Governo de SP quer fechar escolas para abrir prisões
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse nesta quinta (18), que o fechamento de salas é “natural” em seu governo. “Por isso nós queríamos a reorganização”, continuou o governador da reorganização que ano passado fecharia 93 escolas, obrigando centenas de milhares de alunos a se transferir de seus colégios sem nenhum dialogo.
Tratava-se de um projeto simples: basta fechar o máximo de escolas, trocar os estudantes de outras, para assim superlotar ainda mais as salas, causando a demissão de vários professores. Tudo para gastar menos com educação.
Porém mesmo derrotado durante o ano passado, quando mais de duzentas escolas foram ocupadas pelos estudantes, impondo ao governo de São Paulo uma grande queda de popularidade, Alckmin insiste em seu projeto para fechar escolas. Ele chega a alegar que a demanda por matrículas caiu, porém não explica o porque de seu governo aprovar uma resolução para permitir um aumento na superlotação das salas em 10%.
“A verdade é que não há salas vazias. Todas estão no limite de quarenta alunos, isso sem levar em consideração que ainda há milhares de pais procurando matricular seus filhos. E nós sabemos que quarenta alunos por sala é inviável. Para piorar, os problemas de não param por aí, nossas escolas estão abandonadas e nossos professores têm salários péssimos, isso para quando há professores nas escolas, porque todos sabemos que é também ‘normal’ ter aula vaga e ser dispensado mais cedo por isso. Mas o governo de São Paulo só pensa em cortar e cortar da educação, fechando salas e escolas”, comentou Marcos Kauê, presidente da UMES.
“Um governante que afirma ser natural fechar escolas deve estar muito preocupado em abrir novas prisões. E o mesmo vale para essa onde de cortar da educação”, concluiu Kauê, que lembrou que o orçamento de 2016 foi reduzido em R$ 1,5 bilhão pelos tucanos.
Apenas em 2016 mais de 12% dos estudantes de escolas privadas pediram sua transferência para a rede pública afirma a Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep). Por isso a UMES tem sido categórica em afirmar que fechar escolas e salas de aula é um crime, muito mais grave neste período de recessão econômica, já que é natural a transferência de alunos da rede privada para a pública.
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