Escola da Zona Sul realiza campeonato anual organizado exclusivamente pelos alunos

 

O campeonato, que aconteceu entre os dias 24 de agosto e 3 de setembro, foi realizado pelo grêmio estudantil da Escola Estadual Eusébio de Paula Marcondes sob apoio e supervisão da direção e coordenação da escola, e contou com quatro modalidades: Futsal, Voleibol, Handebol e Xadrez.

 

Integrando alunos de todos os períodos, o evento realizado é uma contradição a todas as condições estruturais da escola. Mal é preciso entrar no Eusébio de Paula para perceber que o próprio prédio precisa de reforma urgente. Poucos passos portão adentro e se vê partes da laje que já cederam. A escola conta com duas quadras muito precárias que não atendem sequer os requisitos de uma simples quadra poliesportiva, falta cesta, quadro, trave, pintura. E esses são apenas alguns dos problemas.

 

Segundo o Presidente do Grêmio, Yuri Nunes, sempre houve muita dificuldade para fazer o projeto por conta da falta de verba, antes ainda se contava com o dinheiro arrecadado da festa junina da escola, mas até esse teve que ser repassado para os reparos mais urgentes de partes do prédio.

 

Apesar dos pesares, muito acima de qualquer ato de negligência do Governo Estadual com suas escolas, estão esses estudantes. Muito acima de todo o corte de verbas do Governo Federal, está a resistência dessa escola. E não há quem possa dizer o contrário, projetos internos não são a única preocupação desses alunos: o Eusébio de Paula foi muito bem representado por 50 de seus alunos que compareceram à manifestação do Dia do Estudante em São Paulo, e levantaram bandeiras contra os cortes de verba, de direitos trabalhistas e contra a redução da maioridade penal. Quase um mês depois, no dia 1 de setembro, esses mesmos estudantes estiveram na porta do Banco Central na Av. Paulista para dizer que não queriam o aumento dos juros.

 

Enfim, um campeonato na escola pode parecer pouco para a maioria, como só um momento de descontração, mas não. Além da importância do esporte na formação da juventude que já é indiscutível, houve uma mobilização enorme que partiu dos próprios estudantes. “Assim como qualquer atividade extracurricular, é necessário na vida dos jovens (…), o esporte descontrai os alunos e mobiliza toda a escola. É muito importante.”, afirma Yuri.

 

É exatamente isso que dá linha pra essa mesma juventude perceber que consegue se organizar para causas muito maiores. Enquanto a UMES existir, as iniciativas de mesmo gênero serão incentivadas. O histórico de lutas do nosso país prova que uma juventude emancipada tem uma força irredutível e sob esse mesmo argumento que manteremos nossa caminhada.

 

Keila Pereira, diretora de mulheres da UMES

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