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Falta de reparos e cortes do governo de SP levam ETEC Rocha Mendes a estado de calamidade

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Para assistir aulas ou se locomover dentro da escola alguns alunos utilizam guarda-chuva

 

A ETEC José Rocha Mendes, na Vila Prudente, se tornou mais um exemplo do total descaso do governo de São Paulo para com a educação. Nessa quinta (3), após uma chuva de verão o forro da biblioteca da escola caiu sobre a cabeça dos estudantes, destruindo diversos livros, armários, prateleiras e computadores.

 

A situação caótica se arrasta há meses sem que o Centro Paula Souza tome alguma medida para reparar definitivamente o problema das goteiras generalizadas nas dependências do colégio. Após o último incidente, os alunos revoltados resolveram se unir a comunidade e organizar um abaixo assinado rechaçando a negligência das autoridades e exigindo a reconstrução imediata do telhado para por fim ao problema.

 

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Dara Guida, presidente do grêmio, relatou a ação dos estudantes durante o momento em que as águas da chuva invadiram a escola como se não houvesse telhado para protegê-la. “Quando saímos no corredor estava todo mundo tirando os materiais do armário com tudo molhado. A gente começou a ajudar, tiramos os armários da chuva e enquanto tirávamos a água, foi aí que o forro da biblioteca caiu, molhando muitos computadores e livros”.

 

A estudante afirmou também que enquanto os alunos se esforçavam para salvar o máximo de livros e equipamentos a direção nada fazia para ajudar. “Nós recolhemos os livros e colocamos na sala do diretor, que era um dos únicos lugares da escola que não chovia. Ele tentou nos barrar, mas nós entramos e guardamos os livros na sala dele do mesmo jeito”.

 

O incidente também destruiu diversos equipamentos de última geração, como os 20 computadores i-Mac da sala de comunicação, além de estragar equipamentos e materiais pessoais de diversos alunos. Em alguns casos, alunos tiveram seus trabalhos de conclusão de curso (TCC) destruídos pela chuva.

 

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Para Lucas Chen, diretor de Escolas Técnicas da UMES, a situação da escola é o retrato do que ocorre com a educação do estado de São Paulo. “Ao longo de mais de 20 anos de governo tucano, observamos a crescente falta de estrutura dentro das Etecs, a exemplo do ocorrido aqui no Rocha Mendes. O governo Alckmin é sinônimo de cortes nos investimentos das escolas. Com isso, as Etecs estão perdendo todo o seu prestígio, estão deixando de lado os cursos voltados para a indústria para cada vez mais formar alunos nas áreas de serviços”.

 

O diretor da UMES também ressaltou que tudo pode ficar ainda pior se a conhecida “PEC da Morte” for aprovada no Senado. “Tudo isso vai piorar. Os investimentos que faltam Etecs para comprar equipamentos e maquinário, serão ainda mais reduzidos e cortados com a PEC 241 (55 no Senado). Por isso agora é hora de ir contra essa PEC e exigir mais verbas para o ensino técnico”.

 

Ainda sobre o acidente na Etec Rocha Mendes, a diretora do grêmio Luana Lopes foi incisiva: “Foi triste ver tantos alunos desesperados pra pegar seus materiais a tempo, realmente ter que pegar um guarda-chuva para se deslocar dentro da escola, dentro do prédio no qual estudamos, no qual deveríamos nos sentir seguros. O teto da nossa biblioteca despencou, imagina se tivesse alguém lá dentro bem embaixo de onde caiu”.

 

Um dos motivos para o caos vivido nas Etecs, que apesar de tudo, ainda mantêm um nível de qualidade superior ao das escolas públicas em geral, se deu pelos cortes do governo Geraldo Alckmin perpetrados em 2015, quando foram cortados 36,3% dos recursos destinados para o custeio das escolas técnicas, conforme previsto no orçamento. Além disso, também foram cortados 78% dos investimentos previstos para construção de novas Etecs.

 

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