, NCST, UGT, CMB, CNAB, UMES e outras entidades do movimento popular reiniciaram a mobilização contra a extorsão dos juros altos em frente ao Banco Central na terça-feira (02). Sob a palavra de ordem “REDUÇÃO DOS JUROS, JÁ!”, os trabalhadores alertaram que a presidente Dilma descumpriu suas promessas de campanha, atacando adversários e fazendo justamente o que disse que eles fariam: aumentou a taxa de juros apenas três dias após o segundo turno. Agora, 36 dias depois de ter sido reeleita, aumentou pela terceira vez consecutiva a Selic.
Segundo a nota assinada pela Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), “É fundamental intensificarmos esse movimento contra os juros altos, o principal entrave ao desenvolvimento do país e para a melhoria das condições de vida do povo brasileiro. A política de juros altos sangra o país e o resultado é que hoje temos o menor índice de crescimento de toda a história, uma média anual de 1,6% durante o governo Dilma”.
De janeiro a outubro deste ano já foram torrados com juros nada menos que R$ 230,651 bilhões.
O IBGE detectou que 16 dos 24 ramos industriais reduziram suas estimativas para a economia em 2014 e o PIB continua ínfimo, mas nada disso faz a presidente reparar que algo na sua política não está dando certo.
As centrais criticam a escolha do banqueiro Joaquim Levy para o Ministério da Fazenda. Este é um sinal de que a política do governo permanecerá na estagnação, investindo somente no arrocho dos trabalhadores e no corte de gastos do governo.
“Aumentar os juros equivale a condenar o trabalhador ao desemprego e a queda da renda. Com juros altos, o crédito encarece, o povo compra menos, cai a produção e as vendas das empresas, aumentando o desemprego e a miséria. Por isso, a Força Sindical e as demais centrais retomaram dias atrás protesto contra medidas antitrabalhistas adotadas pelo governo federal”, diz a nota da Força Sindical.
As manifestações devem acontecer em todas as capitais, com ampla mobilização dos movimentos sociais de diversos setores: “Vamos somar forças com as Centrais e com os movimentos feminino, negro, estudantil e de moradores. A expressiva manifestação realizada em São Paulo, último dia 2, mostrou que isso é possível”, diz a nota da CGTB.
“Em 2015, as Centrais Sindicais vão ter de intensificar a luta para manter os direitos trabalhistas e sociais, pois a nova equipe econômica, que está para assumir, trabalha com a perspectiva de reduzir fortemente as despesas do governo (…) Por isso, sugerimos reforçar a unidade de ação do movimento sindical para defender uma política de redução dos juros e combater todas as medidas que prejudiquem os trabalhadores. Juros baixos refletem na qualidade de vida dos assalariados.”, convoca a Força.
“Por isso, sugerimos reforçar a unidade de ação do movimento sindical para defender uma política de redução dos juros e combater todas as medidas que prejudiquem os trabalhadores. Juros baixos refletem na qualidade de vida dos assalariados”, completou.
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